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Professor: Luciano Cardoso

Professor: Luciano Cardoso


ORIGEM E EVOLUÇÃO DA GEOGRAFIA

Inicialmente, aGeografia foi definida como o


estudo da superfície da Terra. O grego
Heródoto (484-420 a.C.) é considerado o
pai da Geografia e da História. Nessa
mesma época, nasceu outro ramo da
Geografia, denominado Geografia Geral ou
Geografia Matemática, preocupada com a
posição da Terra no universo, suas
dimensões e representações cartográficas.
No final do século XVIII, Immanuel Kant
(1724-1804), considerado o fundador da
Geografia Moderna, classificou o
conhecimento geográfico como uma das
partes principais do conhecimento humano.
A Geografia Física, que engloba o homem, seria um resumo da natureza e a base da história,
havendo ainda outras partes no conhecimento geográfico.
No início da Idade Contemporânea, surgiu a doutrina do Determinismo, segundo a qual o
homem seria resultado exclusivo das forças da natureza, ou seja, do meio ambiente em que
vive. Paralelamente à evolução da New Geography, desenvolveu-se a Geografia Nova ou
Marginal. Recebendo influências do socialismo e do terceiro mundismo (movimento
anticolonialista nascido em 1955), ela se opôs à New Geography, apontando-a como a
Geografia do Imperialismo.
As concepções da Geografia Crítica entraram em confronto com a Geografia Tradicional,
criando uma verdadeira guerra política, já que os geógrafos críticos buscavam uma ação
transformadora da realidade e uma renovação completa do estudo e do ensino da Geografia.
Milton Santos chama a atenção sobre o papel dos Estados nessa construção do espaço
geográfico.
A modernização, no entanto, não atinge todos os lugares ao mesmo tempo, seguindo uma lógica
que é a do capital, e não a dos interesses da maioria dos homens.
O estudo da Geografia deve obedecer às regras metodológicas dessa ciência. A boa aplicação
do Princípio da Extensão faz uso da interdisciplinaridade, recorrendo aos recursos da
cartografia, da estatística e da geodésia.

As principais categorias da geografia são: paisagem, território, região e lugar.


"A Geografia, assim como várias outras ciências, utiliza-se de categorias para basear os seus
estudos. Trata-se da elaboração e utilização de conceitos básicos que orientem o recorte e a
análise de um determinado fenômeno a ser estudado. Por exemplo, um estudo geográfico sobre
determinadas disputas geopolíticas pode ser realizado tendo como base o conceito de território,
que seria uma categoria a ser utilizada como uma forma de se enxergar o estudo.
Atualmente, além do espaço geográfico – principal objeto de análise da Geografia –, existem
quatro principais conceitos que se consolidaram como categorias geográficas: território, região,
paisagem e lugar. A seguir, uma breve conceituação:
Paisagem: refere-se às configurações externas do espaço. Por muitas vezes, ela foi definida
como “aquilo que a visão alcança”. Porém, essa definição desconsidera as chamadas
“paisagens ocultas”, ou seja, aqueles processos e dinâmicas que são visíveis, mas que de
alguma forma foram ocultados pela sociedade. Além disso, tal definição também peca por
apenas considerar o sentido da visão como preceptora do espaço, cabendo a importância dos
demais sentidos, com destaque para a audição e o olfato.
Dessa forma, podemos afirmar, de maneira simples e direta, que o conceito de paisagem se
refere às manifestações e fenômenos espaciais que podem ser apreendidos pelo ser humano
através de seus sentidos.
Território: é classicamente definido como sendo um espaço delimitado. Tal delimitação se dá
através de fronteiras, sejam elas definidas pelo homem ou pela natureza. Mas nem sempre
essas fronteiras são visíveis ou muito bem definidas, pois a conformação de um território
obedece a uma relação de poder, podendo ocorrer tanto em elevada abrangência (o território
de um país, por exemplo) quanto em espaços menores (o território dos traficantes em uma
favela, por exemplo).
Região: é uma área ou espaço que foi dividido obedecendo a um critério específico. Trata-se
de uma elaboração racional humana para melhor compreender uma determinada área ou um
aspecto dela. Assim, as regiões podem ser criadas para realizar estudos sobre as
características gerais de um território (as regiões brasileiras, por exemplo) ou para entender
determinados aspectos do espaço (as regiões geoeconômicas do Brasil para entender a
economia brasileira). Eu posso criar minha própria região para a divisão de uma área a partir de
suas práticas culturais ou por suas diferentes paisagens naturais, entre outros critérios.
Lugar: é uma categoria muito utilizada por aqueles pensadores que preferem construir uma
concepção compreensiva da Geografia. Grosso modo, o lugar pode ser definido como o espaço
percebido, ou seja, uma determinada área ou ponto do espaço da forma como são entendidos
pela razão humana. Seu conceito também se liga ao espaço afetivo, aquele local em que uma
determinada pessoa possui certa familiaridade ou intimidade, como uma rua, uma praça ou a
própria casa.
É preciso lembrar, no entanto, que essas categorias e conceitos não são exclusivos da
Geografia, podendo ter outros significados quando utilizados em outras ciências ou pelo senso
comum. Além disso, essas não são necessariamente as únicas categorias dessa ciência, mas
apenas as mais comumente adotadas pelos geógrafos em seus estudos.
Ao longo da história do pensamento geográfico, outras categorias predominaram, como a noção
de “posição”, um importante conceito nos estudos de Friedrich Ratzel, e “gêneros de Vida”,
termo utilizado por Vidal de La Blache.

PENA, Rodolfo F. Alves. "Categorias da Geografia"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/categorias-
geografia.htm. Acesso em 04 de agosto de2022.

PAISAGEM RURAL

Neste Tema, você vai estudar alguns elementos que caracterizam a paisagem rural e também
os três setores da economia: primário, secundário e terciário. Verá, ainda, particularidades
desses setores, como o extrativismo e a agropecuária no setor primário .

Os setores da economia e a paisagem rural


A economia está dividida em três setores de atividade: primário, secundário e terciário.
O setor primário inclui atividades como a agricultura, a pecuária, a pesca e a extração de
vegetais e minerais. Entre essas atividades estão aquelas que depen- dem mais diretamente
dos ciclos e recursos naturais, como a agricultura, que precisa de água para irrigar as plantas.

O setor secundário reúne as atividades industriais de transformação de matérias-primas em


produtos industrializados (máquinas, equipamentos, veículos, roupas, alimentos, bebidas,
cosméticos, produtos de higiene e limpeza, entre outros), além da construção civil.
O setor terciário representa as atividades ligadas ao comércio e à prestação de serviços, como
educação, saúde, telecomunicações, transporte, limpeza, serviços de alimentação, turismo,
serviços bancários, entre outras.

Tradicionalmente, a paisagem rural é marcada pela produção no campo, isto é, pelo setor
primário, que é o principal responsável pelo fornecimento de matérias-primas para a indústria
de transformação, por meio da exploração dos recursos da natureza. No entanto, é importante
lembrar que hoje os três setores podem se relacionar no espaço rural: em fazendas modernas
é possível perceber a presença de técnicos de informática; há também as agroindústrias,
fábricas que processam matérias-primas vegetais e animais ou alimentos, como as usinas de
açúcar e álcool, e as unidades produtoras de suco de laranja.

EXTRATIVISMO

As atividades extrativistas retiram os recursos danatureza sem transformá-los ou alterar suas


propriedades naturais. Os recursos naturais extraídos em estado bruto servem de matéria-prima
para a indústria transformá-los nos mais variados produtos. No extrativismo vegetal, a madeira,
por exemplo, é retirada e comercializada para ser
usada como lenha, na fabricação de papel e
celulose, em móveis e materiais para a construção

Figura 1Extração de minério no Centro-oeste


civil, como portas, janelas, pisos e revestimentos
etc.
No caso do garimpo, por exemplo, o ouro, a prata
e mesmo algumas pedras preciosas são retirados
em estado bruto. É um tipo de extrativismo mineral.
No Brasil, o trabalho de extração mineral pode ser
realizado de forma artesanal, como é o caso da
extração do ouro, ou industrial, como acontece
com o ferro, a bauxita, o níquel e outros minérios.

AGRICULTURA

A agricultura altera a natureza e é uma das principais atividades responsáveis pela


transformação da paisagem rural. Mas, além de provocar mudanças, a própria agricultura
também vem se modificando ao longo do tempo.
Quais mudanças sofridas pela agricultura você conhece? Quais fatores, em sua opinião, estão
ligados a essas mudanças? Você associaria algum desses fatores ao clima, às limitações dos
espaços disponíveis para cultivo ou ao uso de novas tecnologias?

Atividades agricolas
A produção agrícola está condicionada a diversos fatores naturais, como os tipos de solo e as
condições do relevo e do clima. A soma desses fatores influencia a agricultura em todo mundo,
entre os quais as condições climáticas são as que mais variam de um lugar para outro do
planeta.
O clima se refere aos fenômenos da atmosfera (radiação solar, chuvas, temperaturas etc.). O
solo é essencial para a agricultura: é a camada que recobre a superfície terrestre, formada pela
decomposição das rochas e pela matéria orgânica resultante de restos de vegetais e animais.
O relevo, por sua vez, refere-se às formas e às altitudes da superfície terrestre (montanhas,
vales, planícies etc.). Isso está também ligado aos cultivos, pois há mais obstáculos a superar
em terrenos íngremes. As redes hidrográficas, por sua vez, são compostas por rios, córregos e
lagos, que podem oferecer água – recurso indispensável para as atividades agropecuárias.
Por esses motivos, os agricultores precisam conhecer as características naturais da localidade,
para que possam desenvolver o cultivo de
acordo com as variações das condições
climáticas. Por exemplo, não se deve plantar
laranja em localidades que façam muito frio. A luz
solar incide sobre a Terra com maior ou menor
intensidade, dependendo da região, do
movimento do planeta e de sua posição em
relação ao Sol.

De modo geral, a variação da incidência dos


raios solares sobre a superfície da Terra é agrupada em cinco zonas climáticas.

• Zonas polares do norte e do sul (ártica e antártica)


– localizadas entre os polos e os círculos polares, são
as faixas mais frias do planeta e permanecem grande
parte do ano cobertas de gelo.
• Zonas temperadas do norte e do sul – localizadas
entre os círculos polares e os trópicos, apresentam
temperaturas médias moderadas e as quatro estações
do ano bem definidas.
• Zona tropical – localizada entre os trópicos de
Câncer e de Capricórnio, é a faixa mais quente da
superfície da Terra.
A temperatura, por exemplo, também influi na
agricultura, pois algumas plantas são naturais de
áreas mais frias e não se adaptam às áreas mais quentes, e vice-versa. O abacaxi, por exemplo,
precisa de temperaturas acima dos 21 °C para se desenvolver, porque é sensível às baixas
temperaturas. Já a macieira é resistente ao frio e suporta os invernos rigorosos.

Técnicas agrícolas
Como você estudou, a produção agrícola depende de diversos fatores naturais. No entanto, ao
longo do tempo, as sociedades procuraram conhecer melhor a natureza e desenvolver técnicas
para reduzir a dependência em relação a esses fatores. Estas, chamadas técnicas agrícolas,
hoje aparecem na forma de grandes tratores, colheitadeiras, adubos, fertilizantes, irrigações
sofisticadas etc. e são fortemente empregadas na agricultura moderna.
A irrigação é uma antiga técnica baseada na retirada de água do subsolo ou de alguma fonte
externa, como rios, lagos ou açudes, para compensar a falta de água na plantação.
Contudo, a escolha do método depende da disponibilidade de água na região e do tipo de cultivo
que sepretende irrigar. Combinada com outras práticas agrícolas, a irrigação tem permitido
ampliar a fronteira agrícola, ou seja, tem possibilitado o avanço da agricultura moderna, incluindo
a criação de animais, para terras até então não cultivadas e transformadas em função das
condições naturais, impróprias à agricultura. No sertão nordestino, por exemplo, a seca é um
fenômeno natural, mas há formas de superá-la, usando a água de lençóis subterrâneos,
cisternas ou açudes para a irrigação.

Produtividade no campo
A expansão da fronteira agrícola está ligada à necessidade de maior produção de alimentos e
matérias-primas para abastecer o mercado interno e, também, para exportação. Essademanda
acaba pressionando o setor primário, especialmente a agricultura, por uma produtividade maior.
A produtividade é medida pela quantidade de bens gerados em determinado tempo e espaço.
Investimentos em máquinas, irrigação mais eficiente e sementes melhoradas são exemplos de
fatores que contribuem para aumentar a produtividade no setor agrícola. No entanto, é
importante lembrar que, quanto melhor o resultado, maiores os riscos de impactos ambientais.
Além dos exemplos apresentados, a agricultura moderna utiliza grandes quantidades de adubos
químicos, que corrigem os solos, e defensivos agrícolas (agrotóxicos), que combatem as pragas
da lavoura. O uso cada vez mais intenso desses produtos químicos, levados pelas chuvas, tem
provocado a contaminação do solo, das águas dos rios e dos lençóis de águas subterrâneas
(lençóis freáticos), e acaba comprometendo a qualidade da água e a vida aquática dos rios e
lagos, como também a saúde da população local.
O crescimento da agricultura e da pecuária também afeta as reservas de matas originais ou
nativas, que vão sendo substituídas por pastagens ou cultivos.
Com a diminuição das matas e a decorrente perda da flora e da fauna, o solo fica diretamente
exposto à chuva e ao vento, tornando-se vulnerável à erosão e, até mesmo, impróprio para novo
uso agrícola.
Na erosão, as chuvas e os ventos carregam parte do solo exposto para o fundo dos rios,
provocando um fenômeno conhecido como assoreamento, que torna os rios cada vez mais
rasos. O solo, por sua vez, fica suscetível à formação de sulcos e voçorocas (grandes valas ou
buracos causados pela erosão).
Tais problemas precisam ser contidos ou evitados para que não inviabilizem as práticas
agrícolas nem causem danos ao meio ambiente.
Atualmente, já existem técnicas para recuperação de solos, como replantio de matas às
margens dos rios, que ajudam a conter o assoreamento, ou cultivos em terraços, que evitam
deslizamentos de terra. Há, ainda, cultivos que podem ser combinados com a presença de
florestas, sem precisar retirá-las, como no caso do cacau.
Outro recurso que visa à maior produtividade e também à maior qualidade dos produtos
cultivados é o uso da pesquisa científica. Por exemplo: há, hoje, vários tipos de arroz vendidos
nos supermercados, resultantes do desenvolvimento de diversas técnicas e processos que
controlam desde a escolha do grão a ser plantado até a variedade de adubo ou fertilizante que
será usada.

A mecanização no campo e as consequências para o trabalho


O processo de mecanização no campo também alterou as relações de trabalho.
Tradicionalmente, o corte de cana é um trabalho exclusivamente manual realizado por
trabalhadores assalariados conhecidos popularmente como boias-frias ou volantes. Esses
trabalhadores ganham baixos salários, estão submetidos a duras condições de trabalho e
moram fora da propriedade agrícola, em geral nas periferias das cidades. Além disso, esse
trabalho é sazonal, ou seja, tem períodos previsíveis de plantio e colheita, em função das
estações do ano (como qualquer produto agrícola), o que faz com que o trabalhador tenha de
lidar com a alternância de período.

OS ESPAÇOS URBANOS NO BRASIL

As cidades são um importante espaço de convivência entre as pessoas. De modo geral, elas se
caracterizam pela concentração de recursos, pessoas e atividades. Em muitos casos, isso
favorece a oferta de empregos, bens e serviços, e a possibilidade de estabelecer relações
sociais. Entre outras razões, é por isso que muitos buscam viver nas cidades.
Por outro lado, dependendo do modo como se formaram, as cidades também são lugares em
que ocorrem muitos conflitos, por causa do agravamento dos problemas sociais, ambientais e
de infraestrutura.Para compreender melhor como se dá o processo de desenvolvimento das
cidades, neste primeiro Tema, você vai estudar os conceitos de paisagem urbana, urbanização
e metropolização.

Urbanização e metropolização no Brasil

Você viu na imagem imagem anterior que a paisagem da cidade de São Paulo se caracteriza
pela elevada concentração e densidade de edificações. Isso sugere também a concentração de
pessoas e atividades, diferentes tipos de trabalho sendo executados e intenso movimento de
veículos − embora não seja possível ver tais elementos na fotografia.
A concentração de pessoas, empresas e instituições nos centros urbanos traz uma série de
consequências: engarrafamentos, produção volumosa de lixo, carência de áreas verdes,
poluição, dificuldade de acesso à moradia (que pode levar a ocupações irregulares e em áreas
de risco), entre outros problemas.

É chamado urbanização o crescimento da população que vive na cidade em relação à que


mora no campo. Até a década de 1940, o Brasil era um país de economia agrária, isto é, a
produção da riqueza era baseada no campo. Por essa razão, a maioria da população vivia na
zona rural e, portanto, o País tinha uma população majoritariamente rural.

O processo de urbanização envolve o crescimento dos núcleos urbanos, o aumento da


população, a expansão de equipamentos e serviços específicos da cidade e o avanço do modo
de vida urbano para áreas rurais. A partir dos anos 1930, houve uma guinada na política
brasileira, que iria privilegiar a indústria e alavancar a economia. Na década de 1950, esse
processo se intensificou e a industrialização avançou rapidamente, atraindo muitas pessoas
para as cidades onde as indústrias se estabeleceram. Em 20 anos, na década de 1970, a
população urbana já era superior à população que residia no campo. Esse crescimento da
população urbana aumentou ainda mais nas décadas seguintes.

Atualmente, o Brasil é considerado um país urbanizado, pois oito em cada dez brasileiros vivem
em cidades.
O processo de urbanização modificou a relação campo-cidade. A produção do campo passou a
ser determinada pelas cidades, ou seja, de forma geral, o campo produz e se organiza de acordo
com as demandas da cidade. As grandes cidades, por sua vez, assumiram um papel de
comando, influenciando as atividades e a vida no campo e nas cidades menores.

As metrópoles
O que são as metrópoles? Qual é o seu papel e sua importância? O termo metrópole vem do
grego e significa “cidade-mãe”. Assim, é a principal cidade de uma região ou mesmo de um país.
Em geral, as metrópoles são núcleos urbanos de porte considerável e possuem grande
concentração de recursos econômicos, humanos, técnicos, de conhecimentos, entre outros.
Dispõem de infraestrutura (aeroportos, estradas, hotéis, telecomunicações etc.), além de
empreendimentos financeiros, comerciais e de pesquisa. Diante disso, oferecem muitas
oportunidades de empregos, negócios e acesso a serviços, como os de saúde, educação,
cultura e lazer. Assim, atraem habitantes do campo ou de cidades menores.
Por essas razões, as metrópoles possuem capacidade considerável de influenciar vastos
territórios. Tóquio, Londres e Nova Iorque, por exemplo, exercem hoje influência mundial. São
Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores metrópoles brasileiras, influenciam todo o territóri
nacional e também têm presença no cenário global.

Em alguns casos, o crescimento da mancha urbana metropolitana é tão intenso que ocorre o
chamado processo de conurbação, quer dizer, a junção física entre espaços urbanos de
municípios vizinhos. É o que acontece, por exemplo, entre São Paulo e Osasco, ou entre Santos
e São Vicente, no litoral paulista. Essa junção também reforça laços e relações políticas,
econômicas e sociais entre esses núcleos: é muito frequente que um morador de Osasco
trabalhe e busque lazer em São Paulo, deslocando-se para ali diariamente.

O movimento da população residente no Brasil

Consequências da urbanização brasileira


"A urbanização brasileira se intensificou a partir da década de 1950 em função de fatores como
o êxodo rural, motivado pela modernização do campo e pela maior oferta de trabalho nas
cidades, e a industrialização. Esse processo, entretanto, ocorreu sem planejamento, o que
acarretou consequências para a população, para o tecido urbano e para o ordenamento
territorial. Dentre essas consequências, podemos destacar as seguintes:

• Inchaço urbano ou macrocefalia urbana, derivada da concentração desigual de recursos e


serviços em uma cidade que cresce com planejamento ineficaz ou sem planejamento,
acarretando problemas de mobilidade urbana, ambientais e socioeconômicos.

• Distribuição desigual da população sobre o espaço urbano, com aumento da segregação


urbana, especialmente nas regiões metropolitanas e grandes cidades."
• "Crescimento da periferia urbana e favelização. Essas áreas concentram a maior parcela da
população mais pobre das cidades brasileiras.

• Aumento do número de pessoas atuando no mercado de trabalho informal e no setor terciário


devido à falta de oportunidades no mercado de trabalho e da baixa qualificação profissional.

• Distribuição desigual da população urbana pelo território brasileiro. Segundo o IBGE, a região
mais urbanizada do Brasil é o Sudeste, onde 93% dos habitantes vivem nas cidades. O
Nordeste, embora concentre o maior número relativo de municípios, possui 73% de sua
população nas cidades, sendo a região menos urbanizada do país.

Mudanças causadas pela urbanização brasileira

"Uma das maiores mudanças causadas pela urbanização brasileira foi a inversão da proporção
entre a população urbana e a população rural. No ano de 1970, o número de pessoas vivendo
nas cidades ultrapassou o número de moradores do campo em escala nacional, e a população
brasileira passou a ser majoritariamente urbana. Em 1960, a taxa de urbanização do país era
de 45,52% e, uma década mais tarde, esse índice subiu para 56,8%. Segundo o IBGE, a
urbanização brasileira hoje é da ordem de 84,72%.

A urbanização causou o aumento do número de cidades no território brasileiro. Hoje, o Brasil


conta com 5.568 municípios, além do Distrito
Federal (capital do país) e do distrito de
Fernando de Noronha.

O crescimento das cidades e a formação de


novos centros urbanos levaram à mudança
da dinâmica espacial e da hierarquia urbana
brasileira, fazendo surgir novas cidades
médias, metrópoles regionais e regiões
metropolitanas. Em 2020, as cidades de
Campinas (no estado de São Paulo),
Florianópolis (capital de Santa Catarina) e
Vitória (capital do Espírito Santo) foram
classificadas como metrópoles brasileiras,
passando a fazer parte da lista que conta
com 15 metrópoles no total."
A ORIGEM E AS FASES DO CAPITALISMO
O sistema capitalista é adotado em
quase todo o mundo e começa a dar
seus primeiros sinais de existência no
século XV, com o enfraquecimento do
sistema feudal. Há um certo consenso
entre os estudiosos de que o
capitalismo está hoje em sua terceira
fase – capitalismo financeiro -
, as duas primeiras foram comercial e
industrial.
Apesar de nos referirmos ao
capitalismo como um sistema
econômico, é fundamental ter em
mente que o modo de produção vai
interferir diretamente em
aspectos políticos, sociais e
econômicos, ou seja, o sistema vai
influenciar na organização de todos os
aspectos de uma sociedade.Nesse
texto, vamos explicar como o
capitalismo surgiu e suas fases. Achou
interessante? Então vem com agente!
Quando o sistema capitalista
começou?
O sistema capitalista começa a surgir
com a decadência do sistema de
produção vigente até então:
o feudalismo. O feudalismo teve início
no século V e durou até o século XV,
quando o capitalismo começou atomar
forma. Você talvez se lembre das
características do sistema feudal,mas
vamos relembrar como ele funcionava
e como o capitalismocomeçou a surgir
no final desseperíodo.
O feudalismo era um sistema de
organização econômica, política e
social vigente na Europa Ocidental da
Idade Média, baseado na posse de
terras e em estamentos. Estamentos
eram classes sociais estáticas – não
havia mobilidade -, isso significa que
as pessoas nasciam e morriam
pertencendo à mesma classe social.

As três classes no sistema feudal eram: nobreza, o clero e os servos.


Nobreza: era a classe mais alta, composta pelos proprietários de terras, os chamados senhores
feudais. Os feudos eram grandes terras, concedidas pelo rei aos senhores feudais e onde estes
tinham o poder absoluto; cada senhor feudal determinava as regras dentro dos seus feudos.
Clero: composto pelos membros da Igreja Católica – instituição mais poderosa do feudalismo.
Nesse momento, a igreja não tinha apenas a função de evangelizar, ela exercia poderes na
política e era grande proprietária de terras.
Servos: eram os trabalhadores dos feudos, eles não tinham direito à salários, trabalhavam em
troca de lugar para viver e alimentação.
A produção no feudalismo era caracterizada pela autossuficiência. Os feudos produziam o que
seria consumido no local, não havia comércio, tampouco moedas. Quando havia intercâmbio de
mercadorias, trocavam-se produtos por produtos, e não produtos por dinheiro. Porém, com o
crescimento populacional, o desenvolvimento das cidades e das atividades comerciais, surge
a moeda para facilitar as trocas e ampliam-se as fontes de renda.
Nesse momento surgem as feiras livres, que eram espaços onde as pessoas levavam seus
produtos para comercializar – muito semelhantes às feiras que existem até hoje. Com o
desenvolvimento da atividade comercial surge uma nova classe econômica chamada
burguesia. Assim, se antes tínhamos uma sociedade de classes sociais estáticas, o surgimento
da burguesia vem quebrar essa organização econômica e social, pois permitiua mobilidade
social daqueles que passaram a desenvolver atividades comerciais.
O comércio, diferente da organização feudal, estruturava-se no trabalho livre e assalariado. Essa
mudança foi um dos principais acontecimentos para a transição da Idade Média para a Idade
Moderna e da decadência do feudalismo e início da primeira fase do capitalismo.

Características do capitalismo
O capitalismo, também chamado de economia de mercado, é um sistema econômico baseado
no direito à propriedade privada, bem como no direito à livre concorrência. O sistema teve sua
origem no século XV com o fim do feudalismo.
O termo "capitalismo" é utilizado, principalmente, como oposição à doutrina socialista. Enquanto
o socialismo propõe uma forte presença do Estado e intervenção na economia, a doutrina liberal
prega o Estado mínimo e a autorregulação da economia.
A teoria liberal que fundamenta o capitalismo foi desenvolvida no século XVII, por John Locke,
mas sua formulação principal foi proposta por Adam Smith, já no século XVIII.
As características gerais do capitalismo são:
Propriedade privada
Para os teóricos do liberalismo, o direito à propriedade é um direito fundamental dos seres
humanos. Para Locke, é um direito natural, isto é, o direito a possuir bens foi dado aos seres
humanos pela própria natureza.
Lucro
O objetivo do modo de produção capitalista é a geração do lucro. O lucro é todo o capital que
excede os custos da produção. Na lógica liberal, é o lucro é a base para o interesse e o estímulo
principal em produzir.
Estado Mínimo
A ideia de Estado mínimo é a proposta de que o Estado não deve intervir na economia e permitir
que ela seja regulada pelas leis do mercado.
Lei da oferta e da procura
O que define o ritmo de produção no sistema capitalista é definido pela oferta de produtos
baseados nas necessidades das pessoas (procura). Essa estrutura busca um equilíbrio entre a
demanda e a oferta.
Caso a oferta seja maior que a demanda, o produto sofre uma desvalorização, o que leva a
diminuição do lucro. Se a procura é muito alta, os preços sobem, mas o volume de vendas tende
a cair.
Livre concorrência
Em conjunto com a lei da oferta e da demanda, a lei da livre concorrência é também uma
característica fundamental do sistema capitalista. Da mesma forma, a concorrência entre
produtores tende a regular o preço, aumentando a oferta ao consumidor.
Entretanto, existem leis para impedir a realização de cartel, que é quando produtores
concorrentes fazem um acordo para a definição dos preços (mais altos) para o consumidor.
Estratificação social (diversidade de classes sociais)
Com o direito ao lucro e à propriedade, o capitalismo prevê também a divisão da sociedade em
classes sociais baseadas em seu perfil econômico. Cada classe social possui uma quantidade
específica de recursos, um determinado padrão de vida e de consumo. Entretanto, não há
nenhum impedimento legal para a transição social.
Características das fases do capitalismo
O capitalismo pode ser dividido em três fases de desenvolvimento e cada um possui suas
particularidades.
1. Capitalismo Comercial ou Mercantil (pré-capitalismo)
As principais características do capitalismo comercial ou mercantil são:
Período compreendido entre o século XV o XVIII;
Transição do sistema feudal para o sistema capitalista;
A terra deixa de ser o fator determinante para a riqueza e passa a ser compreendida como um
bem, podendo ser negociada e comercializada;
Acúmulo de capital e balança comercial favorável (os países buscando vender mais do que
comprar).
2. Capitalismo Industrial ou Industrialismo
As principais características do capitalismo industrial ou industrialismo são:
• Período entre os séculos XVIII e XIX;
• Surgimento das indústrias (Revolução Industrial);
• Utilização de máquinas;
• Produção em larga escala;
• Surgimento da classe operária.
3. Capitalismo Financeiro ou Monopolista
As principais características do capitalismo financeiro ou monopolista são:
Período a partir do século XX;
• Monopólio dos bancos;
• Capital especulativo (investimentos desconectados da produção);
• Desenvolvimento de grandes empresas e corporações;
• Globalização e empresas multinacionais

O que é globalização?
Globalização é o nome atribuído ao fenômeno de integração do espaço mundial por meio das
tecnologias da informação e da comunicação e também dos meios de transporte, que se
modernizaram rapidamente e proporcionaram, além de maior dinamização dos territórios,
aceleração e intensificação dos fluxos de capitais, mercadorias, informações e pessoas em todo
o planeta. Esse processo é conhecido também como mundialização.

Características da globalização
A globalização é por vezes entendida como um processo que, de maneira metafórica, suprimiu
as barreiras entre os territórios e criou um espaço global unificado, o que significa dizer que os
fluxos acontecem agora em uma escala internacional.

Embora o fenômeno da globalização tenha se iniciado há mais tempo, a sua aceleração está
diretamente associada ao advento do meio técnico-científico-informacional, que é marcado pela
modernização das tecnologias da informação e da comunicação já existentes e surgimento de
novas, bem como pela maior relação com a ciência, criando assim condições para, dentre outros
fatores, maior difusão do capital e das empresas pelo espaço mundial. Essa é uma das
principais características da atual fase da globalização."

Tipos de globalização
A expansão do capitalismo moderno pelo mundo deu início à globalização, mas esse fenômeno
não ficou restrito somente a essa esfera. Como foi mencionado, o aperfeiçoamento técnico da
comunicação e dos transportes propiciou novos vínculos territoriais, permitindo-nos distinguir,
para fins metodológicos, ao menos dois diferentes tipos de globalização.

→ Globalização econômica
A globalização econômica refere-se ao processo de internacionalização da economia, que é
marcado pela consolidação do capitalismo monopolista (ou financeiro) como novo modelo de
acumulação, com grande importância do mercado no âmbito da tomada de decisões.

A globalização econômica é caracterizada pela massiva presença das empresas transnacionais


pelo globo, pela padronização da produção e sobretudo pela fragmentação das cadeias
produtivas, derivada da modernização tecnológica das comunicações.

Está inserida também no escopo da globalização econômica a reestruturação produtiva dos


territórios em escala global, que tem como resultado a instalação de uma nova divisão
internacional do trabalho (DIT).

→ Globalização cultural
A globalização cultural, chamada também de globalização social, corresponde à difusão de
elementos culturais em escala planetária, da mesma forma como pode ser relacionada ao
aumento da circulação de pessoas pelo espaço mundial e nas trocas socioculturais e relações
que são estabelecidas nesses deslocamentos. Está intimamente ligada aos meios de
comunicação e ao desenvolvimento de novas tecnologias, como a internet, que ampliam a
escala das conexões e da difusão de informações."

Economia Global
A economia global sustenta-se a partir de uma grande rede composta por fluxos e pontos
diferentes, integrando os mercados em escala mundial.
A economia global é o termo empregado em referência aos fluxos econômicos que se
difundiram espacialmente por todo o mundo em razão do processo de globalização ou
mundialização do capitalismo. Sua forma mais completa e acabada constituiu-se ao final do
século XX, mais precisamente após a Guerra Fria, quando o sistema capitalista e todas as suas
formas de produção difundiram-se em todas as partes do globo terrestre.

Em linhas gerais, a globalização econômica estrutura-se por meio de uma rede que envolve
fixos e fluxos, ou seja, uma série de ligações entre os diferentes pontos por onde circulam
mercadorias, capitais, investimentos e até empregos. Os principais centros desse sistema são
as chamadas cidades globais, que abrigam as bolsas de valores, além de sedes de empresas
e instituições de cunho internacional.

A expansão da economia global fica evidente quando analisamos o aumento do número de


importações realizadas em todo o mundo, ou seja, o quanto as mercadorias foram
comercializadas entre diferentes países. Em 1950, o número de importações era de 64 bilhões
de dólares; em 1980, esse valor saltou para mais de 2,5 trilhões; em 2010, esse número já havia
alcançado a marca de 15,3 trilhões de dólares, segundo dados da Organização Mundial do
Comércio (OMC).

Diante disso, fica a grande questão: por que apenas nas últimas décadas a economia global
conseguiu avançar dessa forma?

A grande razão para o elevado crescimento dos números do comércio internacional nos últimos
tempos está nos avanços alcançados pelos sistemas de transporte e comunicação, que agora
apresentam uma conectividade em nível global, permitindo a rápida difusão de informações e
também de mercadorias e capital. Atualmente, com apenas alguns cliques, empresas e bancos
fazem transações milionárias com dinheiro que se apresenta somente na forma de bits de
computador. A era da informação, tal qual é chamada atualmente, permite o rápido
deslocamento de qualquer coisa no espaço geográfico em um rápido período de tempo.

Aliás, não existem mais impeditivos em termos instrumentais para a total integração comercial
de todas as economias. Afinal, já existe tecnologia suficiente para permitir a rápida
comercialização entre quaisquer países, embora muitos deles não disponham de recursos e
infraestruturas necessárias para o escoamento de produtos, além de importações em grandes
quantidades. O principal entrave, atualmente, para o prosseguimento da expansão da economia
global é o grande protecionismo comercial existente em alguns países, principalmente os
desenvolvidos, que muitas vezes priorizam seus mercados internos em detrimento das
importações por intermédio das chamadas barreiras alfandegárias.

De toda forma, a economia global encontra-se mais do que consolidada.

Quem exerce papel preponderante nesse cenário não são os governos ou os Estados
Nacionais, mas sim as empresas privadas, sobretudo as multinacionais, também chamadas
de transnacionais ou empresas globais. Elas, muitas vezes, dispersam seus processos
produtivos em várias partes do mundo em busca de fácil acesso a matérias-primas, incentivos
fiscais e mão de obra barata. Além disso, muitas dessas empresas dominam o mercado
consumidor em várias partes do mundo, consolidando fusões entre si (trustes) e unindo-se em

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