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CADERNO DE

RESUMOS
(Organizadores)
Abdelhak Razky
Alcides Fernandes de Lima
Marilucia Barros de Oliveira
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Eliane Oliveira da Costa

UFPA/ FACULDADE DE LETRAS


BELÉM
1
2019
UFPA/ FACULDADE DE LETRAS
2BELÉM
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
___________________________________________________________________
Seminário de Geossociolinguística (8. 2019: Belém, PA. Caderno de Resumos do VIII
Seminário Regional de Geossociolinguística - VIII SEGEL / RAZKY, Abdelhak (et. al).
Belém: UFPA/Faculdade de Letras, 2019.
84 p.
Modo de acesso: www.geolinterm.com/segel
Seminário realizado na Cidade Universitária Professor José da Silveira Netto da Universidade
Federal do Pará, no período de 23 a 25 de outubro de 2019.
ISBN: 978-85-64233-28-7
______________________________________________________________________
1. Dialetologia. 2. Sociolinguística. 3. Socioterminologia. 4. Ensino de línguas. 5.
Educação indígena. 6. Fraseologia. 7. Comunidades Tradicionais.

3
Universidade Federal do Pará
Prof. Dr. Emmanuel Zagury Tourinho – Reitor
Prof. Dr. Gilmar Pereira da Silva – Vice-reitor
Programação de Pós-Graduação em Letras – PPGL
Prof. Dr. Sidney da Silva Facundes – Coordenador
Prof. Dr. Thomas Massao Fairchild – Vice-coordenador

COORDENAÇÃO GERAL
Abdelhak Razky
Marilucia Barros de Oliveira
Alcides Fernandes de Lima
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Abdelhak Razky (UFPA)
Prof. Dr. Alcides Fernandes de Lima (UFPA)
Profª. Drª. Ana Suely Arruda Câmara Cabral (UNB)
Prof. Dr. Conceição de Maria de Araújo Ramos (UFMA)
Profª. Drª. Eliete de Jesus Bararuá Solano (UEPA)
Prof. Dr. José de Ribamar Mendes Bezerra (UFMA)
Prof. Dr. Luiz Percival de Leme Britto (UFOPA)
Profª. Drª. Maria Risoleta Silva Julião (UFPA)
Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão (UFC)
Profª. Drª. Maria Luisa Ortíz Alvarez (UnB)
Profª. Drª. Marilucia Barros de Oliveira (UFPA)
Profª. Drª. Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA)
Prof. Dr. Salah Mejri (Paris 13/França)

COMISSÃO ORGANIZADORA
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Eliane Oliveira da Costa
Rejane Umbelina G. S. Oliveira
Ana Paula Tavares Magno
Simone Negrão de Freitas
Davi Pereira de Souza
Diego Coimbra dos Santos
APOIO
Cecília Dias
Fábio Luidy Oliveira Alves
Flávia Helena da Silva Paz
Jamille Cardoso
Luan Costa dos Santos
Maria Eneida Fernandes
Helen Coelho Costa
Rosangela Teixeira Oliveira
Rodolfo Rodrigues da Cruz

4
APRESENTAÇÃO
O Seminário de Geossociolinguística - SEGEL é um evento organizado pelo grupo
de pesquisa do Projeto Geossociolinguística e Socioterminologia - GeoLinTerm, projeto que
está vinculado ao Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará
(UFPA), tendo como coordenador geral o Prof. Abdelhak Razky. O SEGEL surgiu em 2009
como um evento de caráter regional – por isso o seu nome original era Seminário Regional
de Geossociolinguística - SERGEL – e passou a ser considerado um evento nacional,
SEGEL, a partir de 2017 dado o alcance e algumas características que passou a apresentar.
O objetivo geral do SEGEL é fortalecer a sinergia entre pesquisa, ensino e extensão,
aproximando a Graduação e a Pós-Graduação no Curso de Letras, a fim de contribuir para
a ciência e a educação na Região Amazônica.
Nesta oitava edição, o evento tem como temática “Desafios para os Estudos
Geossociolinguísticos: diversidade e respeito às identidades”. A escolha dessa temática
tem como foco, dentre outros, refletir sobre o caráter humanístico da Linguística e sobre a
dimensão ética, estética e política que envolve as identidades sociais da linguagem.
Ressalte-se que o SEGEL é um evento pensado para um público de interesse
formado não só por professores-pesquisadores, principais construtores do conhecimento
científico na área, mas também por professores da educação básica, para contribuir para a
melhoria da formação continuada desses professores e, consequentemente, para uma
melhoria da Educação Básica e Superior na Região Amazônica. Além disso, o evento procura
dar atenção especial aos alunos da Graduação, da Iniciação Científica ou não, e da Pós-
Graduação, pois se entende que não se pode descuidar da formação de novos pesquisadores.
O escopo do evento abriga trabalhos das áreas de Linguística, Letras e Educação,
relacionados à pesquisa, ao ensino e a novas tecnologias, utilizadas ou utilizáveis para a
melhoria da formação e da atuação dos profissionais dessas áreas.
Neste ano de 2019, o VIII SEGEL apresenta a realização de palestras, simpósios,
mesas-redondas, minicursos, comunicações e pôsteres, neste contexto de atividades
específicas, elencam-se os resumos apresentados em todas as modalidades citadas, os quais
estão organizados neste Caderno de Resumos.
Desejamos a todos uma boa apreciação deste volume e agradecemos pela
participação em nosso evento!
A Coordenação.

5
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................. 5
MINICURSOS
METODOLOGIA DA PESQUISA GEOSSOCIOLINGUÍSTICA ..................................... 16
Marcela Moura Torres Paim
A ANÁLISE LINGUÍSTICA DIALÓGICA E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO E NA
APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................. 16
Márcia Cristina Greco Ohuschi
INTRODUÇÃO À FRASEOLOGIA: METENDO A MÃO NA MASSA ............................ 17
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Davi Pereira de Souza
INTRODUÇÃO AO R PARA LINGUISTAS: CURSO DE LÍVIA OUSHIRO (2017.
VERSION 1.0.0) .................................................................................................................... 17
Regina Célia Fernandes Cruz
Nair Daiane de Souza Sauaia Vansiler
Suzana do Espírito Santos Barros
PALESTRAS

LA PHRASÉOLOGIE AU COEUR DE L’ACQUISITION ET DE L’APPRENTISSAGE


DES LANGUES .................................................................................................................... 19
Salah Mejri
EDUCAÇÃO ESCOLAR NA ERA DA PÓS-VERDADE E DA FAKE NEWS: A
IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DE CIDADÃOS CRÍTICOS ............. 19
Angela B. Kleiman
A CIÊNCIA LINGUÍSTICA E O CARÁTER POLÍTICO DO OBJETO LINGUAGEM . 20
Jose Luiz Fiorin
RESPONSABILIDADE DA CIÊNCIA: LIBERDADE OU PRAGMATISMO –
IMPLICAÇÕES NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM ........................................................ 20
Luiz Percival Leme de Britto
MESAS-REDONDAS

ATLAS LINGUÍSTICOS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL ........................................... 22


Abdelhak Razky
Greize Alves da Silva
Romário Duarte Sanches
HIBRIDIZAÇÕES LINGUÍSTICO-CULTURAIS RESULTADAS DO CONTATO DOS
DÂW COM A LÍNGUA PORTUGUESA: um estudo sobre a ampliação do léxico ............ 22
Silvana Andrade Martins
LÍNGUA, CULTURA E SOCIEDADE: INTERFACES ENTRE A SOCIOLINGUÍSTICA
E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA UFPA .................................................. 23
Rosana Assef Faciola
Marcus de Souza Araújo
Rosamaria Reo Pereira
Sílvia Helena Benchimol Barros
CONTRIBUIÇÕES DO PROFLETRAS-UFPA À FORMAÇÃO DO PROFESSOR-
PESQUISADOR NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA ......................................... 23
Iaci de Nazaré Silva Abdon
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues
Márcia Cristina Greco Ohuschi
Maria de Fátima do Nascimento

6
PROJETO GEOLINTERM: LINHAS DE PESQUISA E PRODUÇÃO CIENTÍFICA ... 24
Regis José da Cunha Guedes
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Eliane Oliveira da Costa
Rejane Umbelina Garcez
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

GEOSSOCIOLINGUÍSTICA ............................................................................................... 26
Marcela Moura Torres Paim
“GRAMPO” E “DIADEMA”: UM ESTUDO GEOSOCIOCOGNITIVO COM BASE NO
CORPUS DO PROJETO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL ........................................ 26
Carina Sampaio Nascimento
Marcela Moura Torres Paim
A VARIAÇÃO DAS PROPAROXÍTONAS NO FALAR AMAZONENSE: OS CASOS DE
REDUÇÃO E MANUTENÇÃO NO ESTADO DO AMAZONAS..................................... 27
Ana Paula Tavares Magno
A VARIAÇÃO LEXICAL DO CAMPO SEMÂNTICO ACESSÓRIOS NAS
LOCALIDADES BRASILEIRAS ......................................................................................... 27
Marcela Moura Torres Paim
ANÁLISE DA DIVERSIDADE LEXICAL NO ATLAS LINGUÍSTICO DO AMAPÁ -
ALAP ..................................................................................................................................... 28
Celeste Maria da Rocha Ribeiro
ANÁLISE GEOSSOCIOLINGUÍSTICA DA VOGAL MÉDIA ANTERIOR /E/ EM
CONTEXTO FINAL NO DIALETO AMAPAENSE ......................................................... 28
Michele Silva de Carvalho
Romário Duarte Sanches
AQUI, NO NORTE, ESSA TAREFA É “PRA EU FAZER” OU “PRA MIM FAZER”? .. 29
Leandro Almeida dos Santos
Silvana Soares Costa Ribeiro
Rerisson Cavalcante de Araújo
ARTIGO COM NOME PRÓPRIO NAS CAPITAIS DO NORTE DO BRASIL:
OBSERVAÇÕES PRELIMINARES .................................................................................... 29
Ronaldo Nogueira de Moraes
CARTOGRAFIA LINGUÍSTICA: UM ESTUDO SEMÂNTICO-LEXICAL DA
COMUNIDADE DO LIMONDEUA, EM VISEU/PA....................................................... 30
Aline Silveira Machado
FALAR TOCANTINENSE: A VARIANTE AMARELINHA NO CONTEXTO
TOPODINÂMICO E TOPOESTÁTICO DO TOCANTINS ............................................. 30
Bruna Lorraynne Dias Menezes
Greize da Silva
GEOLINGUÍSTICA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS DO NORTE DO BRASIL
............................................................................................................................................... 31
Romário Duarte Sanches
MAPEAMENTO GEOPROSÓDICO DO PORTUGUÊS FALADO NA AMAZÔNIA:
UMA COMPARAÇÃO INTERDIALETAL ENTRE BELÉM, MACAPÁ E SÃO LUÍS ... 31
Rosinele Lemos e Lemos
Camila Roberta dos Santos Brito
Regina Célia Fernandes Cruz
O /S/ EM CODA SILÁBICA EM CAETITÉ E VITÓRIA DA CONQUISTA, NA BAHIA
............................................................................................................................................... 32
Lorena Cristina Ribeiro Nascimento
PALAVRAS DA ÁFRICA NO PORTUGUÊS DO BRASIL: SILÊNCIO E MEMÓRIA ... 33
Amanda Alves (UNICAMP)

7
A VARIAÇÃO LEXICAL EM SERGIPE NUMA PERSPECTIVA TEMPORAL .............. 33
Laura Camila Braz de Almeida
Marcela Moura Torres Paim
ESTUDO COMPARATIVO DA VARIAÇÃO DO /S/ EM POSIÇÃO DE CODA SILÁBICA
NOS ATLAS LINGUÍSTICOS ESTADUAIS DA REGIÃO NORTE ................................ 34
Diego Coimbra dos Santos
CENÁRIOS PERIFÉRICOS DA POLÍTICA LINGUÍSTICA EDUCATIVA BRASILEIRA
............................................................................................................................................... 34
Kelly Cristina Nascimento Day
Marina Mello de Menezes Felix de Souza
OS NOMES DE LUGARES: DIVERSIDADE E IDENTIDADES .................................... 35
Carmen Lúcia Reis Rodrigues
PRÁTICAS SOCIAIS E LETRAMENTO DIGITAL: GÊNEROS DISCURSIVOS,
CULTURA VISUAL E CIBERCULTURA .......................................................................... 35
Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino
PORTUGUÊS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS.................................................... 36
Regis José da Cunha Guedes
A ESCOLA TURURUKARI-UKA: PRÁTICAS LINGUÍSTICAS E DINÂMICAS DO
PROCESSO DE FORTALECIMENTO DA LÍNGUA ÉTNICA ....................................... 36
Marileny de Andrade de Oliveira
Silvana Andrade Martins
A IDENTIDADE PRESENTE NAS MARCAS LEXICAIS DA COMUNIDADE
QUILOMBOLA JURUSSACA .............................................................................................. 37
Adriane Beatriz Lima de Souza
Sebastião Rodrigues da Silva Júnior
Jair Francisco Cecim da Silva
A NÃO-RESPOSTA NO ATLAS LINGUÍSTICO DO PORTUGUÊS FALADO POR
INDÍGENAS (ALIPAI): UM OLHAR SOBRE O CAMPO SEMÂNTICO CORPO
HUMANO............................................................................................................................. 37
Eliane Oliveira da Costa
EFEITOS DE RELAÇÕES HORIZONTAIS NA CONSTRUÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS
LINGUÍSTICAS DE AFRO-BRASILEIROS DO BAIXO AMAZONAS ............................ 38
Celiane Sousa Costa
ESTUDO GEOLINGUÍSTICO DO PORTUGUÊS FALADO POR INDÍGENAS: O
CAMPO SEMÂNTICO ALIMENTAÇÃO E COZINHA ................................................... 38
Fábio Luidy de Oliveira Alves
OS PRONOMES CLÍTICOS NA VARIEDADE AFRO-INDÍGENA DE JURUSSACA/PA
............................................................................................................................................... 39
Arnol Walber Silva Rosa
QUANDO O CORPO FALA: MAPEAMENTO DE GESTOS EMBLEMÁTICOS NA
COMUNIDADE DE PRÁTICA QUILOMBOLA CASTAINHO, GARANHUNS-PE ..... 39
Fernando Augusto de Lima Oliveira
Paulo Henrique Alves da Silva
Regina Célia Fernandes Cruz
VARIAÇÃO LEXICAL EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO ESTADO DO
AMAPÁ/BRASIL .................................................................................................................. 40
Helen Costa Coelho
VARIAÇÃO DIAÉTNICA NOS DADOS DO ATLAS LINGUÍSTICO-ETNOGRÁFICO
DO VALE DO ACARÁ ....................................................................................................... 401
Regis José da Cunha Guedes
NÃO CONFUNDA ALHOS COM BUGALHOS: PESQUISA EM FRASEOLOGIA E
TERMINOLOGIA NO PROJETO GEOLINTERM ......................................................... 41
Carlene Ferreira Nunes Salvador
Rejane Umbelina Garcez Santos de Oliveira

8
FRASEOLOGISMOS EM TRÂNSITO: TOMA LÁ, DÁ CÁ! O JOGO FRASEOLÓGICO
ENTRE O FUTEBOL E OUTROS DOMÍNIOS ............................................................... 42
Carlene Ferreira Nunes Salvador
O MÃO DE VACA FAZENDO-SE JUS NOS DADOS DA VARIAÇÃO SEMÂNTICO-
LEXICAL DE TUCURUÍ .................................................................................................... 42
Cecília Maria Tavares Dias
FRASEOLOGIA E POLÍTICA BRASILEIRA: A COBRA FUMOU, ATOLOU-SE ATÉ O
PESCOÇO E FICAMOS EM FRANGALHOS? .................................................................. 43
Davi Pereira de Souza
Abdelhak Razky
AS UNIDADES FRASEOLÓGICAS EM BACABAL: O QUE MOSTRAM OS DADOS DO
PROJETO ALIB NAS ÁREAS SEMÂNTICAS CICLOS DA VIDA E CONVÍVIO E
COMPORTAMENTO SOCIAL ........................................................................................... 43
Nádia Letícia Pereira Silva
POR QUE NO BALCÃO FRIGORIFICADO A GENTE SÓ ENCONTRA PA,
PICADINHO E MARICA FRESCA SE PREFERIMOS CARNE DE PRIMEIRA DO QUE
CARNE DE SEGUNDA? ..................................................................................................... 44
Rejane Umbelina Garcez Santos de Oliveira
Abdelhak Razky
LEXICOLOGIA, TERMINOLOGIA E AS LÍNGUAS DE SINAIS: UM TRILHAR NO
UNIVERSO LINGUÍSTICO E TRADUTÓRIO ................................................................ 45
Patrícia Tuxi dos Santos
DIVERSIDADE CULTURAL E FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA .. 45
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues
Francisca Maria Carvalho
A PRODUÇÃO TEXTUAL E A REIVINDICAÇÃO COLETIVA NO GÊNERO CARTA
ABERTA ............................................................................................................................... 46
Ecilia Braga de Oliveira
Rita de Cassia Damasceno Barbosa
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues
A CONSTRUÇÃO DE GLOSSÁRIO DOS TERMOS AGRÍCOLAS COMO MEDIAÇÃO
DA ESCRITA DE ALUNOS DO CAMPO .......................................................................... 46
Helena do Socorro Damasceno Palheta Borges
A ESCRITA ACADÊMICA: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA ............... 47
Ana Lúcia da Silva Brito
A NECESSIDADE DA REESCRITA E DA MEDIAÇÃO A PARTIR DOS ESTUDOS
DIALÓGICOS: O ENSINO DOS GÊNEROS DISCURSIVOS NO ENSINO
FUNDAMENTAL II ............................................................................................................ 47
Adriano Nascimento Silva
Josyan Wesley da Silva Soares
ASPECTOS INTERCULTURAIS NO LIVRO DIDÁTICO “CERCANÍA JOVEN”........ 48
Sarah Elizabeth de Menezes Teixeira
CURRÍCULO ESCOLAR E SABERES MẼBÊNGÔKRÉ KAYAPÓ: AS ALTERIDADES
DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SITUAÇÕES DE BILINGUISMO EM ESCOLAS DE SÃO
FÉLIX DO XINGU-PA ........................................................................................................ 48
Michelly Silva Machado
O PONTO E A VÍRGULA NAS PRODUÇÕES ESCRITAS E NA ORIENTAÇÃO DA
LEITURA DE ALUNOS DO FUNDAMENTAL MAIOR ................................................. 49
Josiane Dias de Azevedo
PROPAGANDAS DE VIOLÊNCIA SIMBÓLICO-REGIONAL CONTRA A MULHER:
DISCURSO E IDENTIDADE NA ESCOLA ...................................................................... 50
Tatiara Ferranti Nery

9
QUEM É ESSE SUJEITO? UMA ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE A
INDETERMINAÇÃO DO AGENTE..................................................................................50
Missilene Silva Barreto
SESSÃO LIVRE

UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE “ERROS” FONOLÓGICOS, MORFOLÓGICOS E


SINTÁTICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................ 51
Maria Sebastiana da Silva Costa
LÍNGUA DE SINAIS E OS SIGNOS EMERGENTES DE JOVENS DO ENSINO MÉDIO
............................................................................................................................................... 51
Leila saraiva mota
Ana Paula Souza Vieira
Arlete Marinho Gonçalves
CARACTERIZAÇÃO PROSÓDICA DA VARIEDADE FALADA EM OIAPOQUE-AP:
DESCRIÇÕES PRELIMINARES........................................................................................ 52
Suzana do Espírito Santo Barros
Regina Célia Fernandes Cruz
CRENÇAS E ATITUDES DE PARAENSES E CEARENSES SOBRE SUA FALA.......... 53
Jany Éric Queirós Ferreira
CRIAÇÃO DE SINAIS-TERMO DO BALLET VAGANOVA EM LIBRAS ...................... 54
Uisis Paula da Silva Gomes
Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva
DISTINÇÃO CONTÁVEL-MASSIVO EM LÍNGUAS TIMBIRA ..................................... 55
Ingryd Moraes de Moraes Lira
Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira
MEMÓRIAS DA CIDADE: A TOPONÍMIA DE SÃO LUÍS EM POEMA SUJO, DE
FERREIRA GULLAR........................................................................................................... 55
Luis Fernando Ribeiro Almeida
METODOLOGIA APLICADA À CRIAÇÃO DE UM GLOSSÁRIO DE TERMOS DA
ODONTOLOGIA EM LIBRAS: UM RECORTE DO DOMÍNIO CURSO DE
ODONTOLOGIA DA UFPA ............................................................................................... 56
Denise Costa Martinelli
NO MÊS DE OUTUBRO EM BELÉM DO PARÁ: O AUTO DO CÍRIO NO
VOCABULÁRIO DO CÍRIO DE NAZARÉ.........................................................................56
Marcia Goretti Pereira de Carvalho
O PORTUGUÊS E O HUNSRÜCK EM CONTATO: ESTUDO DE CASO NA
COMUNIDADE DE DEZ DE MAIO/PR .......................................................................... 57
Cristiane Schmidt
O USO DA HAPLOLOGIA NAS CONSTRUÇÕES FIXAS FORMADAS POR VERBO +
PREPOSIÇÃO ...................................................................................................................... 58
Flávia Helena da Silva Paz
Marilucia Barros de Oliveira
QUAL O LUGAR DO POVO? SOBRE GÊNEROS DO DISCURSO, IDENTIDADES E
AUTORIDADES EM NOTÍCIAS ONLINE ...................................................................... 58
Marcos da Silva Cruz
PROPOSTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LIBRAS: O LÉXICO DA ZONA
RURAL COMO CONTEÚDO DE ENSINO, TERMINOLOGIA DO MUNICÍPIO DE
PARAUAPEBAS/PA ............................................................................................................ 59
Leila Cristina Silva da Silva
TRADIÇÃO ORAL NO QUILOMBO DE CURIAÚ .......................................................... 59
Edna dos Santos Oliveira
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E ENSINO DE LÍNGUA: UM ESTUDO DA LÍNGUA
XIPAVA NA ALDEIA TUKAMÃ ......................................................................................... 60
Nelivaldo Cardoso Santana

10
A DESNASALIZAÇÃO DE DITONGO NASAL FINAL EM VERBOS DE 3ª PESSOA DO
PLURAL NO FALAR AMAPAENSE .................................................................................. 60
Gabriel Nunes Yared Lima
Celeste Maria da Rocha Ribeiro
A ESTRUTURA FORMAL DAS NARRATIVAS DE ENTERRO DAS COMUNIDADES
QUILOMBOLAS DE CAMETÁ .......................................................................................... 61
Thaynara Paixão
Benedita Borges
Regina Célia Fernandes Cruz
A INTERAÇÃO ON LINE EM JOGOS MOBA E BATTLE ROYALE: UMA ANÁLISE
DAS IMPLICATURAS E A VIOLAÇÃO DAS MÁXIMAS CONVERSACIONAIS ........... 62
Laura Beatriz Araújo Brito
Francisca Magnólia de Oliveira Rego
A PALATALIZAÇÃO DE /T/ E /D/ EM CONTEXTOS DE VOGAL ALTA E DE VOGAL
NÃO ALTA NOS ESTUDOS SOBRE OS FALARES DA REGIÃO CENTRO-OESTE .. 63
Luan Costa dos Santos
SESSÃO DE PAINÉIS

A REALIZAÇÃO DE /E/ EM POSIÇÃO PRETÔNICA E TÔNICA NA VILA DO


MARIPI (PORTO DE MOZ-PA): UMA ANÁLISE PRELIMINAR .................................. 63
Beatriz Silva Alves
Bruno Rocha
A VARIAÇÃO DE /N/ E /L/ NO QUESTIONÁRIO SEMÂNTICO-LEXICAL DO
PROJETO ALIB/CENTRO-OESTE DO BRASIL ............................................................ 64
Jamille Cardoso e Cardoso
A VARIAÇÃO DO /R/ EM CODA SILÁBICA INTERNA NO PORTUGUÊS FALADO
NO AMAPÁ .......................................................................................................................... 64
Loerhana Geisielle Quintela Miranda Camarão
Romário Duarte Sanches
A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA COMUNIDADE LGBT .............................................. 65
Alfredo Carlos Carvalho Lima
ANÁLISE DA PRESENÇA DA PALATALIZAÇÃO /NH/ NA FALA DOS AMAPAENSES
............................................................................................................................................... 65
Geovane Maciel Lemos
Romário Duarte Sanches
AS MUDANÇAS FONÉTICAS DOS TOPÔNIMOS DE ORIGEM TUPINAMBÁ EM
TRACUATEUA/PA ............................................................................................................. 66
Marina Carvalho Marinho
Sara Barbosa Tavares da Silva
Marcos Jaime Araújo
DA ORALIDADE À ESCRITA: ESTRATÉGIAS DE LEITURA A PARTIR DO GÊNERO
LENDA ................................................................................................................................. 66
Adriene Cristina de Sousa Ferreira
Carmen Lúcia Braga da Conceição
Isabel Cristina França Rodrigues
DITONGAÇÃO DE VOGAIS DIANTE DE /S/ NO PORTUGUÊS FALADO NO AMAPÁ
............................................................................................................................................... 67
Andreina Nunes Pereira
Romário Duarte Sanches
ESTUDO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO DO LÉXICO DAS NARRATIVAS PARAENSES
............................................................................................................................................... 68
Wanderson Cardoso da Silva

11
FENÔMENOS FONÉTICO-FONOLÓGICOS NO PORTUGUÊS FALADO NA ILHA
DE MOSQUEIRO/PA SOCIOLINGUÍSTICA .................................................................. 68
Luene Bastos de Melo
Rayane Moraes Moraes
Rui da Silva Trindade
GÊNERO DIGITAL MEME: RECURSO DE LEITURA NO COMBATE À
DESINFORMAÇÃO DE ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I ...... 69
Michele de Paula Guimarães de Souza Pinheiro
Danielle Santana Aracati
Luís Paulo Carvalho Monteiro
GÊNERO DIGITAL PASTICNHE NOS ANOS INICIAIS COMO RECURSO DE
COMBATE À DESINFORMAÇÃO .................................................................................... 69
Elisandra Conceição Pinheiro Barreto
Laryssa Kelly Gomes
Jesuline Mendes Damasceno
Francisca Maria Carvalho
PRÁTICAS SOCIAIS E LETRAMENTO DIGITAL: GÊNEROS DISCURSIVOS,
CULTURA VISUAL E CIBERCULTURA .......................................................................... 70
Célio Ribeiro de Souza
Elaine Ferreira Dias
MAPEAMENTO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO DO DITONGO /ej/ NO FALAR
AMAPAENSE ....................................................................................................................... 70
Rosilene Miranda Gonçalves
Adriana Grabriela Reis Silva
Romário Duarte Sanches
O ALTEAMENTO DA VOGAL MÉDIA POSTERIOR /O/ EM POSIÇÃO TÔNICA NO
PORTUGUÊS FALADO EM CAMETÁ-PA: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS CRENÇAS
E ATITUDES LINGUÍSTICAS ........................................................................................... 71
Andreza Prazeres Gaia
Mariane Daysa de Castro Gomes
Raquel Maria da Silva Costa
O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E AS CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM
PRESENTES EM LABORAÇÕES DE UM LIVRO DIDÁTIVO. ..................................... 72
Mayara Klenida Amorim da Silva
Sandra Sueli Dias Coelho
O PERFIL DO /S/ EM CODA SILÁBICA EM POSIÇÃO INTERNA NO FALAR
AMAPAENSE ....................................................................................................................... 72
Lizandra Valéria Fumelê
Romário Duarte Sanches
O ROTACISMO NA FALA DE AMAPAENSES: UM ESTUDO A PARTIR DOS DADOS
DO PROJETO ALAP ........................................................................................................... 73
Rosilene Miranda Gonçalves
Romário Duarte Sanches
O VOCABULÁRIO DO ESCRITOR JOÃO BRASIL: RESULTADOS PARCIAIS DA
PESQUISA.............................................................................................................................73
Renan Torres da Costa
Eliane Pereira Machado Soares
OS ADJETIVOS DE EMPODERAMENTO FEMININO NAS REDES SOCIAIS .......... 74
Elem Dayane de Freitas Oliveira
Maria Emanuelle Costa Ribeiro
Sara Barbosa Tavares da Silva
Francisca Magnólia Rego

12
PERCURSO GERATIVO DO GÊNERO DIGITAL MEME ............................................. 74
Carmen Lucia Braga da Conceição
Luís Paulo Carvalho Monteiro
Danielle Santana Aracati
PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA: A OCORRÊNCIA DE FENÔMENOS
LINGUÍSTICOS NA FALA DE MULHERES JOVENS E ADULTAS HABITANTES DE
BELÉM ................................................................................................................................. 75
Aline dos Anjos do Rosário
Luana da Silva Coelho
PRECONCEITO LINGUÍSTICO E SUAS IMPLICAÇÕES NEGATIVAS NO FALAR
QUILOMBOLA .................................................................................................................... 76
Jaqueline Heveles Aguiar Lameira
Valdinéia Lopes Soares
PRESENÇA DA FONÉTICA E FONOLOGIA EM MANUAIS ESCOLARES DA
DÉCADA DE 1990 ................................................................................................................ 76
Maricelma dos Santos Oliveira
Jackelline Ferreira da Costa
Patrícia Helena Trindade Leal
Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino
PROCESSO DE PALATALIZAÇÃO DE /d/ DIANTE DE /i/ e /e/ NO FALAR
AMAPAENSE ....................................................................................................................... 77
Jamille Luiza de Souza Nascimento
Romário Duarte Sanches
REGISTRO E ESPACIALIZAÇÃO DA LÍNGUA E HISTÓRIA NO ATLAS
ENCICLOPÉDICO APURINÃ (ARUÁK) .......................................................................... 77
Cinthia Ishida
Sidney da Silva Facundes
VARIAÇÃO DIATÓPICA DO ITEM LEXICAL ESTILINGUE EM REDES SOCIAIS:
FACEBOOK E INSTAGRAM .............................................................................................. 78
Bruna Melo de Assunção
Jéssica Cristina Ferreira da Silva
Carlene Ferreira Nunes Salvador
VARIAÇÃO DO ITEM BANGUELA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS DA REGIÃO
NORTE ................................................................................................................................. 79
Marcia de Souza Dias
Regis José da Cunha Guedes
VARIAÇÃO LEXICAL DOS ITENS CAMBALHOTA E BOLINHA DE GUDE NOS
DADOS DO ATLAS LÉXICO SONORO DO PARÁ - ALESPA ........................................ 79
Lana Cardoso de Souza
Regis José da Cunha Guedes
POTOQUEIRO DE MIRITI: UM OLHAR SOBRE FRASEOLOGISMOS EM TÍTULOS
DE FILMES .......................................................................................................................... 80
Bruna Melo de Assunção
Carlene Ferreira Nunes Salvador
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DA LIBRAS: ANÁLISE DE TEXTOS NARRATIVOS DA L2
(LÍNGUA PORTUGUESA) DE PROFESSORES SURDOS PRÉ- LINGUÌSMO E PÓS-
LINGUÍSMO ........................................................................................................................ 80
Talita Rodrigues De Sá
Naír Miranda Da Costa
Lilian Cohen Borges
ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DO PRECONCEITO EM POSTAGENS DO
FACEBOOK.......................................................................................................................... 81
Rafaela Cristina Botelho Oliveira
Carlene Ferreira Nunes Salvador

13
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ENSINO E PRODUÇÃO DIDÁTICA
SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL ........................................................................... 81
Larissa Leonel Pereira
Karen Nataly da Silva Carneiro
Suzana Oliveira dos Santos
PARTIR PARA A GLÓRIA OU PASSAR DESSA VIDA COM JESUS? FRASEOLOGISMOS
RELIGIOSOS NA FALA DE EVANGÉLICOS .................................................................. 82
Jéssica Cristina Ferreira da Silva
Carlene Ferreira Nunes Salvador
PEGA E NÃO ME LARGA: CASOS DE FRASEOLOGISMOS NA FALA DAS ERVEIRAS
DO VER-O-PESO................................................................................................................. 82
Laura Vitória dos Santos Lima
Carlene Ferreira Nunes Salvador
GÊNERO MEME COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO: UMA ADEQUAÇÃO À BNCC
............................................................................................................................................... 83
Larissa Lilian Costa Santos
Carlene Ferreira Nunes Salvador
CASOS DE METAPLASMOS EM TEXTOS PRODUZIDOS POR ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO ................................................................................................................................. 83
Nágela Thallyta Henrique Maria
Carlene Ferreira Nunes Salvador

14
MINICURSOS

15
METODOLOGIA DA PESQUISA GEOSSOCIOLINGUÍSTICA

Marcela Moura Torres Paim (UFBA)

Resumo: O minicurso abordará o passo a passo da pesquisa geossociolinguística.


Discorrerá sobre a importância dessa pesquisa para a descrição e a análise de fenômenos
variáveis do português brasileiro e para o ensino de Língua Portuguesa com base em dados
atualizados e sistematicamente recolhidos em todo o País. Serão apresentados resultados
de análises realizadas pelo Projeto Atlas Linguístico do Brasil no âmbito do léxico, da
fonologia e da morfossintaxe.

Palavras-chave: Geossociolinguística. Pesquisa. Variação.

A ANÁLISE LINGUÍSTICA DIALÓGICA E SUAS IMPLICAÇÕES NO


ENSINO E NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

Márcia Cristina Greco Ohuschi (UFPA)

Resumo: Este minicurso, objetiva proporcionar reflexões sobre a prática de análise


linguística, sob o viés dialógico, e suas implicações no ensino e na aprendizagem da Língua
Portuguesa. Leva-se em consideração a necessidade de o professor compreender como o
trabalho com a análise linguística pode ser desenvolvido, em sala de aula, a partir de uma
abordagem valorativa, para que o aluno possa entender as axiologias sociais imbricadas na
enunciação, tornando-se coautor criador de seu estilo próprio, a fim de operar com e sobre
a língua, de forma consciente (POLATO, 2017; POLATO; MENEGASSI, 2017;
MENDES-POLATO; MENEGASSI, 2017; MENDES-POLATO; MENEGASSI, 2018).
A análise linguística de estatuto dialógico é caracterizada por Polato (2017), a partir das
teorias do Círculo de Bakhtin, como uma perspectiva pedagógica que envolve aspectos
linguístico-enunciativo-discursivos do enunciado em uma abordagem sociológica e
valorativa da linguagem. Dessa forma, é imprescindível que o professor compreenda como
os aspectos valorativos de constituição social do discurso, via abordagem dialógica, podem
ser contemplados em atividades de análise linguística, em propostas que vislumbrem um
discurso vivo, valorado, que implicam em formação crítica. Nesse sentido, o minicurso
partirá de uma breve reflexão sobre o percurso epistemológico da análise linguística no
Brasil. Em seguida, os participantes procederão com uma análise de atividades, conforme
a reflexão realizada. Na sequência, será apresentada a concepção de análise linguística de
estatuto dialógico, por meio de reflexão teórico-prática, com atividades de exemplificação.
Posteriormente, sob orientação, os participantes, em grupos, construirão atividades de
análise linguística dialógica, que serão apreciadas por todos, para discussão e reflexão.

Palavras-chave: Dialogismo. Análise linguística de estatuto dialógico. Ensino e


aprendizagem. Língua Portuguesa.

16
INTRODUÇÃO À FRASEOLOGIA: METENDO A MÃO NA MASSA

Carlene Ferreira Nunes Salvador (SEDUC/UEPA)


Davi Pereira de Souza (SEDUC/UEPA)
Resumo: A variedade fraseológica presente nas diversas esferas da vida cotidiana, ao
mesmo tempo em que revela a possibilidade de uso de expressões cristalizadas na língua,
evidencia a criatividade dos falantes em fazer uso de unidades polilexicais que apresentam
sentido restrito, em situações específicas. Exemplos como tamu junto, usado com o sentido
de estabelecer parceria entre os interlocutores, e levar o farelo, no sentido de morrer ou dar-
se mal em alguma situação, ilustram que, em ambos os casos, só é possível o entendimento
da ideia expressa quando se observa o conjunto, o sentido global desses fraseologismos.
Nesse contexto, o objetivo deste minicurso consiste em apresentar à comunidade
acadêmica e ao público em geral os pressupostos da área fraseológica, no que diz respeito
ao campo investigativo, ao fenômeno e ao mecanismo linguístico por meio do qual ele se
realiza nas línguas naturais. Para tanto, durante a realização dessa atividade serão abordados
os princípios que norteiam o entendimento da área fraseológica, tal qual concebida por
Bally (1909) e Ortiz Alvarez (2000), e as relações que permeiam o fenômeno, os
fraseologismos, conforme a orientação da vertente francesa, particularmente os estudos de
Mejri (1997, 2012). Para o autor tunisiano, as propriedades básicas que caracterizam os
fraseologismos, permitindo diferenciá-los de combinações "livres", são polilexicalidade,
fixidez, congruência, frequência, previsibilidade e idiomaticidade, a partir das quais é
possível caracterizar e eleger a tipologia fraseológica em colocações, semi cristalizados e
cristalizados, dentre outras possibilidades. Assim, mesmo sabendo que a rapadura é doce, mas
não é mole, vamos descascar esse abacaxi e meter a mão na massa!

Palavras-chave: Fraseologia. Introdução. Fraseologismo. Propriedades. Tipologia.

INTRODUÇÃO AO R PARA LINGUISTAS: CURSO DE LÍVIA OUSHIRO


(2017. VERSION 1.0.0)

Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA)


Nair Daiane de Souza Sauaia Vansiler (PPGL/UFPA)
Suzana do Espírito Santos Barros (UFPA)

Resumo: Apresentar a plataforma R e suas potencialidades através do Curso on-line


desenvolvido por Lívia Oushiro (UNICAMP) como uma ferramenta à necessidade dos
estudos linguísticos em lidar com o tratamento quantitativo de dados empíricos por meio
de métodos adequados de coleta e tratamento de dados. O objetivo deste minicurso é
introduzir o pesquisador à prática de análises estatísticas na plataforma R, um programa
gratuito que viabiliza a realização de diversos tipos de análises estatísticas e maior
flexibilidade no tratamento de dados. Serão apresentados os fundamentos dessa linguagem
de programação, bem como noções básicas de estatística descritiva. Os participantes
deverão trazer um laptop e ter instalados certos programas e materiais, a ser divulgados aos
inscritos antes do período do minicurso.

Palavras-chave: linguagem r, estatística para linguistas, tratamento de dados.

17
PALESTRAS

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LA PHRASÉOLOGIE AU COEUR DE L’ACQUISITION ET DE
L’APPRENTISSAGE DES LANGUES

Salah Mejri (Sorbonne - Paris 13)

Resumè: Qu’il s’agisse de l’acquisition de la langue maternelle ou de l’apprentissage des


langues étrangères, le fait phraséologique est déterminant dans la qualité des résultats. Cela
s’explique par au moins trois raisons: i) les principes généraux à l’œuvre dans toute langue
qui conduisent tout naturellement à l’idiomaticité dans toute langue : il s’agit des principes
de congruence et de fixité qui sont rarement étudiés et qui sont pourtant essentiels dans le
fonctionnement des langues; ii) le caractère massif du phénomène phraséologique qui se
décline de diferentes manières sous forme de collocations, de formules toutes faites ou de
tournures qu’on mémorise globalement et qu’on réemploie dans des situations bien
déterminées comme les formules de salutation et de présentation (MEJRI, 2017) ou les
pragmatèmes (BLANCO; MEJRI, 2018) : malgré cet aspect massif, rares sont les ouvrages
qui essaient de les décrire ou d’en rendre compte ; iii) l’absence de ressources lexicales qui
rendent compte d’une manière exhaustive de la double structuration du lexique en réseaux
à la fois sémantiques (les relations d’inférence) et les réseaux phraséologiques qui leur sont
associés. Malgré les efforts des dictionnaires pour en rendre compte, on ne dispose pas
actuellement pour des langues comme le français de ressources suffisamment fiables pour
assurer un enseignement adéquat. Nous expliciterons tous ces éléments avec des exemples
empruntés au français et à l’arabe et nous exposerons quelques résultats des travaux menés
actuellement sur l’automatisation des dictionnaires informatisés comme celui de l’Académie
française (MEJRI; ZHU, 2020).

Mots-clès: Phraséologie. Acquisition.Apprentissage. Ressources lexicales.

EDUCAÇÃO ESCOLAR NA ERA DA PÓS-VERDADE E DA FAKE NEWS: A


IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DE CIDADÃOS CRÍTICOS

Angela B. Kleiman (Unicamp/ CNPq)

Resumo: Todo profissional envolvido com a educação da criança e do adolescente acredita


que a finalidade da educação é a formação do cidadão crítico. Verdadeiro ou Falso?
Exageros são frequentemente incompatíveis com o discurso livre de vieses. Hoje é preciso
desconfiar. No complexo processo envolvido na educação para a criticidade e para a
formação de sujeitos críticos, conscientes e atentos às manipulações da mídia, a linguagem
e o ensino da linguagem e de outros sistemas semióticos têm papel central. Sempre o
tiveram e, neste momento que este congresso está chamando de “era da pós-verdade e da
fake news”, ainda mais. E, posto que o cidadão crítico é necessariamente um leitor crítico,
a leitura é central nesse processo. Por extensão, o texto é central porque na leitura crítica,
o leitor avalia, pondera e aprecia os efeitos de imparcialidade, veracidade, verossimilhança
criados no texto pela, na e através de múltiplas linguagens. Nesta apresentação, parto do
pressuposto de que a criança é naturalmente crítica, questionadora, e perfeitamente capaz,
desde que seja orientada a perceber manipulações e a rebater argumentos (sempre se
apoiando em outras leituras) a posicionar-se valorativamente em relação a uma informação,
uma opinião, uma

19
imagem e outros elementos que compõem o texto. Argumento que, embora essencial,
apenas o necessário engajamento sociocognitivo do leitor não é suficiente para planejar um
programa de formação de leitores críticos para agir contra (não somente reagir a), os apelos
sensacionalistas e emocionais das notícias falsas.

Palavras-chave: Educação escolar. Fake News. Leitura. Era da pós-verdade.

A CIÊNCIA LINGUÍSTICA E O CARÁTER POLÍTICO DO OBJETO


LINGUAGEM

Jose Luiz Fiorin (USP)

Resumo: Esta palestra, depois de discutir o sentido da palavra política, mostra que há quatro
possíveis abordagens para a questão das relações entre língua, discurso e política: a) a
natureza intrinsecamente política da linguagem e das línguas; b) as relações de poder entre
os discursos e sua dimensão política; c) as relações de poder entre as línguas e a dimensão
política de seu uso; d) as políticas linguísticas. Esta conferência desenvolve apenas os dois
primeiros itens. A linguagem e as línguas têm uma natureza intrinsecamente política, porque
sujeitam os falantes a sua ordem. Os silenciamentos operados pelo discurso manifestam
uma relação de poder. A circulação dos discursos no espaço social está também submetida
à ordem do poder. Os usos linguísticos podem ser o espaço da pertença, mas também da
exclusão, da separação e até da eliminação do outro. Por isso, a língua não é um instrumento
neutro de comunicação, mas é atravessada pela política, pelo poder, pelos poderes. A
literatura, pelos deslocamentos que produz, é uma forma de trapacear a língua, desvelando
os poderes nela inscritos.

Palavras-chave: Linguística. Caráter político. Objeto linguagem.

RESPONSABILIDADE DA CIÊNCIA: LIBERDADE OU PRAGMATISMO –


IMPLICAÇÕES NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM

Luiz Percival Leme de Britto (UFOPA)

Resumo: Com base no artigo A responsabilidade da ciência, de Hebert Marcuse, publicado


em 1967, momento em que se afirmação correntes e análises filosóficas de cunho libertário
questionadoras do totalitarismo e da barbárie, indagar como vem se afirmando e
expandindo, especialmente a partir da virada do milênio, nos estudos e políticas linguísticas
as teses que sustentam a necessidade de uma normatividade explícita em detrimento da
diversidade, conformando a variação a um genérico respeito ao modo de ser do outro.
Interessa particularmente examinar criticamente a relação entre essas teses e as concepções
pragmático-produtivistas que informam as políticas públicas capituladas ao capitalismo
mundial de corte neoliberal e com as afirmações política sectárias, egoístas e irracionalistas
que florescem no pântano da desorganização social correspondente.

Palavras-chave: Ciência. Liberdade. Pragmatismo. Estudo da linguagem.

20
MESAS-REDONDAS

21
ATLAS LINGUÍSTICOS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL

Abdelhak Razky (UFPA/UnB)


Greize Alves da Silva (UFT)
Romário Duarte Sanches (UEAP/UFPA)

Resumo: A Geolinguística é compreendida como um método linguístico, subordinada à


Dialetologia. Seu objetivo principal é evidenciar a variação linguística em diferentes espaços
geográficos e sociais. Como resultado desse tipo de investigação têm-se os atlas linguísticos,
compostos por um conjunto de cartas linguísticas. Na região Norte do Brasil, nota-se que
até meados dos anos 2000-2010 havia um número bem reduzido de atlas publicados, como
o Atlas Linguístico do Amazonas – ALAM (CRUZ, 2004), o Atlas Linguístico Sonoro do
Pará – ALiSPA (RAZKY, 2004) e o Atlas Linguístico da Mesorregião do Marajó/PA
(SILVA, 2005). Atualmente, usufrui-se de novos atlas linguísticos publicados e em
andamento, como o Atlas Geossociolinguístico do Pará (em andamento), o Atlas
Linguístico do Sul Amazonense – ALSAM (MAIA, 2018), o Atlas Linguístico
Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins – ALiTTETO (SILVA, 2018), o
Atlas Etnolinguístico do Acre – ALAC (KARLBERG, 2018) e o Atlas Linguístico do
Amapá – ALAP (RAZKY; RIBEIRO; SANCHES, 2017). Como base nesses trabalhos,
esta proposta de mesa-redonda buscará discutir os novos rumos da pesquisa geolinguística
na Amazônia brasileira, evidenciando como as variedades do português se apresentam no
espaço pluridimensional da variação linguística.

Palavras-chave: Dialetologia. Geolinguística. Atlas Linguísticos.

COMUNIDADES TRADICIONAIS

HIBRIDIZAÇÕES LINGUÍSTICO-CULTURAIS RESULTADAS DO


CONTATO DOS DÂW COM A LÍNGUA PORTUGUESA: um estudo sobre a
ampliação do léxico

Silvana Andrade Martins (PPGL/UEAM)

Resumo: Apresenta-se um estudo sobre a língua Dâw, focalizando os processos de


ampliação do léxico resultados do contato do povo Dâw com falantes do português,
intensificado nos últimos quarenta anos. Os Dâw são um povo minoritário, constituído por
cerca de 130 pessoas. De tradição seminômade, eles vivem confronte ao município de São
Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Esse município possui uma população estimada em
45.564 pessoas (IBGE, 2019). Desse contingente populacional, 90% são indígenas de 23
povos pertencentes a cinco famílias linguísticas: Tukano Oriental, Aruak, Yanomami, Maku
e Tupi (Nheengatu), conforme Gomes, 2013. Além das línguas indígenas, o português é a
língua de contato entre indígenas e não indígenas. Para demonstrar a trajetória linguística
dos Dâw em relação ao português, nos situamos nos anos de 1980, quando somente alguns
homens Dâw, os mais jovens, sabiam um pouco de português. As crianças eram
monolíngues e as mulheres conheciam um pouco de Nheengatu, o suficiente para o contato
com os indígenas de outras etnias. Hoje, a língua étnica continua forte, falada por todos os

22
Dâw. Também são bilíngues em português, destacando-se os mais jovens. O conhecimento
do Nheengatu ficou restrito aos idosos. Para demonstrar como se deu esse processo de
hibridização linguístico-cultural, evidenciamos as concepções de mundo apresentadas na
formação de novos itens lexicais advindos dos contatos interculturais e os processos
fonológicos de adaptação dos empréstimos do português em Dâw, fundamentado em
Martins e Martins (2015), demonstrando a integração de empréstimos mais antigos e mais
recentes (MARTINS, 2019).
Palavras-chave: Língua Dâw. Ampliação do léxico. Povo minoritário.

LÍNGUA, CULTURA E SOCIEDADE: INTERFACES ENTRE A


SOCIOLINGUÍSTICA E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA UFPA

Rosana Assef Faciola (UFPA)


Marcus de Souza Araújo (UFPA)
Rosamaria Reo Pereira (UFPA)
Sílvia Helena Benchimol Barros (UFPA)

Resumo: A estreita relação entre língua, cultura e sociedade no ensino e aprendizagem da


língua estrangeira vem sendo estudada com ênfase no campo da Sociolinguística, com a
preocupação de investigar a maneira pela qual o contexto social e os aspectos culturais
influenciam na aprendizagem da Língua Estrangeira (LE). Por essa razão, aprender uma
LE a partir de um contexto social não é apenas adquirir o conhecimento sistêmico e
esquemático da língua-alvo (WIDDOWSON, 1990), mas compreender a relação
intercultural da língua materna do aluno com a cultura da LE, o que nos leva a pensar,
então, que o aluno pertence a várias culturas diferentes. Isso posto, o objetivo desta mesa
é relatar como a aprendizagem da LE tem acontecido na Universidade Federal do Pará no
âmbito dos cursos de graduação dos campi de Belém e Bragança, bem como nos Cursos
Livres de Línguas Estrangeiras, projeto de extensão da Faculdade de Letras Estrangeiras
Modernas da UFPA e do Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) do Governo Federal em
parceria com a UFPA.
Palavras-chave: sociolinguística; especificidades contextuais; ensino-aprendizagem de
língua estrangeira.

CONTRIBUIÇÕES DO PROFLETRAS-UFPA À FORMAÇÃO DO


PROFESSOR-PESQUISADOR NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Iaci de Nazaré Silva Abdon (UFPA)


Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (UFPA)
Márcia Cristina Greco Ohuschi (UFPA)
Maria de Fátima do Nascimento (UFPA)

Resumo: Esta mesa-redonda reúne experiências efetivadas no âmbito do Mestrado


Profissional em Letras (ProfLetras) da UFPA, as quais contribuem para: a formação
continuada do professor de Língua Portuguesa e Literatura; o desenvolvimento do
professor-pesquisador; o processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa e da
Literatura na região Norte do país. Além das pesquisas realizadas nas Dissertações que, em

23
sua maioria, desenvolvem propostas de intervenção em sala de aula, o Programa, na UFPA,
envolve mestrandos e egressos – professores que atuam na escola básica nos estados do
Pará, Amapá e Maranhão – em Projetos de Pesquisa e de Extensão que trazem benefícios
para a academia e para a sociedade em geral. Um desses projetos teve reconhecimento
internacional na I Convocatória do Programa de Desenvolvimento da Formação docente
de Inovação na Formação docente na América Latina e Caribe (PREDALC) em 2018, no
eixo “Qualidade na Formação”. No projeto, os mestrandos desenvolvem a escrita, leitura
e oralidade acadêmicas, envolvendo também a Literatura. O atendimento é feito aos alunos
dos diferentes cursos da UFPA e de outras IES, assim como comunidades no entorno
interessados em tais discussões. O projeto foi replicado nos campi de Bragança e Castanhal,
em 2019, o que evidencia a possibilidade de ampliação de um trabalho propositivo
desenvolvido pelos mestrandos e egressos na articulação com os docentes. Ademais, o
ProfLetras-UFPA tem publicado dois livros de cada turma: um que traz os resultados das
pesquisas desenvolvidas nas Dissertações dos mestrandos, seja na área de Língua
Portuguesa, seja na de Literatura; outro que apresenta, de forma específica, projetos de
leitura e escrita, elaborados em uma das disciplinas do Programa. Tais obras possibilitam a
recepção desses estudos aos professores do ensino básico, com os quais se estabelecem
constantes diálogos, com o intuito de oferecer-lhes possibilidades de um ensino produtivo
de Língua Portuguesa e de Literatura.

Palavras-chave: Ensino. Língua Portuguesa. Literatura. Formação do professor.


ProfLetras.

PROJETO GEOLINTERM: linhas de pesquisa e produção científica

Regis José da Cunha Guedes (UFRA)


Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA)
Eliane Oliveira da Costa (GeoLinTerm)
Rejane Umbelina Garcez (GeoLinTerm)

Resumo: O objetivo desta mesa-redonda consiste em socializar, com a comunidade


acadêmica e interessados pela área, a partir da perspectiva dos pesquisadores formados pelo
Projeto GeoLinTerm, os eixos de pesquisas que compõem o macroprojeto de
Geossociolinguística e Socioteminologia (RAZKY; OLIVEIRA; LIMA, 2010). Para tanto,
cada integrante da mesa apresentará as vertentes e resultados obtidos em pesquisas
realizadas, em andamento e/ou concluída, no âmbito do GeoLinTerm.
Metodologicamente, as investigações relatadas seguem os modelos da Dialetologia,
Pluridimensional, da Geossociolinguística, da Terminologia e da Fraseologia com o intuito
de descrever, mapear e analisar as variáveis que implicam na realização de fenômenos
linguísticos observados na região Norte do país. Os trabalhos realizados apontam para
catalogação, descrição e mapeamento em diferentes frentes. A publicização desses
resultados tem sido materializada em publicações regulares dos autores e demais integrantes
do Projeto em artigos divulgados em periódicos, livros organizados e eventos científicos
próprios da área.
Palavras-chave: GeoLinTerm. Eixos. Pesquisas. Publicização.

24
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

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GEOSSOCIOLINGUÍSTICA

Marcela Moura Torres Paim (UFBA)

Resumo: A Geossociolinguística vem, ao longo dos anos, contribuindo para a descrição


da Língua Portuguesa e lançando novos olhares para o seu ensino institucionalizado. Esse
ramo dos estudos linguísticos tem rendido discussões sobre a diversidade linguística, o que
se reflete em abordagens centradas na realidade do alunado e na promoção de políticas
linguísticas para o ensino da língua materna na educação básica. Para este simpósio,
propomos o debate de trabalhos de cunho geossociolinguístico, em que serão discutidas as
pesquisas que focalizam teorias, metodologias da recolha do corpus, tratamento e análise de
dados de língua em uso, nos níveis fonético-fonológico, morfossintático e semântico-
lexical, considerando tanto o caráter sincrônico quanto o diacrônico. Pretende-se com este
simpósio reunir algumas das muitas pesquisas sobre a variação linguística no Brasil, a fim
de promover o intercâmbio na troca de experiências e a consequente contribuição para o
avanço dos estudos geossociolinguísticos no Brasil.

Palavras-chave: Língua portuguesa. Variação. Geossociolinguística.

“GRAMPO” E “DIADEMA”: UM ESTUDO GEOSOCIOCOGNITIVO COM


BASE NO CORPUS DO PROJETO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL

Carina Sampaio Nascimento (UFBA)


Orientadora: Profa. Dra. Marcela Moura Torres Paim (UFBA)

Resumo: O léxico pode contribuir em termos de variação e mudança, oferecendo uma


grande variedade regional e sociocultural do português do Brasil. Nesse sentido, a
geolinguística do português falado no Brasil tem se dedicado para o objetivo central do
ALiB, Atlas Linguístico do Brasil, tendo em vista a pluridimensionalidade, este trabalho
objetiva investigar o léxico nos inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil e busca
analisar os itens lexicais do questionário relativos ao campo semântico vestuário e
acessórios, presentes no repertório linguístico de informantes da faixa I (18-30 anos) e faixa
II (50-65 anos). O ponto relevante continua no aspecto espacial, mas incluem-se os fatores
sociais sexo, faixa etária e escolaridade nas análises dos dados, dessa forma, agregando ao
método Geolinguístico as variáveis estudadas pela Sociolinguística. Pretende-se investigar
o léxico referente à área semântica vestuário e acessórios, buscando apresentar os
condicionamentos linguísticos e socioculturais que atuam na variação semântico-lexical. No
universo selecionado no que se refere ao Nordeste e à região Sul, com o total de cento e
vinte e dois pontos, obteve-se dez denominações para a questão referente à pergunta 192,
“como se chama um objeto fino de metal, para prender o cabelo? E a pergunta 193, “como
se chama um objeto de metal ou plástico que prende de um lado a outro e serve para
prender o cabelo? Desta forma, o resultado desse estudo possibilita a verificação de uma
realidade espacial, mostrando diferenças e semelhanças nas regiões brasileiras e as suas
motivações.

Palavras-chave: Variação. Léxico. Dialetologia. Geolinguística. Sociocognitiva.

26
A VARIAÇÃO DAS PROPAROXÍTONAS NO FALAR AMAZONENSE: OS
CASOS DE REDUÇÃO E MANUTENÇÃO NO ESTADO DO AMAZONAS

Ana Paula Tavares Magno (UFPA)

Resumo: Trata o presente estudo da variação das proparoxítonas, sob uma perspectiva
Geossociolinguística, a partir de dados que integram o banco de dados do projeto Atlas
Linguístico do Brasil. A pesquisa justifica-se pelo fato de favorecer a comparação dos
diversos resultados obtidos em diferentes regiões do Brasil que tratam sobre o tema,
contribuindo para a sistematização do quadro linguístico brasileiro. O trabalho é um
recorte de uma pesquisa mais ampla ainda em andamento sobre o referido fenômeno nas
capitais e não-capitais da região Norte do Brasil. A amostra utilizada limita-se aos dados
recolhidos em um estado da região, a saber: o estado do Amazonas, incluindo-se a capital
e as não capitais, e é composta por 24 falantes estratificados em sexo (masculino; feminino)
e faixa etária (18-30; 50-65). Apenas na capital a amostra leva em consideração a
escolaridade (ensino fundamental; ensino superior). Ao todo foram avaliados 600 dados.
Serão apresentados os resultados referentes a cinco grupos de fatores, sendo dois internos
e três externos. Os resultados mostram que a síncope é pouco produtiva nos falares
estudados e que os fatores analisados exercem influência sobre seu uso.

Palavras-chave: Proparoxítonas. Geossociolinguística. Atlas Linguístico do Brasil.

A VARIAÇÃO LEXICAL DO CAMPO SEMÂNTICO ACESSÓRIOS NAS


LOCALIDADES BRASILEIRAS

Marcela Moura Torres Paim (UFBA)

Resumo: Neste trabalho se apresenta um dos aspectos de que se ocupa o Projeto Atlas
Linguístico do Brasil (Projeto ALiB), o léxico do português brasileiro. Dessa forma,
investigam-se itens semântico-lexicais do campo semântico acessórios a partir dos
inquéritos das 24 localidades que integram a rede de pontos da região norte do Projeto
ALiB, visualizando como a linguagem de indivíduos possui marcas linguísticas específicas
que constroem, mantêm e projetam a sua identidade social de faixa etária através do léxico.
O termo identidade está sendo aqui concebido como “identidade social” que segundo Ochs
(1993, p.289) é entendido “como um termo que pode abranger uma gama de personae sociais
que um indivíduo pode reclamar para si ou atribuir aos outros ao longo da vida, não sendo,
portanto, fixa nem categórica”. O cenário da pesquisa é a rede de pontos do Projeto ALiB,
constituído pelos dados recolhidos pela pergunta 191 “Como se chama aquele produto que
as mulheres passam no rosto, nas bochechas, para ficarem mais rosadas?”, do Questionário
Semântico-Lexical (QSL) do ALiB (COMITÊ NACIONAL DO ALiB, 2001, p.37). A
análise do corpus possibilitou realizar o levantamento e a documentação da diversidade
lexical do português falado, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional em
que o registro segue os parâmetros diatópicos, diageracionais, diassexuais e diastráticos.

Palavras-chave: Língua portuguesa. Variação. Geossociolinguística.

27
ANÁLISE DA DIVERSIDADE LEXICAL NO ATLAS LINGUÍSTICO DO
AMAPÁ - ALAP

Celeste Maria da Rocha Ribeiro (UNIFAP)

Resumo: Esse estudo objetiva realizar uma análise sucinta do Atlas Linguístico do Amapá
- ALAP (2018), a partir de dois campos semânticos que evidenciaram significativa variação
lexical no falar amapaense. O aporte teórico tem por base os pressupostos preconizados
por Labov (1972), Cardoso (2010) e Razky (...), os quais possibilitam a descrição e a reflexão
acerca do papel da Dialetologia, da Sociolinguística e da Geografia linguística para um
melhor conhecimento e sistematização dos fenômenos linguísticos, e suas relações com os
diversos contextos sociais. O corpus dessa pesquisa faz parte do acervo do ALAP e, para
essa proposta, será focalizado especificamente o campo semântico-lexical “jogos e
diversões infantis” com treze itens e o campo “vestuário e acessórios” com seis itens
lexicais; Foi constatado que, a maioria dos itens, mesmo apresentando variações, são
comuns em quase todos os dez pontos de inquérito pesquisados; no entanto, algumas lexias
mostraram a influência da variável social faixa etária e mudanças em curso no tocante ao
uso de determinados itens lexicais. Evidenciando, assim, que o ALAP apresenta alguns usos
lexicais no estado do Amapá que distinguem a idade do falante, o que destaca a importância
dos atlas como instrumentos de registro da língua oral, assim como suporte para o ensino
de língua portuguesa, a partir da perspectiva geossociolinguística e dialetológica.

Palavras-chave: Variação Lexical. Português amapaense. Atlas Linguístico do Amapá.

ANÁLISE GEOSSOCIOLINGUÍSTICA DA VOGAL MÉDIA ANTERIOR /E/


EM CONTEXTO FINAL NO DIALETO AMAPAENSE

Michele Silva de Carvalho (UEAP)


Orientador: Prof. MSc. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: O presente estudo busca analisar o alteamento da vogal média anterior /e/ em
contexto final no dialeto amapaense a partir do corpus pertencente ao Atlas Linguístico do
Amapá (ALAP). Em virtude da necessidade de explicitar, ainda mais, as variações
fonológicas que podem ocorrer no estado do Amapá, surge este trabalho. A metodologia
utilizada obedece aos mesmos parâmetros seguidos pelo projeto ALAP, com a seleção de
10 localidades: Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari, Pedra Branca do Amapari,
Porto Grande, Tartarugalzinho, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Foram entrevistados 40
informantes, quatro em cada localidade, controlando as variáveis sexo (homem-mulher) e
idade (18-30 anos e 50-75 anos). Este estudo é orientado pela Geossociolinguística
(RAZKY, 1997; 2010) que liga as interfaces teórico-metodológicas da Geolinguística com
as da Sociolinguística. A análise se dará a partir da carta fonética F16 correspondente à
vogal média anterior em posição final, na qual os itens investigados foram: elefante, peixe,
tarde, catorze, deve, inocente, dente, perfume e presente. Os resultados apresentam a realização da
vogal alta [i] em 91% e [e] em 9% das ocorrências, caracterizando assim o alteamento.

Palavras-chave: ALAP. Geossociolinguística. Vogal Média Anterior. Alteamento.

28
AQUI, NO NORTE, ESSA TAREFA É “PRA EU FAZER” OU “PRA MIM
FAZER”?

Leandro Almeida dos Santos (PPGLinC-UFBA/CAPES)


Silvana Soares Costa Ribeiro (UFBA)
Rerisson Cavalcante de Araújo (UFBA)

Resumo: Este estudo visa a tecer considerações acerca do português brasileiro falado no
Brasil, com base no corpus pertencente ao Projeto Atlas Linguístico do Brasil - Projeto ALiB.
Busca-se apurar a alternância entre o pronome oblíquo tônico mim e o pronome pessoal
reto eu, presentes em estrutura para/pra + eu/mim + infinitivo. Os dados correspondem às
respostas obtidas em 07 capitais brasileiras, situadas na região Norte, na aplicação do
Questionário ALiB (2001). O estudo reveste-se de importância, uma vez que visa a
fomentar o combate ao preconceito linguístico, sobretudo os estigmas que surgem e são
propagados pela escola. As duas hipóteses iniciais são: a) o fenômeno pode ser utilizado
para identificar áreas dialetais, permitindo o traçado de isoglossas; b) por possuírem maior
grau de escolarização, os informantes universitários preferem o pronome eu. As análises
serão feitas pelo viés horizontal e pelo viés vertical, atentando-se para os critérios
metodológicos do Projeto, a saber: sexo, faixa etária e escolaridade. Utilizam-se, para
fundamentar as análises, os princípios teóricos da Sociolinguística Laboviana e da
Dialetologia Pluridimensional, seguindo alguns passos metodológicos: a) revisão da
bibliografia: Chambers e Trudgill (1994); Labov (1972); Weinreich; Labov, Herzog (2006);
Figueiredo (2007); Lucchesi; Mendes (2009); Cardoso (2010), e alguns tipos de gramáticas;
b) audição dos inquéritos e levantamento das ocorrências; c) codificação e submissão dos
dados ao GoldVarb (2001); d) análises preliminares; e) elaboração da carta; e, por fim; f)
considerações preliminares foram propostas, tais como: a identificação de áreas linguísticas,
além da revelação de que a variável escolaridade se mostrou favorável à variação entre os
pronomes eu e mim.

Palavras-chave: Projeto ALiB. Variação. Pronomes pessoais. Eu e Mim.

ARTIGO COM NOME PRÓPRIO NAS CAPITAIS DO NORTE DO BRASIL:


OBSERVAÇÕES PRELIMINARES

Ronaldo Nogueira de Moraes (UFPA)

Resumo: O português brasileiro (PB) caracteriza-se por apresentar uma gama de


fenômenos gramaticais variáveis e muitos deles fazem com que o português brasileiro se
diferencie não só do português europeu, mas também das outras línguas românicas. O uso
variável do artigo com nome próprio de pessoas representa mais um dentre os fenômenos
variáveis que caracterizam o PB. Dessa forma, o presente trabalho objetiva fazer uma
análise à luz dos princípios da Sociolinguística Variacionista e da Dialetologia da variação
sintática presença/ausência de artigo com nome próprio em seis capitais da região Norte
do Brasil (excetuando-se Palmas), por meio de uma metodologia de observação e análise
de dados que conjuga as duas disciplinas, a saber a Geossociolinguística. Os dados para essa
análise foram obtidos das respostas fornecidas por 48 informantes (8 de cada capital) a
perguntas dos três questionários que compõem a metodologia de coleta de dados do
projeto ALiB, bem como dos discursos semidirigidos produzidos pelos informantes. Dado

29
que a natureza das perguntas voltadas à observação do uso do artigo com nome próprio
constantes no questionário morfossintático do Projeto ALiB nem sempre pode
condicionar uso do artigo, visto que muitas vezes ocorre casos de nominalização didática, e
como forma de ampliar ainda mais os dados, optou-se por observar a ocorrência de nome
próprio nos três questionários que compõem a metodologia de coleta de dados do Projeto
ALiB, bem como estender a observação ao discurso semidirigido. Os resultados
preliminares da região Norte mostraram um uso expressivo do artigo com nome próprio,
com índices que variam entre 60% e 85% de frequência de uso. Variáveis linguísticas e
sociais mostraram-se significativas na análise preliminar do fenômeno.

Palavras-chave: Artigo definido. Nome próprio. Variação.

CARTOGRAFIA LINGUÍSTICA: UM ESTUDO SEMÂNTICO-LEXICAL DA


COMUNIDADE DO LIMONDEUA, EM VISEU/PA

Aline Silveira Machado (PPGED-UEPA)

Resumo: A língua é um processo em constante movimento, matéria viva em evolução,


sendo assim, é de suma importância a sua catalogação, descrição e análise. Nesse sentido,
este presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo das características semântico-
lexicais da comunidade de Limondeua, localizada no munícipio de Viseu. Esta investigação
se justifica por cartografar o léxico, nunca antes descrito, da região pesquisada. Partimos da
conjectura que o acervo semântico-lexical falado pelos moradores da região de Viseu é
diferente comparado ao atlas proposto pelo Questionário Semântico-Lexical, do Comitê
elaborador do Atlas Linguístico do Brasil (QSL: ALiB, 2001).O prosseguimento da pesquisa
se deu em: identificar as lexias encontradas na fala de moradores, coletadas por meio do
QSL utilizando apenas 14 perguntas, distribuídas em 02 campos semânticos, com base na
variável social diagenérica, com 20 sujeitos, no ponto linguístico pesquisado – o município
de Viseu, com os menores níveis de escolaridade; registrar, em tabelas, as lexias cuja
frequência foi igual ou superior a 55% e não coincidentes com a proposta pelo QSL, por
campo semântico; documentamos cartograficamente esse corpus e analisamos, de acordo
com um recorte geográfico, foi utilizado a abordagem quanti-qualitativa. O estudo baseia-
se nos pressupostos da Dialetologia e da Geolinguística. Para o suporte teórico foi utilizado
Cardoso (1994), Labov (2008), Ferreira e Cardoso (1994), entre outros. Os resultados
revelam que de um universo de 14 questões, aplicadas a 20 sujeitos, todos em um mesmo
ponto linguístico, as ocorrências encontradas na fala dos moradores do município de Viseu
diferem em 100% das ocorrências propostas pelos questionários do ALiB (2001), e
apresentam lexias igual ou superior a 55%.
Palavras-chave: Dialetologia. Sociolinguística. Geolinguística. Variação semântico-lexical.

FALAR TOCANTINENSE: A VARIANTE AMARELINHA NO CONTEXTO


TOPODINÂMICO E TOPOESTÁTICO DO TOCANTINS

Bruna Lorraynne Dias Menezes (UFT)


Greize da Silva (UFT)
Resumo: O Estado do Tocantins é um exemplo de espaço multivarietal, uma vez que
recebeu pessoas de diversos lugares como, por exemplo: Maranhão, Goiás, Pará, Minas

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Gerais e Bahia, sofrendo influência direta nos costumes culturais e, consequentemente
linguísticos, devido o contato entre informantes alóctones e autóctones. Com tal
entendimento, busca-se, nesse trabalho, apresentar as análises e os resultados das variantes
coletadas para a brincadeira comumente conhecida por amarelinha, conforme as
informações fornecidas pelos informantes topodinâmicos e topoestáticos. Os dados foram
coletados em 12 cidades tocantinenses, com base no recorte do questionário do “Atlas
Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO)”, em
relação a seguinte pergunta: Como se chama a brincadeira em que as crianças riscam uma figura no
chão, formada por quadrados numerados, jogam uma pedrinha e vão pulando com uma perna só? As
designações proferidas por 96 informantes foram analisadas sob o viés da Dialetologia
Pluridimensional e Relacional, distribuídas conforme o tipo mobilidade do informante.

Palavras-chave: Amarelinha. Dialetologia. Tocantins. Variação Linguística.

GEOLINGUÍSTICA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS DO NORTE DO


BRASIL

Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: A geolinguística no Brasil vem apresentando diferentes perspectivas de


investigação a respeito da variação linguística. Tendo em vista essas novas configurações
da pesquisa geolinguística, este trabalho busca traçar um levantamento bibliográfico de
estudos geolinguísticos ou geossociolinguísticos realizados em comunidades tradicionais da
Amazônia brasileira. Esses estudos têm mostrado por meio da descrição e do mapeamento
linguístico como as variedades do português apresentam-se no espaço geográfico/social de
comunidades tradicionais, sejam indígenas, sejam quilombolas/remanescentes. Neste
sentido, acredita-se que as pesquisas geolinguísticas realizadas no Norte do país oferecem
um banco de dados indispensável para o conhecimento cultural, histórico, social, e,
sobretudo linguístico das variedades do português falado na Amazônia brasileira.

Palavras-chave: Português Brasileiro. Geolinguística. Amazônia.

MAPEAMENTO GEOPROSÓDICO DO PORTUGUÊS FALADO NA


AMAZÔNIA: UMA COMPARAÇÃO INTERDIALETAL ENTRE BELÉM,
MACAPÁ E SÃO LUÍS

Rosinele Lemos e Lemos - Doutoranda (PPGL-UFPA)


Camila Roberta dos Santos Brito - Mestranda (PPGL-UFPA)
Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA/CnPQ)

Resumo: Este estudo integra as descrições geoprosódicas do projeto AMPER Amazônia,


conduzidas por Lemos e Cardoso (em andamento) e Brito (2014), que estão vinculadas ao
Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Românico (AMPER). O objetivo desta comparação
é averiguar semelhanças prosódicas entre esses falares, já que essas variedades passaram
pelo mesmo processo de colonização portuguesa no Brasil colonial. Justifica-se tal
investigação a partir de três motivações: a) históricas (CHAMBOULEYRON, 2010;

31
GUIMARÃES 2016; MENDONÇA 2005; MARIANI, 2004; BESSA, 2004; EMMI, 2013),
b) sociolinguísticas (RODRIGUES, 2005; COSTA, 2016, VIEIRA, 1983 e CAMPOS,
2011) c) prosódicas (CRUZ, SEARA e MOUTINHO 2015). A fundamentação teórica tem
como base a Sociofonética (FELLONI, 2011). O corpus AMPER é composto por 33 frases
interrogativas totais, produzidas por três locutores do sexo feminino, do ensino
fundamental, médio e superior, nativos de cada variedade alvo, com idade acima de trinta
anos. O tratamento dos dados compreendeu sete etapas: codificação das repetições;
isolamento, segmentação dos sinais sonoros no PRAAT; aplicação do script praat; seleção
das 3 melhores repetições; aplicação da interface MatLab e; elaboração de gráficos no Excel.
Os parâmetros físicos controlados foram a frequência fundamental (F0), a duração (ms) e
a intensidade (dB). Os resultados preliminares da comparação geoprosódica entre Belém
(PA), Macapá (AP) e São Luís (MA) apontaram semelhanças prosódicas na sílaba tônica do
enunciado. A partir das sílabas acentuadas, evidencia-se a discriminação dos dialetos de
belenenses, macapaenses e ludovicenses.
Palavras-chave: Projeto AMPER. Amazônia Brasileira. Prosódia.

O /S/ EM CODA SILÁBICA EM CAETITÉ E VITÓRIA DA CONQUISTA, NA


BAHIA

Lorena Cristina Ribeiro Nascimento (UFBA)


Resumo: A pesquisa intitulada “O /S/ em coda silábica em Caetité e Vitória da Conquista,
na Bahia” tem por objetivo investigar a variação fonética na pronúncia da consoante /S/
em posição de coda silábica nos municípios de Vitória da Conquista e Caetité, na Bahia,
tendo como base o modelo teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista
(LABOV, 2008). O estudo foi realizado a partir da análise de dados do Projeto Atlas
Linguístico do Brasil (ALiB), projeto que, baseado nos parâmetros da Dialetologia
Pluridimensional (THUN, 2005), documentou, em cada localidade do interior, 04 falantes
com escolaridade fundamental, homens e mulheres, estratificados também quanto à faixa
etária (faixa etária I, de 18 a 30 anos e faixa etária II, de 50 a 65 anos). Para a constituição
do corpus, são consideradas todas as respostas válidas dos informantes ao Questionário
Fonético - Fonológico (composto por 159 perguntas, incluindo 11 questões de prosódia) e
ao Questionário Semântico-Lexical (composto por 202 perguntas). Quanto à metodologia:
após o levantamento do material (através da audição e transcrição das entrevistas), foi
realizada a codificação dos dados encontrados, seguindo uma chave de codificações e,
então, posteriormente, foi feita a análise estatística destes, através do pacote de programas
GoldVarb X. Por fim, com os pesos relativos e percentuais em mãos, os resultados obtidos
foram analisados e interpretados por meio de tabelas e gráficos. Os municípios de Vitória
da Conquista e Caetité foram escolhidos para este trabalho, porque, do ponto de vista
diatópico, possuem características linguísticas distintas do falar da capital baiana, já
analisada no segundo volume do Atlas Linguístico do Brasil (CARDOSO et al, 2014). A
partir dos dados encontrados durante as audições desse trabalho, é possível confirmar a
hipótese de que os falantes das localidades da mesorregião Centro-Sul do estado da Bahia
utilizam com frequência o /S/ em coda silábica como fricativa dentoalveolar em lugar da
pronúncia da consoante como fricativa alveolopalatal.

Palavras-chave: Sociolinguística. Variação Fonética. /S/ em coda silábica.

32
PALAVRAS DA ÁFRICA NO PORTUGUÊS DO BRASIL: SILÊNCIO E
MEMÓRIA

Amanda Alves (UNICAMP)

Resumo: Neste trabalho buscou-se evidenciar a memória das línguas africanas no


português do Brasil atual, como resposta ao silenciamento sofrido em relação ao português
europeu na época colonial. Propôs-se um diálogo entre a Análise de discurso, entendida
como a compreensão histórica dos processos de produção de sentidos, e a Política
linguística, determinada pelos usos diferenciados e produção das diferenças das línguas,
para mostrar que em situações de censura - proibição de circulação de determinados
discursos – a relação do sujeito com as formações discursivas dá origem a discursos outros,
e por isso o silenciamento não necessariamente cala, mas possibilita dizer de outras
maneiras o que foi proibido. Tal hipótese é justificada pelo fato de, além do vocabulário de
origem africana dos cultos das religiões afro-brasileiras, bem como o que compõe as línguas
faladas em comunidades quilombolas, o léxico da língua comum do Português do Brasil,
constituído por palavras de origem nessas línguas, representa uma memória não somente
como o resultado do contato inevitável entre línguas diferentes, mas um eco de
sobrevivência ao silenciamento e à ideologia de homogeneização linguística. A metodologia
consistiu na seleção de 30 palavras do léxico popular do português do Brasil, com origem
em línguas africanas, seguida de uma atividade de consulta etimológica em dicionários
brasileiros contemporâneos por alunos de um curso pré-vestibular da cidade de
Campinas/SP, para os quais a princípio não foi revelada essa origem. Os resultados
evidenciaram que as 30 palavras fazem parte do cotidiano da língua comum -
principalmente falada - desses jovens, mas sua origem de fato era desconhecida por eles.
Nessa perspectiva, os espaços em que as línguas funcionam e se relacionam são divididos
politicamente, por isso as línguas são distribuídas de maneira desigual. Assim, a ideologia
(dominante) tem papel decisivo na constituição dos sentidos, dos sujeitos e das suas
memórias.
Palavras-Chave: Línguas africanas. Ideologia. Política de línguas. Silenciamento.
Sobrevivência.

A VARIAÇÃO LEXICAL EM SERGIPE NUMA PERSPECTIVA TEMPORAL


Laura Camila Braz de Almeida (UFSE)
Marcela Moura Torres Paim (UFBA)
Resumo: Este trabalho insere-se na perspectiva de investigação geossociolinguística,
constituindo uma análise comparativa da variação semântico-lexical em Sergipe em dois
momentos diferentes no tempo. Dessa forma, serão investigadas as denominações para
avarento utilizadas por sergipanos com base no Atlas Lingüístico de Sergipe I (ALS I-1987),
tendo como autores Carlota Ferreira, Jacyra Mota, Judith Freitas, Nadja Andrade, Suzana
Cardoso, Vera Rollemberg e Nelson Rossi, e por informantes do banco de dados do Projeto
Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) referente ao estado de Sergipe, coletados no início do
século XXI. Esse trabalho possibilita a realização de estudos comparativos, contribuindo
para identificação e configuração de variantes linguísticas lexicais em diferentes momentos
temporais. Neste trabalho, a metodologia empregada consistiu na realização das seguintes
etapas: 1) leitura de textos teóricos referentes ao tema proposto; 2) escolha e formação dos
corpora; 3) análise dos dados a fim de verificar as denominações para o item semântico-

33
lexical avarento. Pretendem-se, então, nos corpora em questão (i) analisar os itens
documentados; (ii) verificar o tipo de relação que se pode estabelecer entre o léxico
sergipano coletado na década de 70 e trinta anos depois no que diz respeito às designações
que preenchem o conceito selecionado.
Palavras-chave: Língua portuguesa. Variação. Léxico.

ESTUDO COMPARATIVO DA VARIAÇÃO DO /S/ EM POSIÇÃO DE CODA


SILÁBICA NOS ATLAS LINGUÍSTICOS ESTADUAIS DA REGIÃO NORTE
Diego Coimbra dos Santos (UFPA)
Resumo: Este estudo trata da cartografia e comparação da variação do /S/ em coda
silábica interna a partir do corpus do Projeto ALiRO. O estudo segue a orientação teórico-
metodológica da Dialetologia Pluridimensional e Relacional (RADTKE; THUN, 1996), do
método Geossociolinguístico (RAZKY, 1998), da Sociolinguística Quantitativa (GUY;
ZILLER, 2007) e da noção de agrupamento fonético (RAZKY; TELLES; COIMBRA,
2019). No total, foram analisados 16 pontos de inquérito que compõem a rede de pontos
do ALiRO. Levou-se em consideração, também, 3 microrregiões estabelecidas no Projeto
ALiRO, a saber: Região Norte, Vale Madeira-Mamoré e Cone Sul. Nas localidades que
compõe os municípios do interior de Rondônia, foram entrevistados 4 informantes em
cada localidade, estratificados conforme os grupos de fatores considerados nesta pesquisa,
quais sejam: faixa etária (dois informantes de 18 a 30 anos e dois de 50 a 65 anos) e sexo
(dois homens e duas mulheres). Na capital, entrevistou-se 8 informantes estratificados em
sexo (4 homens e 4 mulheres), faixa etária (4 informantes de 18 a 30 anos e 4 informantes de
50 a 65 anos) e escolaridade (4 informantes com ensino fundamental e 4 informantes com
ensino superior). Foram investigadas duas realizações de /S/ em coda silábica interna:
fricativa alveolar [s] e fricativa pós-alveolar [ʃ]. Os resultados mostram que, em Rondônia,
a realização de fricativa alveolar [s] é semicategórica. A comparação dos dados demonstrou
que o /S/ em coda silábica interna constitui uma configuração diatópica complexa que
permite traçar um contínuo dialetal progressivo na Região Norte, o qual se estende do
Amapá ao estado de Rondônia.
Palavras-chave: /S/ em coda silábica. Agrupamentos fonéticos. Geossociolinguística.
ALiRO.

CENÁRIOS PERIFÉRICOS DA POLÍTICA LINGUÍSTICA EDUCATIVA


BRASILEIRA

Kelly Cristina Nascimento Day (UEAP)


Marina Mello de Menezes Felix de Souza (UEAP)

Resumo: Este simpósio tem por proposta reunir trabalhos no âmbito da política linguística
cujas análises reflitam sobre as recentes políticas que permeiam regiões fronteiriças, de
imigração e indígenas no Brasil. Nesse âmbito, considerando a fronteira e regiões onde se
encontram comunidades de imigração e comunidades indígenas como um espaço de
resistência, buscamos pensar o papel das políticas linguísticas para o ensino de línguas
estrangeiras, de línguas de imigração e de línguas indígenas na sociedade contemporânea.
O processo de invisibilidade das variadas identidades brasileiras em documentos oficiais
mostra a necessidade de ponderarmos sobre o impacto de recentes imposições federais nos

34
cenários linguísticos supracitados e de se avaliar a pertinência das políticas linguísticas
educativas atuais. Assim, correlacionando as diferentes dimensões da política linguística
brasileira (politicas oficiais e não oficiais, mecanismos e instrumentos), com vistas a discutir
a atual política nacional de ensino de línguas a partir de um mapeamento linguístico, os
trabalhos aqui reunidos contemplarão diferentes abordagens, dentre elas as
sociolinguísticas, discursivas ou ecolinguísticas.

Palavras-chave: Política linguística. Identidades brasileiras. Ensino de línguas.

OS NOMES DE LUGARES: DIVERSIDADE E IDENTIDADES

Carmen Lúcia Reis Rodrigues (UFPA)

Resumo: Os nomes de lugares, ou seja, os topônimos, são em geral reflexos de aspectos


de natureza diversa – físicos, sociais, históricos e religiosos, por exemplo – que envolvem
o local nomeado e explicam o motivo do surgimento do topônimo. Para a compreensão da
motivação do designativo, faz-se necessário, muitas vezes, o conhecimento de sua origem
e de seu significado etimológico. Quanto à etimologia, é possível termos, em uma mesma
área toponímica, “topônimos vinculados a diferentes sistemas de línguas” (DICK, 1990, p.
57), caracterizando dessa forma a diversidade linguística do lugar, mesmo que esta
permaneça restrita aos topônimos e aos grupos identitários que habitam, ou habitaram, o
local. Sendo assim, este simpósio tem como intenção reunir trabalhos com foco na
pesquisa toponímica, em uma perspectiva sincrônica ou diacrônica, relacionados à variação
e mudança do topônimo, à formação, à estrutura e à motivação do signo toponímico, além
de outras questões relativas a esse campo de estudo.

Palavras-chave: Toponímia. O signo toponímico. Etimologia do topônimo. Diversidade


linguística.

PRÁTICAS SOCIAIS E LETRAMENTO DIGITAL: GÊNEROS


DISCURSIVOS, CULTURA VISUAL E CIBERCULTURA

Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino (UFRA)

Resumo: A temática desse simpósio perpassa sob o enfoque dos gêneros discursivos e da
apropriação destes pela esfera e meio digital e de que forma novas formas de materialidade
são constituídas e são apropriadas como práticas sociais do cotidiano escolar. Nesse
sentido, o objetivo desse simpósio é discutir os novos gêneros discursivos mediados pelas
redes digitais de consumo e a produção de dados que aumenta diariamente, com uma
profusão de materialidades discursivas. Como pressupostos teóricos, pode-se considerar
estudos de Análise do Discurso. Serão aceitos trabalhos que articulem a AD relacionada ao
ensino-aprendizagem de línguas, à descrição das esferas de atividade, bem como os
diferentes gêneros discursivos utilizados nas variadas estratégias e metodologias de ensino.

Palavras-chave: Gêneros discursivos. Letramento digital. Práticas socias. Cibercultura.


Tecnologia.

35
PORTUGUÊS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS

Regis José da Cunha Guedes (UFRA)

Resumo: Dado o desenvolvimento no Brasil, e especialmente na Amazônia, de pesquisas


nas áreas de dialetologia, sociolinguística, geossociolinguística, etnolinguística, linguística
antropológica e outras áreas que versam sobre a variação do português em comunidades
tradicionais, propusemos este simpósio que visa abranger estudos feitos sobre as variedades
do português falado em comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas,
ribeirinhos, pescadores dentre outras, bem como os que tratam das situações de contato
linguístico em comunidades de fala bilíngues, ou plurilíngues envolvendo a língua
portuguesa e/ou seu ensino.

Palavras-chave: Variação. Comunidades Tradicionais. Português. Contato Linguístico

A ESCOLA TURURUKARI-UKA: PRÁTICAS LINGUÍSTICAS E DINÂMICAS


DO PROCESSO DE FORTALECIMENTO DA LÍNGUA ÉTNICA

Marileny de Andrade de Oliveira (UEA)


Silvana Andrade Martins (UEA)

Resumo: A análise apresentada decorre do estudo investigativo na aldeia Tururukari-Uka,


da etnia Kambeba, localizada na zona rural de Manacapuru/AM. Nessa comunidade, vivem
62 indígenas, distribuídos entre 13 famílias que se constituem tanto por indígenas de outras
etnias como também por não indígenas. O objetivo foi conhecer as práticas linguísticas e
as dinâmicas de fortalecimento da língua Omágua/Kambeba. Nesse sentido, a presente
pesquisa foi embasada nos fundamentos da Sociolinguística e da Etnografia que auxiliaram
na construção dos caminhos metodológicos. No que diz respeito ao estudo bibliográfico,
autores como Tarallo (1985), Bauman (2005), Luciano (2006), Hanks (2008), Silva (2012),
Ferguson (2013), Laraia (2015) entre outros ajudaram a compor o aporte teórico. Quanto
à coleta de dados, essa se realizou por meio da pesquisa in loco. Foram empregados os
seguintes instrumentos: a observação participante, a entrevista, os formulários
semiestruturados, o registro dos relatos de memória e aplicação da lista de palavras de
Swadesh. As amostras coletadas constataram a situação linguística, conceituada pelos
linguistas de diglossia, visto que a comunidade utiliza duas línguas, a Língua Portuguesa
(L1) e a Língua Omágua/Kambeba (L2), com funções sociais diferentes, sendo a escola a
principal ferramenta usada para o processo de fortalecimento da língua e da cultura étnica.

Palavras-chave: Práticas Linguísticas. Diglossia. Lingua Étnica. Escola Indígena.


Kambeba.

36
A IDENTIDADE PRESENTE NAS MARCAS LEXICAIS DA COMUNIDADE
QUILOMBOLA JURUSSACA

Adriane Beatriz Lima de Souza (UFPA)


Sebastião Rodrigues da Silva Júnior (UFPA)
Jair Francisco Cecim da Silva (UFPA)

Resumo: O estudo dos sujeitos, culturas, linguagens e formação identitária no contexto


Amazônico evidencia, em um sentido lato, a necessidade de abordar esses conceitos
levando em consideração não somente as abordagens teóricas nas Instituições de Ensino,
mas os saberes construídos nas relações sociais, uma vez que ambos corroboram que é
preciso conhecer a realidade sociocultural da Amazônia. As motivações desta pesquisa
originaram-se a partir da relação imbricada entre cultura e língua, especialmente em
comunidades tradicionais, em que o saber é perpetuado através dos sujeitos e do contexto
em que estão inseridos. Pensando nisso, esta pesquisa tem o fito de estudar a comunidade
quilombola Jurussaca a partir dos aspectos lexicais da língua. Em relação à tessitura
metodológica, o estudo refere-se a uma pesquisa essencialmente terminológica e de campo,
fazendo o uso da abordagem qualitativa; também se utilizou um roteiro para as entrevistas
semiestruturadas, possibilitando a transcrição das falas sob o viés da Análise do Discurso.
No que tange ao aporte teórico, nota-se a organização em três vertentes de estudo:
Terminologia com Krieger e Finatto (2004), Faulstich (1995) e Lima (2010); Comunidade
Tradicional com Castro e Campos (2015), Diegues (2000), Silva (2014) e Identidade com
Hall (2005). Preliminarmente, contata-se que a língua é um dos traços idiossincráticos
presentes em uma comunidade tradicional e, ainda, é o fator que propicia a análise dos
fatores socioculturais.

Palavras-chave: Terminologia. Formação identitária. Jurussaca.

A NÃO-RESPOSTA NO ATLAS LINGUÍSTICO DO PORTUGUÊS FALADO


POR INDÍGENAS (ALIPAI): UM OLHAR SOBRE O CAMPO SEMÂNTICO
CORPO HUMANO

Eliane Oliveira da Costa (GeoLinTerm)

Resumo: Este estudo tem por objeto discutir as não-respostas de colaboradores do Atlas
Linguístico do Português Falado em Áreas Indígenas (ALIPAI), a partir das questões 89
(pálpebras) e 117 (Calcanhar) do campo semântico Corpo Humano do Questionário
Semântico-Lexical (QSL) aplicado pelos pesquisadores do referido projeto quando da
realização da pesquisa de campo. Os dados foram coletados in lócus nas aldeias Trocará,
Nova jacundá e Sororó, no estado do Pará, e Cana Brava no estado do Maranhão. O
trabalho desenvolveu-se à luz da Geossociolinguística (RAZKY, 1998) e da Dialetologia
Pluridimensional e Relacional (THUN, 1998). Os resultados, de modo geral, mostram que
os indígenas das comunidades investigadas tendem a desconhecer a denominação para
ambos os referentes considerados, em língua portuguesa.
Palavras-chave: Geossociolinguística, pálpebras, calcanhar.

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EFEITOS DE RELAÇÕES HORIZONTAIS NA CONSTRUÇÃO DAS
EXPERIÊNCIAS LINGUÍSTICAS DE AFRO-BRASILEIROS DO BAIXO
AMAZONAS

Celiane Sousa Costa (UFOPA)

Resumo: A trajetória dos afro-brasileiros no Baixo Amazonas revela um passado de


saberes aprendidos e compartilhados com indígenas (ACEVEDO; CASTRO, 1998). As
consequências desses contatos ao longo do tempo podem ser observadas não somente no
biotipo das pessoas, mas sobretudo no cotidiano dos grupos de afro-brasileiros (FUNES,
1995). Neste trabalho, partiremos de uma análise geolinguística com enfoque
pluridimensional com vistas à identificar o papel de indigenismos na territorialidade
linguística dos grupos de afro-brasileiros das comunidades quilombolas Abuí, Água Fria,
Arapucu, Silêncio, Pacoval, Saracura e Tiningu. Discutiremos a correlação entre variantes
léxicas, espaço linguístico (com foco na abrangência e movimento de itens léxicos) e suas
implicações na territorialidade linguística, conforme os princípios teóricos-metodológicos
da Dialetologia Pluridimensional aplicados por Radtke e Thun (1996), Thun (1998, 2000,
2009, 2010a) e Altenhofen (2013, 2014). Veremos que designações de espaços sociais e
itens léxicos empregados nas relações, no modo de vida, na organização da vida social
permitem entrever o papel dos contatos estabelecidos com indígenas da região e evidenciam
representações simbólicas alternativas convencionalizadas pelos grupos de afro-brasileiros,
as quais serão interpretadas como uma forma de sinalização empírica da territorialidade.
Palavras-chave: Dialetologia pluridimensional. Léxico. Comunidades quilombolas.

ESTUDO GEOLINGUÍSTICO DO PORTUGUÊS FALADO POR


INDÍGENAS: O CAMPO SEMÂNTICO ALIMENTAÇÃO E COZINHA

Fábio Luidy de Oliveira Alves (UFPA)

Resumo: O presente estudo tem por objetivo apresentar resultados correspondentes ao


mapeamento da diversidade lexical da variedade do português falado pelos Asuriní do
Xingu e pelos Araweté. Essas duas sociedades habitam na Amazônia, mais especificamente
no município de Altamira, estado do Pará. São cartografados aspectos da diversidade
linguística lexical do Português Brasileiro (PB) de quatro comunidades indígenas, além
descrever as variedades correspondentes usadas na língua étnica. Os resultados
apresentados limitam-se ao campo semântico Alimentação e cozinha do questionário
semântico-lexical (QSL) que integra o projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALIB). O estudo
segue a orientação da Dialetologia pluridimensional esboçada em Radtke e Thun (1996) e
Thun (1998) e adota procedimentos de projetos de pesquisa que têm em vista o
mapeamento de línguas indígenas: o Atlas Linguístico do Português em Áreas Indígenas (ALIPAI)
e o Atlas Linguístico Sonoro das Línguas Indígenas do Brasil (ALSLIB).

Palavras-chave: Dialetologia pluridimensional. Língua Portuguesa. Variação lexical.

38
OS PRONOMES CLÍTICOS NA VARIEDADE AFRO-INDÍGENA DE
JURUSSACA/PA

Arnol Walber Silva Rosa (UEPA)

Resumo: O sistema pronominal do Português Brasileiro (PB) tem sido objeto de diversos
estudos linguísticos nos últimos anos. Nesse sentido, o presente estudo científico ocupa-se
em apresentar uma análise, sob a luz dos pressupostos teóricos da sociolinguística, referente
à colocação dos pronomes clíticos no PB falado na comunidade afro-indígena de Jurrusaca
no estado do Pará. Verifica-se, por meio da história, no Brasil, o contato de colonizadores
portugueses com os indígenas – falantes de mais de mil línguas – e com os africanos, os
quais trouxeram cerca de 200 línguas para o território brasileiro, tal processo efetivou a
variedade linguística presente na comunidade quilombola de Jurussaca, visto que essa é afro
e indígena; sendo assim, a pesquisa em questão enaltece o pronome clítico, explicando o
funcionamento deste como complemento da oração, que é classificado pela GT em três
posições (próclise, ênclise e mesóclise). Como fundamentação teórica utiliza-se,
principalmente, Perini (2010), Oliveira (2010) e Bechara (2009), bem como os estudos
sincrônicos e diacrônicos de Mapasse (2005) e de Lobo (2002), os quais discorrem sobre a
temática, além da literatura acerca da sociolinguística variacionista, como: Bagno (2007),
Beline (2007), Coelho et al (2015) e Monteiro (2000). Nesta pesquisa de cunho quanti-
qualitativo, analisa-se os dados que compõem o corpus do projeto de pesquisa IPHAN/USP
em uma perspectiva sincrônica. Com base na variação de ordem morfossintática e fatores
extralinguísticos, como sexo e faixa etária, conclui-se que a posição pronominal
predominante é a pré-verbal.
Palavras-chave: Pronomes clíticos. Português brasileiro. Sociolinguística variacionista.

QUANDO O CORPO FALA: MAPEAMENTO DE GESTOS EMBLEMÁTICOS


NA COMUNIDADE DE PRÁTICA QUILOMBOLA CASTAINHO,
GARANHUNS-PE

Fernando Augusto de Lima Oliveira (UPE/ PROFLETRAS/CAPES)


Paulo Henrique Alves da Silva (UPE/PIBIC/CNPq)
Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA/CNPq)

Resumo: A presente pesquisa tem como objeto de estudo a descrição dos gestos
emblemáticos em um contexto intracultural, a fim de compreender o seu caráter variacional
em Comunidades de Prática (ECKERT, 1998) com características distintas regionalmente.
O objetivo principal compreende documentar, catalogar e organizar, em forma de banco
de dados, gestos emblemáticos no português brasileiro (PB) ainda não descritos nem
categorizados nos estudos de gestos. Esta pesquisa está embasada nos pressupostos
teóricos da Sociolinguística Cognitiva (SC), vertente linguística que nos auxilia a entender a
linguagem e o seu uso no contexto social, compreendida dentro de uma dimensão funcional
da perspectiva cognitiva (SILVA, 2009, p. 1), seja no aspecto linguístico ou não linguístico.
A proposta metodológica e epistemológica aqui adotada é inspirada nos trabalhos
desenvolvidos por Matsumoto e Hwang (2013); Lindenberg; Uhlig; Scherfeld; Schlaug e
Seitz (2012), que catalogam e comparam os gestos entre diferentes grupos culturais. O corpus
do presente trabalho é formado por 25 gestos emblemáticos de maior frequência de

39
ocorrência no PB, cujo significado e contexto de uso serão avaliados metalinguisticamente
por 8 falantes nativos oriundos da comunidade de prática Quilombola Castainho, de
Garanhuns – PE. Durante a coleta de dados, o vídeo será projetado aos participantes,
agrupados em dois, por vez, com o mesmo perfil, ambos em pé, em uma sala de ambiente
fechado para facilitar a coleta de dados, pois as suas respostas serão gravadas em vídeo
também. A utilização do vídeo para a organização do corpus tem duas finalidades: a) obter a
avaliação metalinguística do participante sobre o significado e o contexto de uso do gesto
visualizado e; b) induzir os participantes a fornecer outros gestos emblemáticos
relacionados ao gesto visualizado, quando for o caso. Uma vez coletadas as gravações, 2
etapas de tratamento dos dados serão realizadas: a) codificação das gravações; b)
catalogação das respostas dos participantes de acordo com as categorias de Matsumoto e
Huang (2013), ferramentas que permitem avaliar a relevância perceptiva de variáveis
gestuais e prosódicas. A descrição dos resultados obtidos e a disponibilização online do
banco de dados possibilitarão o desenvolvimento de futuros trabalhos sobre os gestos
emblemáticos, o que contribuirá para a inserção de mais um tema relevante de pesquisa dos
estudos descritivistas.

Palavras-chave: Gestos Emblemáticos. Análise Intracultural. Comunidade de Prática.

VARIAÇÃO LEXICAL EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO ESTADO


DO AMAPÁ/BRASIL
Helen Costa Coelho (UEAP)
Resumo: Trata-se de um estudo comparativo com o objetivo de investigar a variação
lexical entre os falantes do distrito de Mazagão Velho e os falantes da Comunidade
Quilombola Mel da Pedreira, cabe mencionar que o arcabouço teórico está pautado em
conceitos basilares da Dialetologia Pluridimensional que tem como principal expoente
Thun (2000), bem como base o método geolinguístico, comumente usados no Projeto do
Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) para cartografar os usos linguísticos no país. Nessa
perspectiva, foram consideradas duas comunidades de origem afrodescendente em dois
(02) municípios do estado do Amapá, tendo como pontos de inquéritos a seleção de quatro
(04) informantes, estratificados socialmente pelo sexo (homem e mulher) e idade (de 18 a
30 para a faixa I e a partir de 50 para a faixa II). A coleta do corpus se deu por meio de
aplicação do Questionário Semântico Lexical (QSL) proposto pelo Comitê Nacional do
Projeto ALiB, enquanto que a análise deste trabalho está pautada em questões pertinentes
ao registro de diversidade lexical do português falado no Brasil, considerando os princípios
da Dialetologia Pluridimensional em que o registro segue os parâmetros em especial o
diarreligioso pelo fato dos pontos de inquéritos cultuarem religiões distintas uma da outra,
mas também serão considerados os aspectos diatópico, diagenérico e diastrático. No que
diz respeito às denominações que recebem diabo e feitiço os resultados preliminares sinalizam
uma variação lexical principalmente na dimensão diarreligiosa que evidenciam preferências
de acordo com os dogmas religiosos de cada comunidade, considerando a dimensão
diagenérica existem peculiaridades relacionadas à fala de pessoas mais madura, com relação
à preferência dos mais jovens. Assim, o estudo busca apresentar como as lexias trazem, na
fala do colaborador, mas marcas do contexto social e oferecem subsídios para o registro da
diversidade do português brasileiro falado em comunidades de origem afro-brasileiras.

Palavras-chave: Variação lexical. Método geolinguístico. Dialetologia pluridimensional.


Português falado.

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VARIÁVEL DIAÉTNICA NOS DADOS DO ATLAS LINGUÍSTICO -
ETNOGRÁFICO DO VALE DO ACARÁ

Regis José da Cunha Guedes (UFRA)

Resumo: Este estudo constitui-se de realizado a partir do corpus lexical do projeto Atlas
Linguístico-etnográfico do Vale do Acará (ALEVA). Nortearam esse estudo os
pressupostos teórico-metodológicos da Geossociolinguística (RAZKY, 1998) e da
Dialetologia Pluridimensional e Relacional (RADTKE; THUN, 1998). Os dados foram
coletados in loco a partir da aplicação do Questionário Semântico-Lexical (QSL) elaborado
pelo Comitê Nacional do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB, 2001). Foram entrevistados 6
colaboradores em cada um dos seis pontos de inquérito, perfazendo 36 entrevistados,
estratificados por sexo (masculino e feminino) e idade (10 a 12, 18 a 40, e 50 a 75 anos,
todos escolarizados no máximo até o ensino fundamental. Os resultados apontam para a
existência de influência da variável diaétnica na variação lexical registrada a partir do
mapeamento do item lexical libélula.
Palavras-chave: ALEVA. Geossociolinguística. Dialetologia Pluridimensional e
Relacional.

NÃO CONFUNDA ALHOS COM BUGALHOS: PESQUISA EM


FRASEOLOGIA E TERMINOLOGIA NO PROJETO GEOLINTERM

Carlene Ferreira Nunes Salvador (GeoLinTerm/SEDUC/UEPA)


Rejane Umbelina Garcez Santos de Oliveira (GeoLinTerm)

Resumo: Tratar cientificamente a diversidade linguística, sobretudo a que se manifesta no


léxico, nível da língua considerado mais dinâmico, aberto e sensível às mudanças, não
poderia pretender a adoção de uma única perspectiva de estudo, razão pela qual se
convencionou no Brasil agrupar diferentes disciplinas inter-relacionadas sob o guarda-
chuva das ciências do léxico. Assim, em consonância com a proposta do VIII Segel e diante
do significativo aumento de pesquisas de cunho terminológico e, mais recentemente
fraseológico, no âmbito do projeto GeoLinTerm (RAZKY; LIMA; OLIVEIRA, 2010), o
presente simpósio objetiva reunir diferentes pesquisas, concluídas ou em andamento, na
Terminologia e/ou na Fraseologia, para que se possa levantar a bandeira da socialização
dessas investigações e a consequente divulgação dessas áreas de investigação no Brasil,
criando-se um círculo de discussão a partir da apresentação de resultados parciais ou finais
de pesquisas que tenham, como objeto de estudo, a descrição e a análise terminológica e/ou
fraseológica de língua portuguesa na Amazônia, seja em uma perspectiva teórica, seja em
uma perspectiva aplicada e/ou contrastiva. Desse modo, convidam-se pesquisadores,
alunos de pós-graduação, de graduação e público em geral interessados pelas temáticas que
envolvem o arcabouço fraseoterminológico a contribuir com relatos de trabalhos oriundos
de suas pesquisas, assumindo-se a perspectiva fraseológica francesa de Mejri (1997, 2012),
o que não impede que haja a contribuição de pesquisadores de outras escolas, além da
orientação terminológica. Espera-se, portanto, que os trabalhos inscritos apresentem
critérios metodológicos adotados em pesquisas realizadas e façam a relação da
Terminologia/Fraseologia contemplando as contribuições da própria Fraseologia ou de
disciplinas com as quais costuma interagir.

Palavras-chave: Fraseologia. Terminologia. GeoLinTerm. Pesquisas na Amazônia.

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FRASEOLOGISMOS EM TRÂNSITO: TOMA LÁ, DÁ CÁ! O JOGO
FRASEOLÓGICO ENTRE O FUTEBOL E OUTROS DOMÍNIOS

Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA/SEDUC)

Resumo: Esta comunicação, recorte da tese de doutoramento de Salvador (2017), tem por
objetivo apresentar exemplos de fraseologismos oriundos do futebol que circulam com alta
produtividade em outros domínios, tais como abrir o jogo, no sentido de falar a verdade, bola
cheia, em referência à pessoa que está em posição social de destaque, pisar na bola, com o
significado de cometer um erro, assim como mostrar casos em que outros domínios
discursivos “emprestam” fraseologismos que passam a ser usados de forma corrente no
domínio futebolístico, como é o caso de batalha campal ao estabelecer a relação de jogo
árduo, difícil, o qual é oriundo do domínio bélico. Para tanto, a teoria adotada está em
consonância com a corrente francesa de fraseologia substanciada por Mejri (1997; 2012),
em que o autor tunisiano aponta propriedades básicas que podem ser reconhecidas no
processo de identificação de tais unidades, a saber: polilexicalidade, fixidez, congruência,
frequência, previsibilidade e idiomaticidade, para ele, um candidato a unidade fraseológica
precisa de apresentar pelo menos três dessas características para que se possa afirmar tratar-
se de um caso de fraseologismo. Neste contexto, a metodologia utilizada para a composição
da amostra da tese supracitada, seguiu além da constituição do corpus original a etapa de
aplicação de testes em que se verificou o caráter fraseológico ou não das unidades sob
análise. Os resultados observados mostram que ao mesmo tempo em que o futebol fornece
fraseologismos aos outros domínios, observe-se o caso de quem não faz leva, no sentido de
desperdiçar a chance de fazer o gol e em seguida terminar por levar o tento da equipe
adversária, também empresta exemplo tal qual tem peixe na rede, indicação de gol feito,
emprestado do setor pesqueiro.
Palavras-chave: Fraseologismos. Corrente francesa. Futebol. Domínios discursivos.

O MÃO DE VACA FAZENDO-SE JUS NOS DADOS DA VARIAÇÃO


SEMÂNTICO-LEXICAL DE TUCURUÍ

Cecília Maria Tavares Dias (UFPA)

Resumo: O presente trabalho insere-se na perspectiva de descrever os exemplos de


fraseologismos que aparecem nos dados obtidos da aplicação do QSL (Questionário
Semântico-Lexical do ALiB), aplicado em Tucuruí, município localizado no sudeste
paraense, na Dissertação de Dias (2016). A autora aborda um estudo realizado sobre a
variação lexical na fala dos moradores dessa localidade. Os resultados obtidos registram a
riqueza semântico-lexical da região e espera contribuir para o reconhecimento da variação
linguística no ensino de língua, bem como para o conhecimento e o fortalecimento da
formação da identidade cultural do povo dessa região. Quanto às unidades fraseológicas,
salienta-se o “mão de vaca” nos parcos resultados obtidos. O embasamento teórico, neste
artigo, remete aos postulados da Sociolinguística e um breve panorama sobre as duas
grandes correntes, de pesquisadores que se dedicam aos estudos fraseológicos: os
seguidores da corrente espanhola e os da corrente francesa. A primeira trata da constituição
dos provérbios e a relação emprego e compreensão pelos usuários de uma língua natural; e
a segunda, segue a corrente francesa, adotada por Salah Mejri (1997).
Palavras-chave: Sociolinguística. Variedade lexical. Fraseologia.

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FRASEOLOGIA E POLÍTICA BRASILEIRA: A COBRA FUMOU, ATOLOU-
SE ATÉ O PESCOÇO E FICAMOS EM FRANGALHOS?

Davi Pereira de Souza (UEPA/PPGL-UFPA)


Orientador: Prof. Dr. Abdelhak Razky (UFPA/UnB)

Resumo: Neste trabalho apresentamos um recorte da pesquisa de mestrado de Souza


(2018), que constitui a primeira dissertação na área dos estudos fraseológicos no estado do
Pará, no âmbito do projeto Geossociolinguística e Socioterminologia (GeoLinTerm).
Trata-se do glossário de fraseologismos utilizados no discurso político brasileiro, que foi
elaborado a partir de um corpus de 570 textos escritos sobre política do qual foram
selecionados 438 fraseologismos. Desse conjunto de unidades inventariadas, uma parte
significativa remete ao contexto de crise política, econômica e de valores. Neste sentido, os
objetivos do presente trabalho consistem basicamente em identificar, descrever e analisar
os fraseologismos e seus respectivos contextos que aludem a esse cenário de crise na/da
política, a partir do referido corpus, que foi constituído por textos provenientes de blogs ou
websites de 4 (quatro) colunistas que assinam matérias sobre política nas revistas Isto é, Época,
Carta Capital e no jornal Folha de São Paulo, tendo sido escolhido um colunista por periódico.
Os textos foram publicados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016. Quanto ao
referencial teórico, o trabalho ancorou-se na abordagem francesa da Fraseologia, sobretudo
na perspectiva de Salah Mejri (1997, 1998, 1999, 2002, 2005, 2010, 2011, 2012, 2018) e, nos
estudos de Dorna (1995) e Charaudeau (2006), no que tange à política e ao discurso político.
Os resultados demonstram que o tema da crise enseja o uso de inúmeros fraseologismos,
como a coisa está feia, apertar o cerco, apertar o cinto, até a medula, dentre outros.

Palavras-chave: Fraseologia. Discurso político. GeoLinTerm.

AS UNIDADES FRASEOLÓGICAS EM BACABAL: O QUE MOSTRAM OS


DADOS DO PROJETO ALIB NAS ÁREAS SEMÂNTICAS CICLOS DA VIDA E
CONVÍVIO E COMPORTAMENTO SOCIAL

Nádia Letícia Pereira Silva (UFMA)

Resumo: Este trabalho, recorte de uma dissertação de mestrado em andamento, apresenta


resultados da investigação de unidades fraseológicas (UFs) referentes às áreas semânticas
ciclos da vida e convívio e comportamento social, com base nos dados do Atlas Linguístico
do Brasil (ALiB). Busca-se: (i) investigar a presença de UFs no corpus selecionado; (ii)
averiguar sua produtividade em termos de frequência de uso; e (iii) examinar a
dicionarização dessas UFs em dicionários gerais da língua portuguesa e especializados. A
pesquisa segue dois vieses teórico-metodológicos: fundamenta-se nos princípios da
Geolinguística Pluridimensional, em especial Cardoso (2010), em que o registro dos dados
acomoda os parâmetros diatópicos, diageracionais, diassexuais e diastráticos, e da
Lexicologia, com suporte teórico em Mejri (1997; 2012; 2017; 2018), Sfar (2016) e Gross
(1996), para tratar das questões relativas aos fraseologismos, segundo a perspectiva
francesa. Este recorte contempla Bacabal, situado na mesorregião Centro Maranhense, um
dos municípios que integra a rede de pontos linguísticos do ALiB. Vale destacar que
Bacabal foi um dos primeiros centros produtores agrícolas do Estado e recebeu um número
significativo de imigrantes, o que contribuiu para o hibridismo de identidades, que se reflete
na língua. Tem-se, portanto, um total de quatro informantes, todos com o ensino

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fundamental incompleto e estratificados por sexo – homem e mulher; idade – faixa etária
I, de 18 a 30 anos, e faixa etária II, de 50 a 65 anos. Os resultados evidenciam: (i)
particularidades regionais e socioétnicas da localidade investigada, a exemplo das UFs corno
baladeiro, corno geladeira, (ii) a frequência de UFs no processo denominativo, o que leva a
um uso expressivo de unidades monolexicais, a exemplo de sovina, para denominar aquela
pessoa que não gosta de gastar seu dinheiro, e (iii) a improdutividade de UFs para
denominar, por exemplo, aquela pessoa que deixa suas contas penduradas.

Palavras-chave: Unidades fraseológicas. Fraseologia. Projeto ALiB. Projeto VALEXTRA.

POR QUE NO BALCÃO FRIGORIFICADO A GENTE SÓ ENCONTRA PA,


PICADINHO E MARICA FRESCA SE PREFERIMOS CARNE DE PRIMEIRA
DO QUE CARNE DE SEGUNDA?

Rejane Umbelina Garcez Santos de Oliveira (GeoLinTerm)


Abdelhak Razky (UFPA/UnB)

Resumo: Este estudo constitui parte das pesquisas de construção da tese de doutorado O
LÉXICO ESPECIALIZADO DO CORTE BOVINO: UMA ABORDAGEM
TERMINOLÓGICA E TERMINOGRÁFICA e objetiva o registro de fraseologismos
escritos e orais em uso na Cadeia Produtiva do Corte Bovino no Pará. Justifica-se tal
pesquisa devido à inexistência de obras terminológicas e terminográficas na Amazônia, às
diversidades denominativas no domínio em estudo e seus respectivos sub-domínios,
especificamente, nas atividades técnico-científicas e às trocas de informações ou, a
comercialização dos produtos e dos serviços não ocorrerem de forma homogênea, o que
em grande parte depende da apropriação que cada um faz desse léxico especializado. O
corpus investigado é oriundo de Oliveira (2018) e formou-se com textos de gêneros
diversos, orais, impressos como produto de questionários e entrevistas aplicadas. Os textos,
após a seleção e digitalização, foram submetidos ao Word Smith Tools 7.0 para extração de
possíveis candidatos a fraseologias especializadas no domínio do corte bovino, e,
posteriormente, às formas listadas foram aplicados os critérios que as classificaram de
acordo com o grau de cristalização. As orientações teóricas adotadas foram a partir das
diretrizes de Mejri (1997, 1998, 2000, 2005, 2010 e 2012). Portanto, esta pesquisa atendeu
aos estudos fraseológicos desenvolvidos no estado do Pará, de acordo com o projeto
Geossociolinguística e Socioterminologia (GeoLinTerm); aos princípios da
Socioterminologia, além de corroborar a concepção de que as atitudes linguísticas
assumidas pelos que utilizam esse léxico especializado denotam a identidade de diferentes
grupos de profissionais, ainda que da mesma área de atividade, o que, pelo menos em parte,
justifica o paraense preferir o picadinho à carne moída; a cabeça de lombo ao patinho ou a
carne de primeira à carne de segunda.

Palavras-chave: Corte Bovino. Léxico Especializado. Cristalização. Fraseologismo


Especializado.

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LEXICOLOGIA, TERMINOLOGIA E AS LÍNGUAS DE SINAIS: UM
TRILHAR NO UNIVERSO LINGUÍSTICO E TRADUTÓRIO

Patrícia Tuxi dos Santos (UnB)

Resumo: A Lexicologia e a Terminologia no universo das línguas de sinais hoje


representam áreas consolidadas tanto no campo da Linguística como dos Estudos da
Tradução e da Interpretação. Este fato reflete o que hoje a linguagem de especialidade
evidência nos discursos sociais, como forma de organização e pensamento do
conhecimento científico e tecnológico hoje existente. Um exemplo, são as relações
semânticas lexicais como hiponímia e meronímia que refletem as relações conceituais
hierárquicas de tipo e parte de, respectivamente. Há também relações semânticas não
hierárquicas de agência, causa, resultado e localização dentre outras, que enriquecem a
representação conceitual de unidades de conhecimento especializadas. Tais relações são
estudadas através da análise de conhecimento ou padrões léxico-sintáticos, que ligam os
termos em uma proposição. Na mesma medida, os estudos da semântica lexical também
precisam de um foco nos Estudos da Tradução onde, o termo de especialidade possui um
vasto campo já explorado pelas Línguas de Sinais e que hoje caminham para a Tradução e
Interpretação das línguas de sinais. Dessa forma esse Simpósio tem como objetivo reunir
pesquisadores que estão desenvolvendo trabalhos nas áreas de Linguística da Língua de
Sinais e Estudos da Tradução e Intepretação das línguas de sinais, com foco em Lexicologia,
Terminografia em interlocução com as Ciências e Tecnologias do Brasil e do Mundo. O
Simpósio reunirá dez pesquisas ligadas ao tema no qual os apresentadores terão de 10 a 15
minutos para realizarem suas apresentações em Libras ou em Língua Portuguesa. A final
de suas apresentações, haverá 5 minutos dedicados às perguntas por parte dos participantes
do simpósio.

Palavras-chave: Lexicologia. Terminologia. Línguas de Sinais.

DIVERSIDADE CULTURAL E FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO


BÁSICA
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (IEMCI/UFPA)
Francisca Maria Carvalho (IEMCI/UFPA)

Resumo: O processo de ensino-aprendizagem traz para discussão diferentes


encaminhamentos, conforme os contextos, nível escolar, sujeitos e objetos de ensino.
Assim, ao pensarmos na Educação Básica, precisamos levar em consideração os
atravessamentos e singularidades que contextualizam o trabalho com a língua e
mobilizações dos saberes que podem ser mobilizados em se tratando das diferentes regiões.
Nesse sentido, a Formação docente inicial e continuada implica a discussão que perpassa
pela diversidade cultura, metodologias e perspectivas que favorecem os avanços dos alunos.
Por isso, este simpósio objetiva analisar quais aspectos inseridos nas práticas docentes
favorecem o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Trabalhos que visibilizem tais
práticas na interface com as diferentes áreas do conhecimento, gêneros
textuais/discursivos, com as Novas Tecnologias, estratégias de ensino favorecendo a
perspectiva da inclusão e da variação social de L1 e de L2 serão aceitos levando-se em conta
que a Formação docente precisa favorecer os diferentes tipos de mediação.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem; Inclusão; Formação docente; Variação social.

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A PRODUÇÃO TEXTUAL E A REIVINDICAÇÃO COLETIVA NO GÊNERO
CARTA ABERTA
Ecilia Braga de Oliveira (UFPA)
Rita de Cassia Damasceno Barbosa (UFPA)
Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (UFPA)

Resumo: A reflexão sobre a prática docente e a qualidade da produção textual dos alunos
foram os aspectos que nortearam o desenvolvimento de uma oficina desenvolvida no
primeiro semestre de 2019 a partir da disciplina “Elaboração de projetos e tecnologias
educacionais” (ProfLetras/UFPA). Por conta disso, o presente trabalho objetiva mostrar a
receptividade dos participantes da oficina sobre produção textual a partir da aprendizagem
baseada em problema. A carta foi o gênero selecionado e se justificou por favorecer a
reivindicação de um interesse coletivo inserindo-se em uma perspectiva de letramento por
apresentar intenção comunicativa e situações de interação social bem definidas. Além de
poder ser usado em situações de reivindicação, protesto, conscientização e alerta acerca de
situações que incomodem a população, o que torna o seu aprendizado necessário ao
exercício da cidadania. O texto, como materialização máxima da língua e resultante de uma
interação social representa os lugares sociais dessa interação; numa perspectiva decolonial
de educação, significa dar visibilidade e voz a sujeitos que produzem conhecimentos
“outros”. Os estudos selecionados para esta fase de investigação foram: Bakhtin (2004),
Koch (2014), Freire (2018), Braga (2013), Antunes (2013) e Xavier (2011). A metodologia
partiu de situações contextualizadas da realidade concreta dos alunos, com atividades de
escrita, leitura e reescrita, aliadas a tecnologias digitais, associando os saberes curriculares
com a experiência social o que, segundo a pedagogia da autonomia, resulta na produção do
conhecimento novo. Podemos dizer por fim que a produção textual na perspectiva da
aprendizagem baseada em problemas proporciona aprendizagens críticas, reflexivas e
significativas para o aluno.

Palavras-chave: Aprendizagem. Leitura. Escrita. Tecnologias digitais. Práticas sociais.

A CONSTRUÇÃO DE GLOSSÁRIO DOS TERMOS AGRÍCOLAS COMO


MEDIAÇÃO DA ESCRITA DE ALUNOS DO CAMPO
Helena do Socorro Damasceno Palheta Borges (UFPA)
Resumo: O presente trabalho trata das dificuldades de leitura e escrita de textos de alunos
da Escola do Campo. O objetivo geral da pesquisa consiste em descrever os principais
problemas de escrita dos alunos e construir uma proposta didático-pedagógica para se
enfrentar essa realidade. Como se sabe, as atividades de leitura e escrita envolvem processos
sociocognitivos complexos e exigem domínios de habilidades (igualmente complexas) que
se adquirem e se desenvolvem por meio de práticas linguísticas que favoreçam a
conceptualização e a verbalização do mundo. Tais práticas linguísticas envolvem, por
exemplo, a observação e a reflexão sobre as coisas do mundo, a produção de texto (oral e
escrito), a reescrita e a reelaboração discursiva, a sintetização e o desenvolvimento de
tópicos temáticos, a reflexão metalinguística. Neste presente trabalho, portanto,
apresentamos uma proposta de intervenção, embasada (dentre outros) na Pesquisa-ação
(cf. THIOLLENT, 2008) e na Sociolinguística Educacional (cf. BORTONI-RICARDO,
2004, 2008, 2014), que usa como estratégia a elaboração de um glossário especializado dos
termos das atividades agrícolas da Escola do Campo. A pesquisa e a intervenção foram
desenvolvidas juntamente com os alunos do sexto/sétimo ano, na Escola Municipal

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Agrícola de Barcarena-PA, e compreendem as seguintes etapas metodológicas: (i)
Observação diagnóstica; (ii) Identificação e análise dos problemas de escrita; (iii)
Apresentação dos resultados; (iv) Processo de produção de textos a partir do gênero
verbete; (v) Elaboração de fichas catalográficas; (vi) Coleta e seleção dos dados; e (vii)
Organização de um glossário ilustrado com processos e termos das atividades agrícolas da
Escola, o qual foi a culminância da proposta de intervenção e que servirá como material
didático na escola.

Palavras-chave: Educação do Campo e ensino de língua. Sociolinguística educacional.


Léxico especializado e ensino.

A ESCRITA ACADÊMICA: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Ana Lúcia da Silva Brito (UFPA)

Resumo: Este trabalho consiste no recorte de uma Dissertação de Mestrado do Programa


de Mestrado em Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino – UFPA. Trata-se de
uma pesquisa qualitativa. O intuito é apresentar os resultados da implementação de uma
Sequência Didática, produto da referida Dissertação, numa turma do Programa de Cursos
de Nivelamento da Aprendizagem em Ciências Básicas para Engenharias (PCNA) do
Instituto de Tecnologia/UFPA. A Sequência Didática em questão buscou promover o
desenvolvimento de habilidades de escrita do gênero textual fichamento. Como
pressupostos teóricos, utilizou-se Bakhtin (2003), Marcuschi (2005), Campos (2015), Rocha
et al (2017) e Weg (2006) e Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Analisamos onze produções
iniciais e onze produções finais, cujos resultados demonstraram um significativo avanço na
proficiência dos aprendizes na escrita do fichamento de resumo, revelando que a SD,
enquanto metodologia ativa, pode contribuir com o processo de ensino e aprendizagem da
língua materna em contexto acadêmico diverso.

Palavras-chave: Escrita Acadêmica. Sequência Didática. Fichamento.

A NECESSIDADE DA REESCRITA E DA MEDIAÇÃO A PARTIR DOS


ESTUDOS DIALÓGICOS: O ENSINO DOS GÊNEROS DISCURSIVOS NO
ENSINO FUNDAMENTAL II

Adriano Nascimento Silva (UFPA)


Josyan Wesley da Silva Soares (UFPA)

Resumo: Ao longo dos últimos anos, muitos estudos abordaram sobre gêneros
discursivos, o que é importante para a realização de práticas mais abrangentes no processo
de ensino-aprendizagem, devido aos discentes utilizarem com frequência. Com isso, é
importante ressaltar a necessidade de relacionar os estudos acerca desses gêneros com a
práxis ensino/aprendizagem na sala de aula, a fim de elaborar propostas e metodologias
satisfatórias no trato com gêneros discursivos, para que eles sejam produzidos, reescritos e
lidos. Nesse sentido, este trabalho foi construído com o objetivo de evidenciar a
importância do estudo dos gêneros, com foco na análise das produções a partir da interação
professor-aluno. Além disso, vale ressaltar a inserção da metodologia da reescrita de textos,

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uma vez que a escrita e reescrita são processos somados, além de serem entendidos como
um fator para que muitos alunos eliminem a quantidade de erros escritos. O trabalho,
ancorado na Análise Dialógica do Discurso (BRAIT, 2006), pauta-se nos estudos do
Círculo de Bakhtin, além de Menegassi com suas contribuições relevantes ao estudo da
produção textual dialógica (MENEGASSI, 2016; MENEGASSI; GASPATOTTO, 2019)
“que possibilita interação entre professor e aluno, apresenta um carácter explicativo e leva
o aluno à reflexão sobre o aspecto que foi destacado. Ao empregar essa correção que se
trata da abordagem mais completa de revisão textual-interativa”. A metodologia consta da
coleta de 32 textos dos alunos do Ensino Fundamental II para serem analisados na
perspectiva discursiva e revisão. Após isso, os textos foram devolvidos aos discentes para
a reescrita. Nesse sentido, compreende-se que não é uma produção sem mediação, mas
uma relação de mediação professor-aluno diante do texto e os efeitos de sentido das
relações dialógicas nos processos de revisão e reescrita, e evidenciar a importância da
interação no processo de ensino-aprendizagem de gêneros discursivos.

Palavras-chave: Gêneros discursivos. Linguística textual. Ensino. Texto. Reescrita.

ASPECTOS INTERCULTURAIS NO LIVRO DIDÁTICO “CERCANÍA


JOVEN”

Sarah Elizabeth de Menezes Teixeira (IFPA)

Resumo: O ensino de língua estrangeira em qualquer espaço pedagógico não pode levar
em conta somente os aspectos comunicativos e linguísticos, mas também apresentar
elementos interculturais. Desta forma, o objetivo deste estudo é analisar o Livro Didático
(LD) Cercanía Joven, adotado por diversas instituições públicas e particulares do país para
o ensino de Língua Espanhola. O foco principal da pesquisa é a abordagem intercultural
apresentada no LD em questão, com base nos aspectos educacionais propostos pelas
OCEM (BRASIL, 2016), que prescreve o ensino de línguas estrangeiras a partir de uma
postura crítica e transformadora, com base no conceito de interculturalidade de Crawford-
Lange e Lange (1984) , Kramsch (1993), Walsh (2003) entre outros. A pesquisa possui
abordagem qualitativa, tratando de pesquisa bibliográfica quando analisa LD como
documento, além de legislação pertinente. O resultado apresenta que diversas atividades
propostas pelos autores do LD, estão voltadas para uma competência intercultural,
indicando um diálogo entre a língua materna e a língua em estudo, além de fortalecer o
desenvolvimento de letramento.

Palavras-chave: Livro Didático. Espanhol como língua estrangeira. Interculturalidade.

CURRÍCULO ESCOLAR E SABERES MẼBÊNGÔKRÉ KAYAPÓ: AS


ALTERIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SITUAÇÕES DE BILINGUISMO
EM ESCOLAS DE SÃO FÉLIX DO XINGU-PA

Michelly Silva Machado (PPGDS-GOELDI)

Resumo: O presente trabalho consiste em um estudo inicial sobre as alteridades entre o


currículo escolar e os saberes Mẽbêngôkré Kayapó, desvelando as singularidades na

48
educação básica, em contextos de bilinguismo, de escolas estaduais de São Félix do Xingu-
Pa. A pesquisa partiu de observações do cotidiano de algumas escolas durante o
acompanhamento de disciplinas de estágio pedagógico de língua portuguesa, em que se
observou os desafios do processo de ensino e aprendizagem em contextos de bilinguismo.
Diante disto, tentou-se compreender: (i) os desafios das práticas educativas interculturais
na educação básica; (ii) os desafios do trabalho docente no contexto educacional de
bilinguismo (português - Mẽbêngôkré); (iii) a permanência dos alunos indígenas nas escolas
estaduais. Trata-se de um estudo sobre as singularidades que caracterizam a educação básica
na região do Médio Xingu em suas diversas faces, tais como: currículo escolar e saberes
tradicionais. Como pressupostos teóricos e metodológicos utilizamos os estudos de
Chartier (1990), Duranti (1997) e Hall (2003). Sobre as leituras referentes aos Mẽbêngôkré:
Turner (1992), Salanova (1996) e Saidler (2017). Sobre as relações entre currículo, saberes
e sociedade, os estudos de Chauí (1994), Benchimol (1998) e Perrelli (2008).

Palavras-chave: Currículo. Alteridade. Bilinguismo. Mẽbêngôkré Kayapó.

O PONTO E A VÍRGULA NAS PRODUÇÕES ESCRITAS E NA


ORIENTAÇÃO DA LEITURA DE ALUNOS DO FUNDAMENTAL MAIOR

Josiane Dias de Azevedo (Mestranda em Letras (UFPA)


Resumo: Este trabalho é a realização de um projeto de dissertação do Programa de
Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS/UFPA. Para sua realização, foram
desenvolvidas atividades orais e escritas em uma turma de 7º ano de uma escola pública do
município de Abaetetuba-PA, objetivando constatar quais as dificuldades dos alunos em
relação à compreensão e ao uso da vírgula e do ponto. Com a ajuda do programa
VARBRUL, verificou-se o peso dos fatores sociolinguísticos no condicionamento das
dificuldades observadas e, em seguida, elaborou-se uma proposta de intervenção didático-
pedagógica para auxiliar professores e alunos. Como referencial teórico, tem-se
contribuições de Kail (2013), sobre a aquisição da linguagem; Fayol (2014), quanto à
aquisição da escrita; Marcuschi (2008), acerca da oralidade, relacionada ao letramento e às
práticas sociais; e Antunes (2003), quanto à importância de se abordar a pontuação de forma
reflexiva e vinculada à oralidade. Esta pesquisa apresenta metodologia de natureza
descritiva/quantitativa e analisa textos dos gêneros fábula, relato de experiência e texto de opinião,
além de um teste de percepção e uma atividade oral. Observou-se que, no gênero fábula, os
alunos não apresentaram muita dificuldade em usar a pontuação indicadora de diálogo,
entretanto a vírgula e o ponto, em muitos momentos, não foram utilizados ou o foram de
forma problemática, fato que se repetiu em todos os gêneros trabalhados, com maior
incidência no relato de experiência e menor incidência no texto de opinião. Constatou-se
que os meninos têm mais dificuldades que as meninas em usar a vírgula e o ponto e em
perceber os sentidos que a alteração na pontuação do texto proporciona. Considera-se que
tais dificuldades se devam, em parte, porque a pontuação ainda é trabalhada de forma
prescritiva, descontextualizada e desvinculada de atividades de leitura e produção textual.

Palavras-chaves: Uso da pontuação. Oralidade e escrita. Ensino de Gramática.

49
PROPAGANDAS DE VIOLÊNCIA SIMBÓLICO-REGIONAL CONTRA A
MULHER: DISCURSO E IDENTIDADE NA ESCOLA

Tatiara Ferranti Nery (UFPA)

Resumo: Este estudo é resultado da dissertação de Mestrado Profissional em Letras


(ProfLetras/UFPA), que discorre acerca dos discursos produzidos por alunos do 9º ano do
Ensino Fundamental de uma escola municipal de Moju (PA), a partir da realização de
atividades de escrita e leitura de campanhas publicitárias oficiais sobre violência física a
simbólico-regional contra a mulher, a exemplo do escalpelamento, comum na Amazônia
paraense. Portanto, ao estabelecer a relação entre propaganda, violência, identidade, gênero,
discurso e ensino, o objetivo principal da pesquisa é ampliar a visão crítica do estudante a
respeito da temática e incentivar o protagonismo estudantil no que concerne às mudanças
das relações sociais de cunho violento e discriminatório. Com base nos pressupostos da
Análise do Discurso de linha francesa, mais especificamente nas concepções de Foucault
(2008) e Pêcheux (2002), e nos preceitos teóricos sobre identidade, difundidos por Hall
(2002) e Bauman (2005), pretende-se, mais especificamente: 1) refletir de que maneira o
sujeito aluno posiciona-se diante da temática feminina e da violência simbólica-regional e
de gênero; 2) analisar como os estudantes constroem sentidos e inscrevem suas identidades
sociais e culturais acerca da problemática do gênero a partir das leituras de campanhas
publicitárias oficiais sobre o combate à violência contra a mulher; e 3) compreender quais
as leituras dos alunos a respeito do discurso dos anúncios publicitários. Nesse sentido, o
desenvolvimento de uma pesquisa-ação de caráter qualitativo foi importante para subsidiar
de forma mais eficaz os estudantes no processo de compreensão e produção de campanhas
publicitárias, construindo nos discentes leitores um olhar mais crítico da realidade e o
combate à violência contra a mulher. Por fim, a partir da análise em curso de uma proposta
de intervenção desenvolvida na escola, verificou-se a desconstrução de discursos que
prezam pela desigualdade e discriminação que marginalizam e oprimem o gênero feminino
e que são historicamente reproduzidos contra a mulher.

Palavras-chave: Discurso. Identidade. Ensino. Propagandas. Violência contra a Mulher.

QUEM É ESSE SUJEITO? UMA ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE A


INDETERMINAÇÃO DO AGENTE

Missilene Silva Barreto (UFPA)

Resumo: Objetivamos apresentar os resultados de uma pesquisa sobre os recursos


linguísticos usados para indicar sujeito indeterminado. Trata-se de uma pesquisa qualitativa,
cujos dados foram coletados a partir de livro didático, textos modelares e 7 produções
textuais de alunos do 7º ano do ensino fundamental de uma escola pública de Macapá-AP.
A análise foi realizada a partir de estudo bibliográfico, levantamento de recursos linguísticos
com sentido de indeterminação do agente em textos modelares e nos textos discentes;
reflexões sobre os efeitos de sentidos evocados pelos recursos linguísticos e as motivações
dos sujeitos ao usarem formas distintas de indeterminação do agente. Para tanto, buscamos
respaldo nos aportes teóricos de Travaglia (2004); Bechara (2003); Perini (2010); Abaurre
(2013). Os resultados indicam que as formas oficiais para sujeito indeterminado não
correspondem ao que o falante usa em seu cotidiano para indicar sentido de indeterminação

50
do agente; os falantes pouco usam as formas de sujeito indeterminado, conforme a
gramática normativa, em contexto de letramento; a terminologia sugerida como mais
adequada é indeterminação do agente.

Palavras-chave: Sujeito indeterminado. Indeterminação do agente. Efeitos de sentido.

RESUMOS SESSÃO LIVRE

UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE “ERROS” FONOLÓGICOS,


MORFOLÓGICOS E SINTÁTICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Maria Sebastiana da Silva Costa (UFPA/CAPES)


Resumo: O presente trabalho tem por objetivo descrever os “erros” ortográficos de cunho
fonológico, morfológico e sintático encontrados em quarenta redações escritas por alunos
da turma do 6º e 7º ano da Escola Municipal Santinho Cóhen, localizada na vila de Carapajó,
distrito do município de Cametá, afim de constatar quais as maiores dificuldades que estes
alunos encontraram na produção de textos escritos com relação a essas desobediências. O
embasamento teórico está pautado em autores como Bagno (2009), Bortoni-Ricardo (2004)
e Mattos e Silva (2004). Ao todo foram coletadas quarenta redações de alunos do ensino
fundamental maior da Escola Santinho Cóhen. Após a coleta das produções textuais, deu-
se início a investigação dos desvios ortográficos. Neste momento, anotou-se cada “erro”
encontrado nas redações em folhas separadas, e por categorias (fonético, morfológico e
sintático) em seguida calculou-se o percentual de cada categoria, depois fez-se a contagem
por subcategorias e aplicou-se a regra de três simples para a retirada da porcentagem, com
uma margem de erros de apenas 1%. Já de posse dos resultados, deu-se início a descrição
e análise dos resultados. Para uma melhor descrição dos dados, criou-se tabelas e gerou-se
gráficos. Os resultados demonstraram que os desvios ortográficos de caráter fonológico,
do tipo transposição da fala para escrita, com 50% de ocorrência no 6º ano e 60% no 7º
ano, são mais frequentes que o morfológico e sintático, ambos apresentaram percentual
abaixo de 30% de ocorrência nas séries iniciais do ensino fundamental maior. Uma possível
explicação para o índice da presença de marcas da fala na escrita é o fato de que os alunos
encontram dificuldades em deixar de transpor suas marcas fonológicas na escrita, talvez
pela diversidade que tem a fala, Bortoni-Ricardo (2008).
Palavras-chave: “Erros” ortográficos. Variação. Ensino.

LÍNGUA DE SINAIS E OS SIGNOS EMERGENTES DE JOVENS DO


ENSINO MÉDIO

Leila saraiva mota (UFRA)


Ana Paula Souza Vieira (UFPA)
Arlete Marinho Gonçalves (UFPA)

Resumo: O presente trabalho tem por finalidade analisar os signos emergentes utilizados
pelos jovens surdos do ensino médio, observar e registrar os sinais emergentes
apresentados pelos alunos como elementos de um mapeamento linguístico. O estudo tem
como referencial teórico metodológico as Teorias das línguas emergentes e literatura

51
(VILHALVA, 2006; FUSELLIER, 2016) do tipo cultural, Estudos Surdos, Antropológicos
e Linguísticos (LANE, 1992; WRIGLEY, 1996; STROBEL, 2008; 2009; PERLIN, 2003;
SKLIAR, 2013, QUADROS, 2004, KARNOPP, 2004). A metodologia adotada será de
cunho descritivo e analítico. A abordagem é quanti- qualitativo. O lócus será as escolas de
ensino médio do município de Bragança. Os sujeitos serão um grupo de alunos Surdos de
15 a 29 anos de idade, matriculados regulamente na educação básica. As técnicas a serem
utilizadas serão o questionário semiaberto, a entrevista e a Técnica de Associação Livre de
Palavras. Nesse primeiro momento foi realizado um mapeamento (segue um gráfico e uma
tabela com mapeamento de surdos e deficiente auditivos) em quais escolas os surdos estão
matriculados no município de Bragança. Desse modo, a presente pesquisa se propõe a
apresentar um mapeamento da existência de línguas de sinais emergentes nas relações entre
os jovens surdos ensino médio de Bragança. Esse estudo dos sinais emergentes que se
deseja pesquisar não objetiva apresentar apenas os registros sobre as línguas padrão, mas
também, e, sobretudo, procura realizar um levantamento de como se apresenta atualmente
o uso desses sinais emergentes e, até mesmo, a história da produção desses sinais para que
se possa fazer o registro científico sobre a situação linguística da região de Bragança/Pá. A
comunidade surda brasileira só teve o reconhecimento linguístico no ano de 2002 através
da lei 10.436/2002, embora a educação de surdos tenha iniciado no segundo império
(1857), no Brasil existem também outras línguas de sinais que são raramente registradas;
Sendo tais línguas, como as línguas de sinais indígenas, praticadas pelos índios surdos
existentes em diversas comunidades indígenas do país, onde cada uma delas traz consigo
características culturais e linguísticas variadas. Registrar a língua de sinais brasileira e as
línguas de sinais indígenas, pois, embora o Brasil conte com 225 etnias indígenas que falam
170 línguas orais, há apenas uma língua de sinais registrada – a LSK (Língua de Sinais
Kaapor) –, cuja existência é mencionada apenas em dicionários ou mesmo em sites. A
Educação hoje trata a língua portuguesa como se fosse à única língua do País, mesmo que
existam diversas publicações sobre as diversas línguas indígenas e uma legislação da língua
de sinais. (Vilhalva, 2009). Os sinais emergentes, também conhecidos como sinais caseiros,
são essenciais quando vistos como comunicação natural usada em um espaço familiar ou
social. Porém a política linguística existente em nosso país invisibiliza esses grupos
minoritários. De acordo com Calvet a política linguística é importante porque pode equipar
uma língua e os estudos dos sinais emergentes poderá contar com o planejamento
linguístico no qual estarão envolvidos a criação de sinais, os empréstimos linguístico s e os
acréscimos no vocabulário existente. No campo de identificação de novas línguas, as que
denominamos de línguas emergentes, conforme Supalla, o que se busca fazer são descrições
que oferecem uma interpretação “de perto e de dentro”.

Palavras chaves: surdez, línguas emergentes, signos.

CARACTERIZAÇÃO PROSÓDICA DA VARIEDADE FALADA EM


OIAPOQUE-AP: DESCRIÇÕES PRELIMINARES

Suzana do Espírito Santo Barros (UNIFAP/PPGL-UFPA)


Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA/CNPQ)

Resumo: Este trabalho apresenta resultados parciais referentes à descrição acústica dos
parâmentros de frequência fundamental (f0), duração (em ms) e intensidade (em dB) de
frases declarativas neutras e interrogativas totais com o objetivo de analisar o padrão

52
prosódico entoacional da fala de Oiapoque. Trata-se de uma amostra da pesquisa
desenvolvida em nível de Doutorado que mapeia, além de Oiapoque, o padrão melódico
de Macapá e Mazagão, inaugurando investigação no nível suprasegmental sobre as
variedades do estado do Amapá (SANTO, em andamento). A pesquisa segue as orientações
metodológicas do projeto internacional Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Românico
– Língua Portuguesa, desse modo, o corpus completo é composto por 102 frases
declarativas e interrogativas totais. O tratamento de dados é feito no programa PRAAT e
os gráficos gerados na interface Matlab. Assim, analisa-se a posição de núcleo entoacional
com os vocábulos oxítono (bisavô), paroxítono (Renato), proparoxítono (pássaro) de 12
frases produzidas por um homem e uma mulher de escolaridade baixa. Busca-se guarida
nos estudos sobre a entoação modal do português brasileiro de Moraes (1998) e Cunha
(2000), os quais afirmam que a sentença interrogativa apresenta entonação ascendente na
sílaba tônica e posterior descendencia (padrão circunflexo) e a declarativa um contorno
descendente no final da sentença. Nossos resultados para a f0 mostram que, em geral, a
interrogativa apresenta frequência baixa na vogal pré-tônica, elevação na tônica e posterior
queda do movimento melódico na pós-tônica, já a declarativa apresenta movimento de
elevação na vogal pré-tônica, queda na tônica com continuidade do movimento de
descendencia até o final da sentença. Sobre o parâmetro de duração, a fala masculina atinge
valores acima de 200ms enquanto que a fala feminina registra valores abaixo de 150ms,
com maiores picos de duração na sílaba tônica das sentenças interrogativas. Quanto à
intensidade, observa-se maior energia despendida para a produção das interrogativas.
Palavras-chave: Fonética acústica. Prosódia. Entoação.

CRENÇAS E ATITUDES DE PARAENSES E CEARENSES SOBRE SUA


FALA

Jany Éric Queirós Ferreira (UFPA/UFRA)


Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar resultados preliminares de um
estudo sobre crenças e atitudes linguísticas, considerando a regra de abaixamento vocálico
das vogais médias pretônicas na variedade linguística falada em zona de contato interdialetal
na Mesorregião Nordeste do Pará (FERREIRA, em andamento). Apesar de Aguilera e Silva
(2014) deixarem claro que investigações de atitudes linguísticas sejam importantes para
complementar o trabalho de descrição sociolinguística, ainda pouco se tem feito sobre
atitudes no PB, sobretudo no português falado no Pará. O trabalho pautou-se nos
pressupostos teórico-metodológicos da Dialetologia Pluridimensional, da Sociolinguística
Variacionista, mas especificamente dos Estudos de Crenças e Atitudes Linguísticas,
(LAMBERT; LAMBERT, 1968; LÓPEZ MORALES, 1993; RADTKE; THUN, 1996;
LABOV, 2008). A amostra foi composta de grupos de migrantes cearenses e de nativos nas
localidades de Aurora do Pará e São Miguel do Guamá, ambas localidades paraenses, tendo
como base uma amostra segundo o parâmetro diatópico (8 informantes de cada localidade),
subdivididos em topostáticos (6 nativos de cada localidade) e topodinâmicos (2 migrantes
cearenses em cada localidade). Esses informantes foram extratificados usando-se os
parâmetros diassexual (4 sexo feminino e 4 sexo masculino) e diageracional (18 a 25 anos e
50 a 65 anos). Os dados foram coletados a partir de entrevistas, divididas em duas partes.
A primeira visou coletar dados de uso das médias pretônicas e foi subdividida em leitura,
resposta ao questionário e narrativa de experiência. A segunda objetivou coletar dados de
crenças e atitudes e se realizou por meio de um questionário quantitativo, com uso da
técnica verbal guise test. O material coletado foi transcrito no programa Praat e segmentado

53
em três níveis (enunciado, palavra-alvo e transcrição fonética). Após isso, foram
constituídos dois corpora, um das médias pretônicas para tratamento estatístico no Golvarb
X, com aplicação e não aplicação do abaixamento, e outro para análise de atitudes
organizados no programa Excel. Os resultados, que foram organizados em tabelas e
gráficos, apontaram que a realização do não abaixamento predomina na região, seguindo a
tendência de outras localidades do Pará (RAZKY et al 2012; CRUZ, 2012). O grau de
formalidade não se mostrou muito importante para o controle das médias pretônicas como
havíamos cogitado. O falar cearense foi o mais bem avaliado, não se configurando,
portanto, uma relação direta entre a realização da média e a avaliação negativa que se faz
desse falar, como se havia cogitado. Na avaliação dos homens e dos adultos (faixa etária de
50 a 65 anos) o dialeto cearense foi privilegiado, enquanto mulheres e os jovens (18 a 35
anos) privilegiaram os dialetos local e de Belém.

Palavras-chave: Variação linguística. Vogais médias pretônicas. Atitude linguística. Crença


linguística.

CRIAÇÃO DE SINAIS-TERMO DO BALLET VAGANOVA EM LIBRAS

Uisis Paula da Silva Gomes (UEPA)


Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva (UEPA)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo geral elaborar os sinais-termo


correspondentes aos passos do Ballet Vaganova: primeira, segunda, terceira posições, Tendu, Plié
e Jeté. Objetivos específicos: identificar a comunicação dos estudantes surdos no momento
da aprendizagem do ballet; identificar se há registro de sinais dos movimentos do Ballet
Vaganova; verificar e registrar quais são os parâmetros necessários para a criação dos sinais-
termos relacionados a cada movimento específico do ballet; sistematizar glossário dos
sinais-termo do Ballet Vaganova. A pesquisa é de natureza qualitativa e descritiva, sendo
realizada em duas etapas: criação e validação dos sinais–termo. A primeira etapa feita em
um ambiente aberto informal, com dez participantes adultos, sendo sete surdos e três
ouvintes; e a segunda ocorreu em sala de dança em uma escola para surdos, com dez
participantes, sendo um adulto ouvinte e nove crianças surdas do quarto ano do Ensino
Fundamental matriculadas na referida escola. Na sessão de criação dos sinais, analisa-se os
movimentos dos passos do ballet Vaganova e, com base nos parâmetros da LIBRAS, criou-
se os sinais-termo. Na etapa de validação dos sinais, ministraram-se quatro aulas para a
turma de crianças surdas a fim de ensinar os sinais-termo. As duas etapas foram registradas
por meio de filmagem e fotografias. Para a criação dos sinais-termo, analisa-se os detalhes
visuais e o nome dos movimentos, e para validação dos sinais, foi criado um ambiente de
ensino-aprendizagem, no qual, através de aulas práticas ministradas por uma profissional
do ballet, ouvinte, usuária do nível básico de Libras, foram ensinados os passos do ballet
para as crianças, utilizando os sinais-termo criados na primeira etapa da pesquisa. Os
resultados demonstraram a importância da criação de sinais-termo para aprendizagem do
surdo no contexto educacional da dança. Como referencial teórico foram utilizados
Faulstich (2014), Tuxi (2017) e Quadros (2004) e seus interlocutores.
Palavras-chave: Ballet Vaganova. Libras. Sinais-Termos.

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DISTINÇÃO CONTÁVEL-MASSIVO EM LÍNGUAS TIMBIRA

Ingryd Moraes de Moraes Lira (PPGL/UFPA)


Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira (UFPA)
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo descrever o comportamento de nomes
contáveis e massivos nas línguas Apãnikrá, Krahô e Pykobjê (Tronco Macro-Jê, Família Jê)
pertencentes ao Complexo Dialetal Timbira juntamente com as línguas Canela Apãniekrá,
Canela Rramkókamekra, Gavião do Pará (Parkateyé), Gavião do Maranhão (Pukobiyé),
Krahô, Krenjê (Kren-yé), Krikatí (Krinkati) (RODRIGUES, 1986). Cruse (2011) afirma
que nomes contáveis apresentam algo como sendo manifestado em unidades discretas,
delimitadas que, em princípio, podem ser contadas; os nomes de massa, por sua vez,
apresentam seu referente como uma massa ilimitada, um material indiferenciado. A
distinção entre os nomes quanto à contabilidade varia de uma língua para outra e evidencia-
se geralmente por meio tanto de aspectos morfossintáticos quanto semânticos.
Considerando estudos desenvolvidos por Alves (2004), Souza (1989) e Amado (2004) a
respeito das línguas supracitadas, respectivamente, procedeu-se a análise de dados oriundos
desses trabalhos para averiguar os critérios utilizados por cada uma para distinguir os
nomes. Os resultados demonstram que a marcação de número e uso de numerais podem
ser considerados como critérios nas referidas línguas, o que é tipicamente comum entre
línguas de marcação de número, conforme Chierchia (2010).

Palavras-chave: Línguas Timbira. Nomes contáveis. Nomes massivos.

MEMÓRIAS DA CIDADE: A TOPONÍMIA DE SÃO LUÍS EM POEMA SUJO,


DE FERREIRA GULLAR

Luís Fernando Ribeiro Almeida (UFPA)

Resumo: Escrito em 1975, em Buenos Aires, Poema Sujo, do escritor maranhense Ferreira
Gullar, é considerado pela crítica como um texto de vanguarda – já no bojo daquilo que se
pode denominar de literatura contemporânea – não só por sua temática, mas pela
organização dos versos. Nesse longo texto, o poeta faz uma espécie de desabafo,
reportando-se aos acontecimentos de sua terra natal, São Luís. Nesse cenário, a partir de
uma linguagem agressiva, mas de uma plasticidade peculiar, o eu lírico apresenta a fisiografia
da capital maranhense: suas ruas, seus cheiros, suas contradições. Nesse aspecto, muitas
situações da vida do autor têm como cenários as ruas do centro histórico da cidade. Com
base no exposto, e alinhando-se aos estudos toponímicos, este trabalho busca analisar os
nomes das ruas apresentadas na composição poética, com o objetivo de indicar qual a
natureza toponímica dos referidos espaços, bem como seu diálogo com a memória da
própria cidade de São Luís – historicamente situada na primeira metade do século XX.
Segundo Bosi (2006, p.473), essa rememoração do eu lírico é “memória-saudade e
memória-desespero”. Como fundamentação teórica, fez-se necessário uma incursão pelos
trabalhos de Dick (1990), Faggion e Misturini (2014) e Marcuz (2016).

Palavras-chave: Toponímia. Literatura. Memória.

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METODOLOGIA APLICADA À CRIAÇÃO DE UM GLOSSÁRIO DE
TERMOS DA ODONTOLOGIA EM LIBRAS: UM RECORTE DO DOMÍNIO
CURSO DE ODONTOLOGIA DA UFPA

Denise Costa Martinelli (UFPA)

Resumo: O objetivo desse trabalho é apresentar a metodologia que foi aplica para a criação
de um glossário com termos da odontologia em Libras para o domínio, curso de
odontologia da Universidade Federal do Pará - UFPA. A partir das minhas atividades de
interpretações em Libras desenvolvidas nas aulas do curso de odontologia, houve a
necessidade de criação de sinais para facilitar o repasse de informações de maneira que a
discente surda pudesse compreende melhor os conceitos, pois o vocabulário em Libras que
corresponde aos termos usados no curso de odontologia ainda é reduzido. Portanto, a
criação espontânea de sinais durante as aulas é recorrente entre intérpretes e a discente
surda. Nesse sentido, percebi que esses neologismos convencionalizados em sala de aula
precisariam ser registrados de maneira formal, por meio de um glossário, para que esses
sinais-termos não fossem esquecidos quando novos surdos viessem a cursar odontologia
na UFPA ou em outras universidades, e, novos intérpretes de Libras que atuarão nesse
contexto pudessem ser auxiliados em suas práticas tradutórias e interpretativas. Este
trabalho mostrará de que forma isso foi realizado. Neologismos são palavras novas em uma
comunidade linguística num dado momento (CORREIA e ALMEIDA, 2012). Esses sinais
se tratam de sinais de uma área específica, trata-se de terminologias (KRIEGER e
FINATTO, 2004). Além disso, o termo “sinal-termo” foi usado para designar um sinal que
compõe um termo específico da Libras (COSTA, 2012). A metodologia para criação do
glossário seguirá as orientações sugeridas por Faulstich (1995) para metodologia para
pesquisa em socioterminologia. Os termos e os sinais-termos estão sendo registrados com
a ajuda do programa de computador lexique pro. Um dos resultados previstos é a criação de
um glossário com no máximo cem sinais-termos usados nas diferentes disciplinas do curso
de odontologia da UFPA.

Palavras-chave: Glossário. Terminologia. Libras. Odontologia.

NO MÊS DE OUTUBRO EM BELÉM DO PARÁ: O AUTO DO CÍRIO NO


VOCABULÁRIO DO CÍRIO DE NAZARÉ

Marcia Goretti Pereira de Carvalho (UFPA/UFSC)

Resumo: O Círio de Nazaré, patrimônio imaterial da humanidade segundo a UNESCO


(2013), não possui ainda um repertório lexicográfico de acordo com procedimentos
técnico-metodológicos adequados à organização da macroestrutura e ao estabelecimento
da microestrutura. Esta proposta de pesquisa almeja compilar as unidades léxicas
relacionadas ao Círio de Nazaré conforme os ditames da Lexicografia, sub-ramo da
Linguística Aplicada, que estabelecem os fundamentos do compêndio de vocábulos
especializados/especiais. Justifica-se, então, a proposta da elaboração de uma obra
lexicográfica especializada. O objetivo desta comunicação é apresentar vocábulos referentes
a manifestações culturais presentes no Círio como o Auto do Círio. A principal procissão
do Círio é realizada no segundo domingo de outubro, em Belém do Pará, mas há outros

56
eventos, antes e depois desse domingo, com elementos culturais e sociais próprios dos
paraenses como a culinária, o artesanato local e as manifestações culturais populares. Essa
breve apresentação se baseia em pesquisa de documentação específica para compor a
nomenclatura do vocabulário dessa manifestação cultural. Os consulentes potenciais desses
vocábulos são pessoas de outras regiões do Brasil e, inclusive, paraenses. As referências
teóricas dessa pesquisa são, dentre outras, os trabalhos de Baena (1838), Vianna (1904),
Alves (1980), Maués (2002, 2005, 2011), Bonna e Vasconcelos (2009), Henrique (2011),
Rocque (2014); e sobre Lexicografia, as obras consultadas são, principalmente, de Svensén
(1993), Landau (1993), Bergenholtz e Tarp (1995), Biderman (2001), Porto Dapena (2002),
Martínez de Sousa (2009), e Tarp (2014), dentre outros. A manifestação cultural aqui
analisada foi registrada no IPHAN, em 2006, quando do reconhecimento do Círio como
patrimônio imaterial do Brasil e apresenta um conjunto de unidades léxicas rico em
elementos culturais do Círio e do Pará.

Palavras-chave: Lexicografia. Círio. Vocabulário. Auto do Círio.

O PORTUGUÊS E O HUNSRÜCK EM CONTATO: ESTUDO DE CASO NA


COMUNIDADE DE DEZ DE MAIO/PR

Cristiane Schmidt (UFPA/UNEMAT)

Resumo: Os estudos acerca do fenômeno linguístico e sua relação com aspectos políticos,
socioculturais e educacionais inserem-se nos debates centrais na área da Sociolinguística.
Ao mesmo tempo, essas investigações justificam-se por estarem voltadas para a
compreensão das práticas linguísticas, socioculturais e identitárias de falantes, cujas histórias
estão marcadas pela heterogeneidade e complexidade linguísticas. Nesse sentido, a pesquisa
tem como objetivo descrever e compreender o comportamento linguístico de falantes em
contexto de bilinguismo. Especificamente, a pesquisa debruça-se sobre falantes de uma
língua de imigração - hunsrückisch - e do português na comunidade de Dez de Maio, situada
na Região Oeste do estado do Paraná. Para tanto, apresenta alguns aspectos dessa variedade
dialetal no contexto investigado, caracterizando-o como um fato histórico, político e
identitário, bem como uma herança cultural trazida pelos imigrantes alemães, mediante
exemplos de usos sociolinguísticos. O estudo discute, também, conceitos atrelados aos
pressupostos teóricos da Sociolinguística, como aqueles relacionados aos estudos do
bilinguismo e mudança de código, considerando as diferentes situações encontradas ao
longo da convivência do português com as línguas minoritárias (FISHMAN, 1967, 1980;
HEYE, VANDRESEN, 2006; ALTENHOFEN, 2004, 2007; SILVA, 2011), assim como
revisita alguns fundamentos referentes às políticas linguísticas e à conservação de línguas
minoritárias no contexto brasileiro (DAMKE, 2008; MORELLO, 2012; SAVEDRA,
LAGARES, 2012). Dessa forma, os procedimentos de coleta de dados pautaram-se no
método sociolinguístico desenvolvido por Tarallo (2007), em que os dados decorrem das
situações de usos da língua em conversas livres e da observação participante. Trata-se, dessa
forma, de um estudo de caso em que a descrição e a interpretação são a base da análise. Os
resultados revelam que, de medida satisfatória, se contrapõem aos estudos sobre a
diminuição ou o desaparecimento do uso de línguas minoritárias em comunidades
bilíngues.

Palavras-chave: Política linguística. Contato linguístico e sociocultural. Língua de


imigração e identidade linguística.

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O USO DA HAPLOLOGIA NAS CONSTRUÇÕES FIXAS FORMADAS POR
VERBO + PREPOSIÇÃO

Flávia Helena da Silva Paz (GeoLinTerm)


Marilucia Barros de Oliveira (UFPA)

Resumo: Este estudo apresenta resultados parciais de uma pesquisa mais ampla sobre o
fenômeno da haplologia no falar belenense. Utilizamos dados empíricos para a realização
de uma análise quanti-qualitativa e, neste trabalho, temos o objetivo de apresentar somente
os usos da haplologia nas construções fixas formadas com verbo. Nos embasamos nos estudos
de Cançado (2005), Godoy (2008), Perini (2006; 2010) e Castilho (2010). Apresentamos
somente os usos da haplologia nas construções fixas formadas por verbo + preposição inerente
e construções fixas formadas por verbo + preposição não inerente (ou nome), exemplificadas,
respectivamente, por gos(tu) di e passan(du) di Benevidis. A amostra é constituída por 16
narrativas orais que pertencem ao Projeto Atlas Linguístico do Pará-ALiPa (RAZKY, Orgs.
2003). Os falantes obedecem às estratificações sociais: sexo (masculino/feminino),
escolaridade (não escolarizados, ensino fundamental e ensino médio) e faixa etária (1ª faixa
etária, 2ª faixa etária e 3ª faixa etária). Os resultados revelaram que essas construções se
apresentam frequentemente com variação. Da mesma forma o verbo gostar + preposição
inerente apresenta-se com grande frequência da haplologia em detrimento dos verbos com
preposição não inerente. Confirmamos com esses resultados que o componente sintático é
significativamente relevante na produção do fenômeno da haplologia e que essa deve ser
estudada considerando-se a interface entre diferentes níveis da Linguística.

Palavras-chave: Haplologia. Construções fixas. Verbo. Componente sintático.

QUAL O LUGAR DO POVO? SOBRE GÊNEROS DO DISCURSO,


IDENTIDADES E AUTORIDADES EM NOTÍCIAS ONLINE

Marcos da Silva Cruz (IFPA)

Resumo: O advento da internet proporcionou a circulação de conhecimentos, o


desenvolvimento de diferentes gêneros discursivos e o reconhecimento das potencialidades
políticas utilizáveis pelos sujeitos sociais, implicando novas formas de letramento digital.
Contudo, em meio ao processo de colonização epistemológica, a classe hegemônica
rearticulou suas estratégias de controle social, mobilizando os diferentes gêneros circulantes
na web como instrumentos de manutenção da estrutura de subalternização, difundindo
conceitos e valores acerca dos usos de determinados gêneros pela parcela subalternizada.
Nesse cenário, esta pesquisa visa compreender como os gêneros discursivos são usados
para o controle social através da web e quais os lugares sociais representados como
pertencentes ao povo. Como fundamentação, utilizamos Mignolo (2008), Marcuschi (2004;
2008), Bakhtin (2016; 2018), Chomsky (2013), Miskolci (2017) e Fairclough (2001). Como
metodologia, (i) elencamos os gêneros discursivos com maior utilização entre os usuários;
(ii) selecionamos os gêneros que abordem problemas sociais da parcela subalternizada; (iii)
analisamos o modo de construção da identidade da classe dominante e da subalternizada
por meio da projeção dos saberes e dos usos da web mediante a perspectiva tridimensional

58
da Análise Crítica do Discurso; (iv) refletimos sobre os discursos acerca das identidades e
das autoridades vinculados pelos gêneros e as implicações na ação social e política das
classes subalternizadas. Como resultados parciais, ao elegermos o gênero “notícia” no site
do jornal Diário do Pará online (DOL), constatamos um tipo de discurso que, em primeiro
plano, forja o apoio à classe subalternizada em situações de privação social por meio da
ideia de visibilidade dos acontecimentos. Todavia, pela análise discursiva, discernimos a
recuperação da dicotomia entre o saber científico e o senso comum, parâmetro qualificativo
acerca dos usos da web em contextos de resolução de problemas sociais, ratificando os
papéis sociais díspares e inibindo a ação política dos sujeitos em outras esferas
sociopolíticas.

Palavras-chave: Manipulação. Autoridades. Discurso. Conhecimento. Poder.

PROPOSTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LIBRAS: O LÉXICO DA


ZONA RURAL COMO CONTEÚDO DE ENSINO, TERMINOLOGIA DO
MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS/PA

Leila Cristina Silva da Silva (UFG)

Resumo: O presente estudo objetiva construir uma proposta de ensino-aprendizagem de


Libras, através dos léxicos da zona rural, de forma que auxilie a compreensão terminológica,
do município de Parauapebas, situado no sudeste do Pará. A metodologia se estruturou por
etapas. A coletânea dos léxicos foi registrada através de entrevistas com a população local
da zona rural, como agricultores, fazendeiros, professores e surdos. A seleção dos termos
da zona rural compreende o campo semântico da zona rural, assim como: atividades
agropastoris: fauna e flora, e utensílios da fazenda, chácara, roça e sítio. Os registros nos
permitiram elaborar o de plano de ensino-aprendizagem em Libras, valorizando as práticas
docentes, bem como, a cultura local do município. Nossa proposta é mostrar através do
ensino de Libras, tendo os léxicos da zona rural como aporte, sendo utilizado como recurso
didático para professores e alunos, e assim utilizar os sinais da região, e compreender que a
Libras também apresenta seu nível de variação linguística.

Palavras – Chave: Léxico, ensino-aprendizagem, Terminologia, Libras.

TRADIÇÃO ORAL NO QUILOMBO DE CURIAÚ

Edna dos Santos Oliveira (UEAP)

Resumo: Este texto tem como objeto de estudo o Quilombo de Curiaú, que se localiza na
área Periurbana do Município de Macapá-AP. Trata-se de um estudo sob a ótica da
Sociolinguística que observa a oralidade como uma questão linguística que intermedia, ao
mesmo tempo em que constitui práticas sociais peculiares daquele povo, particularizando-
o como uma comunidade tradicional. Nosso propósito é apresentar a tradição oral de
Curiaú, como uma manifestação linguística constitutiva da vida ordinária e como um legado
de inestimável valor histórico, social e linguístico. Nesse sentido, nosso intuito é focalizar
o valor sócio-histórico dos rituais e práticas sociais do Curiaú, destacando as práticas orais

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peculiares da comunidade que compõem, com destaque, o conjunto da diversidade cultural
do Estado do Amapá.
Palavras-chave: Tradição Oral, Quilombo, Curiaú.

POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E ENSINO DE LÍNGUA: UM ESTUDO DA


LÍNGUA XIPAVA NA ALDEIA TUKAMÃ

Nelivaldo Cardoso Santana (UFPA)


Autor: Nelivaldo Cardoso Santana
Resumo: A região do Médio Xingu é um mosaico de Terras Indígena, Áreas de Proteção
Ambiental, Reservas Extrativistas, Estação Ecológica e Áreas de Assentamentos Rurais,
que se configura por uma Educação Escolar Indígena marcada por contradições entre os
interesses do Movimento Indígena, os Marcos Regulatórios e a Políticas de Ensino da
gestão local. Considerando esse cenário, a presente proposta visa compreender como as
políticas linguísticas definidas pelo povo Xipaya, da aldeia Tukamã, para o ensino-
aprendizagem da língua natural contribuem para valorização e resistência da língua natural
desse povo. Os interesses para esta pesquisa pautam-se no processo de “resistência
linguística” do povo Xipaya em (re)aprender a língua originária de seu povo, embora
tenham a língua portuguesa como L1, criando diferentes estratégias para tanto. Esses índios
também fazem esforço para que a língua deles seja ensinada nas escolas das aldeias do povo
Xipaya. Por isso, torna-se relevante compreender os processos das políticas linguísticas
definidas pelo povo Xipaya para a manutenção de sua língua originária. A base referencial
deste estudo são Calvet (2002), Torquato (2010), Silva (2006), Silva (2006), Argolo (2016)
e Brasil (1988, 1991, 1996, 1998, 2012, 2013). Os resultados preliminares demonstram, no
contexto do Território Etnoeducacional do Médio Xingu: a) – a ausência de reflexão
acadêmica acerca do tema “política linguística” envolvendo os povos indígenas; b) – a falta
de oficinas pedagógicas e materiais didáticos que subsidiem a prática docente para o ensino
de línguas naturais na EEI; c) – constatou-se, também, que alguns povo do Médio Xingu
estão “fortalecendo” as políticas de manutenção e sobrevivência de suas línguas como
estratégia de reconhecimento de identidade

Palavras-chave: Política Linguística. Ensino. Educação. Língua Natural.

A DESNASALIZAÇÃO DE DITONGO NASAL FINAL EM VERBOS DE 3ª


PESSOA DO PLURAL NO FALAR AMAPAENSE

Gabriel Nunes Yared Lima (UNIFAP)


Celeste Maria da Rocha Ribeiro (UNIFAP)

Resumo: Estudos desenvolvidos por Naro e Scherre (2007), Scherre e Naro (2006), Hora
& Espínola (2004), Pedrosa (2014) vêm evidenciando a ausência de concordância,
principalmente através do apagamento da marca de plural em algumas variedades do
português brasileiro. No panorama desse apagamento destacam-se as formas verbais de 3ª
pessoa do plural, as quais tendem a refletir a variação através da perda de nasalidade no
final de formas verbais. Assim, esse trabalho se propõe a verificar a desnasalização de
ditongo nasal final de formas verbais na 3ª pessoa do plural, considerando a variabilidade
de uso observada nesse fenômeno. Para isso, será realizada a observação, a análise e a
descrição das concretizações dessas formas presentes na fala de sujeitos amapaenses,

60
distribuídos em idade, sexo e escolaridade; foram considerados três municípios
amapaenses: a capital Macapá, Santana e Mazagão. Esta pesquisa é de caráter descritivo-
interpretativista, segue os pressupostos da sociolinguística variacionista e os dados
caracterizam-se por registros de fala de moradores dessas cidades. Esses registros foram
obtidos por meio de conversação espontânea e entrevistas semiestruturadas, a fim de se
obter as realizações pertinentes ao morfema número-pessoal das formas verbais. Desse
modo, este estudo consiste em verificar a articulação fonética desse morfema número-
pessoal pelos sujeitos dessa pesquisa. Durante a compilação dos dados, será observada
também a atuação das variáveis sociais no emprego do referido fenômeno. O estudo
realizado sobre a ocorrência da desnasalização do ditongo nasal final nas formas verbais de
3ª pessoa do plural, apontando a variação linguística, traz contribuições que ratificam a
variação como um processo inerente aos falantes da língua, evidencia um aspecto da
variedade do português falado no Amapá, além de destacar realizações, cada vez mais
comuns, no emprego de desinências de 3ª pessoa do plural nas formas verbais que se
distanciam do prescrito pelos manuais e gramáticas normativas.

Palavras-chave: Desnasalização. Variação. Usos linguísticos.

A ESTRUTURA FORMAL DAS NARRATIVAS DE ENTERRO DAS


COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE CAMETÁ

Thaynara Paixão (UFPA)


Benedita Borges (UFPA)
Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA/CNPq)

Resumo: A narrativa de enterro relata o resgate de um tesouro que se apresenta a um


escolhido por meio de uma força sobrenatural. Segundo Fernandes (2007), a narrativa de
enterro possui uma estrutura variável, contendo cinco partes: origem,
anunciação/manifestação, marcação, provação e desenlace. O objetivo do presente
trabalho é justamente analisar se a estrutura proposta por Fernandes (2007) também se
aplica às narrativas de enterro coletadas nas comunidades quilombolas do Baixo Tocantins,
como fizera Cruz (2008) para as narrativas amazônicas do IFNOPAP (O Imaginário nas
Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense). Mais precisamente, verificar-
se-á a recorrência das partes da estrutura nas narrativas considerando as variáveis:
comunidade e sexo do informante, e, posteriormente, comparar-se-á o resultado com as
análises das narrativas pantaneiras e do acervo do IFNOPAP. O corpus utilizado foi
emprestado de Borges (em andamento), do qual foram selecionadas dezesseis narrativas,
coletadas nas comunidades de Itabatinga, Itapocu, Mola e Tomázia. De cada comunidade
foram escolhidas quatro narrativas, sendo metade de narradores do sexo masculino e
metade do sexo feminino. As narrativas foram analisadas individualmente, aplicando-se a
estrutura estabelecida por Fernandes (2007). No estudo comprovou-se que a estrutura
proposta por Fernandes (2007) é perfeitamente aplicável às narrativas de enterro quilombolas
de Cametá. A comparação realizada entre os três tipos de narrativas possibilitou verificar que
a Origem é mais recorrente nas narrativas pantaneiras, enquanto a Marcação se faz mais
presente nas narrativas quilombolas e no acervo do IFNOPAP. O estudo justifica-se por

61
contribuir para a descrição da estrutura formal das narrativas, bem como por ampliar a
descrição da fala de comunidades tradicionais.

Palavras-chave: Narrativas de enterro. Narrativas quilombolas. Narrativas orais.


Estruturas da narrativa.

A INTERAÇÃO ON LINE EM JOGOS MOBA E BATTLE ROYALE: UMA


ANÁLISE DAS IMPLICATURAS E A VIOLAÇÃO DAS MÁXIMAS
CONVERSACIONAIS

Laura Beatriz Araújo Brito (UEPA)


Orientadora: Profa. MSc. Francisca Magnólia de Oliveira Rego (UEPA)

Resumo: O surgimento da internet implicou mudanças no sistema de comunicação


humano proporcionando novos ambientes interacionais, novas funções e objetivos
comunicativos. Assim, os jogos online romperam as barreiras do arquétipo de que a
expressão verbal se restringiria à comunicação presencial. Com efeito, incorporaram-se
como marcas do século XXI por reinventarem a interação entre os indivíduos
reorganizando a comunicação. Nesse cenário, interessou-nos os gêneros MOBA e Battle
Royale, os quais se aproximam pelo estilo de jogo estratégico e em equipe, articulado por
meio de canais de voz em que os usuários enunciam frases curtas e expressivas. Esse
trabalho, portanto, norteado pelos pressupostos teóricos do modelo clássico de Grice (1982),
observou o processo interacional entre os jogadores e analisou o uso das implicaturas e
máximas conversacionais na interação, a fim de identificar e compreender o uso das
violações de máximas e submáximas no processo de jogabilidade. Para isso, adotou-se
como metodologia a documentação indireta, também a documentação direta para a coleta
dos materiais analisados advindos de gravações. Desse modo, a abordagem se deu de forma
exploratória e descritiva, seguindo o que preconiza Santos (2000) a respeito da variação dos
papeis e posturas assumidas diante do tema e objeto pesquisado. Para compreender o
fenômeno comunicativo usou-se como suporte teórico os estudos de Goffman (2013),
lançando mão da Sociolinguística Interacional, também foi abordado numa perspectiva
Pragmática da linguagem virtual para corroborar a importância desse estudo às áreas da
ciência da linguagem. Os resultados encontrados apontaram que para o cumprimento dos
objetivos estratégicos no MOBA e Battle Royale os jogadores violam as máximas e
submáximas conversacionais, valendo- se das implicaturas no processo de comunicação
para organizarem-se de acordo com a necessidade de muita informação em pouco tempo,
executando uma linguagem rápida e eficiente com o intuito de atingir seu principal objetivo,
qual seja a vitória no jogo.

Palavras-chave: Interação. Linguagem. Implicaturas. Máximas conversacionais. Jogos


online.

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A PALATALIZAÇÃO DE /T/ E /D/ EM CONTEXTOS DE VOGAL ALTA E
DE VOGAL NÃO ALTA NOS ESTUDOS SOBRE OS FALARES DA REGIÃO
CENTRO-OESTE

Luan Costa dos Santos (UFPA)

Resumo: A pesquisa geossociolinguística no Brasil tem revelado as particularidades dos


falares do português brasileiro. Desde a criação de atlas estudais e regionais propostos por
Nascentes (1953) até os dias atuais, percebe-se o quão importante é cartografar dados da
fala para evidenciar as diversidades linguísticas em âmbito regional em todo o país. A
presente pesquisa visa levantar dados bibliográficos acerca da pesquisa sociolinguística no
que concerne à palatalização das consoantes oclusivas dento-alveolares /t/ e /d/ diante de
vogais altas e não altas, que podem ser semi-categóricas em todos os estados da região
Centro-Oeste. O trabalho busca contribuir para os estudos de variação fonética da fala
brasileira. Esta pesquisa mostra-se de grande relevância para as pesquisas linguísticas para
o português falado no Brasil, pois o tipo de palatalização encontrado na região Centro-
Oeste difere das encontradas em outras regiões do país, como no Norte e Nordeste. A
partir do levantamento das literaturas que correspondem aos estudos dialetais na região
Centro-Oeste, pode-se perceber que, enquanto em outras regiões a palatalização das
consoantes costuma aparecer diante da vogal alta /i/, no Centro-Oeste não há tal
ocorrência. Enquanto isso, a palatalização no Centro-Oeste, sobretudo no Mato Grosso,
ocorre com a africatização surda [ʧ] e sonora [ʤ] das fricativas palatais [ʃ] e [ʒ] diante de
vogal não alta, como no falar cuiabano, onde encontramos peixe [‘peʧi], deixava [de’ʧava] e
longe [‘lõʤi]. A pesquisa revela, portanto, a singularidade da palatalização que se pode
encontrar na região estudada neste trabalho.

Palavras-chave: Geossociolinguística, Palatalização, Centro-Oeste.

A REALIZAÇÃO DE /E/ EM POSIÇÃO PRETÔNICA E TÔNICA NA VILA


DO MARIPI (PORTO DE MOZ-PA): UMA ANÁLISE PRELIMINAR

Beatriz Silva Alves (UFPA)


Bruno Rocha (UFMG)

Resumo: Esse trabalho faz uma análise preliminar da realização de /e/ em posição
pretônica e tônica na fala da Vila do Maripi (Porto de Moz-PA). Em particular, busca-se:
(a) quantificar as ocorrências das variantes [e], [ɛ] e [i] em posição pretônica, verificando se
há preferência pela variante [e], tal qual atestado por Souza (2015) para a variedade de
Barcarena-PA e (b) verificar se a variante [e] em posição pretônica é mais centralizada que
a mesma vogal em posição tônica, conforme observado por Moraes et alii. (1996), com
dados do NURC. Os dados analisados nesse estudo são provenientes de uma gravação de
um corpus de fala espontânea, o COFAMOZ (Corpus Oral de Porto de Moz) (ROCHA,
em preparação). A falante é uma mulher idosa, aposentada, com baixa escolaridade. Para a
quantificação das variantes de /e/ pretônico, foram analisadas 52 ocorrências, as quais
foram classificadas perceptualmente. A falante apresentou 24 ocorrências de [ɛ], 19
ocorrências de [e] e 9 ocorrências de [i], diferentemente do observado na fala de Barcarena
(PA), em que a forma preferida é o [e] seguido de [i] e [ɛ] (SOUZA; 2015). Para a análise
acústica preliminar, foram selecionadas 10 ocorrências de /e/ pretônico e 10 ocorrências

63
de /e/ tônico, das quais foram extraídas as médias de F1 e de F2 dos 40% centrais das
vogais. Nesses dados, observou-se a tendência de centralização do /e/ pretônico com
relação ao /e/ tônico, principalmente na média de F2 (2.222Hz para pretônicas e 2.364Hz
para tônicas), mas também na média de F1 (508Hz para pretônicas e 479Hz para tônicas).
Todavia, ainda é necessário ampliar a quantidade de falantes e ocorrências, bem como
submeter os dados a um tratamento estatístico.

Palavras-chave: Variação linguística. /e/ vogal média. COFAMOZ. Porto de Moz.

A VARIAÇÃO DE /N/ E /L/ NO QUESTIONÁRIO SEMÂNTICO-LEXICAL


DO PROJETO ALIB/CENTRO-OESTE DO BRASIL

Jamille Cardoso e Cardoso (UFPA)

Resumo: A Língua Portuguesa em sua perspectiva falada apresenta-se de maneira bastante


diversificada nas diferentes regiões do Brasil. Nesse contexto, Nascentes (1953) na tentativa
de observar e analisar a variabilidade linguística presente nas mais distintas áreas do país,
propôs a elaboração de atlas linguísticos para sistematizar e mapear as variações do PB em
âmbito regional. Dessa forma, a ampliação desse projeto para um plano de ordem nacional,
foi consolidada com a criação do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Desse modo, o
presente trabalho propõe-se a descrever a realização variável das consoantes alveolares /l/
e /n/ em posição prevocálica – especificamente em contexto de palatalização –, a fim de
quantificar e mapear, com base nos dados de frequência utilizados na pesquisa, os fatores
linguísticos e extralinguísticos mais ou menos favoráveis à aplicação do fenômeno
estudado. Seguem-se os pressupostos teórico-metodológicos da Geossociolinguística,
analisando-se as ocorrências de palatalização nos pontos de inquérito do Atlas Linguístico
do Brasil que constituem as não-capitais da região Centro-Oeste do país. Portanto, os
resultados mostram que a variante palataliza encontra resistência para difundir-se no CO
devido à baixa ocorrência entre os falantes da região. Observa-se, pois, que as variantes
palatalizadas de /l/ tem a variante palatal – 1% e variante alveolar – 99%. Ademias, a
variante de /n/ apresenta variante palatal – 30,4% e variante alveolar – 69,6%, assim a
palatalização de /n/ encontra-se em estágio bem mais avançado do que a de /l/ nessa
região.

Palavras-Chave: Alveolares. Palatalização. Geossociolinguística.

A VARIAÇÃO DO /R/ EM CODA SILÁBICA INTERNA NO PORTUGUÊS


FALADO NO AMAPÁ

Loerhana Geisielle Quintela Miranda Camarão (UEAP)


Orientador: Prof. MSc. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: As pesquisas sobre a variação fonético-fonológica no Estado do Amapá ainda


são bem reduzidas e pouco estudadas em comparação aos demais estados brasileiros.
Tendo em vista essa carência, o presente trabalho tem por objetivo analisar a variação
fonética do /R/ em coda silábica interna na fala dos amapaenses. Deste modo, o estudo
será feito mediante o aparato teórico-metodológico da geossociolinguística (RAZKY, 2010)
e da geolinguística (CARDOSO, 2010). Além de estudos recentes sobre o perfil dos róticos

64
no Português Brasileiro (ANTUNES; LURDES, 2016; OLIVEIRA, 2018). Os dados aqui
apresentados dizem respeito ao corpus do Atlas Linguístico do Amapá - ALAP (RAZKY;
RIBEIRO; SANCHES, 2017). Para tal, será utilizada a carta fonética F05 do ALAP que
mostra a configuração do /R/ em coda silábica interna. Os vocábulos analisados foram:
torneira, gordura, fervendo, árvore, borboleta, tarde, catorze, pernambucano, certo, perdão, perfume,
dormindo, perdida, perguntar e esquerdo. De acordo com os resultados expostos no Atlas
Linguístico do Amapá – ALAP, referente a uma amostragem de 40 informantes, constatou-
se que 73% dos entrevistados utilizam a fricativa glotal vozeada [ɦ], 11% fazem uso da
fricativa glotal desvozeada [h] e 16% deles realizam o apagamento do fonema (Ø),
apontando assim que a maioria dos entrevistados amapaenses realização a fricativa glotal
[ɦ, h].

Palavras-chave: Geossociolinguística. Variação fonética. ALAP.

A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA COMUNIDADE LGBT

Alfredo Carlos Carvalho Lima (UEPA)

Resumo: O presente trabalho vem tornar público mais ainda à dialetologia da comunidade
gay. Reconhecer o pajubá/ bajubá como uma variação dos dialetos no português brasileiro
é uma forma de reconhecer que essa comunidade desenvolve as suas peculiaridades no que
diz respeito ao processo comunicativo, não os tornando nem melhor e nem pior diante das
demais variações presente, apenas mostrar que a comunidade desenvolve o seu próprio
dialeto, sem anular os demais. É de se reconhecer que esse dialeto não é reconhecido pela
norma culta. No entanto isso pode ser considerado até mesmo como uma estratégia de
sobrevivência, visto que a classe LGBT ainda carrega um olhar bastante preconceituoso da
sociedade, esse dialeto faz com que a comunidade mantenha uma comunicação específica.
Com o intuito de mostrar que mesmo quem não faz parte da comunidade, acaba fazendo
uso deste dialeto, confirmando assim que a língua é esse organismo que está sempre e
processo de transformação.

Palavras-chave: Variação linguística. Estratégia Comunicativa. LGBT.

ANÁLISE DA PRESENÇA DA PALATALIZAÇÃO /NH/ NA FALA DOS


AMAPAENSES

Geovane Maciel Lemos (UEAP)


Orientador: Prof. Me. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: O estudo tem como objetivo analisar o processo palatalização /nh/ na fala dos
amapaenses, com base nos dados do Atlas Linguístico do Amapá (ALAP). A pesquisa tem
como suporte teórico-metodológico a geolínguistica (CARDOSO, 2010), em conjunto a
geossociolinguística (RAZKY, 2010). A metodologia utilizada é a mesma do projeto ALAP,
com a seleção de 10 municípios do estado do Amapá, respectivamente: Amapá, Calçoene,
Laranjal do Jari, Macapá, Mazagão, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande,
Santana e Tartarugalzinho. Na realização da pesquisa 40 pessoas foram entrevistadas, por
meio do questionário fonético-fonológico, levando em consideração aspectos

65
extralinguísticos, foram fragmentados em dois grupos, um com dois homens e duas
mulheres com idade entre 18 a 30 anos, o segundo grupo era composto por dois homens e
duas mulheres e idade entre 50 a 75 anos. Os seguintes itens fonéticos foram analisados:
caminha, amanhã e companheiro. Baseando- se nos resultados, foi detectado que 87% dos
entrevistados realizaram a fala da nasal palatalizada [ɲ] e 13% realizaram a fala nasal alveolar
palatalizada [ɴʲ].

Palavras-chave: Palatalização. Geossociolinguística. ALAP. Variação fonético -


fonológica.

AS MUDANÇAS FONÉTICAS DOS TOPÔNIMOS DE ORIGEM


TUPINAMBÁ EM TRACUATEUA/PA

Marina Carvalho Marinho (UEPA)


Sara Barbosa Tavares da Silva (UEPA)
Orientador: Prof. MSc. Marcos Jaime Araújo (UEPA)

Resumo: A presente pesquisa está em andamento e é intitulada “As mudanças fonéticas


dos topônimos de origem Tupinambá em Tracuateua/Pa”, município localizado na
Microrregião Bragantina, do nordeste paraense. Tem como objetivo descrever as mudanças
fonéticas que as denominações dos lugares tracuateuenses apresentam. Para isso, alguns
autores como Gabas Jr. (2005), Viaro (2011), Stradelli (2014) e Cunha (1978) servirão de
base para a descrição dos fenômenos fonéticos que porventura ocorram, tendo como
referência a Língua Geral Amazônica (LGA). Os dados foram coletados no mapa político
de locus de Tracuateua/Pa, disponibilizado pelo PRIMAZ (Programa de Integração
Mineral em Municípios da Amazônia), da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais), do governo federal, do qual foram selecionados apenas os nomes de lugares que
têm origem no Tupinambá. Ademais, utilizamos a pesquisa quantiqualitativa para
investigar as mudanças fonéticas sofridas no município desde a época dos Jesuítas.
Entende-se que, devido ao número reduzido de pesquisas na área de topônimos, na Região
Amazônica, novos olhares possam ser agregados ao assunto. Além disso, auxiliará os
linguistas no entendimento sobre o processo de povoamento do município de
Tracuateua/PA. O presente trabalho, será dividido em 3 partes, sendo a primeira referente
a história dos índios tupinambás e a sua trajetória no território paraense. A segunda seção
apresentará a linguística história, e por fim serão demonstradas as modificações fonéticas
encontradas nos topônimos do município.

Palavras-chaves: Topônimos. Tupinambá. Mudanças fonéticas. Tracuateua/Pa

DA ORALIDADE À ESCRITA: ESTRATÉGIAS DE LEITURA A PARTIR DO


GÊNERO LENDA

Adriene Cristina de Sousa Ferreira (IEMCI/UFPA)


Carmen Lúcia Braga da Conceição (IEMCI/UFPA)
Isabel Cristina França Rodrigues (IEMCI/UFPA)
Resumo: Este artigo pretende mostrar o papel do letramento no processo de
ensino/aprendizagem da língua materna a partir da valorização da literatura infanto-juvenil

66
(ABROVOVICH, 1989) no projeto intitulado "Escola cidade de Emaús: histórias de
letramento e de alfabetização constituídas nos diálogos com as práticas socioculturais do
Bengui e da Amazônia” (PROEXIA/UFPA). As práticas sociais de leitura e escrita
precisam ser levadas em consideração nas atividades de leitura, escrita d oralidade propostas
(KLEIMAN, 1995), desde os Anos iniciais. O público-alvo é formado por licenciandos,
educadores e alunos dos Anos iniciais. Os estudos de Walsh (2014), Rodrigues (2006) e
Marcuschi (2004) têm possibilidades de discussões com nossos dados. Este trabalho
baseou-se na pesquisa participante com uma turma envolvendo diferentes anos. Foi
utilizado o livro “As aventuras de Zé mururé: a matinta desencantada. Os passos
metodológicos foram: a) a leitura da história realizada pela professora; b) uma roda de
conversa, na qual os alunos contaram diferentes versões das lendas e c) elaboração própria
envolvendo as histórias narradas pelos alunos. Muitos deles escreveram histórias já
conhecidas e outras histórias vividas. Constou-se assim, que o trabalho com a oralidade
potencializa as experiências de vida dos alunos e os lança a novos desafios de leitura e
escrita. Por conta disso, a tríade: oralidade, leitura e escrita incentiva a formação do hábito
de leitura sem desconsiderar os saberes constituídos pelos sujeitos em suas comunidades
que têm uma base na tradição oral. As diferentes idades dos alunos da turma criaram
desafios quanto à mobilização de atividades que os incentivassem participação e avanços
quanto ao trabalho com gêneros discursivos diversos.

Palavras-chave: Práticas de letramento. Oralidade. Literatura Infanto juvenil.

DITONGAÇÃO DE VOGAIS DIANTE DE /S/ NO PORTUGUÊS FALADO


NO AMAPÁ

Andreina Nunes Pereira (UEAP)


Orientador: Prof. MSc.. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: Conhecer e compreender os fenômenos fonético-fonológicos de uma língua


natural é essencial para formação do estudante de Letras e futuros professores de Língua
Portuguesa, pois, esse conhecimento pode auxiliar na compreensão das identidades
linguísticas presentes em diferentes espaços geográficos. Este trabalho objetiva fazer uma
analisar Geossociolinguística do processo de ditongação de vogais diante de /s/ no
Português falado por nativos amapaenses. A pesquisa foi feita tendo como suporte teórico-
metodológico a geossociolinguística (RAZKY, 2010) e a geolinguística (CARDOSO, 2010),
além de estudos recentes sobre o fenômeno fonético de ditongação (SILVA, 2014; 2018),
(ROCHA; SILVA; NEVE, 2015). A metodologia do trabalho está diretamente relacionada
ao do Atlas Linguístico do Amapá – ALAP (RAZKY; RIBEIRO; SANCHES, 2017). Para
tanto, utilizou-se a carta fonética F11, que se encontra no ALAP, o qual expõe a variação
diatópica do processo de ditongação de vogais seguidas de /s/ falado no Amapá. Os itens
fonéticos analisados foram: arroz, três, dez, giz, costa, caspa, voz e paz. O estudo conta com
uma amostra de 40 informantes distribuídos em 10 localidades do Amapá. Como resultado,
evidenciou-se que 72% dos entrevistados realizaram o fenômeno de ditongação e em 28%
houve a ausência e que a maior presença de ditongação de vogais diante de /s/ ocorreu na
localidade 01 (Macapá) e 06 (Porto Grande).

Palavras-chave: Geossociolinguística. Variação fonética. Ditongação. ALAP.

67
ESTUDO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO DO LÉXICO DAS NARRATIVAS
PARAENSES

Wanderson Cardoso da Silva (UnB)

Resumo: Este estudo objetiva documentar a diversidade lexical presente nas narrativas
orais das cidades Cametá e Santarém do Estado do Pará–PA. Para isso será apresentado o
tabelamento dos dados lexicais coletados do acervo disponibilizado pelo coordenador do
projeto Geossociolinguística e Socioterminologia (GeoLinTerm) prof. Dr. Abdelhak
Razky. Tem-se como base os pressupostos teórico-metodológicos da Lexicologia,
Dialetologia, e Geografia Linguística. Foram realizadas análises quantitativas a partir das
variantes extralinguísticas para dar conta das dimensões diatópica, diagenérica, diafásica e
diageracional. Como resultados do processo de análise e coleta, foram selecionadas as lexias
identificadas para mostrar sua importância como patrimônio imaterial das duas
comunidades paraenses.

Palavras-chave: Patrimônio imaterial. Geografia linguística. Variação lexical. Variantes


extralinguísticas. Geossociolinguística.

FENÔMENOS FONÉTICO-FONOLÓGICOS NO PORTUGUÊS FALADO


NA ILHA DE MOSQUEIRO/PA SOCIOLINGUÍSTICA

Luene Bastos de Melo (UEPA)


Rayane Moraes Moraes (UEPA)
Rui da Silva Trindade (UEPA)

Resumo: O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito de uma jornada acadêmica da


disciplina Fonética e Fonologia, ministrada no primeiro semestre do curso de Letras da
Universidade do Estado do Pará. A pesquisa teve por objetivo identificar fenômenos
fonético-fonológicos no falar de habitantes da ilha de Mosqueiro, localizada no estado do
Pará, no Brasil, e desenvolveu-se com a finalidade de contribuir para o estudo científico no
que tange à fala dos moradores desta região. A metodologia utilizada foi a qualitativa e
quantitativa, por meio de entrevistas com dois sujeitos oriundos da localidade, de sexo e
idade distintos, um homem e uma mulher, com idades de 47 e 26 anos, respectivamente. O
questionário aplicado na pesquisa foi o Questionário Fonético- Fonológico – QFF (Comitê,
2001), que busca abordar os diversos fenômenos de variação fonético-fonológica
característicos da pronúncia (fala) do português brasileiro. Para a compreensão e
identificação dos fenômenos presentes na fala dos nativos da ilha, foram utilizados como
arcabouço teórico os seguintes autores: Bagno (2011, 2015), Cavalieri (2005), Cristófaro
(2003), Voley e Hora (2008) e Trask (1996). Foram identificados cinco fenômenos fonético-
fonológicos: Aférese, Variação Morfofonêmica, Alofonia em [ʧ], [ʤ] e [s], Harmonização
Vocálica e Ditongação, sendo os quatro primeiros mais frequentes entre os habitantes de
Mosqueiro entrevistados. Logo, pode-se inferir que tais fenômenos presentes em cada
sujeito estão, de certo modo, relacionadas às características sociolinguística.

Palavras-chave: Variação linguística. Fonética e fonologia. Aférese. Variação


Morfofonêmica. Alofonia. Harmonização vocálica. Ditongação.

68
GÊNERO DIGITAL MEME: RECURSO DE LEITURA NO COMBATE À
DESINFORMAÇÃO DE ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL I

Michele de Paula Guimarães de Souza Pinheiro (IEMCI /UFPA)


Danielle Santana Aracati (IEMCI/ UFPA)
Luís Paulo Carvalho Monteiro (IEMCI/UFPA)

Resumo: Tivemos como objetivo investigar a leitura do gênero digital meme dos alunos
do 5º ano do ensino fundamental I. Especificamente, realizar uma análise
linguística/semiótica do meme nos níveis fundamental, narrativo e discursivo.
Adicionalmente, promover uma discussão sobre a percepção crítica dos alunos no que diz
respeito as notícias que circulam por meio desse gênero digital meme. Neste sentido,
destacamos que a sociedade contemporânea está imersa na era globalizada das mídias
sociais, onde as informações discorrem sobre as redes virtuais em tempo real. Desse modo,
a escola enquanto espaço de formação cidadão, tem papel fundamental em promover o uso
dos mais variados gêneros digitais, para dispor ao aluno, uma visão reflexiva acerca da
infinidade de notícias midiáticas veiculadas diariamente em sociedade. Assim sendo,
escolhemos o meme como objeto desse estudo, pois o consideramos como potencializador
na prática pedagógica, particularmente, como instrumento para eficaz para o combate as
notícias falsas que circulam frequentemente nos ambientes digitais. Participaram deste
estudo 5 crianças do 5º ano do ensino fundamental I de uma escola pública de Belém. O
material da pesquisa foi composto por um meme sobre preconceito racial. Assim sendo, a
tarefa dos participantes ocorreu em dois momentos. No primeiro momento, eles leram o
meme; em seguida responderam oralmente cinco questões referentes ao conteúdo do
meme. Adotamos Fiorin (2017) que define a semiótica como o sistema de significação dos
discursos manifestados por quaisquer tipos de texto (verbal, pintura, filme, uma ópera, uma
publicidade, uma escultura). Os resultados demonstraram que as crianças do 5º ano não
conseguiram entender o nível discursivo do meme. Podemos inferir que o trabalho
sistemático e planejado do professor na mediação das discussões surgidas a partir do gênero
meme, se torna possível à formação de crianças atentas e com pensamentos e reflexões
críticas acerca dos assuntos veiculados na sociedade.

Palavras-chave: Semiótica. Meme. Anos iniciais.

GÊNERO DIGITAL PASTICNHE NOS ANOS INICIAIS COMO RECURSO


DE COMBATE À DESINFORMAÇÃO
AUTORES: ELISANDRA DA

Elisandra Conceição Pinheiro Barreto (IEMCI/UFPA)


Laryssa Kelly Gomes (IEMCI/UFPA)
Jesuline Mendes Damasceno (IEMCI/UFPA)
Orientadora: Profa. Dra. Francisca Maria Carvalho (IEMCI/UFPA)
Resumo: Tivemos como objetivo principal compreender o gênero digital pastiche nos
anos iniciais, ponderando o nível discursivo da semiótica. Especificamente, analisar o nível
discursivo pastiche (paródia) “Tira o lixo da calçada” sobre a música “Aí, se eu te pego” do
cantor Michel Teló para combater a desinformação nos anos iniciais. Adicionalmente,
formar alunos críticos e reflexivos sobre a questão ambiental por meio do gênero digital
pastiche. Pressupomos que o pastiche combate a desinformação desde que seja ensinado de

69
modo reflexivo para os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I. Assim sendo, os
gêneros digitais são compostos de significação, por isso devem ser abordados em sala desde
os anos iniciais como instrumento para o letramento digital. Participaram deste estudo 5
alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. O material da pesquisa foi composto pela música
“Tira o lixo da calçada” pastiche de “Aí, se eu te pego” do cantor Michel Teló. Assim sendo, os
participantes assistiram ao vídeo do pastiche “Tira o lixo da calçada”; em seguida, produziram
uma paródia sobre meio ambiente. Adotamos como base teórica Fiorin (2017) que define
a Semiótica como um estudo da produção e a interpretação dos discursos no texto. Os
resultados apontaram que os alunos conseguiram produzir o pastiche sobre meio ambiente,
o que podemos inferir que este gênero digital é eficaz no combate às desinformações nos
anos iniciais.

Palavras-chave: Gêneros Digitais. Pastiche. Anos Iniciais.

PRÁTICAS SOCIAIS E LETRAMENTO DIGITAL: GÊNEROS


DISCURSIVOS, CULTURA VISUAL E CIBERCULTURA

Célio Ribeiro de Souza (UNIFESSPA/IEX)


Elaine Ferreira Dias (UNIFESSPA/IEX)

Resumo: Com o advento da revolução tecnológica e as aplicações da Tecnologia de


Informação e Comunicação (TICs) nas últimas décadas, mudaram-se as formas de pensar
e atuar da sociedade, ultrapassando barreiras físicas e temporais nas relações sociais de
modo inimaginável. Diante disso, revelam-se as dificuldades enfrentadas pelas escolas para
se atualizar e acompanhar o ritmo da modernidade. Certamente essas tecnologias têm
influência sobre as atividades de ensino-aprendizagem voltadas à nova realidade cultural e
social, marcadas pelo uso dos gêneros digitais em sala de aula. Nesse sentido, é de grande
importância que o trabalho com a leitura e escrita na era digital contribua efetivamente para
a formação desses alunos. Com base nisso, esse trabalho pretende trazer reflexões acerca
dos resultados preliminares da monografia intitulada Letramento literário na escola, do conto ao
hiperconto: o uso das TIC’s no ensino fundamental II que está sendo realizado a partir de uma
pesquisa de campo nas turmas do 8º ano, da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Pássaro Azul, localizada na zona urbana da cidade de São Félix do Xingu- PA. Para tanto,
serão apresentados o contexto de investigação, objetivos a serem alcançados, o problema
de pesquisa, os instrumentos para coleta de dados e os dados preliminares da pesquisa. O
estudo apoia-se em Cosson (2010 e 2014); Cândido (2011), dentre outros autores que serão
mencionados ao longo da pesquisa, por trazer grandes contribuições para o processo de
ensino-aprendizagem em especial o letramento literário.

Palavras-Chave: Letramento literário. Gêneros digitais. Conto. Hiperconto.

MAPEAMENTO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO DO DITONGO /ej/ NO


FALAR AMAPAENSE
Rosilene Miranda Gonçalves (UEAP)
Adriana Grabriela Reis Silva (UEAP)
Orientador: Prof. MSc. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar o ditongo /ej/ presente no falar
amapaense a partir dos dados do Atlas Linguístico do Amapá (ALAP). A pesquisa justifica-

70
se pela necessidade de estudos fonéticos e fonológicos sobre o Português falado no Estado
do Amapá. O estudo tem como base os postulados da Geolinguística moderna
(CARDOSO, 2010) e da Geossociolinguística (RAZKY, 2010) que une pressupostos
metodológicos da Sociolinguística com as da Geolinguística tradicional. A metodologia
utilizada diz respeito aos mesmos parâmetros adotados pelo projeto ALAP, com a seleção
de 10 municípios do Amapá, a saber: Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari, Pedra
Branca do Amapari, Porto Grande, Tartarugalzinho, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Com
base nisto, foram entrevistados 40 informantes, controlando as variáveis sociais: sexo
(homem e mulher) e idade (18 - 30 anos e 50 - 75 anos). Os dados analisados correspondem
a uma amostra do Questionário Fonético-Fonológico (QFF). Os vocábulos analisados
foram: prateleira, travesseiro, torneira, peneira, manteiga, teia, peixe, bandeira, correio, companheiro, meia
e beijar. Como resultado parcial foi constatado que 58% dos informantes entrevistados
realizaram o ditongo /ej/ e 42% não realizaram o referido ditongo.

Palavras-chave: Geossociolinguística. Variação fonética. ALAP.

O ALTEAMENTO DA VOGAL MÉDIA POSTERIOR /O/ EM POSIÇÃO


TÔNICA NO PORTUGUÊS FALADO EM CAMETÁ-PA: UMA ANÁLISE A
PARTIR DAS CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS

Andreza Prazeres Gaia (PIBIC-UFPA)


Mariane Daysa de Castro Gomes (PIVIC-UFPA)
Orientadora: Profa. Dra. Raquel Maria da Silva Costa (UFPA)

Resumo: Este trabalho estuda as crenças e atitudes linguísticas sobre o alteamento da vogal
média posterior /o/ tônica no português falado em Cametá-PA. Tem como objetivo
analisar por meio de testes de atitudes e crenças, se o fenômeno em estudo é rotulado de
forma positiva ou negativa na comunidade cametaense, e se essa rotulação encontra-se no
nível da consciência de seus falantes, além de demonstrar, a partir da comparação com
Rodrigues (2005), se o alteamento na tônica da posterior encontra-se em processo de
apagamento como marca de identidade local. Tomará como base de análise a Teoria da
Variação Linguística ou Sociolinguística Quantitativa, e em estudos sobre Crenças e atitudes
linguísticas, advindos principalmente da Psicologia Social baseada em Lambert e Lambert
(1996). O corpus para análise do fenômeno estudado neste projeto foi oriundo de 24 (vinte
e quatro) sujeitos participantes na faixa etária de 15 a 29 anos e 30 a 45 anos, estratificados
por sexo/gênero (masculino 12 e feminino 12); nível de escolaridade (08 com nível
fundamental, 08 com nível médio e 08 com nível superior) e procedências (12 cametaenses
e 12 não cametaenses). Os resultados obtidos por meio da amostra esboçam um percentual
de 75% de atitudes positivas dos falantes cametaenses da 1ª faixa etária e 50% dos
participantes cametaenses da 2ª faixa etária, com nível superior, em relação ao alteamento
da vogal média /o/ na tônica. Em contrapartida, os participantes pertencentes a 1ª faixa
etária que possuem pouca escolaridade e ensino médio apontaram 71% e 100%,
respectivamente, de atitudes negativas para com as formas linguísticas de sua comunidade.
Já os da 2ª faixa etária apontaram 100% de reações negativas. Com isso, observamos que,
quanto maior for o grau de escolaridade, maior será a consciência linguística para com as
variedades linguísticas da comunidade, e consequentemente, menor será o estigma.

Palavras-chave: Vogal média posterior. Crenças e atitudes linguísticas. Variação


linguística. Identidade linguística.

71
O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E AS CONCEPÇÕES DE
LINGUAGEM PRESENTES EM LABORAÇÕES DE UM LIVRO DIDÁTIVO.

Mayara Klenida Amorim da Silva (UFPA)


Sandra Sueli Dias Coelho (UFPA)

Resumo: O presente trabalho, intitulado “O ensino da Língua Portuguesa e as concepções


de linguagem presentes em laborações de um livro didático” tem como objetivo refletir
sobre as concepções de linguagem e suas implicações na formação de sujeitos sócio-
historicamente situados, habilitados em estabelecer uma contra-palavra ao que é aludido na
sociedade em que estão inseridos. O corpus da pesquisa é constituído por estudos
bibliográficos e reflexões acerca das concepções de linguagem. Para tanto, foram analisadas
atividades presentes na seção Linguagem do gênero- o texto verbo-visual, do capítulo Gênero
publicitário- propagandas institucionais, do livro didático Esferas das linguagens, destinado ao 1º
ano do ensino médio, editado no ano de 2016, e com PNLD de utilização em 2018, 2019
e 2020. A pesquisa está embasada nas concepções de linguagem (GERALDI, 1984), na
perspectiva sociológica da lingua(gem) (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1992), nas
proposições de análise linguística de estatuto dialógico (POLATO, 2017), e nos motivos de
adentrar o livro didático de ensino (ZANINI, 1999). Após uma análise de forma reflexiva,
foi possível perceber a predominância de atividades didáticas de decodificação, mas
também foram encontradas ínfimas laborações de caráter dialógico. Além disso, a
concepção dialógica da linguagem implica a formação de sujeitos-críticos capazes de
estabelecer discurso próprio a partir da relação social eu-tu. Dessa forma, é importante que
atividades de caráter reflexivo, dialógico e sócio-historicamente situadas sejam abordadas
em livros didáticos, visto que elas contribuem para a formação de cidadãos que concordam,
refutam ou criticam de forma consciente os discursos presentes na sociedade em que estão
inseridos.

Palavras-Chave: Concepções de linguagem. Interação. Discurso. Reflexão.

O PERFIL DO /S/ EM CODA SILÁBICA EM POSIÇÃO INTERNA NO


FALAR AMAPAENSE

Lizandra Valéria Fumelê (UEAP)


Orientador: Prof. MSc. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: O trabalho tem como objetivo descrever e analisar o perfil fonético do /S/ em
coda silábica em posição interna na fala dos amapaenses com base no banco de dados do
projeto Atlas Linguístico do Amapá (ALAP). A análise tem com suporte teórico-
metodológico a geolinguística (CARDOSO, 2010), ancorada na abordagem
Geossociolinguística (RAZKY, 2010). A metodologia empregada corresponde aos mesmos
procedimentos adotados pelo projeto ALAP, com a seleção de 10 localidades do Estado
do Amapá, respectivamente: Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari, Pedra Branca do
Amapari, Porto Grande, Tartarugalzinho, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Para a pesquisa,
foram entrevistados 40 informantes por meio de um questionário fonético-fonológico,
considerando as variáveis: sexo (homem-mulher) e idade (18-30 anos e 50-75 anos). Foram
analisados os seguintes itens fonéticos: casca, estrada, desvio, escola, rasgar, questão,
pescoço, costas, caspa, desmaio, mesma, hóspede e esquerdo. Com base nos resultados,
constatou-se que 94% das realizações do /S/ em coda silábica em posição interna

72
ocorreram de forma palatalizada ([ʃ] e [ʒ]) e apenas 6% indicaram a não palatalização ([s] e
[z]) dos itens fonéticos investigados.

Palavras-chave: Geossociolinguística. ALAP. Variação fonética-fonológica.

O ROTACISMO NA FALA DE AMAPAENSES: UM ESTUDO A PARTIR DOS


DADOS DO PROJETO ALAP

Rosilene Miranda Gonçalves (UEAP)


Orientador: Prof. MSc. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: Com o objetivo de contribuir para os estudos dialetológicos e de variação


linguística, apresentamos os resultados da pesquisa sobre a realização do fenômeno
fonológico denominado rotacismo na fala de amapaenses. A proposta se justifica pela
exiguidade de estudos mais aprofundados no campo da dialetologia e da variação linguística
em território amapaense, assunto ainda pouco explorado pelos pesquisadores da área e
estudantes de Letras. O objeto de estudo, a troca do fonema consonantal lateral /l/ pela
vibrante /r/, será analisado com base nos pressupostos teórico-metodológicos da
Geossociolinguística e Geolinguística (RAZKY, 2010; CARDOSO, 2010). O corpus de
análise compõe os dados fonéticos coletados para o projeto ALAP (Atlas Linguístico do
Amapá). Para tal, foram selecionados 40 informantes cuja seleção deu-se de acordo com o
sexo/gênero (masculino e feminino), a faixa etária (18-30 anos e 50-75 anos) e as
localidades/municípios: Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari, Pedra Branca do
Amapari, Porto Grande, Tartarugalzinho, Calçoene, Amapá e Oiapoque. Os itens lexicais
selecionados foram: clara, planta, placa, bicicleta. O estudo utilizou-se de avaliações qualitativas
e quantitativas para análises dos dados. Os resultados demonstraram 94% de não realização
do rotacismo na fala amapaense e apenas 6% de realização do fenômeno.

Palavras-chave: Geossociolinguística. Variação fonética. Dialetologia.

O VOCABULÁRIO DO ESCRITOR JOÃO BRASIL: RESULTADOS PARCIAIS


DA PESQUISA

Renan Torres da Costa (UNIFESSPA)


Eliane Pereira Machado Soares (UNIFESSPA)

Resumo: Esse trabalho apresenta a pesquisa sobre o vocabulário de João Brasil Monteiro,
da cidade de Marabá, Estado do Pará, autor de 11 obras não ficcionais, de caráter
memorialista que, em sua maioria, retratam a história da cidade em diferentes períodos,
envolvendo diversos aspectos tais como a fundação da cidade, ciclo da castanha, da
borracha e das pedras preciosas, imigração, entre outros. A pesquisa tem por objetivo reunir
dados para a elaboração do vocabulário representativo do autor a fim de ser realizada uma
análise léxico-semântica dos campos semânticos identificados, relacionando, portanto, ao
universo físico, histórico e cultural da cidade de Marabá. O referencial teórico e
metodológico remete à análise léxico-semântica de lexias organizadas por campos lexicais
conforme Coseriu (1981), assim como aos estudos da Lexicologia, Lexicografia e
Terminologia. A composição do corpus, com vistas à organização do vocabulário, abrange
três das obras de João Brasil Monteiro: O Castanheiro (2001), O Garimpeiro (2004) e Mair-

73
Abá, Coração de Mãe (2006). A organização do vocabulário se faz por meio de ficha
catalográfica, de forma semasiológica. Os verbetes são apresentados em ordem alfabética,
com as respectivas informações gramaticais, definições e remissivas. Para tanto, os dados
lexicais serão manipulados por meio do programa computacional Lexique Pro que permite
construir dicionários eletrônicos. Até o momento, já foram identificados mais de 700
vocábulos e fraseologismos, organizados em 12 campos lexicais saber: Acidente geográfico,
Alimentação e cozinha, Atividades profissionais, Convívio e comportamento social, Fauna e flora,
Fenômenos naturais, Instrumentos de navegação, Localização geográfica, Objetos e Materiais, Saúde, Vida
urbana e Povos e população.

Palavras-chave: Léxico. Vocabulário. Campos Lexicais. Falar e Literatura Regional.

OS ADJETIVOS DE EMPODERAMENTO FEMININO NAS REDES SOCIAIS

Elem Dayane de Freitas Oliveira (UEPA)


Maria Emanuelle Costa Ribeiro (UEPA)
Sara Barbosa Tavares da Silva (UEPA)
Orientadora: Profa. MSc. Francisca Magnólia Rego (UEPA)

Resumo: Diante das mudanças linguísticas e tecnológicas, ao longo dos anos, novas
formas de se comunicar e expressar surgiu através das mídias sociais. Não há dúvidas de
que a internet é uma grande aliada, não só para adquirir informações rápidas e/ou mais
detalhadas, mas também para expressar opiniões e ideias. Diante dessa perspectiva, este
estudo tem o objetivo de analisar a construção e a funcionalidade dos adjetivos de
empoderamento nas redes sociais e identificar o seu uso, especificamente, na rede
social Instagram. Interessa analisar os adjetivos em um contexto mais
contemporâneo, enfatizando a utilização dessa classe de palavras nas redes sociais e, assim,
avaliando tais usos na linguagem digital. Recorreu-se a autores como Fiorin (2004) e
Wittekind (2016), entre outros, para embasar a análise de dados no lócus supracitado, a
partir de exemplos em que esses adjetivos foram usados para elogiar as mulheres. Ao
analisar os adjetivos, percebemos que existem alguns que já existiam, porém são dotados
de novo significado, como poderosa, diva e rainha, e outros que são, de fato, novas
construções, como baphônica. Tais palavras sustentam a propagação de todo um discurso de
valorização social da mulher.

Palavras-chave: Empoderamento. Adjetivos. Redes sociais.

PERCURSO GERATIVO DO GÊNERO DIGITAL MEME

Carmen Lucia Braga da Conceição (IEMCI/UFPA)


Luís Paulo Carvalho Monteiro (IEMCI/UFPA)
Danielle Santana Aracati (IEMCI/UFPA)

Resumo: Discutimos, especialmente, o percurso gerativo do meme com base na indicação


de gêneros digitais para alfabetização da Base Nacional Comum Curricular.
Especificamente, analisamos a semiótica dos níveis fundamental, narrativo e discursivo do
meme da empresa paulistana PDV Criativo. Adicionalmente, identificamos o analisamos o
preconceito no trabalho no meme mencionado. Neste sentido, destacamos a sociedade

74
contemporânea está imersa na era globalizada das mídias sociais, onde as informações
discorrem sobre as redes virtuais em tempo real. Desse modo, a escola enquanto espaço de
formação cidadão, tem papel fundamental em promover o uso dos mais variados gêneros
digitais, para dispor ao aluno, uma visão reflexiva acerca da infinidade de notícias midiáticas
veiculadas diariamente em sociedade. Assim sendo, escolhemos o meme como objeto desse
estudo, pois o consideramos como potencializador na prática pedagógica, particularmente,
como instrumento para eficaz para o combate as notícias falsas que circulam
frequentemente nos ambientes digitais. O material foi composto por um meme da empresa
paulistana PDV Criativo, amplamente divulgado, que traz duas imagens do ator Jim Carrey.
Na primeira imagem, ele aparece limpo e com boa aparência. Na segunda, surge como um
trabalhador negro. Adotamos Fiorin (2017) que define a semiótica como o sistema de
significação dos discursos manifestados por quaisquer tipos de texto (um texto verbal, uma
pintura, um filme, uma ópera, uma publicidade, uma escultura e assim por diante). A partir
de uma análise semiótica, verificamos que a empresa divulgou um meme composto de um
discurso preconceituoso com o trabalhador negro. Desse modo, com o trabalho sistemático
e planejado do professor na mediação das discussões surgidas a partir do gênero meme, se
torna possível à formação de crianças atentas e com pensamentos e reflexões críticas acerca
dos assuntos veiculados na sociedade.

Palavras-chave: Meme. Letramento digital. Anos iniciais.

PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA: A OCORRÊNCIA DE FENÔMENOS


LINGUÍSTICOS NA FALA DE MULHERES JOVENS E ADULTAS
HABITANTES DE BELÉM

Aline dos Anjos do Rosário (UEPA)


Luana da Silva Coelho (UEPA)

Resumo: Partindo do pressuposto de que a língua está em constante transformação e que,


para analisá-la, é preciso considerar a situação real de uso do falante, como é estudado pela
Sociolinguística, o presente trabalho tem como objetivo geral verificar se a variante de faixa
etária influenciou para que ocorressem nove fenômenos linguísticos na fala de seis
mulheres, cujos critérios de escolha foram: nível superior completo, residentes de Belém,
sendo três entrevistadas entre 18-25 anos e as outras três acima de 50 anos; levando em
consideração se este último critério teve influência na manifestação destes fenômenos
mediante a análise e comparação da fala das entrevistadas. Para tanto, foi aplicado o
questionário fonético-fonológico (QFF), composto por 159 perguntas, no qual as respostas
foram transcritas foneticamente e a averiguação das manifestações linguísticas nas
pronuncias dos sujeitos se deu com base na visão do teórico linguista Bagno (2004) e do
gramático Bechara (2010). Como dinamização dos dados obtidos, utilizou-se o método
quantiqualitativo, isto é, a junção dos métodos quantitativo e qualitativo, discorrido por
autores como Chizzotti (1998) e Oliveira (2011). Diante disso, tendo registrado e analisado
os dados, inferiu-se que dentre os nove fenômenos pesquisados, quatro ocorreram entre as
entrevistadas: a redução do ‘OU’ em ‘O’, do ‘EI’ em ‘E’ e as reduções do ‘E’ e ‘O’ átonos
pretônicos. Observou-se, ainda, que a idade foi um fator determinante para a ocorrência
dos fenômenos, já que tais manifestações se realizaram mais entre os sujeitos jovens.
Portanto, esta pesquisa é de suma importância para a compreensão de que as variedades
que ocorrem na língua não devem ser consideradas como “certas” ou “erradas”, reduzindo
a língua como uma manifestação imutável, mas sim, deve-se ter a conscientização de que os

75
fenômenos linguísticos ocorrem por fatores extralinguísticos, os quais têm explicação
lógica, científica e pragmática.

Palavras-chave: Fenômenos Linguísticos. Fonética. Ocorrência. Sociolinguística. Variante


Faixa Etária.

PRECONCEITO LINGUÍSTICO E SUAS IMPLICAÇÕES NEGATIVAS NO


FALAR QUILOMBOLA
]
Jaqueline Heveles Aguiar Lameira (UFPA)
Valdinéia Lopes Soares (UFPA)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre as consequências do


preconceito linguístico no falar quilombola da comunidade Santa Terezinha, localizada no
km 23 da BR 010, no município de Irituia/PA. Visto que a comunidade tem sido alvo de
preconceito linguístico por conta do dialeto que é próprio dela, consideramos que refletir
sobre as consequências desse preconceito para o falar da comunidade é de importante
relevância, já que isso poderá implicar na perda da identidade sociocultural da comunidade.
Para obtermos os resultados que este trabalho almeja alcançar, partimos de uma abordagem
qualitativa de pesquisa. Como técnica de recolha de dados usamos a entrevista coletiva e
individual e como técnica de análise utilizamos a análise de conteúdo. Para embasamento
teórico, foram consultados o livro “Preconceito Linguístico” de Marcos Bagno (2007) e o
artigo “A formação do povo Brasileiro e reconhecimento efetivo da diversidade: cultura,
educação e ações afirmativas em prol de uma sociedade reflexiva, de Campos e Silva (2017)”
que abordam os temas preconceito linguístico, cultura e comunidades quilombolas.

Palavras-chave: Variação Linguística. Preconceito Linguístico. Comunidade Quilombola.

PRESENÇA DA FONÉTICA E FONOLOGIA EM MANUAIS ESCOLARES


DA DÉCADA DE 1990

Maricelma dos Santos Oliveira (UFRA)


Jackelline Ferreira da Costa (UFRA)
Patrícia Helena Trindade Leal (UFRA)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino (UFRA)

Resumo: A temática abordada no trabalho foi referente sobre as novas tendências da


Fonética e Fonologia, onde ambas têm como objeto de estudo os sons da fala. Além disso,
O presente seminário teve como objetivo mostrar as contribuições de estudiosos e analisar
através do tempo, as modificações do uso da fonética e fonologia. A fim de propiciar o
entendimento acerca das variações e tendências da atualidade. Para o embasamento teórico,
foram utilizados conceitos das autoras Thaïs Cristófaro (ano), Dinah Callou (ano) e Yonne
Leite (ano). Sobre a metodologia, livros e artigos foram pesquisados para planejamento de
roteiro e consequentemente, a produção do trabalho. A priori, os resultados obtidos nas
discussões mostraram-se divergentes. Uma vez que, nos livros didáticos da década de 1990
havia conteúdos que se vinculavam à temática de estudos. No entanto, nos livros didáticos
atuais, não obtinham na grade de conteúdos fonética e fonologia de forma tão específica.
Portanto, ficou evidente no decorrer das pesquisas a importância e necessidade deste

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estudo, embora não seja uma área muito explorada em relação a trabalhos científicos.

Palavras-chave: Fonética. Fonologia. Currículo. Livro didático. Ensino de Português.

PROCESSO DE PALATALIZAÇÃO DE /d/ DIANTE DE /i/ e /e/ NO


FALAR AMAPAENSE

Jamille Luiza de Souza Nascimento (UEAP)


Orientador: Prof. MSc. Romário Duarte Sanches (UFPA/UEAP)

Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar o processo de palatalização da consoante
alveolar /d/ diante das vogais /i/ e /e/, identificadas no Atlas Linguístico do Amapá. O
projeto ALAP, de acordo com Sanches (2015), surgiu em 2010 reunindo professores e
estudantes do curso de Letras da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), com o
objetivo de descrever e o mapear do Português Brasileiro falado em 10 municípios do
Estado do Amapá de forma a evidenciar as variedades linguísticas de aspectos fonético-
fonológicos e semântico-lexicais característicos de cada localidade. Em consonância com
os objetivos do projeto ALAP, esta pesquisa tem como suporte teórico-metodológico a
abordagem Geossociolinguística. Trata-se de uma geografia linguística que busca estudar
além da variável geográfica, as variáveis sociais como sexo, idade, escolaridade e classe
social. A metodologia utilizada é a mesma encontrada no ALAP, com a seleção das
seguintes localidades: Macapá, Santana, Amapá, Mazagão, Pedra Branca do Amapari,
Oiapoque, Calçoene, Tartarugalzinho, Porto Grande e Laranjal do Jarí. Em cada localidade
foram entrevistados 40 informantes divididos entre duas faixas etárias, a primeira entre 18
e 30 anos e a segunda entre 50 e 75. Estes também foram divididos em dois grupos por
sexo: masculino e feminino. Ressalta-se que todos os informantes possuem o ensino
fundamental incompleto. Para análise do processo de palatalização foi selecionada a carta
fonética de número 12, em que mostra o mapeamento do referido processo com base em
quatro itens fonéticos: dia, tarde, desvio e perdida. Os resultados mostram que 89% dos dados
analisados apresentam o processo de palatalização e somente em 11% não. As localidades
que ficaram mais evidentes foram os municípios de Calçoene (08) e Laranjal do Jari (04),
onde o fenômeno ocorreu com 100% de realização para o processo de palatalização de /d/
diante das vogais /i/ e /e/.

Palavras-chave: Variação fonética. Geossociolinguística. ALAP. Palatalização.

REGISTRO E ESPACIALIZAÇÃO DA LÍNGUA E HISTÓRIA NO ATLAS


ENCICLOPÉDICO APURINÃ (ARUÁK)

Cinthia Ishida (UFPA)


Sidney da Silva Facundes (UFPA)

Resumo: A língua Apurinã é falada por um povo indígena espalhado em mais de 100
comunidades localizadas ao longo de vários afluentes do Rio Purus, no sudeste do estado
do Amazonas, em um espaço geográfico bastante amplo. Em face dessa distribuição e da
história do povo, há uma complexa diversidade linguística, cultural e histórica ainda pouco
compreendida. O Atlas Enciclopédico Apurinã, em construção, visa compilar informações

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linguísticas, sociolinguísticas, históricas e antropológicas sobre o povo Apurinã, em um
banco de dados computacional com informações espacializadas, utilizando ferramentas
SIG, BDG e multimídia, em formato interativo acessível a buscas. O trabalho utiliza outras
pesquisas sociolinguísticas (LIMA 2012, PADOVANI 2016, FACUNDES 2000, BARROS
2018), além de dados originais desta pesquisa. Entre os resultados da pesquisa envolvendo
a espacialização desses dados, destacamos aqueles que mostram a sua importância para se
traçar estratégias de revitalização e de planejamento do ensino escolar Apurinã de uma
forma que leve em consideração as particularidades de cada comunidade.

Palavras-chave: Apurinã. Atlas Enciclopédico Apurinã. Dialetologia.

VARIAÇÃO DIATÓPICA DO ITEM LEXICAL ESTILINGUE EM REDES


SOCIAIS: FACEBOOK E INSTAGRAM

Bruna Melo de Assunção (UEPA)


Jéssica Cristina Ferreira da Silva (UEPA)
Orientadora: Profa. Dra. Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA/SEDUC)

Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em apresentar, de acordo com a


sociolinguística quantitativa laboviana, a variação diatópica do item lexical “estilingue” nos
26 estados do Brasil e no Distrito Federal, a partir de redes sociais Facebook e o Instagram.
Para tanto, o aporte teórico utilizado baseia-se em Labov (1972) no que concerne ao
aspecto da variação, Lévy (1996) no que tange à definição e materialização da linguagem no
meio virtual e Marcuschi (2008) para o tratamento dado ao gênero das postagens e Cardoso
(2010) no enfoque diatópico. Quanto aos procedimentos metodológicos, trata-se de
pesquisa qualitativa (GIL, 2001), em que o corpus foi coletado a partir de uma imagem do
item lexical em questão e mensagens enviadas pelas plataformas Facebook e Instagram a
10 internautas de cada estado brasileiro, solicitando que escrevessem a denominação
utilizada para o objeto na sua região. Após obter as respostas, estas foram armazenadas por
meio de prints, codificadas e separadas em 27 pastas, de acordo com os 27 estados e o
Distrito Federal. A coleta do corpus foi composta por respostas oriundas de 270
informantes, todavia, é válido ressaltar que a quantidade de mensagens enviadas ultrapassou
500, devido à dificuldade para obter retorno. Dentre as respostas obtidas dos usuários,
houve 540 ocorrências, uma vez que alguns informantes relataram duas ou mais realizações
possíveis para classificar o item lexical. Dessa forma, após a sistematização dos dados,
procedeu-se à análise diatópica das variantes encontradas, dentre as quais as mais
produtivas foram: estilingue e baladeira, as quais ocorreram na maioria dos estados e no
Distrito Federal. Houve ainda o registro das variantes: seta, setra, atiradeira, bodoque e
peteca totalizando 21 variantes para o item lexical em questão, o que demonstra a
pertinência de trabalhos que possibilitam a atualização dos dados que descrevem a
variedade do português brasileiro.

Palavras-chave: Sociolinguística. Variação. Redes Sociais. Estilingue.

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VARIAÇÃO DO ITEM BANGUELA NAS CAPITAIS BRASILEIRAS DA
REGIÃO NORTE

Marcia de Souza Dias (UFRA)


Orientador: Prof. Dr. Regis José da Cunha Guedes (UFRA)

Resumo: A variação linguística no português do Brasil vem sendo bastante discutida por
estudiosos da área nos últimos anos, sobretudo no que tange aos níveis léxico-semântico e
fonético-fonológico. Com base no banco de dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil
– ALiB, este trabalho tem o intuito de mapear e registrar a variação linguística do item
lexical banguela nas seis capitais da região Norte do país. Os estudos de Razky e Sanches
(2016), Razky e Costa (2014), Guedes (2012) norteiam esta pesquisa. Com uma metodologia
de base quantitativa, este estudo mapeou dados coletados por pesquisadores do projeto
ALiB nas capitais brasileiras. As informações foram coletadas por meio da aplicação de um
Questionário Semântico Lexical (QSL). Buscando abranger uma dimensão
pluridimensional, os dados foram cartografados em cartas preliminares, permitindo dessa
forma a identificação da variação nos níveis diatópico, diastrático, diageracional e
diagenérico. A composição do corpus se deu a partir de inquéritos aplicados a oito
informantes por capital, estratificados por sexo, idade e escolaridade. A partir dos
resultados, concluiu-se que, apesar de haver a presença de outras variantes na região, a lexia
Banguela prepondera nas capitais do Norte do Brasil. O presente trabalho contribuiu para
o conjunto de estudos que mapeiam o corpus das capitais do projeto ALiB.

Palavras-chave: Atlas linguístico do Brasil. Dialetologia. Variação linguística.

VARIAÇÃO LEXICAL DOS ITENS CAMBALHOTA E BOLINHA DE GUDE


NOS DADOS DO ATLAS LÉXICO SONORO DO PARÁ - ALESPA

Lana Cardoso de Souza (UFRA)


Orientador: Prof. Dr. Regis José da Cunha Guedes (UFRA)

Resumo: O presente estudo consiste num mapeamento da variação lexical dos itens
Cambalhota e bolinha de gude do campo semântico: “Festas e Divertimentos” pertencentes
ao corpus do Atlas Léxico Sonoro do Pará (ALeSPA). Os pressupostos teóricos da moderna
Dialetologia e da Geossociolinguística (CARDOSO, 1996; RAZKY, 1996; AGUILERA,
2008; ISQUERDO, 2010) e da Dialetologia Pluridimensional e Relacional (RADTKE;
THUN, 1996) nortearam a realização deste estudo. Os dados mapeados neste estudo
pertencem ao banco de dados do Atlas Léxico-Sonoro do Pará - ALeSPA, coletados em 38
cidades do estado do Pará, por meio da aplicação de um Questionário Semântico Lexical
(QSL) de 257 questões aplicadas a 152 informantes (4 por localidade). Neste estudo foram
mapeados dois itens do campo semântico: “festas e divertimentos”, pertencentes ao banco
de dados desse atlas. O mapeamento dos dados demonstrou a rica variação lexical do
português brasileiro falado na zona rural do estado do Pará.
Palavras-chave: Geossociolinguística. Dialetologia Pluridimensional. ALeSPA.

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POTOQUEIRO DE MIRITI: UM OLHAR SOBRE FRASEOLOGISMOS EM
TÍTULOS DE FILMES

Bruna Melo de Assunção (UEPA)


Orientadora: Profa. Dra. Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA)

Resumo: Esta apresentação, em forma de painel, trata da realização de fraseologismos em


títulos de filmes. Para tanto, o referencial adotado baseia-se na corrente francesa de
Fraseologia, principalmente em Mejri (1997; 2012), Marcuschi (2002) quanto ao tratamento
dado aos gêneros emergentes, Dubuc (1985) e Dias (2015) direcionam o trabalho com a
tradução e Levy (1996) em relação ao ambiente virtual. A pesquisa de base quali-quantitativa
(GIL, 2010) apresenta amostra coletada a partir de postagens da rede social Facebook em
que o autor da página fornece, baseado no senso comum, a ideia de tradução de títulos de
filmes que seriam casos de fraseologismos paraenses. A coleta realizada evidencia 24 casos
de fraseologismos, na versão paraense, os quais foram submetidos a testes de identificação
e segmentação, o que possibilitou eleger a tipologia das ocorrências encontradas. Os
resultados alcançados revelam casos como Pata cega, tradução de Bird Box, que indica uma
brincadeira comum no período da infância em que as crianças usam uma venda para tapar
os olhos, Potoqueiro de Miriti, tradução para As aventuras de Pinóquio, que faz referência ao
boneco de madeira conhecido por um aumento em seu nariz cada vez que contava uma
mentira. Por tratar-se investigação em andamento o número de ocorrências poderá ser
ampliado.

Palavras-chave: Fraseologismos. Tradução. Título de filmes. Facebook. Versão paraense.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DA LIBRAS: ANÁLISE DE TEXTOS


NARRATIVOS DA L2 (LÍNGUA PORTUGUESA) DE PROFESSORES
SURDOS PRÉ- LINGUÌSMO E PÓS-LINGUÍSMO

Talita Rodrigues De Sá (UEPA)


Naír Miranda Da Costa (UEPA)
Lilian Cohen Borges (UEPA)

Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo apresentar análise da produção de textos
narrativos da segunda língua (Língua Portuguesa) de professores surdos nos casos de pré-
linguísmo e pós- linguísmo, com o intuito de observar se existem diferenças entre as
produções escritas. O estudo em questão contextualiza-se no âmbito da educação de surdos
com enfoque na Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS. O trabalho foi estruturado com
pesquisa de campo realizada em duas unidades de ensino em Belém-PA, sendo uma escola
da rede pública especializada e educação de alunos surdos, e uma universidade no Estado
do Pará (Local), com 4 (quatro) professores surdos (sujeitos), que fazem o uso da Libras,
2 (dois) com o caso de pré-linguismo e 2 (dois) com pós-linguismo. O resultado da pesquisa
revela a diferença entre a produção textual de pessoas com o caso de pré-linguísmo e pós-
linguismo. A análise mostrou a importância da sociedade ouvinte oralizar com a
comunidade surda facilitando assim, a internalização da estrutura sintaxe e semântica da
língua portuguesa, processo esse que contribui para o aperfeiçoamento da produção textual
de surdos.
Palavras-chave: Linguística. Libras. Produção de textos narrativos.

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ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DO PRECONCEITO EM POSTAGENS DO
FACEBOOK

Rafaela Cristina Botelho Oliveira (UEPA)


Orientadora: Profa. Dra. Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA)

Resumo: Esta apresentação de painel tem por objetivo analisar postagens que circulam na
rede social Facebook que revelam alguma modalidade de preconceito linguístico. Neste
sentido, o aporte teórico utilizado baseia-se em Labov (1972; 2008), Bagno (2005), Coelho
(2015) no tratamento dado ao aspecto sociolinguístico, Levy (1996; 2010) e Aparici (2012),
em relação ao aspecto da linguagem através do ciberespaço, Marcuschi (2002) para tratar dos
gêneros textuais sob análise e Possenti (2006) no que concerne à estrutura de construções
que geram o humor, neste caso, na grande rede. A metodologia utilizada é do tipo descritiva
(LAKATOS; MARCONI, 2010) e a amostra constituída, por meio de prints, à qual foi dada
o tratamento sociolinguístico, foi coletada de postagens e comentários oriundos da rede
social Facebook entre os meses de março e julho de 2019, totalizando 60 ocorrências. Os
resultados obtidos revelam o preconceito linguístico voltado para construções gramaticais
cristalizadas pela norma culta, e que em virtude de seu compartilhamento gera o humor e ao
mesmo tempo o incômodo referente às frequentes variações linguísticas existentes no
Português Brasileiro (PB), nesse último a consequente materialização da intolerância.

Palavras-chave: Sociolinguística. Preconceito linguístico. Ciberespaço. Facebook.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ENSINO E PRODUÇÃO DIDÁTICA


SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL

Larissa Leonel Pereira (UFPA)


Karen Nataly da Silva Carneiro (UFPA)
Suzana Oliveira dos Santos (UFPA)

Resumo: De modo geral, notam-se constatações de que o ensino de língua portuguesa se


baseia na gramática normativa e quando não em atividades repetitivas e maçantes.
Preocupado em refletir acerca da prática e dos materiais didáticos usados nessas aulas, este
trabalho reflete acerca das etapas de elaboração e experimentação de jogos didáticos para o
ensino da variação linguística em língua portuguesa em sala de aula. Para tanto, parte-se de
atividades realizadas pelos discentes do curso de licenciatura em Letras-Língua Portuguesa,
da Universidade Federal do Pará, durante a disciplina de Sociolinguística, ministrada no
segundo período letivo de 2019. Os dados são analisados à luz do método qualitativo, por
meio de observação e descrição das atividades desenvolvidas, sob o rótulo da pesquisa-
participante. A fundamentação teórica ancora-se nos seguintes autores: Coelho (2008);
Cyranka (2016); Labov (2008); Bagno (2009); Ilari (2006). Inicialmente, os resultados
apontam para a possibilidade de os professores elaborarem atividades lúdicas para o ensino
da variação linguística na Educação Básica; notou-se, também, que aquelas atividades
funcionam positivamente mais no ensino-aprendizagem no nível lexical do que nos demais
níveis da gramática.

Palavras-chave: Variação linguística. Ensino. Material pedagógico.

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PARTIR PARA A GLÓRIA OU PASSAR DESSA VIDA COM JESUS?
FRASEOLOGISMOS RELIGIOSOS NA FALA DE EVANGÉLICOS

Jéssica Cristina Ferreira da Silva (UEPA)


Orientadora: Profa. Dra. Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA/SEDUC)

Resumo: Os fraseologismos constituem o objeto de estudo da Fraseologia, área definida


por Bally (1931) como uma submacroárea da Lexicologia, e são expressos por meio de dois
ou mais itens lexicais. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo apresentar os
resultados da pesquisa em andamento de Silva (2019) sobre fraseologismos religiosos de
cunho evangélico. O referencial teórico ampara-se em Mejri (1997; 2012), Labov (1972) e
Tarallo (1986) no que concerne ao aspecto variacionista. Metodologicamente, a pesquisa
segue os parâmetros quali-quantitativo (LAKATOS; MARCONI, 2001), e a amostra sob
análise é composta pela fala de 24 informantes coletada por meio de narrativa livre, em que
os informantes são estratificados por sexo, escolaridade e faixa etária, em que se procedeu
ao levantamento dos possíveis fraseologismos, os quais foram submetidos a testes de
verificação fraseológica. Os resultados obtidos, além de apontarem para exemplos tais
como: Glória a Deus, no sentido de agradecimento e exaltação ao Senhor, morreu em Cristo,
passou dessa vida com Jesus, referente a morrer, dentre outras ocorrências, mostram que os
fraseologismos coletados são produtivos na fala de evangélicos, entretanto não se pode
afirmar que seja um evento linguístico exclusivo desses falantes e nem são usados apenas
em cerimônias religiosas.

Palavras-chave: Fraseologia. Fraseologismos religiosos. Evangélicos.

PEGA E NÃO ME LARGA: CASOS DE FRASEOLOGISMOS NA FALA DAS


ERVEIRAS DO VER-O-PESO

Laura Vitória dos Santos Lima (UEPA)


Orientadora: Profa. Dra. Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA)
Resumo: Esta apresentação objetiva socializar o resultado parcial do levantamento de
fraseologismos realizado a partir da fala das erveiras do Mercado Ver-o-Peso localizado em
Belém/PA. Para isso, foram utilizados por base os princípios fraseológicos da corrente
francesa traçada por Mejri (1997, 2012), em especial os critérios apontados por esse autor:
polilexicalidade, fixidez, congruência, frequência, previsibilidade e idiomaticidade, os quais
possibilitam identificar e categorizar tais estruturas. Em esfera nacional utilizou-se, para a
revisão da literatura dos estudos em Fraseologia, o transcurso histórico desenvolvido por
Monteiro-Plantin (2014). No percurso metodológico, a pesquisa configura-se como de
cunho quanti-qualitativo (BODGAN; BIKLEN, 2003) constitui-se de um estudo de caso. A
coleta de dados ocorreu a partir da gravação in loco, de entrevistas, cedidas pelas erveiras do
mercado do Ver-O-Peso em Belém/PA. Os resultados revelam ocorrências tais como: chega-
te a mim!, banho de descarrego, quebra barreiras, dentre outros. A pouca descrição de fenômenos
fraseológicos no Pará justifica a escolha do tema.

Palavras-chave: Fraseologismo. Erveiras. Mercado do Ver-o-Peso. Belém. Pará.

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GÊNERO MEME COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO: UMA ADEQUAÇÃO
À BNCC

Larissa Lilian Costa Santos (UEPA)


Profa. Dra. Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA)

Resumo: Esta apresentação, em forma de painel, tem por objetivo apresentar a proposição
de uma oficina, com foco em alunos do Ensino Médio, a partir da perspectiva semiótica do
gênero Meme ancorados no Google sobre os períodos literários. Para tanto, os autores que
orientam a perspectiva teórica adotada são Pierce (1996) no tratamento assumido frente ao
aspecto semiótico, Marcuschi (2008) no que concerne aos gêneros textuais/discursivos,
Koch e Elias (2016), Rojo (2015) no que diz respeito à multimodalidade textual, Levy (2015)
sobre a caracterização da cibercultura e Brasil (2017) para a adequação da atividade ao que é
solicitado na BNCC. Por assumir esse viés, a pesquisa se configura, por um lado, como uma
pesquisa-ação (THIOLLENT, 2008), pois propõe a aplicação de uma oficina em que os
memes se configuram como elementos em foco para a atividade pedagógica, e por outro lado,
de cunho qualitativo, uma vez que observa a interação entre os sujeitos por meio do próprio
gênero. Metodologicamente, os dados coletados são oriundos de postagens no Google. Os
resultados evidenciam uma amostra com 12 exemplos de memes, os quais apresentam
temáticas diversas. A análise dos memes mostra o caráter multissemiótico desse gênero.

Palavras-chave: Semiótica. Meme. Gênero Textual. Oficina.

CASOS DE METAPLASMOS EM TEXTOS PRODUZIDOS POR ALUNOS


DO ENSINO MÉDIO

Nágela Thallyta Henrique Maria (UEPA)


Orientadora: Profa. Dra. Carlene Ferreira Nunes Salvador (UEPA)

Resumo: Pretende-se com esta apresentação socializar os resultados obtidos sobre a


realização de metaplasmos em textos de alunos do Ensino Médio. Para tanto, o aporte teórico
adotado baseia-se em Teyssier (1982); Bagno (2005), no que se refere ao tratamento dos
metaplasmos, Koch (2012); e Menegassi (2010) em relação às condições de produção textual.
Metodologicamente, a pesquisa de cunho exploratória (GIL, 2010) apresenta amostra
coletada a partir de 58 textos produzidos por estudantes do Ensino Médio, em que se verifica
a ocorrência de metaplasmos, mais especificamente casos de aférese, isto é, supressões de
fonemas que ocorrem no início do vocábulo. O tratamento preliminar da amostra aponta
para exemplos tais como: está > -tá, embora > -bora, entre outros. Os resultados
prévios indicam que mesmo a escola básica priorizando o ensino da norma padrão, as
produções dos alunos mostram que a aférese é um fenômeno recorrente evidenciando o
caráter suscetível da língua em relação à variação linguística.

Palavras-chave: Metaplasmos. Produção textual. Ensino Médio. Variação linguística.

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