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Logo,
dm dV
=F V +m (1.3)
dt dt
1.2 Derivação do Teorema dos Transporte ou Teorema de Reynolds
V Velocidade
m Massa
m
∆m1
V ∆m1 = ρ1∆V1 ρ1 =
∆V1
∆m2
∆m2 = ρ 2 ∆V2 ρ2 =
∆V2
∆V
m = ∆m1 + ∆m2 + ∆m3 + ... + ∆mk
k k
m= ∑ ∆mi =
i
∑ ρ ∆V
i
i i k → ∞ → ∆V → dV → m = ∫ ρ dV
V
Definições:
Grandeza Extensiva: é uma grandeza física qualquer associada à massa de um corpo
(sistema).
Exemplos: quantidade de movimento; energia; entalpia; força; etc.
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V
∆V1
m
∆m1
∆V2
N
∆m2
∆VK
∆mK
∆N1 ∆N1
η1 = = → ∆N1 =η1∆N1 =η1 ρ1V1
∆m1 ρ1V1
∆N 2 ∆N 2
η2 = = → ∆N 2 =η 2 ∆N 2 =η 2 ρ 2V2
∆m2 ρ 2V2
∆N k ∆N k
ηk = = → ∆N k =η k ∆N k =η k ρ kVk
∆mk ρ kVk
k k
N = ∆N1 + ∆N 2 + ∆N 3 + ... + ∆N k = ∑ ∆N i = ∑ηi ρi ∆Vi
i i
k → ∞ → ∆V =
→ dV → N ∫=
ηρ dV ; dV
V
dxdydz
Caso particular:
∆N ∆m
N = m →η = = = 1 → N = m = ∫ ρ DV
∆m ∆m V
Definições:
Sistema: é uma quantidade fixa de matéria (massa; exemplo: bexiga cheia de ar).
Volume de controle: região do espaço que contém uma grandeza extensiva e na qual
fixamos a atenção ao longo do tempo. O contorno do volume de controle é denominado
superfície de controle. A grandeza extensiva pode atravessar a superfície de controle ao
longo do tempo de observação.
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I
V.C III
II
𝑡𝑡 𝑡𝑡 + ∆𝑡𝑡
=Nt ∫ ηρ dv
I t + ∫ ηρ dv
II t
=N t +∆t ∫ III
ηρ dv t +∆t + ∫ ηρ dv
II t +∆t
∆N N t +∆t − N t
=
∆t ∆t
∆N
=
( ∫
III
ηρ dv t +∆t + ∫ ηρ dv
II t +∆t ) − ( ∫ ηρ dvI t + ∫ ηρ dv
II t )
∆t ∆t
lim∆t →0
∆N
lim∆t →0
( ∫ III
ηρ dv t +∆t + ∫ ηρ dv
II t +∆t ) + lim ( ∫ ηρ dv I t + ∫ ηρ dv
II t )
∆t → 0
∆t ∆t ∆t
Lembrando:
df f ( t + ∆t ) − f ( t )
= lim∆t →0
dt ∆t
Como,
( ∫ ηρ dv t +∆t − ∫ ηρ dv t +∆t )= ∂
∂t ∫V .C .
lim∆t →0 II II
ηρ dv
∆t
e,
( ∫ ηρ dv t +∆t − ∫ ηρ dv t +∆t )=
∫ ηρV .d A
III I
lim∆t →0
∆t S .C
tem-se que:
dN ∂
dt ∂t ∫V .C . ∫ S .C .d A
= ηρ dv + ηρ V
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Logo, temos
dm ∂
dt ∂t ∫V .C . ∫ S .C .d A
= ρ dv + ρ V
V2 d A2
Logo,
∫ S .C
− ∫ ρ1V1dA1 + ∫ ρ 2V2 dA2 =
ρV .d A =
I II
0
Supondo valores médios para as grandezas nas superfícies de entrada e saída de massa:
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m 2 m3
[VA=] m
= → ( vazão em volume )
s s
1.4 Princípio de Conservação da Energia
Suponhamos
=N E ( Energia
= ) → η e ( energia específica ou energia por unidade de massa )
J
[ e] =
kg
Pela primeira lei da termodinâmica sabemos que a variação de energia só ocorre através
de duas grandezas físicas que atravessam a superfície de controle, Calor e Trabalho, ou
seja:
DE ∂Q ∂τ
= − ( primeira lei daTer mod inâmica )
Dt ∂t ∂t
onde,
∂Q
é a responsável pela variação de energia na forma de calor
∂t
e
∂τ
é a responsável pela variação de energia na forma de trabalho.
∂t
Logo,
∂Q ∂τ ∂
∂t ∂t ∂t ∫V .C . ∫ S .C .d A
=− e ρ dv + e ρ V
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τ eixo representa o trabalho efetuado por um eixo que atravessa a superfície de controle.
Logo, temos
∂Q ∂τ eixo ∂τ P ∂τ vis cos o ∂
∂t ∫V .C . ∫ S .C .d A
− − − = e ρ dv + e ρ V
∂t ∂t ∂t ∂t
Para solução aproximada de grande número de problemas que ocorrem na engenharia
podemos admitir hipóteses simplificadoras. As soluções aproximadas, apesar de
incompletas, podem lançar luz sobre problemas complexos, de difícil solução. As
soluções aproximadas de problemas são muito utilizadas na área de ciência exatas.
Hipóteses simplificadoras:
∂Q
= 0 → não há troca de energia na forma de calor pela fronteira do sistema (sistema
∂t
adiabático).
∂τ eixo
= 0 → não há troca de energia associado a um eixo que atravessa a superfície.
∂t
∂τ vis cos o
= 0 → não há troca de energia na forma de trabalho associada a forças viscosas.
∂t
A terceira hipótese leva a uma solução que contraria a 2ª Lei da Termodinâmica e, por
isto, o sistema onde é admitida denomina-se de “Sistema Ideal”. A segunda lei da
termodinâmica está associada à Entropia, grandeza física que “mede” o grau de desordem
de um sistema. A 2ª Lei pode ser enunciada de várias maneiras diferentes, cada uma
envolvendo um grau de conhecimento associado ao problema analisado:
- Todo processo natural é irreversível;
- Todo processo natural dissipa energia na forma de calor;
- Não existe máquina (sistema que troca energia, principalmente na forma de trabalho)
cujo rendimento seja 100%;
- A Entropia do universo está aumentando;
- O grau de desordem de um sistema ocorre naturalmente (Exemplo: sala de aula).
Como se pode constatar, um sistema ideal é muito restritivo, principalmente por não
considerar a ação de forças viscosas. Entretanto, as forças viscosas podem levar a
soluções muito complexas.
A partir das três hipóteses assumidas acima temos:
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∂τ ∂
∂t ∫V .C . ∫ S .C .d A
=
− P e ρ dv + e ρ V
∂t
O trabalho efetuado pelas forças de pressão através da superfície de controle pode ser
determinado a partir da expressão abaixo (vide a obtenção da equação no livro de Fox &
Macdonald “Introdução à Mecânica dos Fluidos):
∂τ P
= ∫ pV . d A
∂t S .C .
∂
∂t ∫V .C .
Se considerarmos regime permanente ( eρ dv = 0 ) temos:
− ∫ pV . d A = ∫ e ρ V .d A
S .C . S .C
ou
∫ S .C .
pV . d A + ∫
S .C
eρV .d A =
0
ou
p
∫S .C
(e+
ρ
)ρV .d A =
0
V2
e =u + + gz
2
onde,
u → energia int erna por unidade de massa
V2
→ energia cinética por unidade de massa
2
gz → energia potencial gravitacional por unidade de massa
Logo, temos
V2 p
∫
S .C
(u +
2
+ gz + )ρV .d A =
ρ
0
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V1 d A1
V 1 . d A1 = V1dA1 cos 180º = −V1dA1
d A3 V 2 . d A2 V=
= 1dA1 cos o
º
V2 dA2
3 dA3 cos 90
º
V 3 . d A3 V=
= 0
V.C
V2 d A2
Portanto,
V12 p V2 2 p
∫ S .C ( u1 + 2 + gz1 + ρ11 )ρ1V1 dA=1 ∫ S .C ( u2 + 2 + gz2 + ρ22 )ρ2V2 dA2
Supondo grandezas físicas médias em cada uma das seções retas:
V12 p1 V2 2 p
( u1 + + gz1 + )ρ1V1 A1 = ( u2 + + gz2 + 2 )ρ 2V2 A2
2 ρ1 2 ρ2
Veja que:
ρ1V1 A1 = ρ 2V2 A2 pelo princípio de conservação da massa
V2 2 p V2 p
+ gz2 + 2 = 1 + gz1 + 1
2 ρ2 2 ρ1
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Figura: a. Conjunto dos Tubos de Calor Aletados Figura b. Disposição dos Tubos de Calor no
Sistema
V2 2 p V2 p
( + gz2 + 2 = 1 + gz1 + 1 )
2 ρ2 2 ρ1
h1
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(Fonte: Internet)
V2 2 p2 V12 p
+ gz2 + = + gz1 + 1 Equação de Bernoulli
2 ρ2 2 ρ1
p1 V2 2 V12 ∆P V2 2 V12
p2
− = − → = − ; ∆P= p1 − p2
ρ1 ρ 2 2 2 ρ 2 2
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π D22
V1 A1= V2 A2 → V1= 4 V → V= ( D2 )2 V
2 1 2
πD 1
2
D1
4
O fator geométrico da placa de orifício é estabelecido pela razão entre os diâmetros:
D2
β= → V12 = β 4V22
D1
Logo,
∆P V2 2 V2 2 β 4 ∆P 1 β4
= − → = V2 2 ( − )
ρ 2 2 ρ 2 2
Finalmente, temos:
2∆P
V2 =
ρ( 1 − β 4 )
2∆P
Q= V1 A1 → Q= A1β 2V2 → Q= A1β 2 (Vazão Ideal )
ρ(1 − β 4 )
A expressão para a vazão real para o escoamento no duto é obtida através da seguinte
expressão:
2∆P
Qreal= Cd Qideal → Qreal= Cd A1β 2
ρ(1 − β 4 )
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Observe que o coeficiente de descarga tende para um 0.5 quando o número de Reynolds
é maior que 104. A maioria dos escoamentos da natureza está associada à número de
Reynolds acima de 104. De acordo com vários autores o coeficiente de descarga para
número de Reynolds acima de 104 corresponde a 0.61 (neste curso iremos utilizar este
valor). O coeficiente de descarga pode ser obtido em laboratório, e este será um dos
experimentos que iremos realizar.
O número de Reynolds é o número adimensional mais importante na mecânica dos
fluidos, pois através dele podemos distinguir os regimes de escoamento. Quando o
número de Reynolds se encontra abaixo de 2400 em dutos circulares dizemos que o
escoamento se encontra em regime laminar. Quando o número de Reynolds se encontra
entre 2400 e 10.000 dizemos que se encontra em regime de transição. Acima de 10.000
classificamos o escoamento como regime turbulento. Acima de 100.000 denominamos de
completamente turbulento.
O número de Reynolds é definido por:
ρVD VD VD
Re = = → Re =
µ µ υ
ρ
µ é a viscosidade absoluta, ou dinâmica, associada ao fluido.
υ é a viscosidade cinemática.
Observações sobre as Placas de Orifício:
- são baratas;
- de fácil confecção;
- custo operacional elevado (aproximadamente 40% da energia útil no escoamento é
dissipada; só utiliza aproximadamente 60% da energia total)
Aplicação 2: Tubo de Venturi
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O tubo de Venturi é um dispositivo utilizado para medir vazão indiretamente. Seu equacionamento é
idêntico ao da Placa de Orifício, destoando apenas com relação ao coeficiente de descarga.
O coeficiente de descarga para o Venturi tem valor muito elevado para número de
Reynolds na faixa de Regime completamente turbulento, ou seja, Re>105. Na prática,
utilizamos o valor de 0.96 para o coeficiente de descarga quando o número de Reynolds
se encontra acima de 105.
Observações sobre o Tubo de Venturi:
- custo inicial elevado;
- difícil confecção;
- custo operacional baixo (apenas 0.4% da energia útil no escoamento é dissipada).
Determinação do fator geométrico do medidor ( β ):
2∆P
( Qreal )2 = ( Cd A1β 2 )2
ρ(1 − β )
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O Tubo de Pitot pode ser utilizado para determinar vazão a partir da velocidade no
escoamento, como se pode constar através do procedimento descrito abaixo.
Da Equação de Bernoulli, temos,
V12 p1 V2 2 p2 V12 p2 p1 ∆P
+ gz1 + = + gz2 + → = − =
2 ρ1 2 ρ2 2 ρ ρ ρ
V12 ∆P p2 − p1
= =
2 ρ ρ
V1 = 2 gh
Vmáx = 2 gh
A vazão em volume é obtida através do produto da velocidade média pela área de seção
reta do escoamento, ou seja:
Q =VA
1 – faça V 1 = Vmáx ;
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V 1D
2 – determine o número de Reynolds associado a V 1 , ou seja, calcule Re1 = ;
υ
Re1 1/ 6
3 – determine o primeiro valor para o parâmetro m, ou seja, calcule m1 = 1 + ( ) ;
50
4 – determine o valor para a segunda velocidade média através da seguinte expressão:
m1
V2 = Vmax
m1 + 1
Em função da altura observada de mercúrio na cuba uma unidade de pressão passou a ser
admitida, ou seja:
760 mm Hg →1 Atmosfera ( Atm )
V2 2 p2 V12 p
+ gz2 + = + gz1 + 1
2 ρ Hg 2 ρ Hg
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Logo,
patm
= gz2 − gz1 = g( z2 − z1 ) → patm = ρ Hg g ∆h
ρ Hg
Considerando que:
Kg m
ρ Hg 13600 =
= 3
; ∆h 76010−3 m
; g 9.81 2=
m s
Tem-se que:
N
patm = ρ Hg g ∆h → patm = 13600 x 9 ,81 x 76010−3 → patm = 1.01 105
m2
ou seja,
N
1 atm ≡ 1.01105 ≡ 1.01105 Pascal ( Pa ) ≡ 1.01 bar
m2
Pergunta: Qual seria a altura de coluna de água?
Pergunta: A coluna de mercúrio seria maior ou menor se o experimento ocorresse em
um local elevado? Por quê?
A pressão atmosférica, ao nível do mar, é considerada como pressão de referência, assim
como o vácuo absoluto (apesar de não existir; apenas aproximadamente!).
Observe o seguinte diagrama abaixo, onde representamos as pressões atmosférica e
absoluta:
patm − p1' ; p2 =
p1 = patm + p'2
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Já determinamos que a vazão pode ser obtida utilizando uma placa de orifício através da
seguinte expressão:
2∆P
Qreal = Cd A1β 2
ρ(1 − β 4 )
Veja que devemos determinar a queda de pressão entre dois pontos no escoamento, antes
e depois da placa. Isto pode ser obtido através de um medidor denominado medidor em
U, que utiliza um fluido manométrico de densidade superior ao fluido que escoa. Por
exemplo, se temos água escoando utilizamos o mercúrio como fluido manométrico. Se o
fluido que escoa é o ar podemos utilizar a água como fluido manométrico.
A diferença de pressão é obtida por:
∆p = p1 − p2
onde,
p1 + ρ H 2O gH1 =p2 + ρ H 2O gH 2 + ρ Hg g ∆h
Logo,
− ρ H 2O gH1 + ρ H 2O gH 2 + ρ Hg g ∆h
p1 − p2 =
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Exemplo 1:
Em um experimento no laboratório de hidráulica, utilizando uma placa de orifício, os
alunos obtiveram os seguintes parâmetros:
Kgf Kgf Kg
−0.08 2 ; ρ =
0.24 2 ; p2 =
p1 = 103 3
cm cm m
m3 −3
=Q 2=
.6110 ; D1 50.8 mm
s
Determine o diâmetro D2 da placa de orifício.
Observação:
Kgf 10 N Kgf N
1 =2 −2 2
→1 = 2
105 2
cm ( 10 m ) cm m
Solução:
Kgf
p p1 − p=
∆= 2 0.24 − ( −0.08=
) 0.24 + 0.08
= 0.32
cm 2
Sabemos que:
1/ 4
Qreal2
β = 2 ( demonstre!)
Cte + Qreal
onde
Logo,
1/ 4
( 2.6110−3 )2
=β =
−5 −3 2
→ β 0.5
9.7610 + ( 2.6110 )
Sabemos que:
D2 = β D1 → D2 = 0.5 50.8 → D2 = 25.4 mm
Exemplo 2:
Água escoa através de uma placa de orifício de 3’’ de diâmetro, instalada em uma
tubulação de 6’’ de diâmetro interno. A vazão é igual a 0.0819 m3/s. Determine a diferença
de pressão ∆p .
Solução:
∆p é obtida através da seguinte expressão:
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Q2 ρ( 1 − β 4 )
∆p = ( demonstre!)
2Cd 2 β 4 A12
Logo,
Exemplo 3:
Uma placa de orifício, de diâmetro igual a 120 mm, é instalada em uma tubulação de 191
mm, por onde escoa água. Um medidor de pressão diferencial indica ∆h = 30 mmHg .
Determine a vazão em massa no escoamento.
Solução:
Kg Kg 120
ρ=
H O 103 3
; ρ=
Hg β = 0.63
13600 3 ;=
2
m m 191
N
∆p = g ∆h( ρ man − ρ ) = 9.813010−3 ( 13600 − 1000 ) → ∆p = 3.710−3
m2
2 3.7103 −2 m
3
=Q 0.610.632=
0.03 → Q 2. 1510
103 ( 1 − 0.634 ) s
Pergunta: Existe, na solução apresentada, alguma hipótese adotada que não foi
confirmada? Qual? Como confirmar? Se sim, apresente a solução numérica necessária
para justificar os cálculos.
Exemplo 4:
No centro do tubo de pressão de um ventilador mede-se, por meio de um Tubo de Pitot,
a velocidade do escoamento, resultando em 22 m/s. Considerando que o diâmetro da
tubulação corresponde a 400 mm, determine:
a) A velocidade média do escoamento;
b) A vazão do ar no duto.
Dados:
m Kg m2 Re 1/ 6
Vmax = 22 ; D = 0.4m; ρ ar = 1.23 3 ; υar = 10−4 ; m= 1+ ( )
s m s 50
Solução:
V 1D 22 0.4
Re1 = ; assuma V 1 = Vmax → Re1 = = 88000
υ 10−4
88000 1/ 6 m 4.47 m
1 (
m1 =+ ) =4.47 → V 1 = 1 Vmax = 22 =17.98
50 m1 + 1 5.47 s
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22
π ( 0.4 )2 m3
Q = V A = 17.89( ) → Q = 2.25
4 s
A vazão em massa é dada por:
Kg
m = ρ Q = ρV A → m = 1.232.25 = 2.77
s
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1
V12 p V2 p
+ gz1 + 1 ≠ 2 + gz2 + 2
2 ρ1 2 ρ2
A energia mecânica vai se desvanecendo ao longo do escoamento, quer dizer, ela vai se
dissipando e a principal responsável pela dissipação é devido à atuação das forcas
viscosas. Aquela força viscosa que admitimos não realizar trabalho anteriormente.
Portanto, para que possamos tratar de alguns problemas reais iremos assumir que há uma
parcela de energia associada às forças viscosas, que designaremos por E p . Logo,
escrevemos:
V12 p1 V2 2 p
+ gz1 + = + gz2 + 2 + E p
2 ρ1 2 ρ2
V12 m 2
2 = s2
Se multiplicamos e dividimos pela massa do sistema temos:
V12 Kg m 2 Kg m m m m V12 N m
= 2
= = Kg → = Kg
2 Kg s Kg s 2 s 2 Kg 2
Ou seja,
V12 J
2= → Energia por unidade de massa
Kg
Em grande número de aplicações práticas de engenharia a energia por unidade de massa
não é utilizada. Costumou-se a utilizar outra grandeza relacionada com a dissipação
viscosa, ou seja, costuma-se a utilizar o que se denomina Perda de Carga, representada
por hp . A perda de carga em um escoamento geralmente está associada a queda de
pressão em um escoamento quando o escoamento ocorre na horizontal, z1 = z2 , e quando
a seção reta do escoamento permanece constante, V 1 = V 2 . Neste caso temos,
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2
V12 p V2 p p p
+ gz1 + 1 = 2 + gz2 + 2 + E p → 1 − 2 = E p
2 ρ1 2 ρ2 ρ1 ρ 2
p1 − p2 E p p − p2 p1 − p2
Ep
= ou = 1 hp
→=
ρ g ρg γ
Logo,
E p ∆P
hp
= = γ ρ g é o peso específico
; onde=
g γ
A dimensão de hp é dada por:
∆P( N / m 2 )
[ hp ] ≡ ≡m
γ ( N / m3 )
A energia por unidade de peso, representada por hp, tem dimensão de comprimento. Na
prática, quando o fluido utilizado como referência é a água, dizemos “metro de coluna
d’água’.
Pode-se demonstrar que, em escoamentos em duto circular de raio R, a velocidade média
pode ser obtida por:
dp / dz R 2
V=
8µ
∆p R 2 ∆p 8 LµV 8 L µV
V
= → = → hp
=
8∆z µ ρg R ρg
2
R2 ρ g
Assim, temos,
ρV D
A expressão = Re representa o número de Reynolds. Logo,
µ
8.4.16.LQ 2 64 L Q 2 L Q2
=hp = 8 = 8f 5 2
Re D 5π 2 g Re D 5 π 2 g D π g
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3
onde,
64
f = é o coeficiente de atrito para regime la min ar em duto circular
Re
O escoamento em regime laminar em duto circular se caracteriza por ter o número de
Reynolds menor que 2400, ou seja:
ρV D
Re = ≤ 2400 → regime la min ar
µ
Para regime turbulento podemos utilizar o Diagrama de Moody para determinação do
coeficiente de atrito (também denominado na literatura de “fator de fricção”). O digrama
de Moody é uma representação atualizada do diagrama original apresentado por
Nikuradse em sua tese de doutorado nos anos 30 do século passado.
e 106 1/ 3
f =0.0055 1 + ( 20000 + ) ; e ≡ rugosidade da sup erfície
D Re
Existem muitas expressões para determinação de fator de atrito em dutos. A equação de
Moody é uma equação simples de solução direta, mas muitas outras são equações, mais
precisas, são denominadas equações transcendentais, pois exigem solução iterativa. Uma
das equações mais utilizadas para determinação de fator de atrito é a Equação de
Colebrook, que usa o método iterativo para cálculo.
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4
1 ε 2.5
−2.0 log
= +
f 3.7 Re f
A equação acima é a Equação de Colebrook. A equação de Colebrook é uma equação
transcendental e sua solução impõe procedimento iterativo. Entretanto, apresenta uma
precisão para o fator de atrito com precisão aproximada de 1.0% em relação aos
e
experimentos existentes. O fator ε = é denominado rugosidade relativa.
D
Observação: Existem 4 tipos de situações práticas associadas ao conceito de perda de
carga.
1 – dados: L;D;Q→hp=?
2 – dados: hp;D;Q→L=?
3 – dados: L;D;Hp→Q=?
4 – dados: L;hp;Q→D=?
As duas primeiras situações têm solução direta, as duas últimas requerem soluções
iterativas (soluções indiretas).
Exemplo: Um escoamento de água deve ter vazão igual a 200 l/s através de 3 Km de
tubo, com uma perda de carga equivalente a 25 m.c.a. O tubo deve ser de ferro
fundido, com rugosidade absoluta e=0,260 mm.
a - Determine o diâmetro da tubulação para as condições enunciadas.
b – Determine a velocidade média do escoamento.
c – Determina a potência dissipada no escoamento.
Dados:
m3
= / s 20010−3 m3 / s →=
Q 2000 l= Q 2 =; L 3000 m;=
hp 25 m;
= e 0.26010−3 m
s
Solução:
a – Como o diâmetro não foi fornecido a solução é iterativa. Para determinação do
primeiro valor do fator de atrito vamos considerar que o tubo é liso (e=0) e
completamente turbulento (Re≫105), ou seja,
e 106
=f 0.0055( 1 + ( 20000 + )→
= f1 0.0055
D Re
1/ 5 1/ 5
L Q2 L Q2 3000 22
=hp 8 f 5 2= → D 8 f1 → D1 8.0.005
=
D π g hp π 2 g 25 π 2 9.81
→ D1 =0.74m
4Q 4.2
Re1
= ( Demonstre!) =
→ Re1 = 3.44106
π D1υ π .0.74.10−6
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5
Logo,
0.26010−3 106
=f 2 0.0055 1 + ( 20000 −3
+ 6
)1/ 3 →
= f 2 0.016
74010 3 .4410
1/ 5
3000 22
=D2 8.0.016 = → D2 0.91 m
25 π 2 9.81
4.2
=Re2 = 2.8106
π .0.91.10 −6
0.26010−3 106 1/ 3
=f3 0.0055 1 ( 20000
+ −3
+ 6
) →=f3 0.015
91010 2. 810
1/ 5
3000 22
=D3 8.0.015 = → D2 0.90 m ( convergiu !)
25 π 2 9.81
N m3 Nm J
[ P] ≡ 3
m → [ P] ≡ ≡ ≡ Watts
m s s s
=P 103.9.81
= .2 25 490500
= 490.5 KW
Exercício: Um determinado fluido escoa em um duto de diâmetro igual a 0.1 m, com uma
vazão igual a 767 m3/dia. Sabendo-se que a viscosidade cinemática do fluido corresponde
m2
a υ = 7.710−5 .
s
4ρQ 4Q
a) Demonstre que:
= Re =
π D1µ π D1υ
m N
Dados:
= .8 ; υ 1.510−6
Dr 0= 2
γ H 2O 104 =
;= ; e 0.046 mm
s m3
Observações:
ρ
1 - Dr = é a densidade relativa do fluido que escoa
ρH O
2
2 – Uma estimativa inicial para o coeficiente de atrito pode ser avaliada através da
−2
ε 5.74
equação f 1 0.25 log
= + 0.9 .
3.7 Re
Resposta: f = 0.0211 ( com precisão de milésimos usando Colebrook )
=hp 383
= m ; Potência 45.13 KW
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7
V12 p V2 p
+ gz1 + 1 = 2 + gz2 + 2 + E p
ou 2 ρ1 2 ρ2
V12 p V2 p
+ h1 + 1 = 2 + h2 + 2 + hp
2g ρ g 2g ρg
h1 80
= = ft 24.384 m ;=
h2 0 =
; L 600
= ft 182.88 m
Observe que
V1 V2 pois A1 A2
De fato, temos
V2 Atubulação
V1 Areservatório
= V2 Atubulação=
→ V1
Areservatório
V22 V22 L V2
2
V2 L V2
2
ou,
1 L 1 2 gh1 2 gh1
V22 + f = h1 → V22 = → V2 =
2g D 2g L L
1 + f 1 + f
D D
onde,
t é o tempo em anos de funcionamento; e0 é a rugosidade da tubulação nova e α é um fator
experimental que depende do fluido.
A tubulação de aço (depende do aço!) tem uma rugosidade relativa igual a 0.003, ou seja
e
ε = 0.003 . Vamos supor que após passado 20 anos a rugosidade relativa tenha
=
D
aumentado o dobro, ou seja, façamos ε = 0.006 . Além disso, vamos supor que o
escoamento é completamente turbulento (Re≫105; confirme!). Neste caso podemos
introduzir uma simplificação e obter o coeficiente de atrito através da equação
incompleta, ou seja:
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8
e 0.006 1/ 3
=f 0.0055 1 + ( 20000 )1/ 3 =
→ f 0.0055 1 + ( 20000 )
= 0.032
D 0.1016
Logo,
2 gh1 29.8124.38 m
=V2 = = 2.67
L 207.18 s
1 + f 1 + 0.032
D 0.1016
Observe que o sistema de fornecimento de água está muito bem dimensionado, ou seja, é
economicamente viável, uma vez que a velocidade se encontra no intervalo de
velocidades econômicas.
Finalmente, a vazão no escoamento é dada por:
π D2 m3
Q= VA= V → Q = 2110−3
4 s
Problema: A pressão disponível na boca de recalque de uma bomba corresponde a 22
m.c.a. O líquido a ser bombeado é querosene, com densidade relativa igual a 0.813. A
tubulação de recalque encontra-se na horizontal e tem um comprimento de 1850 m.
Considerando apenas as perdas distribuídas, qual o diâmetro da tubulação de aço e a
velocidade, supondo uma vazão de querosene igual a 30 l/s?
V12 p1 V2 2 p
+ z1 + = + z2 + 2 + hp
2g ρg 2 ρg
p1 p ρ H 2O 1
hp = − 2 = 22 m H 2O → hp = 22 = 22 → hp = 27 m.c.querosene
ρg ρg ρ querosene 0.813
3
−3 m
Dados:
= Q 3010= ; L 1850
= m; e 0.3 mm (sup ondo aço ligeiramente enferrujado );
s
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9
m2
υQ = 2.310−6 .
s
Já deduzimos que:
1/ 5
L Q2
D = 8 f 2
hp π g
e 106 1/ 3
=f 0.0055 1 + ( 20000 + ) → =f1 0.0055
D Re
Tubo liso e escoamento completamente turbulento.
Logo,
1/ 5
( 3010−3 )
2
1850
=D1 80.0055 → D1 ≅ 0.123 m
27 π 2 9.81
4Q 4 3010−3
Re1= = → Re1 ≅ 135103
π D1υ π 0.1232.310 −6
0.310−3 106 1/ 3
=f 2 0.0055 1 + ( 20000 + ) →
= f 2 0.0265
0.123 135000
1/ 5
( 3010−3 )
2
1850
=D2 80.0.0265 → D2 ≅ 0.168 m
27 π 2 9.81
4Q 4 3010−3
Re2 = = → Re2 ≅ 98000
π D1υ π 0.168 2.310−6
4.Q 4.3010−3 m
Velocidade: V= → V= → V= 1.37
πD 2
π 0.167 2
s
Exercício: Pretende-se bombear 72000 litros/h de gasolina em uma tubulação nova de
aço, com 220 m de comprimento. A temperatura é de 20ºC. Determine o diâmetro do
escoamento e a perda de carga.
Sugestão: Suponha velocidade econômica para o escoamento de gasolina igual a 1.5 m/s.
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10
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11
2 2
V L V Ki D
K i= f i →
= Li
2g D 2g f
A última expressão acima indica que se pode atribuir a um elemento isolado, localizado,
um comprimento equivalente. O comprimento equivalente indica, associa, a dissipação
de energia que o elemento produz em relação ao comprimento da tubulação. Este método
de associação é muito conveniente em termos práticos e as empresas passaram a fornecer
tabelas convertidas em “Comprimentos Equivalentes” de componentes hidráulicos e
pneumáticos. As tabelas abaixo, na forma de Figuras, apresentam os comprimentos
equivalentes para diversos dispositivos hidráulicos. A primeira tabela está associada a
tubulações de aço galvanizado e ferro fundido. A segunda Tabela está associada a
canalizações de PVC rígido.
Figura: Comprimentos Equivalentes para aço galvanizado e ferro fundido (Fonte: internet)
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Problema: Uma tubulação lisa de 100 metros está conectada a um grande reservatório.
Que profundida h deve ser mantida para que a vazão na tubulação seja de 0.03 m3/s de
água? Considere que o diâmetro interno dos tubos seja de 75 mm, e que a tubulação seja
de ferro fundido. Suponha que a água esteja descarregada a nível da atmosfera.
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Kg Kg
Dados:
= ρ 999
= 3
; µ 10−3 ; suponha a perda na borda igual a k=0.5.
m ms
4.Q 4 0.03 m
Observe que: V= = → V= 6.79
π D π 0.075
2 2
s
2
LV
A perda de carga distribuída é dada por: hp = f
D 2g
2
V
A perda de carga localizada é dada por: hpi = K i
2g
Logo,
2 2
LV V
hptotal f
= + Ki
D 2g 2g
Logo,
2 2
V2 LV V V2 L
h= 2 + f
2g D 2g
+ Ki = 2
2g 2g 1 + f D + K i
e 106 1/ 3 106 1/ 3
=f 0.0055 1 + ( 20000 + ) = → f 0.0055 1 + ( )
D Re Re
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Logo,
106 1/ 3 106 1/ 3
=f 0.0055 1 + ( = ) 0.0055 1 + ( ) = → f 0.012
Re 509295
6.792 100
=h 1 + 0.012 + 0.5=→ h 41 m
29.81 0.075
Perguntas:
a) O que pode ser feito para que a altura determinada seja inferior ao valor
determinado, sem alterar a vazão de saída?
b) Se a rugosidade fosse incluída na análise o que deveria ocorrer com a altura?
Maior, ou menor do que a altura calculada? Por quê?
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