Você está na página 1de 13

O saber na sala de aula

Discentes: Thamires da Silva Tavares e Larissa Corrêa de Oliveira


Biografia
Circe Bittencourt é professora
de pós-graduação na
Faculdade de Educação da
USP. Fez mestrado e
doutorado em História Social
pela FFLCH-USP. Autora "O
Ensino de História e a
Criação do Fato", "História na
Sala de Aula" e organizadora
do "Dicionário de Datas da
História do Brasil" e "O Saber
Histórico na Sala de Aula",
todos publicados pela
Contexto. Atualmente é
professora do programa de
pós-graduação Educação:
História, Política, Sociedade
da PUC-SP.
MEMÓRIA E ENSINO DA HISTÓRIA
A partir de meados dos anos 70 e por toda a Nesse sentido, as palavras do historiador Ulpiano
Bezerra de Meneses são bastante esclarecedoras :
década de 80, assistimos à emergência dos
O tema da memória está em voga, hoje mais do que
movimentos sociais populares, protagonizados nunca. Fala-se da memória da mulher, do negro, do
pela mobilização de trabalhadores, mulheres, oprimido, das greves do ABC, memória a Constituinte e
negros, índios, homossexuais e etc., que, até do partido, memória da cidade, do bairro, da empresa,
da família. Talvez apenas a memória nacional, tantas
hoje, reivindicam para si o alcance e o vezes aguada(e tantas vezes acuadora) esteja retraída.
exercício dos Multiplicam-se as casas de memória, centros, arquivos,
bibliotecas, museus, coleções, publicações
direitos de cidadania e a participação política especializadas(até mesmo periódicos). Os movimentos e
no processo decisório nacional. Esses preservação do património cultural e de outras
movimentos colocam a ordem do dia o memórias especificas contam com força política e têm
reconhecimento público. Se o antiquariato, a moda
interesse pelo retro, os revivals mergulham na sociedade de consumo,
'resgate" de sua memória, como instrumento a memória também tem fornecido munição para
de luta e afirmação de sua identidade étnica e confrontos e reivindicações de toda espécie. (MENESES,
p. 9)
cultural.
Ex: as escolas, são os principais lugares cujos esses ensinamentos e pautas devem
ser presentes.
O ensino na história como principal objeto para ensinar os indivíduos sobre
memória senso crítico e consciência.
A educadora Regina Leite Garcia diz o seguinte:
o papel da escola é, também, ensinar a degustar as formas e os conteúdos que hoje
podem parecer superados, mas que fazem parte das nossas raízes, ou pertencem
ao património cultural da humanidade. A poesia chinesa clássica, as pinturas
rupestres de Altamira e de Lascaux, a concepção arquitetônica as malocas dos
índios brasileiros, as esculturas africanas contemporâneos são tão importantes
quanto um concerto de Xenakis, uma pintura de Picasso,um poema de Drummond
de Andrade, um filme de Ingmar Bergman, um vídeo de Bill Viola, um bala de
Manha Graham ou uma fotografia de Sebastião Salgado. (GARCIA, p. 46)
O PATRIMÓNIO HISTÓRICO REVISITADO

O que é: O patrimônio cultural é composto por monumentos, conjuntos de construções e


sítios arqueológicos, de fundamental importância para a memória, a identidade e a
criatividade dos povos e a riqueza das culturas.
O passado não é o antecedente o presente , é a sua fonte ( Ecléa Bosi)

Surgimento do patrimônio da ideia de preservação cultural, e hoje, as ciências sociais e


outras áreas interdisciplinares dão importância para as as manifestações culturais e a forma
de enxergar o mundo. E patrimônio artístico história oral, O que é constituído por inúmeras
formas e modos de enxergar o mundo como riqueza e diversidade.
 Quem primeiro se preocupou em encarar a Segundo ele, o património cultural pode
problemática do património cultural, de modo ser dividido em três grandes categorias
bastante abrangente e forma inter disciplinar,
foi o professor francês e, atualmente, acessos
de elementos. Em primeiro lugar, arroja
técnico internacional da Organização das os elementos pertencem a natureza, ao
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e meio ambiente. Nesta categoria,
a Cultura (UNESCO), Hugues de Varino- podemos citar os rios, os peixes desses
Boham (LEMOS,PP. 8-10). rios, os vales e montanhas que
circundam tais rios etc., enfim, são os
recursos naturais o chamado habitat
natural.
Elas são categorias dúvidas em
 Bens culturais, ou seja são voltadas para os conhecimentos e as técnicas.
 Reunir bens culturais como, bens, matérias e fontes, obras e outras formas de fazer o ambiente de
patrimônio do saber e fazer Humano.

Por isso, a importância da preservação, de fazer arte e de fazer história são extremamente importantes
por vários meios e formas de que se conhece de “patrimônio edificado”. Como valor histórico,
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico, as obras, os objetos, os
documentos, as edificações, as criações científicas, artísticas e tecnológicas, as formas de expressão e até
mesmo os modos de criar, fazer e viver são bens culturais e uma sociedade, e, por isso, devem ser
preservados.
Portanto, todos esses bens, sejam naturais ou culturais, materiais ou imateriais, tangíveis ou intangíveis,
estão incluídos no património cultural do país, desde que os mesmos sejam portadores de referência à
identidade, à ação e à memória dos diferentes elementos étnico-culturais formadores da nação brasileira.
POR UMA NOVA POLÍTICA DE PATRIMÓNIO
HISTÓRICA NO BRASIL :A CONSTRUÇÃO DE UMA MEMÓRIA PLURAL

Como qualquer experiência


humana, a memória histórica
constitui
uma das formas mais fortes e
sutis da dominação e da
legitimação do
poder. Neste sentido, os grupos
dominantes vencedores na
História ten- tam impor a sua
visão e perpetuação de uma
memória da dominação.
Aos vencidos, restam apenas o
esquecimento e a exclusão da
História e da politica
preservacionista.
PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CIDADANIA E IDENTIDADE CULTURAL: O DIREIRO À MEMÓRIA

Identidade cultural: é um conjunto híbrido e


maleável de elementos que formam a cultura
identitária de um povo, ou seja, que fazem com
que um povo se reconheça enquanto
agrupamento cultural que se distingue dos
outros.

A memória é importante, pois é partir dela que os


habitantes iram perceber, na fisionomia da cidade,
sua própria história de vida, suas experiências
sociais e lutas cotidianas.
“Vencia outra vez a perspectiva de consagrar como obras de arte e da cultura os
símbolos de poder constituído. Desprovida assim de memória coletiva que lhe
permitisse consciência história (...) a maioria da população continuou sem se
reconhecer nestes símbolos. Com isso foi expropriada também de sua memória e
da sua história”- Déa Fenelon.
EDUCAÇÃO AMBIENTEAL OU EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: A
DIMENSÃO HISTÓRICO CULTURAL NO CURRICULO ESCOLAR.

Patrimônio cultural é composto por monumentos,


conjuntos de construções e sítios arqueológicos, de
fundamental importância para a memória, a identidade e a
criatividade dos povos e a riqueza das culturas.

Educação patrimonial é uma educação voltada para


questões referentes ao patrimônio cultural, que compreende
desde a inclusão, nos currículos escolares de todos no
ensino, de temáticas ou conteúdos programáticos históricos
que versem sobre o conhecimento e a preservação do
patrimônio histórico.
O Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovado
na Câmara dos Deputados, previa, no seu art. 35, parágrafo único, que: "A
preservação do património cultural nacional e regional, bem como as
diferentes formas de manifestações artístico-culturais originárias do Brasil,
terá tratamento preferencial".

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei Nº


9.394/96 - art. 26, A parte diversificada dos currículos do ensino
fundamental e médio deve observar as características regionais e
locais da sociedade e da cultura, o que abre espaço para a
construção de uma proposta de ensino de História Local, voltada
para a divulgação do acervo cultural dos municípios e estados.
Referência bibliográfica

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. O saber histórico na sala de aula. 2002, Anais.. São Paulo: Unesp, 2002. p. 275 . .
Acesso em: 24 abr. 2023.

Você também pode gostar