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Autor:
Equipe Alexandre Herculano,
Alexandre Herculano, Diego
Pureza
29 de Dezembro de 2022
Sumário
1.2 - Corrente do Garantismo Integral – defensores da prisão como medida necessária ....................... 5
Gabarito ..................................................................................................................................................... 29
Partindo do pressuposto de que a Criminologia não é uma ciência exata, absoluta, de certezas insofismáveis,
muitos assuntos estudados (alguns polêmicos) são objetos de intensas discussões doutrinárias e políticas,
algumas se valendo de bases empíricas, e outras abusando do critério dedutivo e baseadas em ideologias.
Alguns temas são bem específicos e, para fins de concursos públicos, se surgirem em seu edital pode
acreditar: certamente será cobrado.
O fato da banca examinadora expor de forma específica alguns desses assuntos (alguns, inclusive, sendo
colações de capítulos específicos de alguns livros), já demonstra a clara intenção de diagnosticar no
candidato o respectivo saber.
Nesse sentido, sempre que possível apontaremos questões que claramente são passíveis de anulação por
evidenciar posicionamento ideológico das bancas adotando teses como se fossem fatos cientificamente
comprovados, bem como questões que foram devidamente redigidas fazendo remissões à corrente de
pensamento (ou ao pensador) que pretendem cobrar do(a) candidato(a).
Mesmo considerando o fato de que algumas bancas evidenciam tendências ideológicas nos editais e provas
(praticamente servindo como filtros para selecionar candidatos com posicionamentos político-ideológicos
alinhados com a banca), é importante conhecer os principais posicionamentos de cada assunto a seguir,
especialmente em concursos com fases dissertativa e oral (etapas em que os candidatos devem demonstrar
conhecimento no assunto, e não propriamente expor opiniões pessoais).
Antes de adentrarmos propriamente ao tema do sistema penitenciário, vale alertar que se trata de assunto
dos mais polêmicos por envolver argumentos de cunho ideológico, números contraditórios, conclusões
parciais e abusos do critério dedutivo.
Com isso, é importante se ater às fontes e autores que discutem o tema, pois em concursos públicos, as
bancas não costumam exigir dos candidatos opiniões pessoais ou constatações (já que em relação à esta
última seria impossível se chegar em uma conclusão certeira e absoluta), mas costumam exigir conclusões
conforme determinado pensador ou órgão público responsável por algum dado estatístico.
Analisando o cenário carcerário brasileiro, fica fácil constatar a falência no sistema penitenciário, seja por
conta da superlotação, seja diante do descaso dos órgãos públicos e gestores responsáveis pela
manutenção e fiscalização dos presídios.
Para a corrente de pensamento abolicionista do Direito Penal (que defendem a extinção da prisão), a
conclusão é de que o cárcere é criminógena, ou seja, o cárcere é também responsável por gerar crimes. Com
base no índice de reincidência, bem como da superlotação da comunidade carcerária, conclui que quanto
maior o tempo de prisão maiores as chances do condenado voltar a delinquir, praticando crimes piores.
A cadeia funcionaria como universidade para o crime, sendo capaz de corromper até os condenados por
delitos não tão graves.
Se baseiam em números apontados pelo Ministério da Justiça, segundo a qual apontou em 2017 (relativo
ao período de junho de 2016), que o Brasil contava com 726.712 pessoas encarceradas, colocando-o na
vexatória 3º posição no ranking mundial de países com a maior população carcerária (ultrapassando a
Rússia e ficando atrás apenas da China e dos EUA).
Nesse sentido, fácil constatar que algumas garantias fundamentais estampadas na Constituição Federal
tornam-se “letra morta”, valendo citar alguns exemplos:
Criticando o atual modelo penitenciário, Alessandro Baratta ressalta o que chamou de “processo negativo
de socialização” a que é submetido o preso em “sociedades capitalistas contemporâneas”, examinando em
uma dupla perspectiva, a saber:
Segundo parcela da doutrina, há ainda outras duas consequências do efeito negativo da prisão:
c) Educação para ser criminoso: considerando o controle de parte do sistema penitenciário por
organizações criminosos, os “líderes” serviriam de modelo para os demais;
d) Educação para ser um bom preso: trata-se do sentimento de conformidade por parte dos presos em
aceitar as “regras de convivência” em presídios (“privilégios” em troca de “garantias” e proteção).
Conclusão: a prisão deve ser extinta ou, ao menos, ser franqueada liberdade a parcela significativa da
população carcerária, como forma de evitar estigmatizações, reduzir a criminalidade e evitar desigualdades.
A segunda corrente de pensamento busca descontruir todos os argumentos da corrente anterior de forma
objetiva e ventila outros fatores que não podem ser ignorados nesta discussão.
Sobre a população carcerária, denuncia que os números apontados pelo Ministério da Justiça (bem como os
números do INFOPEN, que segue no mesmo sentido), não são confiáveis pois cometem erros básicos de
metodologias.
Um levantamento coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no ano de 2017 revela indícios de
que a população carcerária nacional pode estar superestimada. O motivo seria a imprecisão na forma usada
pelos Estados para contar os presos. Em alguns casos, o detento é colocado em liberdade, mas a instituição
não o retira imediatamente do sistema. Em outras situações, há transferência para um estado diferente, e
o preso é contabilizado duplamente. Há, inclusive, presídios que contam os detentos de acordo com o
número de refeições fornecidas no local (ou seja, se o detento solicita duas refeições no mesmo período
acaba sendo contabilizado duplamente). Em alguns casos, indivíduos em “prisão domiciliar” (com ou sem
tornozeleira eletrônica) ou em regimes semiaberto e aberto, eram computados como se estivessem
efetivamente encarcerados.
Como destacamos no tópico anterior, o número mais recente do governo federal é que havia 726.712 presos
no país em junho de 2016 (número inflacionado diante de metodologias duvidosas e falhas).
Tal corrente se firma nos números apresentados pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP),
que levam em conta apenas os indivíduos efetivamente encarcerados. A título de exemplo das alterações
que tais métodos podem gerar, abaixo destacamos as diferenças de resultados entre o CNMP e o INFOPEN
em períodos idênticos:
448.969 pessoas
Diferença entre CNMP 2015 e INFOPEN-DEZ.2015: 141.308 pessoas no sistema prisional; considerando-
se o “desconto” de presos em carceragens de Delegacias de Polícia (36.765 pessoas, p. 7 do Relatório
INFOPEN): ainda assim há divergência de 104.543 pessoas. Diferença entre CNMP 2015 e INFOPEN-
DEZ.2014: 64.862 pessoas no sistema prisional; considerando-se o “desconto” de presos em carceragens
de Delegacias de Polícia (37.444 pessoas, p. 18 do Relatório INFOPEN): ainda assim há divergência de 27.418
pessoas.
Mas não é só. Mesmo analisando os números mais seguros (que consideram apenas pessoas efetivamente
encarceradas), também podemos chegar à conclusão de que o Brasil possui uma grande população
carcerária – ainda que de forma mais atenuada.
O problema é que a corrente abolicionista manipula os números de forma tendenciosa, isso porque
consideram a população carcerária em números absolutos, ou seja, partindo da premissa de que o Brasil é
um dos países mais populosos do mundo (5ª maior população do planeta), obviamente terá em números
absolutos uma das maiores populações carcerárias do mundo. Daí a importância de se analisar os índices
proporcionalmente ao tamanho da população nacional e, só depois, comparar os resultados com os demais
países.
Segundo dados do Centro Internacional de Estudos Prisionais de 2017, analisando os números de forma
proporcional (presos por 100.000 habitantes), o Brasil ocupa a 36ª posição, com 289 presos por 100 mil
habitantes (próximo de países como a Suíça). Ou seja, diante de índices alarmantes de criminalidade no
Brasil, a conclusão é de que o Brasil prende pouco (temos mais de 60 mil homicídios por ano e mais de
1.726.757 roubos por ano, além de outros crimes graves, e contamos com baixíssimo índice de
resolutividade, demonstrando que o países tem efetuado poucas prisões comparado com os índices
criminais).
O problema é político, já que, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Governo Nacional já
contingenciou mais de 2,4 bilhões de reais que não foram empregados em presídios (ou seja, há dinheiro,
porém, não investidos – segundo alguns, construir presídios ou reforma-los “não dá votos”).
Percebe-se que a corrente anterior, ao menos em muitos argumentos, apresentam teses carregadas de
ideologias e deduções. Há, em verdade, muitos sociólogos e filósofos na corrente abolicionista do que
juristas e operadores do direito. Criticando a corrente abolicionista (e os respectivos argumentos), vale citar
as palavras de Claus Roxin:
“O movimento abolicionista, que possui vários adeptos entre os criminólogos — não tantos entre
os juristas — europeus, considera que as expostas desvantagens do direito penal estatal pesam
mais que seus benefícios. Eles partem da ideia de que através de um aparelho de justiça voltado
para o combate ao crime não se consegue nada que não se possa obter de modo igual ou melhor
através de um combate às causas sociais da delinquência e, se for o caso, de medidas conciliatórias
extra-estatais, indenizações reparatórias e similares.”
Somando-se a tudo isso, destacam que o Estado, na aplicação do Direito Penal, deve, além de respeitar as
garantias fundamentais dos presos, proteger de forma efetiva os bens jurídicos tutelados pelas normas
penais. A proteção da sociedade contra a criminalidade é medida que se impõe (poder-dever do Estado).
Assim, apesar de estar sendo emprega de forma irregular (muitas vezes de modo abusivo), a pena privativa
de liberdade continua sendo a última trincheira do Estado na proteção da sociedade contra a criminalidade
violenta e perigosa. Tem-se um remédio amargo, porém, necessário.
Vale lembrar que a ressocialização não é a única finalidade da pena, sendo importante também destacar as
finalidades de retribuição e proteção do corpo social.
Conclusão: defendem a manutenção da prisão como medida necessária para a proteção da sociedade e
retribuição. Indicam como medidas viáveis a punição de gestores públicos que se omitem dolosamente no
dever de manutenção do sistema penitenciário.
O tema do presente tópico costuma ser cobrado de forma específica em concursos públicos. Trata-se de
tese sociológica cunhada por Alessandro Baratta que apresenta relação (nas palavras do mencionado
autor, “vínculo funcional”) entre o sistema carcerário e o sistema escolar de ensino.
O Sistema Penal é instrumento estatal que visa a proteção de valores indispensáveis ao convívio social.
Todavia, sob a ótica da Teoria Crítica (Radical ou Marxista), o sistema penal é mais um instrumento
negativo de controle social proveniente do sistema capitalismo. Mais um fator gerador de estigmas e
divisão de classe.
Reforçando esse pensamento, Baratta analisa o Sistema Escolar como primeira etapa da vida onde ocorre
mais estigmas, desigualdades e seletividade proveniente do capitalismo.
Segundo o autor:
“Em localidades onde se encontram as pessoas de baixa renda é que a função selecionadora
do Estado é evidenciada, ou seja, junto com a ação reguladora que o mercado de trabalho
procede durante a seleção, ou o denominado perfil da empresa, gera além de um processo
de marginalização, como separação da parte da população reconhecida como criminosa,
sendo que o sistema dita que todos possuem oportunidades iguais, levantando o mito de
que é fácil com muito esforço ascender em sua classe social. E todo esse conjunto de ideais
de mobilidade social são implantados durante a vida escolar”.
Os defensores dessa corrente citam pesquisas para encampar esta tese (apesar de não apresentarem fontes
seguras ou comprovações científicas).
Apontam um estudo que teria sido realizado na Alemanha segundo o qual aponta que 80% dos alunos
frequentam escolas especiais e são de baixa renda (estes seriam estigmatizados). Enquanto que 20% seriam
de classe média ou alta.
Concluem que se “logo no início da fase de inserção do indivíduo na sociedade se faz possível constatar a
participação de 80% da classe baixa nas represálias do Estado, no Sistema Penal também não seria
diferente, não com a mesma porcentagem mas com a maioria de classe baixa”.
Tal corrente critica o sistema de meritocracia, por acusa-lo de preconceituoso. Segundo defensores desse
pensamento, “o professor influenciado por estereótipos e preconceitos separa os denominados alunos bons
e maus, exercendo uma discriminação, assim tratando até desconsiderações de alguns erros mais para os
bons do que os denominados maus, além de tratar o mesmo com indiferença”.
“No microcosmo escolar, aquele mecanismo de ampliação dos efeitos estigmatizantes das sanções
institucionais, que se realiza nos outros grupos e na sociedade em geral, com a distância social e
outras reações não-institucionais. O “mau” aluno tende a ser rejeitado e isolado pelos outros
meninos”.
3 - Mídia e Criminalidade
Não é novidade para mais ninguém que a mídia (a imprensa em geral) exerce fortíssima influência sobre a
sociedade.
Muitas mudanças de comportamentos e de padrões são ditadas por influências midiáticas. A título de
exemplo, basta analisar as mudanças no mundo da moda e os impactos que isso causa no aquecimento da
economia: por meio de filmes, novelas, documentários ou programas específicos de moda é apresentado à
população “as novas tendências”. Resultado: grande parte da população compra (compra mais a ideia
propagada pela mídia do que propriamente os produtos).
No âmbito da criminalidade não é diferente. A mídia cumpre papel crucial em relação aos valores
preponderantes na sociedade. O perigo de estudar este tema é que, a depender do autor, você encontrará
apenas um lado dos fatos. É tema sempre impregnado de ideologias e cada qual furta apenas o lado da
história que melhor lhe convém. Logo, imperioso destacarmos os pensamentos sobre o tema:
Uma primeira corrente de pensamento enxerga a mídia como um instrumento nas mãos de algumas elites
com o objetivo de estigmatizar algumas classes sociais (em especial, as classes economicamente
desprivilegiadas), rotulando-as de criminosas.
Apresentam como exemplos programas jornalísticos sensacionalistas que no menor sinal de crime já
proclamam aos quatro ventos que o indivíduo investigado já merece condenação e a mais severa das penas.
A ideia é de que a mídia, com tais atitudes, estaria elegendo bodes expiatórios, criando alvos a serem
estigmatizados e rejeitados pela sociedade. Colocaria o rótulo de culpado na desta de alguém, condenando-
a provavelmente pelo resto da vida a ser etiquetada como criminosa.
Nesse sentido, vale citar as palavras de Gabriel Tarde (2005) ao comentar o caso Dreyfus:
Infelizmente a imprensa é beneficiária de uma enorme impunidade legal ou ilegal e pode publicar
o assassinato, o incêndio, a espoliação, a guerra civil, organizar uma grande chantagem, aumentar
a difamação e a pornografia ao nível das instituições intocáveis. A imprensa é o poder soberano
dos novos tempos.
Menciona como exemplos alguns programas ou influenciadores que insistem na ideia de apresentar o
criminoso como vítima da sociedade, como um ser desprovido de racionalidade, que seria mero produto de
um corpo social desorganizado.
Em alguns casos, apontam que meios de comunicação, por razões corporativistas, passam a defender
alguns indivíduos visando os próprios interesses (como ocorre em grandes escândalos de corrupção, onde
influenciadores e meios de comunicação buscam justificar ações corruptas de certos indivíduos e de
condenar o mesmo comportamento quando praticado por outras pessoas, geralmente consideradas
adversárias).
Por fim, essa corrente de pensamento, reconhecendo o grande poder de influência da mídia, também
denuncia e critica programas, filmes, novelas ou qualquer cena de exibição que faz apologia, ainda que
indiretamente, à prática de crimes, geralmente destacando vilões encarnando policiais e agentes do Estado
corruptos e truculentos e “mocinhos” ou heróis no papel de criminosos e traficantes como espécies de
“justiceiros sociais”. São casos em que há uma relação positiva com personagens delinquentes, ao passo
que há ao mesmo tempo uma relação negativa sobre os personagens que representam agentes de combate
ao crime.
É o caso da Teoria da Identificação Diferencial, cunhada por Daniel Glasser, segundo a qual há a
possibilidade do indivíduo aprender o crime a partir da identificação com o criminoso tomados como
referência, independentemente de aproximação ou convívio pessoal.
3.3 - Conclusão
Qualquer opção pela primeira ou pela segunda corrente de forma isolada seria no mínimo imprudente, isso
porque não se pode culpar a mídia (um ente abstrato) como a culpada pela criminalidade (ou pela defesa
desta). A culpa sempre deve recair sobre pessoas e, evidentemente, a mídia representa um mero
instrumento (poderosíssimo, é verdade) nas mãos de pessoas com enorme potencial de influência.
Sendo assim, em mãos erradas é perfeitamente possível que pessoas, valendo-se dos meios de
comunicação, tentem proteger, justificar ou até mesmo beatificar criminosos. Da mesma forma, a mídia
nas mãos de pessoas igualmente inescrupulosas, podem ser instrumento de acusações infundadas contra
inocentes ou contra pessoas de reduzida culpa (servindo de bodes expiatórios).
Portanto, ambas as correntes podem ostentar razão, a depender de cada caso concreto.
Historicamente, a América-latina, especialmente durante os séculos XIX e XX, se caracterizou por importar
institutos e teorias norte-americanas e principalmente europeias sobre o ordenamento jurídico penal.
Nesse sentido, a criminologista venezuelana Rosa Del Olmo, considera que a criminologia latino-americana
sempre se limitou em importar saberes da criminologia estrangeira, nunca se preocupando em construir
sistema e pensamentos próprios conforme as peculiaridades dos países sul-americanos. Vale destacar a
conclusão da mencionada autora:
Logo, segundo Rosa Del Olmo, a América Latina sempre se limitou em absorver parte dos ensinamentos da
criminologia europeia e norte-americana, e ainda assim de maneira sempre muito tardia, adotando com
destaque o positivismo italiano. Conjugando com as peculiaridades próprias dos países sul-americanos,
especialmente os problemas de desigualdade social permanente, a autora assevera que a falta de um
sistema próprio com olhar empírico aos problemas locais afastam a possibilidade de constatação real e a
respectiva solução à criminalidade na América Latina.
Seguindo com as críticas, a autora aduz que as agências de controle social são as verdadeiras criadoras da
criminalidade, sejam as agências formais de controle como as policias, ministério público, poder judiciário,
poder legislativo, etc., que rotulam de criminosas as classes sociais menos favorecidas servindo a
criminalização primária como instrumento em poder das elites dominantes, sejam as agências informais de
controle como as famílias, círculos de amizades, grupos religiosos, etc., ao seguirem as regras impostas
pelas elites, mantendo-se subjugadas.
Fácil perceber que a autora é adepta da Teoria Radical (Crítica ou Marxista), enxergando a velha luta de
classes como causa da criminalidade.
No mesmo tom crítico segue a também criminologista venezuelana Lola Aniyar de Castro, porém,
enxergando um legado latino-americano: a Criminologia da Libertação.
Conforme a mencionada autora, a Criminologia da Libertação – conforme se verá adiante, mais do que uma
teoria, defende se tratar de uma ideologia – tem origem no ano de 1974, com a realização do 23º Curso
Internacional de Criminologia, organizado pela Sociedade Internacional de Criminologia e pelo Instituto de
Criminologia da Universidade de Zulia, contando como tema central a violência. Dali saiu a edição do
Manifesto de Criminólogos Críticos Latino-americanos, reunindo militantes da Criminologia da Libertação.
A ideia foi se tornar não apenas mais uma vertente da criminologia crítica, mais do que isso, surge com a
pretensão de ser uma crítica permanente à criminologia, especialmente criticando as agências de controle
social.
Vale ressaltar que o que confere a uma criminologia o caráter de crítica é a adoção de pautas metodológicas
determinadas. Segundo Lola Aniyar de Castro, o método a ser utilizado deriva do método histórico-
dialético, e se compõe de oito elementos que a autora elenca como sendo:
3) a totalidade;
5) A autorreflexividade;
6) A compreensão intuitiva um compromisso permanente com a emancipação e com a realização dos planos
de todos os homens;
Em verdade, apesar de toda a retórica rebuscada e da paixão com que todos os defensores da Criminologia
da Libertação a descrevem, temos mais uma vertente/variação da Teoria Crítica/Radical/Marxista, adaptada
às peculiaridades dos países sul-americanos. Além disso, mesmo se tratando de uma ideologia fomentada
em 1974, apresenta as mesmas deficiências dessa linha de raciocínio. Em síntese: não enfrenta a
criminalidade como um todo; força ignorar os valores predominantes em cada país (características de um
Estado Democrático de Direito); não analisam a criminologia de outros continentes e de países que
adotaram as mesmas ideias da Criminologia da Libertação e que fracassaram no combate à criminalidade;
afasta-se do empirismo deixando de explorar casos concretos, permanecendo no campo dos ideais
enfrentando os problemas de forma genérica (as mesmas “denúncias” genéricas de sempre em que as elites
marginalizam as classes menos favorecidas, sem estudos sérios destacando medidas instrumentalizadas
pelas agências de controle contra qualquer grupo). Com a devida vênia, nos parece mais uma variação de
ideologias que visam a divisão/fragmentação de classes.
5 - Assédio Moral
Apesar de não existir crime tipificando tal conduta no Brasil sobre o assédio moral de forma genérica, a
depender das peculiaridades do caso concreto, poderá configurar a contravenção penal de perturbação da
tranquilidade (art. 65 do Decreto-Lei nº 3.688/41). Se houver a finalidade de se obter vantagem ou
favorecimento sexual, poderá configurar-se no crime de assédio sexual previsto no art. 216-A do Código
Penal.
Tais práticas podem ser praticadas em ambientes escolares, familiar e no trabalho (nesse último caso, é
também chamado de mobbing, originado da Alemanha).
Esse tema já foi cobrado no concurso para Delegado de Polícia Civil no Estado de São Paulo. Vejamos:
(VUNESP – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012) O comportamento abusivo, praticado com gestos,
palavras e atos que, praticados de forma reiterada, levam à debilidade física ou psíquica de uma pessoa:
a) define reação ao crime.
b) define assédio sexual.
c) é um mecanismo intimidatório, mas não criminoso.
d) é a despersonalização do eu, que aflige grande número de detentos.
e) define efetividade do impacto dissuasório.
Comentários: A questão exige apenas que se identifique o conceito e consequências da prática de assédio
moral. A única alternativa que poderia induzir ao erro é a “C”, mas, conforme explicação acima, há a
possibilidade do assédio configurar crime quando praticado com finalidade de obtenção de vantagem ou
favorecimento sexual.
Gabarito: B
Para perseguirmos ambas as finalidades se faz necessário um diagnóstico preciso do crime e da pessoa do
criminoso. Em relação ao criminoso, é importante entender qual ou quais as motivações para a prática do
crime, quais os fatores que o influenciaram (se foram determinantes ou influenciadores indiretos).
A partir daí, diversos autores se ocuparam da missão de investigar e classificação de forma organizada a
pessoa do criminoso. A seguir, passaremos a estudar as classificações de maior repercussão na criminologia
e seus respectivos autores.
Hilário Veiga de Carvalho leva em consideração especialmente fatores biológicos e mesológicos (relação
entre o ser humano e o meio em que vive), visando identificar a etiologia criminal. Eis as espécies de
criminosos cunhadas pelo mencionado autor:
Considerando apenas fatores biológicos, são os indivíduos que apresentam espécies de “doenças”
determinantes para a prática de crimes. Necessitam de tratamento médico psiquiátrico em manicômio
judiciário.
Hilário entende que esses personagens não são criminosos (daí a expressão “pseudocriminoso”),
equiparando-os aos inimputáveis.
Exemplos: epiléticos ou psicopatas, que diante de crises são capazes de matar de formas
cruéis.
São criminosos que apresentam fatores orgânicos e valores absorvidos do ambiente de convivência quem
sozinhos, não são capazes de desencadear o crime (o indivíduo tem predisposição à pratica de crimes).
É necessário a incidência de algum fator de estímulo externo para que o criminoso escolha praticar crime.
Como diz o dito popular: “a ocasião faz o ladrão”.
Exemplo: indivíduo que cresceu em bairro perigoso na periferia e que circula por bairro de
alto padrão econômico. Decide furtar no momento em que vê a janela de um carro
estacionado aberta.
1.3 - Biomesocriminosos
Espécie parecida com a anterior, porém, nessa não se sabe qual fator é preponderante para o crime
(biológicos e mesológicas). Até os exemplos são parecidos, porém, a principal característica dessa espécie
é que o criminoso é recuperável (de possível correção). Além disso, a reincidência é ocasional.
Exemplo: filho pede um carro ao pai, recebendo um “não” como resposta. Dias depois, o
filho pratica latrocínio, matando a vítima e subtraído o veículo.
Segundo Hilário, são os criminosos de caráter e personalidade frágeis, facilmente corrompíveis. A correção,
nessa espécie, é esperada, sendo a reincidência de excepcional ocorrência.
Não são propriamente criminosos, mas sim vítimas das circunstâncias exteriores. O indivíduo pratica
condutas aceitas no meio social em que convive mas, ao praticar o mesmo comportamento em sociedade
diversa, termina por ser repreendido.
Exemplo: sujeito que tem o hábito de ingerir bebida alcoólica nos finais de semana. Se
muda para o Oriente Médio e, após um longo dia de trabalho, resolve ingerir bebida
alcóolica em público. Ao final é condenado a receber chibatadas, tende em vista que
naquele local tal comportamento é reprovável.
Odon Ramos define o crime como sendo “a soma de tendências criminais de um indivíduo com sua situação
global, dividida pelo acervo de suas resistências”. Eis as espécies de criminosos apresentadas pelo autor.
É o indivíduo normal, porém com poderoso fator desencadeante de crime. Incidindo algum fator
desencadeante, o indivíduo poderá romper transitoriamente os meios inibidores dos impulsos (com os
estímulos específicos, o sujeito poderá ignorar os valores que o impediam até então de comer crimes, ainda
que transitoriamente).
O delinquente possui perturbação, podendo ser transitória ou permanente, sendo mais propenso à ser
estimulado por algum fator desencadeante de crime.
O criminoso possui desvio de caráter, seja algum desvio de nascença, seja algum desvio formado ao longo
da vida. Assim, a prática de crimes está relacionada à baixa resistência de estímulos externos e ligado à
natureza do caráter do indivíduo.
São os criminosos que agem por impulso, por algum sentimento intenso e momentâneo (ação em curto-
circuito). Relacionam-se aos crimes passionais.
Perceba que não há premeditação, mas apenas uma ação fruto de um pico de estresse do momento.
“A ocasião cria o ladrão”. São os indivíduos que possuem condições pessoais, somadas a fatores externos
do ambiente em que vivem, que os tornam tendenciosos ao crime.
São chamados de fronteiriços justamente por apresentarem capacidade na linha limítrofe entre a lucidez e
a insanidade. Costumam apresentar como características a frieza, insensibilidade moral e crueldade com as
vítimas.
Respondem criminalmente e podem ser condenador, sendo que o juiz, analisando as peculiaridades do caso
concreto, poderá submeter o criminoso fronteiriço à pena ou à medida de segurança.
➢ Loucos que agente por meio de um processo lento e reflexivo (a ideia surge do inesperado). É a
obsessão invencível e doentia;
➢ Indivíduo que age por impulso momentâneo, porém, desprovido de motivos que justifiquem sua
atitude (reação primitiva).
Um dos principais expoentes da Escola Positivista, o médico legista Cesare Lombroso é muito conhecido
por ser o criador da teoria do “criminoso nato”, todavia, é incorreto afirmar que o mencionado autor só
apresentou tal espécie, sendo responsável pela seguinte classificação:
Segundo Lombroso, analisando aspectos morfológicos e orgânicos, defende que o criminoso nato possui
influência biológica, instinto criminoso e estigmas, tornando-se um selvagem no meio social. Em relação à
morfologia, o criminoso nato possui “cabeça pequena, deformada, fronte fugidia, sobrancelhas salientes,
maças afastadas, orelhas malformadas, braços compridos, face enorme, tatuado, impulsivo e mentiroso”.
Associado com a loucura moral e mental, o criminoso louco apresenta como característica a crueldade e
perversidade, devendo permanecer internado em manicômio.
O criminoso de ocasião tem como característica a predisposição hereditária para o crime. Além disso, passa
a assumir hábitos ilícitos por influência de circunstâncias externas (repetição da ideia de que a “ocasião faz
o ladrão”).
Enrico Ferri, além de defensor da Escola Positivista, foi discípulo e genro de Cesare Lombroso. Partindo da
ideia do criminoso nato, Ferri apresentou a seguinte classificação:
Segue as mesmas ideias de Lombroso, apresentando o criminoso nato como um sujeito degenerado, com
atrofia do senso moral.
É o criminoso que pratica crimes de forma eventual. Não encara a criminalidade como profissão. Porém, é
importante destacar que Ferri defende a ideia de que é o crime que procura o indivíduo (e não o contrário).
Eis o indivíduo que encara o crime como profissão, tratando-se do criminoso que é reincidente habitual,
tendo o crime como meio de vida.
Segundo Ferri, criminoso passional é aquele que agente diante de uma “tempestade psíquica”. Age
impulsivamente, pelo ímpeto.
Garófalo também foi defensor da Escola Positivista. Sendo jurista, procurou inserir no ordenamento jurídico
os valores do positivismo.
Ficou muito conhecido por defender a aplicação da pena de morte de forma impiedosa aos criminosos
natos, ou, ao menos, a expulsão nacional. Eis a classificação apresentada por Garófalo:
Com mentalidade equiparada a de uma criança, o criminoso assassino se apresenta de forma egoísta e
possui sinais externos que denotam sua predisposição ao crime.
É o criminoso despido de compaixão, sem qualquer piedade. Costuma ser cruel com as suas vítimas, agindo
sempre de forma desproporcional.
Desprovido de probidade e de senso moral. Segundo Garófalo, o criminoso neurastênico tem biotipo com
face móvel, olhos vivazes e nariz achatado”.
==299e1b==
LISTA DE QUESTÕES
2. (NUCEPE – PC/PI – Delegado de Polícia – 2018) Marque a alternativa CORRETA, no que diz
respeito à classificação do criminoso, segundo Lombroso:
a) Criminoso louco: é o tipo de criminoso que tem instinto para a prática de delitos, é uma espécie de
selvagem para a sociedade.
b) Criminoso nato: é aquele tipo de criminoso malvado, perverso, que deve sobreviver em manicômios.
c) Criminoso por paixão: aquele que utiliza de violência para resolver problemas passionais, geralmente é
nervoso, irritado e leviano.
d) Criminoso por paixão: este aponta uma tendência hereditária, possui hábitos criminosos influenciados
pela ocasião.
e) Criminoso louco: é o criminoso sórdido com deficiência do senso moral e com hábitos criminosos
influenciados pela situação.
c) A teoria das carreiras desviantes, segundo a qual o recrutamento dos “criminosos” se dá nas zonas sociais
mais débeis, não é confirmada quando se analisa a população carcerária.
d) O suficiente conhecimento e a capacidade de penetração no mundo do acusado por parte do juiz e das
partes no processo criminal são favoráveis aos indivíduos provenientes dos estratos econômicos inferiores
da população.
4. (PC-MA – Delegado de Polícia – CESPE – 2018) Acerca do direito penal e do poder punitivo,
assinale a opção correta:
a) O garantismo penal impede a intervenção punitiva do Estado, o qual deverá exercer função
exclusivamente preventiva e garantidora das liberdades individuais.
b) O direito penal do autor poderá servir de fundamento para a redução da pena quanto existirem
circunstâncias pessoais favoráveis ao acusado.
c) O direito penal do ato tem como característica a ampliação da tipicidade do crime para atingir também
os atos preparatórios e os da tentativa.
d) No direito penal do inimigo, a sanção penal é aplicada com extremo rigor e objetiva punir o inimigo de
modo exemplar por atos cometidos, sem, contudo, relativizar ou suprimir garantias processuais.
e) A criminalização secundária tem como características a igualdade e a abstração, uma vez que a lei penal
é genérica e a todos dirigida
c) indica que os presos devem ser organizados de acordo com seu nível de risco.
6. (TJ/MS – Juiz – PUC/PR – 2012) Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das velocidades
do direito penal:
a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do inimigo, ou seja, tem
como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de caráter
perpétuo.
b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do direito penal do inimigo, ou seja, tem
como proposição a aplicação de um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de caráter
perpétuo.
c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como fundamento a aplicação de penas alternativas
ou de multa, ou seja, está ligada à ideia de um direito penal de mínima intervenção.
e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María Silva Sánchez, está ligada à ideia do
Tribunal Penal Internacional, ou seja, à proposição de um direito penal para julgar crimes de guerra, de
agressão, genocídio e de lesa humanidade.
7. (DPE/SP – Defensor Público – FCC – 2015) “As provas indicam que a polícia decidiu 'partir para
cima' da população de forma abusiva e indiscriminada, matando mais de 100 pessoas, grande
parte em circunstâncias que pouco tinha a ver com legítima defesa. Ademais, policiais
encapuzados, integrantes de grupos de extermínio, mataram outras centenas de pessoas.
Esses policiais realizaram 'caças' aleatórias de homens jovens pobres, alguns em função de seus
antecedentes criminais ou de tatuagens (tidas como sinais de ligação com a criminalidade) e
muitos outros com base em mero preconceito. Identificamos 122 homicídios contendo indícios
de terem sido execuções praticadas por policiais naquele período."
(São Paulo sob achaque: corrupção, crime organizado e violência institucional em maio de 2006.
Human Rights Program at Harward University e Justiça Global)
O relato acima sobre os “crimes de maio de 2006 em São Paulo" é exemplo de:
a) criminalização primária.
Certo.
Errado.
9. (DPE/AM – Defensor Público – FCC – 2018) Trata-se da assunção das atitudes, dos modelos de
comportamento, dos valores característicos da subcultura carcerária. Estes aspectos da
subcultura carcerária, cuja interiorização é inversamente proporcional às chances de reinserção
na sociedade livre, têm sido examinados sob o aspecto das relações sociais e de poder, das
normas, dos valores, das atitudes que presidem estas relações, como também sob o ponto de
vista das relações entre os detidos e o staff da instituição penal.
(BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro:
Revan, 2002, p. 184-185)
a) criminalização da pobreza.
b) prisionização.
d) criminologia crítica.
e) encarceramento em massa.
10. (DPE/AP – Defensor Público – FCC – 2018) O desenvolvimento teórico do Garantismo é atribuído
especialmente a Luigi Ferrajoli. A partir de suas ideias,
a) o sistema penal oficial deve, ao fim e ao cabo, ser substituído por formas alternativas de resolução de
conflitos.
b) mais que evitar a prática de crimes, a pena se legitima por coibir reações informais violentas.
c) embora tenha origem e matiz iluminista, atualmente encontra-se em direção oposta, como se pode
extrair de seu decálogo teórico axiomático.
d) possui aplicação direta em qualquer sistema penal e encontra respaldo na Constituição Brasileira por via
interpretativa, por se tratar de um sistema democrático que tem como pressuposto a prevenção geral e
especial negativa.
e) foi adotado pelas linhas abolicionistas como uma possível solução à crise do sistema penal.
Trata-se das funções não declaradas da pena, que ampliam a ameaça punitiva para satisfazer a
demanda social de castigo. A norma penal não se dirige estritamente à sua aplicação, senão que
segue encaminhada aos possíveis eleitores e a opinião pública em geral, para demonstrar que os
governantes fazem algo contra o delito, procurando tranquilizar a sociedade mediante a ideia de
uma eficaz atuação preventiva do Estado.
b) esquerda punitivista.
12. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC – 2019) O garantismo penal de Ferrajoli é contrário à
proposta de eliminação do Direito Penal, que é denominada como abolicionismo. O motivo
dessa posição é a consideração de que a aplicação do Direito Penal pelo Estado pode ser um
instrumento para a garantia do respeito aos direitos do acusado.
Certo.
Errado.
13. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC – 2013) Em sede de Política Criminal, o Direito Penal
de segunda velocidade, identificado, por exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes
Hediondos e do Crime Organizado, compreende a utilização da pena privativa de liberdade e a
permissão de uma flexibilização de garantias materiais e processuais.
Certo.
Errado.
GABARITO
1. E 8. Certo
2. C 9. B
3. B 10. B
4. B 11. D
5. C 12. Certo
6. D 13. Errado
7. B
RESUMO ESTRATÉGICO
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- Criminoso de ocasião;
- Criminoso por paixão.
Classifica os criminosos em:
- Criminoso nato;
- Criminoso louco;
Enrico Ferri
- Criminoso ocasional;
- Criminoso habitual;
- Criminoso passional.
Classifica os criminosos em:
Rafaele - Criminoso assassino;
Garófalo - Criminoso energético ou violento;
- Criminoso ladrão ou neurastênico.
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