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RESUMOS
(Organizadores)
Abdelhak Razky
Alcides Fernandes de Lima
Marilucia Barros de Oliveira
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Eliane Oliveira da Costa
3
Universidade Federal do Pará
Prof. Dr. Emmanuel Zagury Tourinho – Reitor
Prof. Dr. Gilmar Pereira da Silva – Vice-reitor
Programação de Pós-Graduação em Letras – PPGL
Prof. Dr. Sidney da Silva Facundes – Coordenador
Prof. Dr. Thomas Massao Fairchild – Vice-coordenador
COORDENAÇÃO GERAL
Abdelhak Razky
Marilucia Barros de Oliveira
Alcides Fernandes de Lima
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Abdelhak Razky (UFPA)
Prof. Dr. Alcides Fernandes de Lima (UFPA)
Profª. Drª. Ana Suely Arruda Câmara Cabral (UNB)
Prof. Dr. Conceição de Maria de Araújo Ramos (UFMA)
Profª. Drª. Eliete de Jesus Bararuá Solano (UEPA)
Prof. Dr. José de Ribamar Mendes Bezerra (UFMA)
Prof. Dr. Luiz Percival de Leme Britto (UFOPA)
Profª. Drª. Maria Risoleta Silva Julião (UFPA)
Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão (UFC)
Profª. Drª. Maria Luisa Ortíz Alvarez (UnB)
Profª. Drª. Marilucia Barros de Oliveira (UFPA)
Profª. Drª. Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA)
Prof. Dr. Salah Mejri (Paris 13/França)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Eliane Oliveira da Costa
Rejane Umbelina G. S. Oliveira
Ana Paula Tavares Magno
Simone Negrão de Freitas
Davi Pereira de Souza
Diego Coimbra dos Santos
APOIO
Cecília Dias
Fábio Luidy Oliveira Alves
Flávia Helena da Silva Paz
Jamille Cardoso
Luan Costa dos Santos
Maria Eneida Fernandes
Helen Coelho Costa
Rosangela Teixeira Oliveira
Rodolfo Rodrigues da Cruz
4
APRESENTAÇÃO
O Seminário de Geossociolinguística - SEGEL é um evento organizado pelo grupo
de pesquisa do Projeto Geossociolinguística e Socioterminologia - GeoLinTerm, projeto que
está vinculado ao Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará
(UFPA), tendo como coordenador geral o Prof. Abdelhak Razky. O SEGEL surgiu em 2009
como um evento de caráter regional – por isso o seu nome original era Seminário Regional
de Geossociolinguística - SERGEL – e passou a ser considerado um evento nacional,
SEGEL, a partir de 2017 dado o alcance e algumas características que passou a apresentar.
O objetivo geral do SEGEL é fortalecer a sinergia entre pesquisa, ensino e extensão,
aproximando a Graduação e a Pós-Graduação no Curso de Letras, a fim de contribuir para
a ciência e a educação na Região Amazônica.
Nesta oitava edição, o evento tem como temática “Desafios para os Estudos
Geossociolinguísticos: diversidade e respeito às identidades”. A escolha dessa temática
tem como foco, dentre outros, refletir sobre o caráter humanístico da Linguística e sobre a
dimensão ética, estética e política que envolve as identidades sociais da linguagem.
Ressalte-se que o SEGEL é um evento pensado para um público de interesse
formado não só por professores-pesquisadores, principais construtores do conhecimento
científico na área, mas também por professores da educação básica, para contribuir para a
melhoria da formação continuada desses professores e, consequentemente, para uma
melhoria da Educação Básica e Superior na Região Amazônica. Além disso, o evento procura
dar atenção especial aos alunos da Graduação, da Iniciação Científica ou não, e da Pós-
Graduação, pois se entende que não se pode descuidar da formação de novos pesquisadores.
O escopo do evento abriga trabalhos das áreas de Linguística, Letras e Educação,
relacionados à pesquisa, ao ensino e a novas tecnologias, utilizadas ou utilizáveis para a
melhoria da formação e da atuação dos profissionais dessas áreas.
Neste ano de 2019, o VIII SEGEL apresenta a realização de palestras, simpósios,
mesas-redondas, minicursos, comunicações e pôsteres, neste contexto de atividades
específicas, elencam-se os resumos apresentados em todas as modalidades citadas, os quais
estão organizados neste Caderno de Resumos.
Desejamos a todos uma boa apreciação deste volume e agradecemos pela
participação em nosso evento!
A Coordenação.
5
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................. 5
MINICURSOS
METODOLOGIA DA PESQUISA GEOSSOCIOLINGUÍSTICA ..................................... 16
Marcela Moura Torres Paim
A ANÁLISE LINGUÍSTICA DIALÓGICA E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO E NA
APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................. 16
Márcia Cristina Greco Ohuschi
INTRODUÇÃO À FRASEOLOGIA: METENDO A MÃO NA MASSA ............................ 17
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Davi Pereira de Souza
INTRODUÇÃO AO R PARA LINGUISTAS: CURSO DE LÍVIA OUSHIRO (2017.
VERSION 1.0.0) .................................................................................................................... 17
Regina Célia Fernandes Cruz
Nair Daiane de Souza Sauaia Vansiler
Suzana do Espírito Santos Barros
PALESTRAS
6
PROJETO GEOLINTERM: LINHAS DE PESQUISA E PRODUÇÃO CIENTÍFICA ... 24
Regis José da Cunha Guedes
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Eliane Oliveira da Costa
Rejane Umbelina Garcez
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
GEOSSOCIOLINGUÍSTICA ............................................................................................... 26
Marcela Moura Torres Paim
“GRAMPO” E “DIADEMA”: UM ESTUDO GEOSOCIOCOGNITIVO COM BASE NO
CORPUS DO PROJETO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL ........................................ 26
Carina Sampaio Nascimento
Marcela Moura Torres Paim
A VARIAÇÃO DAS PROPAROXÍTONAS NO FALAR AMAZONENSE: OS CASOS DE
REDUÇÃO E MANUTENÇÃO NO ESTADO DO AMAZONAS..................................... 27
Ana Paula Tavares Magno
A VARIAÇÃO LEXICAL DO CAMPO SEMÂNTICO ACESSÓRIOS NAS
LOCALIDADES BRASILEIRAS ......................................................................................... 27
Marcela Moura Torres Paim
ANÁLISE DA DIVERSIDADE LEXICAL NO ATLAS LINGUÍSTICO DO AMAPÁ -
ALAP ..................................................................................................................................... 28
Celeste Maria da Rocha Ribeiro
ANÁLISE GEOSSOCIOLINGUÍSTICA DA VOGAL MÉDIA ANTERIOR /E/ EM
CONTEXTO FINAL NO DIALETO AMAPAENSE ......................................................... 28
Michele Silva de Carvalho
Romário Duarte Sanches
AQUI, NO NORTE, ESSA TAREFA É “PRA EU FAZER” OU “PRA MIM FAZER”? .. 29
Leandro Almeida dos Santos
Silvana Soares Costa Ribeiro
Rerisson Cavalcante de Araújo
ARTIGO COM NOME PRÓPRIO NAS CAPITAIS DO NORTE DO BRASIL:
OBSERVAÇÕES PRELIMINARES .................................................................................... 29
Ronaldo Nogueira de Moraes
CARTOGRAFIA LINGUÍSTICA: UM ESTUDO SEMÂNTICO-LEXICAL DA
COMUNIDADE DO LIMONDEUA, EM VISEU/PA....................................................... 30
Aline Silveira Machado
FALAR TOCANTINENSE: A VARIANTE AMARELINHA NO CONTEXTO
TOPODINÂMICO E TOPOESTÁTICO DO TOCANTINS ............................................. 30
Bruna Lorraynne Dias Menezes
Greize da Silva
GEOLINGUÍSTICA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS DO NORTE DO BRASIL
............................................................................................................................................... 31
Romário Duarte Sanches
MAPEAMENTO GEOPROSÓDICO DO PORTUGUÊS FALADO NA AMAZÔNIA:
UMA COMPARAÇÃO INTERDIALETAL ENTRE BELÉM, MACAPÁ E SÃO LUÍS ... 31
Rosinele Lemos e Lemos
Camila Roberta dos Santos Brito
Regina Célia Fernandes Cruz
O /S/ EM CODA SILÁBICA EM CAETITÉ E VITÓRIA DA CONQUISTA, NA BAHIA
............................................................................................................................................... 32
Lorena Cristina Ribeiro Nascimento
PALAVRAS DA ÁFRICA NO PORTUGUÊS DO BRASIL: SILÊNCIO E MEMÓRIA ... 33
Amanda Alves (UNICAMP)
7
A VARIAÇÃO LEXICAL EM SERGIPE NUMA PERSPECTIVA TEMPORAL .............. 33
Laura Camila Braz de Almeida
Marcela Moura Torres Paim
ESTUDO COMPARATIVO DA VARIAÇÃO DO /S/ EM POSIÇÃO DE CODA SILÁBICA
NOS ATLAS LINGUÍSTICOS ESTADUAIS DA REGIÃO NORTE ................................ 34
Diego Coimbra dos Santos
CENÁRIOS PERIFÉRICOS DA POLÍTICA LINGUÍSTICA EDUCATIVA BRASILEIRA
............................................................................................................................................... 34
Kelly Cristina Nascimento Day
Marina Mello de Menezes Felix de Souza
OS NOMES DE LUGARES: DIVERSIDADE E IDENTIDADES .................................... 35
Carmen Lúcia Reis Rodrigues
PRÁTICAS SOCIAIS E LETRAMENTO DIGITAL: GÊNEROS DISCURSIVOS,
CULTURA VISUAL E CIBERCULTURA .......................................................................... 35
Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino
PORTUGUÊS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS.................................................... 36
Regis José da Cunha Guedes
A ESCOLA TURURUKARI-UKA: PRÁTICAS LINGUÍSTICAS E DINÂMICAS DO
PROCESSO DE FORTALECIMENTO DA LÍNGUA ÉTNICA ....................................... 36
Marileny de Andrade de Oliveira
Silvana Andrade Martins
A IDENTIDADE PRESENTE NAS MARCAS LEXICAIS DA COMUNIDADE
QUILOMBOLA JURUSSACA .............................................................................................. 37
Adriane Beatriz Lima de Souza
Sebastião Rodrigues da Silva Júnior
Jair Francisco Cecim da Silva
A NÃO-RESPOSTA NO ATLAS LINGUÍSTICO DO PORTUGUÊS FALADO POR
INDÍGENAS (ALIPAI): UM OLHAR SOBRE O CAMPO SEMÂNTICO CORPO
HUMANO............................................................................................................................. 37
Eliane Oliveira da Costa
EFEITOS DE RELAÇÕES HORIZONTAIS NA CONSTRUÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS
LINGUÍSTICAS DE AFRO-BRASILEIROS DO BAIXO AMAZONAS ............................ 38
Celiane Sousa Costa
ESTUDO GEOLINGUÍSTICO DO PORTUGUÊS FALADO POR INDÍGENAS: O
CAMPO SEMÂNTICO ALIMENTAÇÃO E COZINHA ................................................... 38
Fábio Luidy de Oliveira Alves
OS PRONOMES CLÍTICOS NA VARIEDADE AFRO-INDÍGENA DE JURUSSACA/PA
............................................................................................................................................... 39
Arnol Walber Silva Rosa
QUANDO O CORPO FALA: MAPEAMENTO DE GESTOS EMBLEMÁTICOS NA
COMUNIDADE DE PRÁTICA QUILOMBOLA CASTAINHO, GARANHUNS-PE ..... 39
Fernando Augusto de Lima Oliveira
Paulo Henrique Alves da Silva
Regina Célia Fernandes Cruz
VARIAÇÃO LEXICAL EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO ESTADO DO
AMAPÁ/BRASIL .................................................................................................................. 40
Helen Costa Coelho
VARIAÇÃO DIAÉTNICA NOS DADOS DO ATLAS LINGUÍSTICO-ETNOGRÁFICO
DO VALE DO ACARÁ ....................................................................................................... 401
Regis José da Cunha Guedes
NÃO CONFUNDA ALHOS COM BUGALHOS: PESQUISA EM FRASEOLOGIA E
TERMINOLOGIA NO PROJETO GEOLINTERM ......................................................... 41
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Rejane Umbelina Garcez Santos de Oliveira
8
FRASEOLOGISMOS EM TRÂNSITO: TOMA LÁ, DÁ CÁ! O JOGO FRASEOLÓGICO
ENTRE O FUTEBOL E OUTROS DOMÍNIOS ............................................................... 42
Carlene Ferreira Nunes Salvador
O MÃO DE VACA FAZENDO-SE JUS NOS DADOS DA VARIAÇÃO SEMÂNTICO-
LEXICAL DE TUCURUÍ .................................................................................................... 42
Cecília Maria Tavares Dias
FRASEOLOGIA E POLÍTICA BRASILEIRA: A COBRA FUMOU, ATOLOU-SE ATÉ O
PESCOÇO E FICAMOS EM FRANGALHOS? .................................................................. 43
Davi Pereira de Souza
Abdelhak Razky
AS UNIDADES FRASEOLÓGICAS EM BACABAL: O QUE MOSTRAM OS DADOS DO
PROJETO ALIB NAS ÁREAS SEMÂNTICAS CICLOS DA VIDA E CONVÍVIO E
COMPORTAMENTO SOCIAL ........................................................................................... 43
Nádia Letícia Pereira Silva
POR QUE NO BALCÃO FRIGORIFICADO A GENTE SÓ ENCONTRA PA,
PICADINHO E MARICA FRESCA SE PREFERIMOS CARNE DE PRIMEIRA DO QUE
CARNE DE SEGUNDA? ..................................................................................................... 44
Rejane Umbelina Garcez Santos de Oliveira
Abdelhak Razky
LEXICOLOGIA, TERMINOLOGIA E AS LÍNGUAS DE SINAIS: UM TRILHAR NO
UNIVERSO LINGUÍSTICO E TRADUTÓRIO ................................................................ 45
Patrícia Tuxi dos Santos
DIVERSIDADE CULTURAL E FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA .. 45
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues
Francisca Maria Carvalho
A PRODUÇÃO TEXTUAL E A REIVINDICAÇÃO COLETIVA NO GÊNERO CARTA
ABERTA ............................................................................................................................... 46
Ecilia Braga de Oliveira
Rita de Cassia Damasceno Barbosa
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues
A CONSTRUÇÃO DE GLOSSÁRIO DOS TERMOS AGRÍCOLAS COMO MEDIAÇÃO
DA ESCRITA DE ALUNOS DO CAMPO .......................................................................... 46
Helena do Socorro Damasceno Palheta Borges
A ESCRITA ACADÊMICA: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA ............... 47
Ana Lúcia da Silva Brito
A NECESSIDADE DA REESCRITA E DA MEDIAÇÃO A PARTIR DOS ESTUDOS
DIALÓGICOS: O ENSINO DOS GÊNEROS DISCURSIVOS NO ENSINO
FUNDAMENTAL II ............................................................................................................ 47
Adriano Nascimento Silva
Josyan Wesley da Silva Soares
ASPECTOS INTERCULTURAIS NO LIVRO DIDÁTICO “CERCANÍA JOVEN”........ 48
Sarah Elizabeth de Menezes Teixeira
CURRÍCULO ESCOLAR E SABERES MẼBÊNGÔKRÉ KAYAPÓ: AS ALTERIDADES
DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SITUAÇÕES DE BILINGUISMO EM ESCOLAS DE SÃO
FÉLIX DO XINGU-PA ........................................................................................................ 48
Michelly Silva Machado
O PONTO E A VÍRGULA NAS PRODUÇÕES ESCRITAS E NA ORIENTAÇÃO DA
LEITURA DE ALUNOS DO FUNDAMENTAL MAIOR ................................................. 49
Josiane Dias de Azevedo
PROPAGANDAS DE VIOLÊNCIA SIMBÓLICO-REGIONAL CONTRA A MULHER:
DISCURSO E IDENTIDADE NA ESCOLA ...................................................................... 50
Tatiara Ferranti Nery
9
QUEM É ESSE SUJEITO? UMA ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE A
INDETERMINAÇÃO DO AGENTE..................................................................................50
Missilene Silva Barreto
SESSÃO LIVRE
10
A DESNASALIZAÇÃO DE DITONGO NASAL FINAL EM VERBOS DE 3ª PESSOA DO
PLURAL NO FALAR AMAPAENSE .................................................................................. 60
Gabriel Nunes Yared Lima
Celeste Maria da Rocha Ribeiro
A ESTRUTURA FORMAL DAS NARRATIVAS DE ENTERRO DAS COMUNIDADES
QUILOMBOLAS DE CAMETÁ .......................................................................................... 61
Thaynara Paixão
Benedita Borges
Regina Célia Fernandes Cruz
A INTERAÇÃO ON LINE EM JOGOS MOBA E BATTLE ROYALE: UMA ANÁLISE
DAS IMPLICATURAS E A VIOLAÇÃO DAS MÁXIMAS CONVERSACIONAIS ........... 62
Laura Beatriz Araújo Brito
Francisca Magnólia de Oliveira Rego
A PALATALIZAÇÃO DE /T/ E /D/ EM CONTEXTOS DE VOGAL ALTA E DE VOGAL
NÃO ALTA NOS ESTUDOS SOBRE OS FALARES DA REGIÃO CENTRO-OESTE .. 63
Luan Costa dos Santos
SESSÃO DE PAINÉIS
11
FENÔMENOS FONÉTICO-FONOLÓGICOS NO PORTUGUÊS FALADO NA ILHA
DE MOSQUEIRO/PA SOCIOLINGUÍSTICA .................................................................. 68
Luene Bastos de Melo
Rayane Moraes Moraes
Rui da Silva Trindade
GÊNERO DIGITAL MEME: RECURSO DE LEITURA NO COMBATE À
DESINFORMAÇÃO DE ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I ...... 69
Michele de Paula Guimarães de Souza Pinheiro
Danielle Santana Aracati
Luís Paulo Carvalho Monteiro
GÊNERO DIGITAL PASTICNHE NOS ANOS INICIAIS COMO RECURSO DE
COMBATE À DESINFORMAÇÃO .................................................................................... 69
Elisandra Conceição Pinheiro Barreto
Laryssa Kelly Gomes
Jesuline Mendes Damasceno
Francisca Maria Carvalho
PRÁTICAS SOCIAIS E LETRAMENTO DIGITAL: GÊNEROS DISCURSIVOS,
CULTURA VISUAL E CIBERCULTURA .......................................................................... 70
Célio Ribeiro de Souza
Elaine Ferreira Dias
MAPEAMENTO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO DO DITONGO /ej/ NO FALAR
AMAPAENSE ....................................................................................................................... 70
Rosilene Miranda Gonçalves
Adriana Grabriela Reis Silva
Romário Duarte Sanches
O ALTEAMENTO DA VOGAL MÉDIA POSTERIOR /O/ EM POSIÇÃO TÔNICA NO
PORTUGUÊS FALADO EM CAMETÁ-PA: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS CRENÇAS
E ATITUDES LINGUÍSTICAS ........................................................................................... 71
Andreza Prazeres Gaia
Mariane Daysa de Castro Gomes
Raquel Maria da Silva Costa
O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E AS CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM
PRESENTES EM LABORAÇÕES DE UM LIVRO DIDÁTIVO. ..................................... 72
Mayara Klenida Amorim da Silva
Sandra Sueli Dias Coelho
O PERFIL DO /S/ EM CODA SILÁBICA EM POSIÇÃO INTERNA NO FALAR
AMAPAENSE ....................................................................................................................... 72
Lizandra Valéria Fumelê
Romário Duarte Sanches
O ROTACISMO NA FALA DE AMAPAENSES: UM ESTUDO A PARTIR DOS DADOS
DO PROJETO ALAP ........................................................................................................... 73
Rosilene Miranda Gonçalves
Romário Duarte Sanches
O VOCABULÁRIO DO ESCRITOR JOÃO BRASIL: RESULTADOS PARCIAIS DA
PESQUISA.............................................................................................................................73
Renan Torres da Costa
Eliane Pereira Machado Soares
OS ADJETIVOS DE EMPODERAMENTO FEMININO NAS REDES SOCIAIS .......... 74
Elem Dayane de Freitas Oliveira
Maria Emanuelle Costa Ribeiro
Sara Barbosa Tavares da Silva
Francisca Magnólia Rego
12
PERCURSO GERATIVO DO GÊNERO DIGITAL MEME ............................................. 74
Carmen Lucia Braga da Conceição
Luís Paulo Carvalho Monteiro
Danielle Santana Aracati
PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA: A OCORRÊNCIA DE FENÔMENOS
LINGUÍSTICOS NA FALA DE MULHERES JOVENS E ADULTAS HABITANTES DE
BELÉM ................................................................................................................................. 75
Aline dos Anjos do Rosário
Luana da Silva Coelho
PRECONCEITO LINGUÍSTICO E SUAS IMPLICAÇÕES NEGATIVAS NO FALAR
QUILOMBOLA .................................................................................................................... 76
Jaqueline Heveles Aguiar Lameira
Valdinéia Lopes Soares
PRESENÇA DA FONÉTICA E FONOLOGIA EM MANUAIS ESCOLARES DA
DÉCADA DE 1990 ................................................................................................................ 76
Maricelma dos Santos Oliveira
Jackelline Ferreira da Costa
Patrícia Helena Trindade Leal
Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino
PROCESSO DE PALATALIZAÇÃO DE /d/ DIANTE DE /i/ e /e/ NO FALAR
AMAPAENSE ....................................................................................................................... 77
Jamille Luiza de Souza Nascimento
Romário Duarte Sanches
REGISTRO E ESPACIALIZAÇÃO DA LÍNGUA E HISTÓRIA NO ATLAS
ENCICLOPÉDICO APURINÃ (ARUÁK) .......................................................................... 77
Cinthia Ishida
Sidney da Silva Facundes
VARIAÇÃO DIATÓPICA DO ITEM LEXICAL ESTILINGUE EM REDES SOCIAIS:
FACEBOOK E INSTAGRAM .............................................................................................. 78
Bruna Melo de Assunção
Jéssica Cristina Ferreira da Silva
Carlene Ferreira Nunes Salvador
VARIAÇÃO DO ITEM BANGUELA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS DA REGIÃO
NORTE ................................................................................................................................. 79
Marcia de Souza Dias
Regis José da Cunha Guedes
VARIAÇÃO LEXICAL DOS ITENS CAMBALHOTA E BOLINHA DE GUDE NOS
DADOS DO ATLAS LÉXICO SONORO DO PARÁ - ALESPA ........................................ 79
Lana Cardoso de Souza
Regis José da Cunha Guedes
POTOQUEIRO DE MIRITI: UM OLHAR SOBRE FRASEOLOGISMOS EM TÍTULOS
DE FILMES .......................................................................................................................... 80
Bruna Melo de Assunção
Carlene Ferreira Nunes Salvador
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DA LIBRAS: ANÁLISE DE TEXTOS NARRATIVOS DA L2
(LÍNGUA PORTUGUESA) DE PROFESSORES SURDOS PRÉ- LINGUÌSMO E PÓS-
LINGUÍSMO ........................................................................................................................ 80
Talita Rodrigues De Sá
Naír Miranda Da Costa
Lilian Cohen Borges
ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DO PRECONCEITO EM POSTAGENS DO
FACEBOOK.......................................................................................................................... 81
Rafaela Cristina Botelho Oliveira
Carlene Ferreira Nunes Salvador
13
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ENSINO E PRODUÇÃO DIDÁTICA
SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL ........................................................................... 81
Larissa Leonel Pereira
Karen Nataly da Silva Carneiro
Suzana Oliveira dos Santos
PARTIR PARA A GLÓRIA OU PASSAR DESSA VIDA COM JESUS? FRASEOLOGISMOS
RELIGIOSOS NA FALA DE EVANGÉLICOS .................................................................. 82
Jéssica Cristina Ferreira da Silva
Carlene Ferreira Nunes Salvador
PEGA E NÃO ME LARGA: CASOS DE FRASEOLOGISMOS NA FALA DAS ERVEIRAS
DO VER-O-PESO................................................................................................................. 82
Laura Vitória dos Santos Lima
Carlene Ferreira Nunes Salvador
GÊNERO MEME COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO: UMA ADEQUAÇÃO À BNCC
............................................................................................................................................... 83
Larissa Lilian Costa Santos
Carlene Ferreira Nunes Salvador
CASOS DE METAPLASMOS EM TEXTOS PRODUZIDOS POR ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO ................................................................................................................................. 83
Nágela Thallyta Henrique Maria
Carlene Ferreira Nunes Salvador
14
MINICURSOS
15
METODOLOGIA DA PESQUISA GEOSSOCIOLINGUÍSTICA
16
INTRODUÇÃO À FRASEOLOGIA: METENDO A MÃO NA MASSA
17
PALESTRAS
18
LA PHRASÉOLOGIE AU COEUR DE L’ACQUISITION ET DE
L’APPRENTISSAGE DES LANGUES
19
imagem e outros elementos que compõem o texto. Argumento que, embora essencial,
apenas o necessário engajamento sociocognitivo do leitor não é suficiente para planejar um
programa de formação de leitores críticos para agir contra (não somente reagir a), os apelos
sensacionalistas e emocionais das notícias falsas.
Resumo: Esta palestra, depois de discutir o sentido da palavra política, mostra que há quatro
possíveis abordagens para a questão das relações entre língua, discurso e política: a) a
natureza intrinsecamente política da linguagem e das línguas; b) as relações de poder entre
os discursos e sua dimensão política; c) as relações de poder entre as línguas e a dimensão
política de seu uso; d) as políticas linguísticas. Esta conferência desenvolve apenas os dois
primeiros itens. A linguagem e as línguas têm uma natureza intrinsecamente política, porque
sujeitam os falantes a sua ordem. Os silenciamentos operados pelo discurso manifestam
uma relação de poder. A circulação dos discursos no espaço social está também submetida
à ordem do poder. Os usos linguísticos podem ser o espaço da pertença, mas também da
exclusão, da separação e até da eliminação do outro. Por isso, a língua não é um instrumento
neutro de comunicação, mas é atravessada pela política, pelo poder, pelos poderes. A
literatura, pelos deslocamentos que produz, é uma forma de trapacear a língua, desvelando
os poderes nela inscritos.
20
MESAS-REDONDAS
21
ATLAS LINGUÍSTICOS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
COMUNIDADES TRADICIONAIS
22
Dâw. Também são bilíngues em português, destacando-se os mais jovens. O conhecimento
do Nheengatu ficou restrito aos idosos. Para demonstrar como se deu esse processo de
hibridização linguístico-cultural, evidenciamos as concepções de mundo apresentadas na
formação de novos itens lexicais advindos dos contatos interculturais e os processos
fonológicos de adaptação dos empréstimos do português em Dâw, fundamentado em
Martins e Martins (2015), demonstrando a integração de empréstimos mais antigos e mais
recentes (MARTINS, 2019).
Palavras-chave: Língua Dâw. Ampliação do léxico. Povo minoritário.
23
sua maioria, desenvolvem propostas de intervenção em sala de aula, o Programa, na UFPA,
envolve mestrandos e egressos – professores que atuam na escola básica nos estados do
Pará, Amapá e Maranhão – em Projetos de Pesquisa e de Extensão que trazem benefícios
para a academia e para a sociedade em geral. Um desses projetos teve reconhecimento
internacional na I Convocatória do Programa de Desenvolvimento da Formação docente
de Inovação na Formação docente na América Latina e Caribe (PREDALC) em 2018, no
eixo “Qualidade na Formação”. No projeto, os mestrandos desenvolvem a escrita, leitura
e oralidade acadêmicas, envolvendo também a Literatura. O atendimento é feito aos alunos
dos diferentes cursos da UFPA e de outras IES, assim como comunidades no entorno
interessados em tais discussões. O projeto foi replicado nos campi de Bragança e Castanhal,
em 2019, o que evidencia a possibilidade de ampliação de um trabalho propositivo
desenvolvido pelos mestrandos e egressos na articulação com os docentes. Ademais, o
ProfLetras-UFPA tem publicado dois livros de cada turma: um que traz os resultados das
pesquisas desenvolvidas nas Dissertações dos mestrandos, seja na área de Língua
Portuguesa, seja na de Literatura; outro que apresenta, de forma específica, projetos de
leitura e escrita, elaborados em uma das disciplinas do Programa. Tais obras possibilitam a
recepção desses estudos aos professores do ensino básico, com os quais se estabelecem
constantes diálogos, com o intuito de oferecer-lhes possibilidades de um ensino produtivo
de Língua Portuguesa e de Literatura.
24
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
25
GEOSSOCIOLINGUÍSTICA
26
A VARIAÇÃO DAS PROPAROXÍTONAS NO FALAR AMAZONENSE: OS
CASOS DE REDUÇÃO E MANUTENÇÃO NO ESTADO DO AMAZONAS
Resumo: Trata o presente estudo da variação das proparoxítonas, sob uma perspectiva
Geossociolinguística, a partir de dados que integram o banco de dados do projeto Atlas
Linguístico do Brasil. A pesquisa justifica-se pelo fato de favorecer a comparação dos
diversos resultados obtidos em diferentes regiões do Brasil que tratam sobre o tema,
contribuindo para a sistematização do quadro linguístico brasileiro. O trabalho é um
recorte de uma pesquisa mais ampla ainda em andamento sobre o referido fenômeno nas
capitais e não-capitais da região Norte do Brasil. A amostra utilizada limita-se aos dados
recolhidos em um estado da região, a saber: o estado do Amazonas, incluindo-se a capital
e as não capitais, e é composta por 24 falantes estratificados em sexo (masculino; feminino)
e faixa etária (18-30; 50-65). Apenas na capital a amostra leva em consideração a
escolaridade (ensino fundamental; ensino superior). Ao todo foram avaliados 600 dados.
Serão apresentados os resultados referentes a cinco grupos de fatores, sendo dois internos
e três externos. Os resultados mostram que a síncope é pouco produtiva nos falares
estudados e que os fatores analisados exercem influência sobre seu uso.
Resumo: Neste trabalho se apresenta um dos aspectos de que se ocupa o Projeto Atlas
Linguístico do Brasil (Projeto ALiB), o léxico do português brasileiro. Dessa forma,
investigam-se itens semântico-lexicais do campo semântico acessórios a partir dos
inquéritos das 24 localidades que integram a rede de pontos da região norte do Projeto
ALiB, visualizando como a linguagem de indivíduos possui marcas linguísticas específicas
que constroem, mantêm e projetam a sua identidade social de faixa etária através do léxico.
O termo identidade está sendo aqui concebido como “identidade social” que segundo Ochs
(1993, p.289) é entendido “como um termo que pode abranger uma gama de personae sociais
que um indivíduo pode reclamar para si ou atribuir aos outros ao longo da vida, não sendo,
portanto, fixa nem categórica”. O cenário da pesquisa é a rede de pontos do Projeto ALiB,
constituído pelos dados recolhidos pela pergunta 191 “Como se chama aquele produto que
as mulheres passam no rosto, nas bochechas, para ficarem mais rosadas?”, do Questionário
Semântico-Lexical (QSL) do ALiB (COMITÊ NACIONAL DO ALiB, 2001, p.37). A
análise do corpus possibilitou realizar o levantamento e a documentação da diversidade
lexical do português falado, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional em
que o registro segue os parâmetros diatópicos, diageracionais, diassexuais e diastráticos.
27
ANÁLISE DA DIVERSIDADE LEXICAL NO ATLAS LINGUÍSTICO DO
AMAPÁ - ALAP
Resumo: Esse estudo objetiva realizar uma análise sucinta do Atlas Linguístico do Amapá
- ALAP (2018), a partir de dois campos semânticos que evidenciaram significativa variação
lexical no falar amapaense. O aporte teórico tem por base os pressupostos preconizados
por Labov (1972), Cardoso (2010) e Razky (...), os quais possibilitam a descrição e a reflexão
acerca do papel da Dialetologia, da Sociolinguística e da Geografia linguística para um
melhor conhecimento e sistematização dos fenômenos linguísticos, e suas relações com os
diversos contextos sociais. O corpus dessa pesquisa faz parte do acervo do ALAP e, para
essa proposta, será focalizado especificamente o campo semântico-lexical “jogos e
diversões infantis” com treze itens e o campo “vestuário e acessórios” com seis itens
lexicais; Foi constatado que, a maioria dos itens, mesmo apresentando variações, são
comuns em quase todos os dez pontos de inquérito pesquisados; no entanto, algumas lexias
mostraram a influência da variável social faixa etária e mudanças em curso no tocante ao
uso de determinados itens lexicais. Evidenciando, assim, que o ALAP apresenta alguns usos
lexicais no estado do Amapá que distinguem a idade do falante, o que destaca a importância
dos atlas como instrumentos de registro da língua oral, assim como suporte para o ensino
de língua portuguesa, a partir da perspectiva geossociolinguística e dialetológica.
Resumo: O presente estudo busca analisar o alteamento da vogal média anterior /e/ em
contexto final no dialeto amapaense a partir do corpus pertencente ao Atlas Linguístico do
Amapá (ALAP). Em virtude da necessidade de explicitar, ainda mais, as variações
fonológicas que podem ocorrer no estado do Amapá, surge este trabalho. A metodologia
utilizada obedece aos mesmos parâmetros seguidos pelo projeto ALAP, com a seleção de
10 localidades: Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari, Pedra Branca do Amapari,
Porto Grande, Tartarugalzinho, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Foram entrevistados 40
informantes, quatro em cada localidade, controlando as variáveis sexo (homem-mulher) e
idade (18-30 anos e 50-75 anos). Este estudo é orientado pela Geossociolinguística
(RAZKY, 1997; 2010) que liga as interfaces teórico-metodológicas da Geolinguística com
as da Sociolinguística. A análise se dará a partir da carta fonética F16 correspondente à
vogal média anterior em posição final, na qual os itens investigados foram: elefante, peixe,
tarde, catorze, deve, inocente, dente, perfume e presente. Os resultados apresentam a realização da
vogal alta [i] em 91% e [e] em 9% das ocorrências, caracterizando assim o alteamento.
28
AQUI, NO NORTE, ESSA TAREFA É “PRA EU FAZER” OU “PRA MIM
FAZER”?
Resumo: Este estudo visa a tecer considerações acerca do português brasileiro falado no
Brasil, com base no corpus pertencente ao Projeto Atlas Linguístico do Brasil - Projeto ALiB.
Busca-se apurar a alternância entre o pronome oblíquo tônico mim e o pronome pessoal
reto eu, presentes em estrutura para/pra + eu/mim + infinitivo. Os dados correspondem às
respostas obtidas em 07 capitais brasileiras, situadas na região Norte, na aplicação do
Questionário ALiB (2001). O estudo reveste-se de importância, uma vez que visa a
fomentar o combate ao preconceito linguístico, sobretudo os estigmas que surgem e são
propagados pela escola. As duas hipóteses iniciais são: a) o fenômeno pode ser utilizado
para identificar áreas dialetais, permitindo o traçado de isoglossas; b) por possuírem maior
grau de escolarização, os informantes universitários preferem o pronome eu. As análises
serão feitas pelo viés horizontal e pelo viés vertical, atentando-se para os critérios
metodológicos do Projeto, a saber: sexo, faixa etária e escolaridade. Utilizam-se, para
fundamentar as análises, os princípios teóricos da Sociolinguística Laboviana e da
Dialetologia Pluridimensional, seguindo alguns passos metodológicos: a) revisão da
bibliografia: Chambers e Trudgill (1994); Labov (1972); Weinreich; Labov, Herzog (2006);
Figueiredo (2007); Lucchesi; Mendes (2009); Cardoso (2010), e alguns tipos de gramáticas;
b) audição dos inquéritos e levantamento das ocorrências; c) codificação e submissão dos
dados ao GoldVarb (2001); d) análises preliminares; e) elaboração da carta; e, por fim; f)
considerações preliminares foram propostas, tais como: a identificação de áreas linguísticas,
além da revelação de que a variável escolaridade se mostrou favorável à variação entre os
pronomes eu e mim.
29
que a natureza das perguntas voltadas à observação do uso do artigo com nome próprio
constantes no questionário morfossintático do Projeto ALiB nem sempre pode
condicionar uso do artigo, visto que muitas vezes ocorre casos de nominalização didática, e
como forma de ampliar ainda mais os dados, optou-se por observar a ocorrência de nome
próprio nos três questionários que compõem a metodologia de coleta de dados do Projeto
ALiB, bem como estender a observação ao discurso semidirigido. Os resultados
preliminares da região Norte mostraram um uso expressivo do artigo com nome próprio,
com índices que variam entre 60% e 85% de frequência de uso. Variáveis linguísticas e
sociais mostraram-se significativas na análise preliminar do fenômeno.
30
Gerais e Bahia, sofrendo influência direta nos costumes culturais e, consequentemente
linguísticos, devido o contato entre informantes alóctones e autóctones. Com tal
entendimento, busca-se, nesse trabalho, apresentar as análises e os resultados das variantes
coletadas para a brincadeira comumente conhecida por amarelinha, conforme as
informações fornecidas pelos informantes topodinâmicos e topoestáticos. Os dados foram
coletados em 12 cidades tocantinenses, com base no recorte do questionário do “Atlas
Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO)”, em
relação a seguinte pergunta: Como se chama a brincadeira em que as crianças riscam uma figura no
chão, formada por quadrados numerados, jogam uma pedrinha e vão pulando com uma perna só? As
designações proferidas por 96 informantes foram analisadas sob o viés da Dialetologia
Pluridimensional e Relacional, distribuídas conforme o tipo mobilidade do informante.
31
GUIMARÃES 2016; MENDONÇA 2005; MARIANI, 2004; BESSA, 2004; EMMI, 2013),
b) sociolinguísticas (RODRIGUES, 2005; COSTA, 2016, VIEIRA, 1983 e CAMPOS,
2011) c) prosódicas (CRUZ, SEARA e MOUTINHO 2015). A fundamentação teórica tem
como base a Sociofonética (FELLONI, 2011). O corpus AMPER é composto por 33 frases
interrogativas totais, produzidas por três locutores do sexo feminino, do ensino
fundamental, médio e superior, nativos de cada variedade alvo, com idade acima de trinta
anos. O tratamento dos dados compreendeu sete etapas: codificação das repetições;
isolamento, segmentação dos sinais sonoros no PRAAT; aplicação do script praat; seleção
das 3 melhores repetições; aplicação da interface MatLab e; elaboração de gráficos no Excel.
Os parâmetros físicos controlados foram a frequência fundamental (F0), a duração (ms) e
a intensidade (dB). Os resultados preliminares da comparação geoprosódica entre Belém
(PA), Macapá (AP) e São Luís (MA) apontaram semelhanças prosódicas na sílaba tônica do
enunciado. A partir das sílabas acentuadas, evidencia-se a discriminação dos dialetos de
belenenses, macapaenses e ludovicenses.
Palavras-chave: Projeto AMPER. Amazônia Brasileira. Prosódia.
32
PALAVRAS DA ÁFRICA NO PORTUGUÊS DO BRASIL: SILÊNCIO E
MEMÓRIA
33
lexical avarento. Pretendem-se, então, nos corpora em questão (i) analisar os itens
documentados; (ii) verificar o tipo de relação que se pode estabelecer entre o léxico
sergipano coletado na década de 70 e trinta anos depois no que diz respeito às designações
que preenchem o conceito selecionado.
Palavras-chave: Língua portuguesa. Variação. Léxico.
Resumo: Este simpósio tem por proposta reunir trabalhos no âmbito da política linguística
cujas análises reflitam sobre as recentes políticas que permeiam regiões fronteiriças, de
imigração e indígenas no Brasil. Nesse âmbito, considerando a fronteira e regiões onde se
encontram comunidades de imigração e comunidades indígenas como um espaço de
resistência, buscamos pensar o papel das políticas linguísticas para o ensino de línguas
estrangeiras, de línguas de imigração e de línguas indígenas na sociedade contemporânea.
O processo de invisibilidade das variadas identidades brasileiras em documentos oficiais
mostra a necessidade de ponderarmos sobre o impacto de recentes imposições federais nos
34
cenários linguísticos supracitados e de se avaliar a pertinência das políticas linguísticas
educativas atuais. Assim, correlacionando as diferentes dimensões da política linguística
brasileira (politicas oficiais e não oficiais, mecanismos e instrumentos), com vistas a discutir
a atual política nacional de ensino de línguas a partir de um mapeamento linguístico, os
trabalhos aqui reunidos contemplarão diferentes abordagens, dentre elas as
sociolinguísticas, discursivas ou ecolinguísticas.
Resumo: A temática desse simpósio perpassa sob o enfoque dos gêneros discursivos e da
apropriação destes pela esfera e meio digital e de que forma novas formas de materialidade
são constituídas e são apropriadas como práticas sociais do cotidiano escolar. Nesse
sentido, o objetivo desse simpósio é discutir os novos gêneros discursivos mediados pelas
redes digitais de consumo e a produção de dados que aumenta diariamente, com uma
profusão de materialidades discursivas. Como pressupostos teóricos, pode-se considerar
estudos de Análise do Discurso. Serão aceitos trabalhos que articulem a AD relacionada ao
ensino-aprendizagem de línguas, à descrição das esferas de atividade, bem como os
diferentes gêneros discursivos utilizados nas variadas estratégias e metodologias de ensino.
35
PORTUGUÊS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS
36
A IDENTIDADE PRESENTE NAS MARCAS LEXICAIS DA COMUNIDADE
QUILOMBOLA JURUSSACA
Resumo: Este estudo tem por objeto discutir as não-respostas de colaboradores do Atlas
Linguístico do Português Falado em Áreas Indígenas (ALIPAI), a partir das questões 89
(pálpebras) e 117 (Calcanhar) do campo semântico Corpo Humano do Questionário
Semântico-Lexical (QSL) aplicado pelos pesquisadores do referido projeto quando da
realização da pesquisa de campo. Os dados foram coletados in lócus nas aldeias Trocará,
Nova jacundá e Sororó, no estado do Pará, e Cana Brava no estado do Maranhão. O
trabalho desenvolveu-se à luz da Geossociolinguística (RAZKY, 1998) e da Dialetologia
Pluridimensional e Relacional (THUN, 1998). Os resultados, de modo geral, mostram que
os indígenas das comunidades investigadas tendem a desconhecer a denominação para
ambos os referentes considerados, em língua portuguesa.
Palavras-chave: Geossociolinguística, pálpebras, calcanhar.
37
EFEITOS DE RELAÇÕES HORIZONTAIS NA CONSTRUÇÃO DAS
EXPERIÊNCIAS LINGUÍSTICAS DE AFRO-BRASILEIROS DO BAIXO
AMAZONAS
38
OS PRONOMES CLÍTICOS NA VARIEDADE AFRO-INDÍGENA DE
JURUSSACA/PA
Resumo: O sistema pronominal do Português Brasileiro (PB) tem sido objeto de diversos
estudos linguísticos nos últimos anos. Nesse sentido, o presente estudo científico ocupa-se
em apresentar uma análise, sob a luz dos pressupostos teóricos da sociolinguística, referente
à colocação dos pronomes clíticos no PB falado na comunidade afro-indígena de Jurrusaca
no estado do Pará. Verifica-se, por meio da história, no Brasil, o contato de colonizadores
portugueses com os indígenas – falantes de mais de mil línguas – e com os africanos, os
quais trouxeram cerca de 200 línguas para o território brasileiro, tal processo efetivou a
variedade linguística presente na comunidade quilombola de Jurussaca, visto que essa é afro
e indígena; sendo assim, a pesquisa em questão enaltece o pronome clítico, explicando o
funcionamento deste como complemento da oração, que é classificado pela GT em três
posições (próclise, ênclise e mesóclise). Como fundamentação teórica utiliza-se,
principalmente, Perini (2010), Oliveira (2010) e Bechara (2009), bem como os estudos
sincrônicos e diacrônicos de Mapasse (2005) e de Lobo (2002), os quais discorrem sobre a
temática, além da literatura acerca da sociolinguística variacionista, como: Bagno (2007),
Beline (2007), Coelho et al (2015) e Monteiro (2000). Nesta pesquisa de cunho quanti-
qualitativo, analisa-se os dados que compõem o corpus do projeto de pesquisa IPHAN/USP
em uma perspectiva sincrônica. Com base na variação de ordem morfossintática e fatores
extralinguísticos, como sexo e faixa etária, conclui-se que a posição pronominal
predominante é a pré-verbal.
Palavras-chave: Pronomes clíticos. Português brasileiro. Sociolinguística variacionista.
Resumo: A presente pesquisa tem como objeto de estudo a descrição dos gestos
emblemáticos em um contexto intracultural, a fim de compreender o seu caráter variacional
em Comunidades de Prática (ECKERT, 1998) com características distintas regionalmente.
O objetivo principal compreende documentar, catalogar e organizar, em forma de banco
de dados, gestos emblemáticos no português brasileiro (PB) ainda não descritos nem
categorizados nos estudos de gestos. Esta pesquisa está embasada nos pressupostos
teóricos da Sociolinguística Cognitiva (SC), vertente linguística que nos auxilia a entender a
linguagem e o seu uso no contexto social, compreendida dentro de uma dimensão funcional
da perspectiva cognitiva (SILVA, 2009, p. 1), seja no aspecto linguístico ou não linguístico.
A proposta metodológica e epistemológica aqui adotada é inspirada nos trabalhos
desenvolvidos por Matsumoto e Hwang (2013); Lindenberg; Uhlig; Scherfeld; Schlaug e
Seitz (2012), que catalogam e comparam os gestos entre diferentes grupos culturais. O corpus
do presente trabalho é formado por 25 gestos emblemáticos de maior frequência de
39
ocorrência no PB, cujo significado e contexto de uso serão avaliados metalinguisticamente
por 8 falantes nativos oriundos da comunidade de prática Quilombola Castainho, de
Garanhuns – PE. Durante a coleta de dados, o vídeo será projetado aos participantes,
agrupados em dois, por vez, com o mesmo perfil, ambos em pé, em uma sala de ambiente
fechado para facilitar a coleta de dados, pois as suas respostas serão gravadas em vídeo
também. A utilização do vídeo para a organização do corpus tem duas finalidades: a) obter a
avaliação metalinguística do participante sobre o significado e o contexto de uso do gesto
visualizado e; b) induzir os participantes a fornecer outros gestos emblemáticos
relacionados ao gesto visualizado, quando for o caso. Uma vez coletadas as gravações, 2
etapas de tratamento dos dados serão realizadas: a) codificação das gravações; b)
catalogação das respostas dos participantes de acordo com as categorias de Matsumoto e
Huang (2013), ferramentas que permitem avaliar a relevância perceptiva de variáveis
gestuais e prosódicas. A descrição dos resultados obtidos e a disponibilização online do
banco de dados possibilitarão o desenvolvimento de futuros trabalhos sobre os gestos
emblemáticos, o que contribuirá para a inserção de mais um tema relevante de pesquisa dos
estudos descritivistas.
40
VARIÁVEL DIAÉTNICA NOS DADOS DO ATLAS LINGUÍSTICO -
ETNOGRÁFICO DO VALE DO ACARÁ
Resumo: Este estudo constitui-se de realizado a partir do corpus lexical do projeto Atlas
Linguístico-etnográfico do Vale do Acará (ALEVA). Nortearam esse estudo os
pressupostos teórico-metodológicos da Geossociolinguística (RAZKY, 1998) e da
Dialetologia Pluridimensional e Relacional (RADTKE; THUN, 1998). Os dados foram
coletados in loco a partir da aplicação do Questionário Semântico-Lexical (QSL) elaborado
pelo Comitê Nacional do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB, 2001). Foram entrevistados 6
colaboradores em cada um dos seis pontos de inquérito, perfazendo 36 entrevistados,
estratificados por sexo (masculino e feminino) e idade (10 a 12, 18 a 40, e 50 a 75 anos,
todos escolarizados no máximo até o ensino fundamental. Os resultados apontam para a
existência de influência da variável diaétnica na variação lexical registrada a partir do
mapeamento do item lexical libélula.
Palavras-chave: ALEVA. Geossociolinguística. Dialetologia Pluridimensional e
Relacional.
41
FRASEOLOGISMOS EM TRÂNSITO: TOMA LÁ, DÁ CÁ! O JOGO
FRASEOLÓGICO ENTRE O FUTEBOL E OUTROS DOMÍNIOS
Resumo: Esta comunicação, recorte da tese de doutoramento de Salvador (2017), tem por
objetivo apresentar exemplos de fraseologismos oriundos do futebol que circulam com alta
produtividade em outros domínios, tais como abrir o jogo, no sentido de falar a verdade, bola
cheia, em referência à pessoa que está em posição social de destaque, pisar na bola, com o
significado de cometer um erro, assim como mostrar casos em que outros domínios
discursivos “emprestam” fraseologismos que passam a ser usados de forma corrente no
domínio futebolístico, como é o caso de batalha campal ao estabelecer a relação de jogo
árduo, difícil, o qual é oriundo do domínio bélico. Para tanto, a teoria adotada está em
consonância com a corrente francesa de fraseologia substanciada por Mejri (1997; 2012),
em que o autor tunisiano aponta propriedades básicas que podem ser reconhecidas no
processo de identificação de tais unidades, a saber: polilexicalidade, fixidez, congruência,
frequência, previsibilidade e idiomaticidade, para ele, um candidato a unidade fraseológica
precisa de apresentar pelo menos três dessas características para que se possa afirmar tratar-
se de um caso de fraseologismo. Neste contexto, a metodologia utilizada para a composição
da amostra da tese supracitada, seguiu além da constituição do corpus original a etapa de
aplicação de testes em que se verificou o caráter fraseológico ou não das unidades sob
análise. Os resultados observados mostram que ao mesmo tempo em que o futebol fornece
fraseologismos aos outros domínios, observe-se o caso de quem não faz leva, no sentido de
desperdiçar a chance de fazer o gol e em seguida terminar por levar o tento da equipe
adversária, também empresta exemplo tal qual tem peixe na rede, indicação de gol feito,
emprestado do setor pesqueiro.
Palavras-chave: Fraseologismos. Corrente francesa. Futebol. Domínios discursivos.
42
FRASEOLOGIA E POLÍTICA BRASILEIRA: A COBRA FUMOU, ATOLOU-
SE ATÉ O PESCOÇO E FICAMOS EM FRANGALHOS?
43
fundamental incompleto e estratificados por sexo – homem e mulher; idade – faixa etária
I, de 18 a 30 anos, e faixa etária II, de 50 a 65 anos. Os resultados evidenciam: (i)
particularidades regionais e socioétnicas da localidade investigada, a exemplo das UFs corno
baladeiro, corno geladeira, (ii) a frequência de UFs no processo denominativo, o que leva a
um uso expressivo de unidades monolexicais, a exemplo de sovina, para denominar aquela
pessoa que não gosta de gastar seu dinheiro, e (iii) a improdutividade de UFs para
denominar, por exemplo, aquela pessoa que deixa suas contas penduradas.
Resumo: Este estudo constitui parte das pesquisas de construção da tese de doutorado O
LÉXICO ESPECIALIZADO DO CORTE BOVINO: UMA ABORDAGEM
TERMINOLÓGICA E TERMINOGRÁFICA e objetiva o registro de fraseologismos
escritos e orais em uso na Cadeia Produtiva do Corte Bovino no Pará. Justifica-se tal
pesquisa devido à inexistência de obras terminológicas e terminográficas na Amazônia, às
diversidades denominativas no domínio em estudo e seus respectivos sub-domínios,
especificamente, nas atividades técnico-científicas e às trocas de informações ou, a
comercialização dos produtos e dos serviços não ocorrerem de forma homogênea, o que
em grande parte depende da apropriação que cada um faz desse léxico especializado. O
corpus investigado é oriundo de Oliveira (2018) e formou-se com textos de gêneros
diversos, orais, impressos como produto de questionários e entrevistas aplicadas. Os textos,
após a seleção e digitalização, foram submetidos ao Word Smith Tools 7.0 para extração de
possíveis candidatos a fraseologias especializadas no domínio do corte bovino, e,
posteriormente, às formas listadas foram aplicados os critérios que as classificaram de
acordo com o grau de cristalização. As orientações teóricas adotadas foram a partir das
diretrizes de Mejri (1997, 1998, 2000, 2005, 2010 e 2012). Portanto, esta pesquisa atendeu
aos estudos fraseológicos desenvolvidos no estado do Pará, de acordo com o projeto
Geossociolinguística e Socioterminologia (GeoLinTerm); aos princípios da
Socioterminologia, além de corroborar a concepção de que as atitudes linguísticas
assumidas pelos que utilizam esse léxico especializado denotam a identidade de diferentes
grupos de profissionais, ainda que da mesma área de atividade, o que, pelo menos em parte,
justifica o paraense preferir o picadinho à carne moída; a cabeça de lombo ao patinho ou a
carne de primeira à carne de segunda.
44
LEXICOLOGIA, TERMINOLOGIA E AS LÍNGUAS DE SINAIS: UM
TRILHAR NO UNIVERSO LINGUÍSTICO E TRADUTÓRIO
45
A PRODUÇÃO TEXTUAL E A REIVINDICAÇÃO COLETIVA NO GÊNERO
CARTA ABERTA
Ecilia Braga de Oliveira (UFPA)
Rita de Cassia Damasceno Barbosa (UFPA)
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (UFPA)
Resumo: A reflexão sobre a prática docente e a qualidade da produção textual dos alunos
foram os aspectos que nortearam o desenvolvimento de uma oficina desenvolvida no
primeiro semestre de 2019 a partir da disciplina “Elaboração de projetos e tecnologias
educacionais” (ProfLetras/UFPA). Por conta disso, o presente trabalho objetiva mostrar a
receptividade dos participantes da oficina sobre produção textual a partir da aprendizagem
baseada em problema. A carta foi o gênero selecionado e se justificou por favorecer a
reivindicação de um interesse coletivo inserindo-se em uma perspectiva de letramento por
apresentar intenção comunicativa e situações de interação social bem definidas. Além de
poder ser usado em situações de reivindicação, protesto, conscientização e alerta acerca de
situações que incomodem a população, o que torna o seu aprendizado necessário ao
exercício da cidadania. O texto, como materialização máxima da língua e resultante de uma
interação social representa os lugares sociais dessa interação; numa perspectiva decolonial
de educação, significa dar visibilidade e voz a sujeitos que produzem conhecimentos
“outros”. Os estudos selecionados para esta fase de investigação foram: Bakhtin (2004),
Koch (2014), Freire (2018), Braga (2013), Antunes (2013) e Xavier (2011). A metodologia
partiu de situações contextualizadas da realidade concreta dos alunos, com atividades de
escrita, leitura e reescrita, aliadas a tecnologias digitais, associando os saberes curriculares
com a experiência social o que, segundo a pedagogia da autonomia, resulta na produção do
conhecimento novo. Podemos dizer por fim que a produção textual na perspectiva da
aprendizagem baseada em problemas proporciona aprendizagens críticas, reflexivas e
significativas para o aluno.
46
Agrícola de Barcarena-PA, e compreendem as seguintes etapas metodológicas: (i)
Observação diagnóstica; (ii) Identificação e análise dos problemas de escrita; (iii)
Apresentação dos resultados; (iv) Processo de produção de textos a partir do gênero
verbete; (v) Elaboração de fichas catalográficas; (vi) Coleta e seleção dos dados; e (vii)
Organização de um glossário ilustrado com processos e termos das atividades agrícolas da
Escola, o qual foi a culminância da proposta de intervenção e que servirá como material
didático na escola.
Resumo: Ao longo dos últimos anos, muitos estudos abordaram sobre gêneros
discursivos, o que é importante para a realização de práticas mais abrangentes no processo
de ensino-aprendizagem, devido aos discentes utilizarem com frequência. Com isso, é
importante ressaltar a necessidade de relacionar os estudos acerca desses gêneros com a
práxis ensino/aprendizagem na sala de aula, a fim de elaborar propostas e metodologias
satisfatórias no trato com gêneros discursivos, para que eles sejam produzidos, reescritos e
lidos. Nesse sentido, este trabalho foi construído com o objetivo de evidenciar a
importância do estudo dos gêneros, com foco na análise das produções a partir da interação
professor-aluno. Além disso, vale ressaltar a inserção da metodologia da reescrita de textos,
47
uma vez que a escrita e reescrita são processos somados, além de serem entendidos como
um fator para que muitos alunos eliminem a quantidade de erros escritos. O trabalho,
ancorado na Análise Dialógica do Discurso (BRAIT, 2006), pauta-se nos estudos do
Círculo de Bakhtin, além de Menegassi com suas contribuições relevantes ao estudo da
produção textual dialógica (MENEGASSI, 2016; MENEGASSI; GASPATOTTO, 2019)
“que possibilita interação entre professor e aluno, apresenta um carácter explicativo e leva
o aluno à reflexão sobre o aspecto que foi destacado. Ao empregar essa correção que se
trata da abordagem mais completa de revisão textual-interativa”. A metodologia consta da
coleta de 32 textos dos alunos do Ensino Fundamental II para serem analisados na
perspectiva discursiva e revisão. Após isso, os textos foram devolvidos aos discentes para
a reescrita. Nesse sentido, compreende-se que não é uma produção sem mediação, mas
uma relação de mediação professor-aluno diante do texto e os efeitos de sentido das
relações dialógicas nos processos de revisão e reescrita, e evidenciar a importância da
interação no processo de ensino-aprendizagem de gêneros discursivos.
Resumo: O ensino de língua estrangeira em qualquer espaço pedagógico não pode levar
em conta somente os aspectos comunicativos e linguísticos, mas também apresentar
elementos interculturais. Desta forma, o objetivo deste estudo é analisar o Livro Didático
(LD) Cercanía Joven, adotado por diversas instituições públicas e particulares do país para
o ensino de Língua Espanhola. O foco principal da pesquisa é a abordagem intercultural
apresentada no LD em questão, com base nos aspectos educacionais propostos pelas
OCEM (BRASIL, 2016), que prescreve o ensino de línguas estrangeiras a partir de uma
postura crítica e transformadora, com base no conceito de interculturalidade de Crawford-
Lange e Lange (1984) , Kramsch (1993), Walsh (2003) entre outros. A pesquisa possui
abordagem qualitativa, tratando de pesquisa bibliográfica quando analisa LD como
documento, além de legislação pertinente. O resultado apresenta que diversas atividades
propostas pelos autores do LD, estão voltadas para uma competência intercultural,
indicando um diálogo entre a língua materna e a língua em estudo, além de fortalecer o
desenvolvimento de letramento.
48
educação básica, em contextos de bilinguismo, de escolas estaduais de São Félix do Xingu-
Pa. A pesquisa partiu de observações do cotidiano de algumas escolas durante o
acompanhamento de disciplinas de estágio pedagógico de língua portuguesa, em que se
observou os desafios do processo de ensino e aprendizagem em contextos de bilinguismo.
Diante disto, tentou-se compreender: (i) os desafios das práticas educativas interculturais
na educação básica; (ii) os desafios do trabalho docente no contexto educacional de
bilinguismo (português - Mẽbêngôkré); (iii) a permanência dos alunos indígenas nas escolas
estaduais. Trata-se de um estudo sobre as singularidades que caracterizam a educação básica
na região do Médio Xingu em suas diversas faces, tais como: currículo escolar e saberes
tradicionais. Como pressupostos teóricos e metodológicos utilizamos os estudos de
Chartier (1990), Duranti (1997) e Hall (2003). Sobre as leituras referentes aos Mẽbêngôkré:
Turner (1992), Salanova (1996) e Saidler (2017). Sobre as relações entre currículo, saberes
e sociedade, os estudos de Chauí (1994), Benchimol (1998) e Perrelli (2008).
49
PROPAGANDAS DE VIOLÊNCIA SIMBÓLICO-REGIONAL CONTRA A
MULHER: DISCURSO E IDENTIDADE NA ESCOLA
50
do agente; os falantes pouco usam as formas de sujeito indeterminado, conforme a
gramática normativa, em contexto de letramento; a terminologia sugerida como mais
adequada é indeterminação do agente.
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade analisar os signos emergentes utilizados
pelos jovens surdos do ensino médio, observar e registrar os sinais emergentes
apresentados pelos alunos como elementos de um mapeamento linguístico. O estudo tem
como referencial teórico metodológico as Teorias das línguas emergentes e literatura
51
(VILHALVA, 2006; FUSELLIER, 2016) do tipo cultural, Estudos Surdos, Antropológicos
e Linguísticos (LANE, 1992; WRIGLEY, 1996; STROBEL, 2008; 2009; PERLIN, 2003;
SKLIAR, 2013, QUADROS, 2004, KARNOPP, 2004). A metodologia adotada será de
cunho descritivo e analítico. A abordagem é quanti- qualitativo. O lócus será as escolas de
ensino médio do município de Bragança. Os sujeitos serão um grupo de alunos Surdos de
15 a 29 anos de idade, matriculados regulamente na educação básica. As técnicas a serem
utilizadas serão o questionário semiaberto, a entrevista e a Técnica de Associação Livre de
Palavras. Nesse primeiro momento foi realizado um mapeamento (segue um gráfico e uma
tabela com mapeamento de surdos e deficiente auditivos) em quais escolas os surdos estão
matriculados no município de Bragança. Desse modo, a presente pesquisa se propõe a
apresentar um mapeamento da existência de línguas de sinais emergentes nas relações entre
os jovens surdos ensino médio de Bragança. Esse estudo dos sinais emergentes que se
deseja pesquisar não objetiva apresentar apenas os registros sobre as línguas padrão, mas
também, e, sobretudo, procura realizar um levantamento de como se apresenta atualmente
o uso desses sinais emergentes e, até mesmo, a história da produção desses sinais para que
se possa fazer o registro científico sobre a situação linguística da região de Bragança/Pá. A
comunidade surda brasileira só teve o reconhecimento linguístico no ano de 2002 através
da lei 10.436/2002, embora a educação de surdos tenha iniciado no segundo império
(1857), no Brasil existem também outras línguas de sinais que são raramente registradas;
Sendo tais línguas, como as línguas de sinais indígenas, praticadas pelos índios surdos
existentes em diversas comunidades indígenas do país, onde cada uma delas traz consigo
características culturais e linguísticas variadas. Registrar a língua de sinais brasileira e as
línguas de sinais indígenas, pois, embora o Brasil conte com 225 etnias indígenas que falam
170 línguas orais, há apenas uma língua de sinais registrada – a LSK (Língua de Sinais
Kaapor) –, cuja existência é mencionada apenas em dicionários ou mesmo em sites. A
Educação hoje trata a língua portuguesa como se fosse à única língua do País, mesmo que
existam diversas publicações sobre as diversas línguas indígenas e uma legislação da língua
de sinais. (Vilhalva, 2009). Os sinais emergentes, também conhecidos como sinais caseiros,
são essenciais quando vistos como comunicação natural usada em um espaço familiar ou
social. Porém a política linguística existente em nosso país invisibiliza esses grupos
minoritários. De acordo com Calvet a política linguística é importante porque pode equipar
uma língua e os estudos dos sinais emergentes poderá contar com o planejamento
linguístico no qual estarão envolvidos a criação de sinais, os empréstimos linguístico s e os
acréscimos no vocabulário existente. No campo de identificação de novas línguas, as que
denominamos de línguas emergentes, conforme Supalla, o que se busca fazer são descrições
que oferecem uma interpretação “de perto e de dentro”.
Resumo: Este trabalho apresenta resultados parciais referentes à descrição acústica dos
parâmentros de frequência fundamental (f0), duração (em ms) e intensidade (em dB) de
frases declarativas neutras e interrogativas totais com o objetivo de analisar o padrão
52
prosódico entoacional da fala de Oiapoque. Trata-se de uma amostra da pesquisa
desenvolvida em nível de Doutorado que mapeia, além de Oiapoque, o padrão melódico
de Macapá e Mazagão, inaugurando investigação no nível suprasegmental sobre as
variedades do estado do Amapá (SANTO, em andamento). A pesquisa segue as orientações
metodológicas do projeto internacional Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Românico
– Língua Portuguesa, desse modo, o corpus completo é composto por 102 frases
declarativas e interrogativas totais. O tratamento de dados é feito no programa PRAAT e
os gráficos gerados na interface Matlab. Assim, analisa-se a posição de núcleo entoacional
com os vocábulos oxítono (bisavô), paroxítono (Renato), proparoxítono (pássaro) de 12
frases produzidas por um homem e uma mulher de escolaridade baixa. Busca-se guarida
nos estudos sobre a entoação modal do português brasileiro de Moraes (1998) e Cunha
(2000), os quais afirmam que a sentença interrogativa apresenta entonação ascendente na
sílaba tônica e posterior descendencia (padrão circunflexo) e a declarativa um contorno
descendente no final da sentença. Nossos resultados para a f0 mostram que, em geral, a
interrogativa apresenta frequência baixa na vogal pré-tônica, elevação na tônica e posterior
queda do movimento melódico na pós-tônica, já a declarativa apresenta movimento de
elevação na vogal pré-tônica, queda na tônica com continuidade do movimento de
descendencia até o final da sentença. Sobre o parâmetro de duração, a fala masculina atinge
valores acima de 200ms enquanto que a fala feminina registra valores abaixo de 150ms,
com maiores picos de duração na sílaba tônica das sentenças interrogativas. Quanto à
intensidade, observa-se maior energia despendida para a produção das interrogativas.
Palavras-chave: Fonética acústica. Prosódia. Entoação.
53
em três níveis (enunciado, palavra-alvo e transcrição fonética). Após isso, foram
constituídos dois corpora, um das médias pretônicas para tratamento estatístico no Golvarb
X, com aplicação e não aplicação do abaixamento, e outro para análise de atitudes
organizados no programa Excel. Os resultados, que foram organizados em tabelas e
gráficos, apontaram que a realização do não abaixamento predomina na região, seguindo a
tendência de outras localidades do Pará (RAZKY et al 2012; CRUZ, 2012). O grau de
formalidade não se mostrou muito importante para o controle das médias pretônicas como
havíamos cogitado. O falar cearense foi o mais bem avaliado, não se configurando,
portanto, uma relação direta entre a realização da média e a avaliação negativa que se faz
desse falar, como se havia cogitado. Na avaliação dos homens e dos adultos (faixa etária de
50 a 65 anos) o dialeto cearense foi privilegiado, enquanto mulheres e os jovens (18 a 35
anos) privilegiaram os dialetos local e de Belém.
54
DISTINÇÃO CONTÁVEL-MASSIVO EM LÍNGUAS TIMBIRA
Resumo: Escrito em 1975, em Buenos Aires, Poema Sujo, do escritor maranhense Ferreira
Gullar, é considerado pela crítica como um texto de vanguarda – já no bojo daquilo que se
pode denominar de literatura contemporânea – não só por sua temática, mas pela
organização dos versos. Nesse longo texto, o poeta faz uma espécie de desabafo,
reportando-se aos acontecimentos de sua terra natal, São Luís. Nesse cenário, a partir de
uma linguagem agressiva, mas de uma plasticidade peculiar, o eu lírico apresenta a fisiografia
da capital maranhense: suas ruas, seus cheiros, suas contradições. Nesse aspecto, muitas
situações da vida do autor têm como cenários as ruas do centro histórico da cidade. Com
base no exposto, e alinhando-se aos estudos toponímicos, este trabalho busca analisar os
nomes das ruas apresentadas na composição poética, com o objetivo de indicar qual a
natureza toponímica dos referidos espaços, bem como seu diálogo com a memória da
própria cidade de São Luís – historicamente situada na primeira metade do século XX.
Segundo Bosi (2006, p.473), essa rememoração do eu lírico é “memória-saudade e
memória-desespero”. Como fundamentação teórica, fez-se necessário uma incursão pelos
trabalhos de Dick (1990), Faggion e Misturini (2014) e Marcuz (2016).
55
METODOLOGIA APLICADA À CRIAÇÃO DE UM GLOSSÁRIO DE
TERMOS DA ODONTOLOGIA EM LIBRAS: UM RECORTE DO DOMÍNIO
CURSO DE ODONTOLOGIA DA UFPA
Resumo: O objetivo desse trabalho é apresentar a metodologia que foi aplica para a criação
de um glossário com termos da odontologia em Libras para o domínio, curso de
odontologia da Universidade Federal do Pará - UFPA. A partir das minhas atividades de
interpretações em Libras desenvolvidas nas aulas do curso de odontologia, houve a
necessidade de criação de sinais para facilitar o repasse de informações de maneira que a
discente surda pudesse compreende melhor os conceitos, pois o vocabulário em Libras que
corresponde aos termos usados no curso de odontologia ainda é reduzido. Portanto, a
criação espontânea de sinais durante as aulas é recorrente entre intérpretes e a discente
surda. Nesse sentido, percebi que esses neologismos convencionalizados em sala de aula
precisariam ser registrados de maneira formal, por meio de um glossário, para que esses
sinais-termos não fossem esquecidos quando novos surdos viessem a cursar odontologia
na UFPA ou em outras universidades, e, novos intérpretes de Libras que atuarão nesse
contexto pudessem ser auxiliados em suas práticas tradutórias e interpretativas. Este
trabalho mostrará de que forma isso foi realizado. Neologismos são palavras novas em uma
comunidade linguística num dado momento (CORREIA e ALMEIDA, 2012). Esses sinais
se tratam de sinais de uma área específica, trata-se de terminologias (KRIEGER e
FINATTO, 2004). Além disso, o termo “sinal-termo” foi usado para designar um sinal que
compõe um termo específico da Libras (COSTA, 2012). A metodologia para criação do
glossário seguirá as orientações sugeridas por Faulstich (1995) para metodologia para
pesquisa em socioterminologia. Os termos e os sinais-termos estão sendo registrados com
a ajuda do programa de computador lexique pro. Um dos resultados previstos é a criação de
um glossário com no máximo cem sinais-termos usados nas diferentes disciplinas do curso
de odontologia da UFPA.
56
eventos, antes e depois desse domingo, com elementos culturais e sociais próprios dos
paraenses como a culinária, o artesanato local e as manifestações culturais populares. Essa
breve apresentação se baseia em pesquisa de documentação específica para compor a
nomenclatura do vocabulário dessa manifestação cultural. Os consulentes potenciais desses
vocábulos são pessoas de outras regiões do Brasil e, inclusive, paraenses. As referências
teóricas dessa pesquisa são, dentre outras, os trabalhos de Baena (1838), Vianna (1904),
Alves (1980), Maués (2002, 2005, 2011), Bonna e Vasconcelos (2009), Henrique (2011),
Rocque (2014); e sobre Lexicografia, as obras consultadas são, principalmente, de Svensén
(1993), Landau (1993), Bergenholtz e Tarp (1995), Biderman (2001), Porto Dapena (2002),
Martínez de Sousa (2009), e Tarp (2014), dentre outros. A manifestação cultural aqui
analisada foi registrada no IPHAN, em 2006, quando do reconhecimento do Círio como
patrimônio imaterial do Brasil e apresenta um conjunto de unidades léxicas rico em
elementos culturais do Círio e do Pará.
Resumo: Os estudos acerca do fenômeno linguístico e sua relação com aspectos políticos,
socioculturais e educacionais inserem-se nos debates centrais na área da Sociolinguística.
Ao mesmo tempo, essas investigações justificam-se por estarem voltadas para a
compreensão das práticas linguísticas, socioculturais e identitárias de falantes, cujas histórias
estão marcadas pela heterogeneidade e complexidade linguísticas. Nesse sentido, a pesquisa
tem como objetivo descrever e compreender o comportamento linguístico de falantes em
contexto de bilinguismo. Especificamente, a pesquisa debruça-se sobre falantes de uma
língua de imigração - hunsrückisch - e do português na comunidade de Dez de Maio, situada
na Região Oeste do estado do Paraná. Para tanto, apresenta alguns aspectos dessa variedade
dialetal no contexto investigado, caracterizando-o como um fato histórico, político e
identitário, bem como uma herança cultural trazida pelos imigrantes alemães, mediante
exemplos de usos sociolinguísticos. O estudo discute, também, conceitos atrelados aos
pressupostos teóricos da Sociolinguística, como aqueles relacionados aos estudos do
bilinguismo e mudança de código, considerando as diferentes situações encontradas ao
longo da convivência do português com as línguas minoritárias (FISHMAN, 1967, 1980;
HEYE, VANDRESEN, 2006; ALTENHOFEN, 2004, 2007; SILVA, 2011), assim como
revisita alguns fundamentos referentes às políticas linguísticas e à conservação de línguas
minoritárias no contexto brasileiro (DAMKE, 2008; MORELLO, 2012; SAVEDRA,
LAGARES, 2012). Dessa forma, os procedimentos de coleta de dados pautaram-se no
método sociolinguístico desenvolvido por Tarallo (2007), em que os dados decorrem das
situações de usos da língua em conversas livres e da observação participante. Trata-se, dessa
forma, de um estudo de caso em que a descrição e a interpretação são a base da análise. Os
resultados revelam que, de medida satisfatória, se contrapõem aos estudos sobre a
diminuição ou o desaparecimento do uso de línguas minoritárias em comunidades
bilíngues.
57
O USO DA HAPLOLOGIA NAS CONSTRUÇÕES FIXAS FORMADAS POR
VERBO + PREPOSIÇÃO
Resumo: Este estudo apresenta resultados parciais de uma pesquisa mais ampla sobre o
fenômeno da haplologia no falar belenense. Utilizamos dados empíricos para a realização
de uma análise quanti-qualitativa e, neste trabalho, temos o objetivo de apresentar somente
os usos da haplologia nas construções fixas formadas com verbo. Nos embasamos nos estudos
de Cançado (2005), Godoy (2008), Perini (2006; 2010) e Castilho (2010). Apresentamos
somente os usos da haplologia nas construções fixas formadas por verbo + preposição inerente
e construções fixas formadas por verbo + preposição não inerente (ou nome), exemplificadas,
respectivamente, por gos(tu) di e passan(du) di Benevidis. A amostra é constituída por 16
narrativas orais que pertencem ao Projeto Atlas Linguístico do Pará-ALiPa (RAZKY, Orgs.
2003). Os falantes obedecem às estratificações sociais: sexo (masculino/feminino),
escolaridade (não escolarizados, ensino fundamental e ensino médio) e faixa etária (1ª faixa
etária, 2ª faixa etária e 3ª faixa etária). Os resultados revelaram que essas construções se
apresentam frequentemente com variação. Da mesma forma o verbo gostar + preposição
inerente apresenta-se com grande frequência da haplologia em detrimento dos verbos com
preposição não inerente. Confirmamos com esses resultados que o componente sintático é
significativamente relevante na produção do fenômeno da haplologia e que essa deve ser
estudada considerando-se a interface entre diferentes níveis da Linguística.
58
da Análise Crítica do Discurso; (iv) refletimos sobre os discursos acerca das identidades e
das autoridades vinculados pelos gêneros e as implicações na ação social e política das
classes subalternizadas. Como resultados parciais, ao elegermos o gênero “notícia” no site
do jornal Diário do Pará online (DOL), constatamos um tipo de discurso que, em primeiro
plano, forja o apoio à classe subalternizada em situações de privação social por meio da
ideia de visibilidade dos acontecimentos. Todavia, pela análise discursiva, discernimos a
recuperação da dicotomia entre o saber científico e o senso comum, parâmetro qualificativo
acerca dos usos da web em contextos de resolução de problemas sociais, ratificando os
papéis sociais díspares e inibindo a ação política dos sujeitos em outras esferas
sociopolíticas.
Resumo: Este texto tem como objeto de estudo o Quilombo de Curiaú, que se localiza na
área Periurbana do Município de Macapá-AP. Trata-se de um estudo sob a ótica da
Sociolinguística que observa a oralidade como uma questão linguística que intermedia, ao
mesmo tempo em que constitui práticas sociais peculiares daquele povo, particularizando-
o como uma comunidade tradicional. Nosso propósito é apresentar a tradição oral de
Curiaú, como uma manifestação linguística constitutiva da vida ordinária e como um legado
de inestimável valor histórico, social e linguístico. Nesse sentido, nosso intuito é focalizar
o valor sócio-histórico dos rituais e práticas sociais do Curiaú, destacando as práticas orais
59
peculiares da comunidade que compõem, com destaque, o conjunto da diversidade cultural
do Estado do Amapá.
Palavras-chave: Tradição Oral, Quilombo, Curiaú.
Resumo: Estudos desenvolvidos por Naro e Scherre (2007), Scherre e Naro (2006), Hora
& Espínola (2004), Pedrosa (2014) vêm evidenciando a ausência de concordância,
principalmente através do apagamento da marca de plural em algumas variedades do
português brasileiro. No panorama desse apagamento destacam-se as formas verbais de 3ª
pessoa do plural, as quais tendem a refletir a variação através da perda de nasalidade no
final de formas verbais. Assim, esse trabalho se propõe a verificar a desnasalização de
ditongo nasal final de formas verbais na 3ª pessoa do plural, considerando a variabilidade
de uso observada nesse fenômeno. Para isso, será realizada a observação, a análise e a
descrição das concretizações dessas formas presentes na fala de sujeitos amapaenses,
60
distribuídos em idade, sexo e escolaridade; foram considerados três municípios
amapaenses: a capital Macapá, Santana e Mazagão. Esta pesquisa é de caráter descritivo-
interpretativista, segue os pressupostos da sociolinguística variacionista e os dados
caracterizam-se por registros de fala de moradores dessas cidades. Esses registros foram
obtidos por meio de conversação espontânea e entrevistas semiestruturadas, a fim de se
obter as realizações pertinentes ao morfema número-pessoal das formas verbais. Desse
modo, este estudo consiste em verificar a articulação fonética desse morfema número-
pessoal pelos sujeitos dessa pesquisa. Durante a compilação dos dados, será observada
também a atuação das variáveis sociais no emprego do referido fenômeno. O estudo
realizado sobre a ocorrência da desnasalização do ditongo nasal final nas formas verbais de
3ª pessoa do plural, apontando a variação linguística, traz contribuições que ratificam a
variação como um processo inerente aos falantes da língua, evidencia um aspecto da
variedade do português falado no Amapá, além de destacar realizações, cada vez mais
comuns, no emprego de desinências de 3ª pessoa do plural nas formas verbais que se
distanciam do prescrito pelos manuais e gramáticas normativas.
61
contribuir para a descrição da estrutura formal das narrativas, bem como por ampliar a
descrição da fala de comunidades tradicionais.
62
A PALATALIZAÇÃO DE /T/ E /D/ EM CONTEXTOS DE VOGAL ALTA E
DE VOGAL NÃO ALTA NOS ESTUDOS SOBRE OS FALARES DA REGIÃO
CENTRO-OESTE
Resumo: Esse trabalho faz uma análise preliminar da realização de /e/ em posição
pretônica e tônica na fala da Vila do Maripi (Porto de Moz-PA). Em particular, busca-se:
(a) quantificar as ocorrências das variantes [e], [ɛ] e [i] em posição pretônica, verificando se
há preferência pela variante [e], tal qual atestado por Souza (2015) para a variedade de
Barcarena-PA e (b) verificar se a variante [e] em posição pretônica é mais centralizada que
a mesma vogal em posição tônica, conforme observado por Moraes et alii. (1996), com
dados do NURC. Os dados analisados nesse estudo são provenientes de uma gravação de
um corpus de fala espontânea, o COFAMOZ (Corpus Oral de Porto de Moz) (ROCHA,
em preparação). A falante é uma mulher idosa, aposentada, com baixa escolaridade. Para a
quantificação das variantes de /e/ pretônico, foram analisadas 52 ocorrências, as quais
foram classificadas perceptualmente. A falante apresentou 24 ocorrências de [ɛ], 19
ocorrências de [e] e 9 ocorrências de [i], diferentemente do observado na fala de Barcarena
(PA), em que a forma preferida é o [e] seguido de [i] e [ɛ] (SOUZA; 2015). Para a análise
acústica preliminar, foram selecionadas 10 ocorrências de /e/ pretônico e 10 ocorrências
63
de /e/ tônico, das quais foram extraídas as médias de F1 e de F2 dos 40% centrais das
vogais. Nesses dados, observou-se a tendência de centralização do /e/ pretônico com
relação ao /e/ tônico, principalmente na média de F2 (2.222Hz para pretônicas e 2.364Hz
para tônicas), mas também na média de F1 (508Hz para pretônicas e 479Hz para tônicas).
Todavia, ainda é necessário ampliar a quantidade de falantes e ocorrências, bem como
submeter os dados a um tratamento estatístico.
64
no Português Brasileiro (ANTUNES; LURDES, 2016; OLIVEIRA, 2018). Os dados aqui
apresentados dizem respeito ao corpus do Atlas Linguístico do Amapá - ALAP (RAZKY;
RIBEIRO; SANCHES, 2017). Para tal, será utilizada a carta fonética F05 do ALAP que
mostra a configuração do /R/ em coda silábica interna. Os vocábulos analisados foram:
torneira, gordura, fervendo, árvore, borboleta, tarde, catorze, pernambucano, certo, perdão, perfume,
dormindo, perdida, perguntar e esquerdo. De acordo com os resultados expostos no Atlas
Linguístico do Amapá – ALAP, referente a uma amostragem de 40 informantes, constatou-
se que 73% dos entrevistados utilizam a fricativa glotal vozeada [ɦ], 11% fazem uso da
fricativa glotal desvozeada [h] e 16% deles realizam o apagamento do fonema (Ø),
apontando assim que a maioria dos entrevistados amapaenses realização a fricativa glotal
[ɦ, h].
Resumo: O presente trabalho vem tornar público mais ainda à dialetologia da comunidade
gay. Reconhecer o pajubá/ bajubá como uma variação dos dialetos no português brasileiro
é uma forma de reconhecer que essa comunidade desenvolve as suas peculiaridades no que
diz respeito ao processo comunicativo, não os tornando nem melhor e nem pior diante das
demais variações presente, apenas mostrar que a comunidade desenvolve o seu próprio
dialeto, sem anular os demais. É de se reconhecer que esse dialeto não é reconhecido pela
norma culta. No entanto isso pode ser considerado até mesmo como uma estratégia de
sobrevivência, visto que a classe LGBT ainda carrega um olhar bastante preconceituoso da
sociedade, esse dialeto faz com que a comunidade mantenha uma comunicação específica.
Com o intuito de mostrar que mesmo quem não faz parte da comunidade, acaba fazendo
uso deste dialeto, confirmando assim que a língua é esse organismo que está sempre e
processo de transformação.
Resumo: O estudo tem como objetivo analisar o processo palatalização /nh/ na fala dos
amapaenses, com base nos dados do Atlas Linguístico do Amapá (ALAP). A pesquisa tem
como suporte teórico-metodológico a geolínguistica (CARDOSO, 2010), em conjunto a
geossociolinguística (RAZKY, 2010). A metodologia utilizada é a mesma do projeto ALAP,
com a seleção de 10 municípios do estado do Amapá, respectivamente: Amapá, Calçoene,
Laranjal do Jari, Macapá, Mazagão, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande,
Santana e Tartarugalzinho. Na realização da pesquisa 40 pessoas foram entrevistadas, por
meio do questionário fonético-fonológico, levando em consideração aspectos
65
extralinguísticos, foram fragmentados em dois grupos, um com dois homens e duas
mulheres com idade entre 18 a 30 anos, o segundo grupo era composto por dois homens e
duas mulheres e idade entre 50 a 75 anos. Os seguintes itens fonéticos foram analisados:
caminha, amanhã e companheiro. Baseando- se nos resultados, foi detectado que 87% dos
entrevistados realizaram a fala da nasal palatalizada [ɲ] e 13% realizaram a fala nasal alveolar
palatalizada [ɴʲ].
66
(ABROVOVICH, 1989) no projeto intitulado "Escola cidade de Emaús: histórias de
letramento e de alfabetização constituídas nos diálogos com as práticas socioculturais do
Bengui e da Amazônia” (PROEXIA/UFPA). As práticas sociais de leitura e escrita
precisam ser levadas em consideração nas atividades de leitura, escrita d oralidade propostas
(KLEIMAN, 1995), desde os Anos iniciais. O público-alvo é formado por licenciandos,
educadores e alunos dos Anos iniciais. Os estudos de Walsh (2014), Rodrigues (2006) e
Marcuschi (2004) têm possibilidades de discussões com nossos dados. Este trabalho
baseou-se na pesquisa participante com uma turma envolvendo diferentes anos. Foi
utilizado o livro “As aventuras de Zé mururé: a matinta desencantada. Os passos
metodológicos foram: a) a leitura da história realizada pela professora; b) uma roda de
conversa, na qual os alunos contaram diferentes versões das lendas e c) elaboração própria
envolvendo as histórias narradas pelos alunos. Muitos deles escreveram histórias já
conhecidas e outras histórias vividas. Constou-se assim, que o trabalho com a oralidade
potencializa as experiências de vida dos alunos e os lança a novos desafios de leitura e
escrita. Por conta disso, a tríade: oralidade, leitura e escrita incentiva a formação do hábito
de leitura sem desconsiderar os saberes constituídos pelos sujeitos em suas comunidades
que têm uma base na tradição oral. As diferentes idades dos alunos da turma criaram
desafios quanto à mobilização de atividades que os incentivassem participação e avanços
quanto ao trabalho com gêneros discursivos diversos.
67
ESTUDO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO DO LÉXICO DAS NARRATIVAS
PARAENSES
Resumo: Este estudo objetiva documentar a diversidade lexical presente nas narrativas
orais das cidades Cametá e Santarém do Estado do Pará–PA. Para isso será apresentado o
tabelamento dos dados lexicais coletados do acervo disponibilizado pelo coordenador do
projeto Geossociolinguística e Socioterminologia (GeoLinTerm) prof. Dr. Abdelhak
Razky. Tem-se como base os pressupostos teórico-metodológicos da Lexicologia,
Dialetologia, e Geografia Linguística. Foram realizadas análises quantitativas a partir das
variantes extralinguísticas para dar conta das dimensões diatópica, diagenérica, diafásica e
diageracional. Como resultados do processo de análise e coleta, foram selecionadas as lexias
identificadas para mostrar sua importância como patrimônio imaterial das duas
comunidades paraenses.
68
GÊNERO DIGITAL MEME: RECURSO DE LEITURA NO COMBATE À
DESINFORMAÇÃO DE ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL I
Resumo: Tivemos como objetivo investigar a leitura do gênero digital meme dos alunos
do 5º ano do ensino fundamental I. Especificamente, realizar uma análise
linguística/semiótica do meme nos níveis fundamental, narrativo e discursivo.
Adicionalmente, promover uma discussão sobre a percepção crítica dos alunos no que diz
respeito as notícias que circulam por meio desse gênero digital meme. Neste sentido,
destacamos que a sociedade contemporânea está imersa na era globalizada das mídias
sociais, onde as informações discorrem sobre as redes virtuais em tempo real. Desse modo,
a escola enquanto espaço de formação cidadão, tem papel fundamental em promover o uso
dos mais variados gêneros digitais, para dispor ao aluno, uma visão reflexiva acerca da
infinidade de notícias midiáticas veiculadas diariamente em sociedade. Assim sendo,
escolhemos o meme como objeto desse estudo, pois o consideramos como potencializador
na prática pedagógica, particularmente, como instrumento para eficaz para o combate as
notícias falsas que circulam frequentemente nos ambientes digitais. Participaram deste
estudo 5 crianças do 5º ano do ensino fundamental I de uma escola pública de Belém. O
material da pesquisa foi composto por um meme sobre preconceito racial. Assim sendo, a
tarefa dos participantes ocorreu em dois momentos. No primeiro momento, eles leram o
meme; em seguida responderam oralmente cinco questões referentes ao conteúdo do
meme. Adotamos Fiorin (2017) que define a semiótica como o sistema de significação dos
discursos manifestados por quaisquer tipos de texto (verbal, pintura, filme, uma ópera, uma
publicidade, uma escultura). Os resultados demonstraram que as crianças do 5º ano não
conseguiram entender o nível discursivo do meme. Podemos inferir que o trabalho
sistemático e planejado do professor na mediação das discussões surgidas a partir do gênero
meme, se torna possível à formação de crianças atentas e com pensamentos e reflexões
críticas acerca dos assuntos veiculados na sociedade.
69
modo reflexivo para os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I. Assim sendo, os
gêneros digitais são compostos de significação, por isso devem ser abordados em sala desde
os anos iniciais como instrumento para o letramento digital. Participaram deste estudo 5
alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. O material da pesquisa foi composto pela música
“Tira o lixo da calçada” pastiche de “Aí, se eu te pego” do cantor Michel Teló. Assim sendo, os
participantes assistiram ao vídeo do pastiche “Tira o lixo da calçada”; em seguida, produziram
uma paródia sobre meio ambiente. Adotamos como base teórica Fiorin (2017) que define
a Semiótica como um estudo da produção e a interpretação dos discursos no texto. Os
resultados apontaram que os alunos conseguiram produzir o pastiche sobre meio ambiente,
o que podemos inferir que este gênero digital é eficaz no combate às desinformações nos
anos iniciais.
70
se pela necessidade de estudos fonéticos e fonológicos sobre o Português falado no Estado
do Amapá. O estudo tem como base os postulados da Geolinguística moderna
(CARDOSO, 2010) e da Geossociolinguística (RAZKY, 2010) que une pressupostos
metodológicos da Sociolinguística com as da Geolinguística tradicional. A metodologia
utilizada diz respeito aos mesmos parâmetros adotados pelo projeto ALAP, com a seleção
de 10 municípios do Amapá, a saber: Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari, Pedra
Branca do Amapari, Porto Grande, Tartarugalzinho, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Com
base nisto, foram entrevistados 40 informantes, controlando as variáveis sociais: sexo
(homem e mulher) e idade (18 - 30 anos e 50 - 75 anos). Os dados analisados correspondem
a uma amostra do Questionário Fonético-Fonológico (QFF). Os vocábulos analisados
foram: prateleira, travesseiro, torneira, peneira, manteiga, teia, peixe, bandeira, correio, companheiro, meia
e beijar. Como resultado parcial foi constatado que 58% dos informantes entrevistados
realizaram o ditongo /ej/ e 42% não realizaram o referido ditongo.
Resumo: Este trabalho estuda as crenças e atitudes linguísticas sobre o alteamento da vogal
média posterior /o/ tônica no português falado em Cametá-PA. Tem como objetivo
analisar por meio de testes de atitudes e crenças, se o fenômeno em estudo é rotulado de
forma positiva ou negativa na comunidade cametaense, e se essa rotulação encontra-se no
nível da consciência de seus falantes, além de demonstrar, a partir da comparação com
Rodrigues (2005), se o alteamento na tônica da posterior encontra-se em processo de
apagamento como marca de identidade local. Tomará como base de análise a Teoria da
Variação Linguística ou Sociolinguística Quantitativa, e em estudos sobre Crenças e atitudes
linguísticas, advindos principalmente da Psicologia Social baseada em Lambert e Lambert
(1996). O corpus para análise do fenômeno estudado neste projeto foi oriundo de 24 (vinte
e quatro) sujeitos participantes na faixa etária de 15 a 29 anos e 30 a 45 anos, estratificados
por sexo/gênero (masculino 12 e feminino 12); nível de escolaridade (08 com nível
fundamental, 08 com nível médio e 08 com nível superior) e procedências (12 cametaenses
e 12 não cametaenses). Os resultados obtidos por meio da amostra esboçam um percentual
de 75% de atitudes positivas dos falantes cametaenses da 1ª faixa etária e 50% dos
participantes cametaenses da 2ª faixa etária, com nível superior, em relação ao alteamento
da vogal média /o/ na tônica. Em contrapartida, os participantes pertencentes a 1ª faixa
etária que possuem pouca escolaridade e ensino médio apontaram 71% e 100%,
respectivamente, de atitudes negativas para com as formas linguísticas de sua comunidade.
Já os da 2ª faixa etária apontaram 100% de reações negativas. Com isso, observamos que,
quanto maior for o grau de escolaridade, maior será a consciência linguística para com as
variedades linguísticas da comunidade, e consequentemente, menor será o estigma.
71
O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E AS CONCEPÇÕES DE
LINGUAGEM PRESENTES EM LABORAÇÕES DE UM LIVRO DIDÁTIVO.
Resumo: O trabalho tem como objetivo descrever e analisar o perfil fonético do /S/ em
coda silábica em posição interna na fala dos amapaenses com base no banco de dados do
projeto Atlas Linguístico do Amapá (ALAP). A análise tem com suporte teórico-
metodológico a geolinguística (CARDOSO, 2010), ancorada na abordagem
Geossociolinguística (RAZKY, 2010). A metodologia empregada corresponde aos mesmos
procedimentos adotados pelo projeto ALAP, com a seleção de 10 localidades do Estado
do Amapá, respectivamente: Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari, Pedra Branca do
Amapari, Porto Grande, Tartarugalzinho, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Para a pesquisa,
foram entrevistados 40 informantes por meio de um questionário fonético-fonológico,
considerando as variáveis: sexo (homem-mulher) e idade (18-30 anos e 50-75 anos). Foram
analisados os seguintes itens fonéticos: casca, estrada, desvio, escola, rasgar, questão,
pescoço, costas, caspa, desmaio, mesma, hóspede e esquerdo. Com base nos resultados,
constatou-se que 94% das realizações do /S/ em coda silábica em posição interna
72
ocorreram de forma palatalizada ([ʃ] e [ʒ]) e apenas 6% indicaram a não palatalização ([s] e
[z]) dos itens fonéticos investigados.
Resumo: Esse trabalho apresenta a pesquisa sobre o vocabulário de João Brasil Monteiro,
da cidade de Marabá, Estado do Pará, autor de 11 obras não ficcionais, de caráter
memorialista que, em sua maioria, retratam a história da cidade em diferentes períodos,
envolvendo diversos aspectos tais como a fundação da cidade, ciclo da castanha, da
borracha e das pedras preciosas, imigração, entre outros. A pesquisa tem por objetivo reunir
dados para a elaboração do vocabulário representativo do autor a fim de ser realizada uma
análise léxico-semântica dos campos semânticos identificados, relacionando, portanto, ao
universo físico, histórico e cultural da cidade de Marabá. O referencial teórico e
metodológico remete à análise léxico-semântica de lexias organizadas por campos lexicais
conforme Coseriu (1981), assim como aos estudos da Lexicologia, Lexicografia e
Terminologia. A composição do corpus, com vistas à organização do vocabulário, abrange
três das obras de João Brasil Monteiro: O Castanheiro (2001), O Garimpeiro (2004) e Mair-
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Abá, Coração de Mãe (2006). A organização do vocabulário se faz por meio de ficha
catalográfica, de forma semasiológica. Os verbetes são apresentados em ordem alfabética,
com as respectivas informações gramaticais, definições e remissivas. Para tanto, os dados
lexicais serão manipulados por meio do programa computacional Lexique Pro que permite
construir dicionários eletrônicos. Até o momento, já foram identificados mais de 700
vocábulos e fraseologismos, organizados em 12 campos lexicais saber: Acidente geográfico,
Alimentação e cozinha, Atividades profissionais, Convívio e comportamento social, Fauna e flora,
Fenômenos naturais, Instrumentos de navegação, Localização geográfica, Objetos e Materiais, Saúde, Vida
urbana e Povos e população.
Resumo: Diante das mudanças linguísticas e tecnológicas, ao longo dos anos, novas
formas de se comunicar e expressar surgiu através das mídias sociais. Não há dúvidas de
que a internet é uma grande aliada, não só para adquirir informações rápidas e/ou mais
detalhadas, mas também para expressar opiniões e ideias. Diante dessa perspectiva, este
estudo tem o objetivo de analisar a construção e a funcionalidade dos adjetivos de
empoderamento nas redes sociais e identificar o seu uso, especificamente, na rede
social Instagram. Interessa analisar os adjetivos em um contexto mais
contemporâneo, enfatizando a utilização dessa classe de palavras nas redes sociais e, assim,
avaliando tais usos na linguagem digital. Recorreu-se a autores como Fiorin (2004) e
Wittekind (2016), entre outros, para embasar a análise de dados no lócus supracitado, a
partir de exemplos em que esses adjetivos foram usados para elogiar as mulheres. Ao
analisar os adjetivos, percebemos que existem alguns que já existiam, porém são dotados
de novo significado, como poderosa, diva e rainha, e outros que são, de fato, novas
construções, como baphônica. Tais palavras sustentam a propagação de todo um discurso de
valorização social da mulher.
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contemporânea está imersa na era globalizada das mídias sociais, onde as informações
discorrem sobre as redes virtuais em tempo real. Desse modo, a escola enquanto espaço de
formação cidadão, tem papel fundamental em promover o uso dos mais variados gêneros
digitais, para dispor ao aluno, uma visão reflexiva acerca da infinidade de notícias midiáticas
veiculadas diariamente em sociedade. Assim sendo, escolhemos o meme como objeto desse
estudo, pois o consideramos como potencializador na prática pedagógica, particularmente,
como instrumento para eficaz para o combate as notícias falsas que circulam
frequentemente nos ambientes digitais. O material foi composto por um meme da empresa
paulistana PDV Criativo, amplamente divulgado, que traz duas imagens do ator Jim Carrey.
Na primeira imagem, ele aparece limpo e com boa aparência. Na segunda, surge como um
trabalhador negro. Adotamos Fiorin (2017) que define a semiótica como o sistema de
significação dos discursos manifestados por quaisquer tipos de texto (um texto verbal, uma
pintura, um filme, uma ópera, uma publicidade, uma escultura e assim por diante). A partir
de uma análise semiótica, verificamos que a empresa divulgou um meme composto de um
discurso preconceituoso com o trabalhador negro. Desse modo, com o trabalho sistemático
e planejado do professor na mediação das discussões surgidas a partir do gênero meme, se
torna possível à formação de crianças atentas e com pensamentos e reflexões críticas acerca
dos assuntos veiculados na sociedade.
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fenômenos linguísticos ocorrem por fatores extralinguísticos, os quais têm explicação
lógica, científica e pragmática.
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estudo, embora não seja uma área muito explorada em relação a trabalhos científicos.
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar o processo de palatalização da consoante
alveolar /d/ diante das vogais /i/ e /e/, identificadas no Atlas Linguístico do Amapá. O
projeto ALAP, de acordo com Sanches (2015), surgiu em 2010 reunindo professores e
estudantes do curso de Letras da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), com o
objetivo de descrever e o mapear do Português Brasileiro falado em 10 municípios do
Estado do Amapá de forma a evidenciar as variedades linguísticas de aspectos fonético-
fonológicos e semântico-lexicais característicos de cada localidade. Em consonância com
os objetivos do projeto ALAP, esta pesquisa tem como suporte teórico-metodológico a
abordagem Geossociolinguística. Trata-se de uma geografia linguística que busca estudar
além da variável geográfica, as variáveis sociais como sexo, idade, escolaridade e classe
social. A metodologia utilizada é a mesma encontrada no ALAP, com a seleção das
seguintes localidades: Macapá, Santana, Amapá, Mazagão, Pedra Branca do Amapari,
Oiapoque, Calçoene, Tartarugalzinho, Porto Grande e Laranjal do Jarí. Em cada localidade
foram entrevistados 40 informantes divididos entre duas faixas etárias, a primeira entre 18
e 30 anos e a segunda entre 50 e 75. Estes também foram divididos em dois grupos por
sexo: masculino e feminino. Ressalta-se que todos os informantes possuem o ensino
fundamental incompleto. Para análise do processo de palatalização foi selecionada a carta
fonética de número 12, em que mostra o mapeamento do referido processo com base em
quatro itens fonéticos: dia, tarde, desvio e perdida. Os resultados mostram que 89% dos dados
analisados apresentam o processo de palatalização e somente em 11% não. As localidades
que ficaram mais evidentes foram os municípios de Calçoene (08) e Laranjal do Jari (04),
onde o fenômeno ocorreu com 100% de realização para o processo de palatalização de /d/
diante das vogais /i/ e /e/.
Resumo: A língua Apurinã é falada por um povo indígena espalhado em mais de 100
comunidades localizadas ao longo de vários afluentes do Rio Purus, no sudeste do estado
do Amazonas, em um espaço geográfico bastante amplo. Em face dessa distribuição e da
história do povo, há uma complexa diversidade linguística, cultural e histórica ainda pouco
compreendida. O Atlas Enciclopédico Apurinã, em construção, visa compilar informações
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linguísticas, sociolinguísticas, históricas e antropológicas sobre o povo Apurinã, em um
banco de dados computacional com informações espacializadas, utilizando ferramentas
SIG, BDG e multimídia, em formato interativo acessível a buscas. O trabalho utiliza outras
pesquisas sociolinguísticas (LIMA 2012, PADOVANI 2016, FACUNDES 2000, BARROS
2018), além de dados originais desta pesquisa. Entre os resultados da pesquisa envolvendo
a espacialização desses dados, destacamos aqueles que mostram a sua importância para se
traçar estratégias de revitalização e de planejamento do ensino escolar Apurinã de uma
forma que leve em consideração as particularidades de cada comunidade.
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VARIAÇÃO DO ITEM BANGUELA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS DA
REGIÃO NORTE
Resumo: A variação linguística no português do Brasil vem sendo bastante discutida por
estudiosos da área nos últimos anos, sobretudo no que tange aos níveis léxico-semântico e
fonético-fonológico. Com base no banco de dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil
– ALiB, este trabalho tem o intuito de mapear e registrar a variação linguística do item
lexical banguela nas seis capitais da região Norte do país. Os estudos de Razky e Sanches
(2016), Razky e Costa (2014), Guedes (2012) norteiam esta pesquisa. Com uma metodologia
de base quantitativa, este estudo mapeou dados coletados por pesquisadores do projeto
ALiB nas capitais brasileiras. As informações foram coletadas por meio da aplicação de um
Questionário Semântico Lexical (QSL). Buscando abranger uma dimensão
pluridimensional, os dados foram cartografados em cartas preliminares, permitindo dessa
forma a identificação da variação nos níveis diatópico, diastrático, diageracional e
diagenérico. A composição do corpus se deu a partir de inquéritos aplicados a oito
informantes por capital, estratificados por sexo, idade e escolaridade. A partir dos
resultados, concluiu-se que, apesar de haver a presença de outras variantes na região, a lexia
Banguela prepondera nas capitais do Norte do Brasil. O presente trabalho contribuiu para
o conjunto de estudos que mapeiam o corpus das capitais do projeto ALiB.
Resumo: O presente estudo consiste num mapeamento da variação lexical dos itens
Cambalhota e bolinha de gude do campo semântico: “Festas e Divertimentos” pertencentes
ao corpus do Atlas Léxico Sonoro do Pará (ALeSPA). Os pressupostos teóricos da moderna
Dialetologia e da Geossociolinguística (CARDOSO, 1996; RAZKY, 1996; AGUILERA,
2008; ISQUERDO, 2010) e da Dialetologia Pluridimensional e Relacional (RADTKE;
THUN, 1996) nortearam a realização deste estudo. Os dados mapeados neste estudo
pertencem ao banco de dados do Atlas Léxico-Sonoro do Pará - ALeSPA, coletados em 38
cidades do estado do Pará, por meio da aplicação de um Questionário Semântico Lexical
(QSL) de 257 questões aplicadas a 152 informantes (4 por localidade). Neste estudo foram
mapeados dois itens do campo semântico: “festas e divertimentos”, pertencentes ao banco
de dados desse atlas. O mapeamento dos dados demonstrou a rica variação lexical do
português brasileiro falado na zona rural do estado do Pará.
Palavras-chave: Geossociolinguística. Dialetologia Pluridimensional. ALeSPA.
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POTOQUEIRO DE MIRITI: UM OLHAR SOBRE FRASEOLOGISMOS EM
TÍTULOS DE FILMES
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo apresentar análise da produção de textos
narrativos da segunda língua (Língua Portuguesa) de professores surdos nos casos de pré-
linguísmo e pós- linguísmo, com o intuito de observar se existem diferenças entre as
produções escritas. O estudo em questão contextualiza-se no âmbito da educação de surdos
com enfoque na Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS. O trabalho foi estruturado com
pesquisa de campo realizada em duas unidades de ensino em Belém-PA, sendo uma escola
da rede pública especializada e educação de alunos surdos, e uma universidade no Estado
do Pará (Local), com 4 (quatro) professores surdos (sujeitos), que fazem o uso da Libras,
2 (dois) com o caso de pré-linguismo e 2 (dois) com pós-linguismo. O resultado da pesquisa
revela a diferença entre a produção textual de pessoas com o caso de pré-linguísmo e pós-
linguismo. A análise mostrou a importância da sociedade ouvinte oralizar com a
comunidade surda facilitando assim, a internalização da estrutura sintaxe e semântica da
língua portuguesa, processo esse que contribui para o aperfeiçoamento da produção textual
de surdos.
Palavras-chave: Linguística. Libras. Produção de textos narrativos.
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ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DO PRECONCEITO EM POSTAGENS DO
FACEBOOK
Resumo: Esta apresentação de painel tem por objetivo analisar postagens que circulam na
rede social Facebook que revelam alguma modalidade de preconceito linguístico. Neste
sentido, o aporte teórico utilizado baseia-se em Labov (1972; 2008), Bagno (2005), Coelho
(2015) no tratamento dado ao aspecto sociolinguístico, Levy (1996; 2010) e Aparici (2012),
em relação ao aspecto da linguagem através do ciberespaço, Marcuschi (2002) para tratar dos
gêneros textuais sob análise e Possenti (2006) no que concerne à estrutura de construções
que geram o humor, neste caso, na grande rede. A metodologia utilizada é do tipo descritiva
(LAKATOS; MARCONI, 2010) e a amostra constituída, por meio de prints, à qual foi dada
o tratamento sociolinguístico, foi coletada de postagens e comentários oriundos da rede
social Facebook entre os meses de março e julho de 2019, totalizando 60 ocorrências. Os
resultados obtidos revelam o preconceito linguístico voltado para construções gramaticais
cristalizadas pela norma culta, e que em virtude de seu compartilhamento gera o humor e ao
mesmo tempo o incômodo referente às frequentes variações linguísticas existentes no
Português Brasileiro (PB), nesse último a consequente materialização da intolerância.
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PARTIR PARA A GLÓRIA OU PASSAR DESSA VIDA COM JESUS?
FRASEOLOGISMOS RELIGIOSOS NA FALA DE EVANGÉLICOS
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GÊNERO MEME COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO: UMA ADEQUAÇÃO
À BNCC
Resumo: Esta apresentação, em forma de painel, tem por objetivo apresentar a proposição
de uma oficina, com foco em alunos do Ensino Médio, a partir da perspectiva semiótica do
gênero Meme ancorados no Google sobre os períodos literários. Para tanto, os autores que
orientam a perspectiva teórica adotada são Pierce (1996) no tratamento assumido frente ao
aspecto semiótico, Marcuschi (2008) no que concerne aos gêneros textuais/discursivos,
Koch e Elias (2016), Rojo (2015) no que diz respeito à multimodalidade textual, Levy (2015)
sobre a caracterização da cibercultura e Brasil (2017) para a adequação da atividade ao que é
solicitado na BNCC. Por assumir esse viés, a pesquisa se configura, por um lado, como uma
pesquisa-ação (THIOLLENT, 2008), pois propõe a aplicação de uma oficina em que os
memes se configuram como elementos em foco para a atividade pedagógica, e por outro lado,
de cunho qualitativo, uma vez que observa a interação entre os sujeitos por meio do próprio
gênero. Metodologicamente, os dados coletados são oriundos de postagens no Google. Os
resultados evidenciam uma amostra com 12 exemplos de memes, os quais apresentam
temáticas diversas. A análise dos memes mostra o caráter multissemiótico desse gênero.
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