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1.4.

Centro de massa e momento linear de sistemas


de partículas
Sistemas de partículas e corpo rígido
Um corpo não é uma partícula mas, sim, um sistema de partículas, que pode ter um
movimento de translação, um movimento de rotação ou, em simultâneo, um
movimento de rotação e de translação e, inclusivamente, sofrer deformações.

Um corpo rígido é um sistema de partículas que mantêm as suas posições relativas.


1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de par2culas
Centro de massa de um sistema de partículas
Um corpo (sistema de partículas) só com movimento
de translação pode ser representado pelo seu centro
de massa, CM.

O centro de massa de um sistema de partículas é um


ponto onde se considera estar toda a massa do sistema e
aplicada a resultante das forças que atuam no sistema.
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Centro de massa de um sistema de partículas

O centro de massa de um
corpo com elevada simetria
encontra-se no centro
geométrico do corpo.
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Centro de massa de um sistema de par5culas

Se um corpo não tiver simetria, mas puder ser dividido em partes homogéneas
com simetria, o centro de massa do corpo pode ser determinado calculando o
centro de massa de cada uma das partes e, em seguida, a posição do centro de
massa do sistema de partículas equivalentes aos centros de massa determinados.
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Centro de massa de um sistema de partículas

! ! !
! m1 r1 + m2 r2 + ... + mN rN ! 1 N !
rCM = Û rCM = å mi ri
m1 + m2 + ... + mN M i =1
! ! ! !
rCM = xCM ex + yCM ey + zCM ez
!
A posição do centro de massa de um sistema de partículas, rCM , é uma média
ponderada pelas massas da posição das partículas do sistema.
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Centro de massa de um sistema de duas partículas

m1 x1 + m2 x2
xCM =
m1 + m2
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Velocidade e aceleração do centro de massa
!
A velocidade do centro de massa, vCM , pode ser deduzida por derivação do vetor
!
posição do centro de massa, rCM , em ordem ao tempo.

! 1 N !
vCM = å mi vi
M i =1
!
! aCM , pode ser deduzida por derivação da
A aceleração do centro de massa,
velocidade do centro de massa, vCM , em ordem ao tempo.

! 1 N !
aCM = å mi ai
M i =1
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Momento linear de uma partícula e de um sistema de partículas
!
O momento linear, p , de uma partícula de massa m é uma grandeza física vetorial,
com a mesma direção e sentido da velocidade, igual ao produto da massa pela
velocidade da partícula.
! !
p = mv
Para um sistema de N partículas:
N
! !
psist = å pi
i =1
!
A velocidade do centro de massa, vCM :
! !
psist = MvCM
! !
psist = pCM
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de par2culas
Segunda Lei de Newton aplicada a um sistema de partículas
! ! !
FR = å Fint + å Fext
Segundo a Terceira Lei de Newton, as forças
exercidas entre quaisquer duas partículas do
sistema têm o mesmo módulo, a mesma
direção e sentidos opostos. Logo,
! ! ! !
å Fint = 0 FR = å Fext
Por aplicação da Segunda Lei de Newton para um
sistema de N partículas:
! !
å Fext = MaCM
O centro de massa de um sistema de partículas move-se como uma partícula
de massa M, massa do sistema, na qual se consideram aplicadas todas as forças
exteriores que atuam sobre o sistema.
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Haverá alguma relação entre a resultante das forças que atuam
sobre um sistema de partículas e o momento linear do sistema?
! !
psist = MvCM
! ! !
dpsist dvCM dpsist !
=M Û = MaCM
dt dt dt
!
! dpsist
FR =
dt
! ! !
! dpsist
Portanto a expressões são equivalentes: F = Ma
R CM Û FR =
dt
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de par2culas
Impulsão da força resultante

! dp !
FR =
dt
! Dp! ! !
F= Û F Dt = Dp
Dt
! !
I = F Dt

Uma mesma variação de momento linear pode ser conseguida por:


§ Uma força muito intensa, num curto intervalo de tempo;
§ Uma força pouco intensa, num grande intervalo de tempo.
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Lei da Conservação do Momento Linear

Lei da Conservação do Momento Linear – se a resultante das forças exteriores que


atuam num sistema for nula, o momento linear do sistema permanece constante.
! !
! dpsist ! !
å Fext = 0 Û dt = 0 Þ psist = constante

Se o momento linear!não varia, para sistemas de massa constante,


! a velocidade
do centro de massa, vCM , permanece constante e a aceleração, aCM , é nula.
! !
psist = MvCM
! ! ! !
psist = constante Þ vCM = constante Þ aCM = 0
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Colisões elás7cas, inelás7cas e perfeitamente inelás7cas

As forças de interação entre as partículas que colidem designam-se por forças de colisão.
Estas são forças interiores ao sistema e, em geral, de intensidade muito superior à das
forças exteriores. Daí estas últimas poderem ser frequentemente desprezadas.

Numa colisão há conservação do momento linear.


! !
psist ( antes ) = psist ( depois )
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Colisões elásticas, inelásticas e perfeitamente inelásticas

As colisões podem ser:

§ Colisões elásticas – quando há conservação do


momento linear e da energia cinética do sistema.
! !
pinicial = pfinal e Ecinicial = Ecfinal

§ Colisões inelásticas – quando há apenas conservação


do momento linear do sistema.
! !
pinicial = pfinal e Ecinicial ¹ Ecfinal
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Colisões elás7cas, inelás7cas e perfeitamente inelás7cas

Quando numa colisão inelástica a energia cinética diminui o máximo possível, a


colisão diz-se perfeitamente inelástica.

Após a colisão, as partículas adquirem a mesma velocidade, isto é, as partículas


seguem juntas.

! ! !
mA v Ainicial + mB vBinicial = ( mA + mB )v final
1.4. Centro de massa e momento linear de sistemas
de partículas
Coeficiente de restituição

O coeficiente de restituição, e, mede, de certa forma, a elasticidade de uma colisão.

vBfinal - v Afinal
e=
v Ainicial - vBinicial
Exercício
1. Na figura ao lado, representa-se um esquema
da molécula de água e um sistema de eixos.
Sabendo que as massas atómicas relativas do
oxigénio e do hidrogénio são, respetivamente,
16,00 e 1,01, determine a localização do centro
de massa da molécula no referencial dado.

2. Um objeto de massa m desloca-se sobre uma superFcie horizontal de atrito


desprezável quando colide com outro objeto de igual massa, que se encontrava em
repouso. Sabendo que o coeficiente de resHtuição é nulo e que a energia cinéHca do
sistema dos dois corpos é Ec, selecione a opção que representa o valor da
velocidade do corpo de massa m imediatamente antes da colisão.

Ec 2 Ec Ec Ec
(A) (B) (C) 2 (D)
2m m m m
Exercício – resolução
1. Na figura ao lado, representa-se um esquema da
molécula de água e um sistema de eixos. Sabendo que
as massas atómicas relativas do oxigénio e do
hidrogénio são, respetivamente, 16,00 e 1,01,
determine a localização do centro de massa da
molécula no referencial dado.

No referencial da figura, a posição do centro de massa do átomo de hidrogénio que


não se encontra na origem de referencial, e do centro de massa do oxigénio é:
! æ 104,45° ö ! ! !
rH = 2 ´ 95,84 ´ sin ç e
÷ x Û rH = 151,5 e x (pm )
è 2 ø
! æ 104,45° ö ! æ 104,45° ö ! ! ! !
rO = 95,84 ´ sinç e
÷ x + 95,84 ´ cos ç e
÷ y Û rO = 75,75 e x + 58,71 e y (pm )
è 2 ø è 2 ø
Assim: ! ! !
!
! !
A (H) ´ rH + A r (O) ´ rO
rCM = r
!
Þ rCM =
1,01 ´ 151,5 e x + 16,00 ´ ( 75,75 e x + 58,71 ey)

2 ´ A r (H) + A r (O) 2 ´ 1,01 + 16,00


! ! !
rCM = 75,75 ex + 52,13 ey (pm )
Exercício – resolução
2. Um objeto de massa m desloca-se sobre uma superfície horizontal de atrito
desprezável quando colide com outro objeto de igual massa, que se encontrava em
repouso. Sabendo que o coeficiente de restituição é nulo e que a energia cinética do
sistema após a colisão é Ec, selecione a opção que representa o valor da velocidade
do corpo de massa m imediatamente antes da colisão.

(A) Ec (B) 2Ec (C) 2 Ec (D) Ec


2m m m m

Opção (C).
! ! ! !
å Fext = 0 Þ Dpsist = 0
Sendo o coeficiente de resHtuição nulo, após a colisão, os corpos seguem juntos, pelo que:
mv = ( m + m ) v ' Û v = 2v '
1 Ec 1 E
Como Ec = ( 2 m ) v '2 Û v ' = e v ' = v , vem: v = 2 c
2 m 2 m

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