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Não há nenhum tipo de marco histórico que defina o surgimento da psicologia jurídica no

Brasil. É possível identificar como início a regulamentação da Psicologia como ciência em


1962, de onde saem, formalmente falando, todas as áreas de atuação da psicologia.
Os primeiros casos em que pode-se reconhecer a vertente foram sobre crimes cometidos
por adultos e menores infratores. Porém há, desde a Antiguidade, a necessidade de avaliar
os réus para compreender se estes dispunham de sua sanidade não somente no momento
do crime, mas como também no seu cotidiano. Essa demanda por um profissional capaz de
avaliar e diagnosticar as condições mentais de um indivíduo em momentos de conflito,
descontrole e violação data de muito tempo atrás. A necessidade de classificar indivíduos
dissonantes do comportamento social aceitável, considerados loucos, para internação e
exclusão só muda de objetivo na França, no século XVIII, quando o Tratado
Médico-Filosófico sobre a Alienação Mental de Phillipe Pinel propõe o entendimento de que
há razão os loucos e, com essa parte racional, o alienista (psicólogo) deve dialogar para
buscar a cura dos alienados. A ação de psicodiagnosticar vem desde esse momento,
passando por uma valorização quando agindo em parceria com psiquiatras e
“superando-os” na qualidade dos diagnósticos, até obter um caráter de teste que fornecia
dados comprováveis para embasar questões do Direito.
No século XX, psicólogos franceses e alemães desenvolvem variados estudos sobre
testemunhos e sua importância para os processos judiciais. Os sistemas de interrogatório,
os fatos delitivos, detecção de falsos testemunhos, testes que apoiaram o desenvolvimento
da chamada Psicologia do Testemunho. Hoje em dia, os testes são instrumentos e não o
objetivo da área.
Além da inserção no campo criminal, a psicologia jurídica está também inserida no Direito
Civil e Trabalhista, nos quais também passou por mudanças dos órgãos reguladores para
chegar até o cotidiano em que desempenha diversas funções, mas, principalmente, a de
avaliar a conduta dos indivíduos para que se possa resolver os conflitos derivados de todos
os tipos de relações assistidas pelo Direito.

TÓPICOS PARA O SLIDE

● Não há marco histórico que define o início da Psicologia Jurídica além da lei nº4.119,
regulamentadora da Psicologia como profissão;
● Primeiras situações em que se reconhece a área são casos criminais cometidos por
adultos e jovens infratores;
● A identificação de sanidade dos criminosos e indivíduos sempre foi necessária;
● Philippe Pinel escreve um tratado que desencoraja a segregação de pessoas
consideradas loucas;
● Psicólogos fazem psicodiagnósticos para servirem de base orientadora para as
decisões do Direito;
● Obtêm caráter de testólogos com os testes psicológicos criados para a Psicologia do
Testemunho;
● A Psicologia Jurídica é reconhecida também no Direito Civil e Trabalhista e o
trabalho do psicólogo, então, abrange outros aspectos, não somente o de atestar
perfis criminais;

Referências

TEIXEIRA, Manoel. Pinel e o nascimento do alienismo. Rio de Janeiro, 3 jul. 2019. Disponível em:
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/44288/30186#:~:text=Pinel%20reorg
anizou%20o%20espa%C3%A7o%20institucional,surgiu%20do%20hospital%20geral%20reformado.
Acesso em: 7 maio 2023.
LAGO, Vivian; AMATO, Paloma; TEIXEIRA, Patrícia; ROVINSKI, Sonia; BANDEIRA, Denise. Um
breve histórico da psicologia jurídica no Brasil e seus campos de atuação. [S. l.], 29 set. 2008.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/estpsi/a/NrH5sNNptd4mdxy6sS9yCMM/. Acesso em: 7 maio
2023.

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