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As deficiências de antitrombina, proteína C e proteína S (fatores anticoagulantes) são bem mais raras,
porém são as que acarretam os maiores riscos de TEV.
Caso problema: Apesar de as trombofilias hereditárias poderem cursar com TVP espontânea, na maioria das
vezes isso não ocorre, e o evento trombótico quase sempre é desencadeado por um fator de risco adquirido.Só
pra exemplificar, um grande estudo mostrou que o uso de Anticoncepcionais Orais (ACO) aumenta o risco de
TVP em quatro vezes. Quando consideramos apenas as usuárias de ACO que possuem fator V de Leiden, a
chance de TVP é 35x acima do normal. Portadores heterozigotos do fator V de Leiden têm um risco de
trombose, ao longo da vida, sete vezes superior que o da população normal
- Mutação do fator V de Leiden: O fator V Leiden (FVL) resulta de uma mutação pontual no gene F5, que
codifica a proteína fator V na cascata de coagulação. O FVL torna o fator V (tanto a forma ativada quanto a
inativa) insensível às ações da proteína C ativada (aPC), um anticoagulante natural.
- Mutação do gene da protrombina: é a segunda trombofilia hereditária mais comum depois do fator V de
Leiden. mutação pontual G20210A no gene da protrombina (fator de coagulação II; F2) resulta de uma
substituição de adenina (A) por guanina (G) em uma região não codificante de o gene. Esta é considerada uma
mutação de ganho de função porque causa aumento da função da protrombina
- Deficiência da proteína S: A proteína S serve como cofator para a proteína C ativada, que inativa os fatores
pró-coagulantes Va e VIIIa, reduzindo a geração de trombina. A proteína S também serve como cofator para a
proteína C ativada no aumento da fibrinólise e pode inibir diretamente a ativação da protrombina por meio de
interações com outros. A deficiência de proteína S prejudica esse mecanismo de controle normal, aumentando o
risco de trombose.
- Deficiência de antitrombina: A antitrombina (AT, anteriormente chamada AT III, também conhecida como
cofator I da heparina) é um anticoagulante natural. Inibe a trombina (fator IIa), fator Xa e outras serinoproteases
na cascata de coagulação, como o fator Ixa.
- Trauma - O risco de trombose é aumentado em todas as formas de lesão maior. Os mecanismos de ativação
do sistema de coagulação após cirurgia ou trauma não são completamente compreendidos, mas podem incluir
diminuição do fluxo sanguíneo venoso nas extremidades inferiores, diminuição da fibrinólise, imobilização,
liberação ou exposição de fator tecidual e depleção de anticoagulantes endógenos como a antitrombina.
- Gravidez – A gravidez está associada a um risco aumentado de trombose que pode ser devido em parte à
obstrução do retorno venoso pelo útero aumentado, bem como ao estado de hipercoagulabilidade associado à
gravidez.
1. FISIOPATOLOGIA:
- A embolia ocorre quando uma parte do trombo – ou ele todo – se desloca do seu local de origem (geralmente a
face interna de uma valva venosa), indo parar na circulação pulmonar.
O VD se dilata perante aumentos em sua pós-carga, na tentativa de manter seu débito (mecanismo de Frank-
Starling)... Porém, se o aumento na pós-carga for muito intenso, o débito do VD diminui. Isso acontece por
duas razões: (1) incapacidade de ejetar o sangue contra uma resistência pulmonar elevada; (2) disfunção
isquêmica do VD.
Resumindo:
- A embolia maciça é definida pelo colapso circulatório agudo (hipotensão + choque): o débito cardíaco (isto é,
o débito do ventrículo ESQUERDO) está diminuído.
- A combinação de queda no débito sistólico do VD associada ao abaulamento do septo interventricular para
dentro da cavidade do VE, reduzindo seu volume (pela dilatação extrema do VD) resultam na queda do
enchimento diastólico do VE, o que reduz, proporcionalmente, o débito cardíaco! A este quadro dramático e
fatal damos o nome de cor pulmonale agudo, a grande causa de óbito no TEP.
- Além disso, pode ocorrer, ainda, como complicação mais precoce da TVP, um quadro de TEP. Tal fato vai ser
derivado da fragmentação dos trombos + migração pela corrente venosa > atinge o coração direito e daí o leito
pulmonar arterial, determinando o quadro de embolia pulmonar.
2. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
- principais sinais e sintomas em pacientes com TEP: dispnéia, dor torácica, hemoptise, síncope, taquicardia,
febre, queda de pressão arterial, cianose e sudorese. Podem ser a primeira manifestação de TVP
- Ao OBSERVAR ESSE PROCESSO, nota-se que TEP não costuma se apresentar como colapso circulatório,
pelo menos inicialmente. QUANDO ISSO ACONTECE > a presença combinada de dispneia + taquipneia
é observada em 91% dos pacientes, além de serem comuns sinais clínicos de insuficiência do ventrículo
direito como distensão jugular, terceira bulha à direita e VD palpável no precórdio.
- TVP x TEP: Principal sintoma de TVP - dor na perna que vai aumentando ao longo dos dias. Já em paciente
com TEP, o principal sintoma é - dispneia súbita inexplicada.
● TEP maciço:
- paciente cursa com pressão sistólica < 90 mmHg, ou queda ≥ 40 mmHg na pressão sistólica basal por um
período maior do que 15min, a qual não é explicada por outras razões como hipovolemia, sepse ou arritmias.
- Nesse caso, existe obstrução em pelo menos metade do leito arterial pulmonar, usualmente bilateral.
- Paciente apresenta altíssimo risco de morte
⇾ Tto de emergência: uso de tromboembolíticos + considerar as opções invasivas (ex.: embolectomia por
cateter ou cirurgia) em pacientes com contraindicações ao trombolítico ou naqueles em que houve falha
terapêutica do trombolítico.
⇾ Tto de emergência:
- Presença de disfunção de VD (sozinha ou) + aumento de troponina > marcador de risco para óbito intra-
hospitalar > indica-se uso de trombolíticos.
OBS: portadores de doenças cuja descompensação tenha quadro clínico semelhante ao do TEP (ex.: pneumonia,
ICC, DPOC, asma), uma gran-de pista diagnóstica, que deve nos fazer pensar na coexistência de um TEP
oculto, é a ausência de melhora com o tratamento padrão utilizado (ex.: uma pneumonia que não melhora com
antibióticos).
- Sempre desconfie de TEP em todo o paciente com dispneia súbita que mantém os ‘pulmões limpos’ na
ausculta do tórax!
- Outros sinais podem ser encontrados nas extremidades com trombose venosa: cianose, dilatação venosa
superficial (aumento do retorno venoso pelo sistema superficial), temperatura elevada da pele da região.
(2) o clássico sinal de Homans (dor à dorsiflexão do pé) tem baixa sensibilidade e especificidade;
(3) uma TVP muito extensa pode evoluir com duas síndromes dramáticas: Phlegmasia Alba Dolens,
caracterizada por um quadro típico de TVP (dor, edema, empastamento) acompanhado de palidez do membro (o
edema intersticial comprime vasos arteriais) e Phlegmasia Cerulea Dolens, caracterizada pelo surgimento de
cianose (hipóxia de estase) subsequentemente à Phlegmasia Alba Dolens > gera úlceras de estase.
OBS: dímeros D (produto de degradação da fibrina) - quando positivos associado a ultrassonografia sugerem o
diagnóstico de TVP (< 1% de falso-negativo). Por outro lado, quando os dímeros D são negativos, excluem a
presença de TVP
3. DIAGNÓSTICO:
- não há como estabelecer ou excluir um diagnóstico de TEP utilizando apenas os dados clínicos básicos
(anamnese + exame físico) – é preciso realizar certos exames complementares!!!
- Além disso, como os sintomas são inespecíficos, há vários diagnósticos diferenciais, como:
- Atualmente, a conduta recomendada é: diante de um paciente cujo quadro clínico seja compatível com
TVP/TEP, estime a probabilidade pré-testes desses diagnósticos. O objetivo desses testes é avaliar o risco de
TVP/TEP e, assim, indicar exames complementares.
*** O escore mais amplamente utilizado é o escore de Wells, que avalia tanto a probabilidade de TVP
quanto de TEP.
- Probabilidade pré-teste de TVP:
● Moderada/alta: acima de zero;
● Baixa: abaixo ou igual a zero.
⇾ Portanto, em uma situação de quadro clínico é compatível + fatores de risco para TVP/TEP > pode-se
realizar escore de wells para indicar uma possível investigação com exames complementares. Caso esse escore
apresente uma probabilidade de “moderada/alta” para essas condições > pede-se : EXAME DE IMAGEM NA
HORA! E se não houver contraindicação importante, já comece a anticoagular o doente.
- O estudo CHRISTOPHER avaliou o papel da dosagem do d-dímero na exclusão de TVP/TEP em tais doentes.
D-dímero abaixo de 500 ng/dl, num contexto clínico onde a probabilidade pré-teste não é alta (Wells < 4 para
TEP, ou ≤ 0 para TVP), exclui satisfatoriamente a possibilidade de TEV!!! Assim, podemos afirmar que o
ddímero possui elevado valor preditivo negativo em pacientes com baixa probabilidade pré-teste de TEP... (Esse
estudo acompanhou 1.028 pacientes com baixa probabilidade de TEV por um período de três meses. Outros
exames não foram realizados, bem como não foi administrado tratamento anticoagulante, pois o d-dímero
inicial estava abaixo de 500: apenas 0,4% desenvolveram TEP, 0,1% desenvolveram TVP e não houve nenhuma
morte).
● RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
- A maioria dos casos de TEP evolui com alterações no raio X de tórax, sendo comuns: cardiomegalia,
atelectasia, derrame pleural, infiltrados no parênquima > achados completamente inespecíficos, e são vistos
com grande frequência no contexto de outras doenças!
- Entretanto, existem duas situações onde o raio X reforça a hipótese de TEP:
(1) paciente com fatores de risco e início súbito de dispneia, cujo exame é normal (dissociação
clinicorradiológica: sintomas >>> RX);
(2) presença de sinais clássicos de TEP no raio-x (raramente encontrados).
● ELETROCARDIOGRAMA:
- Útil para afastar a possibilidade de infarto agudo do miocárdio.
- Alteração mais comum de TEP, porém muito inespecífica - taquicardia sinusal.
- Anormalidades de ST-T também são frequentes, como inversão de onda T.
- Sinais mais importantes: são os revelam a presença de sobrecarga do VD!
- Historicamente, a famosa síndrome S1Q3T3 (onda S em D1, onda Q em D3 e onda T invertida em D3) foi
considerada o sinal mais sugestivo de TEP no ECG. Trata-se de alteração pouco sensível, pois está ausente na
maioria dos casos... Contudo, nos pacientes com embolia pulmonar maciça e cor pulmonale agudo, a ocorrência
do padrão S1Q3T3 é relativamente comum. (paciente do problema).
● GASOMETRIA ARTERIAL:
- A maioria dos pacientes com embolia para os pulmões apresenta hipoxemia no sangue arterial, bem como
hipocapnia (alcalose respiratória pela taquipneia)
- No TEP maciço, com choque cardiogênico, é comum encontrarmos acidose mista (respiratória + láctica, por
causa do choque).
● ECOCARDIOGRAMA:
- Principal achado seria um disfunção de VD - marcador de mau prognóstico.
- Sinais típicos de sobrecarga aguda do VD como dilatação de sua cavidade (com paredes finas), hipocinesia e
regurgitação tricúspide são observados em cerca de 30-40% dos casos, sendo ainda mais frequentes no TEP
maciço. Deve-se diferenciá-los dos sinais de sobrecarga crônica do VD cujo marco principal é a hipertrofia
miocárdica.
- Além disso, no cor pulmonale crônico, a hipocinesia do VD costuma ser difusa, ao contrário do que é visto no
TEP, onde apenas a parede basolateral está disfuncionante, enquanto o ápice se contrai normalmente (sinal de
McConnell).
- Anomalia menos comum, porém bastante sugestiva de TEP, é a presença de um trombo na cavidade
ventricular direita (raro) > indicativo de tto.
● MARCADORES BIOQUÍMICOS:
- As troponinas cardioespecíficas (TnI e TnT) + BNP não servem para o diagnóstico de TEP (são insensíveis e
inespecíficos), porém são úteis na estratificação de risco dos paciente com TEP definido.
- Níveis elevados de troponina > indicam a ocorrência de microlesões miocárdicas na parede do VD,
secundárias à sobrecarga aguda dessa câmara. Além disso, valores muito aumentados são indicativos de mau
prognóstico.
- Níveis elevados de BNP > também está relacionado à dilatação ventricular direita.
- Altos níveis de Troponina + BNP (ex.: TnT > 0,07 mcg/L + BNP > 600 ng/L estão associados a uma
mortalidade em 40 dias de 33%, ao passo que se o BNP estiver < 600 ng/L a mortalidade se aproxima de zero).
- Além disso, aumento de troponina + disfunção de VD vista ao eco > indicativo de pior prognóstico > forte
indicador de terapia com drogas trombolíticas.
- D-dímero é um produto de degradação da fibrina > se eleva em todas as vezes que houver um trombo no
interior do organismo.
*** A grande vantagem desse marcador é seu valor preditivo negativo. Pacientes com d-dímero normal
(< 500 ng/dl) certamente não têm trombose. ALÉM DISSO, apesar de ter grande sensibilidade, esse exame por
si só, não confirma o diagnóstico de TEV: também está elevado nos casos de sepse, pós-operatório, ICC…
- E a flebografia com contraste? Apesar de ainda ser o padrão-ouro no diagnóstico de TVP, foi substituído pelo
ecodoppler, por ser muito doloroso, e requerer o uso de contraste iodado (risco de nefropatia). Além disso,
aumenta o risco de um paciente com TVP desenvolver TEP após o exame.
⇾ A única situação em que devemos duvidar disso, e seguir investigando, é quando a suspeita clínica for muito
forte... Mas como isso é possível??? Sabemos que alguns casos de TEP maciço, com êmbolos centrais (em
sela), podem não causar defeitos de perfusão localizados, pois na verdade todas as áreas pulmonares estão
comprometidas por igual!!! Tal fato ressalta a importância da probabilidade pré-teste – ela modifica a
interpretação do exame…
● ARTERIOGRAFIA PULMONAR:
- método padrão-ouro para o diagnóstico de TEP, realizado através do cateterismo da artéria pulmonar, com
injeção direta do contraste em seu lúmen.
- O TEP pode ser evidenciado pela presença de uma falha de enchimento no leito arterial pulmonar, ou então a
interrupção abruta de um vaso.
4. TRATAMENTO:
4.1. Abordagem inicial e ressuscitação:
- A abordagem inicial de pacientes com suspeita de embolia pulmonar (EP) deve se concentrar na estabilização
do paciente enquanto a avaliação clínica e os testes diagnósticos definitivos estão em andamento.
⇾ EP hemodinamicamente instável: é aquela que apresenta hipotensão; hipotensão é definida como uma
pressão arterial sistólica (PA) <90 mmHg por um período >15 minutos ou uma queda na pressão arterial
sistólica substancialmente abaixo da linha de base (geralmente uma queda de >40 mmHg, hipotensão exigindo
vasopressores ou evidência clara de choque.
⇾ EP hemodinamicamente estável: é definida como EP que não atende à definição de EP
hemodinamicamente instável. Esses pacientes também são um grupo muito heterogêneo, variando de pacientes
com EP pequena, PA estável, tamanho e função do ventrículo direito normais e biomarcadores normais, com um
índice de gravidade de embolia pulmonar simplificado normal (sPESI) ("baixo risco") até aqueles pacientes
com extensa êmbolos com taquicardia, disfunção ventricular direita, biomarcadores anormais e pressão arterial
limítrofe
Conduta EP hemodinamicamente estável:
- A abordagem inicial deve se concentrar em medidas gerais de suporte enquanto a avaliação diagnóstica estiver
em andamento
● ANTICOAGULAÇÃO EMPÍRICA:
- Os pacientes que não morrem dentro das primeiras duas horas após o TEP geralmente vêm a falecer mais
tarde por causa de recorrência da embolia! A recorrência tende a ser comum, sendo observada em grande parte
dos casos que não recebem tratamento. Já está mais do que provado que a anticoagulação reduz a taxa de
mortalidade em cerca de 80-90%, basicamente pela sua capacidade de evitar a recorrência do TEP
- Portanto, anticoagular é a base do tratamento do TEV. Devemos alcançar o estado de anticoagulação plena
dentro das primeiras 24h de terapia. Isso é possível apenas com o uso de medicações parenterais ou com os
novos anticoagulantes orais (inibidores diretos da trombina ou do fator Xa), cujo início de ação é imediato
- A administração de anticoagulação empírica depende do risco de sangramento, suspeita clínica de EP e o
tempo esperado dos testes de diagnóstico. Não existe uma ferramenta de previsão ideal para avaliar o risco de
sangramento em pacientes com EP.
Para a maioria dos pacientes que se tornam hemodinamicamente estáveis após a ressuscitação e nos quais a
suspeita clínica de EP é alta, faz-se a anticoagulação imediata com heparina não fracionada e exames de
imagem imediatos para diagnóstico definitivo (angiotomografia).
Os pacientes deste grupo são heterogêneos e apresentam ampla variedade de apresentações, bem como risco
variável de recorrência e descompensação
Sugere-se a seguinte abordagem para esses pacientes estáveis:
● ANTICOAGULAÇÃO:
- Para aqueles em que o risco de sangramento é baixo, a terapia anticoagulante é indicada.
⇾ Anticoagulação inicial – A terapia anticoagulante inicial é administrada o mais rápido possível para alcançar
rapidamente a anticoagulação terapêutica
⇾ Anticoagulação de longa duração (após a alta) – Todos os pacientes são anticoagulados por um período
mínimo de três meses
● TROMBÓLISE:
- Para a maioria dos pacientes hemodinamicamente estáveis, não recomendamos a terapia trombolítica.
- Trombólise e/ou terapias baseadas em cateter podem ser consideradas caso a caso quando os benefícios forem
avaliados pelo clínico para superar o risco de hemorragia. Exemplos de tais pacientes incluem aqueles que têm
uma grande carga de coágulos, aumento/disfunção grave do VD, alta necessidade de oxigênio e/ou taquicardia
grave.
Paciente hemodinamicamente instável
Em pacientes com EP que são hemodinamicamente instáveis ou que se tornam instáveis devido à recorrência
apesar da anticoagulação, sugere-se terapias mais agressivas (ou seja, terapias de reperfusão) do que a
anticoagulação.
Terapia de reperfusão
● TROMBÓLISE:
A terapia trombolítica é indicada na maioria dos pacientes, desde que não haja contraindicação
Essa terapia pode ser administrada mais rapidamente do que por meio de um método baseado em cateter; se não
houver contraindicações à trombólise sistêmica e a indicação de terapia de reperfusão for clara, o paciente não
deve esperar até que um operador ou laboratório de serviço de cateterismo esteja disponível.
A uroquinase, a estreptoquinase e o t-PA estão liberados para uso. Estas drogas atuam ativando o plasminogênio
tecidual, e podem ser ministradas até 14 dias após o início do episódio de TEP
Para aqueles em que a trombólise sistêmica não é bem-sucedida, a terapia ideal é desconhecida. As opções
incluem trombólise sistêmica repetida, trombólise dirigida por cateter ou embolectomia por cateter ou cirúrgica
● EMBOLECTOMIA:
A embolectomia é indicada em pacientes com EP hemodinamicamente instável nos quais a terapia trombolítica
é contraindicada (é também uma opção terapêutica naqueles que falham na trombólise)
Os êmbolos podem ser removidos cirurgicamente ou usando um cateter.
A escolha entre essas opções depende da experiência disponível, da presença ou ausência de um diagnóstico
conhecido de EP e da resposta antecipada a essas terapias.
5. PRINCIPAIS MEDICAMENTOS USADOS:
● FONDAPARINUX:
- Trata-se de um pentassacarídeo sintético derivado da heparina, que promove uma interação seletiva entre a
antitrombina e o fator Xa, inativando este último... Estudos iniciais indicam que sua eficácia no TEP
provavelmente é semelhante à da HNF, constituindo uma alternativa viável.
- Suas principais vantagens são: (1) não causa HIT; (2) uso subcutâneo; (3) não precisa de monitoração
laboratorial. Entretanto, uma importante desvantagem precisa ser destacada: não existe antídoto contra essa
droga... O fondaparinux também deve ser evitado na disfunção renal!
- Dividem-se em dois grupos principais: inibidores diretos do fator Xa (rivaroxabana, apixabana e edoxabana) e
inibidores diretos da trombina (dabigatrana).
● TROMBOLÍTICOS:
- reduzem de maneira efetiva a quantidade trombos formados.
- A uroquinase, a estreptoquinase e o t-PA estão liberados para uso.
-Estas drogas atuam ativando o plasminogênio tecidual, e podem ser ministradas até 14 dias após o início do
episódio de TEP.
- A única indicação absoluta para o uso de trombolíticos no TEP é presença de instabilidade hemodinâmica.
Outras indicações propostas, mas ainda sem consenso são:
● Trombose venosa profunda extensa;
● Envolvimento extenso (múltiplos segmentos ou um lobo inteiro);
● Hipoxemia grave;
● Disfunção ventricular direita evidente ao ecocardiograma (principalmente se associada a um
aumento nos níveis de troponina).
- A heparina deve ser suspensa até o término da infusão do trombolítico. Após isso, se o PTT for inferior a duas
vezes o limite superior da normalidade, a heparina pode ser reiniciada sem dose de ataque. Caso este valor seja
superior, pedimos um novo PTT em quatro horas e reavaliamos.x