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Temas de Redação

A falta de água: Pode ser um possível tema já que este problema faz parte há mais de um ano da vida dos moradores do sudeste e persiste há mais
de um século no cotidiano de nordestinos. A prova pode solicitar que o assunto seja discutido sobre esse viés, questionando as políticas de públicas
de combate à seca e o comportamento da população para evitar a falta d’água.
A falta de recursos hídricos: É a crise do setor energético que está impactando no aumento da conta de energia e, por consequência, no setor
comercial, industrial e na própria residência das pessoas. A prova pode pedir para o estudante relacionar a falta de recursos, as questões políticas
nessa crise e a solução para a geração de energia, principalmente, uma energia que impacte menos no meio ambiente.
As manifestações políticas: Que estão acontecendo nas ruas, mas que participaram das redes sociais, como essas ferramentas de comunicação e
interação “virtual” estão despertando o interesse político e levando às pessoas as ruas. É interessante falar sobre a potencialidade da ferramenta na
comunicação das pessoas, no debate de assuntos e de levar a informação ao público. Também é possível falar sobre a confiabilidade do que passa
pelas redes sociais, pois nem sempre as informações são corretas.
A mobilidade urbana: É um problema que afeta vários países no mundo, praticamente todas as cidades grandes, principalmente, do Brasil sofrem
com o excesso de carros particulares, poucas linhas de transporte público e falta de incentivo de transportes alternativos, como as bicicletas. A prova
pode pedir ao estudante indicar alternativas para melhorar a mobilidade urbana e falar sobre o conflito entre os diferentes públicos que utilizam as vias
de trânsito, como o pedestre, o ciclista, o motociclista e o motorista de carro.
Preconceito racial: Que alguns atletas ainda sofrem no meio esportivo, principalmente, em relação às torcidas que, em momentos de fúria, xingam
jogadores com palavras preconceituosas, além de qualquer outra forma de preconceito racial, também pode ser um tema da redação do ENEM 2016.
O conceito da família: Deste século, com o objetivo de debater sobre a adoção de crianças por casais homossexuais e sobre a nova norma na
guarda compartilhada de crianças, quando os pais se divorciam.
Dengue, Zica e Chikungunya: O tema pode pedir para falar dos novos casos das doenças, das campanhas de combate e sobre a conscientização da
população. Os crescentes casos de microcefalia, que ainda não tem sua ligação comprovada com a transmissão do mosquito aedes aegypti.
As campanhas de vacinação
Principalmente contra o Sarampo e o HPV, para meninas de até 13 anos de idade. Um assunto batido, mas que o estudante deve estar sempre
preparado é sobre os problemas no Sistema Único de Saúde (SUS) como falta de médicos, atrasos, grandes filas de espera e falta de equipamentos,
além do Programa Mais Médicos.
O limite da estética e da saúde: Também é um bom assunto. Até onde o ser humano pode ir para atingir a sua exigência em relação à beleza. O
busca pelo corpo perfeito, com dietas, cirurgias plásticas e produtos, tem limite?
A sustentabilidade de empresas e o aquecimento global: São assuntos comuns nessa área. Mas, no Brasil, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos é um tema que agora está sendo muito debatido nos municípios do país. Então é importante saber sobre o que é essa política, o dever dos
governos municipais e como a população pode cobrar a coleta seletiva.
Intolerância religiosa: O ataque à revista Charlie Habdo pode exemplificar o tema. Mas muito mais do que um caso isolado, a intolerância religiosa é
grande tanto no Brasil como em outros países. Ao debater esse tema, precisamos lembrar da laicidade do Estado e do respeito aos diferentes tipos de
crenças e rituais religiosos, podendo destacar, no caso do Brasil, o grande preconceito existente com religiões de origem africana.
Justiça com as próprias mãos: Tema bastante polêmico em 2014 e que pode ser discutido com mais imparcialidade esse ano. O combate à
violência através da justiça com as próprias mãos é válido? Definições de justiça, casos de linchamentos, rebeldia com a ordem e segurança públicas
são alguns pontos que abordam essa temática.
Corrupção na Petrobras: O tema mais recorrente na mídia nos últimos meses é perfeitamente possível cair na redação do ENEM. Desde as primeira
etapas da Operação Lava-Jato a mais de dois anos, está praticamente todos os dias nos noticiários. É um assunto muito polêmico pois envolve nomes
da política e de grandes empresas e gerou o estopim nas manifestações contra e a favor do atual governo brasileiro.
Desigualdade étnica e de gênero: O Brasil é um dos países com maior desigualdade do mundo e entre muitos tipos de desigualdade, a étnica e a de
gênero costumam ser as mais discutidas, assim como os preconceitos gerados por essa situação, respectivamente, racismo e machismo. Os direitos
conquistados, as lutas e reivindicações e as políticas públicas são alguns pontos que merecem ser estudados para entender a causa e argumentar
com clareza.
Liberdade de expressão e mídia: Tema bastante atual, a liberdade de imprensa tem sido muito discutida, principalmente após o ataque à revista
francesa Charlie Hebdo em 2015. Pode-se refletir sobre os limites entre liberdade de expressão e respeito às diferenças ou respeito à verdade.
Limites entre estética e saúde: Academia, dietas, cirurgias plásticas, anabolizantes etc. É grande a busca pelo corpo perfeito caracterizado por um
padrão de beleza. Mas até que ponto a estética coincide com hábitos saudáveis? Conhecem-se muitas doenças causadas por insatisfação corporal
como anorexia, bulimia, depressão, compulsão alimentar e obesidade, além de consequências no convívio social como discriminação e baixa
autoestima.
Escândalo e corrupção na FIFA: Recentemente foi divulgada a prisão de diversas pessoas ligadas a FIFA e a esquemas de corrupção, na copa que
foi realizada no Brasil e nas duas próximas. É bom ficar atento(a) a isso!
Consumo de álcool e droga por adolescentes: Por lei, o consumo de álcool é proibido por adolescentes. Entretanto, é crescente o uso não só de
bebidas alcoólicas mas também de drogas lícitas e/ou ilícitas entre os jovens, como cigarro, maconha, cocaína, LSD etc. As razões e consequências
desse ato podem servir como base para a discussão do tema.
Intolerância religiosa: Novamente, o ataque à revista Charlie Habdo pode exemplificar o tema. Mas muito mais do que um caso isolado, a
intolerância religiosa é grande tanto no Brasil como em outros países. Ao debater esse tema, precisamos lembrar da laicidade do Estado e do respeito
aos diferentes tipos de crenças e rituais religiosos, podendo destacar, no caso do Brasil, o grande preconceito existente com religiões de origem
africana.
Limites entre humor e bullying: Os limites do humor é algo que tem chamado bastante atenção atualmente por causa de diversos processos a
comediantes do Brasil como Rafinha Bastos, Danilo Gentili etc, e o constante uso de discriminação das minorias para fazer piada. A responsabilidade
social do comediante foi discutida no excelente documentário de Pedro Arantes, “O riso dos outros”, encontrado no Youtube.

1. O conceito de família no século XXI: Há, no Congresso Nacional, um projeto de lei que criou o Estatuto da Família. No texto, a família passa a ser
definida como a união entre homem e mulher, excluindo a possibilidade de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Além disso, o STF discute em
2019 duas ações que pedem a criminalização da homofobia. A população LGBT foi alvo de discursos de ódio durante as últimas eleições sobre um
suposto kit gay estiveram entre as mais compartilhadas em redes sociais e no WhatsApp. Sobre esse tema, analise a injustiça que pode ser feita com
pessoas que se amam e o reforço ao preconceito de grupos já segregados. Também é pertinente falar sobre a desinformação que existe sobre o tema
e que isso contribuiu para a intolerância.

2. Direitos coletivos: O Brasil e a América do Sul como um todo vivem uma onda de conservadorismo no momento atual. Isso se reflete nas ações e
políticas implementadas por governos mais conservadores. Nesse cenário, pode ocorrer retrocesso em alguns direitos. Além do casamento, pode-se
pensar em liberdade de expressão, liberdade religiosa (que inclui o direito de não ter religião) e direito à informação. Para a argumentação, você pode
contrapor as ideias de individualidade e coletividade: quem tem direito a que, em dado contexto, e que coletivos podem interferir em crenças
individuais. Lembre-se de que o objetivo é dar sua opinião, não xingar esse ou aquele grupo.

3. Atos em nome da religião


Até pouco tempo, o foco das notícias sobre intolerância religiosa era em grupos religiosos extremistas, em especial os islâmicos. Atualmente, o
debate sobre o Estado laico e a imposição de posições tidas como religiosas sobre membros de fora das congregações têm ganhado relevância.
Por um lado, quais são os riscos à liberdade religiosa, principalmente aos grupos pacíficos? E como combater essa intolerância? Por outro lado, é
interessante levantar a questão sobre o respeito a quem não tem religião, ou quem pratica suas crenças de maneira não vinculada a uma
denominação religiosa específica. Busque refletir sobre como a crença religiosa, uma crença que é individual, torna-se debate público.

4. Aprender pela internet: Já se deu conta da quantidade de vezes que você recorre à web para estudar e revisar temas que não ficaram claros? A
democratização de informação e o risco de recorrer a sites com informações nem sempre verdadeiras são pontos que devem ser considerados. Esses
dois aspectos ganharam bastante foco no último ano em função de propostas eleitorais de ampliar o ensino à distância para o Ensino Básico e também
pela proliferação de notícias falsas (fake news), especialmente no período eleitoral.

5. Mobilidade urbana: A cidade de São Paulo vive uma revolução na mobilidade urbana. Ações para melhorar o trânsito e a construção de centenas
de quilômetros de ciclovias nos últimos anos mostram uma mudança na forma como nos deslocaremos nas cidades. Além disso, a chegada de
serviços de transporte usando aplicativos de celular tem tido grande impacto na maneira como as pessoas pensam suas opções de transporte. Pense
nos problemas dos conglomerados urbanos e na importância de movimentos sociais na reivindicação e inserção de medidas, como a melhoria dos
metrôs e a implantação de ciclovias. Também vale pensar sobre a velha distinção entre transporte individual e coletivo, políticas de caronas e em como
a segurança pública tem relação com essas escolhas. Falamos sobre vários aspectos da mobilidade urbana neste texto.

6. Descriminalização das drogas: O assunto é quente. O STF está discutindo se a Lei Antidrogas é constitucional ou não. Para você ficar por dentro,
explicamos melhor o assunto aqui. Na argumentação, contraponha a forma como o tráfico alimenta a criminalidade com a importância (e os riscos) de
discutir a descriminalização de algumas substâncias.

7. Crise do sistema hídrico: Os frequentes racionamentos em São Paulo e o já antigo problema de falta d’água no Nordeste – mesmo o Brasil tendo
a maior reserva de água doce do mundo – são um prato cheio para a redação do Enem. Foque na importância de investir em infraestrutura para
distribuição da água e na tecnologia para reutilização e despoluição de rios e lagoas. Também vale pensar na relação da água com a matriz energética
brasileira e no projeto de lei 495/2017, que propõe privatizar a água.

8. Porte de armas: Tema polêmico, mas cheio de pontos de vista para a argumentação. No Brasil, a discussão sobre o desarmamento voltou à tona
com tudo neste ano. O presidente eleito manifestou-se publicamente a favor de revogar o Estatuto do Desarmamento, o que pode ocorrer ainda em
2019. Fale sobre os riscos de as armas caírem nas mãos de criminosos e a importância de combater o problema por meio de políticas de segurança
pública e educação.

9. A mulher na sociedade contemporânea: Apesar de ser um tema recorrente no Enem, a violência contra a mulher em casa e na rua, e a
discrepância de salário no mercado de trabalho são problemas que ainda não foram superados. A questão do aborto é uma das apostas mais fortes, já
que em 2019 o STF vai julgar a descriminalização do ato. O processo de empoderamento da mulher se iniciou na década de 60 e ainda há muito por
fazer. Sobre o assunto, pode-se abordar costumes antigos que ainda perduram na sociedade atual, a mulher no poder e em cargos de alto nível
(empreendedorismo e independência) e o preconceito por parte da parcela masculina.

10. A democracia brasileira: Em 2015, completou-se 30 anos do fim do Regime Militar. Nas eleições passadas, vários grupos e candidatos(as)
manifestaram-se de modo polêmico sobre o período – o próprio ministro da Educação entre eles(elas). Reflita sobre o que mudou nesses 24 anos
desde a redemocratização. Quais os caminhos que devemos tomar para reforçar a democracia brasileira? Quais os principais problemas? O tema é
um prato cheio, mas evite cair em argumentos polêmicos, como manifestar posicionamento político e replicar um discurso raivoso contra governo ou
oposição.

11. Justiça com as próprias mãos: O problema da segurança pública no Brasil foi um dos focos da última campanha eleitoral. No debate – e na
própria discussão do Estatuto do Desarmamento –, uma parcela grande de eleitores e pleiteantes a cargos públicos manifestou-se de modo mais
extremo sobre a criminalidade. Já em 2015 uma pesquisa mostrava que 50% da população brasileira acredita que “bandido bom é bandido morto”.
Esses fatos indicam, por um lado, um colapso do nosso sistema de segurança pública. Por outro, mostram uma descrença no restabelecimento da paz
por vias civilizadas. Além disso, pode-se abordar a insuficiência do sistema judiciário e penitenciário brasileiro, a falta de ressocialização nas prisões e
o despreparo da polícia.

12. Crise política no Brasil: Com a operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de diversos políticos por corrupção, o Brasil
vive um dos seus piores momentos políticos. A polarização das últimas eleições é um reflexo forte da crise política atual. Argumente sobre os alguns
impactos da crise, como a estagnação da economia, oscilação da inflação ou elevado índice de desemprego. Outro aspecto é a insegurança da
população com relação às instituições públicas, ou mesmo a própria polarização das eleições.

13. Crise migratória: Embora o Brasil tenha começado a receber haitianos em 2011, apenas em anos recentes a crise migratória tem sido mais
debatida em relação à nossa realidade. O alto número de venezuelanos que chegou aqui após a crise do país vizinho, somado à suspensão (em 2016)
da Venezuela do Mercosul e à polarização das eleições, faz do tema um forte candidato para a redação do Enem. Argumentos a favor da ajuda aos
estrangeiros levantam questões de direitos humanos e responsabilidade social. Opositores questionam o inchaço dos sistemas públicos e a necessária
atuação do Estado diante do aumento populacional. Vale falar também sobre xenofobia, preconceito e violência, bem como sobre respeito, igualdade
de oportunidades e até sobre a imagem de “receptivo” do povo brasileiro.

14. Apropriação cultural: Um tema polêmico, a apropriação cultural diz respeito ao uso de elementos próprios de uma cultura por um grupo cultural
distinto. É importante lembrar, por exemplo, que o turbante, na cultura africana, é um adereço religioso, e por isso deve ser respeitado. Também é
possível relacionar o tema também à popularização do funk junto a um público que até pouco tempo atrás classificava o gênero como “música da
favela”. A questão identitária de manifestações culturais como religião, música, moda, estilo de cabelo, entre outras, é o principal aspecto. Sobre isso, é
importante argumentar sobre racismo, etnocentrismo e capitalismo (a importância e o poder da mídia sobre o tema). Também vale falar sobre até que
ponto quem consome cultura reflete sobre essa cultura.

15. Liberdade de expressão: Tema velho que pode ganhar uma nova roupagem neste ano é a liberdade de expressão. Os limites entre discurso de
ódio e opinião, alguns argumentam, estão ainda mais borrados em tempos de redes sociais. A possibilidade de publicizar uma posição sobre um tema
e ser lido(a) por milhares de pessoas online traz um novo impacto ao tema.

1) Notícias falsas e o senso crítico: As notícias falsas, também chamadas em inglês de fake news, têm ganhado proeminência em tempos de redes
sociais. Provenientes de sites de humor, como O Bairrista e O Sensacionalista, ou de origem em páginas propositalmente mentirosas, essas notícias
se espalham rapidamente e, via de regra, poucos se preocupam em checar sua veracidade. O problema é que as pessoas formam opiniões baseadas
em informações incorretas, e acabam pautando certas ações em função desses dados inventados ou equivocados — daí alguns dizerem que “a
internet nos deixa mais burros“. O tema de redação pode explorar a questão do senso crítico, do exercício de ler e entender e conectar várias
informações para a formação da opinião. Pode também apostar em um debate entre a competência da transmissão de informações, ligando as fake
news à democratização da comunicação, já que hoje qualquer pessoa pode divulgar informações para um grande número de pessoas — há 30 anos,
eram essencialmente os meios de comunicação de massa que detinham esse poder. Outro ângulo, ainda, pode ser o da manipulação de massas em
momentos de grande agitação política e econômica, por exemplo. Imagine dizer para alguém que perdeu suas economias em 1992 quando Collor
bloqueou as poupanças e que o governo atual pretende fazer o mesmo: ainda que seja mentira, pode ter certeza que o pânico vai aparecer nos olhos
de quem ouvir.
2) Direitos trabalhistas em perigo?: Aqui as possibilidades de abordagem são muito vastas, justamente porque há muitos projetos no Congresso que
ganharam as páginas dos jornais no último ano e que buscam alterar um ou outro dos chamados direitos trabalhistas. Hoje, o termo é mais livremente
associado à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), de 1943, período do Estado Novo da Era Vargas. Férias remuneradas, 13° salário, FGTS, INSS,
aposentadoria, todos são termos que parecem rodear o assunto. Por isso, acreditamos que vale você ter bem firme na cabeça o conceito de cada uma
dessas coisas, para conseguir avançar nas ideias independente do que aparecer. Dá para adiantar que a reforma da previdência, ou seja, mudanças
na aposentadoria, tende a ser uma forte candidata. Fique atento à história do benefício, ao contexto em que ele foi criado, semelhanças e diferenças
com o momento atual, e especialmente as perspectivas dos especialistas de correntes politico-econômicas diferentes sobre o tema.

3) Velhos contemporâneos e clássicos: A discussão acerca da aposentadoria pode trazer à tona outro tema ainda pouco discutido em meios de
massa no Brasil, que é o cuidado com os mais velhos. Diferente da antiguidade clássica, em que os mais velhos eram os sábios, os anciãos,
respeitados pelo conhecimento acumulado nos anos a mais que tinham de vida, tendemos hoje a ver a terceira idade como aquela em que as pessoas
são “um fardo”, inúteis, incapazes. Outros estereótipos apresentam essa parcela da população como fonte de gastos, além de economicamente
inativa, como necessitada de constantes cuidados médicos, até mesmo como culpada pela superlotação do sistema público de saúde. Essas visões
colocam em choque uma série de ideias a respeito do que faz a humanidade da pessoa, quem merece cuidados, bens materiais, afetivos, direitos. De
acordo com dados do IBGE de 2016, 17% da população recebe aposentadoria. Por isso, o tema pode aparecer com força. É uma parcela de
brasileiros acaba marginalizada em uma sociedade que, ao mesmo tempo, louva o crescimento da expectativa de 52,3 anos em 1960 para 73,4 anos
em 2010. O que fazemos pelos nossos velhos? E o que a geração hoje adulta ensina para a mais nova sobre um futuro que tende a ter pessoas
vivendo cada vez mais anos? O que os mais novos esperam que seja feito deles quando passaram da marca dos 60? De novo, você deve ter algumas
cartas na manga para conseguir levar o tema para o lado que lhe for mais confortável, seja direitos humanos, aspecto econômico, educacional, de
saúde, etc.

4) Reforma do Ensino Médio: Mais uma vez, o aspecto histórico pode ser um viés para a argumentação. Vale lembrar que a escola começou restrita
aos membros da igreja e da nobreza, lá na Europa, e que só a partir do humanismo renascentista foi estendida ao total da população. No Brasil, as
universidades começaram para os filhos de nobres, e que apenas em 1946 a lei passou a obrigar o Estado a oferecer a educação (primária)
gratuitamente. O financiamento estudantil do governo para universitários tem pouco mais de 15 anos de vida. Outro caminho possível é pensar no que
a educação traz para a vida do aluno e para o desenvolvimento da nação, e de que maneiras alterar o conteúdo curricular pode impactar dos dois
lados. Aqui tratamos mais detalhadamente sobre o tema.

5) O mundo offline: OFFline?, você pode se perguntar ao ler o título. É claro que o mundo conectado, ONline, é um tema possível (e bem possível!),
mas o Enem e os vestibulares têm mostrado uma tendência de abordar o outro lado de certas questões, problematizando tópicos em que haja uma
certa visão comum. Muito se fala sobre o que a conectividade trouxe de mudanças nas últimas décadas, mas ainda há muito menos debate acerca
daqueles que não têm acesso à internet. Dependendo da sua condição de vida, talvez a ideia de chegar em casa e não ter WiFi seja meio estranha,
mas no Brasil apenas 26,7 milhões de pessoas se conecta via rede doméstica, segundo dados de janeiro de 2017 da Anatel. Uma pesquisa de 2017
encomendada pelo Facebook indica, porém, que 70,5 milhões de brasileiros sequer têm qualquer acesso à internet. Isso mesmo: nem WiFi, nem
3G/4G. Na África, os dados são ainda mais gritantes: 75% da população local não se conecta à nossa querida rede mundial de computadores. Um
tema de redação pode enveredar pelo lado econômico, juntando mundo offline com a situação de pobreza ou de abismos sociais nesses países. Outro
caminho possível é o do desenvolvimento tecnológico, uma vez que quanto menos se sabe o que os outros estão fazendo, mais difícil fica conseguir
evoluir sozinho. A educação também entra nessa dança — você mesmo, agora, está estudando com a internet. Busque pensar em causas e
consequências desse mundo offline, e fique ligados nos números que aparecem na mídia sobre o tema.

6) Presídios e direitos humanos: Se você é da opinião de que bandido bom é bandido morto, pare um segundo e respire antes de continuar a ler. Em
2016, o Enem trouxe a intolerância religiosa como tema; em 2015, a violência contra a mulher. Não é preciso que se diga, então, que temas polêmicos
estão em alta, especialmente temas que têm os direitos humanos como pano de fundo. Intolerância, violência, preconceito, extremismo costumam
andar muito próximos. E vale lembrar que o edital da prova alerta que apologia a violência, por exemplo, é eliminatória. Ou seja, você poderia
argumentar em favor da pena de morte — onde “pena” pressupõe julgamento e condenação –, mas não dizer algo como “tem que fuzilar todo mundo”.
Fascistas fuzilavam, governos ditatoriais fuzilam. Você é um/a aspirante a universitário/a, com o direito constitucional de livre expressão, mas que deve
indicar também respeito às diversidades que vai encontrar no ambiente das universidades. Por isso o tema dos presídios pode ser bem escorregadio
nesse aspecto dos direitos humanos (DH). O truque aqui é lembrar que DH significa que há um dignidade mínima a que todo ser humano tem direito,
seja ele bandido, prisioneiro, inimigo, aliado, mulher, criança. A tortura, por exemplo, é proibida, assim como a escravidão. Então fique ligado para não
armar uma armadilha para si mesmo. Outra abordagem do tema pode ser econômica, uma vez que presídios públicos geram custos ao Estado, mas
presídios terceirizados também. A questão é saber qual custo compensa mais, em que aspecto, por que motivo. É aí que você vai defender a sua
opinião. Por último, é claro, o tema pode aparecer sob a ótica da segurança pública, em que causas e consequências da superlotação permitem que
você direcione o texto para o caminho em que tiver mais o que dizer: falta de acesso a educação/bens de consumo/infraestrutura básica, reincidência
devido à falta de oportunidades quando a pena acaba, lentidão do sistema judicial, fugas, baixa valorização dos funcionários do sistema carcerário, a
lista é enorme. O recomendado é que você tenha alguma leitura sobre o tema e possa jogar o texto, dentro do tema, para usar as informações que
você tem disponíveis.

7) Piada x humilhação: Outro tema que tem muitos caminhos para seguir, e que pode aparecer a partir de muitas notícias, até mais velhas. Piada de
loira, de português, de japonês, de mulher… só porque alguém diz que é “piada” não significa que seja livre. Hoje, já se vê e ouve muito menos piadas
de negros, porque as pessoas (e as audiências) já conseguem identificar que a “graça” delas está em diminuir, em humilhar uma pessoa/personagem
por ser negra. Ou seja, não é uma piada, é um ato de racismo, e racismo é crime. Em 2016, muitos comediantes pisaram na bola com “piadas” que
tinham como mote o seio exposto de mulheres amamentando. Mas que “graça” há em um ato não só natural como recomendado por qualquer
médico? O humor tem buscado novos caminhos, mas ainda se baseia majoritariamente em rir de alguma característica de um ser, pendendo para a
humilhação. Daí a relevância que um tema como a graça poderia ter para a redação, levando o estudante a refletir sobre estereótipos, diversidades,
bullying, formação de opinião, autocrítica. A ascensão, nos últimos anos, de programas de comédias, especialmente em sites de vídeos como o
YouTube, em que qualquer pode fazer graça virtualmente de qualquer um e de qualquer fato, tem levantado também o debate sobre o que se pode ou
não fazer em termos de humor. Aliás, vale notar que muitos canais buscam a graça, inclusive, no preconceito contido em piadas mais “tradicionais”.
Ainda no ambiente virtual, você pode debater o uso do humor em ações de marketing em redes sociais, que têm usado uma linguagem descontraída e
muitas vezes feito humor em posts que acabam “saindo pela culatra” e gerando repercussão negativa devido à humilhação (talvez inadvertida) de uma
parcela de pessoas.

8) Visões econômicas: O mais amplo de todos os citados aqui, esse tema acaba, também, permeando a maioria dos tópicos anteriores. Em um
contexto de crise econômica, e no ano em que a Revolução Russa completa 100 anos — aliás, a primeira greve geral no Brasil também –, os embates
entre diferentes ideologias político-econômicas é um fortíssimo candidato a tema. É difícil escolher um único aspecto para estudar a fundo, dado o
espectro de possibilidades, por isso a dica é começar tendo na ponta da língua quem são os famosos comunismo, socialismo e capitalismo. Ter nomes
de autores como Marx, Engels, Adam Smith, Hobbes na cabeça também ajuda para indicar ao avaliador que seu texto não é só um post de rede social
baseado em “eu acho que”. Note que o que se chama de direita e esquerda na política tem forte associação com essa visão sobre a participação
política e financeira do Estado na vida das pessoas. Tente lembrar como essas visões eram atacadas por ambos os lados na campanha eleitoral, e
como ainda o são em declarações de políticos de ambos os lados do espectro ideológico. Um macete: sempre que você pensar “quem paga a conta”
ou “quem decide isso”, uma dessas ideologias vai estar lá no fundo. “O SUS é uma porcaria” significa que a saúde é ruim, mas também indica que o
Estado paga pelo auxílio médico àqueles que não tem dinheiro para pagar por si mesmos. “Os impostos são muito altos” significa que se dá muito
dinheiro ao governo, mas também deixa implícito que a função que esse dinheiro deveria ter não é satisfatória. Como você já deve saber, nenhuma
visão é necessariamente certa ou errada, por isso seja qual for o seu alinhamento ele é perfeitamente válido. Note, por outro lado, que seu
posicionamento precisa ser coerente, por isso a importância de saber o que cada teoria diz. Não vale, por exemplo, defender a privatização, mas
reclamar que o serviço está caro, já que o capital privado visa o lucro (ainda que haja regulamentação estatal). Também não vale dizer que um serviço
deveria ser público, mas reclamar que o imposto cresceu, já que o dinheiro “público” vem em grande parte da receita de impostos.

Onda conservadora no cenário político brasileiro: As últimas eleições presidenciais deram um novo tom ao cenário político brasileiro, o do
conservadorismo, que defende a manutenção de instituições tradicionais.

Liberação de agrotóxicos: Sabemos que o agronegócio movimenta a economia brasileira, mas algumas de suas práticas ao longo do tempo foram
bastante prejudiciais ao meio ambiente e à saúde da população, como o uso de alguns agrotóxicos. A aplicação de parte desses aditivos estava
proibida, mas foi liberada recentemente.
Violência contra a mulher, racismo, homofobia: Esses temas são recorrentes e estão sempre em pauta nas principais mídias. Apesar de
campanhas de conscientização e de leis para a garantia de direitos cidadãos, os números de ocorrências de crimes de racismo, homofobia e contra
mulheres não diminuem no país.
Direitos coletivos: A extinção do Ministério do Trabalho (MTE) impactará diretamente a relação patrão -empregado e a CLT. Lembre-se que o MTE
era o responsável pela emissão de carteiras de trabalho e pela agência de empregos SINE. Outro tema que se encaixa aqui é a Reforma da
Previdência, que tem causado bastante burburinho devido à diminuição dos valores da aposentadoria e o aumento do tempo de contribuição.

Brasil pode sair do Acordo de Paris: Enquanto vários países se unem para alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 e
do Acordo de Paris, nosso governo cogita retirar o Brasil deste acordo, cujo objetivo é conter o aumento do aquecimento global.

Terapia com eletrochoque: Há algumas semanas, o Ministério da Saúde publicou um documento no qual dá aval ao tratamento com eletrochoque,
liberando a compra dos aparelhos pelo SUS. Na mesma nota, há outro tema polêmico: a internação de crianças em clínicas psiquiátricas.
Estatuto do desarmamento: A indústria bélica movimenta muito dinheiro, daí o interesse por parte de empresários do setor na aprovação da medida.
Trata-se de uma ruptura nos encaminhamentos político-sociais, pois saímos de um governo desarmamentista e entramos em um que defende a posse
de armas.

Desastres ambientais: O rompimento da barragem em Brumadinho/MG causou centenas de mortes e muitos danos ambientais. Os impactos no meio
ambiente são devastadores.

Discurso de ódio na internet: O acesso à internet possibilita a inclusão social e a troca de experiências entre pessoas de diferentes lugares, mas é o
discurso de ódio que tem chamado a atenção com a popularização das redes sociais. Para Megy Abrão, os posicionamentos extremos na rede podem
ser abordados com o tema “Os efeitos da cultura de ódio na internet”, promovendo a reflexão sobre os motivos que levam os usuários a serem
agressivos e se juntarem em grupos para propagar preconceitos e atacarem indivíduos ou ideias com os quais não concordam. Já Daniela Loro aposta
em “Letramento Digital” como possibilidade de abordar o discurso de ódio. “É óbvia a dificuldade em lidar com a ferramenta (internet) e com a
pluralidade de ideias”, destaca a professora, questão que ela considera como um paradoxo da chamada “Era da Informação”.
Volta de doenças erradicadas ou Movimento Antivacina: Doenças consideradas erradicadas após a massificação das vacinas estão voltando a
aparecer, como é o caso do Sarampo no Brasil. O principal motivo para o ressurgimento das doenças é o crescimento do movimento conhecido como
antivacina, pessoas que são contra a imunização e colocam em risco a saúde pública. “Esse tema se relaciona com responsabilidade social e, sem
dúvidas, traz implicações graves ao país”, ressalta Daniela.

Alfabetização: Gabriela de Araújo chama a atenção para as 11,5 milhões de pessoas acima de 15 anos analfabetas, uma taxa de 7% de
analfabetismo segundo dados do IBGE. Os participantes podem falar sobre o direito à educação, fazendo um comparativo com os dados escolares dos
brasileiros e propondo soluções para minimizar tal desigualdade.

Evasão Escolar: Como o Brasil apresenta a terceira maior evasão escolar do mundo - dados Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) – o tema é importante para ser abordado no Enem 2019. É possível se sair bem fazendo uma análise do perfil das pessoas que mais
abandonam os estudos e seus motivos, trazendo uma solução para esta parcela da população.

Educação Domiciliar: Projeto de Lei do atual Governo (que pode mostrar um posicionamento da nova temática do Enem), a Educação Domiciliar
pode ser abordada levando em consideração a qualidade da educação brasileira e de que maneira o estudo em casa pode ser positivo.

Violência nas Escolas: Daniela Loro destaca os acontecimentos recorrentes de violência nas escolas e a necessidade de reflexão sobre o tema. “Um
espaço para o desenvolvimento do saber e formação cidadã, ao se transformar em um território agressivo, significa também declínio das instituições
familiares, políticas e sociais”, ressalta.

A violência no Brasil e a redução da maioridade penal: O atual governo aposta na redução da maioridade penal como diminuição do envolvimento
de jovens nos crimes, mas há uma discussão se essa é a melhor saída ou se haverá um aumento no número de prisões e crescimento do já
sobrecarregado sistema prisional brasileiro. Os estudantes precisam usar as estatísticas atuais para se posicionarem sobre a temática. Uma forma de
abordar o tema é a analisar os motivos que levam os jovens ao crime. Megy ressalta que de aproximadamente 60 mil pessoas assassinadas em 2017,
a maior parte é composta por jovens, geralmente negros e que moram nas periferias de grandes cidades.

Migrações e a questão dos refugiados: O Brasil é um país que recebe imigrantes e refugiados diariamente, em especial os venezuelanos que
buscam refúgio em terras brasileiras, sendo a porta de entrada o estado de Roraima. Megy aposta na possibilidade de se abordar os ataques aos
estrangeiros que se encontram nessa condição e como combater a xenofobia.

Combate à depressão na sociedade brasileira: O número de suicídios no Brasil chama atenção para os efeitos da depressão na vida das pessoas,
doença que, por vezes, é neglicenciada. Uma redação do Enem com tal tema pode trabalhar as políticas públicas para prevenção de suicídios,
assistência para quem tem depressão ou outras doenças psiquiátricas e estimular a busca pelos cuidados com a saúde mental.

Exploração Sexual Infantil: A exploração sexual infantil é algo presente na sociedade brasileira e com muitos dados para que o estudante possa se
basear para seu texto. “É um tabu e perpetua algumas mazelas sociais, como a perpetuação do círculo de pobreza, a cultura da violência, o
machismo, o abuso de poder”, relata Daniela.

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