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Isabela tem 28 anos e vive com Thiago há quase quatro anos.

Eles têm uma menina


de 6 meses (Mayra) e um menino de 2 anos (Lirio). Isabela também é mãe de três
crianças de três relacionamentos anteriores: uma menina de cinco (Fernanda), uma
menina de sete (Alessandra) e um menino de 10 anos de idade (Marcos).
arrolar como testemunhas
No domingo, 22 de abril, às 2h da manhã, Isabela e Thiago estavam bebendo e
jogando cartas com vizinhos (Joana e Julio) na casa de Thiago. O pai do filho mais
velho de Isabela estava visitando uma cidade próxima, e Thiago acusou Isabela de
ter um caso com o ex companheiro, citando comentários e fotos que ele havia visto
em redes sociais. Iniciaram uma briga e Thiago começou a ameaçá-la, dizendo que
se soubesse de qualquer “traição”, “mataria ela e todos os filhos”. A discussão
começou a ficar ainda mais acalorada e Isabela, então, partiu para tentar desfechar
um tapa no rosto do companheiro. Ele tentou afastá-la da agressão, segurando o
rosto da vítima e empurrando-a para trás.

Um vizinho (Antonio) ligou pra polícia ao ouvir os gritos. Chegando a polícia, o


casal, os filhos e o vizinho que fez o chamado (Antonio) foram conduzidos à
delegacia mais próxima, onde Isabela relatou a briga aos policiais e fez um exame
de corpo de delito. Ela não descreveu a ameaça, temerosa de toda repercussão que
o caso poderia tomar. Já o vizinho Antonio foi contundente em descrever o que
ouvira, de sua casa, com relatando a ameaça de Thiago contra Isabela; mas não
pôde falar sobre a agressão efetivamente, já que nesse momento estava no telefone
fazendo o chamado. Thiago foi denunciado pelos crimes de lesão corporal e
ameaça, nos seguintes termos: § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

“Isto posto, com base no testemunho de Antonio de que ‘Thiago disse com todas as
Art. 147 - Ameaçar
letras que, se visse Isabela de gracinha com o ex companheiro, mataria a ela e seus
filhos’ (fl. 21), no exame pericial (corpo de delito) constante de fls. 56, em que o
alguém, por
palavra, escrito ou
gesto, ou qualquer
outro meio
simbólico, de
perito constata ‘marcas características de dedos na face de Isabela’, e no corolário
causar-lhe mal
injusto e grave: democrático do in dubio pro societate, está Thiago incurso nas penas contidas no
Pena - detenção,
de um a seis art. 147 e art. 129, § 9º, ambos do Código Penal c/c art. 5º da Lei 11.340/06 (Lei
meses, ou multa.
Parágrafo único -
Somente se
Maria da Penha).” Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei,
procede mediante só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada
representação. com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Após o recebimento da denúncia, sem designar a audiência prevista no artigo 16 da


Lei 11.340/2006, o que é comum em casos como este, foi procedida à intimação do
réu. Isto aconteceu através de um carimbo aposto aos autos, com a seguinte forma:

Genérico?
Recebo a denúncia. Cite-se o acusado para fins de defesa prévia

Thiago recebeu a citação e te procura para apresentar a defesa cabível.

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