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28/Mar/2016 – Aula 10

10. Momento linear


10.1 Definição
10.2 Impulso de uma força
10.3 Centro de massa
10.4 Conservação do momento

11/Abr/2016 – Aula 11
11 Colisões
11.1 Elásticas
11.2 Inelásticas
11.3 Em 2D e 3D
11.4 “Explosões”

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Aula anterior
10.1 Definição

O momento linear de uma partícula é o produto da sua massa pela velocidade:

! !
p = mv ⎡ p⎤ = kg m / s
⎣ ⎦

Momento linear total de um sistema de várias


partículas:
! ! !
Psist = ∑ pi = ∑ mi vi
i i

A partir da 2ª lei de Newton, se m for constante:


! ! ! ! dp!
!
F ma
!
m
dv d m v ( )
dp
∑ F = dt
∑ = =
dt
=
dt
=
dt
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Aula anterior
10.2 Impulso de uma força

O impulso de uma força é o produto da força pelo intervalo de tempo em que


ela atua num objeto:

! ! ⎡I ⎤ = kg m / s
I = F Δt ⎣ ⎦

A variação do momento linear de uma partícula


é igual ao impulso da força resultante:

! dp! ! !
∑ F = dt Δp = F Δt

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10.3 Centro de massa

O centro de massa de um sistema é o ponto em que esse sistema fica em


equilíbrio quando está suspenso num campo gravítico uniforme.

Para 2 partículas, de massas m1 e m2:

m1x1 + m2 x2 m1x1 + m2 x2
xCM = =
m1 + m2 M
m1 y1 + m2 y2 m1 y1 + m2 y2
yCM = =
m1 + m2 M
m1z1 + m2 z2 m1z1 + m2 z2
zCM = =
m1 + m2 M

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Aula anterior
10.3 Centro de massa

O momento linear total de um sistema é igual ao produto da sua massa (total)


pela velocidade do centro de massa:

! ! ! !
Psist = ∑ pi = ∑ mi vi = M vCM
i i

! !
dPsist dvCM !
=M = M aCM
dt dt
!
! ! ! dPsist
Como ∑ Fext = M aCM ∑ Fext = dt
!
! dPsist !
∑ Fext = 0 ⇒ dt
= 0 ⇒ Psist = constante
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10.4 Conservação do momento linear

Se o somatório das forças exteriores for nulo, o momento linear do sistema


mantém-se inalterado (princípio da conservação do momento linear).

Mesmo na presença de forças exteriores,


como a gravidade e a força normal, desde
que a sua soma seja nula, o momento linear
do sistema é constante. 6
11. Colisões

A colisão é uma interação entre dois objetos, que se aproximam um do outro


! !
com velocidades v e v . Este processo decorre num intervalo de tempo
1 2
muito pequeno, relativamente ao tempo total de observação, pelo que podemos
distinguir o movimento das partículas antes e depois dessa interação mútua.

Como as forças de
interação durante a
colisão são muito
maiores do que qualquer
força externa, o
momento linear
conserva-se sempre.

!
Δpcol = 0

7
11. Colisões

! !
Se as duas partículas tiverem velocidades vi antes da colisão e ui depois, e
se se separarem depois da colisão:

! ! ! ! !
Δpcol = 0 m1v1 + m2v2 = m1u1 + m2u2

A velocidade do centro de massa das duas partículas mantém-se constante:

! ! ! !
! ! m1v1 + m2v2 m1u1 + m2u2
ΔvCM =0 vCM = =
col m1 + m2 m1 + m2

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11.1 Colisões elásticas

Uma colisão diz-se elástica se o trabalho das


forças externas for desprezável. Neste caso, a
energia cinética total também se conserva:

ΔEcin =0
elástica

m1v12 m1v22 m1u12 m1u22


+ = +
2 2 2 2

Colisão elástica

simulação
9
11.1 Colisões elásticas

O comportamento dos objetos na colisão


depende da relação entre as suas massas.

10
11.1 Colisões elásticas

No caso de uma colisão unidimensional, as velocidades só podem ter valores


±v 1 , ± v 2 , ± u1 e ± u 2.Neste caso, é possível determinar as velocidades
finais a partir das velocidades iniciais e das massas:
! ! ! ! ! ! ! !
m1v1 + m2v2 = m1u1 + m2u2 ( ) (
m1 v1 − u1 = m2 u2 − v2 )
m1v12 m1v22 m1u12 m1u22
2
+
2
=
2
+
2
( ) (
m1 v12 − u12 = m2 u22 − v22 )
! ! ! !
Dividindo as 2 últimas equações: v1 + u1 = u2 + v2
! !
! m1v1 + m2v2 ! ! !
u1 = 2 − v1 = 2vCM − v1
m1 + m2
! !
! m1v1 + m2v2 ! ! !
u2 = 2 − v2 = 2vCM − v2
m1 + m2 11
11.1 Colisões elásticas

Casos particulares:

! !
•  v1 e v2 com sentidos opostos •  v2 = 0
m2 m2
m1 ! ! m1 !
v1 v2 v1 !
v2 = 0

m1v1 − m2v2 m1 − m2
u1 = 2 − v1 u1 = v1
m1 + m2 m1 + m2
m1v1 − m2v2 2m1
u2 = 2 + v2 u2 = v1
m1 + m2 m1 + m2

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11.1 Colisões elásticas

Casos particulares:

! !
•  v1 e v2 com sentidos opostos •  v2 = 0

•  m1 = m2 •  m1 = m2

m1 ! ! m2 m1 ! m2
v1 v2 v1 !
v2 = 0

u1 = −v2 u1 = 0
u2 = v 1 u2 = v 1

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11.1 Colisões elásticas

Casos particulares:

•  v2 = 0 •  v2 = 0

•  m1 >> m2 •  m1 << m2

u1 = v1 u1 = −v 1
u2 = 2v 1 u2 = 0
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Exemplo
Um bloco com 4 kg de massa move-se para a direita, a 6 m/s. Este bloco choca
elasticamente com outro, de 2 kg, que também se move para a direita, a 3 m/s.
Determine as velocidades finais dos dois blocos.
! !
! m1v1 + m2v2 ! ! !
u1 = 2 − v1 = 2vCM − v1
m1 + m2
! !
! m1v1 + m2v2 ! ! !
u2 = 2 − v2 = 2vCM − v2
m1 + m2

(4 kg)(6 m/s) + (2 kg)(3 m/s)


u1 = 2 − (6 m/s) = 4 m/s
(4 kg) + (2 kg)
(4 kg)(6 m/s) + (2 kg)(3 m/s)
u2 = 2 − (3 m/s) = 7 m/s
(4 kg) + (2 kg)

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Exemplo
Um neutrão de massa mn move-se com velocidade vni e choca elasticamente com um
núcleo de carbono 12. Este tem massa mC e inicialmente está em repouso.
Determine:
a)  as velocidades finais do neutrão e do núcleo;
b)  a fração f da energia cinética inicial que o neutrão perde.
! !
! m1v1 + m2v2 ! ! !
u1 = 2 − v1 = 2vCM − v1
m1 + m2
! !
! m1v1 + m2v2 ! ! !
u2 = 2 − v2 = 2vCM − v2
m1 + m2

a)
un = 2
( ) −v
mn vni + mC 0
=
mn − mC
vni
ni
mn + mC mn + mC
( ) − 0 = 2mn
mn vni + mC 0
uC = 2
mn + mC
( ) m +m vni
n C
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Exemplo
Um neutrão de massa mn move-se com velocidade vni e choca elasticamente com um
núcleo de carbono 12. Este tem massa mC e inicialmente está em repouso.
Determine:
a)  as velocidades finais do neutrão e do núcleo;
b)  a fração f da energia cinética inicial que o neutrão perde.
−ΔEcin, n
b) f =
Ecin i, n

Colisão elástica: ΔEcin = 0


col
A energia cinética perdida pelo neutrão = energia cinética adquirida pelo núcleo.

1 2 2
Ecin f , C mC (uC ) ⎛
mC uC ⎞ 4mn mC
f = =2 = ⎜⎜ ⎟⎟ =
Ecin i, n 1 2 m ⎝v ⎠ 2
2
mn ( )
vni n ni mn + mC( )
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11.2 Colisões inelásticas

Uma colisão diz-se inelástica se se formar um


objeto único, com massa m1 + m2 , que se move
!
com velocidade u . Neste caso, a conservação
do momento linear é dada por
! ! !
m1v1 + m2v2 = (m1 + m2 )u

Note-se que ! representa a velocidade do


u
centro de massa dos dois objetos, antes da
colisão:
! !
! m1v1 + m2v2
u = vCM =
m1 + m2

Colisão inelástica

simulação
18
11.2 Colisões inelásticas

A energia cinética diminui nas colisões inelásticas.


Por exemplo, na colisão de duas partículas, em que
uma delas está inicialmente em repouso:

2
1 p
Ecin i = m1v12 + 0 = i
2 2m1

1 p 2f
Ecin f = m1 + m2 u 2 =
( )
2 2 m1 + m2 ( )
Como o momento se conserva (p = p ) e m1 + m2 > m1
i f

Ecin i > Ecin f


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Exemplo
Um projétil de massa m e velocidade v0 choca inelasticamente com uma massa M.
Esta está em repouso e suspensa por uma barra sem massa. Depois da colisão, os
dois objetos ficam juntos e descrevem uma trajetória circular. Determine a altura h
que conseguem atingir.
!
Colisão inelástica:
Δpcol = 0 uf =0
! !
()
mv0 + M 0 = (m + M )u u

m v0
u=
m+ M
A conservação da energia implica que a
1
cinética logo após a colisão seja igual à E = m + M u2 = m + M g h
( ) ( )
energia potencial no ponto mais alto: 2

u2
⎛ m ⎞2 v02 ⎛m+ M ⎞
h= =⎜ ⎟ v0 = ⎜ ⎟ 2gh
2g ⎝ m + M ⎠ 2g ⎝ m ⎠
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11.3 Colisões em 2D e 3D

O momento linear num plano ou no


espaço tridimensional tem que ser
considerado vetorialmente (ou
separado nas suas componentes
segundo cada eixo).

Colisão oblíqua

simulação
21
11.3 Colisões em 2D e 3D

Exemplo: dois carros aproximam-se do mesmo cruzamento. Um tem massa m1 =


950 kg, velocidade v1= 16 m/s e vem de oeste. O outro tem massa m2 = 1300 kg,
velocidade v2 = 21 m/s e vem de sul. Os carros chocam e ficam juntos. Qual é a
direção θ e a velocidade dos dois carros logo após a colisão?

x : m1v1 = (m1 + m2 )u cosθ


y : m2v2 = (m1 + m2 )usenθ

m2v2 (m1 + m2 )usenθ senθ


= = = tgθ
m1v1 (m1 + m2 )u cosθ cosθ
m2v2 (1300kg)(21m/s)
θ = arctg = arctg = 61°
m1v1 (950kg)(16m/s)

m1v1 (950 kg)(16 m/s)


u= = = 14 m/s
(m1 + m2 )cosθ ⎡⎣(950 kg) + (1300 kg)⎤⎦ cos61° 22
11.4 “Explosões”

Numa explosão, as partículas de um sistema afastam-se umas das outras, após


uma interação que dura um pequeno intervalo de tempo.
Como as forças explosivas são forças internas, se o sistema for isolado, o
momento linear total conserva-se durante a explosão. Logo, o momento linear
resultante (ou seja, a soma dos momentos dos fragmentos) é igual ao momento
linear inicial.

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11.4 “Explosões”

Exemplo: decaimento radioativo. O núcleo de 238U é radioativo, pelo que,


espontaneamente, se pode transformar em dois outros núcleos. Admita que um
deles, de massa mais pequena, tem a velocidade de 1,50 x 107 m/s, e o outro,
com massa maior, tem a velocidade de 2,56 x 105 m/s. A massa do núcleo inicial
é M(238U) = 238 u, em que u = 1,66 x 10-27 kg é a chamada unidade de massa
atómica. Quais são as massas dos dois fragmentos?
!
(
Δpcol = 0 ⇒ m1v1 f + m2v2 f − 0 = 0 )
234Th
α
m1 + m2 = 238u
v2 f
m1 = 238u
v2 f − v1 f
(1,50 × 107 m/s)
m1 =
⎡ 7 5 ⎤
238 u m2 = 238u − m1 = 4u
⎢⎣(1,50 ×10 ) − (−2,56 ×10 )⎥ m/s

= 234 u
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11.4 “Explosões”

Quando há forças exteriores a atuarem sobre um sistema de partículas, o


centro de massa do sistema move-se como se toda a massa estivesse aí
concentrada.

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11.4 “Explosões”

Exemplo: um projétil é disparado fazendo um ângulo q com a horizontal e


pretende-se que atinja o chão a 55 m do ponto de disparo. No entanto,
exatamente no ponto em que a sua altura é máxima, explode e separa-se em
dois fragmentos, com massas iguais. Imediatamente após a explosão, a
velocidade de um dos fragmentos é, momentaneamente, igual a zero, pelo que
cai na vertical. Onde é que o outro fragmento aterra?

m x1 + m x2
xCM =
m+m
R 3
x2 = 2xCM − x1 = 2R − = R
2 2

3 R
x2 = (55 m) = 82,5 m
2

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