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Modelo de Krugman

• Referências:
• Krugman, P. Scale Economies, The American Economic Review, Vol. 70, No.
5. (Dec., 1980), pp. 950-959.
• http://links.jstor.org/sici?sici=0002-8282%28198012%2970%3A5%3C950%3
ASEPDAT%3E2.0.CO%3B2-H
• Appleyard & Field International Economics. Chapter 10 Post-Heckscher-Ohlin
Theories of Trade and Intra-industry Trade
• SILVA, A.L. CHAMBERLAIN ON PRODUCT DIFFERENTIATION,
MARKET STRUCTURE AND COMPETITION: AN ESSAY
• http://wps.fep.up.pt/wps/wp105.pdf

• International Economics: Theory and Policy. by Krugman & Obstfeld,


9th Edition

• http://wdronline.worldbank.org/worldbank/a/nonwdrdetail/122
• AN ACCOUNT OF GLOBAL INTRAINDUSTRY TRADE, 1962−2006
Mudanças no Contexto Econômico
• Ênfase em países diferentes comercializando
• Evolução significativa de comércio intra-indústria
(CII) ao invés de inter-indústria.
• Evolução do comércio NN.
• Existência de poder de precificação de firmas
individuais
• Várias firmas estabelecem preço em função da
quantidade demandada.
Mudanças no Contexto Econômico
relativamente aos modelos anteriores
• Pelo lado da Produção
• (a) Produtos diferenciados: a firma tem certo
poder de monopólio para os diferentes produtos
que comercializa.
• (b) Retornos crescentes à escala (CTMe se reduz)

• Pelo lado Consumidor


• (a) Consumidores valorizam variedade
Argumentos apresentados por
Krugman
• “Neither the extensive trade among the industrial
countries, nor the prevalence in this trade of two-way
exchanges of differentiated products, make much
sense in terms of standard theory...many people
have concluded that a new framework for analyzing
trade is needed.
• The main elements of such framework – economies
of scale, the possibility of product differentiation
and imperfect competition - ...have been “in the air”
for many years.
Krugman Model – “enredo”
O modelo analisa uma indústria operando em mercado
com estrutura de competição monopolística –
produtos são diferenciados.

Início sob autarquia:


• Existe um número n de firmas em uma economia
• Cada firma na indústria explora economias de escala
(economia interna).
Representação de LP da Autarquia
• Um produtor particular (Volks) com o seu produto específico, tem um
Custo Fixo e Custo Marginal constante
• Equilíbrio de LP com lucro zero. O que isso significa? Depois que a
competição é acirrada, cada empresa irá produzir Q1.

P, Custo

P1
CTMe

CMg
RMg

Q1 Q
Representação de LP da Autarquia
• Toyota, Nissan e outras empresas japonesas, por
exemplo, entram no mercado, sendo que essas são
diferentes em diversas características.

• Isso provoca um aumento na competição, o que leva


a demanda do produtor inicial (Volks) a se tornar
mais elástica.

• As firmas domésticas tornam-se mais sensíveis a


preços quando aumentar a variedade e, portanto, a
competição. Isso levará a um novo equilíbrio de LP.
Representação de LP da Autarquia
Novo ponto de equilíbrio de LP com
P, Custo lucro zero, a quantidade aumenta e o preço
se reduz. P = CTMe tanto para P1 como para
P2.
CTMe

A
P1
B
P2 D’
A’ B’ CMg
D RMg’
RMg

Q1 Q2 Q
Interpretação
Motivos pelos quais o comércio internacional pode ser
interessante:
•Competição externa faz com que o custo no mercado
doméstico seja mais baixo e também os preços.
•Aumenta a variedade a preços mais baixos – consumidores
ganham
•A produção aumenta.
•No entanto, a participação da VW (indústria doméstica)
pode se reduzir no mercado como um todo devido à maior
variedade e maior número de firmas no mercado doméstico.
Modelo de Krugman – “enredo”
Países iniciam o comércio
• Com o envolvimento em um mercado mundial
maior, algumas firmas começam a expandir sua
produção.
– essas firmas realizam economias de escala na
produção – custo médio do bem cai, assim como o
seu preço
– ALGUMAS FIRMAS FECHAM…
Modelo de Krugman – “enredo”
• O resultado passa a ser um menor número de
firmas no mundo com a abertura do comércio,
porém, tem-se:
– O número de firmas vendendo em cada mercado
aumenta, porque os consumidores podem comprar de
qualquer firma no mundo.
(Romizeta fecha, mas consumidores passam a ter
acesso a Smart (Mercedes),
Mini Cooper (BMW?), Toyota, Hyundai,
Volvo, etc)
Outra questão diretamente relacionada a
esse redirecionamento de modelos

• Desenvolvimento do comércio intra-


indústria – explorar semelhanças ao invés de
diferenças..
Concorrência Monopolística
• Não há modelos formalizados “simples” de Oligopólio
com comportamento de conluio e/ou estratégico:
diversas firmas com políticas de preços interdependentes.

• Caso especial: concorrência monopolística: formalização


simples, mas não realista.

• Concorrência monopolística: rendimentos crescentes e


diferenciação de produtos numa estrutura de mercado
que retém características da concorrência perfeita.
Concorrência Monopolística - Hipóteses
do Modelo
• Muitas firmas compõem a indústria com esta estrutura de
mercado;

• Cada firma produz um produto diferenciado de todos os


outros produtos da indústria;

• Os produtos diferenciados são substitutos imperfeitos: se


o Preço de um produto subir, alguns consumidores serão
levados a substituir este produto por algum rival.
Concorrência Monopolística
• Há muitas firmas na indústria - cada firma é considerada apta
a diferenciar seu produto do produtos de suas rivais.

• A livre entrada e saída das firmas elimina o lucro (P = CMe).

• Os seus defensores postulam que mercados com vários


produtores de produtos levemente diferenciados seriam
exemplos “realistas”: cerveja e automóveis.
Concorrência Monopolística - Hipóteses
do Modelo
• Empresas são livres para entrar e sair da indústria.
• As economias de escala são internas à firma: CMe decresce com
maior produção (hipótese similar ao caso do Monopólio Puro).
• Define-se a demanda linear de uma Firma como:

Q = S[1/n -b(P - PMe)]

Isto é, a fatia do mercado S de cada Firma depende do número


de firmas n no mercado e da diferença (P - PMe)
Concorrência Monopolística - Hipóteses
do Modelo
• As Firmas são simétricas - isto é, as funções de
demanda e custos (médio e marginal) de cada Firma
são idênticas, ainda que cada Firma produza um
produto diferenciado dos produzidos pelas demais.
• Esta hipótese permite descrever a indústria em
autarquia a partir de n e PMe.
• Com comércio: como n e PMe são afetados?
Concorrência Monopolística - Equilíbrio
de Mercado
• Como o CMe depende de n? Com a hipótese de
Firmas Simétricas há uma Firma Representativa -
que cobra o preço P = CMe (lucro é zero) em
equilíbrio.
• Este é o equilíbrio de apenas uma das n firmas
desta indústria.
• Como todas as firmas cobram o mesmo preço P: P
= PMe; a produção Q de cada uma é: Q = S/n.
Concorrência Monopolística -
Equilíbrio de Mercado
• CMe = F/Q + c CMe = nF/S + c.
– Isto é, quanto maior n, maior será CMe (quanto
maior o número de firmas numa indústria,
menor a produção e o custo de cada uma).
• Relação positiva entre CMe e n é a curva
CC da Figura 6.3.
Figure 6-3 Equilbrium in a Monopolistically
Competive Market
Concorrência Monopolística - Equilíbrio
de Mercado
• Como P depende de n? Em concorrência monopolística,
não há interdependência na formação de preços: os
preços da demais Firmas são tomados como dados.
• P = c + 1/ (bn).
– Isto é, quanto maior o número de firmas na indústria,
menor será o Preço que cada uma cobrará.
• A relação negativa entre P e n é a curva PP da Figura 6.3.
Concorrência Monopolística -
Equilíbrio de Mercado
• Em autarquia, o equilíbrio da indústria é
representado pelo ponto E (P2, n2) na Figura 6.3.
Note-se que em E: P2 = CMe2.
• Com comércio, aumenta o tamanho do mercado.
• Qual o comportamento dos consumidores? Em cada
País, vão querer aumentar a variedade da sua cesta
de consumo: a demanda por alguns produtos
estrangeiros subirá e a demanda por alguns produtos
domésticos cairá.
Concorrência Monopolística -
Equilíbrio de Mercado
• Efeitos sobre Demanda: para a Firma
Representativa, a demanda (externa) aumenta pelo
efeito comércio, mas também diminui a demanda
(interna) pelo efeito comércio: efeito final do
comércio sobre a demanda depende dos tamanhos
relativos dos efeitos externo e interno.
• Em geral, é suposto que o efeito é positivo: os
custos caem e a entrada de novas firmas re-
estabelece a condição lucro = zero.
• Aumenta a Variedade do consumo.
Concorrência Monopolística -
Equilíbrio de Mercado
• Mercado maior e Custo Médio: um aumento das
vendas (S) reduz o CMe para um número dado de
firmas n conforme a equação que define a curva
CC: CMe = nF/S + c.
– CC é deslocada para baixo na Figura 6.4
• Mercado maior e Preço: a equação que define a
curva PP é: P = c + 1/ (bn).
– Não depende de S. Logo, PP não se altera na Figura
6.4.
Figure 6-4 Effects of a Larger Market
Concorrência Monopolística -
Equilíbrio de Mercado
• Com comércio: novo ponto de equilíbrio: preço é
menor, número de firmas é maior e, portanto, a
variedade de bens também é maior.
• Onde surgirão as firmas novas? Modelo é
indeterminado. Se aumenta mais a demanda de
produtos tecnologicamente avançados, o País que
produz esses bens (História) é mais beneficiado.
• O comércio é intra-industrial, cujo padrão é
explicado pela História (especialização nos
produtos mais dinâmicos da demanda mundial).
Ganhos de comércio
• Comércio intra-indústria é maior entre países com níveis
de desenvolvimento relativo similares;
• Comércio intra-indústria é maior em indústrias onde
economias de escala e diferenciação de produtos são
importantes.
• Comércio Norte-Norte apresenta maiores possibilidades
de ganhos mútuos nestas condições.
• Muito do comércio Norte-Sul classificado como intra-
industrial reflete vantagens comparativas: capital ou
qualificação maiores no Norte X salários menores no
Sul.
Economias de Escala e Comércio
• O comércio internacional será mutuamente
benéfico? A resposta vai depender das estruturas
de mercado (não há mais concorrência perfeita).
• Peso da História (path-depending): no modelo,
não importa qual País produz o bem com
economias de escala.
• Na prática, os ganhos deste País podem ser muito
significativos: argumento em favor do TED para as
industrializações tardias.
Economias de Escala e Comércio
• A um aumento nos insumos, a produção aumenta
mais que proporcionalmente.
• Economias de escala - equivalente a retornos
crescentes: maior produção pode ser atingida a
um menor custo.
• Economias de escala são mais freqüentes em
indústrias com altos custos fixos de produção:
indústrias capital-intensivas.
Economias de Escala e Comércio
• Ganhos de comércio na presença de
economias de escala ocorrem pela melhor
alocação de recursos:
– O comércio internacional possibilita que cada
país produza uma quantidade restrita de bens (a
produção para o mercado mundial aumenta as
vantagens da especialização) e que obtenha as
vantagens de escala sem sacrificar a variedade
no consumo.
Economias de Escala
• Externas: dependem do tamanho do mercado da
indústria: existem sinergias horizontais
(“clusters”) e verticais (cadeia ou complexo
produtivo) que resultam num fornecimento mais
eficiente de Insumos, Fatores, Serviços e
Transbordamento do Conhecimento;

• Internas: dependem do tamanho da firma


individual: diversificação e F&A.
Economias de Escala e Estruturas de
Mercado
• Economias de escala externas: não há vantagens
de custo para as firmas maiores, as firmas são
pequenas (“price takers”) e o mercado será
perfeitamente competitivo.
• Economias de escala internas: há vantagens de
custo para as firmas maiores e a estrutura de
mercado é de concorrência imperfeita: firmas
procuram reduzir custos e diferenciar seus
produtos.
Comércio Intra-Indústria no G-7,
1985
• Canadá: 68%;
• Estados Unidos: 72%;
• Japão: 24%;
• Alemanha: 65%;
• França: 72%;
• Itália: 55%;
• Grã-Bretanha: 76%.
Comércio Intra-Indústria
• O comércio intra-indústria para produtos de
manufatura simples e homogêneos é pouco
relevante.
• O comércio intra-indústria em produtos de
manufatura complexa e diferenciados é mais
expressivo, qualquer que seja o estado aparente
da vantagem comparativa das nações envolvidas.
Monopólio Puro
• Curva Demanda (D) é linear e inclinada para baixo: Q
= a - b P.
– Isto é, para vender mais - elevar Q - o Preço deve cair.
• Receita Marginal (RMg) está abaixo de D: RMg = P
- Q/b (Apêndice do Cap. 6).
– Preço de todas as unidades vendidas baixam.
• Custo Marginal (CMg)está abaixo do Custo Médio
(CMe): CMe = F/Q + CMg.
• Lucro de Monopólio: (PM - CMeM)QM
Figure 6-1 Monopolistic Pricing and Production
Decisions
Figure 6-2 Average Versus Marginal Cost

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