Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3) Outras complicações da TVP são as complicações crônicas que ocorrem pela lesão
das válvulas venosas após a trombose, deixando o sistema profundo com refluxo
venoso patológico que, ao longo dos anos, pode evoluir para síndrome pós-
trombótica (SPT).
6) Se há obstrução é agudo.
2. FISIOPATOLOGIA. 1
SOI 3 – APG1S8
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
1) O sistema venoso periférico apresenta a função de reservatório sanguíneo e serve
como um conduto que transporta o sangue da periferia até o coração e pulmões.
c) O sistema venoso profundo apresenta veias com paredes mais espessas e menos
distensíveis, localizadas subfascialmente, cercadas por estruturas musculares.
3) Via extrínseca: Ligação do fator tecidual, exposto após lesão vascular, ao fator de
coagulação VIIa promovendo a conversão do fator X para o fator Xa para iniciar a
via comum.
5) Via comum: O fator Xa juntamente com o cofator Va, plaquetas e cálcio, forma o
complexo protrombinase que converte protrombina em trombina. A trombina
converte fibrinogênio em fibrina e ativa o fator XIII que reage com os polímeros de
fibrina para estabilizar o agregado plaquetário inicial.
Lesão Endotelial.
1) A lesão endotelial é trombogênica pela própria ativação da cascata da coagulação.
3) Além disso, o endotélio impede a adesão plaquetária, uma vez que constitui uma
barreira entre o sangue e a matriz extracelular.
6) A reação inflamatória com leucocitose pode ser suficiente para lesão do endotélio.
Hipercoagulabilidade ou trombofilia.
1) Pode ser de origem genética ou adquirida.
5) A TVP ocorre com maior frequência no membro inferior esquerdo. Tal fato
encontra justificativa na disposição anatômica, uma vez que a artéria ilíaca direita,
ao cruzar a veia ilíaca esquerda, pode, ocasionalmente, comprimi-la. Esta
doença é conhecida como síndrome de Cockett ou May-Thurner que, por meio da
compressão da veia ilíaca esquerda, predispõe estase sanguínea, favorecendo a
formação de trombos neste membro.
3. FATORES DE RISCO. 2
1) São fatores de risco, pois estão associados à pelo menos 1 elemento da tríade de
Virchow.
Idade.
1) A TVP é mais comum após os 40 anos de idade, havendo aumento exponencial com
a idade.
2) Uma hipótese levantada para explicar esse fato foi a de que a diminuição da
resistência da parede venosa, com a idade, poderia propiciar a dilatação da veia, e,
consequentemente, a diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo, facilitando o
desenvolvimento da trombose.
SOI 3 – APG1S8
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Tromboembolismo prévio.
1) A ocorrência prévia de TVP aumenta o risco de TVP. Esse aumento poderia ocorrer
pela existência de alguma predisposição do indivíduo ao tromboembolismo, como
trombofilia ou neoplasia maligna, ou por fatores locais, como obstrução venosa ou
alteração da parede venosa no local da TVP prévia.
Obesidade.
1) A obesidade parece ser um fator de risco para o desenvolvimento de TVP em
pacientes acamados, possivelmente devido à dificuldade de mobilização do
paciente.
Câncer.
1) As neoplasias mais associadas à TVP são de mama, cólon e pulmão.
2) Cerca de 50% dos pacientes com câncer e 90% dos com metástase apresentam
anormalidade de um ou mais exames de coagulação, principalmente aumento dos
fatores de coagulação.
Gravidez e puerpério.
1) Estase sanguínea por compressão uterina tem sido levantada como responsável por
essa complicação.
2) Após o parto, a incidência de TVP é muito maior que durante a gravidez. Fatores
que possivelmente influem nesse aumento de frequência incluem diminuição de
atividade fibrinolítica no último trimestre de gravidez e no início do trabalho
de parto e estase venosa por contração uterina.
Grupo sanguíneo.
1) O risco da trombose mediada pelo grupo ABO parece estar relacionado com a
concentração de fator VIII, que estaria reduzida em indivíduos do grupo O,
conferindo certa proteção contra a ocorrência de trombose.
12) Embora todos estes sinais clínicos possam ocorrer na TVP, eles não apresentam
boa sensibilidade e especificidade. Por esse motivo, foi estabelecido, um modelo
clínico de predição que separa os pacientes em “TVP provável” e “TVP não
provável”. Os critérios de Wells.
SOI 3 – APG1S8
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
13) A história clínica e o exame físico não são suficientes para confirmar ou excluir
o diagnóstico. Sendo assim, é necessário que seja feita uma complementação com
métodos de imagem e bioquímicos, para a confirmação ou exclusão diagnóstica.
Flebografia.
1) Considerada o padrão ouro para o diagnóstico de TVP mas, por se tratar de um
método invasivo e pela evolução da qualidade dos métodos alternativos (em especial
o ultrassom), ela tem sido realizada cada vez menos nos hospitais para auxílio
diagnóstico.
2) A flebografia tem suas limitações, pois deve ser realizada em centro cirúrgico,
necessita do uso de contraste, podendo ocasionar reações alérgicas, além de ser
contraindicado seu uso em mulheres grávidas.
3) 2ª linha.
Ultrassom.
1) O ultrassom venoso (US) hoje é, sem dúvida, o método de escolha na maioria dos
casos de suspeita clínica de TVP. Este método é não invasivo, praticamente sem
contraindicações, disponível na maioria dos hospitais de referência.
2) O método mais simples e com melhor resultado é o teste de compressibilidade
venosa que mostra as estruturas anatômicas e os vasos. É realizada compressão
SOI 3 – APG1S8
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
leve sobre a veia a ser examinada. Caso esta veia não esteja compressível,
identificamos conteúdo sólido em seu interior e o diagnóstico de TVP é feito.
D-dímero.
1) Na presença de trombose, a plasmina circulante quebra a fibrina insolúvel e um dos
produtos de degradação dela é o dímero D.
2) O teste para a presença deste produto de degradação da fibrina é feito com a técnica
de ELISA e apresenta um excelente valor preditivo negativo, ou seja, este método se
presta para excluir o diagnóstico de TVP quando estiver negativo, mas não serve
para confirmar o diagnóstico, caso seja positivo.
5. TRATAMENTO. 1,4
1) O tratamento da TVP se propõe não apenas ao alívio dos sintomas e dos riscos
iminentes da fase aguda, como edema, dor e embolia pulmonar, como também em
reduzir os impactos crônicos dessa doença, evitando a síndrome pós-trombótica.
Anticoagulantes.
1) Heparinas. A heparina atua como um anticoagulante ao se ligar à antitrombina III
e inativar a trombina, o fator IXa e o fator Xa, podendo ser usada de maneira
subcutânea e endovenosa.
4) A instalação de filtro de veia cava está associada a uma redução nas taxas de
incidência de embolia pulmonar (15 versus 6%); porém, a instalação dos filtros
também culminou em aumento da taxa de TVP (35 versus 28%) e não determinou
diferença nas taxas de mortalidade. Esses achados reforçam a recomendação de não
se fazer uso rotineiro dos FVCs como tratamento.
Fisiopatologia.
1) Para que ocorra TEP, é necessário que haja a formação de um trombo em algum
lugar do sistema venoso.
3) O trombo, uma vez formado, pode desprender-se da parede venosa, cair na corrente
sanguínea e ser carreado em direção ao coração direito. Ao chegar no átrio ou no
ventrículo direitos, eles podem embolizar intactos para o pulmão ou fragmentar-se
no coração, despejando êmbolos para os pulmões de uma só vez, ou em vários
episódios.
SOI 3 – APG1S8
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
4) As oclusões dos ramos menores possuem maior tendência a causar infarto
pulmonar.
Diagnóstico.
1) A clássica tríade composta por dor torácica súbita, dispneia e hemoptise (tossir
sangue) ocorre somente em 5% dos casos. Contudo, quando presente em um
paciente com fatores de risco, sugere fortemente o diagnóstico de TEP.
SOI 3 – APG1S8
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
2) Recomenda-se, pelo fato de os sinais e sintomas apresentados não serem específicos
de TEP, estimar a probabilidade desse diagnóstico pelos escores de Wells e
Genebra.
Tratamento.
1) As medidas de profilaxia e controle da trombose venosa profunda (TVP) e do
tromboembolismo pulmonar (TEP) se confundem. Prevenir e tratar a TVP é
prevenir o TEP.
4) Trombolíticos.
5) Embolectomia.
b) A embolectomia cirúrgica está restrita aos casos com TEP maciço, refratário ou
com contraindicação ao uso de trombolítico.
SOI 3 – APG1S8
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
c) Remoção do trombo.
REFERÊNCIAS
1) Jatene IB, Ferreira JFM, Drager LF et al. Tratado de cardiologia SOCESP. (5th
edição). [Digite o Local da Editora]: Editora Manole; 2022.
2) Maffei FHDA, Yoshida WB, Rollo HA et al. Doenças Vasculares Periféricas - 2
Vols. (5th edição). [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN; 2015.
3) Brito CJ, Murilo R, Loureiro E. Cirurgia Vascular: Cirurgia Endovascular –
Angiologia. (4th edição). [Digite o Local da Editora]: Thieme Brazil; 2020.
4) Katzung BG, Vanderah TW. Farmacologia básica e clínica. (15th edição). [Digite o
Local da Editora]: Grupo A; 2023.