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O AUTOR
Epaminondas da Cruz é professor de Licenciado em Educação Física formado
pela UniAraguaia, Licenciatura Pedagogia (FIAR), pós-graduado em Libras (FAVENI)
e docência do ensino superior na educação física escolar (FAVENI) e mestre em
Ensino de Ciências pela Universidade Estadual de Goiás.
FICHA CATALOGRÁFICA
LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Possui bibliografia.
CDU: 376:81’221.24
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CENTRO UNIVERSITÁRIO ARAGUAIA - UNIARAGUAIA
1º Edição – 2023
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais
REITOR
Professor Mestre Arnaldo Cardoso Feire
PRÓ-REITORA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
Professora Adriana Cardoso Freire
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Professora Ana Angélica Cardoso Freire
VICE PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Professor Hernalde Menezes
PRÓ-REITORA PEDAGÓGICA:
Professora Mestra Rita de Cássia Rodrigues Del Bianco
VICE-PRÓ-REITOR PEDAGÓGICO
Professor Mestre Hamilcar Pereira e Costa
COORDENAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Professora Doutora Tatiana Carilly Oliveira Andrade
COORDENAÇÃO DA EQUIPE DE DESIGN GRÁFICO
Marina Alice Correia Brito
DIAGRAMAÇÃO DO CONTEÚDO TEXTUAL
Marina Alice Correia Brito
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Professora Mestra Maria José de Miranda
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SUMÁRIO
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UNIDADE III: Flexibilização dos métodos para o trabalho com a criança surda
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Fonte: ROCCAFORTE, 2018.
Bonet que também era espanhol fez a sua publicação a partir de 1620, seu
primeiro livro tinha como título “Redução das letras e arte de ensinar a falar os Mudos”.
Apesar de ser um sucessor de León, Bonet acreditava que a melhor maneira de
flexibilizar a aprendizagem dos surdos era através da oralização.
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Na França de 1712 a 1789 surgiu uma outra maneira de flexibilizar a
aprendizagem das crianças surdas pelo então Abade Charles Michel de L´Epée. Ele
acreditava que o processo de ensino e alfabetização dos surdos deveria acontecer
através do uso de sinais que era a língua que usava para se comunicar com seus
alunos.
CHARLES-MICHEL DE L´EPÉE
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pessoas Muitas foram as atrocidades que Itard cometeu até que descobrissem a
verdadeira causa da surdez, as atrocidades iam de abrir para estudo as pessoas
mortas, como também perfurações de tímpanos para introdução funis, uso de
sanguessugas e cateteres.
Thomas Gallaudet 1787-1851) dedicou sua vida aos estudo sobre os métodos
de ensino para trabalhar com a criança surda, morreu em 1851 e seu filho Edward
Miner Gallaudet deu continuidade à visão do pai que junto com um amigo Mason
Cogswell fundaram o American School for the Deaf (1ª escola para surdos, nos EUA)
e em 1864 tornou-se Universidade que trabalhava com as pessoas surdas e pessoas
que tinham afinidade com as temáticas de estudo. Uma instituição que existe até os
dias de hoje. Veja!
Fonte: https://www.gallaudet.edu/about
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O surgimento da Universidade de Gallaudet vem acompanhada com uma linha
filosófica do Bilinguismo na educação dos surdos atual que é a possibilidade de utilizar
a língua de sinais como a língua mãe da comunidade surda e a segunda língua a do
seu país. No nosso contexto, a Libras como primeira e o português como segunda.
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Outro método muito utilizado ainda hoje por alguns é o silábico, seu princípio
está centrado no reconhecimentos das letras, no som delas e nas alterações que
acontecem quando se tem a mudança de consoantes. Como se trata de um método
centrado no reconhecimento das palavras através do som é um método que para
alguns surdos não tem sucesso.
Já dentre os métodos analíticos que trabalham de um todo para as partes do
estudo, temos o método da palavração esse traz o reconhecimento de uma
determinada palavra, logo depois aumenta a quantidade de palavras incitando o aluno
a construção de seu universo de palavras associação esse a imagem a materiais
concretos. Tal método é muito utilizado para a alfabetização de crianças surdas, pois
ele é um meio termo dos métodos sintético e analítico utilização de memorização de
palavras que são ensinadas com os sinais.
O ensino deu continuidade e a pedagoga argentina Cecília Braslavsky propôs
um método que foi reconhecido como o de sentenciação. Esse parte de uma frase e
do trabalho do professor em desenvolver nessa sentença a aprendizagem do aluno
através das relações de palavras e sílabas contidas na frase. Assim como no método
anterior esse método poderá ser utilizado com alguns surdos quando estes tiverem
um arcabouço enriquecido.
Por último, não menos importante temos o método Global que é desenvolvido
pelo professor através de um texto e logo depois do aluno adquirir a compreensão do
texto, o professor irá desenvolver seu trabalho nas partes do texto como elementos
de aprendizagem. Para ser desenvolvido com a criança surda a aprendizagem por
esse método, se fará necessário que ele entenda o princípio da vivência, pois somente
a partir das experiências anteriores que o aluno conseguirá estabelecer as relações,
após isso ele conseguirá assimilar o conhecimento e relacionar com suas vivências.
Desse modo, a busca pelos métodos de ensino do ser humano sempre existiu
e é notório que os métodos que grandes autores defendem são direcionados para
pessoas ouvintes, para tanto, há a necessidade de um olhar para o processo de
aprendizagem da comunidade surda. Não basta que o professor tenha boa vontade é
necessário que ele entenda o processo histórico, compreenda sobre a aquisição da
linguagem da criança surda, sobre a cultura da criança surda, tenha fluência na língua
de sinais e desenvolva materiais que sejam capazes de alcançar seu aluno.
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3.2. ADAPTAÇÕES PRÁTICAS PARA O PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM SURDEZ
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Como podemos observar nas atividades acima, uma preocupação que todos
os professores trabalham é o processo de identificação como ser tanto para meninas
como para meninos. A construção de uma identidade na criança é importante para
que ela entenda o seu papel na sociedade.
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Já nessa segunda imagem existe um outro objetivo que é buscar o
reconhecimento da área da exata, iniciando o reconhecimento do sistema numérico.
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A primeira atividade traz o contexto de elementos que são iguais e diferentes
para criança e na segunda temos mais uma atividade da área da exata com as formas
geométricas.
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das crianças sobre a temática trabalhada fica a sugestão da atividade apresentada
pelas autoras.
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O relógio contém adaptações que aproximam o surdo da sua língua, facilitando
a compreensão. Assim como esses existem outros materiais que você poderá acessar
o link abaixo e ter uma base para criação de suas ideias.
(http://oficinadelibras.blogspot.com/2012/08/sugestoes-de-materiais-pedagogicos-para.html)
O site que iremos sugerir é da Secretaria do Estado da Educação de Mato-Grosso do
Sul que tem o protagonismo digital com algumas ferramentas que podem ser usadas como
proposta prática de suas aulas.
Fonte: https://www.protagonismodigital.sed.ms.gov.br/planos-de-aula/recursos-didaticos-para-
alfabetizacao-educacao-dos-surdos-54722
A atividade tem como proposta que o aluno encontre as tampinhas com letras
e escreva a palavra baseada no sinal colocado.
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Nossa próxima ferramenta que o professor poderá utilizar são os vídeos que
ensinam como desenvolver passo a passo seu material concreto para trabalhar com
a criança surda.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=mx46wh8l-o4
https://www.youtube.com/watch?v=xxs97TbE74c
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capaz de produzir suas reflexões e relações se tornando um autônomo no processo e
assimilação do conhecimento.
Portanto, no trabalho com a criança surda é necessário uma combinação de
Libras e metodologias diversificadas, recomenda-se que a educação dos surdos seja
efetivada em língua de sinais, independentemente dos espaços em que o processo
se desenvolva. Assim, paralelamente às disciplinas curriculares, faz[1]se necessário
o ensino de língua portuguesa como segunda língua, com a utilização de materiais e
métodos específicos no atendimento às necessidades educacionais do surdo.
Nesse processo, cabe ainda considerar que os surdos se inserem na cultura
nacional, o que implica que o ensino da língua portuguesa deve contemplar temas que
contribuam para a afirmação e ampliação das referências culturais que os identificam
como cidadãos brasileiros (SALLES, FAULSTICH e CARVALHO, 2004, p. 47).
Dessa forma, os professores devem oferecer atividades diversificadas, com
recursos visuais que seja instigante e interessante para o aluno, a tecnologia é uma
grande aliada, com recursos visuais em jogos, slides entre outros recursos midiáticos,
atualmente muito tem se falado em tecnologia assistiva. Ao professor cabe promover
dentro de sala de aula a inclusão diminuindo as barreiras programáticas, conceituais,
atitudinais e sociais para que os alunos possam ter as mesmas oportunidades na
sociedade e no mundo do trabalho.
Dessa forma, entende-se que precisamos rever os conceitos de inclusão
presentes nas escolas, pois receber os alunos deficientes não é sinônimo de inclusão,
mas receber com qualidade diminuindo as barreiras para seu desenvolvimento,
também não basta ter um intérprete; é necessário capacitar os profissionais,
disponibilizar material didático, adequar o ambiente, se isso não acontece não existe
inclusão. É importante que esse movimento de crescimento da acessibilidade continue
para que no futuro as pessoas surdas, assim como todos os deficientes, possam se
tornar independentes e realizar suas atividades de forma plena.
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do aluno com surdez, nesse texto ele descreve os papéis do professor, do intérprete,
do aluno surdo e ouvinte no processo de aprendizagem.
A família tem sua relevância no processo formativo das crianças, pois é no seio
familiar que as crianças irão modelar a linguagem que utilizarão durante sua vida.
Assim, no momento em que as relações são construídas a aquisição da linguagem
acontece.
Um dos maiores problemas que o professor tem quando recebe a criança com
surdez é a linguagem, pois é a partir de uma língua que o professor desenvolve o seu
trabalho científico. No momento em que a criança chega à escola sem que esse
trabalho esteja feito, haverá consequências.
Dentre as várias consequências sociais e cognitivas de um aluno chegar à
escola sem a aquisição de uma língua, vamos destacar neste primeiro momento o
retardo do processo. Este se dá pelo fato que o professor não terá apenas que
alfabetizar essa criança tendo como base uma língua referente, mas terá que ir para
além da alfabetização com a ensino de uma língua utilizada pelo grupo para
estabelecer a comunicação.
Por um longo período dentro do ambiente escolar existia o trabalho do professor
surdo instrutor de Libras, ele trabalhava junto com a professora alfabetizadora com as
crianças que chegavam no ambiente escolar. A vantagem dessa parceria era que o
surdo compreendia exatamente qual era o melhor caminho para alcançar a criança
com surdez.
No entanto, as dificuldade quanto ao trabalho do professor instrutor veio de
questionamentos sobre a formação desses profissionais e os valores que eram pagos
pelo governo uma vez que a demanda era grande. Devido a esses fatores a figura
desse profissional deixa de existir no ambiente escolar.
O trabalho do instrutor ficou a cargo do professor regente junto com todas as
outras demandas existentes no exercício da docência, mas agora ele teria o auxílio
do intérprete de Libras que desenvolve junto com o professor regente o planejamento
estruturado para o processo de alfabetização das crianças com surdez.
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Essa parceria somente poderá ter sucesso se a família desempenhar o seu
papel no processo. Portanto o papel da família da criança surda é de construir um
linguagem utilizando a língua de sinais de seu país, construção cognitiva com
reconhecimento de palavras, relacionar o conteúdo ensinado em sala com a vida
diária da criança, incitar a crianças ao mundo imaginário para que ela entenda o que
está sendo ensinado na escola, mostrar à criança a importância da leitura para que
ela compreenda o sentido de ir à escola e ter que estudar, realizar as atividades
propostas pela professora em sala com intuído de reforçar e efetivar junto à criança a
aprendizagem, acompanhar a aprendizagem e relatar ao professor as dificuldades de
seu filho.
Portanto, a relação da família com a língua de sinais precisa ser desde o
momento em que descobre que a criança não consegue ouvir. Para alguns autores
existe a necessidade de que a família faça acompanhamento dessa criança com a
Fonoaudiologia, embora muitos autores discordam dessa visão, mas a sociedade por
sua maioria não ter comunicação na língua de sinais, a aprendizagem da leitura labial
junto com a aprendizagem com a língua de sinais e a língua escrita tornará um
facilitador para a criança em sua vida adulta.
Para Sousa (2022), o pensamento de Vygotsky (1984), não é simplesmente
expresso em palavras, e é através delas que passa a existir. Tudo isso se refere à
criança surda e a necessidade de explorar o ambiente de todas as fontes culturais e
sociológicas e linguísticas, são fatores determinantes para o desenvolvimento de
aquisição de linguagem. Ela fica em desvantagem em todo esse processo de
aquisição de linguagem natural. Segundo Vygotsky (1984), o ser humano é um ser
que necessita das relações e interações com o meio, sendo assim a família não pode
privar das crianças, por conta da língua, a possibilidade de se relacionar e inter
relacionar o conhecimento científico com a sua vida diária. Para o autor, a criança se
tornará uma “ferramenta mediadora”, ou seja, ela tem a necessidade ser emancipada
para tomar suas próprias decisões, fazer suas escolhas e ter a capacidade de escolher
a sua vida presente e futura.
Nem sempre a família da criança surda consegue prepará-la para os
enfrentamentos da vida, para algumas há sentimento de incapacidade devido os
problemas comunicacionais existentes na sociedade, mas a família tem o papel de
acreditar na capacidade de seus filhos e mostrar a essas crianças os caminhos para
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a superação das dificuldades impostas pela sociedade. O trabalho da família é
estimular a comunicação em língua de sinais, por meio da leitura labial e por meio da
escrita, não importa o meio utilizado.
Pensando na aplicação prática do ensino por parte da família, essa poderá
escrever e colar imagens com sinais em móveis de sua casa, ao sair com a criança
na rua ensinar os sinais de locais de sua vida diária, usar de materiais impressos que
tenham a língua de sinais, construir com as crianças jogos que seja contextualizado
para criança surda.
A família e a escola precisam analisar sobre o desenvolvimento cognitivo e
aquisição da linguagem de uma criança surda. Tendo em sua análise se a criança
surda consegue fazer a interação com as pessoas que ela convive, com sua família,
escola e clínica fonoaudiológica. Todos necessitam trabalhar com objetivo de analisar
a qualidade das interações e de que maneira essa interação tem influenciado no
desenvolvimento dessa criança, ou seja, a relação entre a socialização e as funções
comunicativa e cognitiva da linguagem.
Assim sendo, o trabalho em parceria da escola com a família potencializa a
criança para as tomadas de decisões. Assim ela será capaz de prescindir, avaliar,
debater, conhecer e comentar os fatos ocorridos em seu contexto, demonstrando-se
parte da sociedade.
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língua de sinais, no Brasil temos a Língua Brasileira de Sinais que foi oficializada pela
lei 10436/2002. Esse instrumento quando oficializado tornou-se uma maneira de
unificar as culturas, mas ainda não é suficiente, pois toda a sociedade, os meios de
telecomunicação, a estrutura do sistema ainda está organizado em maior parte para
a comunidade ouvinte.
Embora a sociedade acredite que a aprendizagem na língua portuguesa pela
comunidade surda poderá oportunizar que esse grupo seja incluído em uma mesma
cultura, é notável que ainda não é possível, pois não são todos os ouvintes que
conseguem sinalizar nas línguas de sinais. Outro fator preponderante é que grande
parte da comunidade surda tem como língua mãe a língua de sinais, algo que lhe é
de direito. Com isso as dificuldades linguísticas da língua portuguesa é um fator que
distancia a comunidade surda da ouvinte.
Outra diferença existente entre a cultura ouvinte e a cultura dos surdos é a
maneira como esse indivíduo percebe o mundo ao seu redor. Parte das concepções
de cultura da comunidade ouvinte vem pelo som ou pela fala dos elementos
contextuais, pontos que divergem da comunidade surda por não conseguirem a
grande maioria ouvir o som das coisas ao seu redor. Desta maneira podemos citar
exemplo do reconhecimento cultural sobre os animais, para a comunidade ouvinte o
gato faz miau, já para a comunidade surda o gato não emite sons, mas se espreguiça,
se lambe e sempre que quer comida passa no meio as pernas do dono.
Desta maneira é notável a diferença entre as culturas para a comunidade
ouvinte a comunicação é oral auditiva, os programas de TV e Filmes não existe a
necessidade de um intérprete, em locais públicos como teatros não existe a
necessidade de ter um intérprete, a música é um elemento completamente sonoro
pertencente à comunidade de ouvintes, os programas de rádio da mesma forma são
apenas elementos auditivos, as bibliotecas são compostas apenas de livros escritos.
Já para a comunidade surda existem alguns elementos que precisam ser
implantados na língua de sinais. Como por exemplo os programas de TV e filmes
deveriam ter acessibilidade com intérpretes de língua de sinais, assim como nos
teatros e locais públicos.
Sabemos que a comunidade surda tem conquistado o seu espaço e se inter-
relaciona com a comunidade ouvinte. Um exemplo é o uso do aparelho de telefone
que, por um longo período, era um objeto pertencente à comunidade ouvinte. No
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entanto, os avanços tecnológicos fizeram com que esse objeto se tornasse um
instrumento integrador em partes das duas culturas. A parte que não é integrada se
dá por funções que emitem o som, exemplo o toque do celular para a comunidade
surda é ativada somente pela função vibracall e piscar de luzes. Embora alguns
ouvintes também usem essas funções, torna-se para esse como um elemento optativo
o que não é para o surdo.
No contexto escolar é de fácil observação que algumas escolas estão
estruturadas para a comunidade ouvinte. Basta observar no início de um turno,
quando os alunos chegam na escola o que marca o início e o fim de um período de
aula é o uso da sirene. Esta emite um sinal sonoro que é um indicador para a
comunidade estudantil e para os pais que a aula vai começar. No entanto, o uso de
sinais sonoros alcança apenas a comunidade de ouvintes, assim se um aluno estiver
na porta da escola ele só saberá que é o momento de entrar para o início do turno
quando perceber que todos os que estão na porta adentraram uma escola. Essa
mesma situação acontece nos momentos de intervalo ou troca de professores no
ambiente escolar.
Como observado nos relatos acima a comunidade ouvinte por um longo
período considerou as incapacidades da comunidade surda. Para alguns o sentimento
de superproteção dominou no seio familiar, para outros o sentimento de incapacidade
gerou a exclusão da comunidade surda, que hoje têm mostrado as suas capacidades
diante do contexto social.
A construção social da visão do incapaz precisa ser rompida com a valorização
Das potencialidades do sujeito, contudo existe a necessidade das adaptações que
possibilitem a inclusão. Como por exemplo escolas que criem elementos sinalizadores
espalhados pelo pátio que mostre ao surdo o momento que iniciou e finalizou uma
determinada atividade. Outra sugestão seria que provas fossem feitas na língua mãe
na comunidade, isso significa que não teríamos para a comunidade surda provas
escritas e sim em vídeos gravados em sua própria língua.
Existe também a necessidade cultural quanto aos métodos de ensino, uma vez
que o professor necessitará da utilização de elementos visuais, pois esses irão
favorecer os surdos diante da capacidade visual do surdo. Dentre as várias maneiras
adaptativas da metodologia do professor a sugestão é que ele use imagens,
desenhos, ilustrações, materiais concretos, vídeos e animações.
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Em suma, nesta unidade estudamos sobre a flexibilização dos métodos para o
trabalho com a criança surda, compreendemos a necessidade do reconhecimento dos
métodos pedagógicos para trabalhar com pessoas surdas, refletimos e demonstramos
adaptações práticas para o processo de ensino e aprendizagem da criança com
surdez. Lemos sobre as relações do professor e o intérprete no processo de ensino e
aprendizagem da criança com surdez. Refletimos sobre a família da criança surda e
as participação no processo de aprendizagem e apresentamos a dicotomia da cultura
surda e a cultura ouvinte.
Esperamos que, com essa disciplina, o leitor compreenda o seu papel no
processo formativo da comunidade surda e que tenhamos incitado o aluno para
continuar a pesquisa sobre a Língua Brasileira de Sinais.
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ATIVIDADE UNIDADE III
A. consecutiva.
B. simultânea.
C. inversa.
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D. literal.
E. progressiva.
4. Existe também a necessidade cultural quanto aos métodos de ensino, uma vez que
o professor necessitará da utilização de elementos visuais, pois esses irão favorecer
os surdos diante da capacidade visual do surdo. Dentre as várias maneiras
adaptativas da metodologia do professor a sugestão é que ele use imagens,
desenhos, ilustrações, materiais concretos, vídeos e animações. Sobre o tema
“cultura e identidade surdas”, é CORRETO afirmar.
A. Na maioria das vezes, os termos “cultura surda” e “identidade surda” representam
as mesmas coisas, portanto, são intercambiáveis.
B. Só têm cultura surda os surdos que possuem uma identidade política fortalecida.
C. Surdos que não conhecem a língua de sinais não partilham da cultura surda.
D. Para os Estudos Culturais, a “cultura” são as experiências de cada grupo, a forma
como atribuem sentido à realidade. Assim, fortalecer a cultura surda é fortalecer a
identidade surda.
E. Todas as alternativas estão corretas.
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REFERÊNCIAS
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