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Objetivos:
Discorrer sobre a SAF:
→ Fisiopatologia:
Os AAF incluem uma família de imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA, ou mistas) auto-
imunes, que reconhecem e se ligam a complexos de proteínas plasmáticas, associadas
a fosfolipídeos de membrana, em testes laboratoriais in vitro. As duas principais
proteínas plasmáticas que funcionam como alvos antigênicos nos complexos
reconhecidos pelos AAF são a β2-glicoproteína I (β2GPI) e a protrombina (fator II da
coagulação).
- Outras proteínas que podem se ligar a fosfolípideos e formar o complexo alvo dos
AAF incluem: apolipoproteína H, proteína C, proteína S, anexina V, fator X, cininogênio
de alto peso molecular, fator XI e o componente protéico do heparan-sulfato.
Ocorre alteração na regulação da homeostasia da coagulação sangüínea. Os
mecanismos pelos quais os AAFs interagem com a cascata da coagulação, produzindo
eventos clínicos, são especulativos e ainda não foram completamente elucidados. A
presença de lesão endotelial associada à presença de um AAF é requisito para uma
complicação trombótica.
→Clínica:
Clinicamente, a SAF caracteriza-se pela ocorrência de eventos trombóticos arteriais ou
venosos, em diferentes leitos vasculares, ou complicações gestacionais, expressas
como perdas fetais recorrentes no primeiro trimestre, ou óbitos fetais no segundo ou
terceiro trimestre, ou ainda pré-eclampsia grave com parto prematuro antes da 34a
semana gestacional. Dos eventos vaso-oclusivos, em território venoso são mais
frequentes as tromboses venosas profundas e em território arterial predominam os
acidentes vasculares cerebrais isquêmicos ou os ataques isquêmicos transitórios.
→ Diagnóstico diferencial: O diagnóstico diferencial da síndrome antifosfolipídica deve
ser realizado com pacientes que apresentem distúrbios tromboembólicos, infecções,
vasculite e KPTT (tempo de tromboplastina parcial caolim) alargado.
Distúrbio tromboembólico
As trombofilias hereditárias são, na maior parte dos casos, decorrentes de alterações
ligadas aos inibidores fisiológicos da coagulação (antitrombina, proteína C, proteína S e
resistência à proteína C ativada) ou de
mutações de fatores da coagulação (Fator V Leiden e mutação G20210A da
protrombina).
Infecções
Esses anticorpos são freqüentemente vistos em pacientes com sífilis, doença de
Lyme, HIV-1, infecções por Micoplasma, malária e infecções virais tais como hepatite
C, infecções por adenovírus, rubéola,
varicela e caxumba.
Livedo reticular
Uma alteração da coloração da pele muito freqüente em pacientes com SAF também
pode ser encontrada
de maneira fisiológica (cutis marmorata), idiopática, congênita e fazendo parte de
doenças do colágeno (PAN, dermatomiosite, LES), infecções crônicas (sífilis,
tuberculose), obstrução intravascular (embolia, trombocitemia, crioglobulinemia),
doença da parede dos vasos (arteriosclerose), linfomas e por drogas (amantadina,
quinina).
Profilaxia SAF:
Nem todos os pacientes com AAF devem fazer alguma profilaxia específica para SAAF,
pois em indivíduos sem outros fatores de risco, a chance de ocorrer eventos
trombocíticos são menores que 1 % ao ano. No entanto, veremos a seguir casos em
que vale a pena ou não fazer essa profilaxia.
- Pacientes com LES e AAF positivos: Nesse caso, se realiza profilaxia primária mesmo
sem eventos tromboembólicos prévios, pois foi comprovada a diminuição da
incidência do primeiro evento. Nesse caso, é indicado AAS em baixas doses ( Ex: 100
mg/ dia). A hidroxocloroquina (antimalárico) também tem se mostrado benéfica para
esses pacientes pela sua cardioproteção.
- Gestante com AAF positivos sem história previa de eventos trombóticos: Não
necessitam de tratamento, porém alguns autores indicam AAS em baixas doses.
- Gestante com AAF positivos e histórico de 1 abortamento (menor que 10 semanas):
Não necessita de tratamento, porém alguns autores indicam AAS em baixas doses.
- Gestante com AAF positivos com 1 ou mais abortamentos com mais de 10 semanas
ou 3 ou mais abortamentos com menos de 10 semanas: Requer profilaxia especifica,
com AAS de 80 a 325 mg/ dia + Heparina em dose terapêutica ( na gravidez deve-se
evitar cumarínico, principalmente no 1 trimestre de gestação, pelo evento
teratogênico). Suspender varfarina (teratogênico) e trocar por heparina.
- Gestantes com AAF positivos com eventos trombóticos prévios: mesma dosagem
anterior.
Os pacientes que apresentam anticorpos positivos sem história de trombose não têm
indicação de
tratamento medicamentoso profilático.
No entanto, os fatores de risco associados com trombose, como hipertensão,
tabagismo, hipercolesterolemia, uso de contraceptivos e imobilização prolongada,
devem ser eliminados.50
SAF na Gestação