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UNIVERSIDADE FUMEC
FEA – Faculdade de Engenharia e Arquitetura

Pedro Henrique Ferreira Gripp

Psicologia do Estilo (Riegl)


Livro por Gombrich

Belo Horizonte
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14 de outubro, 2023
UNIVERSIDADE FUMEC
FEA – Faculdade de Engenharia e Arquitetura

Pedro Henrique Ferreira Gripp

Psicologia do Estilo (Riegl)


Livro por Gombrich

Resenha apresentada à disciplina de estética,


como parte dos requisitos necessários à ob-
tenção do título de arquiteto e urbanista.

Orientador: Prof. Liszt Viana Neto


Disciplina: Estética
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Belo Horizonte
14 de outubro, 2023
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O texto aborda a teoria perceptual do estilo de Alois Riegl, com foco em sua obra
"Stilfragen" e sua resposta ao trabalho de Franz Wickhoff. Riegl é uma figura
proeminente no estudo do desenvolvimento estilístico na história da arte, e sua obra
"Stilfragen" é considerada uma das mais significativas no campo dos estudos de projeto
de decoração.Riegl argumenta que a história da arte, desde o Antigo Egito até a
Antiguidade Tardia, representa uma mudança no "Kunstwollen," que ele descreve como
a vontade estilística ou o impulso criativo. Ele postula que essa mudança envolve uma
transição do modo de percepção tátil (que Riegl chamou de "háptico") para o visual ou
"óptico." Essa mudança na percepção é fundamental para a evolução da arte ao longo
do tempo.

Uma parte importante da argumentação de Riegl envolve a escultura romana


tardia, frequentemente criticada como decadente. Riegl defende que essa fase da
escultura foi uma etapa necessária no desenvolvimento artístico, permitindo a
representação do espaço e da atmosfera. Ele ressalta que, em vez da modelagem
tática cuidadosa de cada característica individual, a escultura romana tardia empregou
tratamentos mais sumários, como o uso de brocas em vez de cinzéis. Para Riegl, é
míope e inútil considerar essa mudança como algo decadente, uma vez que foi um
desenvolvimento inevitável e essencial para a evolução da arte, que posteriormente
permitiu a representação mais sofisticada do espaço e da atmosfera durante o
Renascimento e em sua época. Além disso, Riegl demonstra que algumas das
mudanças estilísticas e perceptuais que ele analisou não são exclusivas de um grupo
estilístico específico, como a relação entre figura e fundo no ornamento das chaves
gregas. Ele argumenta que essas mudanças eram parte de uma evolução mais ampla
do "Kunstwollen" e não podem ser reduzidas a uma única fase estilística.
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Riegl também faz uma demonstração das unidades "sincrônicas" dos progressos
artísticos e como essas unidades refletiam críticas aos avanços modernos. Ele
questiona a datação de objetos artísticos com base em evidências como moedas,
sugerindo que elas não devem ser consideradas como prova definitiva de data. Outro
ponto importante abordado por Riegl é a influência de diferentes estilos na arquitetura e
na decoração. Ele observa como vários livros eram usados para guiar estudantes na
criação de desenhos em diferentes estilos, refletindo as demandas e modismos da
época.

Riegl também levanta a questão da "uni-dade orgânica" das obras de arte,


destacando a dificuldade de testar essa convicção abertamente. Ele discute como os
seres humanos estendem sua visão sinóptica de seus pares, incluindo expressões
faciais, gestos e até a escolha do chapéu, enfatizando a complexidade da análise
racional desses sentimentos. Riegl menciona a grafologia e a possibilidade de inferir
traços da personalidade a partir da escrita, destacando a importância da tradição no
ensino e no aprendizado da escrita na análise desses traços. Ele argumenta que o
corpo humano se sublima na energia, observando diferenças entre as figuras esbeltas e
alongadas da Antiguidade Tardia e as formas rígidas e congeladas do Renascimento.

O autor também faz comparações com outras teorias estilísticas, como as de


Wölfflin, Focillon e Ruskin. Wölfflin, por exemplo, enfatiza a mudança na percepção e
destaca a evolução das características decorativas e as influências nacionais nas
formas artísticas. Focillon, por sua vez, destaca a dependência das sombras, a
exuberância das texturas e o declínio do naturalismo na evolução dos ornamentos
góticos tardios. Ele argumenta que a decadência pode ser resultado de mudanças na
função decorativa e influências individuais.

O autor também menciona as influências do neoclassicismo na França,


exemplificadas pelo Petit Trianon de Maria Antonieta, como um exemplo de como os
estilos podem ser influenciados por preferências pessoais e culturais.
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Riegl questiona a busca por leis universais na história da arte, sugerindo que a
lógica das situações específicas desempenha um papel fundamental na evolução dos
estilos artísticos. Ele observa que a competição, as mudanças na função cultural e as
influências individuais podem contribuir para mudanças estilísticas. Por fim, o autor
levanta a questão de que os estilos podem expressar o espírito de uma época, mas
também podem ser influenciados por movimentos culturais e individuais. Ele enfatiza a
complexidade da evolução estilística e a importância de considerar fatores psicológicos
na análise da arte.

Em resumo, o texto discute as ideias de Alois Riegl sobre a evolução estilística


na história da arte, enfatizando a mudança da percepção tátil para a visual. Riegl
argumenta que a escultura romana tardia, muitas vezes considerada decadente,
desempenhou um papel importante nessa transição. Ele também analisa a influência de
outros teóricos, como Wölfflin, Focillon e Ruskin, e questiona a busca por leis universais
na história da arte, enfatizando a importância das situações específicas e das
influências individuais na evolução dos estilos artísticos.

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