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Estudo sobre a escrita

ARTIGO ORIGINAL
em crianças e adolescentes abrigados

Estudo sobre a escrita em crianças


e adolescentes abrigados
Márcia Siqueira de Andrade

RESUMO – Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo identificar a


qualidade da aprendizagem da escrita em crianças institucionalizadas. Mé­­­
todo: Participaram do estudo 20 estudantes das 2ª, 3ª e 4ª séries do ensino
fundamental de escolas da rede pública, de ambos os sexos, com idades entre
8 e 14 anos, atendidas em instituição privada caracterizada por “abrigo”.
Os dados foram coletados por meio do teste Avaliação de Dificuldades na
Aprendizagem da Escrita-ADAPE. Resultados: Os resultados revelaram
que a maioria dos participantes aglutina-se abaixo da média de acertos.
Conclusão: A vivência institucional pode proporcionar prejuízos cognitivos
às crianças abrigadas, especialmente em relação à aprendizagem da escrita.

UNITERMOS: Aprendizagem. Escrita. Institucionalização.

Márcia Siqueira de Andrade – Doutora em Psicologia Correspondência


da Educação pela Pontifícia Universidade Católica Márcia Siqueira de Andrade
de São Paulo, Programa de Psicologia Educacional Centro Universitário FIEO - UNIFIEO
do Centro Universitário FIEO, São Paulo, SP, Brasil. Programa de Pós-graduação em Psicologia Educacional
Campus Vila Yara – Bloco Prata
Av. Franz Voegelli, 300 – Vila Yara – Osasco, SP, Brasil –
CEP: 060190-20
E-mail: mandrade@unifieo.br

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INTRODUÇÃO de problemas sociais, associados à situação de


Estudos sobre as dificuldades de leitura e po­­­breza e ao perfil de distribuição de renda no
es­crita estão sendo amplamente realizados em Brasil. Ao falarmos da criança institucionalizada,
uma variedade de idiomas1-4. Na perspectiva de observamos que, mesmo recebendo cuidados
Sternberg e Grigorenko5, as dificuldades de lei- alimentares, higiênicos e médicos, ela caminha
tura e escrita são decorrentes de uma interação tardiamente, demora a falar e tem dificuldade
entre fatores biológicos, cognitivos e sociais. Para para estabelecer ligações significativas10.
Bartholomeu et al.6, os problemas emocionais Embora a Lei nº 8069, que dispõe sobre o
também interferem negativamente na aprendi- Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA11,
zagem da escrita. Para esses autores, crianças preconize a desinstitucionalização no atendi-
ansiosas e com pobre autoconceito, denotando mento de crianças e adolescentes em situação
sentimentos de inadequação e culpa relaciona- de abandono, valorizando o papel da família, as
dos a impulsos agressivos mal-elaborados, com ações locais e as parcerias no desenvolvimento
preocupação pelos impulsos sexuais, dificul- de atividades de atenção, as mudanças no pa-
dades de comunicação e timidez, apresentam norama do funcionamento das instituições de
pro­­­­blemas de aprendizagem da escrita. abrigo ainda não foram incorporadas por todas
Marturano e Parreira7 compreendem que as instituições brasileiras.
exis­­­­te uma relação entre baixo rendimento es­­­ Para Carvalho12, o ambiente institucional não
co­­­lar e problemas emocionais/comportamentais, se constitui no melhor ambiente de desenvolvi­­
pois estes tanto podem ser decorrentes das mento, pois o atendimento padronizado, o alto ín­­­­­
dificuldades escolares, como serem precedidos dice de criança por cuidador, a falta de ativida­­des
pelas mesmas, causando-as. Uma criança com planejadas e a fragilidade das redes de apoio so-
baixo rendimento escolar pode apresentar difi- cial e afetivo são alguns dos aspectos re­­­­­­­­lacionados
culdades quanto a suas habilidades sociais, que aos prejuízos que a vivência insti­­­tucional pode
associadas a falhas educacionais e condições operar no indivíduo. Para Bowlby13, a criança que
familiares podem agravar-se. vive em instituição, sem a presença de uma pes-
Este estudo teve como objetivo investigar a soa significativa, poderá ter seu desenvolvimento
qualidade da aprendizagem da escrita em crian- prejudicado, pois foi privada total ou parcialmente
ças institucionalizadas. Esta pesquisa justifica-se de se vincular afetivamente a alguém que lhe
tendo em vista que o Levantamento Nacional de ofe­­­­reça apoio, proteção e cuidados.
Abrigos para Crianças e Adolescentes8 encontrou Para Altoé14, em geral, abrigos de proteção ou
cerca de 20 mil crianças e adolescentes vivendo “internatos” apresentam um atendimento mais
em 589 abrigos pesquisados no Brasil, na sua impessoal e despersonalizado, dificultando a
maioria meninos (58,5%) entre 7 e 15 anos de construção de laços afetivos e significativos,
ida­­­­de (61,3%), negros e pobres, com percentual levando à pobreza nos relacionamentos inter-
de analfabetos entre os adolescentes de 15 a 18 pessoais. Também refere que a instituição deixa
anos de 19,2%. marcas no indivíduo que passa ali anos de sua
Além disso, as estatísticas governamentais, infância e adolescência, marcas que influenciam
como as demonstradas pelo Sistema Nacional sua trajetória e sua inserção na vida social, po-
de Avaliação da Educação Básica (SAEB)9, de- dendo dificultar seu desenvolvimento psicológi-
monstram um quadro preocupante em termos co, da inteligência e criatividade15.
de desempenho em leitura e escrita no Ensino Grusec e Lytton16 afirmam que, mesmo em
Fundamental. ins­­­tituições de alta qualidade, a inteligência
As instituições de abrigo fazem parte da rede e a autonomia de crianças deste contexto são
de apoio de muitas famílias brasileiras, há mui­­­ mar­­­cadamente menores do que aquelas que
tas décadas, principalmente em decorrência foram cuidadas em suas casas. Isto sugere que

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a segurança emocional, derivada da existência tes utilizam recursos de escola, centros de lazer,
de relações estáveis na vida da criança, pode praças e também a rede municipal de saúde. Na
contribuir para o funcionamento intelectual ocasião da pesquisa, o abrigo acolhia 125 crian-
adequado. ças e adolescentes entre zero e 18 anos, com uma
Segundo Yunes17, a institucionalização pode relação de um cuidador para 20 crianças.
ou não constituir um risco para o desenvolvimen-
to. Esta condição dependerá dos mecanismos Instrumentos
através dos quais os processos de risco opera- Foram utilizados neste estudo:
rão seus efeitos negativos sobre eles, sendo o a) um questionário de identificação, no qual
risco entendido como as condições ou variáveis os participantes informaram os seguintes
que estão associadas a uma alta possibilidade aspectos: nome, idade, sexo, série e insti­
de ocorrência de resultados negativos ou não tuição de ensino à qual pertenciam;
desejáveis18. b) Escala de Avaliação de Dificuldades na
Estudos mais antigos apontaram os prejuízos Aprendizagem da Escrita (ADAPE)20 apli­
cognitivos que a vivência institucional propor- cado para identificar as dificuldades dos
cionava para as crianças abrigadas, tal como participantes em escrita. O referido ins-
dé­­­ficit intelectual, especialmente no desenvol- trumento tem sido largamente empregado
vimento da linguagem16,19. em pesquisas sobre avaliação de dificul-
dades na aprendizagem da escrita3,21,22.
MÉTODO O texto contém 114 palavras, com 60 delas
Participantes apresentando algum tipo de dificuldade classi-
Foram incluídos no estudo 20 participantes, ficada como encontro consonantal (tarde, campo
de ambos os sexos, sendo oito meninas e 12 bastante, quando, contaram, festinha, Vanda,
meninos, com idades compreendidas entre oito aniversário, Amparo, brincadeiras, engraçadas,
e 14 anos, atendidas em uma instituição privada esparadrapo, jogando, mercúrio, companheiros,
que se caracteriza por “abrigo”. A composição Márcio, brincar, crianças, gostam, perto, Jumbo,
da amostra partiu de uma listagem, fornecida correndo, gente, Valter, estava, certo, voltar, di­­­
pela Instituição de abrigo. Dentre as crianças vertido, pensando, quente, vontade), dígrafo,
selecionadas aleatoriamente, algumas estavam (quando, lhe, festinha, chácara, chegou, ma-
institucionalizadas em consequência do aban- chucou, joelho, achou, necessário, passar, bur-
dono, outras foram acolhidas na instituição por rico, companheiros, Cássio, cachorro, vizinho,
serem vítimas de violência doméstica (física e chegaram, correndo, quente, velhos, tenho),
sexual), negligência parental ou decisão judicial. sílaba composta (alegre, sobre, brincadeiras, es-
O tempo de institucionalização dos participan- paradrapo, crianças, brincar, outros, engraçadas,
tes da amostra variou de três meses a 10 anos e atrás) e sílaba complexa (José, sobre, engraçadas,
frequentavam a 2ª, 3ª e 4ª séries do ensino fun­­­ necessário, seus, Márcio, Adão, crianças, não,
damental de escolas da rede pública estadual, sai, gente, difícil, certo, casa, pensando, verão,
predominando alunos da 2ª série. visitar, aniversário). Além disso, a escala avalia
O abrigo que atendia os participantes por oca­­­ também o uso correto de parágrafos, uso correto
sião da pesquisa está localizado em uma cidade da letra maiúscula e acentuação.
da região oeste do Estado. Existe desde 1939, fun- Para essa avaliação, as palavras são utilizadas
cionando como uma Sociedade Civil de Caráter na composição de um texto que conta uma his-
Assistencial, tendo como finalidade a proteção e tória. O instrumento empregado tem uma única
educação da criança, com duração indetermina- versão de aplicação para crianças de 2ª 3ª e 4ª
da e sem fins lucrativos. Encontra-se inserido na séries, utilizando diferentes escalas de avaliação
comunidade, na qual essas crianças e adolescen- para cada uma das séries.

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Procedimentos 50 – 79 erros; e dificuldade de aprendizagem mé-


Este estudo caracterizou-se por ser de risco dia (categoria 3 – DA média), 80 ou mais erros.
mínimo aos participantes e foi aprovado pelo A escala para a terceira e quarta série é a
Co­­­mitê de Ética em Pesquisa da instituição seguinte: sem indícios de dificuldade de apren-
promotora (Protocolo: 097/2009), tendo seguido dizagem até 10 erros (categoria 1A); dificuldade
os preceitos éticos que regem a realização de de aprendizagem leve (categoria 1B – DA leve),
pesquisas com seres humanos23,24. Foi obtido de 11 – 19 erros; dificuldade de aprendizagem
o Termo de Concordância da Instituição, bem média (categoria 3 – DA média), 20 – 49 erros e
como o Termo de Consentimento Livre e Es- dificuldade de aprendizagem acentuada (cate-
clarecido, que foi assinado pelos diretores do goria 4 – DA acentuada), 50 ou mais erros.
abrigo que mantêm a guarda formal das crianças
e adolescentes que ali vivem. Além disso, foi RESULTADOS
assegurada aos participantes a voluntariedade A pontuação alcançada por cada participante
de sua participação e obteve-se um assentimento é apresentada na Tabela 1.
verbal das crianças e adolescentes. No que concerne aos erros por palavras no
O instrumento foi aplicado coletivamente no ditado, evidenciou-se que grande parte dos par-
abrigo, em horário combinado com antecedên- ticipantes obteve 114 pontos de erros no ditado,
cia, por uma equipe de pesquisa composta pelo pontuação máxima (55%), tendo também uma
pesquisador responsável e por acadêmicos pre- grande concentração de sujeitos com pontuação
viamente treinados. entre 75 e 95 (30%). Dessa forma, a maioria dos
O meio utilizado foi o ditado, como uma for- sujeitos aglutina-se abaixo da média, apresen-
ma objetiva de avaliar a dificuldade de apren- tando dificuldade de aprendizagem da escrita
dizagem em linguagem escrita. No momento acentuada.
da aplicação, foi explicado que seria efetuado Por sua vez, a minoria dos casos (15%) con-
um ditado de um texto, as palavras lidas uma a centra-se nas pontuações de até 10 erros. Estes
uma e não repetidas, além de os participantes casos referem-se a crianças do sexo feminino
da pesquisa serem orientados para escrever com poucos meses de vida institucional. Cons-
todas as palavras. Foi entregue uma folha em tatou-se que os meninos obtiveram uma pontua­
branco para cada um para que escrevesse as ção média de erros maior no ADAPE: (M=108;
palavras ditadas. DP= 2,5) média - aritmética dos meninos, con-
tra (M=60,6; DP= 0,6) média - aritmética das
Análise de dados meninas, o que corrobora os resultados obtidos
Para a correção dos ditados, cada palavra foi por outros pesquisadores25-27, que indicam que
considerada uma unidade e qualquer erro orto- os meninos apresentam mais dificuldades de
gráfico ou ausência de palavra foi considerada aprendizagem na escrita, quando comparados
erro, assim como acentos e letras maiúsculas e às meninas.
minúsculas indevidas, sendo a soma dos erros
a pontuação de cada criança. Foi atribuído um DISCUSSÃO
ponto para cada erro e zero para acerto, sendo Os resultados evidenciaram que crianças e
a pontuação máxima possível 114. adolescentes abrigados apresentam problemas
Os participantes foram categorizados segun- na aprendizagem da escrita, podendo ser consi-
do o critério ADAPE. A escala do instrumento derados, na sua maioria (80%), como analfabetos,
pa­­­ra segunda série é a seguinte: sem indícios de ou seja, considerando o conceito de alfabetizado
dificuldade de aprendizagem (DA) pertencentes utilizado pelo IBGE28 nas suas estatísticas, não
à categoria zero até 20 erros; dificuldade de conseguem ler ou escrever um bilhete simples
apren­­­dizagem leve (categoria 2 – DA leve), de no idioma que conhecem.

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Tabela 1 – Pontuação alcançada pelos participantes.


Tempo na Escolaridade
Sexo Idade Nº de erros
instituição (série)
Feminino 11 8 meses 3ª 6
Feminino 14 10 anos 4ª 114
Feminino 9 3 meses 2ª 7
Feminino 9 5 meses 2ª 5
Feminino 8 6 anos 2ª 78
Feminino 11 8 anos 3ª 86
Feminino 12 10 anos 4ª 114
Feminino 9 5 anos 2ª 75
Masculino 9 7 anos 2ª 95
Masculino 9 8 anos 3ª 114
Masculino 10 9 anos 3ª 114
Masculino 9 5 anos 2ª 80
Masculino 10 8 anos 3ª 114
Masculino 8 5 anos 2ª 114
Masculino 14 10 anos 4ª 114
Masculino 8 6 anos 2ª 95
Masculino 9 9 anos 2ª 114
Masculino 10 9 anos 3ª 114
Masculino 9 7 anos 2ª 114
Masculino 10 8 anos 3ª 114

Vários estudos confirmam que crianças que criança/adolescente por cuidador no abrigo em
são institucionalizadas com pouca idade e per­­­­ pauta não favorece a construção de laços afeti-
manecem nessa situação por vários anos, apre- vos e significativos de forma a contribuir para o
sentam problemas de desenvolvimento cogni- funcionamento intelectual adequado.
tivo10,13,15,29. O tempo de institucionalização, no Para Santos e Graminha30, a exposição das
caso dos participantes desta pesquisa, parece crianças a um número maior de adversidades
configurar-se um fator importante, visto que afeta seu desenvolvimento na escola. Mesmo
aque­­las crianças com mais tempo no abrigo e considerando que as crianças e adolescentes par­­­
que lá chegaram com poucos anos de vida apre- ticipantes deste estudo foram abrigadas por vive-
sentaram maiores dificuldades na aprendizagem rem num contexto de abuso sexual, maus tratos
da escrita, enquanto as crianças e adolescentes e abandono, apresentando uma história de vida
com poucos meses de institucionalização apre- repleta de sofrimento e privações, espera-se que
sentaram um desempenho satisfatório. a institucionalização traga um contexto possível
Os problemas de aprendizagem dessas crian- de desenvolvimento e superação dos prejuízos
ças e adolescentes parecem ser decorrentes, den- afetivos e intelectuais, proporcionando a recupe-
tre outras variáveis, da insegurança emocional ração e crescimento psicológico. Porém, para que
e material fruto da ausência de familiares e de isso seja possível as instituições de abrigo devem
um ambiente estimulador, já que o alto índice de estar configuradas em unidades pequenas, com

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poucos integrantes, mantendo um atendimento do conhecimento a respeito da aprendizagem


personalizado, estimulando a participação em da escrita de crianças e adolescentes abrigados.
atividades comunitárias e preservando o grupo Nesse sentido, diante dos resultados encontra-
de irmãos, entre outros pontos31. dos, entendemos ser importante desenvolver estu-
Os resultados obtidos na presente pesquisa dos nesta área, a fim de garantir formas de atuação
confirmaram dados encontrados na literatura da que favoreçam a efetivação dos direitos previstos
área, contribuindo assim para a generalização pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

SUMMARY
Study on the writing in sheltered children and adolescents

Purpose: The present study had as propose to identify the quality of the
learning of the writing among institutionalized infants. Methods: Twenty
infants, living in a shelter, of both sexes, aged between 8 and 14 years old,
took part in this study. The data were collected through the test ADAPE -
Assessment of Learning Difficulties in Writing. Results: Results revealed that
most participants agglutinate is below the average of hits. Conclusion: The
institutional experience provides cognitive damage to sheltered children,
particularly in language development.

KEY WORDS: Learning. Handwriting. Institutionalization.

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Trabalho realizado no Programa de Psicologia Edu­­ Artigo recebido: 11/8/2011


ca­­­cional do Centro Universitário FIEO, São Paulo, SP, Aprovado: 8/10/2011
Brasil.

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