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PROPOSTA 10 – MODELO FUVEST

TEXTO 1: O Artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio cultural como sendo os bens “de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
Nessa redefinição promovida pela Constituição, estão as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver;
as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Disponível em <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/218> Acesso em ago. 2021

TEXTO 2: A passagem da memória para a história obrigou cada grupo a redefinir sua identidade pela revitalização de
sua própria história. O dever de memória faz de cada um o historiador de si mesmo. O imperativo da história ultrapassou
muito, assim, o círculo dos historiadores profissionais. Não somente os antigos marginalizados na história oficial que
são obcecados pela necessidade de recuperar seu passado enterrado. Todos os corpos constituídos, intelectuais o
não, sábios ou não, apesar das etnias e das minorias sociais, sentem a necessidade de ir em busca de sua própria
constituição, de encontrar suas origens. Não há mais nenhuma família na qual pelo menos um membro não se tenha
lançado à reconstituição mais completa possível das existências furtivas de onde a sua emergiu.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Trad. Yara Aun Khoury.
Disponível em < https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/12101/8763> Acesso em ago. 2021.

TEXTO 3: Essa tem sido a realidade no Brasil. Dentre incêndios em arquivos, teatros, museus e outras instituições
culturais públicas, destacamos os incêndios ocorridos em 2013 no Memorial da América Latina, em 2015 no Museu da
Língua Portuguesa, em 2018 no Museu Nacional da UFRJ, em 2020, no Museu de História Natural e Jardim Botânico
da UFMG e, agora, em 2021, na Cinemateca Brasileira.
Tem sido cada vez mais comuns, por parte de líderes e políticos, os ataques a instituições de ensino, a
professores, a livros didáticos e à ciência e à educação. Certos grupos dominantes atacam a educação no intento de
impedir que a população tenha consciência histórica e cultural, voz ativa e crítica.
Os museus e as instituições culturais e de ensino possuem um espaço para manifestar estudos científicos e
lógicos, movimentos artísticos, as injustiças históricas e as lutas sociais. A desvalorização e o sucateamento de museus
“como lugar de coisa velha”, vem de uma tentativa de desinformar a população, de silenciar suas vozes, de causar
esquecimento em relação às injustiças sociais, de evitar que esses espaços sejam espaços de poder às comunidades
e de luta. Por isso, é preciso resistirmos em defesa da educação e da cultura.
O que os museus mencionados têm em comum é o fato de que “não por foi falta de aviso”. Servidores e
professores dessas instituições realizaram reclamações formais e até mesmo vaquinhas para que algo fosse feito.
Neste exato momento, há instituições reclamando e alertando sobre o perigo de sua destruição.
Adaptado de <https://arqueologiaeprehistoria.com/2020/06/16/incendios-nos-museus-brasileiros/> Acesso em ago. 2021.

TEXTO 4: Derrubada de estátuas: vandalismo ou reparação histórica?


Cidades da América e da Europa se unem para destruir monumentos que homenageiam personagens com passado questionável

A derrubada de monumentos divide opiniões. O escritor Laurentino Gomes, conhecido pela trilogia “1808”,
“1822” e “1889”, acredita que eles devem ser mantidos. “Vejo nas redes sociais um movimento pela derrubada da
estátua do bandeirante Borba Gato situada no bairro de Santo Amaro, em SP. Sou contra. Estátuas, prédios, palácios
e outros monumentos são parte do patrimônio histórico. Devem ser preservados como objetos de estudo e reflexão”,
publicou em sua conta no Twitter.
A historiadora da USP Maria Helena Machado, especialista no papel social da escravidão, alerta para a
dinamicidade das narrativas históricas. “A história é dinâmica, nesse sentido sua narrativa é mutável, embora os dados
que a compõem não possam ser mudados ao bel prazer daquele que a estuda”.
Além disso, Maria Helena aponta que o próprio ato de se destruir uma estátua, em vez de demolição, pode
representar o surgimento de mais um pedaço de história. “Derrubar qualquer símbolo da escravidão de africanos,
indígenas ou de qualquer outro grupo, não é, de forma alguma, destruir a história. Esta continuará a ser narrada a partir
das pesquisas sérias que centenas de estudiosos especializados realizam dia após dia. Derrubar coletivamente a
estátua é também um ato que se inscreve na história, sobretudo pelo seu caráter público e televisionado”, concluiu.
Disponível em <https://veja.abril.com.br/brasil/derrubada-de-estatuas-vandalismo-ou-reparacao-historica/> Acesso em ago. 2021.

Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: memória, história e ressignificação.

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