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1) Os homens na obra: Pedro Missioneiro, Capitão Rodrigo e Licurgo Cambará.

Pedro Missioneiro -> É um jovem mestiço que cresce na região das Missões, mas que vai
embora quando ela é tomada pelos portugueses. Ele é encontrado por Padre Alonzo, um jesuíta
espanhol, que o cria após a morte de sua mãe durante o parto. Pedro Missioneiro é um jovem
inteligente e um bom católico. Na segunda novela, ele se envolve amorosamente com Ana Terra.
Apesar de sua inteligência e devoção, Pedro Missioneiro pode ser visto como um personagem
passivo, que muitas vezes se deixa levar pelos acontecimentos em vez de tomar a iniciativa.
É indígena, acredita-se que ele é um fruto de um estupro. É origem de um sofrimento.

Licurgo Cambará -> É um dos membros da família Cambará e tem um papel importante na
história de formação do estado do Rio Grande do Sul. Influenciado pelo amigo Toríbio Rezende,
Licurgo fundou um clube republicano em Santa Fé, e tornou-se abolicionista. Ele é um
personagem que representa a resistência da família Cambará durante o cerco dos Maragatos,
chefiados pelo velho coronel Bento Amaral.
Licurgo, era teimoso e inflexível, o que às vezes o impede de ver as coisas de uma perspectiva
diferente, que às vezes pode atrapalhar sua capacidade de liderar efetivamente.

Capitão Rodrigo -> É um dos personagens mais notáveis da obra. Ele é retratado como um
homem gaúcho forte, bravo e destemido. A cena da chegada do capitão Rodrigo à cidade de
Santa Fé já é suficiente para passar essa ideia do homem gaúcho, tanto pelas vestimentas como
pela personalidade. Ele se apaixona por Bibiana Terra, e após vencer a resistência dela e de sua
família, além de vencer em um duelo o pretendente rico de Bibiana, Bento Amaral, ele se casa
com ela, unindo assim os sobrenomes Terra e Cambará.
O Capitão Rodrigo, apesar de ser um homem forte e destemido, também é impulsivo e tem um
temperamento explosivo, o que muitas vezes o coloca em situações difíceis.

* A colonização é metaforicamente um estupro.

2) As mulheres na obra: Ana Terra, Bibiana e Maria Valéria.

Ana Terra -> É a protagonista do primeiro drama da família de pioneiros gaúchos na saga
histórica e regionalista que se desenvolve no território do Rio Grande do Sul. Ela é uma mulher
de personalidade forte e é vista como o paradigma dos fundadores da terra brasileira. Ana Terra
descobre um índio ferido, Pedro Missioneiro, nas terras de seu pai, Maneco Terra. Ela se
apaixona por Pedro e tem um filho com ele, Pedro Terra. No entanto, Ana pode ser vista como
uma personagem passiva, que muitas vezes se deixa levar pelos acontecimentos em vez de
tomar a iniciativa.

Bibiana -> É outra protagonista da obra que vê a guerra dos farrapos como uma tristeza e teme
os conflitos e as guerras em geral. Ela ainda lida com a morte de seu amado Rodrigo, que
faleceu durante a guerra. Bibiana é uma personagem forte e resiliente, mas sua tendência a
evitar conflitos pode ser vista como uma fraqueza em certos contextos.

Maria Valéria -> Ela é vista como uma personagem transgressora das normas do território
proposto no texto. A ação de Maria Valéria provoca questionamentos sobre a identidade
feminina e as funções sociais que foram historicamente delegadas às mulheres. No entanto,
essa transgressão também pode ser vista como uma força, pois permite que Maria Valéria
desafie as expectativas sociais e defina seu próprio caminho.

3) Os elementos simbólicos: O punhal e a roca.

O Punhal -> O punhal é um objeto simbólico utilizado por Érico Veríssimo na saga. Ele é
caracterizado como uma arma branca pequena, com uma lâmina curta, estreita e cortante. Na
obra, o punhal é associado à representação de masculinidade, força e coragem. Ele é a imagem
da luta e da vontade de vencer. O punhal é sempre encontrado nas mãos de personagens
masculinos que, na obra, representam a brevidade da vida com suas mortes precoces. O punhal
é um dos elementos que carrega a propriedade de entrelaçar gerações e tempos.

A Roca -> Embora não tenha encontrado informações específicas sobre o simbolismo da roca na
obra "O Tempo e o Vento", a roca é geralmente um símbolo de trabalho manual, especialmente o
trabalho feminino de fiar. Na literatura, a roca pode ser usada para representar a passagem do
tempo, o destino ou o trabalho árduo. Na obra de Veríssimo, é possível que a roca represente o
trabalho constante e a resistência das mulheres da família Terra-Cambará.

4) Os religiosos na obra: Padre Alonzo e Padre Lara.

Padre Lara -> Representa a visão conservadora da Igreja Católica, que defendia a manutenção
do poder dos senhores da terra e a submissão dos índios e dos pobres.
Ele é um defensor da ordem estabelecida e se opõe às ideias revolucionárias de Alonzo. Lara é
um personagem que representa a ala conservadora da Igreja, que se opunha às mudanças
sociais e políticas que estavam ocorrendo no Brasil na época.
Lara é um padre conservador, que defende a manutenção do status quo e a submissão dos
índios e dos pobres aos senhores de terra.

Padre Alonzo -> Representa a visão progressista da Igreja Católica, que acreditava na
possibilidade de uma revolução pacífica liderada pela Igreja, com o objetivo de libertar os
oprimidos e criar uma república teocrática. Ele é um personagem que representa a ala
progressista da Igreja, que buscava uma maior participação da Igreja na política e na sociedade.
Alonzo é um personagem que luta pela justiça social e pela libertação dos oprimidos, e suas
ideias são fundamentais para a construção da narrativa de "O Tempo e o Vento".
Já Alonzo é um padre progressista, que acredita na possibilidade de uma revolução pacífica
liderada pela Igreja, com o objetivo de libertar os oprimidos e criar uma república teocrática. No
contexto histórico retratado na obra.

* A Igreja Católica tinha um papel importante na organização social e política do Rio Grande do
Sul, especialmente por meio das missões jesuíticas. A atuação dos padres Lara e Alonzo,
portanto, reflete as tensões e os conflitos que existiam dentro da própria Igreja em relação ao
seu papel na sociedade.

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