Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

4) Estruturas de mercado: concorrência perfeita e

imperfeita
• Concorrência perfeita
Parte II – Microeconomia • Monopólio
• Concorrência monopolística
4 – Estruturas de mercado: concorrência perfeita e imperfeita
• Oligopólio

Bruno Cibrão
Bruno Cibrão 2

Como se sabe, mercado é um meio de trocas entre De um modo geral, as diferentes estruturas de
compradores e vendedores, os quais podem ou não mercado estão condicionadas pelas seguintes
se encontrar no mesmo espaço físico. variáveis:

Depois de se ter analisado os fatores determinantes  Número de empresas produtoras no mercado;

da procura e da oferta dos agentes individuais e do  Diferenciação do produto;
mercado, chega a altura de examinar como se  Existência de barreiras à entrada de novas
determinam os preços e a produção sob diferentes empresas.
tipos de mercado.

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Independentemente da estrutura de mercado em que se Neste ponto iremos analisar os problemas que se
insira, o objetivo de cada empresa segundo a teoria colocam a uma determinada empresa integrada numa
neoclássica ou marginalista é sempre maximizar o lucro estrutura de mercado constituída por “infinitas
total, o qual corresponde à situação em que: empresas” que produzem um produto semelhante.

Receita Marginal (Rmg) = Custo Marginal (Cmg)

O modelo de concorrência perfeita fornece-nos
Ou informações úteis, apesar de ser improvável que se
verifique em algum setor da economia.
∆ ∆
∆ ∆
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  Curva da procura de mercado e da empresa individual
A concorrência perfeita baseia-se nas seguintes
hipóteses: Como sabemos:

 Mercado atomizado;
RT = P x Q
 Produto homogéneo;
 Mobilidade de empresas e compradores; Deste modo, a Receita Média (RM) é sempre igual ao
 Transparência de mercado (informação perfeita); preço unitário de venda:
 Mobilidade de bens;
RT P.Q
 Fatores de produção atomizados. RM RM = RM = P
Q Q
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Em concorrência perfeita a Rmg é o preço recebido Logo P = RM = Rmg

pela unidade adicional vendida. Neste sentido, a Rmg
é igual ao preço e é fixada. Mercado Total Uma empresa isolada

P P
Oferta de
∆ . mercado Procura individual
Termos discretos
∆ P1 = RM = Rmg
P1

P. Q Procura de
Rmg Termos contínuos mercado

Q Q
Rmg P

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 Equilíbrio da empresa (curto prazo)

A curva da procura para uma empresa individual é
horizontal. A empresa só pode vender a esse preço €

na medida em que: Cmg

 Se praticar um preço superior a P1, os consumidores CM P1 = RM = Rmg

pelo facto dos produtos serem homogéneos irão

 Rmg > Cmg => Q deve ↑ pois o
comprar mais barato a outras empresas. lucro ↑
 Rmg < Cmg => Q não deverá ↑
pois o lucro ↓ (ou o prejuízo ↑).
Neste caso a melhor estratégia
 Mais barato que P1, a empresa não irá praticar visto passa por ↓ Q
Q  Rmg = Cmg => Q que maximiza
que vai conta o princípio da racionalidade. o lucro da empresa

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  Curva da oferta da empresa individual
Como se pode constatar através do gráfico, o ponto
de equilíbrio ocorre quando Rmg = Cmg, sendo Cmg
A curva da oferta da empresa em concorrência
crescente.
perfeita é o ramo crescente da curva de Cmg, a partir
do ponto em que o Cmg é maior do que o CMV
Este é um aspeto importante pois como a curva de mínimo.
Cmg deve apresentar um formato em U, podem
existir deste modo dois pontos em que Rmg = Cmg.

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Considera-se o ramo crescente da curva de Cmg, pois

€
é nesse trecho da curva que se dão as reações da
Cmg firma às variações de preços.
CMV

CM
P1 P1 = RM = Rmg
Considera-se apenas após o CMV mínimo, pois se o
empresário for racional, o preço mínimo para
continuar a operar no mercado ocorre quando:

Q P = CMV mínimo

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 Lucro ou prejuízo de curto prazo

 P1: P > CM RM > CM > RT > CT

€
 P2: P = CM RM = CM = RT = CT
Cmg CMV
 P3: CMV < P < CM CMV < RM < CM < < CV< RT<CT
CM
P1 P1 = RM = Rmg  P4: P = CMVmínimo RM = CMVmínimo = mínimo RT = CV
P2 P2 = RM = Rmg
P3 P3 = RM = Rmg
P4 P4 = RM = Rmg
P5
 P5: P < CMVmínimo RM < CMVmínimo < mínimo RT < CV
P5 = RM = Rmg

Q
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Quando não existe concorrência perfeita (estamos
perante imperfeições na concorrência), então significa
que determinadas empresas possuem poder de
mercado.
Começamos por analisar a situação de monopólio que
se encontra no extremo oposto da concorrência
perfeita.
Um mercado monopolista apresenta de um modo
geral três características:
 Existência de um único produtor do bem ou
serviço;
 Inexistência de produtos substitutos próximos;
 Existência de barreiras à entrada de empresas
concorrentes.

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 Curva da procura do monopolista

As barreiras à entrada podem assumir a forma de:

Como a empresa monopolista é a única a operar no

 Monopólio natural; mercado, então a curva da procura de mercado é
igual à curva da procura do monopolista.
 Proteção de patentes;
P
 Tradição de mercado;

 Etc.
DMercado = DMonopolista

Q
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Como já sabemos: À semelhança da situação em concorrência perfeita, a

RM é dada pelo preço de mercado, ou seja traduz a
própria procura de mercado.
RT P.Q
RM RM = RM = P
Q Q Porém, desta vez a Rmg é diferente da RM e do P,
pelo facto de em monopólio o preço não ser uma
constante. Em termos gráficos podemos verificar que
a Rmg corta sempre o eixo das quantidades na
metade do corte da RM.

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0A = AB
Bruno Cibrão
Tal como em concorrência perfeita, o ponto de
equilíbrio do monopolista (ponto em que ele
maximiza o lucro) também ocorre quando:
Rmg = Cmg
Bruno Cibrão
Acabamos de analisar a situação de concorrência
perfeita e de monopólio que traduzem os casos
extremos de concorrência na produção.
Agora iremos estudar casos intermédios, começando
pela concorrência monopolística.
Bruno Cibrão
 Equilíbrio do monopolista (curto prazo)
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 Curva da oferta do monopolista
Uma empresa monopolista não tem curva de oferta.
Na verdade a oferta é constituída por um único ponto
sobre a curva da procura.
Este aspeto deve-se ao facto de numa situação de
monopólio podermos ter vários preços para apenas
uma quantidade vendida.
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Esta estrutura de mercado apresenta essencialmente
as seguintes características:
 Elevado número de empresas que produzem um
bem ou serviço;
 Livre entrada e saída de empresas;
 Cada empresa produz um produto diferenciado,
mas com substitutos próximos;
 A diferenciação dos produtos garante às empresas
um certo poder sobre os preços.
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A diferenciação do produto pode incidir na própria  Modelo de Chamberlin: Curto prazo
marca, nas características físicas, na embalagem, na
promoção de vendas, etc..

O mercado dos vinhos representa um bom exemplo

deste tipo de estrutura de mercado. Cada tipo de vinho
tem algumas características que lhe são específicas,
mas se o seu preço for claramente superior ao de
outros vinhos, a maioria dos consumidores certamente
irá optar pela alternativa mais barata.
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 Modelo de Chamberlin: Longo prazo

A empresa no curto prazo comporta-se como uma
empresa monopolista.

O facto de não haver barreiras à entrada, leva a que

os lucros extraordinários obtidos no curto prazo
acabem por atrair outras empresas para o mercado.

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À semelhança do que acontece em concorrência O oligopólio representa outra forma de concorrência

perfeita, a entrada de novos concorrentes irá reduzir a intermédia entre a situação de concorrência perfeita e
procura do produto da empresa, fazendo com que no o monopólio, caracterizando-se por:
longo prazo o equilíbrio seja dado por uma situação de
lucro nulo (RT = CT).  Número reduzido de produtores;

 Existência de barreiras à entrada de empresas

Este lucro nulo deve-se ao facto do CM ser igual ao
concorrentes.
PMonopólio, verificando-se esta situação apenas no ponto
em que a curva de CM é tangente à curva da procura.

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São estas barreiras à entrada (oligopólio natural, Relativamente ao tipo de produto, na situação de
proteção de patentes, tradição e controle de oligopólio podemos distinguir dois casos:
matérias-primas fundamentais, etc.) que originam
este tipo de estrutura de mercado.  Oligopólio com produto homogéneo;

 Oligopólio com produto diferenciado.

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Quanto à forma de atuação das empresas Em Portugal, a “Lei da Concorrência” proíbe tudo
oligopolistas, também aqui podemos distinguir duas aquilo que condicione o normal funcionamento do
situações: mercado, daí que não seja autorizada a constituição
de cartéis.
 Concorrência;

 Cartel.

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