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Universidade Federal Fluminense

Curso: Sociologia
Disciplina: Teorias Políticas Contemporâneas
Aluno(a): Rayssa Guedes de Oliveira

Resenha Crítica do Texto: Para Além da Gestão e do Financiamento: a Dimensão


Institucional da Crise do Sistema Único de Saúde / Bruno Leonardo Brito Vicente. – 2012.

O texto em questão oferece uma visão abrangente da evolução do Sistema Único de Saúde
(SUS) no Brasil, abordando aspectos financeiros, institucionais e de gestão. A análise começa
com uma visão geral do SUS, destacando suas origens nos movimentos políticos da década
de 1970 e seu compromisso com a prestação de cuidados de saúde universais, gratuitos e de
alta qualidade. A introdução também evidencia os desafios enfrentados pelo SUS, mantendo
seu foco na universalidade e qualidade. A dimensão financeira é um dos pontos centrais do
texto. Ele revela a questão da insuficiência de recursos financeiros como um dos principais
obstáculos ao sucesso do SUS. A análise abrange a alocação de recursos financeiros, as
contribuições tributárias, bem como a influência das tendências neoliberais na política
brasileira a partir da década de 1990. A descrição da relação entre a saúde pública e o setor
privado, como exemplificado pelos gastos de saúde nos EUA, é esclarecedora e destaca a
importância de um financiamento adequado para um sistema de saúde público eficaz.
A evolução do sistema de saúde no Brasil, desde o fim do primeiro governo Vargas até a
criação do SUS, é detalhada. Isso fornece uma compreensão sólida das mudanças históricas e
dos desafios enfrentados ao longo do tempo. A Constituição de 1988 apresenta como um
marco fundamental na consagração do direito à saúde e na descentralização das políticas de
saúde. Esses insights ajudam a contextualizar as questões financeiras discutidas
anteriormente. A gestão do SUS é uma preocupação crucial, e o texto apresenta duas
perspectivas teóricas - conservadora e progressista - para entender os problemas gerenciais.
Ambas as perspectivas concordam que a fraqueza na gestão pública é um desafio, mas
divergem em suas abordagens para resolvê-lo. A perspectiva progressista enfatiza a
necessidade de resistência e articulação de forças sociais e políticas para proteger o projeto do
SUS de interferências. A judicialização da saúde no Brasil é discutida como uma
característica complexa e crescente. É destacado o aumento no número de ações judiciais
relacionadas à saúde e as implicações financeiras e operacionais desse específico para o
sistema de saúde. Coloca-se em questão que a judicialização é um reflexo das falhas na
prestação de serviços de saúde e das insuficiências do SUS.
Também é colocado em questão a importância da análise da estrutura e do funcionamento do
Sistema Único de Saúde (SUS) no contexto político e institucional do Brasil. Além disso, é
de grande relevância considerar aspectos como a cultura institucional, os interesses das partes
envolvidas e a própria instituição em si para compreender e abordar os desafios do sistema de
saúde no país. Uma das principais mensagens do texto é que a análise da dimensão
institucional é crucial para identificar as barreiras que impedem a plena realização dos
princípios do SUS, como universalidade, integralidade e equidade. O autor argumenta que a
inovação institucional e a flexibilidade nas estruturas do SUS são essenciais para superar os
problemas estruturais do sistema de saúde no Brasil.
Outro ponto abordado é o federalismo brasileiro e como ele difere do modelo
norte-americano do qual se originou. Há uma discussão de como o federalismo brasileiro
passou por transformações ao longo dos anos, especialmente após a redemocratização na
década de 1980, e como não pode ser compreendido de maneira simplista, como uma
dicotomia entre centralização e descentralização. O autor também fala sobre a
descentralização, a relação entre federalismo e descentralização e a importância da
Constituição na regulação do federalismo. Além disso, o texto aponta três categorias de
federalismo: progressivo, defensivo e reativo, destacando como os contextos políticos e
econômicos influenciaram a natureza dessas categorias. De maneira geral, o texto fornece
uma análise abrangente da complexidade do federalismo e da descentralização no contexto da
saúde pública no Brasil. Ele mune a necessidade de considerar fatores institucionais e
políticos para abordar eficazmente os desafios enfrentados pelo SUS, promovendo uma
compreensão mais profunda de como o sistema de saúde funciona no país.
Contudo, o texto oferece uma visão esclarecedora do SUS no Brasil, abordando questões
financeiras, institucionais, de gestão e jurídicas. A análise crítica é importante para entender
os desafios e possíveis soluções relacionadas ao sistema de saúde brasileiro. É ressaltada a
necessidade de um financiamento adequado, uma gestão competente e a melhoria da
qualidade dos serviços de saúde para garantir o sucesso contínuo do SUS como um sistema
de saúde público universal e de alta qualidade no Brasil.

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