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NOV 2009
INSTALAÇÕES AT E MT
Generalidades
Edição: 1ª
ÍNDICE
0 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 3
1 OBJECTIVO ................................................................................................................................................................ 3
0 INTRODUÇÃO
A gestão optimizada e sustentada dos activos técnicos na EDP Distribuição recomenda a uniformização
de conceitos e terminologia alinhados com a linguagem utilizada pelas suas congéneres internacionais.
A utilização das boas práticas obriga a criar as condições necessárias à incorporação daqueles
conceitos e terminologia na linguagem interna comum por parte de todas as pessoas que
desempenham actividades relacionadas com a gestão de activos técnicos.
1 OBJECTIVO
Este documento visa definir os conceitos e terminologia associados ao processo de gestão de activos
técnicos aplicado à EDP Distribuição, de forma a assegurar a existência de uma linguagem comum e
fomentar uma compreensão uniforme dos conceitos de base por parte de todos os agentes associados
ao processo.
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
Este documento aplica-se ao processo de Gestão de Activos Técnicos da EDP Distribuição.
3 TERMINOLOGIA E CONCEITOS
A terminologia e conceitos a aplicar têm a forma descrita a seguir:
Activo Técnico (ou Activo Físico) – bem imobilizado que corresponde a uma instalação eléctrica, parte
de uma instalação eléctrica, equipamento ou sistema com uma determinada função quantificável e
distinguível.
Instalação Eléctrica – conjunto de infra-estruturas usadas para a distribuição ou transformação de
energia eléctrica, com localização fixa e em operação:
a) Subestações, Postos de Corte, Postos de Seccionamento, Postos de Transformação;
b) Redes Aéreas e Subterrâneas de AT, MT e BT;
c) Equipamentos de Corte e Seccionamento nas Redes AT e MT;
d) Sistemas de Iluminação Pública;
e) Sistemas de Telecomunicações.
Equipamento – aparelho de AT, MT ou BT de uma instalação eléctrica.
Sistema – funcionalismo (de comando, controlo e protecção, de comunicações ou de serviços
auxiliares de suporte) de uma instalação eléctrica.
Painel – conjunto de equipamentos e/ou sistemas de uma instalação eléctrica que desempenham uma
determinada função relevante nessa instalação.
Fracção de Rede – parcela de uma linha aérea ou subterrânea, agregadora de troços de rede com
características comuns e/ou desempenhando uma função relevante.
Ciclo de Vida Global – intervalo de tempo que se inicia com a concepção e/ou aquisição de um
activo técnico e que termina com o abate do mesmo.
Custos Associados ao Ciclo de Vida Global – todos os custos gerados durante o ciclo de vida de um
activo técnico, nomeadamente os custos associados, numa primeira fase, à concepção, ao projecto, à
construção, à aquisição, ao comissionamento, à entrega e à colocação em serviço, numa segunda
fase, à operação e manutenção e, numa fase derradeira, à retirada de serviço, à desmontagem e ao
abate.
Vida Útil Técnica – intervalo de tempo que se inicia com a colocação em serviço de um activo técnico
e que termina quando a frequência de ocorrência de falhas se torna técnica e economicamente
inaceitável ou quando o activo é considerado irreparável na sequência de uma falha.
Valor Contabilístico do Activo Técnico (Imobilizado) – o valor do imobilizado corresponde ao valor
contabilístico do activo técnico e que decorre da amortização ao longo do ciclo de vida efectuada de
acordo com a taxa de amortização aplicável.
Abate – eliminação física e contabilística de um activo técnico que cessou funções.
Valor de Negócio da Empresa – valor ao qual a empresa atribui importância estratégica e que
consequentemente influi de forma significativa na elaboração do plano de negócios da empresa.
Consequência da Falha – potencial impacto que a falha de um determinado activo técnico poderia
implicar em termos dos valores de negócio da empresa.
Financeiro – valor de negócio da empresa relacionado com custos incorridos associados a energia não
distribuída, a indemnizações e a operações de reposição / restauração da função.
Qualidade de Serviço – valor de negócio da empresa relacionado com os indicadores de qualidade de
serviço técnica.
Reputação – valor de negócio da empresa relacionado com a qualidade do desempenho percebida
pelos clientes e sociedade em geral.
Sustentabilidade – valor de negócio da empresa relacionado com a segurança de pessoas e bens,
ambiente e regulamentação técnica.
Nível de Severidade da Consequência da Falha – nível de gravidade ou severidade da consequência
da falha de um determinado activo técnico.
Probabilidade de Falha - probabilidade (ou frequência) com que se perspectiva que um determinado
activo técnico possa falhar durante um determinado período de tempo (a probabilidade será
determinada a partir da apreciação da condição técnica do activo, do grau de adequação
tecnológico do activo à função que desempenha e do contexto operacional onde o activo se insere).
Contexto Operacional de um Activo Técnico – contexto em que um activo técnico é operado,
caracterizado pelo tipo de rede onde se insere, pelo regime de exploração em que é operado e pela
envolvente de exposição a agentes externos (atmosféricos ou outros).
Risco de um Activo Técnico – produto da potencial consequência de falha de um determinado activo
técnico pela probabilidade de falha do mesmo.
Matriz de Risco – matriz através da qual se determina o grau de aceitabilidade do risco associado a
cada activo técnico, de acordo com as respectivas consequências e probabilidade de falha.
Cenário de Mitigação do Risco – cenário que viabiliza a minimização do risco associado a um activo
técnico.
Manutenção Programada – actividade de manutenção de qualquer tipo, desde que seja previamente
agendada.
Manutenção Preventiva – actividade de manutenção efectuada com a finalidade de controlar a
condição dos activos técnicos, de diagnosticar situações anómalas que possam redundar na
ocorrência de falhas ou na degradação dos activos e de eliminar atempadamente essas situações
anómalas.
Manutenção Preventiva Sistemática – actividade de manutenção preventiva efectuada por sistema,
independentemente da condição técnica do activo, seja de acordo com intervalos de tempo
pré-estabelecidos ou seja mediante o alcance de uma quantidade pré-definida de unidades de
utilização.
Manutenção Preventiva Condicionada – actividade de manutenção preventiva que determina a
execução de operações de controlo da condição sobre um dado activo de forma mais ou menos
intensiva de acordo com as conclusões da monitorização da condição técnica daquele activo; inclui
também as operações de resolução de situações anómalas detectadas em operações de controlo da
condição anteriores.
Construção – operação de construção de raiz de uma instalação, dando assim origem a um ou mais
activos técnicos (nota: operação de carácter de investimento).
Ampliação – operação de ampliação de uma instalação já existente, dando assim origem a um ou
mais activos técnicos adicionais (nota: operação de carácter de investimento).
Remodelação – operação de alteração de uma instalação já existente, com o objectivo de o adaptar
e/ou adequar a novas solicitações e/ou exigências; caso exista substituição de equipamentos ou
materiais, deverá esta acção incorporar as respectivas operações de retirada de serviço,
desmontagem e abate (nota: operação de carácter de investimento).
Comissionamento – operação de controlo final de uma obra, realizada pela área de projecto e
construção e assegurando que foram observadas na obra as especificações técnicas na sua
concepção, construção e aquisições associadas (nota: operação de carácter de investimento).
Entrega / Recepção – operação de entrega de obra pela área de projecto e construção (com
disponibilização de todas as evidências do comissionamento efectuado) e de recepção pela área de
manutenção.
Inspecção – operação de diagnóstico da condição dum activo técnico sem que exista actuação
sobre o mesmo, tendo como objectivo a identificação de irregularidades e/ou anomalias
(nota: operação de carácter de manutenção).
Limpeza – operação de restauração das condições de limpeza de infra-estruturas exteriores ou interiores
que possam albergar activos técnicos (nota: operação de carácter de manutenção).
Ensaio – operação de controlo da condição de um activo técnico efectuada através de medições
e/ou verificações de determinados parâmetros e confronto com os respectivos valores de referência
(nota: operação de carácter de investimento ou manutenção, conforme seja ou não realizada antes
do processo de entrega/recepção do activo).
Revisão / Beneficiação – operação intrusiva de restauração da condição de um activo técnico, não
conferindo prolongamento de vida útil nem aumento de capacidade ao activo (nota: operação de
carácter de manutenção).
Reabilitação – operação intrusiva de reabilitação completa da condição de um activo técnico,
podendo conferir ou não prolongamento de vida útil ou aumento de capacidade ao activo
(nota: operação de carácter de investimento ou manutenção, conforme confira ou não
prolongamento de vida útil ou aumento de capacidade ao activo).
Reposição Provisória da Função – operação de manutenção correctiva de primeira linha efectuada na
sequência da falha de uma função de um activo técnico, tendo em vista a restauração provisória e/ou
parcial dessa função do activo no mais breve período possível (nota: operação de carácter de
manutenção).
Restauração Definitiva da Função – operação de manutenção correctiva de primeira linha (efectuada
na sequência da falha de uma função de um activo técnico) ou de segunda linha (efectuada na
sequência de uma operação de reposição provisória da função), tendo em vista a restauração
definitiva dessa função do activo (nota: operação de carácter de manutenção).
Substituição – operação de desmontagem de um activo técnico existente e montagem em seu lugar
de um activo novo, seja programada ou seja na sequência de falha do activo técnico existente
(nota: operação de carácter de investimento).
Modificação – operação de alteração de um activo técnico por forma a adequar à regulamentação
em vigor; caso exista substituição de equipamentos ou materiais, deverá esta acção incorporar as
respectivas operações de retirada de serviço, desmontagem e abate.
(Nota 1: a modificação assumirá carácter de investimento nas situações em que exista substituição de
equipamentos ou materiais ou em que a operação de alteração do activo possa originar aumento de
vida útil ou aumento de capacidade).
(Nota 2: a modificação assumirá carácter de manutenção nas situações em que a operação de
alteração do activo não origine aumento de vida útil nem aumento de capacidade).
Modificação de Origem Interna – modificação realizada no interesse da empresa, decorrendo de
razões imputáveis à normal exploração dos activos técnicos.
Modificação de Origem Externa – modificação, cuja origem decorre de imposições regulamentares
externas à empresa ou de solicitações de terceiros aceites pela empresa.
Falha Funcional – ocorrência da degradação de pelo menos uma das funções para que foi previsto um
determinado activo técnico.
Falha Oculta – estado de falha que não é detectado nem se evidencia em condições normais de
exploração, seja por existência de outro estado de falha no activo, seja por ausência de solicitação do
componente em falha.
Falha Latente – estado de falha existente, mas ainda não detectado.
Taxa Falha – quantidade de falhas ocorridas num determinado tipo de activo técnico num dado
intervalo de tempo (ex: por ano), indexada a um determinado universo desse tipo de activos técnicos
(ex: por km).
TIEPI – tempo de interrupção equivalente da potência instalada (unidade: minutos; interrupções
consideradas: superiores a 3 minutos).
TIEPI = Σ (Pi x T inst)
P total
SAIFI – frequência média de interrupções do sistema, em número de interrupções por ponto de entrega
(interrupções consideradas: superiores a 3 minutos).
SAIFI = Σ Interrupções nos Pontos de Entrega
Nº Total de Pontos Entrega
SAIDI – duração média das interrupções do sistema nos pontos de entrega (unidade: minutos;
interrupções consideradas: superiores a 3 minutos).
SAIDI = Σ Duração das Interrupções nos Pontos Entrega
Nº Total Pontos Entrega
MAIFI – frequência média das interrupções breves do sistema nos pontos de entrega (interrupções
consideradas: inferiores ou iguais a 3 minutos).
MAIFI = Σ Int. Breves nos Pontos Entrega
Nº total de Pontos Entrega
Política dos “3 R” – “reduzir” existências de reserva em parque, “reutilizar” com qualidade os activos
técnicos retirados da rede, “reciclar” os activos retirados da rede não utilizáveis.
Activo sob Reserva Estratégica – material ou equipamento que, não sendo de uso corrente e ainda que
possa não cumprir os actuais requisitos DMA, passou nos ensaios de conformidade e que se considera
fundamental que possa existir a fim de suprir necessidades de continuidade e/ou garantia de qualidade
de serviço (nota: os materiais e equipamentos seleccionados como reserva estratégica não são,
independentemente da sua localização, susceptíveis de cedência para aplicação em novas
instalações).
Activo Reutilizável – material ou equipamento que cumpre os actuais requisitos DMA e cuja avaliação
da condição técnica (com base nos ensaios de conformidade) indicie um período de vida útil restante
favorável.
Activo Obsoleto – material ou equipamento que não cumpre os actuais requisitos DMA e cujo período
de funcionamento já excedeu o período de vida definido pelo fabricante.
Activo Disponível – material ou equipamento não integrante da reserva estratégica e não obsoleto, mas
que possua uma condição técnica adequada (com base nos ensaios de conformidade), que possua
um valor económico relevante (quando comparado com os custos de logística associados ao seu
armazenamento).