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Universidade Federal de Sergipe - UFS

Centro de Ciências Exatas e Tecnologia – CCET


Departamento de Engenharia de Petróleo –
DEPET

Escoamento Multifásico de
Petróleo

Prof. Dr. Acto de Lima Cunha


Introdução

❖ O que é escoamento multífásico?

▪ Quando existe deslocamento simultâneo de fluidos que se


apresentam em mais de uma fase.

❖ O que é um fluido?

▪ Um material incapaz de resistir a uma tensão de cisalhamento.

▪ O escoamento simultâneo de dois gases não forma um


escoamento multifásico e fases sólidas somente não escoa.
Introdução

❖ Se uma quantidade significativa de fluido é adicionada de forma a


circundar um sólido suficientemente particionado, eles poderão
escoar juntos em um canal.

▪ Gás-líquido;
▪ Gás-sólido;
▪ Líquido-sólido;
▪ Líquido-líquido.
Introdução

• Água e ar escoando através de uma tubulação, por exemplo,


formam uma mistura bifásica, com uma fase líquida e uma
gasosa.

❖ O escoamento multifásico está presente em vários fenômenos


naturais e dispositivos feitos pelo homem.
Introdução

❖ Fenômenos multifásicos naturais :

▪ Sedimentação, erosão do solo, transporte hidráulico ou


pneumático;
▪ Formação de dunas, deslizamentos de terra e avalanchas;
▪ Formação de nuvens e precipitação de chuva/neve;
▪ Deslocamento de icebergs;
▪ Evaporação da água;
▪ Furacões e tornados;
▪ Erupções vulcânicas;
▪ Sistemas biológicos: circulação do sangue, arteriosclerose e
transpiração.
Introdução

❖ A ocorrência de escoamentos multifásico em tubulações verticais,


horizontais e inclinadas é muito comum em diversas atividades
industriais.
▪ Petróleo ;
▪ Química;
▪ Nuclear;
▪ Alimentos;
▪ Siderúrgica.
❖ A necessidade de dimensionar e projetar as aplicações tem
estimulado pesquisas em escoamento multifásico desde 1950.
Introdução
Indústria de Petróleo

❖ Escoamentos multifásico está presente em todo percurso dos


fluidos produzidos.

❖ O escoamento normalmente encontrado na produção de


petróleo é o multifásico, com duas fases líquidas (água e óleo) e
uma gasosa (gás).
Introdução
❖ O escoamento ocorre em tubos horizontais, inclinados ou
verticais, tanto nos poços quanto nas linhas de fluxo.

❖ Para o desenvolvimento de projetos, são necessários determinar


a queda de pressão e o holdup de líquido, para dimensionar as
linhas de fluxo e os equipamentos de separação.
Introdução
Indústria do Petróleo

❖ Na indústria do petróleo ocorre escoamento bifásico em várias de


suas aplicações.
• Risers;
• Perfuração (Fluido de perfuração);
• Produção;
• Tratamento de Fluidos;
• Reservatório;
❖ O projeto de tais equipamentos requer métodos para predizer:

• Perda de carga;
• Holdup em tubulação;
• Coeficiente de transferência de calor entre a parede e o fluido;
• Coeficiente de transferência de massa na interface gás-líquido.
Introdução
❖ Um projeto confiável dos sistemas vistos anteriormente requer o
entendimento do comportamento bifásico.

O objetivo do curso é fornecer uma visão geral e o entendimento dos


conceitos básicos do escoamento bifásico e apresentar os modelos
mecanicistas para predizer o comportamento do escoamento.
Variáveis de Escoamento Bifásico
Vazão Mássica W ( kg s )

WL Vazão mássica do líquido.

WG Vazão mássica do gás.

W Vazão mássica total.

W = WL + WG
Variáveis de Escoamento Bifásico
Vazão Volumétrica q ( m3 s )

qL Vazão volumétrica do líquido.

qG Vazão volumétrica do gás.

q Vazão volumétrica total.

q = qL + qG
Variáveis de Escoamento Bifásico
Holdup de Líquido (HL) e a Fração de vazios de gás (a)

Holdup de Líquido (HL)


• É a fração de um elemento de volume no campo de escoamento
bifásico ocupado pela fase líquida.

Fração de vazios de gás (a)

• É a fração de um elemento de volume bifásico ocupada pela fase


gasosa.

Para o escoamento bifásico,

HL + a = 1
Variáveis de Escoamento Bifásico
Velocidades Superficiais, vSL e vSG (m/s)
❖ É a razão entre a vazão volumétrica e área.

❖ A velocidade superficial de uma fase é a velocidade que


ocorreria se a fase escoasse sozinha na tubulação.

❖ As velocidades das fases líquida e gasosa são, respectivamente:

qL qG
vSL = vSG =
AP AP

A P é a área da seção transversal da tubulação.


Variáveis de Escoamento Bifásico
Velocidade de mistura, vm (m/s)

❖ É a vazão volumétrica total de ambas as fases por unidade de


área.
qL + qG
vm = = vSL + vSG
AP
Holdup de líquido de não escorregamento
❖ É a razão entre a vazão volumétrica do líquido e vazão
volumétrica total.

qL vSL
L = =
q L + q G vSL + vSG
Variáveis de Escoamento Bifásico
Fluxo mássico, G (kg/m2s)

WL
GL = Fluxo mássico do líquido.
Ap

WG
GG = Fluxo mássico do gás.
Ap

G Fluxo mássico total.

WL + WG
G=
Ap
Variáveis de Escoamento Bifásico
Velocidade atual, v (m/s)

❖ As velocidades superficiais não são as velocidades reais das


fases, porque cada fase ocupa somente uma fração da área da seção
transversal.

❖ As velocidades atuais das fases líquida e gás são,


respectivamente,
qL = vsl*Ap

q L vSL qG vSG
vL = = vG = =
AL HL AG 1 − HL
Variáveis de Escoamento Bifásico
Velocidade de escorregamento , vSLIP (m/s)

❖ As velocidades atuais das fases líquida e gás são usualmente


diferentes.

❖ A velocidade de escorregamento é a velocidade relativa entre as


duas fases.

vSLIP = v G − v L
Variáveis de Escoamento Bifásico
Qualidade, x

❖ É a razão entre a vazão mássica de gás e a vazão mássica total.

WG WG
x= =
WG + WL W
Concentração Mássica, c,

❖ É a razão entre a massa de uma fase e a massa total em um dado


volume. As concentrações mássicas do líquido e do gás são,
respectivamente,
H L L
=
(1− H )
cL =
L G
cG
M M
Variáveis de Escoamento Bifásico

Propriedades Médias de Fluidos

❖ A densidade e a viscosidade média são dadas por:

M = H LL + G (1 − H L )

M = H LL + G (1 − H L )
Variáveis de Escoamento Bifásico
❖Quando a fase líquida contém óleo e água, a densidade, a
viscosidade e tensão superficial da fase líquida são médias em base
da fração da vazão volumétrica da água, assumindo a condição de
não-escorregamento entre a água e óleo.

L = W f WC + o (1 − f wc )

L =  W f WC + o (1 − f wc )

LG = WG f WC + OG (1 − f wc )


qW
f WC fração volumétrica da água. f WC =
q W + qO
Fenômenos Fundamentais do
Escoamento Bifásico
❖ A hidrodinâmica do escoamento monofásico em tubulações é
bem entendida.

❖ A queda de pressão vs. o comportamento da vazão de escoamento


e os processos de transferência de calor do escoamento monofásico
em tubulações pode ser determinada de maneira direta.
Fenômenos Fundamentais do
Escoamento Bifásico
❖ A partir da Equação da continuidade (Escoamento monofásico).
W
W = vA p v=
A p
❖ Uma vez que a velocidade é determinada, pode-se calcular a
queda de pressão,
32Lv
P = 2
+ gLsen
D
Fenômenos Fundamentais do
Escoamento Bifásico
❖ Considere um escoamento monofásico cujas variáveis conhecidas
são:
• Vazão mássica;
• Diâmetro da tubulação;
• Ângulo da inclinação;
• Propriedades do fluido.
Fenômenos Fundamentais do Escoamento
Bifásico
❖ Um dado conjunto típico de condições inclui:

▪ Vazão mássica ou volumétrica da fase;


▪ Propriedades físicas;
▪ Diâmetro da tubulação;
▪ Ângulo da inclinação.

❖ Essas informações são suficientes para descrever o escoamento


monofásico

❖ O escoamento bifásico complica consideravelmente os


processos de transporte.

❖ O escoamento bifásico requer informações adicionais.


Fenômenos Fundamentais do
Escoamento Bifásico
❖ Análise similar pode ser realizada para o escoamento bifásico.

❖ Os parâmetros de entrada são:


▪ Vazão mássica do gás;
▪ Vazão mássica do líquido;
▪ Diâmetro do tubo;
▪ Ângulo de inclinação;
▪ Propriedades das fases.
Fenômenos Fundamentais do
Escoamento Bifásico
Equação da Continuidade

WL = L v L A L WG = G v G A G

Em termos de holdup de líquido, resulta em:

WL = L v L A p H L WG = G vG A p (1 − H L )

Tem-se três variáveis desconhecidas: v L vG HL


Tem-se duas equações:

❖ Informações adicionais são requeridas para resolver as


equações.
Fenômenos Fundamentais do
Escoamento Bifásico
❖ Simplificações:
vL = vG
As equações podem ser resolvidas para holdup de líquido.
Holdup e Escorregamento
❖ A condição de não escorregamento, na qual as fases líquida e
gasosa escoam na mesma velocidade ( vG = v L ) .

não escorregamento
vG = vL
HL = L Prova!
vSG vSL
vslip = 0 = vG − v L = −
1 − HL HL
❖ Resolvendo para o holdup de líquido, HL.
vSL
HL = = L
vSL + vSG
Holdup e Escorregamento
• Escoamento homogênio;
• Escoamento de bolhas dispersas.

❖ Usualmente, o gás e o líquido viajam em diferentes velocidades,


e o escorregamento ocorre entre duas fases.

• A fase gás viaja a maior velocidade que a fase líquida por causa do
empuxo e forças de atrito mais baixas.
• Se a fase gasosa move-se mais rápido que a fase líquida, área da
seção transversal disponível para a fase gasosa é reduzida.
Holdup e Escorregamento

Escorregamento
vG  vL
HL  L

Bolhas
Holdup e Escorregamento
❖ Escoamento descendente
vL  vG
Efeito gravitacional

Escorregamento
vG  vL
HL  L

Bolhas
Definições e Classificação do Padrão de
Escoamento
➢ Qual é a diferença fundamental entre o escoamento monofásico e o
bifásico?
A existência de padrão de escoamento.
➢ Padrão de escoamento

Geometria configuracional das fases líquida e gás na tubulação.

➢ A existência de padrão de escoamento depende de várias variáveis


a seguir:

• Operacionais: Taxas de escoamento de líquido e de gás;


• Geométricos: Diâmetro de tubo e ângulo de inclinação;
• Propriedades físicas das duas fases (densidade, viscosidade
e tensão superficial)
Definições e Classificação do Padrão de
Escoamento
A determinação de padrão de escoamento é um problema central no
escoamento bifásico.

❖Todas as variáveis de projeto dependem do padrão de escoamento.


▪ Gradiente de pressão;
▪ Holdup de líquido;

❖ Existia uma dificuldade sobre definições e classificação de


padrão de escoamento.
Definições e Classificação do Padrão de
Escoamento

❖ Definição de um Conjunto de padrões de escoamento (Shoham,


1982).

❖ As definições são baseadas em dados experimentais sobre um


amplo intervalo de ângulos de inclinação

▪ Escoamento Horizontal;
▪ Escoamento Inclinado ascendente e descendente;
▪ Escoamento Vertical ascendente e descendente;
Escoamento Horizontal
➢ Escoamento Estratificado
▪ Suave;
▪ Ondulado.

➢ Escoamento Intermitente
▪ Pistonado (Slug Flow) ou Golfadas;
▪ Bolhas alongadas (Elongated buble flow).

➢ Escoamento Anular

➢ Escoamento Bolhas Dispersas


Escoamento Horizontal
Escoamento Estratificado
❖ As fases fluem separadas pelo efeito da gravidade, a fase líquida
escoa na parte inferior da tubulação e fase gasosa escoa na parte
superior.
❖ Este padrão está associado a baixas velocidades de ambas as
fases.
▪ Escoamento Suave
❖ A interface gás-líquido é suave.
Escoamento Horizontal

Escoamento Estratificado
▪ Escoamento Ondulado
❖ A interface gás-líquido é irregular, apresentando ondulações.

À medida que a velocidade do gás aumenta no escoamento


estratificado liso, o cisalhamento interfacial força o movimento
ondulado do líquido.
Escoamento Horizontal
Escoamento Intermitente
❖ É caracterizado por um escoamento alternado de líquido e gás. À
medida que a velocidade do gás e líquido aumenta ainda mais, o
nível do líquido estratificado se torna-se progressivamente mais
ondulado até que finalmente toda seção transversal do tubo é
bloqueada por uma onda.

Slugs
❖ A principal diferença entre o escoamento de bolhas alongadas e o
tipo slug é que no escoamento de bolhas alongadas não há bolhas de
gás aprisionadas nas golfadas do líquido.

Uma camada líquida estratificada escoa ao


longo do fundo da tubulação.
Bolhas Alongadas
Escoamento Horizontal
Escoamento Anular
❖ Ocorre a elevadas vazões da fase gasosa.
❖ O gás escoa no centro da tubulação em alta velocidade,
carreando líquido atomizado.
❖ Durante o escoamento anular, a fase líquida escoa na superfície
interna da tubulação, formando um filme com bolhas dispersas
Escoamento Horizontal
Escoamento Bolhas-Dipersas

❖ Ocorre a elevadas vazões de líquido para ampla gama de vazão


de gás.
❖ A fase líquida é a fase contínua, nas qual a fase gasosa é
dispersada em bolhas discretas.
❖ A maioria das bolhas estão localizadas na parte superior da
tubulação.
Escoamento Vertical
❖ O escoamento estratificado desaparece e um novo padrão de
escoamento chamado Escoamento caótico (Churn Flow) pode ser
observado.
❖ Esses regimes de escoamento tendem a ser um pouco mais
simples do que aqueles no escoamento horizontal.
❖ Isso vem da simetria no escoamento induzido pela força
gravitacional agindo paralelamente a ele.

❖ Os padrões de escoamento são:

▪ Bolhas (Bubble Flow);


▪ Golfadas (Slug Flow);
▪ Caótico (Churn Flow);
▪ Anular (Annular flow);
▪ Dispersa-Bolha.
Escoamento Vertical
Bolhas (Buble Flow);
❖ A fase gasosa se encontra dispersa em forma de pequenas bolhas
que se movem para cima em ziguezague na fase líquida contínua.
❖ A distribuição de bolha é aproximadamente homogênea através
da área da seção transversal da tubulação.

❖ Velocidades elevadas do líquido e uma vasta


gama de velocidade do gás;

❖ Ocorre escorregamento entre a fase líquida e gás,


resultando em elevado holdup de líquido.
Escoamento Vertical
O escoamento bolha é subdividido nos escoamentos borbulhante
(slip, coalescência, bolhas maiores) e disperso (no-slip).

Golfadas (Slug Flow)

❖ O regime de golfadas, em escoamento vertical, é normalmente


simétrico em relação à linha de centro da tubulação.
❖ Grande parte da fase gasosa está localizada em uma grande
bolha em forma de projétil, chamada de bolha de Taylor.
Escoamento Vertical
❖ O escoamento consiste de sucessivas bolhas de Taylor e slugs de
líquido.
Escoamento Vertical
Transitório (Churn Flow)
❖ O escoamento caótico é um tanto similar ao de golfadas. É,
entretanto, muito mais caótico e desordenado.

❖A quebra das bolhas do escoamento em golfadas


conduz a um padrão instável e desordenado, onde existe
um movimento oscilatório de líquido para cima e para
baixo na tubulação.

❖As bolhas de Taylor em forma de projéteis são


distorcidas.
Escoamento Vertical
Anular (Annular Flow)

❖ Este escoamento é caracterizado por uma fase de gás em elevada


velocidade escoando ao longo do núcleo da tubulação.

❖ Um filme de líquido move-se lentamente próximo a parede da


tubulação.
Escoamento Vertical
Disperso-bolhas
❖ Para elevadas vazões de líquido, pequenas bolhas de gás são
dispersas ao longo da fase contínua líquida.

❖ O escoamento é considerado homogêneo

VIDEO 1

VIDEO 2
Escoamento Inclinado para Baixo
❖ Em poços produtores de óleo, diferentes padrões de escoamento
normalmente existem em diferentes profundidades.

(Hasan e Kabir, 1988)


Predição do Escoamento Padrão
1. Predizer os padrões de escoamento.

2. Um modelo separado para cada padrão de escoamento é


desenvolvido;

3. Tal modelo pode predizer o gradiente de pressão, holdup de


líquido e os coeficientes de transferência de calor de cada fase;

❖ A determinação dos padrões de escoamento foi realizada através


de observações visuais (empíricas).

❖ Os dados foram mapeados em um gráfico bidimensional e as


fronteiras de transição entre os diferentes padrões de escoamento
foram mapeadas. Tal mapa é chamado de mapa de padrão de
escoamento.
Predição do Escoamento Padrão

❖ Na maioria dos casos, as coordenadas foram escolhidas


arbitrariamente, sem significado físico.

❖ Vários sistemas de coordenadas tem sido utilizados para


construir os mapas de padrões de escoamento.
▪ Coordenadas Dimensionais;
▪ Coordenadas Adimensionais.
Predição do Padrão de Escoamento

Mapa de escoamento padrão para tubulação horizontal


(Mandhane et al., 1974).
Predição do Padrão de Escoamento
❖ Vários autores tentaram estender a validade de seus mapas de
padrão de escoamento, escolhendo coordenadas adimensionais ou
fatores de correção para propriedades dos fluidos.
❖ Por exemplo, mapa proposto por Govier e Aziz (1979)
Predição do Padrão de Escoamento
❖ Griffit e Wallis (1961) mostraram que a transição de escoamento
slug para anular é governada pelo grupo adimensional vSG v M e
v2M gd . (Para fluxo vertical)
Predição do Padrão de Escoamento
❖ Mapa de padrão de escoamento proposto por Barker (1954)
• Uso de coordenadas dimensionais e adimensionais:
G L Fluxo mássico da fase líquida.
G G Fluxo mássico da fase gasosa.
Fatores de correção para propriedades de fluidos.

 = ( G 0,075)( L 62,3)


12

 = 73  (  L L )( L 62,3) 
2 13

• Bastante utilizado na indústria de petróleo.


Predição do Padrão de Escoamento

Mapa de padrão de escoamento para tubulação horizontal


(Barker, 1954). (Fluxo de líquido/gás)

Próxima aula
Dependência do Gradiente de Pressão com o
Padrão de Escoamento

❖ As variáveis de projeto, incluindo o gradiente de pressão, são


fortemente dependentes do padrão de escoamento.

❖ No escoamento horizontal, o gradiente de pressão aumenta


com o aumento da velocidade superficial do líquido ou do gás e
com o aumento de ambas.
Escoamento horizontal

Bolhas
dispersas
▪ Diâmetro de tubo igual a
2,54 cm com mistura água-ar.

▪Assim, para o fluxo


horizontal, aumentando tanto
vsl = cst o fluxo de gás ou fluxo de
< vsg
líquido resulta em um
Gradiente de
pressão aumento do gradiente de
(aumenta) pressão total.
Gradiente de
pressão dP  dP   dP   dP 
(aumenta) - =-   -   -  
vsg= cst
dL  dL F  dL ele  dL A
< vsl
Escoamento Vertical

dP  dP   dP   dP 
- =-   -   -  
▪ Diâmetro de tubo igual a 2,54 cm com mistura água-ar. dL  dL F  dL ele  dL A
▪ Para baixa velocidade superficiais de gás e líquidos, o padrão do fluxo é o fluxo de bolha,
que está associada com um gradiente de pressão elevado, devido ao elevado Holdup de
líquido que ocorre no fluxo de bolha.
▪ Para este caso, o gradiente de pressão de atrito é baixo por causa das baixas velocidades que
ocorrem no fluxo de bolha, e o gradiente de pressão gravitacional é o principal contribuinte
para o gradiente de pressão total.
dP  dP   dP   dP 
- =-   -   -  
dL  dL F  dL ele  dL A

▪ Mantendo a velocidade superficial de líquido relativamente baixa, mediante o aumento da


velocidade superficial do gás, o fluxo torna-se um padrão de escoamento intermitente (Slug
ou Churn), que exibe um gradiente de pressão menor.

▪ Com o aumento da taxa de fluxo de gás, e a redução do holdup líquido, resulta num
gradiente de pressão gravitacional menor, e as velocidades encontradas em fluxo intermitente
não são suficientemente elevadas para causar um gradiente de pressão por atrito elevado.
logo, o gradiente de pressão total diminui, exibindo um mínimo para este padrão de
escoamento.
dP  dP   dP   dP 
- =-   -   -  
dL  dL F  dL ele  dL A

▪ Para velocidades superficial de gás muito alta, ocorre uma transição para o fluxo anular, em
que o gradiente de pressão por atrito é muito elevado, resultando num gradiente de pressão
total elevado.
▪ Devido ao baixo holdup líquido, o gradiente de pressão gravitacional é muito baixa.
▪ Para velocidades superficiais de líquidos elevadas, onde o padrão de fluxo é o de bolha
dispersa (além de 5 pés/s), o gradiente de pressão total é muito elevado. Esta é uma
consequência de elevado holdup de líquido que causa elevado gradiente de pressão
gravitacional e um elevado gradiente de pressão de fricção.
O gradiente de pressão gravitacional diminui à medida que a velocidade superficial do gás
aumenta, devido à menor holdup líquido no sistema.
O aumento da velocidade superficial do gás aumenta o gradiente de pressão por fricção.
Assim, o gradiente de pressão total, que é a soma dos componentes de gradiente de pressão
gravitacionais e de fricção, exibe uma valor mínimo, que ocorre geralmente sob condições
de fluxo Slug.
Isto explica por que é preferido o fluxo intermitente na produção de petróleo e gás nos poços
verticais, especialmente quando a injeção artificial de gás é usada (gás lift).

Comportamento do gradiente de pressão total para o fluxo vertical. (Fluxo de


líquido/gás)
Cálculo do Gradiente de Pressão

❖ Considere um segmento de diâmetro d e de comprimento dL


inclinado num ângulo ( ).
❖ As condições de entrada são:
▪ Vazão mássica;
▪ Propriedades do fluido;
▪ Pressão na seção 1.
❖ Determinar a pressão na seção 2.
 dP 
P2 = P1 −  −  dL = P1 − ( −dP )
 dL 
Onde:
dP
− Gradiente de pressão.
dL
−dP Queda de pressão.
Cálculo do Gradiente de Pressão
Cálculo do Gradiente de Pressão

dP P −P
− =− 2 1
dL dL

❖ O gradiente total de pressão é constituído por:

• Contribuição de atrito;
• Contribuição Gravitacional;
• Contribuição cinética (aceleração).

dP  dP   dP   dP 
− = −  −   −  
dL  dL F  dL ele  dL A

❖ Para o escoamento monofásico, as três componentes do


gradiente de pressão pode ser determinado a partir das leis de
conservação de massa e momento.
Cálculo do Gradiente de Pressão

dP 2 dv
− = f Fv 2 + gsen + v
dL d dL
W
Ou v=
dP f Mv 2 dv A p
− = + gsen + v
dL 2d dL
Propriedades da água:
Onde: f F Fator de atrito de Fanning. Dens: 997 (kg/m3)
Vis: 8,9x10-4 (kg/m.s)
f M Fator de atrito de Moody.
Propriedades do ar:
f M = 4f F Dens: 1,185 (kg/m3)
Vis: 1,8x10-5 (kg/m.s)

  
1

4  10  6 3

f M = 0,055 1 +  2x10 +   vD


Re =
  d Re   
Cálculo do Gradiente de Pressão
❖ Para escoamento multifásico, o gradiente total de pressão não
pode ser determinado de forma direta como no escoamento
monofásico,

Por que?
dP 2 dv TP
− = f TP ( F)TP vTP + TP gsen + TP vTP
2

dL d dL
❖ Deve-se determinar os parâmetros de escoamento bifásico tais
como:
• Fator de atrito;
• Velocidade;
• Densidade.
❖ Essas variáveis de escoamento bifásico são obtidas através de
correlações empíricas.
Exercícios
1- O óleo e o gás natural escoam em uma tubulação horizontal de
diâmetro igual a 5,1 cm. As vazões volumétricas do óleo e do gás
natural são 0,025 m3/min e 0,25 m3/min, respectivamente. O holdup
de líquido correspondente é igual a 0,35. Determine:

1. As velocidades superficiais do liquido e do gás, a velocidade da


mistura e o holdup de não escorregamento.
2. As velocidade atuais de ambas as fases.
3. A velocidade de escorregamento entre as fases líquida e gás.
Exercícios
2- Um escoamento ascendente ocorre numa tubulação vertical de
raio igual a 2,55 cm. A velocidade de mistura vm é igual a 0,6 m/s; a
velocidade drift do gás é igual a 0,1 m/s; e a velocidade slip é igual a
0,15 m/s. Determine o holdup de líquido, HL, as velocidades reais vG
e vL,
Problemas
3 - Prove que: vG 1 −  L H L
=
vL L 1 − HL
4- Um escoamento ascendente ocorre numa tubulação vertical de
diâmetro igual a 5,1 cm. A velocidade de mistura vM igual a 0,5 m/s;
a velocidade drift vDG igual a 0,2 m/s; e velocidade slip, vslip igual a
0,25 m/s. Determine o holdup de líquido, HL e a velocidade VG e VL

5- O óleo e o gás natural escoam em uma tubulação horizontal de


diâmetro igual a 5,1 cm. A vazão mássica total é W = 1,515 kg/s. Em
uma posição da tubulação, a qualidade é x = 0,0099 e a densidade do
óleo e do gás são 850 kg/m3 e 1,5 kg/m3, respectivamente. Determine
o holdup de líquido. Assume que o escorregamento entre as fases é
constante, vslip = 3,6 m/s.
6- Determine o holdup de líquido, HL, para os seguintes dados:
G vG
x = 0,005 = 0,001 = 2,0
L vL
Modelosde
Modelos deCaixa
CaixaPreta
Preta(Black
(BlackBox)
Box)

❖ Soluções Rigorosas para descrever o escoamento bifásico são


complexas.

▪ Devido ao grande número de variáveis associadas ao


escoamento bifásico.

▪ A natureza complexa do escoamento (padrões de escoamento).

❖ Os primeiros modelos desenvolvidos, foram independentes do


padrão de escoamento. Tais modelos são denominados de modelos
de caixa preta (Black Box)
Modelos de Caixa Preta (Black Box)

❖ Os modelos de caixa preta ignoram a configuração complexa do


escoamento bifásico e trata o escoamento com ferramentas
desenvolvidas para escoamento monofásico.

❖ Três desses modelos serão apresentados a seguir e são tais:.

1. Homogêneo de não escorregamento;


2. Separado;
3. Análise de similaridade;
Homogêneo não-Escorregamento

❖ As duas fases são consideradas como um pseudo-fluido


monofásico.

▪ Velocidade média da mistura.


▪ Propriedades médias de fluido.

❖ As propriedades médias de mistura do fluido são determinadas a


partir das propriedades monofásicas do líquido e do gás, assumindo a
condição de não escorregamento.

❖ Para o desenvolvimento do modelo, assumem-se as seguintes


considerações:

▪ Escoamento unidirecional e estacionário;


Homogêneo não-Escorregamento

▪ As duas fases estão bem misturadas e estão em equilíbrio;


- Ambas as fases estão presentes em qualquer ponto do
campo de escoamento;
- Os valores da velocidade e da temperatura da mistura, na
fase gasosa e da fase líquida são idênticos.

▪ Não ocorre escorregamento entre as fases;

L = HL
▪ Ambas as fases são compressíveis (  é o volume específico);

G = G ( P ) L = L ( P )
Homogêneo
Homogêneo não-Escorregamento
não-Escorregamento

▪ A área da seção transversal da tubulação Ap é variável na


direção axial; A P = A p ( L )

▪ Ocorre transferência de massa entre as fases e a qualidade


ou título varia ao longo da tubulação, x = x(L);

WG WG
x= =
WG + WL W
Homogêneo não-Escorregamento

Equações de Conservação.
▪ Conservação de massa;
▪ Conservação de momento;
▪ Conservação de energia.
Homogêneo
Homogêneo não-Escorregamento
não-Escorregamento
Conservação de massa

❖ A equação da continuidade da mistura é dada por:

W = m v m A P = const (1)
Onde:
W é a vazão mássica total.

 m densidade média da mistura.

v m velocidade média da mistura.


Homogêneo não-Escorregamento
Conservação de momento

❖ O balanço de momento no VC resulta em:


dv m dP
W = −A p − SP w − A Pm gsen (2)
dL dL
Onde:

A p área da seção transversal


L direção axial.

P pressão.

 ângulo de inclinação em relação a horizontal.

Sp perímetro da tubulação.
Homogêneo não-Escorregamento

Dividindo por Ap e resolvendo para o gradiente de pressão, chega-se


em:
dP SP w W dv m
− = + m gsen +
dL A P A P dL

dP dP  dP  dP 
− =−  −  −  (3)
dL dL F dL G dL A

❖ O gradiente total de pressão é a soma das contribuições de atrito,


de gravidade e de aceleração.
Homogêneo não-Escorregamento
Propriedades médias de mistura.
❖ O modelo homogêneo de não-escorregamento requer as seguintes
informações:

▪ Velocidade média;
▪ Propriedades médias
✓ Densidade;
✓ Viscosidade.

❖ A velocidade média de mistura é a volumétrica total dividida pela


área da seção transversal da tubulação.
qL + qG (5)
vm = = vSL + vSG
Ap
Homogêneo não-Escorregamento

❖ A densidade de mistura pode ser escrita em termo do holdup de


líquido de não-escorregamento.

m = L L + G (1 −  L ) (6)
Onde:
qL vSL
L = =
q L + q G vSL + vSG

❖ A densidade de mistura pode ser escrita em termos de fração


mássica (qualidade ou título).
1 x 1− x
= + (7)
 m G L
Homogêneo não-Escorregamento

❖ A densidade pode ser escrita em termos de fração mássica


(qualidade).
1
( )
= x + 1 − x  = x +  (8)
m
G L GL L

Onde:
GL = G − L
❖ A relação entre holdup de líquido e a qualidade pode ser obtida
como:

WG G vG A p (1 − H L )
x= = (9)
WL + WG L v L A p H L + G vG A p (1 − H L )
Homogêneo não-Escorregamento
❖ Para a condição de não escorregamento,

vG = vL HL = L

G (1 −  L )
x= (10)
m
❖ A determinação da viscosidade de mistura bifásica:

m =  L H L + G (1 − H L ) (11)

m =  NS = L L + G (1 −  L ) (12)
Gradiente de Pressão
Contribuição de Atrito

dP  SP w 4W
−  = = (14)
dL  F A P d
❖Pode-se relacionar a tensão de cisalhamento com o fator de
fanning, como:
1
W = f F NS v m2 (15)
2
❖Substituindo a Eq. (15) na Eq. (14), resulta em:
Fluxo mássico
dP  2 2 G 2

−  = f F NS v m = f F
2
(16)
dL F d d  NS
Gradiente de Pressão
Onde:
G =  NS v m Fluxo mássico total de mistura (kg/m2s)

❖ A densidade de mistura pode ser determinada a partir da Eq.6


ou 7.

❖ O fator de atrito é baseado no número de Reynolds de mistura


NS vm d
Rem = Re NS = (17)
 NS
Para tubos rugosos, ff = ff (Re, e/d), e pode ser determinada a partir
do gráfico Moody. Para tubos lisos, ff = ff (Re). A equação Blasius
pode ser usado: n = 1 (escoamento laminar)
ff = C(Re)− n C = 16 (fanning)
C = 64 (Moody)
Gradiente de Pressão

Contribuição Gravitacional

dP 
−  = m gsen =  NSgsen (18)
dL G

Contribuição de aceleração W = m v m A P = const


❖ A determinação desta contribuição é mais complicada.

dP  W dv m d  W 
−  = =G  
dL A A P dL dL  A P NS 
Gradiente de Pressão

dP  d  1  G 2
1 dA p
−  =G 2
 − (19)
dL A dL   NS   NS A P dL

❖ A derivada d  1  pode ser obtida através da diferenciação da


 
dL   NS 
Eq.8 em termos dos volumes específicos das duas fases, resultando:

d  1  d
 = 
 xG + (1 − x ) L 
 =
dL   NS  dL
dx dG dL (20)
= GL +x + (1 − x )
dL dL dL
Mudança de fase Fluido compressível
Gradiente de Pressão

❖ Ambas as fases são tratadas como fluidos compressíveis:

G = G ( P ) L = L ( P )
❖ A Eq.20 pode ser escrita em termos da pressão como:

d  1  dx dP  dG d L 
  = GL +  x + (1 − x )
dP 
(21)
dL   NS  dL dL  dP

❖ Substituindo a Eq. (21) na Eq. (19), resulta-se em:


Gradiente de Pressão

dP  2  dx dP  dG d L  
−  = G GL +  x + (1 − x )  
dL  A  dL dL  dP dP  
G 2 1 dA p
− (22)
 NS A P dL

❖ Combinado todas as contribuições, chega-se ao gradiente total


de pressão.
Gradiente de Pressão

dP 2
− = f F NS v 2m +  NSgsen +
dL d (23)

 dx dP  d  d L 
 G 2
1 dA p
+G GL
2
+  x G
+ (1 − x )  −
 dL dL  dP dP    NS A P dL
❖ Resolvendo para o gradiente total de pressão, tem-se:
Mudança
Efeito de fricção Efeito da Variação de Área
de fase
gravidade
2 dx G 1 dA p 2

f FNS v m +  NSgsen + G GL


2 2

dP d dL NS A P dL
− =
2  dG dL 
+ (1 − x )
dL
1 + G x  (24)
Efeito de compressibilidade
 dP dP 
Gradiente de Pressão
❖ Casos Especiais:

1. Área da seção transversal constante


dA p
A p = const =0
dL
2. Sem mudança de fase
dx
x = const =0
dL
3. líquido incompressível
d L
VL = const =0
dL
7- Óleo e gás natural ( RG = 0,7) escoam através de uma tubulação
inclinada (Di = 5,1 cm) a 10° para baixo a partir da horizontal. As
vazões mássicas são WL = 1,5 kg/s e WG = 0,015 kg/s. Em uma
dada localização na tubulação, a temperatura é de 40 ºC e as
propriedades físicas dos fluidos são:
L = 850 kg m3 L = 2,0x10−3 kg m.s
G = 1,5 kg m3 G = 0,02x10−3 kg m.s

Use o modelo homogêneo de não escorregamento, determine o


gradiente de pressão de atrito, de gravidade, de aceleração, gradiente
de pressão total.
Modelo Separado
❖ Este modelo é limitado para calcular a queda de pressão devido
ao atrito em tubulações horizontais.

❖ As fases líquida e gás escoam separadamente.

❖ Métodos de escoamento monofásico baseado no conceito de


diâmetro hidráulico são aplicados em cada fase.
Modelo Separado
❖ O gradiente de pressão de atrito na fase líquida pode ser escrita
em termos do fator de atrito de Fanning monofásico usando o
conceito de diâmetro hidráulico, como:

dP  2
−  = f LL v L
2
(26)
dL  L d L
Similarmente, para a fase gasosa,

dP  2
−  = f G G v G
2 (27)
dL G d G
Modelo
Modelo Separado
Separado
✓ A soma das áreas da seção transversal do líquido e do gás é igual
a área total da seção transversal da tubulação.

AP = AL + AG (28)

✓ A área da seção transversal de cada fase pode ser relacionada


com o seu diâmetro hidráulico como:
 2
AL = a  dL  (29)
4 
 2 
AG = b  dG  (30)
4 
Os parâmetros a e b são a razão entre a área da secção transversal real de fluxo
de cada fase pela área de um círculo com base no diâmetro hidráulico da fase.
Modelo Separado
❖ As Eqs. (29) e (30) podem ser utilizadas para determinar vL e vG,
as respectivas velocidades de líquido e de gás.

WL qL qL
vL = = =
A LL A L  2 (31)
a  dL 
4 

WG qG qG
vG = = =
A G G A G  2  (32)
b  dG 
4 
Modelo Separado
❖ Os fatores de atrito fL e fG podem ser escritos em termos da
equação de Blasius como:
−n
  
 q L   L d L 
f L = C L ( Re L )
−n
= C L 
 2  L 
(33)
 a d L  
 4  
−m
  
 q G  G d G 
f G = CG ( Re G )
−m
= C G   
 2 
(34)
 b d G  G 
 4  
- Para tubos lisos com 4000<=Re<=105 n e m são iguais a 0,2
(escoamento turbulento).
Modelo Separado
Substituindo as Eqs.(31) e (33) na Eq. (26), resulta em:
−n
 
2
  
dP  2  q L   L d L   qL 
−  = C L    L  

dL  L d L  a d 2   L   (35)
 a dL 
2

 4    4 
L

Similarmente para gás,


−m
 
2
  
dP  2  q G  G d G   qG 
−  = C G    G    (36)

dL G d G  b d G2  G   b d G2 
 4    4 
Modelo Separado
vSL
Rearranjando as Eqs. (35) e (36), resulta em:
 
−n
 
2
 

dP   2  q L  L d  
 q L   n −2  d 
5− n

−  =  C L    L    a  
dL L  d   d 2   L   2
 d   dL 
  4    4  
fL (37)

 
−m
 
2
 
dP   2  q G  G d   q G   m−2  d 
5− m

−  =  C G    G    b  
dL G  d   d 2   G   2
 d   dG 
  4    4   (38)
Modelo Separado
❖ O termo entre chaves é chamado de gradiente de pressão
superficial e é designado como:
dP  dP 
−  − 
dL SL dL SG
❖ Podemos escrever a Eq.37 em termos do gradiente de pressão
superficial do líquido. Então,
5− n
dP  dP  n −2  d 
−  =−  a   (39)
dL L dL SL  dL 
Similarmente, para a fase gás, tem-se:
5− m
dP  dP  m−2  d 
−  =−  b   (40)
dL G dL SG  dG 
Modelo Separado

❖ Define-se um grupo adimensional de pressão da fase líquida,  , a


L
Eq.(39) pode ser escrita como:

dP 
−  ( 5− n ) 2
dL L ( n −2) 2  d 
L = =a   (41)
dP   dL 
− 
dL SL
Modelo Separado
Modelo Separado

dP 
−  ( 5− m ) 2
dL G ( m−2 ) 2  d 
G = =b   (42)
dP   dG 
− 
dL SG

A divisão de G por L resulta em:


dP  dP 
−  − 
G dL G dL SG
= (43)
L dP  dP 
−  − 
dL L dL SL
Modelo Separado

❖ Assume-se que os gradientes de pressão das fases líquida e gás


são iguais durante o estado estacionário, assim:

dP  dP 
−  =−  (44)
dL G dL L

❖ Assim, a Eq. (43), torna-se:

dP 
− 
G dL SL
= =X (45)
L dP 
− 
dL SG Parâmetro de Lockhart e Martinelli
Modelo Separado

❖O parâmetro X depende das vazões das fases e das propriedades


dos fluidos e são determinados a partir de dados de entrada

−n

dP  4CL  L vSL d  L vSL


2

−   
dL SL d  L  2 (46)
X2 = = −m
dP  4C   v d   v 2
− 
 
G G SG G SG
dL SG d  G  2
Modelo Separado

❖ Dividindo a Eq.(42) pela Eq.(41) e usando a definição de X,


resulta em:
( 5− m ) 2
 d 
( m−2) 2
b  
G  dG 
=X= ( 5− n ) 2 (47)
L ( m−2) 2  d 
a  
 dL 
Holdup de Líquido?

 2  2  2
AP = AL + AG a dL + b dG = d (48)
4 4 4
Modelo Separado

❖ Dividindo ambos os lados da equação por  d 2 , tem-se:


4
2 2
 dL   dG 
a   + b  =1 (49)
d  d 

❖ O holdup de líquido pode ser determinada de forma direta

2 2
 dL   dG 
HL = a   = 1 − b   (50)
d  d 
Modelo Separado
❖ O modelo consiste de duas equações (Eqs. (47) e (50) ), mas tem-
se quatro incógnitas:

a, b,d L d e d G d

❖ Postula-se que as quatro incógnitas dependem apenas de X de


Lockhart e Martinelli.

❖ Os parâmetros de pressão adimensional e holdup de líquido


dependem somente do parâmetro X

G
2 2
 dL   dG  =X
HL = a   = 1 − b  
d  d  L
Modelo Separado
❖ Para um dado conjunto de condições do escoamento:

1. Calcula-se o parâmetro de Lockhart e Martinelli a partir da


Eq.46 −n

dP  4CL  L vSL d  L vSL


2

−   
dL SL d  L  2
X2 = = −m
dP  4C   v d   v 2
− 
 
G G SG G SG
dL SG d  G  2
2. Determina-se o regime do escoamento, laminar ou turbulento.
Isto é baseado na velocidade superficial e no número de
Reynolds superficial.

3. O holdup de líquido pode ser lido diretamente da Figura com o


valor calculado de X
Modelo Separado
Modelo
Modelo Separado
Separado
4. Para determinar a queda de pressão, lê-se o correspondente
valor de G ou L.

5. O gradiente de pressão de atrito pode ser calculado a partir das


Eq.41 ou a Eq. 42.

dP  2  dP  dP  2  dP 
−  = L  −  e −  = G  −  (51)
dL L( F)  dL SL dL G( F)  dL SG
Modelo Separado
❖ Chisholm (1967) obteve uma correlação para L e HL,

C 1
L = 1 + + 2
2
(52)
X X

HL = 1 − (1 + X )
0,8 −0,378 (53)

C é uma constante
Re  2300 escoamento laminar

2300  Re  4000 escoamento de transição

Re  4000 escoamento turbulento


8- Óleo e gás natural escoam através de uma tubulação horizontal (Di
= 5,1 cm). As vazões mássicas são WL = 1,5 kg/s e WG = 0,015
kg/s. Em uma dada localização na tubulação, a temperatura é de 25
ºC e as propriedades físicas dos fluidos são:

L = 850 kg m3 L = 2,0x10−3 kg m.s

G = 1,5 kg m 3 G = 0,02x10−3 kg m.s

Use o modelo separado, determine o gradiente de pressão de atrito e


o holdup de líquido. Estime o gradiente de pressão de acelaração.
Escoamento em Tubulações

❖ Engenheiros se deparam muitas vezes com o problema de tirar


conclusões a partir de experimentos, comportamento em um
modelo de pequena escala em laboratório, antes de projetar um
protótipo em escala real.

Exemplo:
Isso só é possível se
existe semelhança entre
o modelo e o protótipo.

❖ As condições que garantam semelhança são divididos em três


categorias: Semelhança geométrica, similaridade cinemática e
similaridade dinâmica.
✓ Semelhança geométrica implica que o modelo e o protótipo são
geometricamente semelhante. Isto significa que todos os comprimentos do
modelo que são dimensionadas em relação a um comprimento característico do
modelo.

✓ Semelhança cinemática implica que todas as velocidades dimensionados com


referência a uma velocidade característica (tais como a velocidade média) são
iguais no modelo e no protótipo, assegurando perfis de velocidade semelhantes.

✓ Semelhança dinâmica implica que as proporções entre as diferentes forças no


modelo são a mesma que a razão das respectivas forças no protótipo.

(Estas forças são as forças viscosas, de pressão e de inércia)

Similaridade dinâmica é a categoria mais restritiva, uma vez que implica tanto
semelhanças geométricas e cinemáticas.

Deste modo, se o modelo e o protótipo são dinamicamente semelhante, as


medições obtidas com um modelo de pequena escala no laboratório pode estar
relacionada com o protótipo de escala completa.
Por exemplo: Para o fluxo de fase única de um tubo liso, existe
similaridade quando o número de Euler, Eu, (razão entre a pressão e
forças inerciais) e o número de Reynolds, Re, (razão de forças
inerciais e forças viscosas) são as mesmas no modelo e protótipo.

Como é assegurada semelhança, os resultados obtidos a partir do


modelo de pequena escala pode ser aplicado para predizer o
comportamento protótipo de escala completa.

Em outras palavras: uma solução desenvolvida na base do modelo


podem ser extrapoladas para além das condições sob as quais os
dados foram tomados. Na verdade, se a análise de similaridade é
levada a cabo com sucesso, resulta em uma solução universal que
pode ser aplicado a todos os sistemas similares.
Escoamento em Tubulações

❖ Dukler et al. (1964) considerou a formulação de viscosidade e pressão com


forças inerciais para o fluxo de duas fases, e analisou a semelhança dinâmica,
desenvolvendo as razões destas forças. A razão entre as forças de inércia e forças
viscosas no modelo e no protótipo é dada por:

Forças Inerciais

 v L vG   v L v G 
 L H L v L +  G av G   L H L v L +  G av G 
 L L  = L L 
 H  2
v  2
vG   H  2
v  2
vG 
 L L 2 + G a 2   L L 2 + G a 2
L L

 M  P
(54)
Forças viscosas
Escoamento em Tubulações
E a razão entre a pressão e as forças de inércia é:

 P  Pressão  P  
     
L  F L  F
  =  (55)
  H v v L +  av v G    H v v L +  av v G 
 L L L L G G
   L L L L G G
L 
 L M  P
Forças inerciais
Em seguida, as variáveis de fluxo são adimensionalizadas, tal como mostrado na
Eq. 56, 57, e 58.
vG vL
Velocidade local: vG =
,
e vL =
,
(56)
vG vL
a HL
Holdup local: a =
,
e HL = '
(57)
a HL
L 
Comprimentos: L='
e =' (58)
d d
Escoamento em Tubulações
Substituindo as Equações 56, 57, e 58 na Equação 54 temos:

 L ( H L H L ) ( v L vL )
' '
 ( v '
L L
v ) + G ( a a )( v G vG )
' '
 ( v G G)
'
v 

  (Ld) '
 (Ld) 
'

=y (59)
  v L vL  ( v G vG )
2 '

L ( HL HL )
2 '

 2 + G ( a a ) 
' '

  (  )  (  ) 
' ' 2

 d d M
   v '
 Coeficientes
  H v2 C1
L ( L )( L )
G ( a ) ( vG )  
2 a '
v ' G

 

G '
+ L
 
 
'
d d v
 H 'L v 'L L'
  L  = y
  (60)
   2 '
vG  
a
  L ( H L ) vL  G ( a ) vG  
'

'2   C2
 +  2 '  
 '  vL 
2 2
d d
 H
 L '2  
   M
Escoamento em Tubulações

 L ( H L ) ( vL2 ) + G ( a ) ( vG2 )  C1 


d =y
  L ( H L ) v L +  G ( a ) v G  C 2  (61)
    1 v 2M
*
1 v 2M
 L ( H L ) ( vL v M )2 + G ( a ) ( vG v M )2  C1 
vMd    =y
  L ( H L ) vL v M + G ( a ) vG v M  C2 
(62)
 

 L ( H L ) ( vL v M )2 + G ( a ) ( vG v M )2  C1 
ReTP = v M d    
  L ( H L ) vL v M + G ( a ) vG v M  C2 
(63)
 
Escoamento em Tubulações

 P  
 − L  
Eu TP =  2 F
1
 (64)
  v M  L ( H L ) ( vL v M ) + G ( a ) ( vG v M )  C1 
2 2

 d    
 

Por definição:
vSL vSL
HL = (e) L =
vL vM
Dividindo as
duas expressões

vL  L
= (65)
vM HL
Escoamento em Tubulações
Similarmente para o gás:

vG 1 −  L
= (66)
vM a

Substituindo as Eq(s). 65 e 66 nas Eq(s). (63) e (64)

  2  (1 −  L ) 2  
  L L +  G  C1 
 H L  a  
ReTP = v M d  (67)
 L  L +  G (1 −  L )  C2 
 
 
 
Escoamento em Tubulações

e:

P   
−   
L  F  1 
Eu TP = 2 (68)
 v M    2L ( 1 − L ) 
2

 d   L + G C1 
  a
 HL 
As Eq(s). 67 e 68 demonstram que os números de Reynolds e Euler
para fluxo de duas fases pode ser determinados como fluxo de fase
única, considerando a velocidade de mistura, sendo que densidade
de mistura e a viscosidade são calculadas por (note que a = 1 − H L ):

(1 − L )
2
L
2

TP = L + G C1
HL (1 − H L ) (69)
Escoamento em Tubulações

e: TP =  L L + G (1 −  L ) C2 (70)
Escoamento em Tubulações

No entanto, condições adicionais relativos às constantes, C1 e C2,


deve ser feita quando dados experimentais forem utilizados para
verificar a validade desta hipótese. Dois casos são analisados a
seguir.

➢ Caso I: Escoamento Homogêneo (não-slip).

Para este caso, vG = vL , vG = vL e vG' = v'L . Além disso, H L = H L e a =a

Logo, H'L = 1 e a' =1

Concluímos, para este caso, C1 = C2 = 1, e as expressões para a


densidade de duas fases e a viscosidade se reduzem,
respectivamente, a:
TP = NS = L L + G (1 −  L ) (71)
Escoamento em Tubulações

e:
TP =  NS =  L L + G (1 −  L ) (72)

Assim, a determinação de ReTP e EuTP é simples e direta. Para este


caso, uma equação do tipo Blasius monofásico pode ser aplicada
para a correlação EuTP = EuTP (ReTP). Isto significa que o coeficiente
de fricção de duas fases, fTP , pode ser determinada a partir de uma
equação de Blasius monofásico, utilizando o número de Reynolds
de duas fases, como dada pela:
TP v M d
ReTP =
 NS
Escoamento em Tubulações
➢ Caso II: Escoamento com escorregamento (C1=C2=1).

Para este caso, vG  v L e vG  vL , mas é assumido que v'G = v'L .

Ou seja, a razão de cada velocidade da fase com a velocidade média


da fase é a mesma para ambas as fases.
vG vL
vG =
,
e vL =
,

vG vL
Como os coeficientes de C1 e C2 são assumidos ser igual a 1, as
expressões para a densidade e viscosidade de mistura são os
mesmos que os fornecidos pelas Eq(s) 69 e 70, onde H L   L :

(1 −  L )
2
L
2

TP = L + G e TP =  NS =  L L + G (1 −  L )
HL (1 − H L )
Escoamento em Tubulações
Dukler et al. (1964) mostraram que, para este caso, normalizando fTP no que diz
respeito a fN (Fator de atrito monofásico de Fanning calculado com número de
Reynolds bifásico), produziu uma única curva como uma função de  L , como
mostrado na Figura uma correlação empírica deste resultado é dado pela Eq. (72)

f TP
=? onde y = -ln (  L ).
fN

Fig. Fator de atrito normalizado (Dukler et al., 1964).


f TP y
=1+ (72)
fN 1,281 − 0,478y + 0,444y − 0,094y + 0,00843y
2 3 4
Escoamento em Tubulações
f TP y
=1+
fN 1,281 − 0,478y + 0,444y 2 − 0,094y3 + 0,00843y 4

O fator de atrito fN (Fanning) é calculado a partir de uma Equação tipo Blasius,


usando o número de Reynolds de duas fases, como segue:

f N = 0,0014 + 0,125ReTP
−0,32
(73)

Finalmente, o gradiente de pressão de atrito pode ser calculada como

P  2
−  = f TPTP vM2 (74)
L F d

onde TP pode ser obtido por:


(1 − L )
2
L2

TP = L + G
HL (1 − HL )
1- Óleo e gás natural escoam através de uma tubulação na horizontal
(Di = 5,1 cm). As vazões mássicas são WL = 1,5 kg/s e WG = 0,015
kg/s. Em uma dada localização na tubulação, a temperatura é de 40
ºC e as propriedades físicas dos fluidos são:

L = 850 kg m3 L = 2,0x10−3 kg m.s


G = 1,5 kg m3 G = 0,02x10−3 kg m.s

Determinar o Holdup de líquido e o gradiente de pressão de atrito


usando a análise de similaridade de Dukler et al. (1964). Assumir uma
velocidade de deslizamento constante de vslip = 7,18 m s .

Estime o gradiente de pressão total sabendo que o gradiente de


pressão devido a aceleração é igual a:
dP  dP 
−  = −0,0202 
dL A dL 
Escoamento em Tubulações
❖ Iremos estudar tubulações horizontal e inclinadas. Utilizaremos
correlações empíricas e modelos mecanicistas.

❖ Velocidades superficiais (ft/s), densidade (lbm/ft3), tensão


superficial (dynes/cm), viscosidade (cp), pressão (psia) e diâmetro (ft)

❖ Várias correlações empíricas tem sido desenvolvidas para


determinar a queda de pressão do escoamento bifásico em tubulações
e são tais:
✓ Dukler (1964); Eaton (1967) e Flanigan (1958).
✓ Beggs e Brill (1973);
✓ Mukherjee e Brill;
Escoamento em Tubulações
❖ Correlação de Dukler (1964)
✓ Análise de similaridade;

✓ O gradiente de pressão devido ao atrito é dado por:

dP  f TPTP v M2
−  =
dL F 2dg c

Onde:
(1 − L )
2
L2

TP = L + G
HL 1 − HL

✓ O número de Reynolds é calculado como:


Escoamento em Tubulações
1488TP v M d
ReTP =
 NS
✓ O fator de atrito de normalização de Moody (fN) é calculado
pela expressão do tipo Blasius usando o número de Reynolds
bifásico:

f N = 0,0056 + 0,5ReTP
−0,32

✓ O fator de atrito normalizado pode ser determinado a partir


da seguinte correlação:

f TP y
=1+
fN 1,281 − 0,478y + 0,444y 2 − 0,094y3 + 0,00843y 4
Escoamento em Tubulações
Onde:

y = − ln (  L )

❖ Correlação de Eaton et al. (1967)

LV (
1,84N 0,575 p 14,7 ) 
0,05

 N 0,1 
=
L
X EATON
N GV N 0,0277
D 
Escoamento em Tubulações
NLV = 1,938vSL 4 L 

NGV = 1,938vSG 4 L 

ND = 120,872d L 

N L = 0,15726 L 4 1 ( L 3 )

Flanigan (1958) sugere para a determinação do holdup de liquido, para dutos


inclinados, que se utilize a Equação (*), e a perda de carga devido a elevação é
dada pela Equação (**).
1 slip( UP ) = L H L
H L ( UP ) = (*)
1 + 0,3264(vSG )1,006 kg.m lbm.ft
gC = 1 ou g C
= 32,174
N.s 2
lbf .s 2
dP  slip ( UP ) .g.sen
−  = (**) dP 
dL G(UP) gC −  =0
dL G(DOWN)

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