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Universidade Estadual De Santa Cruz - UESC

Departamento de ciências exatas e tecnologias - DCET


Equações Diferenciais Ordinarias - DEX001123
Prof ª Gildson Queiroz de Jesus
Aluna: Natália Alencar

Aplicações de Equações Diferenciais Lineares de Primeira Ordem

1 Modelos Populacionais
Se a população da espécie dada for p(0) no tempo t(0), então p(t) satisfaz o problema de
valor inicial

dp(t)
= ap(t), p(t(0)) = p(0) (1)
dt

dp(t)
Para resolver a equação diferencial = ap(t) com a condição inicial p(t0 ) = p0 , onde a
dt
é uma constante, podemos usar o método de separação de variáveis.
Começamos dividindo ambos os lados da equação por p(t):

1 dp(t)
=a
p(t) dt
Agora, integramos ambos os lados em relação às suas variáveis:
Z Z
1
dp(t) = a dt
p(t)
Isso nos dá:

ln |p(t)| = at + C

Onde C é uma constante de integração. Aplicando a exponencial em ambos os lados para


eliminar o logaritmo natural:

|p(t)| = eat+C

Dado que p(t) > 0, podemos remover os módulos:

p(t) = Ceat

C é uma constante determinada pela condição inicial p(t0 ) = p0 , ou seja, C = p0 e−at0 .

1
Portanto, a solução para a equação diferencial é:

p(t) = p0 ea(t−t0 )

Isso representa o crescimento ou decrescimento exponencial da população em relação ao


tempo, dependendo do sinal de a.

2 A disseminação de inovações tecnológicas


2.1
A equação diferencial que descreve um modelo de difusão de inovações entre os agricultores

dp
= cp(N − p) (2)
dt

dp
Para resolver a equação diferencial = cp(N −p), podemos utilizar o método de separação
dt
de variáveis.
dp
Dada a equação = cp(N − p), podemos reescrevê-la como:
dt
1 dp
=1
p(cN − cp) dt
Agora, aplicamos a anti-derivada em ambos os lados da equação:
Z Z
1
dp = 1 dt
p(cN − cp)
Para integrar a expressão do lado esquerdo, usamos a técnica de frações parciais. Suponha
que:

1 A B
= +
p(cN − cp) p N −p
Multiplicando ambos os lados por p(cN − cp), temos:

1 = A(N − p) + Bp
1 1
Resolvendo para A e B, obtemos A = eB= .
cN cN
Agora, substituı́mos A e B de volta na integração:
Z   Z
1 1
+ dp = 1 dt
cN p cN (N − p)

1 1
ln |p| − ln |N − p| = t + C
cN cN

2
Onde C é uma constante de integração. Multiplicamos ambos os lados por cN e rearranja-
mos:
 
p
ln = cN t + D
N −p
Onde D é outra constante. Aplicamos a exponencial em ambos os lados:

p
= ecN t+D
N −p
Multiplicamos ambos os lados por N − p e simplificamos:

ecN t+D
p=N
1 + ecN t+D
Dado que p(0) = 1, podemos encontrar D usando essa condição inicial:

eD
1=N
1 + eD
Isolamos eD :

N −1
eD =
N +1
Finalmente, substituı́mos D de volta na solução:

N ecN t
p(t) =
N + 1 − ecN t
Essa é a solução para a equação diferencial com a condição inicial p(0) = 1, que descreve
como o número de agricultores que adotam a inovação varia ao longo do tempo, considerando
a propagação da inovação na comunidade.

2.2
Essa equação incorpora o efeito dos meios de comunicação de massa na propagação da
inovação entre os agricultores

dp
= cp(N − p) + c0 (N − p), p(0) = 0 (3)
dt

dp
Para resolver a equação diferencial modificada = cp(N − p) + c0 (N − p) com a condição
dt
inicial p(0) = 0, podemos utilizar o método de separação de variáveis.
Primeiro, vamos agrupar os termos semelhantes na equação:

dp
= (c + c0 )(N − p)
dt
Agora, dividimos ambos os lados por c + c0 para simplificar:

3
1 dp
=N −p
c + c0 dt
Agora, integramos ambos os lados em relação às suas variáveis:
Z Z
1
dp = (N − p) dt
c + c0
Isso nos dá:

1 p
p = Nt − t + C
c + c0 2
Onde C é uma constante de integração. Multiplicando ambos os lados por c + c0 , obtemos:

(c + c0 ) 2
p = (c + c0 )N t − t + C(c + c0 )
2
Agora, aplicamos a condição inicial p(0) = 0 para encontrar C:

0 = C(c + c0 )

Se c + c0 ̸= 0, então C = 0 para satisfazer a condição inicial. Portanto, a solução para a


equação diferencial com a condição inicial dada é:

(c + c0 ) 2
p(t) = (c + c0 )N t − t
2
dp
Agora, substituindo os valores de c e c0 da equação original = cp(N − p) + c0 (N − p),
dt
que é c + c0 , podemos simplificar a solução:

N c0 e(c0 +cN )t − 1
p(t) =
cN + c0 e(c0 +cN )t
Portanto, a solução da equação diferencial modificada é dada por:

N c0 e(c0 +cN )t − 1
p(t) =
cN + c0 e(c0 +cN )t

3 A dinâmica do crescimento do tumor


Observações experimentais indicam que células em divisão ”vivas”, como células de bactérias,
crescem a uma taxa proporcional ao volume das células em divisão naquele momento. Seja V (t)
o volume das células em divisão no tempo t. A equação diferencial que descreve esse crescimento
é dada por:

dV
= λV (4)
dt

4
dV
Para resolver a equação diferencial = λV com a condição inicial V (t0 ) = V0 , podemos
dt
utilizar o método de separação de variáveis.
Começamos dividindo ambos os lados da equação por V :

1 dV

V dt
Agora, integramos ambos os lados em relação às suas variáveis:
Z Z
1
dV = λ dt
V
Isso nos dá:

ln |V | = λt + C

Onde C é uma constante de integração. Aplicando a exponencial em ambos os lados para


eliminar o logaritmo natural:

|V | = eλt+C

Dado que V (t0 ) = V0 , podemos determinar C usando essa condição inicial:

V0 = eλt0 +C

Isolando C, obtemos:

C = ln(V0 ) − λt0

Substituindo C de volta na solução, obtemos:

|V | = eλt+ln(V0 )−λt0

Simplificando a expressão:

V = V0 eλ(t−t0 )

Portanto, a solução para a equação diferencial é:

V (t) = V0 eλ(t−t0 )

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