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. ⁄ . ⁄ .

●  ●  , º  ● -  19

Abordagens do processo de ensino e aprendizagem


   *

Resumo ● Considerando q ue o processo de ensino e aprendizagem tem sido visto de forma integrada à
sociedade-cultura, a suas crenças e valores dominantes em uma determinada época, est e trabalho analisa
e compar a os referenciais teóricos desse processo em quatro aspectos relevantes: es cola, aluno, p rofessor,
e proc esso de ensino e aprendizagem. As abordagens educacionais o bjeto de análise são: abordagem
tradicional, abordagem comportamentalista, abordagem humanista, abordagem c ognitivista e abordagem
sociocultur al. Apresenta-se no final um quadro sint etizando tanto as características dif erenciadoras como
as se melhantes desses asp ectos em cada uma das abordagens relacionadas.
Palavras-chave ● ensino, aprendizagem, ação docente, prática p edagóg ica, opções pedagógicas.

Title ● Approaches to the Teaching and Learning Process


Abstract ● Taking into consideration that the teaching and learning process has been regarded as something
inherent to society-culture, as well as to its beliefs and prevailing v alues at a given time; this pap er analyses
and compares the theoretical ap proaches in this process, from four important standpoints: scho ol; pupil;
teacher; and the teaching and lear ning process. The educational approaches under discussion are:
Traditional; Behaviorist; Humanist; Cognit ive and Social-Cultural. We finally present a summarizing
tab le with different and similar char acteristics o f s uch aspects in all the approaches.
Keywords ● teaching, lear ning, teacher’s action, pedagogical practice, pedagogical cho ises.

.  encontra-se a busca contínua para identificar os


pressupostos explícitos ou implícitos que funda-
O processo de ensino e aprendizagem tem sido mentam a ação docente em situações de ensino e
estudado segundo diferentes enfoques. Condensa- aprendizagem.
mos neste estudo uma análise comparativa tanto Vale esclarecer que, no nosso entender, o pro-
dos pressupostos comuns como dos diferentes, cesso de ensino e aprendizagem é composto de
pertinentes às diversas abordagens teóricas que duas partes: ensinar, que exprime uma atividade,
procuram explicar o processo de ensino e apren- e aprender, que envolve certo grau de realização de
dizagem. Essas correntes teóricas pro curam uma determinada tarefa com êxito.
compreender o fenômeno educativo através de Considerando-se o papel da didática, explici-
diferentes enfoques, muitos deles relacionados tado na introdução deste estudo, os objetivos do
com o momento histórico de sua criação e do desen- trabalho, a extensão e a complexidade do tema, o
volvimento da sociedade na qual estavam inseridas. presente estudo somente analisa e compara os
Essa reflexão auxilia no entendimento do papel referenciais teóricos do processo de ensino e apren-
da didática para a formação do educador e sua dizagem em quatro aspectos relevantes:
importância nas atividades de ensinar e aprender. ● A escola,

Como pano de fundo dessas correntes teóricas, ● O aluno,

● O professor, e

● O processo de ensino e aprendizagem.

Dos diversos autores que analisam e compa-


ram as abordagens do processo de ensino e apren-
Data de recebimento: 13/10/2003.
Data de aceitação: 28/11/2003.
dizagem, destacam-se os trabalhos de Bordenave
* Pós-Douto rado em Contab ilidade na University o f Il linois at (1984), Libâneo (1982), Saviani (1984) e Mizukami
Ur bana–Champaign, EUA; Douto r e Mestre em Ciências
Contábeis pela FEA–USP.
(1986), que classificam e agrupam as correntes
E-mail: vatan@usp.br. teóricas, segundo critérios diferentes.
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Bordenave (1984, p. 41) classifica e distingue objeto – apesar de reconhecer que existam muitas
“as diferentes opções pedagógicas segundo o fa- variações e diferentes combinações possíveis.
tor educativo que elas mais valorizam”. Libâneo De acordo com os critérios acima menciona-
(1982, p. 12) utiliza como “critério a posição que dos, os autores citados nomeiam as diferentes
as teorias adotam em relação às finalidades sociais abordagens do processo de ensino e aprendizagem
da escola”. Saviani (1984, p. 9) toma como critério da forma descrita na Tabela 1.
de classificação “a criticidade da teoria em relação Os autores citados analisam as abordagens do
à sociedade e o grau de percepção da teoria dos processo de ensino e aprendizagem a partir de seus
determinantes sociais”. Mizukami (1986, p. 2) con- princípios, dos componentes necessários ao fenô-
sidera que a base das teorias do conhecimento en- meno educativo e de seus efeitos sobre o indiví-
volve três características básicas: primado do duo e a sociedade.
sujeito, primado do objeto e interação sujeito- A Tabela 2 ilustra os diversos componentes ana-
lisados por cada um dos autores, com exceção de
Saviani (1984), que não explicita todos os compo-
nentes em seu estudo.
Como existem diversidade de critérios e dife-
Tabela 1
renças relativas aos principais componentes que
Algumas abordag ens d o processo de e nsino e aprendizagem
explicam o processo educativo, no decorrer deste
Autor Nomenclatura estudo resolvemos adotar os conceitos expostos
por Mizukami (1986), com algumas adaptações
Pedagogia da transmissão para efeito comparativo.
Bordenave (1984) Pedagogia da moldagem Nesse sentido, o enfoque deste estudo concen-
Pedagogia da problematização tra-se nas situações concretas de ensino e apren-
Pedagogia liberal, em suas versões: dizagem, por meio do agente formal, a escola,
– Conservadora envolvendo naturalmente as atividades dos pro-
– Renovada progressista fessores e alunos diante dos conteúdos de ensino.
– Renovada não-diretiva Vale também acrescentar que um dos pontos
L i b â n e o (1 9 8 2 )
Pedagogia progressista, em suas versões: relevantes a serem analisados consiste na identifi-
– Libertadora cação das correntes teóricas que suportam o com-
– Libertária portamento do professor em situações de ensino
– De conteúdos e aprendizagem, principalmente em sala de aula.
Teorias não-críticas A educação formal ou informal, de alguma for-
– Pedagogia tradicional ma, sempre foi objeto de preocupação da socie-
– Pedagogia nova dade e de seus dirigentes, notadamente em seus
– Pedagogia tecnicista aspectos formais, em seu conteúdo e em sua utili-
Teorias crítico-reprodutivistas dade enquanto instrumento de socialização.
Saviani (1984) Como bem observa Mizukami (1986, p. 1), para
– Sistemas de ensino enquanto
v i o lê n c i a s i m b ó li c a entendermos o fenômeno educativo, faz-se neces-
– Escola enquanto aparelho ideológico sário refletir sobre seus diferentes aspectos: “É um
de Estado fenômeno humano, histórico e multidimensional.
– Escola dualista Nele estão presentes tanto a dimensão humana
quanto a técnica, a cognitiva, a emocional, a
Abordagem tradicional
sociopolítica e a cultural”. Conseqüentemente en-
Abordagem comportamentalista
tendemos o fenômeno educativo como um obje-
Mizukami (1986) Abordagem humanista
to em permanente construção e com diferentes
Abordagem cognitivista
causas e efeitos de acord o com a dimensão
Abordagem sociocultural
enfocada.
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Tabela 2
Componentes do processo d e ensino e aprendizagem analisados por alguns autores
Mizukami Bordenave L ib â n e o
Homem Conseqüências individuais

Mundo

Sociedade-cultura Conseqüências sociais

Conhecimento Conteúdos de ensino

Educação
Papel da escola
Escola
Manifestações na prática escolar
Ensino e aprendizagem Situações de ensino e aprendizagem Pressupostos da aprendizagem

Professor-aluno Relacionamento aluno-professor

Metodologia Incentivos para motivação Métodos de ensino

A seguir esses aspectos são comparados segun- Nesse sentido, o ensino tradicional tem como
do as diferentes opções pedagógicas, que, para primado o objeto, o conhecimento, e dele o aluno
Mizukami (1986, pp. 2-4), “poderiam estar forne- deve ser um simples depositário . A escola deve
cendo as diretrizes à ação docente, mesmo consi- ser o local ideal para a transmissão desses conhe-
derando-se que a elaboração que cada professor cimentos que foram selecionados e elaborados
faz delas é individual e intransferível”. Estas abor- por outros.
dagens do processo de ensino e aprendizagem, ob- Referências ao ensino tradicional também são
jeto de análise, são: feitas por Bordenave (1984, p. 41), que o denomina
● Abordagem tradicional, “pedagogia da transmissão”: “Assim, se opção peda-
● Abordagem comportamentalista, gógica valoriza sobretudo os conteúdos educativos,
● Abordagem humanista, isto é, os conhecimentos e valores a serem transmi-
● Abordagem cognitivista e tidos, isto caracterizaria um tipo de educação tradi-
● Abordagem sociocultural. cional que chamaremos Pedagogia da Transmissão.”
E, na análise das conseqüências sociais decorrentes
.   desta pedagogia, esta “forma alunos passivos,
produz cidadãos obedientes e prepara o terreno
Entende-se por abordagem tradicional a prática para o Ditador Paternalista. A sociedade é marcada
educativa caracterizada pela transmissão dos pelo individualismo, e não pela solidariedade”.
conhecimentos acumulados pela humanidade Por outro lado, Libâneo (1982, pp. 12-3) iden-
ao longo dos tempos. Essa tarefa cabe essencial- tifica essa abordagem como pedagogia liberal em
mente ao professor em situações de sala de aula, sua versão conservadora, enfatizando que o papel
agindo independentemente dos interesses dos da escola é de formação intelectual e moral dos
alunos em relação aos conteúdos das disciplinas. alunos, para que estes possam assumir o seu papel
Essa missão do professor, segundo Mizukami na sociedade. Ele afirma que, “na versão conser-
(1986, p. 17), é considerada “catequética e unifica- vadora, a pedagogia liberal se caracteriza por
dora da escola”; envolve “programas minuciosos, acentuar o ensino humanístico, de cultura geral,
rígidos e coercitivos. Exames seletivos, investidos no qual o aluno é educado para atingir, pelo pró-
de caráter sacramental”. prio esforço, sua plena realização como pessoa.
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Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a rela- homem é considerado como produto do meio;


ção professor-aluno não tem nenhuma relação conseqüentemente,pode-se manipulá-lo e controlá-
com o cotidiano do aluno e muito menos com as lo por meio da transmissão dos conhecimentos
realidades sociais”. decididos pela sociedade ou por seus dirigentes.
Nesse sentido, Saviani (1984, p. 9) identifica Bordenave (1984, p. 41) denomina essa abor-
essa abordagem como pedagogia tradicional. Ensi- dagem “pedagogia da moldagem do comporta-
na que “a escola surge como um antídoto à igno- mento”, descrevendo-a assim: “Se o fator é o efeito
rância, logo, um instrumento para equacionar o ou resultado obtido pela educação – quer dizer, as
problema da marginalidade. Seu papel é difundir mudanças de conduta conseguidas no indivíduo
a instrução, transmitir os conhecimentos acumu- –, isto defi-niria o tipo de educação comumente
lados pela humanidade e sistemat izados denominado Pedagogia Moldagem do Compor-
logicamente”. tamento, ou pedagogia condutista”.
Os principais defensores do ensino tradicional, Libâneo (1982, pp. 12-4) privilegia o enfoque
citados por Mizukami (1986, p. 12), são Émile sociológico da educação. Identifica essa aborda-
Chartier e Snyders. gem como parte da pedagogia liberal, em sua ver-
De acordo como os referenciais teóricos expos- são renovada pro gressista, dando atenção ao
tos, podemos identificar na Tabela 3 os elementos movimento da “tecnologia educacional”, e, ao dis-
relevantes sobre a abordagem tradicional. correr sobre isso, diz que, “quanto ao movimento
da ‘tecnologia educacional’, preferimos situá-lo
.   aqui, e não junto às tendências de tipo behaviorista,
embora tenha base teórica nessa corrente. A tecno-
Essa abordagem também se caracteriza pela ênfase logia educacional foi-se introduzindo nos sistemas
no objeto, no conhecimento, utilizando, porém, de públicos de ensino a partir da tradição progressista
uma “engenharia” comportamental e social sofis- que privilegia o ensino sob o ângulo dos aspectos
ticada para moldar os comportamentos sociais. O metodológicos, em contraposição à ênfase nos

Tabela 3
Ele mentos relevantes na abordagem tradicional

Lugar ideal para a realização da educação.


Organizada com funções claramente definidas.
A escola
Normas disciplinares rígidas.
Prepara os indivíduos para a sociedade.

É um ser “passivo” que deve assimilar os conteúdos transmitidos pelo


O aluno professor.
Deve dominar o conteúdo cultural universal transmitido pela escola.

É o transmissor dos conteúdos aos alunos.


O professor
Predomina como autoridade.

Os objetivos educacionais obedecem à seqüência lógica dos conteúdos.


E n s in o e Os conteúdos são baseados em documentos legais, selecionados a partir da
aprendizagem cultura universal acumulada.
Predominam aulas expositivas, com exercícios de fixação, leituras-cópia.
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Tabela 4
Ele mentos relevantes na abordagem comportamentalista

Agência educacional. Modelo empresarial aplicado à escola. Divisão entre


A escola planejamento (quem planeja) e execução (quem executa). No limite, a
sociedade poderia existir sem escola. Uso da teleducação. Ensino à distância.

Elemento para quem o material é preparado. O aluno eficiente e produtivo é


O aluno
o que lida “cientificamente” com os problemas da realidade.

É o educador que seleciona, organiza e aplica um conjunto de meios que


O professor
garantam a eficiência e eficácia do ensino.

Os objetivos educacionais são operacionalizados e categorizados a partir de


classificações: gerais (educacionais) e específicos (instrucionais). Ên f a s e nos
E n s in o e meios: recursos audiovisuais, instrução programada, tecnologias de ensino,
aprendizagem ensino individualizado (módulos instrucionais), “máquinas de ensinar”,
computadores, hardwares, softwares. Os comportamentos desejados serão
instalados e mantidos nos alunos por condicionantes e reforçadores.

conteúdos das matérias. Assim, os recursos forne- mas sim em fornecer uma tecnologia que seja ca-
cidos pela tecnologia da educação (instrução paz de explicar como fazer o estudante estudar e
programada, planejamento sistêmico, operacio- que sej a eficiente na prod ução de mudanças
nalização de objetivos comportamentais, análise comportamentais. De acordo com os referenciais
comportamental e seqüência instrucional) foram teóricos expostos, podemos identificar na Tabela
incorporados à prática escolar”. 4 os elementos relevantes para a abordagem
Segundo a classificação de Saviani (1984, pp. comportamentalista.
15-9), essa abordagem é identificada como a peda-
gogia tecnicista, que ele apresenta assim: “... na .  
pedagogia tecnicista, o elemento principal passa a
ser a organização dos meios, ocupando professor Nessa abordagem o enfoque é o sujeito, com “en-
e aluno posição secundária(...)”; “é o processo que sino centrado no aluno”. No entanto, sob alguns
define o que professores e alunos devem fazer, e pontos de vista, esse enfoque também tem carac-
assim também quando e como o farão(...);” margi- terísticas interacionistas de sujeito-objeto. Para
nalizado será o incompetente (no sentido técnico Mizukami (1986, p. 37), o referencial teórico desta
da palavra), isto é, o ineficiente e improdutivo”. corrente tem origem no trabalho de Rogers (1972),
Para realização dessa moldagem do compor- que não foi especificamente elaborado para a edu-
tamento, o ensino deve utilizar-se de reforços e cação, e sim para tratamento terapêutico.
recompensas para, por meio do treinamento, O enfoque rogeriano enfatiza as relações inter-
atingir objetivos preestabelecidos. Neste sentido, pessoais, objetivando o crescimento do indivíduo,
o ensino necessita de tecnologias derivadas da em seus processos internos de construção e orga-
aplicação de pesquisas científicas, tais como “má- nização pessoal da realidade, de forma que atue
quinas de ensinar”, a instrução programada, com- como uma pessoa integrada. Nesse contexto, o pro-
putadores, manuais tutoriais de treinamento etc. fessor deve ser um “facilitador da aprendizagem”,
O principal representante da “análise funcional” ou seja, deve fornecer condições para que os alu-
do comportamento é Skinner (1972). Ele não se nos aprendam, podendo ser treinado para tomar
preocupa em justificar por que o aluno aprende, atitudes favoráveis condizentes com essa função.
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Os conteúdos de ensino são vistos como exter- auto-educação — o aluno como sujeito do conhe-
nos e assumem papel secundário, privilegiando-se cimento —, de onde se extrai a idéia do processo
o relacionamento das pessoas envolvidas no pro- educativo como desenvolvimento da natureza
cesso de ensino e aprendizagem. Por outro lado, infantil: a ênfase na aquisição de processos de
verifica-se na obra de Rogers (1972) e na aborda- conhecimentos em oposição aos conteúdos”.
gem humanista a carência de uma teoria de ins- Por outro lado, Saviani (1984,pp. 11-5) não expli-
trução que forneça bases e diretrizes sólidas para cita o trabalho de Rogers (1972), mas, em função das
a prática educativa. características observadas de não-diretividade do
No trabalho de Bordenave (1984, pp. 42-3) não ensino e o primado do sujeito, podemos enquadrar
se identifica de forma explícita à abordagem hu- a abordagem humanista dentro do que Saviani
manista, com base nos pressupostos de Rogers (1984) chama de a pedagogia nova, considerada o
(1972). No entanto, é feita uma aproximação, so- marco inicial para o surgimento das tendências
mente em alguns aspectos, por meio daquilo que não-diretivas e antiautoritárias. Esse autor nos
este denomina “pedagogia da problematização”. ensina que “o professor agiria como um estimula-
Como exemplo disso, faz a seguinte afirmação: dor e orientador da aprendizagem, cuja iniciativa
“... o docente facilita a identificação de ‘problemas’ principal caberia aos próprios alunos. Tal apren-
pelo grupo, sua análise e teorização, bem como a dizagem seria uma decorrência espontânea do
busca de soluções alternativas ... incentivam a ambiente estimulante e da relação viva que se esta-
aprendizagem ... a solidariedade com o grupo beleceria entre estes e o professor”.
com o qual se trabalha ... sua percepção do profes- De acordo com os referenciais teóricos expos-
sor não é autoritária, pois o papel do professor não tos, podemos identificar na Tabela 5 os elementos
é de autoridade superior, mas de facilitador de uma relevantes sobre a abordagem humanista.
aprendizagem em que ele também é aprendiz”.
Libâneo (1982, pp. 12) identifica essa aborda- .  
gem à pedagogia liberal, em sua versão renovada
não-diretiva. Discorrendo sobre isso diz que, “em Nessa abordagem a utilização do termo “cogniti-
termos pedagógicos, a escola renovada propõe a vista” visa a identificar os psicólogos que pesquisam

Tabela 5
Eleme ntos relevantes na abordag em humanista

Escola proclamada para todos. “Democrática”. Afrouxamento das


A escola normas disciplinares. Deve oferecer condições ao desenvolvimento e
autonomia do aluno.

Um ser “ativo”.
Centro do processo de ensino e aprendizagem.
O a lu n o
Aluno criativo, que “aprendeu a aprender”.
Aluno participativo.

O professor É o facilitador da aprendizagem.

Os objetivos educacionais obedecem ao desenvolvimento psicológico do aluno.


E n s in o e Os conteúdos programáticos são selecionados a partir dos interesses dos alunos.
aprendizagem “Não-diretividade”.
A avaliação valoriza aspectos afetivos (atitudes) com ênfase na auto-avaliação.
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os chamados “processos centrais” do indivíduo, tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta,


tais como organização do conhecimento, proces- o estudo do meio natural e social, o método de
samento de informações, estilos de pensamento, solução de problemas – embora os métodos variem,
estilos de comportamento etc. as escolas ativas ou novas (Dewey, Montessori,
Os principais pesquisadores nessa área são Jean Decroly, Cousinet, Piaget e outros) partem sempre
Piaget, biólogo e filósofo suíço, e Jerome Bruner, de atividades adequadas à natureza do aluno e às
americano. Essa abordagem é também conhecida etapas de seu desenvolvimento”.
como piagetiana, devido à sua grande difusão e No trabalho de Saviani (1984, pp. 11-5) refe-
influência na pedagogia em geral. Nesse enfoque rências à abordagem cognitivista podem ser encon-
encontramos o caráter interacionista entre sujeito tradas indiretamente no que ele identifica como a
e objeto, e o aprendizado é decorrente da assimi- “pedagogia nova”. Entende “... que essa maneira de
lação do conhecimento pelo sujeito e também da entender a educação, por referência à pedagogia
modificação de estruturas mentais já existentes. tradicional tenha deslocado o eixo da questão peda-
Pela assimilação o indivíduo explora o ambien- gógica do intelecto para o sentimento: do aspecto
te, toma parte dele, transformando-o e incorpo- lógico para o psicológico; ... de uma pedagogia de
rando-o a si. Sendo assim, o pensamento é a base inspiração filosófica centrada na ciência da lógica
da aprendizagem, que se constitui de um conjunto para uma pedagogia de inspiração experimental
de mecanismos que o indivíduo movimenta para baseada principalmente nas contribuições da bio-
se adaptar ao meio ambiente; o conhecimento é logia e da psicologia. Em suma, trata-se de uma
adquirido por meio de uma construção dinâmica teoria pedagógica que considera que o importante
e contínua. não é aprender, mas aprender a aprender”.
Dessa forma o ensino deve visar ao desenvolvi- De acordo com os referenciais teóricos expos-
mento da inteligência por meio do “construtivismo tos, podem-se identificar na Tabela 6 os elementos
interacionista”, que em essência parte do princí- relevantes da abordagem cognitivista.
pio segundo o qual é assimilado o é a uma estru-
tura mental anterior, criando uma nova estrutura 6. AB ORDAGEM SO
ORDA CIO CUL
SOCIO TUR
CULTURAL
TURAL
em seguida. Nesse sentido, a concepção piagetiana
implica a interdependência do homem em relação Essa abordagem tem origem no trabalho de Paulo
ao meio em que vive, a sociedade, sua cultura, seus Freire e no movimento de cultura popular, com
valores e seus objetos. ênfase principalmente na alfabetização de adultos.
No trabalho de Bordenave (1984, pp. 41-2) não Podemos caracterizá-la como abordagem intera-
encontramos referências explícitas à abordagem cionista entre o sujeito e o objeto de conhecimento,
cognitivista, mas podemos identificá-la em parte embora com enfoque no sujeito como elaborador
na pedagogia da problematização, na qual este nos e criador do conhecimento.
ensina que “...quando a opção valoriza o próprio Na abordagem sociocultural, o fenômeno
processo de transformação do aluno enquanto educativo não se restringe à educação formal, por
agente transformador da sua realidade ... o aluno intermédio da escola, mas a um processo amplo
sente-se protagonista de um processo de transfor- de ensino e aprendizagem, inserido na sociedade.
mação da realidade e desenvolve um sentido de A educação é vista como um ato político, que deve
responsabilidade social e uma atitude de entusi- provocar e criar condições para que se desenvolva
asmo construtivo”. uma atitude de reflexão crítica, comprometida
Libâneo (1982, pp. 12-4) faz menção à abor- com a sociedade e sua cultura. Portanto, deve levar
dagem piagetiana e a de outros pensadores e se- o indivíduo a uma consciência crítica de sua reali-
guidores da “escola nova”, classificando-os na dade, transformando-a e a melhorando-a. Dessa
pedagogia liberal, em sua versão renova da forma, o aspecto formal da educação faz parte de
progressista, e dizendo que “... a idéia de ‘aprender um processo sociocultural, que não pode ser visto
fazendo’ está sempre presente. Valorizam-se as isoladamente, nem tampouco priorizado.
26   ● Process o ensino e aprendizagem

Tabela 6
Ele mentos relevantes na abordagem cognitivista
Deve dar condições para que o aluno possa aprender por si próprio.
Deve oferecer liberdade de ação real e material.
A escola Deve reconhecer a prioridade psicológica da inteligência sobre a aprendizagem.
Deve promover um ambiente desafiador favorável à motivação intrínseca do
aluno.

Papel essencialmente “ativo” de observar, experimentar, comparar, relacionar,


O a lu n o
analisar, justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses, argumentar etc.

Deve criar situações desafiadoras e desequilibradoras, por meio da orientação.


O professor Deve estabelecer condições de reciprocidade e cooperação ao mesmo tempo
moral e racional.
Deve desenvolver a inteligência, considerando o sujeito inserido numa situação
s o c i a l.
A inteligência constrói-se a partir da troca do organismo com o meio, por meio
E n s in o e
das ações do indivíduo.
aprendizagem
Baseados no ensaio e no erro, na pesquisa, na investigação, na solução de
problemas, facilitando o “aprender a pensar”.
Ên f a s e nos trabalhos em equipe e jogos.

Identificam-se no texto de Bordenave (1984, o conteúdo de aprendizagem, atingem um nível


pp. 41-4) referências a essa abordagem, denomi- de consciência dessa mesma realidade a fim de nela
nada “pedagogia da problematização” ou “educa- atuarem, num sentido de transformação social”.
ção libertadora”. Esse autor assim se pronuncia: “...a Na obra de Saviani (1984, pp. 19-20) não exis-
situação preferida é quando o aluno enfrenta, em tem referências diretas ou indiretas detalhadas
situação de grupo, problemas concretos de sua a essa abordagem. Apenas podemos inferir que,
própria realidade. A aprendizagem realimenta-se como este estava preocupado com a relação entre
constantemente pelo confronto direto do grupo educação e o problema da marginalidade, esse
de alunos com a realidade objetiva ou com a reali- enfoque teórico poderia ter algumas similari-
dade mediatizada ... O aluno desenvolve sua cons- dades com as teorias crítico-reprodutivistas, que
ciência crítica e seu sentido de responsabilidade entendem que a educação é um instrumento de
democrática baseada na participação”. discriminação social.
Libâneo (1982, pp. 12-5) classifica essa abor- O autor diz que “... as teorias ... são críticas, uma
dagem como “pedagogia progressista”, em sua ver- vez que postulam não ser possível compreender a
são libertadora, da seguinte forma: “.. a pedagogia educação senão a partir dos seus condicionantes
progressista tem-se manifestado em três versões: sociais. Há, pois, nessas teorias uma cabal percep-
a libertadora, mais conhecida como pedagogia de ção da dependência da educação em relação à
Paulo Freire “... dá” mais valor ao processo de apren- sociedade. Entretanto, como as análises que de-
dizagem grupal ... do que a conteúdos de ensino, senvolvem chegam invariavelmente à conclusão de
como a decorrência, a prática educativa somen- que a função da educação consiste na reprodução
te faz sentido numa prática social junto ao povo, da sociedade em que ela se insere, bem merecem a
“e por isso preferem-se” as modalidades de edu- denominação de ‘teorias crítico-reprodutivistas’”.
cação popular ‘não formal’ ... educação ... uma ati- De acordo com os referenciais teóricos expos-
vidade em que professores e alunos, mediatizados tos, podem-se identificar na Tabela elementos
pela realidade que apreendem e da qual extraem relevantes sobre a abordagem socio-cultural:
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Tabela 7
Elementos relevantes na abordag em sociocultural

Deve ser organizada e estar funcionando bem para proporcionar os meios para
A escola
que a educação se processe em seus múltiplos aspectos.

Uma pessoa concreta, objetiva, que determina e é determinada pelo social,


O aluno político, econômico, individual (pela história).
Deve ser capaz de operar conscientemente mudanças na realidade.
É o educador que direciona e conduz o processo de ensino e aprendizagem.
O professor A relação entre professor e aluno deve ser horizontal, ambos se posicionando
como sujeitos do ato de conhecimento.
Os objetivos educacionais são definidos a partir das necessidades concretas do
contexto histórico-social no qual se encontram os sujeitos.
E n s in o e Busca uma consciência crítica.
aprendizagem O diálogo e os grupos de discussão são fundamentais para o aprendizado.
Os “temas geradores” para o ensino devem ser extraídos da prática de vida dos
educandos.

.  Finalmente, Mizukami (1986) considera que a


base das teorias do conhecimento envolvem três
Como podemos observar pela análise comparativa características: primado do sujeito, primado do
dos trabalhos de Bordenave (1984), Libâneo (1982), objeto e interação sujeito-objeto. Apesar de reco-
Saviani (1984) e Mizukami (1986), as diversas abor- nhecer que existem muitas variações e combina-
dagens teóricas que procuram explicar o processo ções possíveis.
de ensino e aprendizagem podem ser agrupadas e Adotou-se o enfoque de Mizukami (1986)
sistematizadas de diferentes formas, dependendo como referencial teórico básico de comparação das
do enfoque do autor. diferentes classificações que procuram explicar o
Deve ficar claro, também, que as diferentes clas- fenômeno educativo em sua multidimensionali-
sificações não têm limites totalmente fixos e que dade. A Tabela 8 identifica cada abordagem e o seu
as abordagens teóricas não se constituem em elemento predominante, embora reconheçamos
referenciais totalmente puros e fechados, sem que algumas tenham mais de uma característica,
pontos de interligação. conforme explanamos neste estudo.
Vale relembrar que os referidos trabalhos têm Entretanto, ressaltamos que o trabalho de
objetivos diferentes e, conseqüentemente, produ- Mizukami (1986) tinha como essência básica a
ziram classificações diferentes. busca de resposta para a seguinte pergunta:
Vale rememorar que Bordenave (1984) clas-
sifica e distingue as diferentes opções pedagógicas .     
segundo o fator educativo que elas mais valorizam. 
Já Libâneo (1982) utiliza como critério a posi-
ção que as teorias adotam em relação às finalidades Considerando-se os objetivos deste estudo, a com-
sociais da escola. plexidade do tema e a necessidade de maiores in-
Por outro lado, Saviani (1984) toma como cri- vestigações empíricas e teóricas, elaborou-se um
tério de classificação a criticidade da teoria em re- quadro comparativo, exposto na Tabela 9, que,
lação à sociedade e o grau de percepção da teoria por meio de seus aspectos comuns, procura iden-
dos determinantes sociais. tificar a classificação de cada autor pesquisado,
28   ● Process o ensino e aprendizagem

Tabela 8
Identificação d o enfoque predominante em cada abordag em do processo de e nsino e aprendizagem

Abordagem Primado do objeto Primado do sujeito Interação sujeito-objeto


Tradicional X

Comportamentalista X

Humanista X

Cognitivista X

Sociocultural X

segundo as abordagens detalhadas por Mizukami em suas diferentes situações. Por outro lado, é ine-
(1986). gável que a educação não pode ser analisada iso-
Procuramos neste texto definir os principais ladamente, sem considerarmos a sociedade-cultura
elementos comuns às diferentes classificações e envolvida nem tampouco seu momento histórico,
seus referenciais teóricos com base em quatro as- com todos os seus efeitos sobre os indivíduos.
pectos relevantes. Também se pode inferir que a escola, com todas
as suas críticas, ainda tem sido o local ideal para a
.  ,  ,   realização do processo de ensino e aprendizagem.
      E, para tanto, deveria utilizar todos os meios ma-
 teriais, humanos e tecnológicos possíveis para
atingir seus objetivos.
Parece, pelas diversas abordagens, que as teorias e A Tabela 10 apresenta um pequeno resumo
seus diferentes enfoques ainda não constituem um das diferentes abordagens do processo de ensino
corpo de conhecimentos capaz de explicar e/ou e aprendizagem sobre as quais discorremos neste
predizer todos os aspectos do fenômeno educativo estudo.

Tabela 9
Identificação e comparação das diferentes classificações das abordag ens teór icas
do processo de ensino e apr endizagem

Mizukami Bordenave L ib â n e o Saviani

Abordagem Pedagogia da Pedagogia liberal


Pedagogia tradicional
t r a d i c i on a l t r an sm issão conservadora

Abordagem Pedagogia da Pedagogia liberal


Pedagogia tecnicista
comportamentalista moldagem renovada progressista1
Abordagem Pedagogia da Pedagogia liberal
Pedagogia nova3
humanista problematização2 renovada não-diretiva
Abordagem Pedagogia da Pedagogia liberal
Pedagogia nova5
cognitivista problematização4 renovada progressista
Abordagem Pedagogia da Pedagogia progressista Teorias crítico-
sociocultural problematização libertadora reprodutivistas
. ⁄ . ⁄ . ●  ●  , º  ● -
Tabela 10
Reesumo das dif erentes abordagens do processo de ensino e aprendizagem

Abordagem
Abordagens Abordagem tradicional Abordagem humanista Abordagem cognitivista Abordagem sociocultural
comportamentalista

Dá condições para que o


Uma agência educacional.
aluno possa aprender por si
Modelo empresarial aplicado
Lugar ideal para a realização Escola proclamada para próprio. Oferece liberdade de
à escola.
da educação. todos. “Democrática”. ação real e material. Deve ser organizada e estar
Divisão entre planejamento
Organizada com funções Afrouxamento das normas Reconhece a prioridade funcionando bem, para
(quem planeja) e execução
A escola claramente definidas. disciplinares. Deve oferecer psicológica da inteligência proporcionar os meios para
(quem executa).
Normas disciplinares rígidas. condições ao sobre a aprendizagem. que a educação se processe
No limite, a sociedade


Preparar os indivíduos para a desenvolvimento e autonomia Promove um ambiente em seus múltiplos aspectos.
poderia existir sem escola.
sociedade. do aluno. desafiador favorável à
Uso da teleducação.
motivação intrínseca do
E n s i n o à d i s tâ n c i a .
aluno.

Uma pessoa concreta,


É um ser “passivo” que deve Elemento para quem o Papel essencialmente “ativo” objetiva, que determina e é
Um ser “ativo”. Centro do
assimilar os conteúdos material é preparado. O de observar, experimentar, determinada pelo social,
processo de ensino e
transmitidos pelo professor. aluno eficiente e produtivo é comparar, relacionar, analisar, político, econômico,
O aluno aprendizagem. Aluno criativo,
Deve dominar o conteúdo o que lida “cientificamente” justapor, compor, encaixar, individual (pela história).
que “aprendeu a aprender”.
cultural universal transmitido com os problemas da levantar hipóteses, Deve ser capaz de operar
Aluno participativo.
pela escola. realidade. argumentar, etc. conscientemente mudanças
na realidade.

29
30
Tabela 10 (continuação)
Resumo das dif erentes abordagens do processo d e ensino e aprendizagem

Abordagem
Abordagens Abordagem tr adicional Abordagem humanista Abordagem cog nitivista Abordagem sociocultur al
c o m p o r ta m e n ta l i s ta

É o educador que direciona e


Cria situações desafiadoras e
É o educador que seleciona, conduz o processo de ensino
desequilibradoras, pela
É o transmissor dos organiza e aplica um e aprendizagem. A relação
É o facilitador da orientação. Estabelece
O professor conteúdos aos alunos. conjunto de meios que entre professor e aluno deve
aprendizagem. condições de reciprocidade e
Predomina como autoridade. garantem a eficiência e ser horizontal, ambos se
cooperação ao mesmo tempo
eficácia do ensino. posicionando como sujeitos
moral e racional.
do ato de conhecimento.

Os objetivos educacionais são


operacionalizados e
categorizados a partir de Os objetivos educacionais são
Desenvolve a inteligência,
classificações: gerais definidos a partir das
Os objetivos educacionais considerando o sujeito
Os objetivos educacionais (educacionais) e específicas necessidades concretas do
obedecem ao inserido numa situação social.
obedecem à seqüência lógica (instrucionais). Ên f a s e nos contexto histórico-social no
desenvolvimento psicológico A inteligência constrói-se a
dos conteúdos. Os conteúdos meios: recursos audiovisuais, qual se encontram os sujeitos.
do aluno. Os conteúdos partir da troca do organismo
são baseados em documentos instrução programada, Busca uma consciência

 ● Process o ensino e aprendizagem


programáticos são com o meio, pelas ações do
E n s in o e legais, selecionados a partir tecnologias de ensino, ensino crítica. O diálogo e os grupos
selecionados a partir dos indivíduo. Baseado no ensaio
aprendizagem da cultura universal individualizado (módulos de discussão são
interesses dos alunos. “Não- e no erro, na pesquisa, na
acumulada. Predominam instrucionais), “máquinas de fundamentais para o
diretividade”. A avaliação investigação, na solução de
aulas expositivas, com ensinar”, computadores, aprendizado. Os “temas
valoriza aspectos afetivos problemas, facilitando o
exercícios de fixação, leituras- hardwares, softwares. Os geradores” para o ensino
(atitudes) com ênfase na “aprender a pensar”. Ên f a s e
có p ia. comportamentos desejados devem ser extraídos da
auto-avaliação. nos trabalhos em equipe e
serão instalados e mantidos prática de vida dos
jogos.
nos alunos por educandos.
condicionantes e
reforçadores.
. ⁄ . ⁄ . ●  ●  , º  ● -  31

É inegável também que a escola está intima- MASETTO, M. T. Aulas vivas: Tese (e prát ica) de livre-
mente ligada ao processo social, sendo ao mesmo docência. São Paulo: MG, 1992.
MINICUCCI, A. Técnicas de t rabalho de grupo. São Paulo:
tempo agente influenciador e influenciada por este.
Atlas, 1992.
Em decorrência das pesquisas realizadas, leitu- MIZUKAMI, M. G. N. Ensino, as abordagens do proc esso.
ras, experiências sociais etc., o professor incorpora São Paulo: EPU, 1986.
de certa forma um ou mais aspectos dos referen- NÉRICI, E. G. Introdução à didática geral . São Paulo: Atlas,
ciais teóricos analisados anteriormente em suas 1985, 15ª ed.
__________. Meto dologia do ensino – Uma introdução. São
práticas docentes, muitas das quais são derivadas
Paulo: Atlas, 1989, 3ª ed.
de como foi educado durante sua vida escolar. __________. Didática. São Paulo: Cortez, 1992.
O aluno tem sido observado, analisado, ora PIAGET, J. Fazer e comp reender. São Paulo: Melhoramentos,
como ser “ativo”, ora como ser “passivo”, depen- 1978.
dendo do enfoque, e muitas vezes na prática __________. Par a onde vai a educação? Rio de Janeiro: José
Olympio, 1988, 10ª ed.
docente assume papéis mistos e controvertidos.
OLIVEIRA, J. B. A. & CHADWICK, C. B. Tecnologia
O processo de ensino e aprendizagem tem sido educacional – Teorias da instrução. Petrópolis: Vozes,
visto de forma integrada à sociedade-cultura e suas 1984, 9ª ed.
crenças e valores dominantes em uma determina- PENTEADO, W. M. A. (org .). Psicologia e ensino. São Paulo:
da época, o que significa dizer que as teorias que Papelivros, 1980.
PFROMM Netto, S. Psicologia da ap rendizagem e do ensino.
suportam esse processo têm-se modificado ao
São Paulo: EPU/EDUSP, 1987.
longo do tempo. PUENTE, M. de la. O ensino centrado no estudante. São
Dessa forma, foram discutidas algumas consi- Paulo: Cortez e Novaes, 1978.
derações relevantes das diferentes abordagens ROGERS, C. Liberdade para aprender. Belo Horizonte:
teóricas do processo de ensino e aprendizagem. Interlivros, 1972, 2ª e d.
SAVIANI, D. Escola e democ racia. São Paulo: Cortez, 1984.
Naturalmente, não se esgotou o assunto, devido à
SKINNER, F. B . Tecnologia do ensino. São Paulo: Herder,
complexidade do tema e à necessidade de uma 1972.
maior profundidade em pesquisas teóricas e investi- TURRA, C. M. G. et al. Planejament o de ensino e avaliação.
gações empíricas sobre as controvérsias existentes. Porto Ale gre: 1985, 10ª ed.

Referências bibliográficas Notas

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universitár io em aula – prática e princípios teóricos. educacional.
São Paulo: MG, 1990, 8ª ed. 2 Com aproximações, devido à ênfase nas relações
BORDENAVE, J. E. D. “A opção pedagógica pode ter interpessoais.
conseqüências individuais e so ciais importantes”. In: 3 Com ap roximações, devido a seu caráter não-diretivo.
Revista de Educação AEC, nº 54, 1984, pp. 41-5. 4 Com aproximações, devido à ênfase na construção do
CANDAU, V. M. (org .). A didática e m questão. Petrópolis: objeto.
Vozes, 1987, 6ª e d. 5 Com aproximações, devido à ênfase do “aprender a
GADOTTI, M. História das idéias pedagóg icas. São Paulo: aprender”.
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32   ● Process o ensino e aprendizagem

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