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Resumo (SÓ VEJA SE ESTIVER COM MUITA PREGUIÇA DE LER)

Texto completo a partir de (Capitulo 1)

Setsuna Aika vive em um mundo onde ghouls, seres que se alimentam de humanos, e
humanos coexistem em uma tensa e frágil paz. Sua família, composta pelos ghouls Yuta e
Ayame Aika, adota uma abordagem pacífica, tentando se integrar à sociedade humana para
evitar conflitos. No entanto, essa harmonia é interrompida quando a Comissão de
Contra-Medidas Ghoul (CCG), uma organização anti-ghoul, lança um ataque surpresa ao
distrito onde vivem.

Diante do perigo iminente, os pais de Setsuna sacrificam suas vidas para permitir que ela
fuja. A cena é angustiante, com os pais de Setsuna enfrentando os agentes da CCG
enquanto ela é forçada a fugir. Essa separação dolorosa marca o início da jornada de
Setsuna em um mundo repleto de traição, perigo e incertezas.

Ao fugir, Setsuna se depara com a traição dentro de sua própria família, descobrindo que
alguns de seus parentes conspiraram contra ela. Esse choque deixa-a aturdida,
questionando quem realmente pode confiar em um mundo onde até mesmo aqueles mais
próximos podem se voltar contra você.

Durante sua fuga desesperada, Setsuna enfrenta uma agente da CCG em um confronto
violento. Apesar de sua determinação em lutar, ela é gravemente ferida, com seu kagune
danificado e parte de sua cauda arrancada. A dor física é intensa, mas é superada pela dor
emocional de ser traída por sua própria família e confrontada com a crueldade dos
caçadores de ghouls.

Enquanto está à beira da inconsciência, Setsuna é envolvida por uma luz misteriosa e ouve
berros de dor ecoando ao seu redor. Esses sinais sugerem a possibilidade de que sua sorte
possa mudar, de que talvez exista uma chance de sobrevivência e esperança em meio ao
caos e à escuridão que a cercam.

Nos últimos momentos de consciência, Setsuna é resgatada por uma figura mascarada
cujas intenções e identidade permanecem desconhecidas. Seu destino permanece incerto,
mas sua determinação em enfrentar os desafios que a aguardam e descobrir a verdade por
trás da traição de sua família permanece inabalável.
Capítulo 1 e só o 1 mesmo

O mundo se estende em uma obra de beleza indescritível, uma terra adornada por riquezas
além da imaginação. Paisagens exuberantes se estendem até onde os olhos podem
alcançar, cada canto uma pintura da mais pura harmonia. Os ambientes são acolhedores e
convidativos, repletos de comunidades sociáveis, onde a maior preocupação dos habitantes
é dedicar-se aos estudos, buscando uma profissão respeitável para o futuro, e sonhando
em construir famílias sólidas e afetuosas. Este é um lugar de tranquilidade e serenidade, um
santuário de harmonia que apenas poucos têm o privilégio de chamar de lar.

Entretanto, essa visão idílica não passa de um sonho inalcançável para nós, os carnívoros,
os chamados monstros devoradores de homens. Somos vistos como criaturas detestáveis,
caçadas implacavelmente apenas por nos alimentarmos do único ser vivo capaz de saciar
nossas necessidades: os humanos. No entanto, enquanto somos rotulados como monstros,
é irônico perceber que são os próprios humanos que se revelam como os verdadeiros
demônios neste cenário, com sua sede insaciável por destruição e intolerância.

Me chamo Setsuna Aika, descendente de uma linhagem de ghouls poderosos, Yuta e


Ayame Aika, que alcançaram o ápice de sua espécie ao conquistarem um dos grandes
distritos de Tokyo. No entanto, havia algo notável e distinto neles em comparação com
nossos pares: eles não se rendiam à selvageria desenfreada que muitos ghouls abraçavam.
Em vez disso, descobriram uma maneira de se misturar entre os humanos, usando o
consumo de café como uma fonte temporária para saciar a fome voraz que nos assola,
reduzindo assim o desejo insaciável pela carne humana.

Os meus pais adotaram uma filosofia de vida intrigante e pragmática: 'Se é possível passar
despercebido pelos inimigos, por que confrontá-los e arriscar nossas próprias vidas no
processo?' Era um conceito simples, porém profundo, uma abordagem que muitos de nossa
raça ignoravam em favor da violência e do confronto direto.

Éramos, de fato, uma família feliz, unida pelo amor e pelo respeito mútuo. Mas, como
muitas vezes acontece, essa felicidade não era bem-vinda para os outros. Nosso estilo de
vida pacífico e integrado desafiava as convenções estabelecidas, despertando a inveja e a
hostilidade daqueles que preferiam manter os ghouls como inimigos eternos da
humanidade.

Entretanto, os ghouls não eram tão diferentes dos próprios humanos. Meu pai, um médico
exemplar da cidade, era um exemplo peculiar dessa verdade. Afinal, o que levaria um ghoul
a se tornar um médico? Meu pai sempre alegava que era um exercício de autocontrole, uma
maneira de se adaptar ao mundo dos humanos. No entanto, eu sabia que havia mais por
trás dessa história. Ele era o responsável por negociar com o necrotério local, garantindo
que ghouls mais pacíficos tivessem acesso a cadáveres humanos para se alimentar,
evitando problemas e conflitos desnecessários.

Tudo parecia tranquilo, até o dia em que uma organização conhecida como CCG (Comissão
de Contra-Medidas Ghoul) iniciou uma investigação meticulosa em nosso distrito.
Estávamos em casa, desfrutando de um jantar familiar acolhedor, quando ouvimos batidas
na porta. Um cheiro estranho pairava no ar, algo além de um humano comum: era o odor
característico de uma quinque, uma arma feita a partir de órgãos de ghouls. Antes que
pudéssemos compreender a situação, estávamos cercados. Dezenas de agentes da CCG
invadiram nossa casa, com o aroma repugnante de nossos semelhantes preenchendo o
ambiente, indicando a presença de vários caçadores ao redor.

Em um ato de desespero, meus pais me agarraram pelo braço e me conduziram por uma
rota de fuga secreta que ficava abaixo de nossa casa. Porém, escapar sem ser detectado
pelos agentes da CCG era quase impossivel, pois sabíamos que se percebessem nosso
sumiço, as consequências seriam ainda mais devastadoras.

Meus pais decidiram ficar para lutar contra a CCG, apesar de todos os meus pedidos e
súplicas para que não o fizessem. Mesmo assim, eles se ajoelharam diante de mim, cada
um beijando minha bochecha e sorrindo. Sentia a dor dilacerante de uma filha que sabia
que seus pais estavam prestes a enfrentar a morte, mas ainda assim optavam por me
tranquilizar. "Vai ficar tudo bem, você é nossa filha, nossa princesa, e o maior orgulho que
poderíamos ter", disseram eles. Encarei seus rostos uma última vez antes que fechassem a
porta da passagem.

Desde o início da invasão, Setsuna chorava incessantemente, as lágrimas caíam em


profusão, sufocando-a até mesmo para emitir palavras. Ao se virar para a passagem,
começou a correr sem olhar para trás. O caminho estreito, apertado, não era obstáculo para
ela.

Mas então veio a pior parte: os gritos de dor e desespero de meus pais, ecoando pelos
corredores estreitos. Cada grito era como uma faca cravada em meu coração já dilacerado.
Eu queria voltar, ajudar, lutar, mas algo em mim se recusava a retroceder. Os gritos apenas
aumentavam.

E então, o som perverso da gargalhada de um dos agentes. Uma voz feminina, repleta de
zombaria, ecoava pelos corredores escuros. Setsuna parou no meio do caminho, imersa na
dor, na raiva, na repulsa. No momento em que virou-se, o olhar sombrio da agente a
encarou, seu sorriso macabro gelou o sangue em suas veias. "Te achei", disse a voz, uma
sentença de destino cruel.

Setsuna correu desesperadamente, sem rumo, pelo túnel estreito. Seu coração batia
descompassado, sua respiração estava ofegante. O túnel desmoronado a levou a um
barranco, e ela despencou em um rio lamacento. Coberta de barro, tremendo de medo, mal
conseguia se levantar quando uma voz ressoou em sua orelha: "Seus pais teriam lutado
mais bravamente".

Ela se virou e viu a agente, claramente agora: cabelos carmesim como sangue de ghoul,
traje negro camuflado na escuridão. Uma maleta atrás das costas. E então, um lampejo de
memória: seus pais, momentos felizes juntos.
Num piscar de olhos, uma presença acolhedora surgiu. Uma cauda de escorpião, músculos
avermelhados, dois tentáculos reminiscentes de pernas de escorpião. O pai de Setsuna
estava ali, de alguma forma, em sua kagune.

Enquanto ela se encontrava no meio da escuridão, outra sensação a envolveu. Era como se
algo estivesse recobrindo sua face, oferecendo-lhe proteção. Instantaneamente, ela foi
transportada para lembranças preciosas de sua infância ao lado de sua mãe, uma bióloga
exemplar, que costumava estudar insetos raros. Sua mãe tinha uma paixão especial pelo
besouro Hercules, admirando sua incrível força e sua coragem inabalável, mesmo diante da
adversidade.

Foi então que Setsuna percebeu o que a protegia: um elmo adornado com dois grandes
chifres, idênticos aos do besouro Hercules, mas com uma coloração carnal e vermelha.
Além disso, um revestimento se estendia por todo o seu braço, com pontas adornadas por
grandes chifres, lembrando os grandes chifres do besouro Hercules prontos para uma
ofensiva.

O coração de Setsuna se encheu de coragem, e seus olhos foram tomados por uma
coloração vermelha ardente enquanto ela investia com determinação implacável. Sem paz,
sem passivismo, apenas uma intenção intensa de acabar com aquela ameaça. No entanto,
sua determinação logo foi frustrada quando teve parte de sua cauda brutalmente arrancada
pela agente, e seu elmo destruído por um único soco que a fez cair sem forças no chão.

A agente sorriu satisfeita, aproximando-se e usando a sola do sapato para sufocar Setsuna,
impedindo sua respiração. Sua visão turvou-se, mas antes que perdesse a consciência, a
agente virou a cabeça, revelando uma pessoa ao lado dela, com uma kagune ukaku
amarelada, as asas de uma abelha. Setsuna sabia, conhecia, sabia de quem era aquela
kagune. A revelação a encheu de fúria, pois membros de sua própria família haviam
conspirado contra ela.

Mais deles se revelaram, e Setsuna pôde ver claramente: todos, sem exceção, eram
membros de sua própria família. Invejosos, maníacos, traidores. A imundície da traição feriu
ainda mais fundo que os ferimentos físicos. No entanto, enquanto sua consciência
começava a se esvair e o fim parecia iminente, uma luz intensa tomou conta do lugar,
seguida por berros de dor ecoando pelos corredores.

Nos seus últimos segundos de consciência, Setsuna viu alguém mascarado se


aproximando, segurando-a...

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