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1 - A prática de produção mais avançada

 Adam Smith e Karl Marx – acreditavam que o melhor caminho para descobrir as
verdades mais profundas da economia era estudar a prática de produção mais
avançada.

 Uma das melhores maneiras de pensarmos sobre tecnologia é vê-la como expressão
do casamento entre dois conjuntos de experimentos: aqueles que transformam a
natureza e aqueles que mudam nossa maneira de trabalhar em conjunto.

 Estudar as práticas mais avançadas pode fornecer visões sobre o futuro uma vez que
nelas existe um excepcional potencial de transformação da vida humana

 A tecnologia mais avançada está presente em todos os setores, diferentemente do q


ocorreu com a prática da tecnologia de manufatura que, em seu início era restrita a
alguns poucos. A tecnologia de agora está em todos os setores, porém restrita á uma
elite empresarial e deixa á margem da exclusão a grande maioria dos trabalhadores.

 Essa tecnologia está restrita a uma elite tecnocrata de algumas poucas empresas
globais que aprenderam a padronizar e comoditizar as partes de sua cadeia produtiva.
Isso permitiu o advento da terceirização da fabricação de produtos, ou partes de
produtos (ex. a coca cola não possui mais fábricas próprias). A produção agora é
mentalmente intensiva e o valor de uma empresa passa a estar em seus modelos
mentais.

 As tecnologias atuais são utilizadas por inúmeras pessoas e empresas, mas a simples
utilização com o objetivo de gerar eficiência interna não representa a difusão dessas
práticas. Uma empresa que utiliza tecnologias “pode estar empregando dispositivos de
aumento da eficiência, mas de modo a evitar, ao invés de favorecer, mudanças que
poderiam torná-la protagonista da economia do conhecimento “.

 Na Economia do Conhecimento “a discussão não está em torno do tamanho relativo


do mercado ou do Estado, mas sobre os arranjos institucionais por meio dos quais
organizamos a atividade econômica descentralizada.” Nem Neoliberalismo, nem
Keynesianíssimo. Esta é uma discussão superada e minimamente importante.

 DICOTOMIA BASE: ao mesmo tempo em que a prática mais avançada da tecnologia é


capaz de criar uma elite tecnocrata muito restrita, Uma forma amplamente
disseminada e desenvolvida de economia do conhecimento representa o caminho
mais promissor para a promoção do crescimento econômico socialmente inclusivo e a
diminuição dos extremos da desigualdade econômica.

 Na Economia Tradicional, uma forma bastante utilizada, sobretudo pelas esquerdas,


para promover a redução da desigualdade entre o enorme grupo de pequenos
empreendimentos e a pequena elite tecnocrata é a implementação de impostos
progressivos e redistribuição de renda com objetivos sociais. Contudo, essas formas se
mostram inadequadas dentro da Economia do Conhecimento, pois atuam apenas na
demanda e não na oferta, causando um colapso que resulta em mais desigualdade e
promulgação da pobreza. EX.: o Governo BoZo ao dar um auxilio emergencial alto para
a população fez com que a demanda aumentasse, mas os pequenos
empreendimentos, que são os grandes responsáveis por suprir demandas básicas de
consumo, não estavam preparados. O resultado foi o aumento expressivo nos preços,
a inflação e o aumento da pobreza. As pessoas mesmo com dinheiro na mão, não
conseguem mais consumir o básico para sua sobrevivência. A social democracia
clássica, assim como o neoliberalismo, está falida!

Ao invés devemos gastar energia na disseminação de um novo estilo de educação, na


renovação da cultura moral da produção e na reorganização das instituições
econômicas para assegurar seus efeitos profundos sobre a desigualdade. Por meio da
revisão dos arranjos que moldam a distribuição primária da vantagem econômica e,
com isso, produzem desigualdade em primeira mão

 9 PASSOS: Neste livro, desenvolvo um argumento sobre o vanguardismo includente


em seis passos. No primeiro, caracterizo a economia do conhecimento como a atual
prática mais avançada de produção. No segundo, discuto o enigma de seu
confinamento às vanguardas insulares, as causas fundamentais desse confinamento e
seus efeitos de longo alcance sobre a estagnação e a desigualdade. No terceiro passo,
abordo os requisitos necessários à disseminação pelo conjunto da economia da prática
produtiva mais avançada. Esses requisitos se distribuem em três categorias: cognitivo-
educacionais, sociomorais e institucionais-legais – configurando uma transformação da
estrutura institucional da ordem de mercado. No quarto passo, discorro sobre a
característica da cultura e da política que constituiria o ambiente mais propício à
consecução dessas três séries de condicionantes. No sexto passo, estendo o
argumento à economia política dos países ricos. A falha em desenvolver uma
estratégia de desenvolvimento econômico. No sétimo passo a relação entre oferta e
demanda. No oitavo passo de meu argumento, discuto o caráter das ideias
econômicas de que necessitamos para pensar a agenda do vanguardismo includente.
Por fim, no nono passo a promessa de nos dar possibilidade melhores de termos
nossas vidas engrandecidas.

 “A E.C. somente avançará como parte de um movimento de mudança na educação, na


cultura e na política, bem como de inovação das instituições que organizam o
mercado. Requer, portanto, uma ruptura com os fundamentos institucionais e
ideológicos do século XX”
2 - A economia do conhecimento: suas características descritas no nível da gestão e da
engenharia de produção

 Vista sob a perspectiva limitada e relativamente superficial da gestão e da engenharia


de produção, a economia do conhecimento é a prática que reconcilia produção em
larga escala com “despadronização” ou customização e manutenção da coerência e
dinamismo no nível da produção, com descentralização de iniciativas.

 Plataformas tecnológicas acrescentariam muito pouco se não fossem capazes de


mobilizar e desenvolver uma série de capacidades que encurtam a distância entre
atividade produtiva e ciência experimental. Uma impressora 3D, por exemplo,
permite ao utilizador mover-se rápida e continuamente entre a concepção e a
materialização de um produto, e revisar a concepção à luz de descobertas feitas no
decorrer da materialização. A inteligência artificial vai além, tornando explícito aquilo
que as máquinas podem fazer por nós: tudo o que já tenhamos aprendido a repetir, de
tal maneira que, com seu auxílio, possamos avançar sobre o terreno do ainda não
repetível.

 Tão importante quanto reconciliar escala de produção com variabilidade e


diferenciação exploratória de produtos é mudar a forma como as pessoas trabalham
juntas: a divisão técnica do trabalho.

 a fronteira entre manufatura e serviços se dissolve.

 Na Economia do Conhecimento, a produção assumiu uma série de mudanças


estratégicas que permitiram ampliar mercados e vendas:

1 – Redução da fronteira entre produção e ciência. Redução da dicotomia escala x


customização: tecnologias como CNC e impressora 3d permitiram a aceleração das
atividades de prototipação e experimentação, antes centradas quase que totalmente
em laboratórios. Ficou mais fácil e mais barato testar um novo produto. Além disso,
essas tecnologias também permitem a customização em massa. Antes, um produto
customizado era restrito às elites, com essas tecnologias é possível fornecer produtos
customizados a um grande número de clientes sem perder o processo de escala. Outro
ponto importante: ao poder testar mais facilmente o desenvolvimento de um produto,
a indústria passa a ser capaz de aprimorar de forma mais ágil e menos custosa seus
produtos e tende a inovar mais.

2 - A inteligência artificial vai além, tornando explícito aquilo que as máquinas podem
fazer por nós: tudo o que já tenhamos aprendido a repetir, de tal maneira que, com
seu auxílio, possamos avançar sobre o terreno do ainda não repetível.

3 – Redução da fronteira entre produtos e serviços: ao poder fornecer muitos


produtos customizados, a capacidade de fornecimento passa a ser constante e não
apenas pontual. Para isso, produtos passam a ser associados a serviços.
4 – Maior capacidade de criar demandas: na nova economia as empresas não apenas
atendem demandas pontuais e passivas, mas buscam criar demandas constantes de
forma ativa. Isso foi permitido também pelo advento das metodologias de Inovação
formatadas, que superaram as invenções espontâneas. Essa capacidade também foi
permitida pela redução da dicotomia “Escala X Customização”.

5 – Mudanças nas relações de trabalho: “A tecnologia por si só é insuficiente para


assegurar o casamento da escala com diferenciação e do movimento coordenado e
direcionado com iniciativa descentralizada. Ela deve estar imersa em práticas e
atitudes que apontem para transformações mais profundas nas formas de cooperar e,
assim, nos próprios arranjos institucionais da economia, bem como na educação e
cultura dos integrantes do trabalho produtivo.”

Aqui surge o advento das metodologias de projetos (ex.: scrum) e processos (ex.:
bpmn). É fundamental repensar o trabalho e a divisão de tarefas de tal forma que as
equipes sejam capazes de entregar com valor, em menos tempo, de forma
customizada e sem perder a escala. Uma outra modificação importante foi o perfil dos
profissionais: as lideranças deixaram de ser autoritárias, especialistas e conduzir
equipes enormes, para ser mais inclusivas, generalistas, jovens com “sangue-no-olho”
e conduzir equipes reduzidas. Os liderados, antes assistentes executores, passaram a
ser analistas críticos. A divisão de tarefas de gestão e de execução não é tão clara
quanto antes.

3 - A estrutura profunda da economia do conhecimento: atenuando ou revertendo a


restrição dos retornos marginais decrescentes

 a

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