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UNIFAP | Macapá – AMAPÁ

Departamento de Letras e Ares

20 a 22 de setembro 2023

ISBN: 978-65-00-97573-4
Rosivaldo Gomes
Suzana do Espírito Santo
(Organizadores)

Macapá – AP
Março de 2024
Macapá – AP
Março de 2024
REALIZAÇÃO

APOIO

Centro Acadêmico de Letras - Unifap


Copyright © 2024, organizadores

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

Reitor Júlio César Sá de Oliveira


Vice-reitora Ana Cristina de Paula Maués Soares
Pró-reitor de Administração Seloniel Barroso dos Reis
Pró-reitor de Gestão de Pessoas Isan da Costa Oliveira Júnior
Pró-reitor de Ensino de Graduação Christiano Ricardo dos Santos
Pró-reitor de Planejamento Erick Frank Nogueira da Paixão
Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação Carlos Eduardo Costa de Campos
Pró-reitor de Extensão e Ações Comunitárias Robert Zamora

Departamento de Letras e Artes

Prof. Dr. Marcos Paulo Torres Pereira


Diretor

Coordenadora do Curso de Letras Português e Inglês (CCLING)

Profa. Dra. Rosileni de Morais Pelaes

Coordenador do Curso de Letras Português e Francês (CCLFRAN)

Prof. Dr. Antonio Almir Silva Gomes

Projeto gráfico, preparação, editoração e diagramação:


Prof. Dr. Rosivaldo Gomes e Profa. Dra. Suzana do Espírito Santo
Revisão Gramatical: Autores e autoras dos textos
Revisão de Normas Técnicas: Autoras e autores dos textos
Ilustração e Diagramação da capa: Prof. Dr. Rosivaldo Gomes

É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem permissão dos Organizadores.
É permitida a reprodução parcial dos textos desta obra desde que seja citada a fonte.
As opiniões, ideias e textos emitidos nesta obra são de inteira e exclusiva responsabilidade dos autores
dos respectivos textos.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 8
PROGRAMAÇÃO ................................................................................................................................ 9
CONFERÊNCIA DE ABERTURA .......................................................................................................... 12
MINICURSOS .................................................................................................................................... 12
OFICINA ............................................................................................................................................ 13
MESAS-REDONDAS .......................................................................................................................... 13
SESSÕES DE COMUNICAÇÃO ORAL ................................................................................................. 15

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COMISSÃO ORGANIZADORA

COORDENAÇÃO GERAL
Prof. Dr. Rosivaldo Gomes (UNIFAP)
Profa. Dra. Suzana do Espírito Santo (UNIFAP)
Jakeliny Lobato da Silva (UNIFAP)

COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Rosivaldo Gomes
Profa. Dra. Suzana do Espírito Santo
Profa. Ma. Heloane Baia Nogueira – Letras EAD-UNIFAP)
Profa. Dra. Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)
Profa. Ma. Natalia Almeida (Letras Libras – UNIFAP)
Profa. Dra. Maria Celestes Ribeiro (UNIFAP)
Profa. Esp. Marilene Almeida (PPGLET/UNIFAP)
Profa. Esp. Cilene Monteiro (PPGLET/UNIFAP)
Prof. Me. Edielson Monteiro da Silva (IFPA)
Profa. Me. Lindomar Lacerda (PPGEL/UFMS)
Prof. Dr. Romário Duarte Sanches (UNIFAP/UEAP)

Comissão de divulgação, credenciamento e monitoria

Aline Antunes França


Amália Luane de Oliveira Conceição
Bárbara Socorro Pires Barreto
Eliza Santana Marciel
Emylly Machado de Castro
Gisely Emily Lopes Nahum
Henan Nery - Monitor.
Isabela de Souza Leão
Jonh Carlos da Silva Moraes Junior
Julian Sá de Freitas
Kamile Pantoja de Farias
Letícia Lobo Melo
Lorem Carla Pontes Pereira
Maria Eduarda da Silva Santana
Mariana Santos de Oliveira
Thamillys Moraes

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APRESENTAÇÃO

Saberes, aprendizagens, trabalho docente e letramentos na Amazônia

O II Fórum Regional de Estudos e Pesquisas em Linguística Aplicada (II FEPLA) é


um evento promovido pelo grupo de pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Linguística Aplicada (NEPLA) da Universidade Federal do Amapá em parceria com o
Programa de Pós-graduação em Letras (PPGLET) e o Curso de Letras Português-Francês.
A partir da temática: Saberes, aprendizagens, trabalho docente e letramentos na
Amazônia o evento, que já está em sua segunda edição, objetiva apresentar reflexões,
discussões e pesquisas a respeito de questões relacionadas ao ensino, à aprendizagem e à
formação de professores tanto de língua materna quanto de língua estrangeiras, bem
como apresentar à comunidade acadêmica resultados de pesquisas desenvolvidas por
alunos/as, professores/as e pesquisadores/as que tratam sobre práticas de sala de aula,
formação de professores e trabalho docente no contexto da Amazônia Amapaense.
Em sua segunda edição, o II FEPLA acontecerá nos dias 20, 21 e 22 de setembro de
2023, de forma presencial no Departamento de Letras e Artes da UNIFAP e caracteriza-se
como um evento que visa integrar discussões a respeito de trabalhos desenvolvidos na
área de Linguística Aplicada em diálogo com outras áreas do campo das Ciências Humanas
Sociais. Na programação contaremos com conferências, palestras, mesas-redondas,
sessões de comunicação, oficinas e minicursos.

Comissão organizadora - II FEPLA

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PROGRAMAÇÃO

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RESUMOS DE CONFERÊNCIAS, MINICURSOS E MESAS-REDONDAS

CONFERÊNCIA DE ABERTURA

NOVAS PERSPECTIVAS PARA O PROFESSOR EM FORMAÇÃO SEGUNDO A BNC


FORMAÇÃO
Profa. Ma. Michelle Araújo de Oliveira (Ueap/Unesp)

Resumo: Com a homologação e posterior execução das orientações da Base Nacional


Comum Curricular (BNCC), surgiram discussões acerca da formação inicial de professores
e como esta formação contemplaria as demandas educacionais geradas pela base. Diante
disso, surge a Base Nacional Comum para a formação inicial de professores (BNC –
formação), uma resolução que define as diretrizes curriculares para uma formação que
contemple os currículos estaduais e municipais gerados a partir da BNCC. Assim, esta
conferência ter por objetivos apontar o que se espera das novas gerações de professores
que terão sua formação constituída a partir da construção das matrizes curriculares, será
feita uma breve abordagem sobre a nova geração de professores de língua portuguesa que
deverá vir por meio dessas novas perspectivas.
Palavras-Chave: BNC-formação; formação de professores, professor de língua
portuguesa, BNCC.

MINICURSOS

DESCOMPLICANDO SEU ARTIGO ACADÊMICO: ESTRATÉGIAS PARA ELABORAÇÃO


DO TEXTO ACADÊMICO
Profa. Dra. Suzana do Espírito Santo (UNIFAP)

Resumo: O minicurso objetivo promover o aprendizado do texto acadêmico e orientar


para elaboração do artigo acadêmico. A metodologia apresenta orientações teóricas a
partir da teoria dos movimentos retóricos de Motta-Roth (2010) e Swales (1990). Prática
de exercícios estratégicos para a construção de um artigo acadêmico. Tópicos abordados:
A teoria dos movimentos retóricos; Estrutura do artigo acadêmico; Exercícios de escrita
acadêmica; Estratégias para produção de artigo acadêmico.

ANÁLISE DO DISCURSO CRÍTICA: DISPOSITIVOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS PARA


PESQUISA DE DISCURSOS EM REDES SOCIAIS
Prof. Dr. Rosivaldo Gomes (NEPLA/UNIFAP)
Joyce Vitória Martins Cruz (NEPLA/UNIFAP)

Resumo: As práticas discursivas configuram como ações que utilizamos para agirmos nas
práticas sociais em certas situações de interação. Nessa perspectiva, conceber língua
como discurso significa perceber as estruturas de poder que permeiam a língua; significa
ainda conceber o conhecimento como determinado social e lingusticamente; significa
entender língua(gem) e cultura como indissociável e situadas em práticas sociais. Nesse
sentido, neste minicurso pretendemos revisitar alguns dos modelos de Análise Crítica do
Discurso e conceitos centrais desses modelos (GOMES; CRUZ, 2021) a partir das
proposições feitas por Fairclough (1997; 1995, 2001, 2003, 1989) e relacioná-los com a
pesquisa de etnografia virtual ou netnografia (Hine; Kozinets, 2010, 2014) em redes
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sociais, mais especificamente o facebook. Intentamos ainda apresentar algumas análises
de práticas discursivas que se constituem nessa rede social.
Palavras-chave: Análise crítica do discurso; pesquisa netnográfica; redes sociais;
práticas discursivas.

OFICINA

PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA FRANCESA NA PERSPECTIVA INTERCULTURAL


Prof. Esp. Ana Arlene Ferreira Nobre - (GEA/PPGLET/UNIFAP)
Prof. Esp. Lara Maisa Silveira Sousa - (GEA/CELAEL/UNIFAP)

Resumo: A oficina intitulada "Práticas de ensino de língua francesa na perspectiva


intercultural” tem o objetivo de refletir, discutir e compartilhar práticas que favoreçam o
ensino da língua francesa sob uma perspectiva intercultural, por meio de metodologia
dialógica e ativa, que estimule a participação integral dos participantes. O ensino de
línguas estrangeiras, especialmente a língua francesa, é um espaço propício de discussão
e reflexão crítica de culturas e falares outros, que considera, sobretudo, a diversidade e a
multiplicidade de epistemologias, culturas e povos francófonos ao redor do mundo.
Assim, é importante que as aulas de língua francesa transcendam a aquisição de
conhecimentos linguísticos, e promovam espaços de desconstrução das relações
desiguais de poder e hierarquização sociocultural, de modo que os alunos possam ser
capazes de valorizar e respeitar as diferenças e o autoconhecimento, relacionando a
aprendizagem da língua com a sua própria experiência/vivência, como um exercício de
alteridade. Para tal, propõe-se a elaboração de uma unidade de ensino de língua francesa
a partir da perspectiva intercultural. O aporte teórico sustenta-se fundamentalmente nos
princípios e na abordagem intercultural na educação com foco no ensino de língua
estrangeira de autores como: Abdallah-Pretceille, M. (2013); Scheyerl, D. (2014);
Pélissier, S. (2012); Porcher, L. (1977); Meunier, O. (2007); Candau, V. (2008); Walsh, C.
(2001).
Palavras-chave: práticas de ensino; Língua Francesa; interculturalidade.

MESAS-REDONDAS

O TRABALHO COM A PRODUÇÃO TEXTUAL NAS PRÁTICAS DO LETRAMENTO


ESCOLAR: EXPERIÊNCIAS E POSSIBILIDADES
Profa. Esp. Elzeny Monteiro Baía Cardoso (GEA/PPGLET/UNIFAP)
Prof. Esp. Elienai Moraes Barbosa (IFAP/Campus Santana - PPGLET-UNIFAP
Mediação: Prof. Esp. Ana Arlene Ferreira Nobre (GEA/PPGLET/UNIFAP)

Resumo: Há bastante tempo, é sabida a carência de habilidades do(a) aluno(a)


brasileiro(a) voltadas para a leitura e a produção de texto. Ela manifesta-se mesmo
quando se trata de compreender e interpretar um texto de pouca complexidade; ou de
produzi-lo, cumprindo satisfatoriamente suas exigências composicionais, temáticas e
estilísticas básicas. Desse quadro, é sintomática a produção de inúmeras obras, no âmbito
da Linguística Aplicada (LA), que têm como público-alvo os professores do ensino
fundamental e médio, entre os quais nos situamos. Algumas delas são: Antunes (2009),
Elias e Koch (2009), Marcuschi (2008), Bagno (2012), Passarelli (2012), Geraldi (2012) e
Abaurre e Abaurre (2012). Embora inexistam receitas prontas em se tratando de ensino
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de leitura e de escrita de textos, é certo que existem atividades de português e de literatura
com as quais conseguimos ser mais bem-sucedidos, em nossos objetivos com os discentes,
do que com outras. Assim, compartilhamos algumas de nossas experiências no trabalho
com o texto, as quais consideramos exitosas. Nossos parâmetros para considerá-las assim
são: as alterações positivas nos comportamentos de leitura e de escrita dos alunos; uma
maior proximidade com as orientações contidas em obras de LA e em documentos oficiais;
aferição externa positiva (ENEM, Olimpíadas de L. Portuguesa, comissões escolares para
avaliação de textos etc.).
Palavras-chave: produção de texto; letramento escolar; experiências e possibilidades.

LETRAMENTOS DE REEXISTÊNCIA NO CENÁRIO AMAPAENSE


Profa. Ma. Gilmara dos Reis Ribeiro (UNIFAP/Campus)
Prof. João Ataíde
Sidarta Amorim
Mediação: Profa. Dra. Suzana do Espírito Santo (UNIFAP/Campus)

LETRAMENTOS DE REEXISTÊNCIA PARA UMA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA


TRANSFORMATIVA
Profa. Ma. Gilmara dos Reis Ribeiro – UNIFAP/Campus Santana

Resumo: Partindo do conceito de letramentos de reexistência como reinvenção de


práticas (Souza, 2011) frente a apagamentos e silenciamentos impostos, social e
historicamente, a minorias, proponho refletir sobre como as resistências no agir docente
podem contribuir para o desenvolvimento de uma educação linguística transformativa
(Freire, 1996). Ancoro-me no argumento de que, sendo um dos principais
implementadores de políticas linguísticas e educacionais de fato ou implícitas (Schiffman,
1996; Shohamy, 2006), os professores têm potencial para suscitar políticas linguísticas e
educacionais implícitas de resistência, abrindo gretas que fazem surgir pequenas
esperanças (Walsh, 2020) de mudanças na educação. Para reinventar o letramento
escolar, promovendo uma educação linguística transformativa, mostra-se necessário
conhecer as histórias e lutas de grupos sociais locais minoritarizados e, a partir do ouvir-
sentir-pensar os gritos ecoados em práticas letramentos de reexistência desses grupos,
promover reexistências também no chão escolar. Entendendo o reexistir como atitudes
de resistência às mazelas e às assimetrias sociais, dentre eles: desigualdades sociais,
racismo, sexismo, hegemonia linguística, apagamento de culturas e de práticas de vida,
expulsão de povos dos próprios territórios etc., abordar práticas de letramentos de
reexistência no letramento escolar pode contribuir para a abertura de gretas, caminhos
alternativos, em prol de uma educação linguística transformativa. Os gritos-denúncias
ecoados por tais práticas de letramento propiciam que sejamos nutridos da indignação
que é necessária à emersão do desejo de mudar o mundo (De Souza Silva, 2013) e
promover insurgências em favor de uma educação outra. Além de acolher letramentos
vários, o desenvolvimento de letramentos de reexistência no contexto escolar mostra-se
condizente com um fazer educacional assumidamente político e comprometido com a
justiça social. Portanto, a realização de microrrevoluções no chão escolar, tidas como
fundamentais para impedir que as diferenças excluam determinados grupos (Souza,
2020), carece desse comprometimento e do desejo de “ser no mundo”, buscando a
transformação e a retransformação do mundo (Freire, 2018, p. 50), para o que a
concretização de uma educação para a vida é essencial.

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Palavras-Chave: letramentos de reexistência; educação linguística transformativa; agir
docente; gritos; gretas.

SESSÕES DE COMUNICAÇÃO ORAL

NARRATIVAS DE SALA DE AULA: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA LITERÁRIA E


ORALIDADE NO ENSINO MÉDIO
Cynthia de Almeida Menezes (UNIFAP)
Suziane de Oliveira Borges (UNIFAP)
Rosileni Pelaes de Morais (UNIFAP)

Resumo: No presente estudo apresentamos o resultado de uma pesquisa-ação realizada


durante a disciplina de Estágio Supervisionado em Língua Materna II na Escola Estadual
Professor José Barroso Tostes localizada no município de Santana-AP, em uma turma da
2ª série do ensino médio, cujo principal objetivo foi desenvolver práticas de leitura de
textos poéticos a partir da experiência de leitura como construção de sentidos, com vistas
ao letramento literário. Para tanto, foram traçados os seguintes objetivos específicos:
adaptar o aporte teórico literário acadêmico para o contexto da educação básica; elaborar
aulas que partissem da apreciação das obras literárias para estudo dos movimentos
literários; estimular a percepção literária por meio de leitura conjunta; proporcionar o
contato e a produção do gênero acadêmico comunicação oral. A partir disso, foi definido
um plano de ação que resultou em uma Sequência Didática visando, principalmente, a
leitura de obras literárias, mais especificamente textos poéticos dos movimentos
parnasianos e simbolistas, articulados a produção do gênero comunicação oral. Nesse
sentido, e levando em conta a etapa de observação no contexto da sala de aula, o
planejamento do material didático e a sistematização das aulas foram ancorados nos
pressupostos teóricos de Cosson (2009), acerca do Paradigma do Letramento Literário;
de Schneuwly e Dolz (2004), no que se refere à importância do ensino de gêneros orais; e
de Marcuschi (1997), sobre a relação entre oralidade e escrita. As ações e atividades
desenvolvidas pelos alunos resultaram na efetivação do letramento literário com
atividades de compreensão e leitura das obras e dos movimentos literários da literatura
brasileira, estudados numa perspectiva crítica com o desenvolvimento da leitura
compartilhada e da produção escrita dos alunos na interface com o gênero comunicação
oral.
Palavras-Chave: Ensino de literatura. Letramento Literário. Comunicação oral. Oralidade
na escola.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LÍNGUA MATERNA: A CONSTRUÇÃO DE PROJETO DE


INTERVENÇÃO ELABORADO E APLICADO DENTRO DOS ESTUDOS E PERSPECTIVAS
DA ANÁLISE LINGUÍSTICA
Maiara Palheta Alves de Lima (UNIFAP)
Rosivaldo Gomes (UNIFAP)

Resumo: Este resumo tem como objetivo relatar experiências metodológicas elaboradas
e aplicadas na regência do Estágio Supervisionado em Língua Materna I em uma escola de
ensino integral na zona urbana da cidade de Macapá. Para a construção do Projeto de
Intervenção foi usado como base teórica, para todas as aulas ministradas, os
conhecimentos linguísticos da epilinguagem e metalinguagem, os quais partiram do
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referencial teórico sobre análise linguística a partir das contribuições de Bezerra e
Reinaldo (2013). Sendo assim, ao trabalhar essa metodologia na Língua Materna, pode-se
explorar com os alunos um meio de aprendizagem em que as atividades e conteúdos
foram realizados em consonância com os estudos da Análise Linguística e a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC, 2017/2018) em conjunto com os gêneros textuais, como por
exemplo, uma crônica, com o intuito de tornar o ensino reflexivo, prático e dinâmico, onde
a participação dos educandos foi fundamental para obter excelentes resultados. Desse
modo relato os procedimentos didáticos realizados para a intervenção didática durante o
estágio, apresento, inicialmente, dados relativos ao contexto escolar e estruturação. Na
sequência descrevo o processo de construção do projeto de intervenção e do material
didático utilizado durante as atividades do estágio e, na sequência, apresento algumas
percepções sobre essa experiência relativa ao agir professoral. Por fim, as experiências
adquiridas durante todo o processo do Estágio Supervisionado, por meio da execução
dessa proposta didática contribuíram para entender como funciona, na realidade, o
processo educacional em sala e assim trazer outro recurso para melhorar a qualidade das
aulas, e oferecer aos educandos um ensino que possa lhes auxiliar a refletirem e
analisarem o que foi estudado.
Palavras-chave: estágio supervisionado; língua materna; análise linguística.

ANÁLISE DO CONTO “RAIZ DE ANO-NOVO” SOB OS PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE


LINGUÍSTICA
Gisely Nahum (UNIFAP)
Suzana Santo (UNIFAP)

Resumo: O presente estudo aborda questões relativas à análise linguística e às


possibilidades de aplicação dos pressupostos dela no gênero textual conto. Tem como
objetivos abordar a teoria da análise linguística, analisar a estrutura de um conto em
comparação com a estrutura básica desse gênero, e trazer exemplos de aplicação da
análise linguística em um conto. A escolha da temática deste estudo se deu em decorrência
dos resultados positivos que a análise linguística é capaz de produzir nas aulas de língua
portuguesa, quando empregada no trabalho com os gêneros textuais. Para abordar tal
tema, opta-se pelo gênero textual conto, dada a facilidade que ele proporciona de sua
fruição pelos discentes, haja vista que, por ser relativamente curta, a estrutura do conto
propicia isso. Tem como principais bases teóricas as obras de Bazza, Silva, Montemezzo
(2017); Bezerra e Reinaldo (2014) e Bechara (2019). O artigo se constitui sob o
procedimento metodológico interpretativista para o emprego da análise linguística e
estrutural no conto Raiz de Ano-Novo, de autoria da amapaense Elíude Viana. Os
resultados são provenientes de cinco aspectos linguísticos que foram passíveis de análise
linguística no conto escolhido, tais como: marcação do sujeito na colocação pronominal; o
efeito de sentido dado pela posição do adjetivo na sentença; indícios do tipo de narrador
dados pelos pronomes possessivos; efeitos provocados por orações ou frases muito
curtas; o uso do recuso estilístico arcaísmo, os quais puderam ser comparados com a
teoria da gramática normativa através do trabalho com o texto analisado.
Palavras-chave: análise linguística; conto; ensino de língua portuguesa.

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TENTATIVAS E PROCESSOS DECOLONIAIS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM
LÍNGUA PORTUGUESA: OUTRA AGÊNCIA, PRÁTICAS OUTRAS
Rosivaldo Gomes (UNIFAP)

Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir resultados de uma pesquisa


que trata sobre educação linguística e ensino de língua portuguesa por professoras/es em
formação inicial de uma universidade pública situada no norte do Brasil. De forma mais
específica analisarmos, à luz de apostes teórico-metodológicos do Interacionismo
Sociodiscurso (BRONCKART, 2006, 2008; COUTINHO, 2021; MACHADO; BRONCKART,
2009; Leurquin; Dodó; 2020), representações do agir professoral (CICUREL, 2020,
LEURQUIN, 2013; GOMES; LEURQUIN. 2021), de três professores sobre a mobilização de
saberes, esforços (SILVESTRE, 2016, (BORELLI, 2018; PESSOA, 2018; SILVESTRE, 2017)
e tentativas de práticas decoloniais (GOMES, 2022) no ensino de língua portuguesa
durante a experiencia de estágio supervisionado em escolas públicas, tendo por base
práticas de linguagem que tratam sobre temas e questões sociais como violência contra
mulher, racismo, forme, direitos humanos e diversidade cultural e linguística. A pesquisa
configura-se como qualitativa- interpretativista (BORTONI-RICARDO, 2008) e a análise
parte de um conjunto de textos-fontes (diários autorreflexivos) do agir linguageiro e
professoral de três professoras/es que desenvolveram seus estágios nos anos de 2018,
2021 e 2022. Os resultados demostram que em suas narrativas de experiências esses
atores apresentam representações que demostram que a construção de saberes, por eles
mobilizados sobre temas sociais para/no ensino de língua portuguesa, ainda se apresenta
de forma desafiadora e isso se deve em função de determinantes externos e que estão
ligados também a representações sobre seu papel social e profissional, sobre quais
saberes são legítimos de serem ensinados na escola e também com que configuração
didática devem ser trabalhados em sala de aula.
Palavras-Chave: saberes e representações; esforços decoloniais; ensino de língua.

MATERIAIS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS INDÍGENAS E REVITALIZAÇÃO


LINGUÍSTICA: O CASO DA GRAMÁTICA PEDAGÓGICA PARESI
Ana Paula Brandão (UFPA/PPGL)
Angelo Kezomae (Escola Indígena Cabeceira do Sacre)
Jurandir Zezokiware (UNEMAT/PPGCECII)

Resumo: A necessidade de uma maior produção de materiais pedagógicos para o ensino


de línguas indígenas e de uma literatura específica que trate sobre o design e preparação
desses materiais é apontada por trabalhos como Amaral (2020) e Rubim (2016). Também
há uma forte reinvidicação por parte dos indígenas para que eles recebam a formação
para elaborarem os materiais. No caso do povo Paresi, há poucos materiais que foram
produzidos (Zorthea, 2000; Paresi & Januario, 2011; Silva & Zezokiware, 2015). Nosso
trabalho visa à produção de uma primeira versão da gramática pedagógica Paresi em
coautoria com professores indígenas. Os resultados que iremos apresentar são de
subprojeto vinculado ao projeto “de pesquisa “Salvaguarda do Patrimônio Linguístico e
Cultural de Povos Indígenas Transfronteiriços e de Recente Contato na Região
Amazônica” com foco no Desenvolvimento de Gramáticas Pedagógicas para Línguas
Indígenas do Museu do Índio. A língua Paresi, da família Aruák, é falada por um povo
homônimo que habita 9 terras indígenas localizadas no estado do Mato Grosso. Segundo
a UNESCO, o grau de vitalidade da língua é o 5, ou seja, ela ainda está sendo transmitida
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para as futuras gerações, apesar de não ser predominante em todos os possíveis domínios
de usos. As oficinas do projeto estão sendo realizadas em colaboração com professores
das comunidades Rio Formoso e Kolidiki e com mais dois pesquisadores colaboradores,
alunos do PPGL/UFPA. O material em questão está sendo direcionado para o ensino
fundamental e médio nas escolas das comunidades como material de apoio para alunos e
professores. Em um primeiro momento, o contexto de uso contemplado são as
comunidades onde a língua é falada como primeira língua no cotidiano. Para a elaboração
das unidades da gramática temos por base a pesquisa sobre revitalização e fortalecimento
linguístico (AMARAL, 2020, 2021; ANGELO, 2018), materiais didáticos para línguas
indígenas (COSTA, 2020; FERREIRA, 2020) e a abordagem comunicativa a partir de
modelos bem estabelecidos de gramáticas pedagógicas (KNOP; RYCKER, 2008; NEWBY,
2008; ODLIN, 1994; SWAN, 1992), que foram adaptados para o contexto no Brasil a partir
das experiências da gramática pedagógica com outras etnias (Ikpeng, Karajá, Kawaieté e
Wapichana). Entre os resultados do trabalhao estão a realização de duas oficinas e a
produção de 5 unidades da gramática. Esperamos assim, que este material possa
corroborar com manutenção/revitalização de usos da língua e ampliação para outros
domínios de uso mais atuais.
Palavras-Chave: materiais pedagógicos; línguas indígenas; Paresi.

O TEXTO LITERÁRIO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DA LÍNGUA


ESPANHOLA
Ricardo Allan de Carvalho Rodrigues (SEEDF)

Resumo: Esta pesquisa visa refletir sobre o uso da literatura, como recurso pedagógico
no ensino de língua espanhola. É apresentado o relato de experiência sobre a aplicação de
um projeto avaliativo, que contemplou a declamação de poesias e a análise de um conto,
ambos do escritor uruguaio Mario Benedetti, desenvolvida junto a um grupo de jovens e
adultos, de nível intermediário, em um centro interescolar de línguas – CIL do Distrito
Federal. A experiência abrangeu três etapas: preparação e aplicação de aulas motivadores,
a execução e avaliação dos projetos desenvolvidos pelos estudantes e reflexões sobre as
perspectivas do uso da literatura em classes de idiomas. O relato discutiu com autores,
como Fernandes (2001) e González (2015), entre outros, sobre as potencialidades do
texto literário como ferramenta pedagógica, para a motivação e realização do projeto
desse relato. A seguir, houve o diálogo sobre a avaliação das habilidades apresentadas
pelos estudantes, com pesquisadores, como Del Rio e Leite (2022) e Costa (2018), dentre
outros. Por fim, o estudo refletiu sobre as perspectivas do uso da literatura em classes de
língua espanhola, com o apoio da pesquisa de Guitierrez (2019) e outros estudos. Entre
suas conclusões, esta investigação reflete que existe uma limitação na abordagem do uso
do texto literário nos livros didáticos de língua espanhola, normalmente utilizado em
fragmentos, como pretexto para execução de exercícios estruturais ou de compreensão
leitora. No entanto, considera-se que o uso do texto literário, trabalhado de forma integral,
não só permite o desenvolvimento das diversas habilidades linguísticas da língua meta
pelo estudante, mas também favorece a apropriação cultural, entre outras destrezas,
essenciais para o desenvolvimento de sua formação na apreensão e compreensão da
língua estrangeira. Para isso, destaca-se o papel essencial do educador, para o
planejamento didático e a mediação do uso do texto literário em classe de espanhol, junto
aos seus discentes.
Palavras-chava: ensino de Línguas; língua espanhola; literatura.

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GAMIFICAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA FRANCESA POR MEIO DE JOGOS DIGITAIS NO ENSINO
BÁSICO REMOTO NO CENTRO ESTADUAL DE LÍNGUA E CULTURA FRANCESA
DANIELLE MITTERRAND
Juliana Ribeiro Matos
Aldenice de Andrade Couto

Resumo: Os estudos sobre a gamificação no contexto de ensino-aprendizagem de línguas


estrangeiras tornam-se cada vez mais relevantes para a compreensão de como as
tecnologias da informação e comunicação (TIC) consolidam o conhecimento por meio de
estímulos que despertam a curiosidade dos alunos. Em vista disso, o processo
motivacional rompe com as barreiras da falta de interesse, o estudar apenas por
obrigação, o passar de ano, o adquirir nota, amenizando assim, os impactos de déficits na
aprendizagem. Nesse sentido, essa investigação acerca da gamificação e o ensino-
aprendizagem de línguas estrangeiras no contexto remoto da educação básica é um
recorte do trabalho de conclusão de curso (TCC) cujo objetivo foi analisar os potenciais
impactos no processo de ensino-aprendizagem do Francês Língua Estrangeira (FLE) do
nível básico do Centro Estadual de Língua e Cultura Francesa Danielle Mitterrand, em
Macapá-AP, durante o percurso gamer, a partir da produção de uma sequência didática
gamificada (SDG) e a condução dos colaboradores ao alcance dos objetivos. O aporte
teórico para o construto gamificação foi embasado nos estudos de (Kapp, 2012; Tanaka,
et al. 2013; Deterding et al., 2014; Alves, 2015; Quadros, 2016; Leffa; Vetromille-Castro,
2019; Quast, 2020; Pulgarín, 2021). Metodologicamente, a investigação seguiu os
princípios da pesquisa qualitativa com princípios em um estudo de campo de caráter
exploratório (Sampieri, Collado; Lucio, 2013). Com o levantamento de informações ao
longo da pesquisa e da análise das informações, foi possível concluir que o ensino do FLE
por intermédio de jogos digitais pôde contribuir na aprendizagem de uma LE mais
significativa e lúdica, principalmente em contextos de ensino que valorizam a autonomia,
criatividade e os impactos positivos nos níveis de engajamento e motivação dos
participantes, fazendo uso de uma sequência didática com proposta de gamificação e dos
levantamentos obtidos por meio do questionário. Assim, espera-se através do referido
estudo, o desenvolvimento de mais pesquisas voltadas para o ensino da língua francesa
fazendo uso de jogos para lançar luz à educação e proporcionar ações de transformação
da realidade escolar.
Palavras-chave: gamificação; ensino-aprendizagem de LE; Francês Língua Estrangeira;
ensino remoto; jogos digitais.

PROPOSTA DE DICIONÁRIO NA LÍNGUA APALAI


Ereu Apalaí (PPGLET/UNIFAP)

Resumo: Esse trabalho que desenvolvo surgiu a partir do projeto de pós-graduação e tem
como objetivo apresentar uma proposta de dicionário bilíngue Apalaí-Português para as
comunidades falantes da língua Apalai, bem como contribuir com o registro da língua e
com a pesquisa científica. Para nós indígenas Apalai, a língua é a parte mais importante
para a comunicação da cultura, modo de viver e aprender. Nesse sentido, esse projeto
pode contribuir muito na preservação do conhecimento do povo e, também, ajudar os
alunos das escolas indígenas Apalaí, principalmente, nas aulas de língua materna. Um
dicionário da língua, elaborado por uma falante da língua pode gerar, nessas aulas, outras
19
possibilidades de aprendizagem, no sentido de trazer as informações importantes sobre
a língua de maneira simples e organizada, facilitando a consulta e a pesquisa. O resultado
deste projeto pode, ainda, ajudar no desenvolvimento da elaboração de textos mais
complexos e auxiliar na compreensão de palavras em uso e de palavras que deixaram de
serem usadas pelas comunidades de falantes Apalai. De acordo com Cano (2005)
“definição lexicográfica é todo tipo de equivalência estabelecida entre a entrada e
qualquer expressão explicativa da mesma em um dicionário monolíngue”. Para ele, a
expressão “todo tipo” pode ser um jeito possível para mostrar variadas modelos de
significação de palavras, prestando atenção como estas palavras podem se organizar
numa língua. Como procedimentos metodológicos, foram observados tipos de dicionários
existentes para outras línguas indígenas e em outras línguas. Em seguida, foi feito um
levantamento de materiais lexicográficos existentes na língua Apalai. Também verifiquei
com o povo Apalai sobre a necessidade de termos mais materiais na língua, neste caso,
um dicionário. Procurei pesquisar palavras com pouco uso e palavras antigas que estão
sendo substituídas por outras, para fazer elaborar essa proposta. Para este trabalho,
apresento, como resultados iniciais, exemplos de como serão tratadas as entradas lexicais
neste dicionário.
Palavras-Chave: dicionário; Língua Apalai; Línguas Karib; línguas indígenas.

PORTUGUÊS BRASILEIRO ESCRITO EM USO POR INDÍGENA: UM ESTUDO


DESCRITIVO E PROPOSITIVO DE ASPECTOS DE INTERAÇÃO E INTERPRETAÇÃO
DO/COM O PB ESCRITO NA E. M. E. F. JOSÉ LEOVES TEIXEIRA, CIDADE DE MACAPÁ
Valcir dos Santos Braga (UNIFAP/PPGLET)
Antonio Almir Silva Gomes (UNIFAP/PPGLET)

Resumo: O objetivo deste trabalho é compreender as particularidades linguísticas na


produção escrita da língua portuguesa brasileira utilizada por alunos indígenas de uma
escola urbana da cidade de Macapá. O estudo foca questões de interação e interpretação
do Português Brasileiro (PB) escrito, visando propor modelos capazes de potencializar o
ensino da modalidade de escrita do PB. Com base nas experiências profissionais dos
autores, o artigo tem como ponto de partida o questionamento: quais são as variações da
escrita em português brasileiro utilizadas por estudantes indígenas na E.M.E.F José
Leoves Teixeira? A partir dessa indagação, o presente artigo se configura como um estudo
de natureza descritiva e propositiva, caracterizado por uma abordagem qualitativa. Este
trabalho se embasa em conceitos e perspectivas teóricas fundamentadas em autores, tais
como Gallois e Grupioni (2003), Antunes (2003), Cavalcante (2007), Bacich e Moran
(2018), Cândido e Santos (2019), Gomes e Ferreira (2020), Candau (2020), Marquesi e
Aguiar (2021), e Silva (2021). A relevância intrínseca deste estudo reside na identificação
das especificidades presentes na produção escrita em Português Brasileiro, bem como na
proposição de novas metodologias que têm o potencial de enriquecer a compreensão da
língua em sua forma escrita, quando utilizada por indivíduos que não a têm o PB como
língua materna, especialmente na região amazônica. Os resultados obtidos por meio da
coleta de dados, nos respectivos cadernos dos alunos, revelaram uma ampla gama de
variações na escrita, as quais estão diretamente relacionadas à influência das línguas
maternas dos estudantes. Dentro desse contexto analítico, torna-se evidente a
necessidade imperativa de retornar aos fundamentos teóricos e explorar novas
perspectivas que possam aprimorar as práticas pedagógicas. Essa melhoria pode ser
efetivada mediante a adoção de abordagens metodológicas inovadoras, inclusivas e

20
contextualizadas, cujos efeitos não apenas repercutirão no contexto educacional, mas
também se estenderão ao tecido social no qual esses alunos estão inseridos.
Palavras-chave: Português Brasileiro; sistema escrita; indígena.

DA TEORIA À PRÁTICA: VIVÊNCIAS PEDAGÓGICAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE


MACAPÁ
Alerrandra Taysa (UNIFAP)
Aline Antunes França (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: O componente curricular Prática Pedagógica passou a compor os currículos dos


cursos de graduação a partir da Resolução 02/2015/MEC/FNE com a possibilidade de
preparar os futuros professores de línguas para o exercício da docência de forma eficaz e
reflexiva, visando favorecer aos acadêmicos as habilidades, conhecimentos e
competências necessárias para atuarem como educadores capazes e conscientes para
promover o aprendizado afetivo de línguas, adaptando-se às necessidades de seus alunos
e à evolução do campo educacional. Neste resumo, pretendemos realizar um relato das
vivências e observações feitas em duas escolas públicas localizadas na zona sul do estado
do Amapá, como uma parte do Componente Curricular Prática Pedagógica do curso de
graduação em Letras/ Francês da Universidade Federal do Amapá, onde iremos destacar
alguns dados concernentes a infraestrutura da escola e como eles influenciam o processo
de ensino e aprendizagem dos alunos. Nossa vivência na escola se organizou em torno da
aplicação de dois formulários (Google forms) com questões que versavam sobre os
diversos aspectos, incluindo a infraestrutura da escola, a acessibilidade, o ensino
ministrado pelos professores, o relacionamento entre professores e alunos e a observação
das práticas de sala de aula. Identificamos problemas significativos na infraestrutura da
escola, afetando negativamente o ensino e a aprendizagem, especialmente no ambiente
digital. A falta de recursos prejudica as atividades essenciais para o aprendizado,
enquanto a ausência de acessibilidade para alunos com necessidades especiais agrava a
situação. A sobrecarga de trabalho devido à falta de professores também se apresentou
como uma preocupação dos docentes. Essas observações foram registradas em notas de
campo. Buscamos identificar ainda o perfil do docente de língua portuguesa.
Concentramos ainda nossa atenção na avaliação didática e investigamos a metodologia de
ensino, a interação com os alunos e o material didático, que consistia em livros não
governamentais. Foi observado o uso do quadro branco como recurso visual. Os
resultados indicaram que a infraestrutura da escola inclui 19 salas de aula, 2 banheiros
masculinos e 2 banheiros femininos, embora a acessibilidade, apesar da presença de
rampas e banheiros, ainda careça de manutenção. Em relação aos professores de língua
portuguesa, a maioria possui formação em nível de especialização, mas as aulas tendem a
ser mais tradicionais devido à escassez de recursos na escola. Esta análise ressalta a
importância de avaliações contínuas e da implementação de ações para melhorar o
ambiente educacional, garantindo um ensino de qualidade para todos os alunos. Ela
também destaca a necessidade de investimentos em infraestrutura e recursos para
professores, a fim de promover uma formação docente mais eficaz e uma experiência
educacional mais positiva para os estudantes.
Palavras-chave: fazer pedagógico; realidade escolar; educação.

21
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: A OBSERVAÇÃO COMO PRIMEIRA VIVÊNCIA NA
FORMAÇÃO DOCENTE
Andréia da Costa Vilhena (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Teoria e prática no processo de formação de professores como necessária para


uma formação mais sólida tem sido defendida nos últimos documentos orientadores de
formação docente, entre eles a Resolução que rege as Diretrizes Curriculares para
Formação de Professores MEC/CNE (2015). Em face disso, as instituições de formação
inicial de professores apresentam alterações em seus currículos, inserindo nos Projetos
Pedagógicos o componente Curricular Prática Pedagógica, como podemos atestar o
Projeto Pedagógico do Curso de letras da Universidade Federal do Amapá. Considerando
nossa entrada na escola, já no terceiro semestre do curso, objetivamos relatar essa
vivência, tendo em vista nossas observações e percepções como futura professora que
seremos. A escola onde realizamos nossas observações foi a uma Escola pública Estadual
da zona Sul da cidade de Macapá AP. Atende alunos do ensino fundamental dos bairros
próximos.: O período em que realizamos as observações foi de dois dias no total de 8
horas e se organizou por momento de aplicação de dois formulários (Google forms) à
coordenação pedagógica e à professora regente da turma em que permaneci observando.
Esses formulários, envolveram questões sobre a dimensão da estrutura da escola, entre
outras coisas. Assim, buscamos saber se a escola possuía adaptação para acessibilidade,
quantas salas, entre outras. Buscamos, no formulário II, entre outras informações,
verificar o perfil do docente por questões referentes à prática pedagógica que se
apresentou sobre planejamento e projetos de ensino, se a escola tem um projeto
pedagógico, planos de ensino da língua portuguesa e literatura. Já as observações de
prática de sala de aula, propriamente ditas foram descritas em Notas de Campo. Os
resultados dos dados revelaram que quanto a dimensão infraestutural a escola apresenta,
10 salas de aulas, diretoria, sala de recursos multifuncionais para Atendimento
Educacional Especializado, quadra de esportes, sala de leitura, banheiros, refeitório, entre
outros. Destacamos que a acessibilidade ainda não consegue atender os alunos, pois teve
um caso de uma aluna autista que não conseguiu assistir a aula, ficava gritando e se
jogando no chão fez com que a professora viesse desesperada pedindo ajuda. A escola tem
carência de professores, muitos alunos que vão para o ensino médio não sabem ler e nem
escrever. O perfil dos docentes é, em maioria, graduados e décadas de atuação. O professor
faz uso do livro didático e quadro, aulas dinâmicas focadas em produções críticas.
Percebe-se que a escola não possui uma estrutura para uma educação de qualidade,
mesmo com espaço para as salas de atividades não há instrumentos suficientes, e nós
futuros professores teremos que saber agir e tomar como exemplo os professores que
apesar da falta estrutural conseguem ministrar aulas com excelência. Foi uma experiência
incrível com muitos aprendizados.
Palavras-chave: escola; observação; realidade; vivência.

22
LETRAMENTO E TEORIAS DE LEITURA: A CONSTRUÇÃO DE UM INFOGRÁFICO E
PRODUÇÃO DE UM VÍDEO COMO CONTRIBUIÇÃO ÀS PRÁTICAS DE LETRAMENTOS E
LEITURA
Bárbara Socorro Pires Barreto (UNIFAP)
Heloisa Nicoly da Silva Baia (UNIFAP)
Maiara Palheta Alves de Lima Lima (UNIFAP)
Adelma das Neves Nunes Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Ler e escrever são processos que se realizam na interação entre autor, texto e
leitor. Essa é a compreensão que se tem hoje, considerada na perspectiva
sociohistórica/sociointeracional/sociodicursiva. Essa compreensão pode ser atestada
por, entre outros teóricos, Rojo (2004, 2009) além de também nos documentos oficiais
como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017/2018), em que se explicita que “as
atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens:
verbal (oral ou visual-motora, como Libras e escrita), corporal, visual, sonora e,
contemporaneamente, digital”. E sendo assim, devem andar lado a lado ensino/escola e a
realidade sociohistórica dos alunos. Dessa forma, este resumo tem por objetivo
apresentar como o trabalho de construção dos gêneros textuais Mapa Mental e Infográfico
contribuíram para nossa compreensão leitora de artigos acadêmicos-científicos. Sendo
assim, tomou-se dois artigos científicos sobre o campo dos multiletramentos como base
temática, a saber “Politícas e Práticas de Letramento na Inglaterra: uma Perspectiva de
Letramentos Sociais Como Base para uma Comparação com o Brasil”, de Brian V. Street; e
“Letramento Autônomo e Ideológico na BNCC: uma Reflexão Crítica”, de Hissa e Costa.
Nesse sentido, metodologicamente iniciou-se uma exposição pela professora orientadora
de resumos de artigos científicos que tratavam do tema alfabetização, letramentos e
multiletramento, para opcionalmente cada dupla ou trio escolhesse pelos menos dois. E
como encaminhamento dos passos a serem seguidos, realizou-se a leitura orientada a
partir de um roteiro que dirigia aos pontos principais dos artigos acerca do assunto ou
tema tratado, do objetivo, do problema central levantado sobre o tema, dos argumentos
secundários apresentados, a posição assumida pelo autor, entre outras. O próximo passo
foi a realização de leitura compartilhada pelo grupo trio ou duplas. Nesse percurso
construiu-se uma síntese dos artigos que discutiam o tema central da disciplina
Letramentos e teorias de leitura e produção escrita que os multiletramentos. A síntese
organizou os elementos para construção dos gêneros multimodais Mapa e Infográfico,
exigindo leitura e releituras, seleção de palavras-chave que resumissem os tópicos do
interior do texto, de modo a se construir organograma que retratasse toda a temática e
traduzisse a compreensão dos artigos. Como resultado verificou-se que ao se fomentar
um trabalho de leitura com vistas a elaboração de outros gêneros
multimodais/semióticos/ o Mapa Mental e Infográfico, por suas marcas de
autoexplicativas, desenvolvem-se habilidades leitoras fundamentais como a
compreensão global e compreensão ativo-reponsiva (Bakhtin, 1983). Por fim, com o
desenvolvimento e experiências obtidas através deste trabalho, pode-se entender e
aprimorar os conhecimentos adquiridos por meio da leitura, da escrita e dos novos
multiletramentos, e assim produzir um material para contribuir para a comunidade
acadêmica.
Palavras-chave: multiletramentos; infográfico; mapa mental; estratégia de leitura.

23
A VISÃO DE UM FUTURO DOCENTE NO AMBIENTE ESCOLAR
Maycon da Silva de Lima (UNIFAP)
Bárbara Matos Pantoja (UNIFAP)
Adelma Barros Mendes (UNIFAP)

Resumo: O ambiente escolar vem se mostrando cada vez mais desafiador para indivíduos
que pretendem ingressar como futuros docentes no sistema educacional. Além disso,
estudos vem ao longo dos anos reiterando a necessidade de se estabelecer uma formação
inicial aliada à prática do fazer pedagógico. Neste contexto, o componente curricular
Práticas Pedagógicas II, do curso Letra Português/Francês, busca preparar, capacitar e
habilitar esses indivíduos para suas futuras intervenções dentro das salas de aulas, por
meio de estudos teóricos relacionados às práticas de modo a favorecer uma formação
mais sólida, e também melhor prepará-los para a fase de estágio do curso.
Apresentaremos resultados de observações durante as vivências que tivemos em uma
escola pública da zona sul da capital, localizada na av. Inspetor Aimoré, 359, bairro Zerão,
Macapá. Com dois dias de visitas e um total de 6 aulas ao lado da professora de Língua
Portuguesa, junto a turmas do 1° ano do Ensino Médio. Para geração de dados sobre o
período na escola, aplicamos dois formulários (Google forms) onde se analisou desde a
infraestrutura do ambiente escolar, ao planejamento pedagógico utilizado pelo professor,
durante as suas ações em sala de aula. Para as observações feitas na sala de aula,
utilizamo-nos de Notas de Campo. O primeiro formulário se organizou em torno de
questões referentes a dimensão estrutural e de planejamento geral da escola. O segundo
formulário dizia respeito aos aspectos de planejamento didático pedagógico. E as notas
de campo para registros do fazer docente. Os resultados mostram que a escola funciona
das 7h30 min às 22h30 min, e os alunos podem desenvolver suas atividades no
contraturno. Quanto a infraestrutura, a escola está organizada em dois pavimentos e
composta por dezoito salas de aulas, com seis banheiros, cada um com 4 cabines. Faz parte
do espaço físico biblioteca, sala de leitura, um laboratório de informática que não possui
computadores, e uma quadra poliesportiva. A escola conta com um corpo docente de
setenta e cinco professores, sessenta e oito atuam em salas de aula, e dez são professores
de línguas e literatura. Quanto a acessibilidade encontra-se rampas, corrimãos e banheiro
para alunos com necessidades específicas, mas não possui banheiro para pessoas trans.
Quanto aos aspectos de planejamento, a escola tem projeto pedagógico e interdisciplinar,
no entanto, a coordenadora responsável pelas respostas do respectivo formulário não os
especificou. Realizar vivência nas escolas mais cedo nos possibilita ter acesso a exemplos
exitosos do fazer pedagógico como o que vivenciamos nessa atividade de Pratica
Pedagógica participando como observadores nas práticas educacionais abordadas pela
professora que nos recebeu práticas que dão luz às necessidades e realidades da
comunidade e da demanda que a escola atende, com o objetivo de preparar os alunos para
um futuro em constante evolução de maneira satisfatória e eficiente”.
Palavras-chave: espaço escolar; práticas pedagógicas; ensino e aprendizagem.

24
OS DESAFIOS DA VIVÊNCIA ESCOLAR: PASSOS RUMO À PRÁTICA
Bianca Gomes Dutra (UNIFAP)
Eduarda de Lima Braga (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Pensar a formação inicial de professores impõe questionar: em qual sociedade


este docente irá atuar? quais escolas? quais alunos? Diante disso, é necessário preparar
o futuro professor para um agir docente que responda às demandas sociais atuais, que se
apresentam desafiadoras. Ao mesmo tempo em que recebemos alunos multiletrados e se
valendo até da Inteligência artificial, há outros sequer alfabetizados, reflexos de
desigualdades históricas. Assim, as instituições de ensino superior, no seu processo de
formação, são corresponsáveis por alterar essa realidade que requer profundas reflexões
sobre a formação e preparação dos professores. Nessa direção, o componente Prática
Pedagógica se apresenta como apoio quando se propõe inserir os futuros professores nas
realidades escolares. Destarte, neste texto o objetivo é relatar nossa vivência, ainda que
por pouco tempo, em uma escola localizada na zona sul da cidade de Macapá e que atende
a educação básica, especificamente o ensino médio regular. Realizamos as observações
durante dois encontros no mês de agosto, em 4 (quatro) aulas. Essa vivência se organizou
pela aplicação de dois formulários (Google forms) à coordenação pedagógica e à
professora da turma. Foram feitas ainda Notas de Campo, a partir de nossas observações
do fazer pedagógico da docente regente. No Formulário I, tratamos de questões sobre a
dimensão da estrutura da escola e planejamento, buscando saber se a escola possuía
adaptação para acessibilidade, entre outros espaços. Já, no formulário II, entre outras
informações, verificamos o perfil da docente, bem como sobre seu modo de trabalho. Os
resultados dos dados revelaram que quanto a dimensão infraestrutural, a escola se
apresenta ainda com algumas demandas, por exemplo, banheiros sem acessibilidade, ou
que possuíssem acesso aos cadeirantes, e quadra sem manutenção, salas de aulas
pequenas, laboratório de informática insuficiente e nenhuma sala para AEE. A formação
dos docentes de língua Portuguesa em sua maioria tem formação em nível de mestrado.
As aulas são organizadas de forma individual, mas também em grupo. Observamos que os
alunos possuem demasiada dificuldade na leitura e oralidade. Considerações Finais:
Relacionar a Prática com a teoria ainda no início da formação acadêmica é de suma
importância quando se trata de formar professores eficientes ao mercado, vivenciar
explicitamente que a teoria nem sempre é o que se ver no âmbito escolar nos traz o choque
de realidade para que possamos atuar de acordo com cada ambiente escolar. Outrossim,
cada escola, e cada sala de aula, possui dinâmica e necessidades próprias, o trabalho da
oralidade e leitura diante do mundo tecnológico hodierno ao passo que apresenta
desafios, oferece instrumentos facilitadores, porém, a estrutura que o ambiente de ensino
oferta aos alunos e professores não proporcionam gozar dessas facilidades e, por isso, a
vivência escolar na Prática Pedagógica ainda nos estágios iniciais da formação acadêmica
possibilita desde logo movimentar discussões que preparem os professores a lidar com
esses desafios que, apesar de novos, em decorrência das mudanças sociais naturais, são
velhos quando se trata da valorização do trabalho do professor e o compromisso com a
educação por parte do poder público.
Palavras-Chave: formação inicial de professores; escola; teoria e prática.

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A CONSTRUÇÃO DE INFOGRÁFICO E MAPA MENTAL COMO APOIO NA LEITURA
RESPONSIVA
Ezequiel do Nascimento Freitas (UNIFAP)
Gisely Emily Lopes Nahum (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Lemos (2015) alerta que as mudanças dos últimos tempos nos levam a ser
“obrigados a mudar nosso olhar e a buscar novas ferramentas para compreender o
fenômeno técnico-científico contemporâneo” (LEMOS, 2015, p. 25). Nesse sentido, a
escola não poderá furtar o aluno de formá-lo para participar dessas mudanças. Neste
resumo, intenta-se demonstrar que o processo de elaboração dos gêneros textuais
Infográfico e Mapa Mental, por suas características multimodais e sua dimensão
autoexplicativa, permitem gerar compreensão global a partir de palavras, imagens e cores
e abre a possibilidade ao leitor para “ir aonde quiser ir” , favorecendo uma compreensão
leitora abrangente. Tomou-se como base temática, desses dois gêneros, os artigos: “A
identificação do cidadão no processo de letramento crítico” e “Políticas e práticas de
letramento na Inglaterra: uma perspectiva de letramentos sociais como base para uma
comparação com o Brasil”. Metodologicamente iniciou-se uma exposição pela professora
orientadora de resumos de artigos científicos, que tratavam do tema alfabetização,
letramentos e multiletramentos, para escolha livre. Feita a escolha, seguiu-se com leitura
orientada/dirigida e leitura compartilhada (dupla). Nesse percurso, construiu-se um
texto síntese que forneceu elementos para organização do Infográfico e Mapa Mental,
exigindo leitura e releituras, organização de palavras-chave, que resumissem os tópicos
do interior do texto de modo a se construir organogramas que retratasses toda a temática
e traduzisses “uma fotografia” dos textos-base. A partir dos resultados verificamos que ao
se construir um percurso de leitura com vistas a elaboração de outros gêneros
multimodais/semióticos, desenvolvem–se habilidades leitoras como análise e síntese,
intertextualidade, ampliação de conhecimentos do tema, promove a interação entre os
alunos e o professor e, mais, favorece a formação de um leitor responsivo. A cada palavra
da enunciação que estamos em processo de compreender, fazemos corresponder uma
série de palavras nossas, formando uma réplica” (Bakhtin/Volochinov, 1988p. 131-132)
Palavras-chave: letramento ideológico; letramento autônomo; alfabetização.

A CONSTRUÇÃO DE INFOGRÁFICO E MAPA MENTAL COMO APOIO NA LEITURA


Enzo Henrique Ferreira Duarte (UNIFAP)
Gisely da Conceição Costa (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Nas licenciaturas, em especial no curso de letras, a leitura é ao mesmo tempo


objeto de ensino e objeto a ser didatizado pelo acadêmico. Em um cenário de novos
paradigmas onde ler não cabe mais resumir-se à decodificação, há de se favorecer uma
formação que promova a leitura numa perspectiva crítica de modo que esse futuro
professor não somente se forme nessa perspectiva, mas seja preparado para ensinar
pautado em tais premissas. Objetivamos apresentar uma proposta de atividade de leitura
a partir da elaboração dos gêneros textuais multimodais Infográfico e Mapa Mental, como
potencial de promover a compreensão leitora. Teoricamente amparamo-nos nos artigos
Letramento Digital: Uma Faceta para o aprimoramento do fazer pedagógico do professor de língua
portuguesa na adoção das metodologias e A apropriação dos multiletramentos pela BNCC.
Perspectivas para uma educação no século XXI. Metodologicamente os passos dados foram
26
primeiramente por uma explicitação pela professora orientadora, que descreveu as
temáticas de diversos artigos que versavam sobre o campo dos
letramentos/multiletramentos, deixando à escolha de cada dupla por dois desses textos.
O segundo passo seguiu-se com leitura orientada/dirigida com elementos chave a ser
considerados. Nesse percurso a dupla elaborou uma síntese que destacava pontos importantes
para organização do Infográfico e Mapa Mental. Esse segundo momento exigiu leitura e releituras,
que auxiliaram na identificação dos tópicos principais dos artigos lidos de modo a se construir
organograma que retratasse toda a temática e traduzisse uma fotografia do texto-base. Como
resultado verificamos que ao se construir um percurso de leitura que emergiu da aprendizagem
construída numa “relação entre professores e alunos de colaboração onde o professor
teve o papel “mediador de aprendizagens mais autônomas e colaborativas” (Rojo, 2017.
pp 9-10), com vista a elaboração de outros gêneros multimodais/semióticos, promove o
desenvolvimento de habilidades de leitura que vai ao encontro do que a Base Nacional Comum
Curricular – BNCC apresenta ser necessária aos alunos, uma preparação para as novas
“práticas de linguagens contemporâneas que são compostas por novos gêneros[...] e
novas ferramentas de edição de textos, áudios, fotos, vídeos tornam acessíveis a qualquer
um a produção e disponibilização de textos multissemióticos nas redes sociais e outros
ambientes da Web.” [...] (BRASIL, 2017, p.66) para agirem em práticas diversas de
linguagens, nesse século XXI.
Palavras-chave: BNCC; multiletramentos; leitura; professor; aluno; tecnologias.

AMBIENTE ESCOLAR: MEU PRIMEIRO OLHAR


Guilherme Queiroz de Souza (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: A formação de professores no Brasil é negligenciada por muitas vezes não


ofertar ao acadêmico em formação, o conhecimento do contexto do ensino público, pois
será a realidade desse futuro docente e com essa lacuna de conhecimento e vivência, não
saberá lidar com grandes desafios dessa profissão. Nessa perspectiva que o componente
Práticas Pedagógicas vem com o propósito de preparar esses indivíduos a desenvolver
suas práticas docentes dentro do ambiente escolar. Neste texto intentamos realizar um
relato das vivências e observações feitas em uma escola pública localizada na cidade de
Santana do estado do Amapá, como uma parte do Componente Curricular Prática
Pedagógica do curso de graduação em Letras/ Francês da Universidade Federal do
Amapá. Minha vivência na escola se organizou em torno da aplicação de dois formulários
(Google forms) com questões que versavam sobre as dimensões infraestruturais e
planejamento geral escolar, bem como sobre as dimensões didático pedagógicas que
envolvem a prática de sala de aula. Essas últimas foram registradas em Notas de Campo.
Neste item buscamos identificar perfil do docente como formação, tempo de atuação além
dos modos de trabalho como exemplo se usa livros didático ou não. Os resultados dos
dados revelaram que quanto a dimensão infraestrutural a escola se coloca com o básico
com, sala de leitura, biblioteca, quadra poliesportiva, sala do AEE, e com 16 salas de aula,
2 banheiros, sendo um masculino e outro feminino, mas não apresenta banheiro
destinado as pessoas trans. Destacamos que a acessibilidade indicada embora haja
rampas e corrimões ainda carece de piso tátil, banheiro com acessibilidade e placas
indicativas em braile. Quanto a formação dos docentes de língua Portuguesa em sua
maioria são pós-graduados. As aulas se apresentam de forma expositiva com atividades
interpretativas, mas sem utilização do livro didático. Compreende-se que é extremamente
importante que o docente em formação tenha a experiência da realidade do ensino
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público, para desenvolver suas habilidades ao se deparar com cenários que por vezes, se
encontram sucateado. Nesse contexto que o componente Práticas Pedagógicas oferece
essa vivência para esse indivíduo possa relatar e refletir sobre todo esse período
experienciado no ambiente escolar de modo a elaborar maneiras de compreender e agir
sobre esses impasses encontrados na vida do professor.
Palavras-chave: ensino público; formação docente; relato de experiência.

MINHA PERCEPÇÃO DA ESCOLA COMO ALUNO E COMO FUTURO PROFESSOR


Jean Saraiva de Souza (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Desde a Década de setenta, os estudiosos mostravam ser inconcebível formar


professores centrando-se fundamentalmente em teoria afastada da prática. Hoje é
consenso não somente entre pesquisadores do campo da formação docente, mas ainda
nos documentos oficiais como as Diretrizes Curriculares para Formação de Professores
MEC/CNE (2015) ser imprescindível essa relação. Nessa direção, verificamos que nos
cursos de licenciatura já se prevê o ingresso do graduando na escola desde o segundo
semestre. Este é o caso do curso do qual faço parte como acadêmico. Cursei a disciplina
Pratica Pedagógica I no segundo semestre do curso e agora no terceiro fui encaminhado
para uma escola de educação básica, que para minha alegria pude escolher, pois foi onde
estudei. Neste resumo pretendo relatar minha vivência, considerando minhas percepções
como futuro professor e ao mesmo tempo comparando o tempo em que fui aluno. A escola
é pública e localiza-se na zona norte da cidade de Macapá e atende o bairro Novo
horizonte. Minhas observações foram organizadas em momentos. O primeiro pela
aplicação de dois formulários (Google formes) à coordenação pedagógica e ao professor
que observei. Esses formulários envolveram questões que versavam sobre a dimensão
da estrutura da escola, buscamos saber se a escola possuía adaptação para acessibilidade,
quantas sala de aula possuí, se há banheiros suficientes para atender a demanda de
alunos, se a biblioteca funciona. Buscamos, no formulário II, entre outras informações,
verificar o perfil do docente, sua formação e sua forma de ensinar, seus métodos de
trabalho como exemplo se usa livros didático. O segundo momento, fiz observações de
prática de sala de aula, através de Notas de Campo. Os dados coletados revelaram que a
dimensão da escola apresenta uma boa estrutura. A biblioteca é grande e dispõe de muitos
livros, no entanto em 2023 não havia livros suficientes. A acessibilidade ainda é precária,
não possuindo rampas para cadeirantes e nem piso tátil para cegos. Quanto a formação
do docente de língua portuguesa, o professor acompanhado possui licenciatura em letras
com especialização, sua formação tem entre 15 e 25 anos, atuando nas séries finais do
ensino fundamental e ensino médio integral. As aulas são ministradas com o uso de um
projetor que se conecta diretamente ao celular, o professor utiliza de materiais alinhados
ao RCA e à BNCC. Meu retorno à escola foi bem acolhedor e evidenciou mudanças entre
os anos no qual fui aluno e hoje, pois naquele momento o acesso à biblioteca era
impossível, não eram todas as salas que tinham central de ar. A escola não possui
adaptação para pessoas com necessidades específicas, mas é notável que o ensino da
instituição (em língua portuguesa) e bastante satisfatório.
Palavras-chave: formação docente; prática pedagógica; escola.

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O VÍDEO CURTO COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DE
HABILIDADES LEITORAS E PRODUTORAS DE TEXTO
Merian Ferreira Guedes (UNIFAP)
Nicole Figueiredo (UNIFAP)
Tony Frank dos Santos Rocha (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Tem-se nos estudos sobre as concepções de leitura e escrita, atualmente, certo
consenso de que a perspectiva sociointeracional (interação autor, texto e leitor), de
acordo com, entre outros teóricos Koch e Elias (2006, p. 11), é a que responde à
necessidade do trabalho de ensino nas salas de aulas. Assim, nesse caminho, a leitura se
define como atividade interativa de produção de sentidos, considerando os elementos
linguísticos que compõem a tessitura do texto, mas também a mobilização de um vasto
conjunto de saberes no interior do evento comunicativo (Koch e Elias, 2006). E tendo em
vista o advento das tecnologias digitais da informação e comunicação é “importante
conectar sempre o ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos
possíveis: pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações,
simulações), pela multimídia, pela interação on-line e off-line (Moran, Masetto e Behrens
(2006, p. 61). Objetivo: Procuraremos apresentar neste resumo o processo de elaboração
do gênero textual vídeo curto como aporte de favorecimento da compreensão leitora.
Metodologia: Tomou-se como base temática três artigos científicos sobre o campo dos
letramentos e multiletramentos, a saber: Múltiplos Letramentos: Conceitos necessários
para a leitura e a escrita, desenvolvido por Santos e Teno (2015); Letramento
Informacional e Midiático para professores do século XXI, escrito por Ribeiro e Gasque
(2015); Multiletramentos da Cibercultura: objetos digitais de aprendizagem como
disparadores de novos letramentos, produzido por Lima e Fofonca (2021). Iniciou-se uma
exposição pela professora orientadora sobre resumos de artigos científicos que tratavam
do tema alfabetização, letramentos e multiletramento, para escolha livre. Em seguida
realizamos leitura orientada a partir de um roteiro que dirigia aos pontos principais dos artigos.
O próximo passo foi a realização de leitura compartilhada pelo grupo. Nesse percurso construiu-
se um Roteiro em que figuravam personagens que iriam representar uma situação de interação,
cuja temática seria o trabalho com os mutiletramentos. Esse roteiro forneceu elementos para
organização e construção de três vídeos exigindo leitura e releituras, seleção de palavras-chave
que resumissem os tópicos do interior do texto de modo a se construir uma compreensão global
que retratasse toda a temática e traduzisse as reflexões dos artigos. Como resultado verificamos
que, ao se construir um percurso de leitura com vistas a elaboração de outros gêneros textuais,
como os multimodais/semióticos/, entre eles o Vídeo curto, desenvolvem–se habilidades leitoras
como análise e síntese, bem como fomenta a produção de escrita autônoma. A integração de
novos gêneros textuais, como os vídeos curtos, no contexto educacional representa uma
estratégia eficaz para fortalecer as habilidades de leitura e escrita dos estudantes, além
de promover uma aprendizagem mais dinâmica e alinhada com as demandas da sociedade
digital contemporânea. Esse processo demonstra o potencial do ensino baseado na
interação, na multimodalidade e na contextualização para preparar os alunos para os
desafios do século XXI.
Palavras-chave: letramentos; multiletramentos; tecnologias digitais.

29
PRÁTICAS E VIVÊNCIAS EDUCACIONAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Thaynan Correa Penafort (UNIFAP)
Pollyana Darlen Ferreira Silva (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Na construção da identidade docente, o fazer da prática e o saber da teoria


precisam andar lado a lado, e isso é posto não é de hoje. Já na década de 1970 Sanchez
Vázquez (1977) explicitava que teoria e prática se produzem mutuamente, sendo,
portanto, impossível separá-las. A interação se efetiva por meio de “um processo
complexo, no qual muitas vezes se passa da prática à teoria e outras desta à prática”
(p.233). Vemos, assim, que embora as discussões sobre o tema não sejam recentes, elas
se fortaleceram e as mudanças estão ocorrendo nos currículos das licenciaturas como, por
exemplo, o Projeto Pedagógico do Curso de letras da Universidade Federal do Amapá-
UNIFAP, onde estudamos, a inserção do Componente Prática Pedagógica que se efetivou
em 2019. Desse modo, este texto busca trazer sínteses da vivência e observação feitas em
duas escolas, uma situada na cidade de Macapá e outra no município de Santana. A
primeira, localizada na zona central, no Bairro do Trem e a outra no Bairro Hospitalidade.
O presente trabalho é parte do Componente Curricular Prática Pedagógica, do curso de
graduação em Letras/ Francês-UNIFAP. Descrição da experiência: Nossa experiência nas
duas escolas foi sustentada pela observação e aplicação de dois formulários (Google
forms) que tinham como escopo inquirir como se organizavam a infraestrutura e as
dimensões didáticas e pedagógicas. O primeiro formulário nos ajudou a conhecer se os
espaços físicos são distribuídos de modo que atendam às necessidades dos alunos. Desse
modo, verificamos a oferta de quantitativo de banheiros, se são suficientes e adequados à
realidade local, adaptados para pessoas com necessidades educacionais específicas ou se
contempla pessoas trans. Verificamos se havia a existência de múltiplos espaços como:
biblioteca, sala de leitura, auditório, quadra esportiva, laboratório de informática e outros.
No questionário, também buscamos conhecer sobre o planejamento escolar e documentos
que norteiam o fazer pedagógico. Assim, indagamos se os projetos pedagógicos são
alinhados à BNCC, ao Referencial Curricular Amapaense (RCA) e se a escola faz uso de
livros didáticos do Programa Nacional de Livro Didático (PNLD). Nossa experiência se deu
em quatro momentos, onde fomos in loco descrever as notas de Campo. Na oportunidade
verificamos o perfil do docente e as metodologias utilizadas em sala, a dinamicidade, uso
dos livros didáticos. Resultados: As referidas instituições possuem razoável
infraestrutura, com vários ambientes temáticos que são explorados na pratica docente e
há espaços adaptados as Portadores de Necessidade Educação Especial. O fazer
pedagógico se norteia considerando documentos como Base Nacional Comum Curricular
(BNCC, 2017/2018) Referencial Curricular Amapaense (RCA). Quanto a formação dos
docentes de língua Portuguesa, em sua maioria, os docentes tem formação em nível de
mestrado. Como metodologias utilizadas por eles, prepondera o uso de metodologias
ativas, onde se considera o discente com protagonista do ensino. Desse modo, as aulas,
em regra se apresentavam dinâmicas e tinham como suporte pedagógico o uso de livros
didáticos. Considerações Finais: As referidas experiências nos permitiram observar a
realidade escolar e avaliar as perspectivas de ensino em relação aos alunos e podermos
agregar esse conhecimento a nossa futura prática profissional.
Palavras-chave: vivência escolar; formação inicial de professor; realidade escolar.

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CABOCLOS DO MARUANUM: ASPESTOS INTODUTÓRIOS DA ETNOGRAFIA DE UMA
REGIÃO, UM POVO
Amanda Montserrat Herrera de Souza (PPGLET-UNIFAP)

Resumo: Este trabalho pretende apresentar, de maneira introdutória, um estudo


etnográfico acerca das comunidades caboclas situadas à margem do rio Maruanum,
estado do Amapá. Teremos como base histórias coletadas em narrativas orais a respeito
da criação, cultura e memória do povo de Maruanum, associados a estudos antropológicos
realizados na região. Mencionado a pouco, o estado no qual está inserido as comunidades
quilombolas e rurais do distrito do Maruanum é abalizado por um quantitativo expressivo
de comunidades afrodescentes, cuja maioria tem sua história associada ao acentuado
movimento migratório nas terras do Cabo Norte durante o período colonial,
desencadeando, dessa forma, o surgimento de concentrações populacionais isoladas
(Oliveira, 2015). Somente a partir do fim dos anos 80 e início da década de 90 que os
caminhos para abertura de estradas foram traçados no distrito do Maruanum, permitindo
a ligação via terrestre entre esse e a capital do Amapá. Situado a Noroeste da cidade
Macapá, a comunidade do Maruanum – constituída por, aproximadamente, 15 vilas
localizadas nas duas margens do rio Maruanum – se distancia 80 km da capital e até o
século XX se mantinha isolada nos entremeios da floresta amazônica, desenvolvendo suas
práticas pesqueiras e seus hábitos agrícolas de subsistência, sem nenhum contato com
ritmo da sociedade urbanizada (Coirolo, 1991). Nessa conjuntura estão envolvidas
questões econômicas, históricas, culturais e religiosas, que desencadearam uma
pluralidade de cenários os quais vão constituir a história do distrito do Maruanum. Entre
meados dos séculos XVII e XVIII, se intensificaram as lutas luso-francesas pela disputa da
região costeira do Amapá, entre os rios Araguari e Oiapoque, acarretando na migração de
diversos grupos étnicos para os interiores do estado. De acordo com Coirolo (1991), o
grupo “Maraon poderia ter habitado na região dos rios Matapi e Maruanum, penetrando
desde a costa e descendo pelo rio Araguari.”, segundo Grenand (1987 apud COIROLO,
1991, p.74). Dessa forma, estudos antropológicos evidenciam que a população
concentrada às margens do rio Maruanum é constituída por descendentes dos povos
indígenas que haviam habitado a região e por remanescentes de povos africanos
escravizados, trazidos para a localidade devido à construção das fortificações portuguesas
que protegiam a costa da Capitania do Cabo Norte das investidas francesas e inglesas.
Nesse período, para se refugiar das condições escravistas, muitos negros se agrupavam
no interior da floresta, formando, assim, os quilombos (Coirolo, 1991). A historiografia do
distrito não encerra suas discussões aqui, objetivamos fazer um breve remonte sobre os
processos que deram origem à formação das comunidades quilombolas do Maruanum
que guardam e perpetuam tanto da história amapaense.
Palavras-chave: Maruanum; etnolinguística; tradição oral; sócio-história.

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DISCURSO E ESTEREÓTIPO EM MUSSUM DE “OS TRAPALHÕES”
Bruno Marcelo de Souza Costa (UNIFAP)
Elivaldo Serrão Custodio (UNIFAP)

Resumo: Apresenta-se nesse artigo um recorte da tese de doutoramento intitulada


“Rastros da Senzala nas Representações do Negro nos Programas Humorísticos da
Televisão Brasileira”. No artigo tem-se como principal objetivo analisar os estereótipos
raciais/sociais encontrados em “Mussum” do programa humorístico “Os trapalhões”
exibido durante muito tempo pela rede globo de televisão. O personagem foi interpretado
por Antônio Carlos Bernardes Gomes, ator negro falecido em 22 de julho de 1994.
Mussum, como se sabe, compunha um quarteto de humoristas que fazia parte do
programa “Os Trapalhões”, veiculado pela Rede Globo de Televisão. O programa estreou
na Globo em 13 de março de 1977, era apresentando semanalmente em sua grade de
programação e obteve um sucesso particular e popular. O personagem ora analisado foi
escolhido a partir de critérios como: maior tempo de duração no ar e popularidade, é
importante destacar que a tese a qual se origina o artigo apresenta um recorte temporal
de pesquisa bastante amplo, nos oportunizando fazer uma reflexão profunda da
conjuntura e contexto dos personagens interpretados por atores e atrizes negros no
humor televisivo brasileiro. Em especial para realizar essa análise, acreditamos ser
pertinente antes de apresentar a analise realizar um sobrevoo sobre conceitos como:
estereótipo e discurso colonial, os conceitos nos levam a uma reflexão sobre um regime
de verdade apoiado no estereótipo, nesse sentido sabemos que o discurso do racismo não
é um gênero de discurso, é algo muito mais amplo, abrangente e estrutural. Ele é um
aparato que se apoia no reconhecimento e no repúdio da diferença racial, cultural e
histórica para construir o seu sujeito e para tal reflexão tivemos como apoio teórico
autores como: Hommi Bhabha (1998), Frantz Fanon (2008), Moreira (2019), Araújo
(2004) e Stuart Hall (2016). Ao final do artigo chega-se a conclusão de que existem rastros
de “senzalidade” (Categoria cunhada na tese para definir traços de racismo nos
personagens) na construção e apresentação do personagem humorístico chamado de
Mussum e que essas “senzalidades” são construídas em cima do estereótipo do ser negro.
Palavras-chave: discurso/estereótipo; “Mussum” e humor.

O ENSINO DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS COMO LÍNGUA ADICIONAL EM CURSOS


DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
Maykon Carvalho Queiroz (UNIFAP)
Rodrigo Ferreira dos Santos (UNIFAP)

Resumo: Os estudos realizados sobre o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras)


como Língua adicional (LA) são escassos, e quando destacamos o estado do Amapá, isso
se acentua, ponto que motivou a realizar este trabalho. Nesse sentido, pretende-se fazer
uma análise embrionária dos materiais didáticos utilizados no ensino de Libras como LA.
Esse estudo visa dar um pontapé inicial nessa temática e contribuir com a qualidade do
ensino da referida língua, por examinar as apostilas digitais utilizadas no curso de Libras
nos níveis I, II e III do projeto de extensão “Libras para a comunidade” da Universidade
Federal do Amapá. Todo o acesso ao material foi disponibilizado pela coordenação do
projeto. As questões norteadoras desse trabalho são as seguintes: Os métodos de
apresentação dos conteúdos nas apostilas do projeto são influenciados de alguma forma
pelo ensino tradicional de gramática da língua majoritária, o português? Ao apresentar o
léxico dessa língua, as apostilas contemplam a variedade linguística da Libras ou são
32
pautadas em uma “variante-padrão”? Para tanto, o referencial teórico está embasado nos
seguintes autores: Silva (2020), Isidorio (2017), Gomes (2014), Gesser (2010) e Quadros
(2004). Para este trabalho, será utilizada uma metodologia qualitativa na análise dos
dados levantados, sendo que os mesmos, serão apresentados em forma de figuras com
tradução em português, quando necessário. A análise dos dados revelou que as apostilas
do curso estão organizadas com base no ensino tradicional de línguas, priorizando
aspectos conceituais e gramaticais, como o estudo da fonologia da Libras. Além disso, no
que diz respeito ao léxico, nota-se que os mesmos são apresentados com legendas em
Português, as quais embora tenham certa utilidade, limitam a aprendizagem dos alunos
no que concerne as nuances semânticas da língua a ser adquirida. Por fim, ainda em
relação ao léxico, poucos são os sinais que são apresentados como possuidores de
variações, limitando o ensino a uma “variante-padrão”.
Palavras chaves: ensino de Libras; gramática; língua adicional.

A HISTÓRIA DAS PINTURAS DOS APARAI DENTRO DA ESCOLA INDÍGENA


Arawaje Waiana Apalai (PPGLET/UNIFAP)

Resumo: Os Aparai habitam o Parque do Tumucumaque, município de Almeirim ao norte


do Estado do Pará. A nossa terra foi demarcada e homologada desde 1997, denominada
após a demarcação por Paru d’Este, com um território de 1.195.785 há onde vivem os
Wayana e Aparai algumas famílias de Waiapi, Tiriyo, Akurio e Xikyiana. Hoje os Wayana e
Aparai estão distribuídos em 27 aldeias às margens do Rio Paru contando com uma
população de aproximadamente 1.367 pessoas. Na aldeia Bona, maior de um complexo
de 27 aldeias, e onde convivem os povos Aparai e Wayana. No Brasil, os Aparai e Wayana
mantem, há pelo menos 100 anos, relações estreitas de convivência, coabitando as
mesmas aldeias e casando-se entre si. Este projeto é uma pesquisa sobre surgimento da
Pintura/Grafismo Corporal dos povos Wayana e Aparai, e tem como objetivo documentar
as narrativas do Surgimento das pinturas/grafismo corporal, identificando cada um, sua
produção e sua função entre os dois povos. A metodologia utilizada para desenvolver essa
pesquisa, será a história oral, as narrativas sobre o Surgimento da Pintura/Grafismo
Corporal entre os povos Wayana (Ajana) Aparai. Identificar os nomes das principais
pinturas/grafismos, para que servem, quem pode usar, como são feitas, quais os produtos
utilizados. Para obter essas respostas, será necessário realizar pesquisa com as mulheres
mais velhas ou os homens mais velhos da comunidade, os sábios. Historicamente, as
pessoas mais velhas descrevem que antigamente não havia os grafismos, os Aparai
confeccionavam artesanatos sem desenhos, simples, descobriram os grafismos através da
pele do Turupere.
Palavra-chave: Aparai; grafismo; documentação linguística.

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DECOLONIALIDADE E LETRAMENTO CRÍTICO: OUTRAS PERSPECTIVAS
EPISTEMOLÓGICAS PARA/NO ENSINO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Alcir dos Santos Braga (PPGLET/UNIFAP)
Rosivaldo Gomes (PPGLET/UNIFAP

Resumo: Este estudo é parte da dissertação que discute o tema: o ensino do português
‘brasileiro’ na perspectiva do letramento crítico-decolonial: desafios e possibilidades na
escola Família Agroecológica do Macacoari-EFAM. Aborda a decolonialidade e o
letramento crítico no contexto do ensino do português brasileiro, explorando
perspectivas epistemológicas alternativas. Bem como, faz uma abordagem, de maneira
breve, sobre o pensamento e bases da (de) colonialidade: ecologias de saberes (locais),
pedagogia decolonial e ensino, enquanto campo de estudo que busca entender e enfrentar
as estruturas de poder que criam e mantêm o colonialismo e o imperialismo. Seu
principal objetivo foi analisar as perspectivas epistemológicas da decolonialidade e da
alfabetização crítica no contexto do ensino do português brasileiro, como ela contribui
para uma compreensão mais ampla e transformação das práticas educativas. Os objetivos
específicos são: apontar as bases do pensamento decolonial, examinando as ecologias de
saberes locais e a pedagogia decolonial, identificando como esses conceitos podem ser
aplicados no ensino do Português Brasileiro; identificar novos estudos sobre
alfabetização, com foco nos estudos de Paulo Freire, para compreender como suas ideias
podem viabilizar outras epistemologias mais críticas e emancipatórias no ensino de
línguas; reconhecer o conceito de alfabetização crítico-decolonial como uma alternativa
inovadora no ensino de línguas, e compreender como esta abordagem pode promover a
consciência crítica, a inclusão e a justiça social no ensino do Português Brasileiro. Este
estudo está dividido em três tópicos principais: a primeira seção discute os fundamentos
do pensamento decolonial, as ecologias do conhecimento local, a pedagogia decolonial e
seu impacto no ensino. A segunda seção analisa novas abordagens da alfabetização, com
foco na influência de Paulo Freire. A terceira seção apresenta o conceito de alfabetização
crítico-decolonial como uma abordagem inovadora para o ensino de línguas. O suporte
teórico inclui autores como Ballestrin (2013), Ávila (2021), Santos (2010), Gomes (2021),
Fabrício (2006), Oliveira (2021), Mota Neto (2028), Freire (1988), entre outros.
Palavras-chave: línguas; colonialismo; decolonialidade; letramento.

PRÁTICAS DE PODER ASSOCIADAS AO CONSUMO DE AÇAÍ: UMA REFLEXÃO DO


DISCURSO INTER-REGIONAL SOB A ÓPTICA DA ANÁLISE DO DISCURSO
Amanda Montserrat Herrera de Souza (PPGLET/UNIFAP)

Resumo: Esta pesquisa centraliza-se na análise das práticas de poder associadas ao


discurso proferido em um vídeo de alta repercussão nas mídias sociais, no ano de 2022.
O vídeo em questão é uma resposta do atual vereador da cidade de Ananindeua-PA, Bob
Flay, à influenciadora digital mineira, Letícia Bastos, que, por sua vez, publicou um vídeo
afirmando que a forma como os nortistas consomem açaí é inadequada e até mesmo
imprópria, causando desconforto em muitos que moram nos estados localizados ao norte
do Brasil. A repercussão do ocorrido gerou uma polarização de opiniões na internet,
enquanto uns visualizaram a fala da blogueira como ofensiva e preconceituosa, outros
acreditam que o conflito não possui fundamentos, uma vez que o discurso não ultrapassa
os limites da opinião. Dessa forma, ponderamos que a língua é um mecanismo de prestígio
social, podendo servir de artifício para propagação de práticas ideologicamente
34
dominantes, criando e mantendo hierarquias. A práxis discursiva observada sob a
perspectiva da Análise Crítica do Discurso pode servir para reforçar estereótipos e, como
é o caso da peça textual em análise, influenciar a construção de uma visão pouco valorativa
sobre culturas. Por outro lado, as ações linguísticas podem, também, ser usadas para
desenvolver a unidade entre os membros de um grupo social, servindo como artifício de
comunicação e compartilhamento de experiências comuns, criando, assim, identidades
coletivas e um senso de pertencimento. Nascimento et al. (2020) ressaltam que a
“linguagem possui papel preponderante nas práticas sociais que, por sua vez, são
construídas a partir de relações assimétricas de poderes [...]” (NASCIMENTO et al., 2020,
p. 46). No contexto da peça textual, é possível buscar a relação inter-regional entre os
grupos de dominação e o dominado, nesse caso as relações de poder incluem a criação de
discursos que reforçam ideias e ações, bem como a exploração de desigualdades sociais.
Tendo em vista a problemática, observamos a necessidade de analisar essa peça textual
através dos postulados da Análise Crítica do Discurso, portanto trabalharemos com os
conceitos de poder e hegemonia preconizados por Nascimento et al. (2020).
Palavras-chave: Análise Crítica do Discurso; ideologias dominantes; relações de poder;
Norte do Brasil.

RELATO DE EXPERIÊNCIA: VIVÊNCIAS COMO MONITORA DE FRANCÊS NO PROJETO


JOVEM BILÍNGUE
Olaci da Costa Carvalho (UNIFAP)
Maiara Palheta Alves de Lima (UNIFAP)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo relatar as experiências de ensino e


metodologias usadas por uma monitora no Projeto Jovem Bilíngue, em sua atuação no
processo de ensino-aprendizagem da língua francesa. O projeto de extensão Jovem
Bilíngue está vinculado ao Programa de Formação, Capacitação, Qualificação Profissional
e Idiomas (PROFID) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e oferta cursos livres
de francês e inglês para a comunidade em geral. Assim sendo, este relato de experiência
abordará as vivências e experiências da monitora dentro da perspectiva acional ao usar
manuais de língua francesa para a regência das aulas. Em especial, este relato focará na
utilização do manual Tendances A1 (Girardet et al., 2016). Na expectativa de aprimorar e
melhorar o desempenho das habilidades linguísticas dos aprendentes, a monitora
agregou os conceitos da epilinguagem e metalinguagem às aulas ministradas. As
atividades de epilinguagem e metalinguagem levam em consideração a reflexão do aluno
sobre a língua-alvo e tudo o que envolve sua estrutura, construção e gramática (Bezerra
e Reinaldo, 2013). Para tanto, recorreu-se, dentre outros, aos estudos de Culioli (1990) e
Franchi (2006). Intenciona-se mostrar como a utilização das atividades epilinguísticas e
metalinguísticas podem ser exploradas com os aprendentes e como esses conhecimentos
podem ser trabalhados para melhorar as práticas pedagógicas em sala de aula de língua
estrangeira. Evidencie-se que essas atividades foram empregadas como
complementaridade aos conteúdos propostos no manual Tendances A1. Nestes termos,
ao empregar uma metodologia voltada para reflexão e análise da língua estrangeira
dentro do próprio idioma, obteve-se resultados promissores nas aulas de língua francesa
do referido projeto. Os alunos, por meio da reflexão e troca de informações com os colegas,
obtiveram conhecimentos para se comunicar, conjugar verbos do primeiro grupo em
francês, formar frases e pequenos textos, apresentar-se e apresentar pessoas e,
principalmente, ampliaram o leque de expressões para se usar no cotidiano.

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Palavras-Chave: relato de experiência; projeto Jovem Bilíngue; ensino-aprendizagem;
Língua francesa.

REPÚDIO À OPRESSÃO E AO PATRIARCALISMO EM MULHERES DE ATENAS, DE


CHICO BUARQUE
Marcus Vinícius Souza e Souza (E. E. V. C)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo discutir a opressão da figura feminina
em relação à masculina e o patriarcalismo, na canção ‘‘Mulheres de Atenas’’ (1976), do
cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, a qual foi escrita durante o período do
regime militar, como forma de repúdio ao estigma social feminino, no qual a mulher era
tratada como inferior, sem voz, desprovida de direitos e submissa ao homem. Em vista
disso, o repúdio ocorre através do discurso indireto, visto que nesse período ainda não se
tinha a liberdade de expressão. Para tanto, a pesquisa propõe a compreensão de
assimetria social entre o gênero masculino e o feminino no texto de Maria Consuelo Cunha
Campos (1992), intitulado Gênero, o qual está em diálogo com o texto: ‘‘Gênero, poder e
empoderamento das mulheres’’, de Ana Alice Costa (1992). Atrelado a essa discussão,
elucida-se a posição social feminina desde a Grécia Antiga, assim, adentrando na análise
temática da canção ‘‘Mulheres de Atenas’’, que ocorre com base nos apontamento de
Foucault (1996) em A ordem do discurso, ao tratar a enunciação como um ato de poder,
que nessa proposta é tratada como forma de problematizar a desconstrução do estigma
de subordinação feminina, que na canção em apreciação aponta os seguintes aspectos:
submissão, supremacia masculina, atuação exclusivamente doméstica e servidão sexual.
Dessa forma, a pesquisa toma como ponto de partida a seguinte questão: De que forma
se percebe o repúdio à opressão e ao patriarcalismo em ‘‘mulheres de Atenas’’ de Chico
Buarque? Como hipótese, sustenta-se ao longo do texto que o discurso apresentado nessa
canção reporta a crítica a um contexto opressor masculino em relação à figura feminina.
Assim, além de Campos (1992), Costa (1992) e Foucault (1996), tem-se aporte teórico
com base em Silva (2011) em ‘‘As estratégias de ação das mulheres transgressoras em
Atenas no V. século a. C.
Palavras – chave: mulher; opressão; patriarcalismo;

ESTÁGIO EM LÍNGUA MATERNA: OS DESAFIOS DA REGÊNCIA PÓS-PANDEMIA


Karolina Stefane de Souza Medeiros Baia (UNIFAP)
Sâmila Nascimento da Silva (UNIFAP)
Rosileni Pelaes de Morais (UNIFAP)

Resumo: O presente resumo visa apresentar a Sequência Didática (SD) produzida e


realizada no segundo Estágio em Língua Materna (LM). A SD em questão abordou como
tema principal o “Modernismo no Brasil” e foi lecionada no terceiro ano do Ensino Médio
(EM), no período pós-pandemia no segundo semestre de 2022. Nesse sentido, este aborda
o conteúdo produzido e utilizado na realização da regência em sala de aula, tendo em vista
a didatização e as dificuldades de ensino-aprendizagem. Para a concepção da base teórica
consultou-se a Base Comum Curricular (BNCC, 2017), Massaud (2019), Candido (1979) e
Bosi (1972) como principais autores e como autores complementares Oliveira (2003) e
Castelo (2004). Durante o momento de observação foi aplicada uma atividade diagnóstica
que norteou a regência, pois as questões foram baseadas em textos modernistas que
serviram como foco para discussões importantes e atuais, visto que era uma turma do
terceiro ano do EM e que estava em processo de preparação para o Exame Nacional do
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Ensino Médio (ENEM). A partir dos resultados da atividade diagnóstica desenvolveu-se a
regência e optou-se por realizá-la em três módulos: 1°) exposição sobre o tema
Modernismo e seus principais autores em suas três fases; 2°) atividade de fixação com
palavras cruzadas e frases sobre o tema para completar; 3°) e por fim, uma roda de
conversa com o objetivo de dialogar sobre autores modernistas e suas respectivas obras
e fases. Tendo em vista a experiência obtida, conclui-se que após a pandemia da Covid-19
houve um aumento significativo na dificuldade de concentração, argumentação e de
realização de atividades simples em sala de aula, contribuindo assim para maiores
desafios no processo de ensino-aprendizagem, em razão disso, fora percebido a
necessidade de reconstruir e reorganizar conhecimento em conjunto, por isso optou-se
durante o processo de realização da SD, pelo diálogo e exposição de ideias com o intuito
de desenvolver os saberes individuais e coletivos em sala de aula a partir dos
conhecimentos prévios dos educandos.
Palavras-Chave: Modernismo no Brasil; Ensino Médio; Sala de aula; Ensino-
aprendizagem.

O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES LEITORAS ATRAVÉS DOS GÊNEROS


TEXTUAIS MULTIMODAIS
Ana Laura Nobre da Silva (UNIFAP)
Isabela Negrão Brito (UNIFAP)
Ivan Lucas da Silva Furtado (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: O presente trabalho é resultado de debates ocorridos em sala de aula, onde


discorremos sobre o tema letramentos e teorias de leitura. Previamente, foram
selecionados três artigos, sintetizados em formato de mapas mentais que podem ser
acessados através dos qr codes inseridos acima. “Ler é melhor que estudar”, esta
afirmativa trazida por Roxane Rojo (2004) nos leva a refletir o trabalho com a leitura que
vem sendo feito nas escolas da educação básica (com algumas exceções), preso a uma
perspectiva pouco motivadora e nem sempre positiva. Como acadêmicos do curso de
letras, temos clareza do nosso papel como futuros professores e que trabalhar o
desenvolvimento de habilidades leitoras será, em grande medida, nossa responsabilidade.
Isso nos faz pensar na necessidade de experienciar estratégias próximas das realidades
dos alunos, que chegam nas escolas hoje com uma gama de conhecimentos construídos
nas relações diárias com gêneros multimodais diversos e, portanto, com experiências
leitoras distintas do que a escola tem oferecido. O Objetivo deste resumo é demonstrar
uma atividade de leitura que nos colocou frente ao desafio de construir uma compreensão
leitora a partir da elaboração de gêneros textuais multimodais, como o Infográfico e os
Mapas Mentais. O caminho metodológico para construí-los seguiu-se por dois momentos.
Primeiro por uma leitura dirigida por questões que versavam acerca do assunto tratado,
do objetivo, do problema central levantado sobre o tema, dos argumentos secundários,
da posição assumida pelo autor, entre outras. A partir disso elaboramos um texto em que
sintetizamos os artigos lidos e compreendidos para então serem ressignificados a saber :
"Letramentos digitais: a leitura como réplica ativa", "Letramento Digital e Letramento
Literário: subsídios para as aprendizagens da literatura no ensino médio" e "Letramento
Digital e Curadoria do Conhecimento: Uma nova perspectiva para a prática pedagógica da
docência na educação básica", que serviram como base do tema em discussão sobre
Multiletramentos. Essas sínteses foram nosso guia para organizar os organogramas do
Infográfico e do Mapa Mental. Como resultado, percebemos que, ao lermos com um
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objetivo de ressignificar os conhecimentos propostos, potencializou-se nossa
compreensão, se apresentando como uma estratégia de leitura e produção de textos,
contribuindo para a compreensão leitora de forma produtiva. Assim, nossa experiência
nos faz inferir que, se realizarmos atividades semelhantes em outros níveis de ensino,
como a educação básica, essa prática se fundamentará como uma opção rica, já que
envolve mais o professor como um mediador e aluno como protagonista de seus
conhecimentos.
Palavras-chave: leitura; multiletramentos; tecnologias; letramento digital; curadoria do
conhecimento.

CABOCLOS DO MARUANUM: ASPESTOS INTODUTÓRIOS DA ETNOGRAFIA DE UMA


REGIÃO, UM POVO
Amanda Montserrat Herrera de Souza (PPGLET-UNIFAP)
Resumo: Este trabalho pretende apresentar, de maneira introdutória, um estudo
etnográfico acerca das comunidades caboclas situadas à margem do rio Maruanum,
estado do Amapá. Teremos como base histórias coletadas em narrativas orais a respeito
da criação, cultura e memória do povo de Maruanum, associados a estudos antropológicos
realizados na região. Mencionado a pouco, o estado no qual está inserido as comunidades
quilombolas e rurais do distrito do Maruanum é abalizado por um quantitativo expressivo
de comunidades afrodescentes, cuja maioria tem sua história associada ao acentuado
movimento migratório nas terras do Cabo Norte durante o período colonial,
desencadeando, dessa forma, o surgimento de concentrações populacionais isoladas
(Oliveira, 2015). Somente a partir do fim dos anos 80 e início da década de 90 que os
caminhos para abertura de estradas foram traçados no distrito do Maruanum, permitindo
a ligação via terrestre entre esse e a capital do Amapá. Situado a Noroeste da cidade
Macapá, a comunidade do Maruanum – constituída por, aproximadamente, 15 vilas
localizadas nas duas margens do rio Maruanum – se distancia 80 km da capital e até o
século XX se mantinha isolada nos entremeios da floresta amazônica, desenvolvendo suas
práticas pesqueiras e seus hábitos agrícolas de subsistência, sem nenhum contato com
ritmo da sociedade urbanizada (Coirolo, 1991). Nessa conjuntura estão envolvidas
questões econômicas, históricas, culturais e religiosas, que desencadearam uma
pluralidade de cenários os quais vão constituir a história do distrito do Maruanum. Entre
meados dos séculos XVII e XVIII, se intensificaram as lutas luso-francesas pela disputa da
região costeira do Amapá, entre os rios Araguari e Oiapoque, acarretando na migração de
diversos grupos étnicos para os interiores do estado. De acordo com Coirolo (1991), o
grupo “Maraon poderia ter habitado na região dos rios Matapi e Maruanum, penetrando
desde a costa e descendo pelo rio Araguari.”, segundo Grenand (1987 apud COIROLO,
1991, p.74). Dessa forma, estudos antropológicos evidenciam que a população
concentrada às margens do rio Maruanum é constituída por descendentes dos povos
indígenas que haviam habitado a região e por remanescentes de povos africanos
escravizados, trazidos para a localidade devido à construção das fortificações portuguesas
que protegiam a costa da Capitania do Cabo Norte das investidas francesas e inglesas.
Nesse período, para se refugiar das condições escravistas, muitos negros se agrupavam
no interior da floresta, formando, assim, os quilombos (Coirolo, 1991). A historiografia do
distrito não encerra suas discussões aqui, objetivamos fazer um breve remonte sobre os
processos que deram origem à formação das comunidades quilombolas do Maruanum
que guardam e perpetuam tanto da história amapaense.
Palavras-chave: Maruanum; etnolinguística; tradição oral; sócio-história.

38
A PRÁTICA DE PROFISSIONAIS DE LÍNGUAS NO AMBIENTE ESCOLAR
Julian Sá de Freitas (UNIFAP)
Thamillys da Costa Moraes (UNIFAP)
Adelma Barros Mendes (UNIFAP)

Resumo: A formação de professores, inicial ou continuada, tem cada dia ocupado mais
espaço nas pesquisa e debates por, entre outros motivos, a necessidade de centra-se na
relação teoria e prática. Objetivo: tendo em vista a nova perspectiva de formação docente
inicial em que se tem uma entrada do acadêmico mais cedo na escola, neste texto
intentamos realizar um relato das vivências e observações feitas em duas escolas públicas
localizadas na zona Sul de Macapá e outra na zona Norte de Santana do estado do Amapá,
como uma parte do Componente Curricular Prática Pedagógica do curso de graduação em
Letras/ Francês da Universidade Federal do Amapá. Descrição da experiência: Nossa
vivência na escola se organizou em torno da aplicação de dois formulários (Google forms)
com questões que buscam evidenciar as dimensões estruturais e didático-pedagógicas,
entre elas estão o tamanho das salas de aulas, disponibilidade de sala de leitura, sala de
informática, etc. Além disso, realizamos observações de prática de sala de aula, as quais
descrevemos em Notas de Campo. Nesse item buscamos identificar os perfis de dois
docentes que atuam na área de Linguagens, trabalhando com língua portuguesa, que se
apresentam como profissionais que operam nos anos finais do ensino fundamental II. Em
suas metodologias de trabalho verificamos a utilização de livros didático e recursos
tecnológicos. Resultados: Os resultados dos dados revelaram que quanto à dimensão
infraestrutural as escolas se colocam com o básico: 05 salas de aula em uma escola, por
exemplo, enquanto a outra possui 21 salas de aula, banheiros masculino, feminino e
banheiro para PCD (somente em uma dessas escolas) e salas de leitura em ambas escolas.
Destacamos que há acessibilidade indicada, embora as escolas visitadas ainda carecem de
melhorias, como banheiros maiores e específicos para pessoas com necessidades
específicas, além de livre acesso ao segundo piso para esses alunos. Quanto as formações
dos docentes de língua Portuguesa, em sua maioria, têm formação em nível de
especialização. As aulas se apresentam de forma presencial e bastante dinâmicas e
interativas, voltada para aprendizado crítico e ético dos alunos. Considerações Finais:
Concluímos que os planos de aula dos docentes das escolas visitadas estão de acordo com
os parâmetros da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Referencial Curricular
Amapaense(RCA), com o foco nas competências e habilidades, entretanto, considerando
essas duas escolas como uma amostra da realidade das demais no estado, entendemos
que há muito a melhorar nas escolas de ensino básico do estado do Amapá, em questão
de infraestrutura para que avancem de acordo com a modernidade.
Palavras-chave: observação; prática; ensino; formação docente.

39
O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA A
PARTIR DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO TEXTUAL SINOPSE NO ENSINO
MÉDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA INTERVENÇÃO NO PROGRAMA DE
RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
Bárbara Socorro Pires Barreto (UNIFAP)
Silvagne Vasconcelos Duarte (UNIFAP)

Resumo: O presente relato tem o intuito de tornar público uma proposta de sequência
didática do gênero textual Sinopse realizada no programa de Residência Pedagógica,
vinculada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o
qual tem como objetivo contribuir para o aperfeiçoamento da formação inicial de
professores da educação básica nos cursos de licenciatura, sendo assim o programa está
vinculado à disciplina de Língua Inglesa (LI) no Instituto Federal do Amapá, mais
especificamente, no segundo ano do Ensino Médio dos cursos técnicos de Edificações e
Estradas. A metodologia é qualitativa interpretativista aportada na pesquisa-ação, uma
vez que propõe uma intervenção didática para o processo de ensino-aprendizagem de
Língua Inglesa como LE no Ensino Médio. Antes do período de intervenção, houve um
período de observação na escola-campo, na qual os residentes vinculados ao programa
estiveram presentes na instituição, onde participaram das aulas e conheceram mais sobre
o instituto. Posteriormente, houve a elaboração do material didático, que seria usado nas
intervenções. Para isto, o material didático foi embasado nas seguintes teorias: gêneros
discursivos Bakhtin (2011); nas perspectivas de Sequências Didáticas de Dolz, Noverraz
e Schneuwly (2004), sendo definida pelos autores como um conjunto de atividades
escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou
escrito; transposição didática conforme a conceituação de Chevallard (1991); nas teorias
de multiletramentos de Rojo (2013); e Oliveira (2015) acerca do ensino da gramática nas
aulas de Língua Estrangeira em situações de interações sociais. Desta forma, o gênero
discursivo escolhido para ser trabalhado durante as aulas foi o gênero Sinopse e todas as
atividades a serem realizadas tiveram como base legal os parâmetros e diretrizes
expostos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017/2018). Portanto, a sequência
didática do gênero discursivo sinopse implementado pela transposição didática foi
produzida como um objeto de ensino-aprendizagem como ferramenta metodológica de
acordo com as definições Kumaravadivelu (2001), a respeito da pedagogia do pós-
método, o qual se refere à três aspectos: particularidade, praticalidade e possibilidade no
ensino-aprendizagem. Assim, os insumos das atividades desenvolvidas sugerem que
houve uma maior compreensão e aprendizagem da Língua Inglesa como LE pelos alunos
acerca do gênero Sinopse, uma vez que eles demonstraram interesse, participação e
interação durante as aulas.
Palavras-chave: residência pedagógica; língua inglesa como LE; gênero discursivo
sinopse: sequência didática; transposição didática.

40
A PRÁTICA PEDAGÓGICA COMO VIVÊNCIA ESCOLAR
Tatiane Trindade da Costa (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Relacionar a teoria e a prática no processo de formação docente tem sido uma
grande defesa de pesquisadores já há algum tempo. Gatti, (2019) apontava a necessidade
dessa relação urgente uma vez que, segundo ela, os cursos de licenciatura carregavam
uma carga horária teórica em desequilíbrio em relação aos componentes que tratavam da
prática nesses cursos. Desse modo, verifica-se que mudanças estão ocorrendo nos
currículos das licenciaturas como, por exemplo, o Projeto Pedagógico do Curso de letras
da Universidade Federal do Amapá, onde estudamos, é recente a inserção do Componente
Prática Pedagógica. Objetivo: Nesse sentido objetivamos relatar momentos de vivência e
observações feitas em uma escola federal da zona norte da cidade de Macapá, como parte
do Componente Curricular Prática Pedagógica do curso de graduação em Letras/ Francês
da Universidade Federal do Amapá. Descrição da experiência: Minha vivência nesse
espaço educativo se organizou em torno da aplicação de dois formulários (Google forms)
com questões que versavam sobre a infraestrutura, localização da escola, de como são os
espaços físicos, se são distribuídos de uma forma que atenda aos alunos, se a quantidade
dos banheiros atendem suficiente aos alunos, ou se são adaptados para pessoas com
deficiências, se tem banheiros exclusivos para trans. Verificamos ainda se tem biblioteca,
sala de leitura, auditório, quadra esportiva, e laboratório de informática, No que respeita
ao planejamento, buscamos saber se os projetos pedagógicos são com base da BNCC e o
Referencial Curricular Amapaense (RCA) e se a escola faz uso de livros didáticos do
Programa Nacional de Livro Didático (PNLD). As observações de prática de sala de aula
foram descritas em Notas de Campo. Buscamos entre outras informações verificar o perfil
do docente por questões do tipo de ensino realizado dentro da sala de aula que se
apresentou de forma dinâmica, modos de trabalho como exemplo se usa livros didático
ou projetado pela data show Resultados: Os resultados dos dados revelaram que quanto
a dimensão infraestutural o instituto apresenta laboratório de informática,
biblioteca/sala de leitura, auditório, quadra poliesportiva. Destacamos que a
acessibilidade possui na escola. Quanto a formação dos docentes de língua Portuguesa em
sua maioria tem formação em nível de mestrado. As aulas se apresentam bem dinâmicas.
Considerações Finais: Observação com o olhar docente, em práticas pedagógicas II na
escola IFAP, veio como forma de enriquecer, meu conhecimento como futura docente.
Palavras-Chave: observação; vivência escolar; formação inicial de professor.

ORALIDADE E LETRAMENTO SOCIAL NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO MEL DA


PEDREIRA
Angélica Melo da Silva (PPGLET/UNIFAP)

Resumo: Esta pesquisa intitulada Oralidade e letramento social na comunidade


quilombola do Mel da Pedreira. Esta comunidade está localizada na cidade de Macapá, na
área rural aproximadamente 40 km, um dos acessos se dá por meio da rodovia Br 210 no
Km 28, para chegar na comunidade há um ramal de terra de chão (piçarra) ao longo do
ramal é possível observar a vegetação da região amazônica e a comunidade é margeada
pelo Rio Pedreira. Ao longo da ocupação da Amazônia, a mão de obra escrava africana foi
utilizada para construir muitos empreendimentos da Coroa Portuguesa na região e como
forma de resistir ao trabalho forçado os africanos tinham as fugas como uma das

41
alternativas de lutar contra a escravidão. Os quilombos são a materialização da resistência
negra à escravização e foram uma das primeiras formas de defesa dos negros, opondo-se
não só à escravidão, mas também à discriminação racial e ao preconceito. Esses povos
mantêm suas tradições culturais por meio de eventos, manifestações culturais e religiosas
como forma de resistência. A proposta de investigar as práticas de letramentos na
comunidade remanescente quilombola de Mel da Pedreira surgiu da necessidade de
conhecer como as tradições são repassadas de geração a geração, pois essa comunidade
mantém suas tradições através de práticas socais na comunidade, eventos culturais e
religiosos. Dessa forma, a oralidade e as práticas de letramento social são instrumentos
que materializam a transmissão de conhecimento entre gerações. Nessa perspectiva, esta
pesquisa parte do seguinte questionamento: como a oralidade e o letramento social
contribui para manter tradições culturais na comunidade Mel da pedreira? Parte-se da
hipótese de que as práticas de letramento ultrapassam os muros da escola e encontram-
se em várias ações do cotidiano dentro da comunidade, na forma das manifestações
culturais, nos eventos religiosos, produção de alimentos para subsistência, como a
produção de farinha, produção do mel. Esta pesquisa tem como objetivo como investigar
como a oralidade repercute na relação entre o letramento social e manutenção das
tradições culturais na comunidade Mel da Pedreira. Esta pesquisa possui caráter teórico
e investigativo, pois trata-se de uma pesquisa de campo in loco na comunidade de Mel da
Pedreira, com abordagem qualitativa que serve de referência a este estudo em seu
formato etnográfico. Segundo Fonseca (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o
universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações. Em decorrência dos objetivos
propostos, realiza-se a pesquisa etnográfica com moradores da comunidade quilombola
Mel da Pedreira, pois a etnografia para Esteban, (2010) contribui para a descoberta da
complexidade dos fenômenos sociais e possibilita um conhecimento real e profundo dos
mesmos, possibilitando a introdução de reformas, inovações e tomadas de decisão. O
referencial teórico desta pesquisa fundamenta-se em estudos de Street (2006) sobre
letramento, para este autor letramentos são processos ideológicos e não se constituem
por meio de um sistema universal, autônomo e independente da cultura, mas a partir de
sentidos e usos situados, ligados tanto a contextos mais amplos de compreensão e
concepções sobre a linguagem escrita quanto a contextos locais, de Marcuschi (2004),
ressalta que oralidade seria uma prática social interativa para fins comunicativos que se
apresenta sob variadas formas ou gêneros textuais fundados na realidade sonora; ela vai
desde uma realização mais informal à mais formal nos mais variados contextos de uso.
Kleiman, (1995), para a autora, os eventos de letramento podem estar em qualquer
situação do cotidiano.
Palavras-chave: letramento, quilombo, tradições, oralidade.

42
PRINCÍPIOS PARA ANÁLISE LINGUÍSTICA/SEMIÓTICA DO GÊNERO VLOG COM BASE
NA PEDAGOGIA DOS MULTILETRAMENTOS
Eloiny Nóbrega (UNIFAP)
Rosivaldo Gomes (UNIFAP)

Resumo: Para além das palavras, hoje os textos que consumimos e produzimos contém
imagens, gifs, músicas, gestos, efeitos visuais e sonoros, luz, ângulos, cores e outras marcas
multissemióticas que afetam, indiscutivelmente, a construção de sentidos desses
enunciados. Essa nova realidade, como consequência, cria novos desafios e
questionamentos para o trabalho com educação linguística no ensino de língua
portuguesa. Por exemplo, sabemos que os textos multimodais e multissemióticos
precisam ser trabalhados em sala de aula, tal como recomenda a BNCC (2018), a partir do
estudo da estrutura e estilo de cada uma das linguagens/recursos que os integram -
inclusive, a BNCC faz uma descrição deles, mas a pergunta que fica é: o que de fato
significam? O que seria plano/ângulo/lado? E a partir disso, quais os princípios o
professor pode utilizar para fazer a análise dessas linguagens/recursos, tendo em vista
ajudar o aluno a compreender como os textos, de diversos gêneros, se constituem e
funcionam como multimodais? Com base nessas questões, os objetivos deste trabalho são:
apresentar uma conceituação das linguagens/recursos sugeridos pela BNCC para o estudo
com textos multimodais e multissemióticos e expor uma proposta de análise do gênero
digital vlog à luz das discussões da pedagogia dos multiletramentos (NEW LONDON
GROUP, 1996; KALANTZIS; COPE, 2009; ROJO, 2012), das práticas de análise
linguística/semiótica (GERALDI, 2011; MENDONÇA, 2006) e da noção de capacidade de
leitura de textos multissemióticos proposta por Gomes (2017). Metodologicamente, este
trabalho descreve os princípios para a análise linguística e, principalmente, semiótica de
um vlog intitulado "As melhores séries que só tem uma temporada" do canal "Ei nerd"
disponível em https://youtu.be/D3hd-1emsK4?si=EFzFygbI8ffr-lyC, buscando
apresentar critérios que possam ser aplicados para analyy8u8uy9795isar não só o gênero
Vlog, mas também outros gêneros digitais. O resultado revela que esse quadro pode ser
utilizado em sala de aula pelos professores como um ponto de partida e um norte para a
análise dos textos multimodais e multissemióticos, ajudando o aluno a olhar esses textos
de um ponto de vista mais crítico-reflexivo.
Palavras-chave: práticas de análise linguística/semiótica; pedagogia dos
multiletramentos; gênero vlog; língua portuguesa.

COMPORTAMENTO FEMININO E RELACIONAMENTOS AMOROSOS NOS CONTOS DE


NELSON RODRIGUES: uma análise comparativa
Bárbara Socorro Pires Barreto (UNIFAP)
Mariana Janaína dos Santos Alves (UNIFAP)

Resumo: Esta pesquisa é voltada para o estudo comparado entre os contos “Casal de três”
e “Para sempre fiel”, ambos escritos pelo autor Nelson Rodrigues e publicados na obra “A
vida como ela é…” (1992). O objetivo deste estudo é analisar o comportamento feminino
nos dois contos e apontar as divergências e semelhanças entre as duas mulheres e o papel
que empregavam em seus respectivos relacionamentos amorosos. A obra A vida como ela
é… o homem fiel e outros contos (1992) é uma coletânea de quarenta e cinco contos que
foram escolhidos entre as quase dois mil que foram escritos durante os dez anos de
publicação da coluna que fez parte do jornal “Última hora” de Samuel Wainer. O autor
43
Nelson Rodrigues é conhecido por sua escrita coloquial, temáticas polêmicas e pela
inovação no Teatro Modernista. Com seu tom irônico, cômico e por vezes trágico, o autor
explorou em suas obras temas como incesto, corrupção, adultério, amor, morte, entre
outros. O enredo do conto “Casal de três” consiste em um casal cujo homem era
maltratado pela sua esposa, seu sogro o aconselha a aceitar pois as mulheres fiéis tem um
temperamento difícil, e deveria desconfiar das mulheres amáveis. Sua esposa não se
pintava nem se arrumava, até mesmo fedia e não permitia que ele a tocasse. Um dia o
beijou e estava arrumada, o marido ficou em choque e se convenceu que essa mudança de
comportamento seria passageira, um mês depois ele recebe uma carta lhe informando
que sua esposa o traía com seu melhor amigo. Pouco tempo depois, seu amigo fica noivo
e ele encontra sua esposa em prantos, ele força o amigo a terminar o noivado e a
comparecer em sua casa todos os dias para o jantar para manter a esposa feliz e seu
comportamento afável. O enredo de “Para sempre fiel” consiste em um casal de
namorados no qual o homem já havia sido traído treze vezes e ele não consegue acreditar
fidelidade de sua namorada, em alguns momentos chega a ser taciturno e até mesmo rude
com ela, para provar que sempre será fiel, ela toma veneno e deixa uma mensagem para
ele que as mortas não traem. Como aporte teórico temos Ruy Castro (1992) trazendo a
perspectiva biográfica de Nelson Rodrigues; os estudos de Zechlinski (2007) acerca das
imagens do casamento e do amor nas obras rodriguianas; de Sales e Silva (2008) a
respeito da possibilidade do masculino na obra de Nelson Rodrigues e como o papel da
mulher está atrelado a isto; Alves (2002) a respeito da imagem da mulher na literatura na
modernidade e contemporaneidade; Mittanck (2017) e Pinsky (2015) a respeito das
mulheres na década de 1950 no Brasil.
Palavras-Chave: Nelson Rodrigues; Literatura comparada; Modernismo; Conto.

ENSINO DE LIBRAS ATRAVÉS DE INTERVENÇÕES E JOGOS NA UNIVERSIDADE DO


ESTADO DO AMAPÁ (UEAP)
Fernando Fernandes da Silva (UEAP)
Matheus Gomes dos Santos (UEAP)

Resumo: Este trabalho apresenta resultados qualitativos de um projeto interventivo


realizado no primeiro semestre de 2023 na Universidade do Estado do Amapá, Campus I.
O projeto tinha como foco a difusão da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e dos artefatos
culturais da comunidade surda. A metodologia incluiu a análise do feedback espontâneo
dos acadêmicos e transeuntes que participaram das seis intervenções realizadas nos
ambientes da universidade. A motivação para o projeto surgiu da necessidade de
compartilhar o ensino sobre a cultura surda e LIBRAS com a comunidade, especialmente
com os estudantes dos cursos de letras, que poderiam atuar como multiplicadores desse
conhecimento. As intervenções buscaram sensibilizar os participantes para as questões
culturais e linguísticas da comunidade surda. O projeto teve início nas aulas da disciplina
"Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Libras", ministrada nas turmas de Letras em
inglês, Francês e Espanhol. Essas aulas proporcionaram aos alunos uma compreensão dos
contextos identitários e culturais surdos, bem como noções básicas de LIBRAS. Essa base
preparou os participantes para as intervenções posteriores. As intervenções consistiram
em apresentações expositivas e dialogadas em LIBRAS. O objetivo era criar um ambiente
de estímulo-resposta, utilizando o alfabeto manual, banners e um jogo de memorização
das configurações de mão. O projeto visava promover uma maior compreensão e
proximidade entre as culturas surda e ouvinte. Para coletar dados e obter insights, os
pesquisadores utilizaram um gravador de voz para registrar o feedback espontâneo dos
44
participantes. Foram feitas três perguntas norteadoras: "O que você aprendeu de novo
hoje?", "Buscará mais conhecimento sobre o tema?" e "Se fosse dar uma nota para seu
aprendizado de hoje entre um a cinco, qual seria?". Os resultados revelaram que a maioria
dos participantes, que não tinha experiência prévia com a cultura surda ou LIBRAS,
demonstrou interesse em aprender mais após as intervenções. O projeto se baseou em
referências legais relevantes, como a Lei 10.436/2002, Lei 14.191/2021 e Decreto
5.626/2005, além de autores renomados no campo, incluindo Fernandes (2005), Skiliar
(2005), Silva (2009), Gesser (2009/2012), Campos (2017) e Quadros (2019).
Palavras-Chave: cultura surda; libras; sequência didática; jogos.

CHÃO DE LIVROS: LEITURA DELEITE NO ENSINO FUNDAMENTAL


Judivalda Brasil (GEA/SEED)

Resumo: Neste estudo, propomos reflexões originadas do desenvolvimento de uma


prática de letramento centrada no prazer de ler, em contraposição à obrigatoriedade. Esta
iniciativa baseia-se na promoção de aulas voltadas ao exercício consciente e jubiloso do
ato leitor no ambiente escolar, respeitando metas de aprendizagem bem delineadas e
fundamentadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O relato focaliza a
experiência conduzida na Escola Estadual Lauro Chaves, em 2016, com alunos do sexto
ano do ensino fundamental. É relevante assinalar que a instituição está situada no bairro
do Muca e atende, predominantemente, estudantes residentes nesta localidade. Na ação
em destaque, recorreu-se ao acervo pessoal da docente para oferecer uma diversidade de
livros aos estudantes. A disponibilização de tais materiais se deu de maneira lúdica: os
livros foram distribuídos sobre um grande tapete no centro da sala, incentivando a
exploração autônoma e o deleite literário. Este procedimento nasceu da inquietação com
o foco excessivo na preservação física dos livros disponíveis na escola, em detrimento do
desenvolvimento leitor dos alunos. Ao priorizar o prazer intrínseco à leitura, sem
interferências diretas nas escolhas dos estudantes, visava-se fomentar a seleção
espontânea de títulos e gêneros que ressoassem com as individualidades de cada leitor.
Para compreender o impacto da iniciativa, observou-se de perto as reações e interações
dos alunos, buscando aprofundar o estudo sobre as predisposições leitoras desses jovens
a partir das observações realizadas e da análise de informações socioeconômicas e
pedagógicas pertinentes. O embasamento teórico da pesquisa apoia-se nas contribuições
de Alexandre (2009), Freire (1989), Goès (2010), Cosson (2014), Nunes (2007),
Cademartori (2012) e Morais (2013).
Palavras‐chave: Leitura deleite. Letramento literário. Práticas de leitura

MEMÓRIAS DE FOLHAS: DO CAMINHO DA FEIRA À ESCOLA, NARRATIVAS ORAIS


SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS
Judivalda Brasil (GEA/SEED)

Resumo: O uso de ervas ou plantas no cotidiano dos seres humanos é uma prática milenar
que permeia distintas civilizações e períodos históricos. Esta prática, que possui
finalidades diversas, como medicamentosa, ritualística ou alimentar, mantém-se viva
através de narrativas espontâneas e coloquiais que atravessam gerações. Diante deste
cenário, concebeu-se uma pesquisa que delineia o percurso histórico e social das plantas
no contexto contemporâneo, estendendo-se da feira à escola e visando reativar saberes
silenciados. Almeja-se conectar os estudantes e seus familiares ao currículo escolar,
promovendo uma educação que associe vivências cotidianas ao aprendizado formal. O
45
objetivo geral deste estudo é implementar uma metodologia de ensino ancorada em uma
perspectiva dialógica e prazerosa, onde o estudante se torna protagonista por meio de
suas narrativas de vida. Especificamente na disciplina de Língua Portuguesa, pretende-se
associar as narrativas de vivências às práticas de ensino, fortalecendo assim o sentimento
de pertencimento ao lugar de origem e sua cultura. A abordagem metodológica é
qualitativa e bibliográfica, envolvendo a aplicação de um projeto de aprendizagem
estruturado em sequências didáticas que incorporam visitas orientadas a diversas
instituições. A pesquisa, parte integrante do mestrado da autora, ocorreu na feira do
Buritizal, em Macapá/AP, e envolveu uma turma de 21 alunos do 7º ano, no período de
maio a setembro de 2019. Como fundamentação teórica, destacam-se as contribuições da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), Santomé (1995), Candau (2013) e Santos
(2008), entre outros.
Palavras-chave: Feira; Plantas medicinais; Narrativas orais.

A CONSTRUÇÃO DE OBJETOS DO DISCURSO PERSPECTIVA SOCIOCOGNITIVA E


INTERACIONAL NA/DA PRODUÇÃO ESCRITA DE ALUNOS DE UM PROJETO DE
EXTENSÃO
Henan dos Santos Nery (UNIFAP)
Rosivaldo Gomes (UNIFAP)

Resumo: Sustentado na abordagem do quadro teórico e epistemológico da abordagem


sociocognitivo e interacional da linguagem e da linguística textual, neste trabalho
discutimos a construção de objetos de discurso (KOCH; ELIAS, 2006) a partir da relação
entre processos de referenciação e progressão tópica/temáticas na escrita de alunos
participantes do projeto de extensão Laboratório de Ensino, Leitura, Produção Textual e
Tecnologias (LABTEC), desenvolvido na Universidade Federal do Amapá e que ofereceu
no ano 2021 o curso "Escrevendo para Enem e para a vida: práticas de leitura e produção
textual", para alunos do ensino médio. Para sustentação teórica deste trabalho
consideramos as contribuições de perspectiva de texto no campo da Linguística Textual
dos postulados teóricos de autores como Van Dijk (2011[1992]), Koch (2006),
Marcuschi (2006; 2007; 2008), Cavalcante et al. (2010) e Bentes (2012), que indicam
um redimensionamento na conceituação de dois critérios de textualização, coesão e
coerência, nos estudos da LT, e sua codeterminação à referenciação, retomando a relação
entre texto, contexto e evidenciando a importância da cognição social para a produção de
sentidos a partir de objetos de discurso no processo de construção, referência e temática
(CAVALCANTE, 2011). A análise constitui-se a partir de um corpus de três produções do
gênero dissertação escolar feitas por participantes. Nos resultados, demonstram que a
construção de objetos do discurso na escrita dos participantes do curso perpassa pela
seleção das formas nominais, na construção da representação de objetos de discurso,
relacionando-as ao projeto de dizer do locutor em sua escrita. Defendemos, desse modo,
que a referenciação, ao construir representações para objetos de discurso, constitui uma
base para a estruturação do texto e providencia pistas para a produção de sentidos na
escrita
Palavras-chave: escrita; referenciação; produção textual; extensão.

46
ACCESS AMAZON: UMA ANÁLISE DO CURRÍCULO DO PROGRAMA DE LÍNGUA
INGLESA VOLTADO PARA COMUNIDADES INDÍGENAS, RIBEIRINHAS, QUILOMBOLAS
E EXTRATIVISTAS DA AMAZÔNIA LEGAL
Rebecca Barreiros Braga Pinto (UFPA)

Resumo: Este trabalho propõe uma análise do currículo do Access Amazon


Microscholarship Program. O Programa Access Amazon é um esforço colaborativo entre
o Departamento de Estado dos Estados Unidos e a FHI 360, uma organização global que
mobiliza pesquisa, recursos e redes para a promoção de oportunidades na área da
Educação em diversos países. No Brasil, o Programa é implementado pelo Grupo Mais
Unidos, um fundo de investimento social colaborativo que trabalha na criação e execução
de iniciativas voltadas à educação, empregabilidade e desenvolvimento socioeconômico
sustentável. O Access Amazon busca capacitar jovens de comunidades indígenas,
ribeirinhas, quilombolas e extrativistas, bem como ativistas acadêmicos na região legal da
Amazônia, por meio da oferta de 200 horas de instrução em Língua Inglesa em formato
online e síncrono, e utilizando um currículo centrado no debate ambiental,
sustentabilidade, liderança, identidade e representação midiática. Para analisar o
currículo do Access Amazon, nos debruçamos sobre o trabalho de Linda Tuhiwai Smith
(2019), intitulado Metodologias Decoloniais: Pesquisa e Povos Indígenas. Tuhiwai Smith
se dedica a fazer uma análise crítica dos paradigmas de pesquisa ocidentais e suas
implicações para as comunidades indígenas e sua obra serve como um recurso valioso
para nós, pesquisadores não indígenas, envolvidos em projetos com comunidades
indígenas, destacando a importância da autorreflexão, sensibilidade cultural e adequação
de seu envolvimento. A autora desconstrói a história da pesquisa ocidental, expondo os
preconceitos culturais e motivações inerentes às práticas de pesquisa colonialistas
dominantes. Utilizando frameworks feministas e teoria crítica, a obra de Tuhiwai Smith
explora as tradições do Iluminismo e do Positivismo que historicamente caracterizaram
a pesquisa ocidental como um empreendimento objetivo e científico. Para ela, essa
abordagem frequentemente levou a uma representação distorcida dos povos indígenas,
reforçando estereótipos e marginalizando suas perspectivas, ao mesmo tempo em que
promovia paradigmas ocidentais como verdades universais. Tuhiwai Smith enfatiza o
poder da pesquisa e da representação, instando os pesquisadores a reconhecerem seu
"olhar" e seu potencial para perpetuar narrativas dominantes. A nossa análise do
currículo do Access Amazon se dá a partir da experiência que tivemos como professora e
consultora pedagógica do programa e utilizará dados qualitativos e quantitativos,
colhidos durante os nove meses de programa, além do próprio currículo aplicado.
Palavras-chave: Access Amazon; currículo; ensino de inglês; estudos decoloniais.

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PROMOVENDO A APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS NATURAIS EM LIBRAS: PROPOSTA
BILÍNGUE PARA O ENSINO DA CADEIA ALIMENTAR NO 6º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL II PARA ALUNOS SURDOS
Fernando Fernandes (UEAP)
Gerlany de Fátima dos Santos Pereira (UEAP)
Lorrana da Silva Nunes (UEAP)
Raquel Rocha dos Santos (UEAP)

Resumo: Este estudo apresenta uma proposta bilíngue focada na promoção da


aprendizagem de Ciências Naturais, mais especificamente, o ensino da Cadeia Alimentar
para alunos surdos do 6º ano do Ensino Fundamental II. Ao considerar as particularidades
linguísticas e culturais desses alunos, a pesquisa delineia uma abordagem que integra a
Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Língua Portuguesa na elaboração de materiais
didáticos. A pesquisa teve como objetivo geral investigar e desenvolver uma metodologia
inclusiva, capaz de atender às necessidades específicas dos alunos surdos, promovendo
assim, uma aprendizagem mais eficaz e significativa. Para tanto, identificou-se os desafios
atuais na abordagem do ensino da cadeia alimentar e elaborou-se um material didático
adaptado, utilizando recursos tecnológicos modernos e aplicativos de edição. Desta
forma, produzimos/elaboramos uma videoaula, material didático visual em Libras,
utilizando imagens e gifs como ferramentas ilustrativas, disponibilizado na plataforma
digital Youtube, oferecendo aos discentes um instrumento de apoio, bem como, elementos
para que compreendam e apropriem se da temática ministrada, possibilitando a
curiosidade intelectual e a imaginação. Para a produção do material didático, seguiu-se
quatro etapas, sendo respectivamente: a escolha do conteúdo a ser abordado e presente
na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o resumo e adaptação do conteúdo em
Libras, a elaboração do plano de aula e a gravação e edição da videoaula. Além disso, este
estudo apresenta aos docentes as ferramentas digitais, de fácil acesso e gratuitas, que
podem ser adicionadas em suas regências, visando aprimorar o seu material didático e
facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Além de analisar a importância da
comunicação no ensino de ciências, a pesquisa se propõe a preencher uma lacuna
significativa na disponibilidade de recursos pedagógicos acessíveis. O trabalho busca
contribuir para a democratização do ensino de ciências, valorizando a diversidade
linguística e promovendo a inclusão e o empoderamento dos alunos surdos no ambiente
educacional. Destaca-se a urgência e a relevância de desenvolver estratégias educacionais
que viabilizem uma aprendizagem autêntica e acessível a todos os estudantes.
Palavras-chave: ciências naturais; libras; inclusão.

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ENSINO REMOTO: PRÁTICA DOCENTE DE UMA PROFESSORA DE GEOGRAFIA, EM
UMA CLASSE DE OITAVO ANO, EM UMA ESCOLA QUILOMBOLA ESTADUAL DURANTE
A PANDEMIA DO COVID 19
Maria das Dores Araújo Prego (GEA)

Resumo: Este artigo tem por objetivo analisar experiências de escolarização na prática
docente de uma professora de Geografia, em uma classe de oitavo ano, na Escola
Quilombola Estadual José Bonifácio durante a pandemia do Covid 19, cujo Ensino Remoto
(ER) é utilizado como novo padrão metodológico (em caráter emergencial) adotado pelos
sistemas de ensino, como recurso para possibilitar a continuidade ao segundo semestre
do ano letivo de 2020, em cumprimento as normativas de distanciamento social, ante ao
impacto proveniente da doença corona vírus. A pesquisa quis saber como se estabelecia a
comunicação entre a professora e seus alunos, estando estes numa comunidade de área
periférica da capital, com visível carência do desenvolvimento urbano. A possibilidade
dessa comunicação acontecer efetivamente seria, empiricamente, a partir da
materialização da Lei 10.639/03 no Projeto Político Pedagógico (PPP) e na competência
profissional da professora pesquisada, visto que esta acusa possuir formação em nível de
especialização nessa área. O principal referencial teórico deste trabalho foram: André
(2012), Lakatos E. e Marconi, M. (2001), Brasil (2003), (2005), Gomes (2012), Pires, Z et
al. (2020). A metodologia da pesquisa tem enfoque qualitativo e quantitativo a partir do
estudo etnográfico caracterizando-se peculiaridades da Educação Quilombola constantes
no bojo da legislação. A escolha da população foi aleatória, sendo trabalhado cinquenta
por cento do total dos alunos da classe estudada. Para coleta de dados; utilizou-se a rede
WhatsApp com envio de documentos, fotografias e realização de entrevistas e
questionários com a docente sobre as ferramentas e alternativas de alcance de seus
objetivos. A análise documental do PPP, plano de curso e planos de aula dados deram
suporte aos principais dados investigação; as entrevistas e questionários responderam ao
questionamento da pesquisa sobre os fatos significativos da prática pedagógica adotada
pela professora na Educação Quilombola com seus alunos. Foi perceptível a estreita
relação entre a escola e a comunidade, facilitando a materialização a especificidade
prática docente tradicional desta em caráter emergencial, confirma-se assim que a
formação da docente e a convivência dos alunos e pais nos projetos vem facilitar a
comunicação nesse momento de ensino remoto. Constatou-se resultados positivos no
ensino e na aprendizagem das aulas remotas, sendo o telefone celular, via mensagens de
WhatsApp (por chamadas em tempo real e assíncronas) o principal canal para ministrar
os conteúdos, assim como para o feedback dos alunos e pais. Verificou-se que as muitas
dificuldades de acesso à internet tiveram tratamento diferenciado pela professora,
atribuindo-se essa superação sua formação acadêmica específica para Educação
Quilombola e sua dedicação atemporal nesse período, pois segundo dados coletados, o
sistema não ofereceu suporte que a situação exigiu.
Palavras-chave: educação quilombola; escolarização na pandemia; prática docente na
modalidade de ensino remoto; ensino fundamental.

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A CULTURA DO OFÍCIO DAS MULHERES QUE TRABALHAM COM AS MÃOS: ESTUDO
COM BASE NA ANÁLISE DO DISCURSO E PRÁTICAS SOCIAIS
Cilene Monteiro do Carmo (UNIFAP)
Antonio Almir Silva Gomes (UNIFAP)

Resumo: O presente estudo está situado no campo da Linguística Aplicada e apresenta-


se como um recorte parcial de uma dissertação de mestrado em andamento, refere-se a
prática do trabalho cultural das Louceiras do Maruanum no contexto do saber-criar-fazer
louças de barro. As louceiras, são um grupo de mulheres negras pertencentes aos povos
tradicionais quilombolas do Estado do Amapá, habitantes do Distrito do Marunum que
desenvolvem a prática do oficio das louças de barro dentro de um contexto cultural,
linguístico e identitário pertencente a esse grupo de mulheres. Este trabalho objetiva
analisar o uso da linguagem enquanto discurso em práticas sociais, apresentando
elementos na produção do conhecimento no contexto do saber-fazer-criar do oficio das
louças de barro construídas pelas louceira do Maruanum, propondo investigar o uso da
linguagem enquanto discurso em práticas sociais. O discurso nesse contexto da cultura
das louças serve como viés utilizado para (re)construir sua tradição, sendo também fonte
de conhecimento que visibiliza o universo da cultura do oficio da louceira e ainda
possibilitam a elas entenderem seu contexto para assim buscar transformá-lo. De acordo
com a perspectiva ADC, que engloba a linguagem/ discurso como prática social, o ofício
de produção das louças de barro, apresentam especificidades atrelados a prática social,
uma vez que, a produção das louças são carregados de símbolos de ancestralidade e
recheadas de crenças ritualísticas, na qual é possível mencionar: a participação efetiva
somente de mulheres da comunidade, imposições específicas determinadas com regras
para participar na produção, obediência a fase da lua e respeito as suas ancestrais; tudo
empregado pelas próprias louceiras com finalidade de garantir a qualidade e perfeição
das louças de barro e conservação do ritual centenário e geracional. Fairclough (1999)
aborda que as linguagens atravessam as práticas sociais, pois o discurso faz parte da vida
do indivíduo, no contexto das louceiras o discurso faz parte de suas vidas, a cultura da
produção das louças de cerâmicas é representada englobando eventos sociais que
agregados, formam a constituição de diversas práticas sociais. Nesse contexto, é possível
também mencionar que a associação das louceiras do Maruanum (ALOMA) desenvolve
cursos de pinturas, desenhos e empreendedorismos (vendas das peças). As louceiras tem
o poder do conhecimento do saber-fazer louças de barro e representam um agente social,
constituindo liberdade no discurso do saber-fazer louças, buscando ativamente a
transformação e criatividade para a continuidade e preservação de sua cultura.
Palavras-chaves: ofício; louceira; discurso; prática social.

50
AS DIFERENTES PERSPECTIVAS DE UM DISCURSO: UM ESTUDO EPISTEMOLÓGICO
DA METODOLOGIA DAS VERTENTES DISCURSIVAS
Amália Luane de Oliveira Conceição (UNIFAP)
Letícia Lobo Melo (UNIFAP)
Mariana Santos de Oliveira (UNIFAP)
Silvagne Vasconcelos Duarte (UNIFAP)

Resumo: A Análise do Discurso explora todos os aspectos do discurso-enunciado, assim


como as ciências em que elas se baseiam, e é principalmente pautada nas ciências sociais
do século XIX. Herdeira de outras ciências e estudos da década de 60, a Análise do Discurso
surge para explorar de maneira mais ampla a função da linguagem como além de uma
transmissora de mensagens e decodificadora, partindo da realidade que os estudos
linguísticos evoluem com o passar do tempo, e a AD veio para explorar um novo tipo de
intencionalidade; e assim, nascendo as vertentes da AD com diferentes propostas de
pesquisa. Com isso, partindo dos principais conceitos que sustentam, cada vertente será
evidenciada neste estudo com suas estruturas metodológicas proporcionadas pela
construção de sentido da linguagem apresentada pela AD, colaborando para discutir as
variações que um discurso pode desenvolver, tal como ele chega aos meio de
comunicação, a tendência que se segue em diferentes épocas, como surte efeito sobre o
sujeito; são questionamentos como estes que sucedem nesse levantamento realizado,
ainda explorando a ideologia que interpela através do discurso e partindo do contexto que
articulado em questão. O presente artigo objetiva evidenciar os aspectos e procedimentos
que as seguintes vertentes exploram dentro do discurso, procedendo como uma pesquisa
bibliográfica de abordagem qualitativa de acordo as ideias de Marconi e Lakatos (2003)
feita a partir de obras referenciais da área, apresentadas como: Francesa, com base na
psicanálise e voltada para a historicidade do discurso como nas análises de Orlandi (2015)
de Pêcheux; Norte-Americana, com estudos de base marxista e voltada para a visão crítica
a partir de Fairclough (1989, 1992); Semiolinguística, estudando a intencionalidade a
partir da própria estrutura da língua, a organização de discursos propostas por
Charaudeau (2014); e ainda explorando a visão “Ethos”, que proporciona uma diferente
perspectiva de visão do “eu” e do “outro”, a partir dos conceitos de Maingueneau (2006);
por meio de um estudo pautado nos principais autores da AD tais como Pêcheux e
Chouliaraki, a fim de discernir a metodologia de análise das respectivas, utilizando
exemplos práticos para exposição e discernimento, e como resultado encontrado-se o fato
de que o mesmo discurso pode ser analisado por diferentes vertentes.
Palavras-chave: metodologia; análise do discurso; vertentes; pesquisa.

MULTILETRAMENTOS E A CULTURA DIGITAL: UMA NOVA ROUPAGEM PARA O


PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Ruane de Cássia Alfaia Pantoja (UNIFAP)
Ryan Wallace Pantoja (UNIFAP)
Adelma Barros_Mendes (UNIFAP)

Resumo: Entre as perspectivas de leitura que têm se apresentado ao longo da história no


trabalho de ensino da língua materna/portuguesa, destaca-se hoje a
sociohistórica/sociocultural/sociointeracional pautada nas ideias de Bakhtin (1983) e
Vigotsky (1934). Nessa linha, amparando-nos na compreensão dialética da linguagem,
onde sujeitos se constroem na e pela linguagem no jogo da interação, sendo, portanto, a
51
leitura vista como produção de sentidos e fruto dessa interação. E, ao pensar na sociedade
atual com os multiletramentos e as multissemiose, o trabalho com “as Tecnologia Digitais
da Comunicação e da Informação se mostram promissores na formação de sujeitos
críticos para uma sociedade que vive essa era da comunicação e informação (...) sendo
emergente que professores promovam atividades de ampliações acerca dos letramentos
atuais já vivenciados pelos estudantes para que alcancem as habilidades/competências
de leitura e produção de textos, de forma que estejam prontos para enfrentar os desafios
deste século (Ribeiro e Silva, 2023, p.03). Objetivo deste resumo intenta demonstrar que
a elaboração de gêneros textuais multimodais como o Infográfico, por sua dimensão
autoexplicativa e o Podcast, com sua linguagem que aproxima os sujeitos, tornando o
conteúdo mais acessível, auxiliam na construção e consolidação de conhecimentos
teóricos-científicos e potencializam a compreensão leitora. Metodologicamente, para
construí-los seguimos como primeiro passo uma leitura dirigida por questões que nos
ofereceram caminhos para desvelar o assunto ou tema tratado, o objetivo, o problema
central levantado pelo autor sobre o tema, os argumentos secundários apresentados pelo
autor, a posição assumida pelo autor, entre outras. A partir disso elaboramos sínteses dos
artigos "Letramento Digital: Uma faceta para o Aprimoramento do Fazer Pedagógico" de
Wilzelaine Hanke e Nuria Camas, e "Apropriação dos multiletramentos pela BNCC:
Perspectivas para uma educação do século XXI" de Jocianne Maria Bill Kaelle e Eduardo
Fofonca. Essas sínteses deram suporte para construir o Roteiro do Podcast e o
organograma do Infográfico. Como resultado, verificamos que esse trabalho se
potencializa como estratégia de leitura e produção de textos contribuindo para a
compreensão leitora de modo bastante significativo. Podendo ser utilizado pelos
professores de qualquer nível de ensino.
Palavras-chave: letramento; digital; multiletramentos; educação; tecnologia, leitura.

INTELIGENCIA ARTIFICIAL NA SALA DE AULA: UTILIZANDO A FERRAMENTA


GAMMA APP PARA PRODUÇÃO DE MATERIAS NO ENSINO DE LINGUAS
Elias Otavio Gomes De Oliveira (UNIFAP)
Eloana machado da conceição (UNIFAP)

Resumo: Propõe-se a integração da inteligência artificial no ensino (CAMADA; DURÃES)


de línguas (DAMACENA; DE ARAÚJO), visando à personalização do aprendizado, feedback
imediato, materiais autênticos e apoio ao professor. Deve-se também considerar aspectos
éticos e de privacidade. Esta iniciativa busca integrar o Gamma App nas atividades de sala
de aula, com o objetivo de proporcionar benefícios significativos para os estudantes e
educadores. A implementação dessa proposta envolve uma fase inicial de treinamento, na
qual os educadores seriam familiarizados com o funcionamento e as funcionalidades da
ferramenta. Isso pode ser realizado por meio de tutoriais, workshops ou orientação de
professores experientes. O objetivo desse treinamento é permitir que os alunos
compreendam como usar o Gamma App de forma eficaz.
Palavras-chave: inteligência artificial; educação; materiais autênticos.

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ÁNALISE DISCURSIVA CRÍTICA DO PROJETO FRANCECOLAB BRASIL E SUAS
MULTIPLAS COLONIALIDADES
Marilene Almeida (PPGLET -UNIFAP)
Rosivaldo Gomes (UNIFAP)

Resumo: Este trabalho tem por objetivo central analisar os discursos subjacentes no
projeto FracEcolab Brasil. O projeto foi implementado em 2021 e conta com uma edição
a cada ano, é realizado anualmente pela Embaixada Francesa no Brasil e pela Fondation
Tara Océan em parceria com a CCIFB, IRD, e instituições nacionais e internacionais. O
projeto apresenta-se como “dinâmico, inovador e promissor que visa sensibilizar escolas
e jovens ativistas sobre a importância do meio ambiente", na qual, a França “ressalta seu
compromisso em proteger o oceano, as águas e, assim, a vida no planeta, graças ao projeto
FrancEcolab”. Em 2021 envolveu “50 escolas parceiras” totalizando 3.500 estudantes, em
12 estados da federação brasileira. A Escola Estadual Professora Marly Maria e Souza da
Silva, localizada no Estado do Amapá, na cidade de Macapá, única escola da rede pública
de ensino que possui ensino/educação bilíngue de Português e Francês é a vencedora por
dois anos consecutivos do concurso nacional FRANCECOLAB. Para fundamentação teórica
desta pesquisa, tomaremos por base, as epistemologias decoloniais a partir dos estudos
de Quijano (2009), Santos (2009), Mignolo (2017), Maldonado-Torres (2008) e Walsh
(2013). Este trabalho situa-se no campo da Linguística Aplicada Indisciplinar, Moita Lopes
(2008), tendo como princípio a pesquisa qualitativa-interpretativista (Denzin e Lincoln,
2006), Bortoni-Ricardo (2008), na qual realiza-se uma análise documental que busca
colocar em diálogo a Análise do Discurso Crítica (ADC), a partir dos estudos de Fairclough
(2001), Resende (2006) e Melo (2011), ocorrendo em diálogo com os estudos decoloniais.
Os resultados parciais mostram a partir da Análise do Discurso Crítica (ADC) e das
epistemologias decoloniais que há práticas discursivas no Projeto FrancEcolab, que estão
alinhados as colonialidades do poder, do ser, do saber e da linguagem no ensino de
francês. O estudo é um recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento.
Palavras-chave: Discursos; Práticas sociais; FRANCECOLAB; Colonialidades.

A EDUCAÇÃO PELA PALAVRA: COMBATENDO A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NA EFAM


COM LÍNGUA PORTUGUESA
Eloana Machado da Conceição (UNIFAP)

Resumo: O presente projeto se concentra na aplicação da disciplina de Língua Portuguesa


na Escola Família Agroecológica do Macacoari (EFAM) com um enfoque especial na
importância do combate à intolerância religiosa através de textos educacionais. Essa
iniciativa não apenas enriquece a educação dos alunos, mas também desempenha um
papel fundamental no desenvolvimento da comunicação, expressão escrita e oral, e na
promoção de valores de respeito e tolerância religiosa. Através do ensino de Língua
Portuguesa, a EFAM busca promover a habilidade linguística, cultivar a comunicação
eficaz e, ao mesmo tempo, utilizar textos educacionais que abordem a importância da
diversidade religiosa, a necessidade de combater a intolerância religiosa e a promoção do
respeito às diferentes crenças. Isso contribui para uma sociedade mais informada,
capacitada e harmoniosa, onde a educação desempenha um papel fundamental na
construção de um ambiente inclusivo e plural.
Palavras-chave: ensino; língua; intolerância religiosa.

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DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO INICIAL CRÍTICO-REFLEXIVA DE
PROFESSORES DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE) DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO AMAPÁ
Aldenice de Andrade Couto (UNIFAP)

Resumo: Nos últimos anos, as investigações acerca da formação inicial de professores de


línguas estrangeiras têm aumentado, consideravelmente e os estudos mostram cada vez
mais que essa formação deve ser pautada em uma perspectiva crítico-reflexiva e enfatizar
a importância do desenvolvimento contínuo (Leffa, 2008). Nesse sentido, os professores
precisam estar dispostos a se atualizar constantemente, acompanhando as mudanças no
campo da linguagem e da educação, bem como as novas tecnologias e abordagens
pedagógicas. (Alarcão, 2011). Este estudo, que é um recorte de tese de doutorado,
ancorou-se nas teorias de formação crítico-reflexiva de professores (Giroux, 1999;
Perrenoud, 2002; Magalhães, 2003; Freire, 2011). Assim, nesta comunicação pretende-se
levantar algumas reflexões com relação à formação crítico-reflexiva de professores de
Língua estrangeira (LE), especialmente os de FLE. A metodologia baseou-se na pesquisa
qualitativa interpretativista (Denzin; Lincoln, 2006) e configurou-se como sendo um
estudo de caso (Flick, 2009). As participantes foram cinco professoras do curso de Letras
Português-Francês do oitavo semestre e os instrumentos utilizados para o levantamento
de dados foram questionários, observações com notas de campo, entrevistas e relatório
final do estágio. A pesquisa revelou elementos importantes à formação de professores e
ao trabalho docente na fase de inserção à docência. Os resultados revelaram também que
a formação inicial de professores de LE na contemporaneidade é um processo abrangente
que deve envolver, não somente os conhecimentos linguísticos, habilidades pedagógicas,
mas também o uso da tecnologia, a prática em sala de aula e a sensibilidade intercultural.
Logo, é fundamental preparar professores competentes e eficazes que possam atender às
demandas de uma sociedade cada vez mais globalizada e multicultural (Couto, 2022).
Palavras-chave: formação inicial; francês língua estrangeira; universidade pública;
contemporaneidade.

INOVAÇÕES COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO ENSINO DE LÍNGUAS: DESAFIOS DE


ACESSO
Elias Otavio Gomes De Oliveira (UNIFAP)

Resumo: Essa proposta de integração da inteligência artificial no ensino de línguas


levanta questões cruciais sobre o acesso equitativo a essas ferramentas. Embora a IA
possa contribuir para a educação linguística, é necessário questionar se todos os alunos
têm igualdade de acesso a essas tecnologias. Como garantir que estudantes de diferentes
contextos socioeconômicos ou regiões geográficas tenham a oportunidade de se
beneficiar dessas inovações? Além disso, como podemos mitigar a disparidade de acesso
e garantir que a integração da IA não exclua aqueles que não têm acesso a recursos
tecnológicos avançados? Essas questões são fundamentais para garantir uma educação
inclusiva e igualitária no contexto da inteligência artificial aplicada ao ensino de línguas.
Palavras-chave: inteligência artificial; educação; linguística;

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CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA LEITORA: COMPREENDENDO OS MÚLTIPLOS
LETRAMENTOS
San Drey Monteiro Marques Junior (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Com o avança acelerado das tecnologias, nota-se que o perfil dos estudantes
brasileiros tem mudado com extrema velocidade, sendo necessário que o professor
busque cada vez mais se adaptar aos novos modos de ensinar e aprender. O conceito de
letramento apresentado por Rojo, embasado em Street (2007) conta que o letramento vai
além do saber ler e escrever, sendo assim, é necessário ensinar o devido uso do letramento
e sua prática constante, apresentando aos estudantes os diversos modelos de
letramentos. Assim, neste resumo procuramos trazer a síntese de uma atividade de leitura
que trabalha com a construção de gêneros textuais multimodais como mapas mentais,
infográficos, podcast, vídeos curtos, entre outros como estratégia de compreensão leitora.
Compreensão que é gerada na soma de palavras, imagens e cores, sons, movimentos,
sendo, portanto, mais abrangente. Especificamente na nossa atividade foi construído um
mapa mental a partir do artigo científico, a saber, “Múltiplos Letramentos: Conceitos
Necessários para a Leitura e a Escrita” de Andreia Silva dos Santos e Neide Araújo Castilho
Teno. Metodologicamente partiu-se de exposição pela professora acerca do tema
letramento e alfabetização, por meio de vídeos de entrevistas de autores renomados como
Roxane Rojo, seguidas de uma série de resumos de artigos científicos, que tratavam sobre
letramentos e multiletramentos para que os acadêmicos realizassem seleção de livre
escolha. Iniciou-se leitura orientada/dirigida e leitura compartilhada. Nesse percurso,
construiu-se uma síntese a partir da qual se fez a organização de um Mapa Mental,
exigindo leitura e retomadas na organização de palavras-chave, de modo a se construir
organograma que retratassem toda a temática e traduzisse “uma imagem metal” do texto-
base. Socializamos para os colegas de turma dando acesso aos gêneros multimodais
construídos por todos. Resultado: verificamos que esse modo de encaminhar um trabalho
de leitura com vistas à elaboração de outros gêneros multimodais/semióticos, desenvolve
habilidades leitoras como análise e síntese, intertextualidade, visão geral do texto;
discussão e explicação do texto, compreensão das “entrelinhas” no texto, favorecendo
uma leitura para a autonomia.
Palavras-chave: letramento; múltiplos letramentos; práticas de letramentos.

RELATO DE EXPERIÊNCIA: MINHAS IMPRESSÕES DO FAZER PEDAGÓGICO NUMA


ESCOLA PÚBLICA DE MACAPÁ
Yuri da Costa Guedes (UNIFAP)
Adelma Barros-Mendes (UNIFAP)

Resumo: Quase sempre que os resultados de avaliações de larga escala são publicitados
discute-se sobre a qualidade da educação no Brasil. Essa qualidade, buscada por
professores, pesquisadores, familiares e gestores é uma constante e como resposta o
Ministério da Educação tem apresentado propostas de diretrizes diversas, entre elas, por
meio da emissão de Resoluções 02/2015/MEC/FNE que orienta as instituições
formadoras de professores em cursos de licenciatura a instituir o componente curricular
pratica pedagógica. Esse componente visa a inserir os alunos já no segundo semestre nos
espaços escolares de modo a lhes favorecer uma vivência o mais cedo possível. Nessas
diretrizes, é defendido ser imprescindível a relação teoria e prática. Para cumprimento

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tem-se verificado que os cursos de licenciatura, em Projetos Pedagógicos mais recentes,
inserem o graduando na escola desde o segundo semestre, como o curso de que faço parte
como acadêmico. Iniciei com o componente Pratica Pedagógica I no primeiro semestre do
curso e agora no terceiro fui encaminhado para uma escola de educação básica, que para
minha alegria pude escolher, pois foi onde estudei. Objetivo: Assim, neste resumo trago
meu relato durante o período de vivência, considerando minhas percepções agora como
futuro professor. A escola pública localiza-se na zona central da cidade de Macapá e
atende bairros como Santa Rita, Central e Trem. Descrição da experiência: Minhas
observações foram organizadas por dois momentos. O primeiro pela aplicação de dois
formulários (Google forms) à coordenação pedagógica e à professora regente da turma
em que permaneci. Esses formulários envolveram questões que versavam sobre a
dimensão estrutural da escola. Entre outras coisas, busquei saber quantas salas estão à
disposição, quantitativo de banheiros disponíveis, se possuem adaptação para PcD e uso
transgênero. Buscamos, no formulário II, entre outras informações, verificar o perfil do
docente por questões do tipo, quanto tempo de atuação na área, se participou/participa
de cursos, oficinas, seminários, entre outras modalidades que promovem formação
continuada, informações que se apresentaram bastante relevante no nosso relato.
Buscamos ainda saber sobre os modos de trabalho, por exemplo, se usa livros didáticos
ou ferramentas tecnológicas como projetor (data show), como forma de apoio em sala de
aula. O segundo momento foi onde fiz observações das práticas pedagógicas de sala de
aula, descritas em Notas de Campo. Resultados: Os resultados dos dados revelaram que
quanto a dimensão infraestutural, a escola apresenta um ambiente amplo e acolhedor
para os alunos, no entanto, destacamos a falta de acessibilidade. Quanto a formação dos
docentes de Língua Portuguesa, em sua maioria tem formação em nível de licenciatura. As
aulas se apresentam com caráter transmissivo, sendo assim, a capacidade reflexiva do
aluno é prejudica. Considerações Finais: Com base no que foi analisado, por essa amostra,
é evidente que boa parte das escolas públicas de Macapá necessitam de um olhar mais
atento e sensível, para que haja um aprimoramento no fazer pedagógico e, sobretudo, na
infraesturura, que carece de recursos básicos para a inclusão de alunos PcD, para se ter
uma escola mais inclusiva e democrática para todos os alunos.
Palavras-chave: relato; escola pública; práticas pedagógicas; inclusão; infraestrutura.

“VOU APRENDER A LER PRA ENSINAR MEUS CAMARADAS”: RELATO SOBRE


PRÁTICAS DE LEITURA EM AULAS DE LITERATURAS EM LÍNGUA FRANCESA
Érika Pinto de Azevedo (UNIFAP)

Resumo: Essa comunicação objetiva apresentar reflexões sobre práticas de leitura


realizadas em disciplinas de literaturas em língua francesa do curso de Letras Francês da
Universidade Federal do Amapá. Essas práticas, filiadas à Didática da(s) literatura(s),
levaram em conta a concepção de literatura e de seu ensino, a escolha dos textos e dos
gêneros, as metodologias da leitura subjetiva e de grupo de leitura (Girão, 2021). A
literatura multiplica a possibilidade de interação com os outros, proporciona sensações
insubstituíveis, além da aquisição de diversos saberes. Não é simples entretenimento ou
distração reservada à um grupo seleto porque permite, antes de qualquer coisa, “que cada
um responda melhor à sua vocação de ser humano” (Todorov, 2009, p. 24). O teórico já
afirmava a necessidade de dar prioridade à leitura das obras literárias e não ao estudo
imediato de questões técnicas ou teóricas ligadas à história, teoria e crítica literárias.
Assim, a atividade de grupo de leitura de textos literários do Caribe (Haiti, Martinica,
Guadalupe) e da Guiana em espaço de aprendizagem de Francês Língua Estrangeira
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favoreceu a experiência de leitura subjetiva (Girão, 2021; Rouxel, 2018) e,
consequentemente, a implicação dos alunos na leitura, as interações coletivas e
colaborativas entre eles, a partilha de experiências de leitura, de vida e de saberes.
Palavras-chave: Francês como Língua Estrangeira; literaturas; leitura subjetiva; grupo
de leitura.

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