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AUDITORIA INTERNA
O processo de auditoria pode –se ainda resumir-se em três fases: Planeamento, Execução e
Relatório.
Uma das diferenças entre Auditoria interna e Externa é que aquela (interna), ao ser uma função
dentro da empresa, tem um carácter permanente que lhe permite dispor de mais tempo para
realizar testes com maior amplitude do que a Auditoria externa que normalmente, só realiza um
exame anual.
O planeamento das actividades dá-se, basicamente, por meio de dois documentos: o Plano
Anual de Actividades de Auditoria Interna e Programa de Auditoria.
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2.1.1. Plano Anual de Actividades de Auditoria Interna
Quanto às acções de auditoria interna previstas e seus objectivos, deve constar a descrição da
actividade a ser desenvolvida, o período estimado (em dias úteis) necessário para a realização de
cada actividade, o cronograma de execução, o efectivo de servidores da Auditoria Interna
necessário para a acção, as unidades envolvidas e demais informações entendidas como
oportunas ou convenientes para a realização do trabalho ou aquelas estabelecidas na legislação
aplicável.
Entre outras razões é necessário planear os diferentes controlos a realizar ao longo do ano, qual
sua amplitude, alcance e frequência, para não deixar que a realização de auditorias fique à mercê
da ocorrência de algum acontecimento que seja necessário investigar. O facto de planear
antecipadamente o trabalho a realizar é factor relevante para o êxito do trabalho de equipa de
Auditoria Interna.
Algumas auditorias repetem-se quase todos os anos: É o caso de contabilística financeira que faz
parte do plano anual. As auditorias operacionais e ou de procedimentos têm uma rotação mais
alta – a duração é curta. Existem ainda auditoria excepcionais, solicitadas pela Direcção, para
auditar alguns factos ou operações pontuais.
É pois necessário elaborar um plano anual a fim de permitir a realização de exames adequadas e
eficientes, que facilitam a concretização dos objectivos do Departamento de Auditoria Interna,
em tempo razoável, independentemente de acontecimentos imprevisíveis.
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È difícil estabelecer um plano padrão de auditorias, em virtude das diferentes estruturas
empresariais e tipos de Direcção, no entanto, podem se estabelecer os requisitos mínimos a ter
em conta aquando da elaboração de planos, entre os quais destacamos:
1. A dimensão da empresa
2. O sector da actividade a que pertence:
As características do sector de actividade;
A conjuntura económica existente no momento de elaboração do plano e
possíveis implicações;
As causas e origens do crescimento do negócio, ou pelo contrário, a sua
decadência
3. A identificação das funções mais relevantes dentro da empresa e os problemas críticos
que as podem afectar;
4. A empresa é objecto de auditorias externas periódicas
5. O correcto tratamento da informação;
6. A filosofia da Direcção quanto às políticas conservadoras ou optimistas.
7. A situação financeira da empresa.
c) O Cálculo do tempo que se irá despender para executar auditoria, tendo em conta o tempo
necessário para acção complementar de seguimento das recomendações formuladas, com
objectivo de corrigir as deficiências encontradas.
Preparação de auditoria
A preparação de auditoria inclui um programa de trabalho, que é um plano detalhado
de práticas comuns de auditoria e de avaliação de controlo interno, baseadas nas
normas estabelecidas pela empresa e nos procedimentos técnicos geralmente aceites.
Trata-se de uma orientação, um guia para consecução do trabalho do departamento de
Auditoria Interna. A sua aplicação não assenta portanto em critérios rígidos, podendo
a equipa de auditoria usá-lo com uma razoável flexibilidade.
O programa de auditoria recolherá as linhas gerais de actuação da função de
Auditoria Interna.
Programa de trabalho para Auditoria contabilística-financeira – está
intimamente relacionado com objectivo de controlo e apropriação das demonstrações
financeiras.
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Programa de trabalho para Auditoria operacional – visa medir e avaliar a
eficiência de gestão de diferentes áreas ou actividades funcionais da empresa.
O programa visa definir os meios mais económicos, eficientes e oportunos para se atingir os
objectivos da auditoria. Deve ser aprovado pela chefia da Unidade de Auditoria Interna, assim
como eventuais alterações durante a fase de execução de auditoria.
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Para a elaboração do programa pode ser utilizada a matriz de procedimentos que se constitui em
um detalhamento, passo a passo, das questões e itens que serão verificados durante a auditoria.
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- Calculo conferido (Σ);
- Ponto de relatório (X).
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Auxílio na realização dos exames e elaboração do relatório;
Registo do trabalho e das conclusões;
Suporte do relatório;
Supervisão e revisão (qualidade).
São especialmente importantes no que se refere ao registo de evidências da Auditoria, seja por
intermédio de informações em papel, meio electrónico, ou outros que assegurem o objectivo a
que se destinam.
Os papéis de trabalho podem ser classificados em: Permanente ou Corrente, no que se refere
ao seu uso.
Uma vez que os papéis de trabalho são a comprovação do trabalho realizado pela equipe de
auditoria, devem ser arquivados na Auditoria Interna por, pelo menos, cinco anos a partir da data
de emissão de seu parecer ou relatório. O acesso aos papéis de trabalho somente é permitido a
pessoas autorizadas.
2.1.1.2. Amostragem
Os exames de auditoria são realizados basicamente por amostragem, que é o processo pelo qual
se obtêm informações sobre a totalidade de uma determinada população através da análise de
parte dela – a amostra. A qualidade da amostra deve ser tal que, ao se aplicar os procedimentos
de auditoria a uma parcela reduzida da população, não haja perda de suas características
essenciais, de forma a proporcionar adequada evidência sobre o todo.
Risco: estabelecido com base nos apontamentos expedidos pelos órgãos de controlo interno e
externo sobre irregularidades praticadas em exercícios anteriores.
Contudo, a amostra e seu tamanho podem variar, pois dependem do objectivo que se está
almejando com aquela actividade de auditoria, do objecto da auditoria, da complexidade da
população (tanto no sentido qualitativo como quantitativo), do tempo programado para executar
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tal actividade, da quantidade de servidores alocados para a auditoria, da experiência do auditor,
etc.
Contudo, o planeamento dos trabalhos de auditoria deverá ser feito de forma imparcial, dando
ênfase às áreas julgadas relevantes e com maior risco, com o objectivo de potencializar os
resultados a serem obtidos.
A redacção do Relatório de Auditoria tem início ainda na fase da Execução, com o desenvolvimento dos
achados em auditoria.
Assim, as evidências são obtidas durante o trabalho de auditoria, e devem ser suficientes, pertinentes ao
assunto em análise e fidedignas para fundamentar as conclusões.
Por seu turno, constatação é um achado ou uma conclusão de auditoria. O resultado da comparação entre
condição e critério. Apesar de ser, na maioria das vezes, negativo, o achado também pode ser positivo.
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Quando a constatação ou o achado tiver conotação negativa, este pode ser denominado também de
falha, irregularidade, impropriedade, deficiência, ponto fraco ou ocorrência. A constatação deve
sempre se basear em evidência. Caso não haja uma evidência, ou esta for insuficiente, impertinente ou
inadequada, não há uma constatação, mas, simples indício, ou seja, uma provável irregularidade não
comprovada que não deverá ser considerada pela auditoria na emissão do parecer ou relatório.
INDICIO CONSTATACAO
AUDITORIA ≠ = + =
EVIDENCIA
Após a constatação, a Auditoria Interna efectua a recomendação, que é a sugestão de acção de correcção
ou de melhoria. A Unidade de Auditoria Interna, por ser um sector de staff, não tem poder hierárquico de
efectuar determinações, por isso a recomendação é encaminhada ao dirigente da unidade auditada e à alta
Administração a fim de opção de seguimento ou não do recomendado.
Caso a opção do dirigente/gestor seja pelo não seguimento das recomendações expedidas, este passa a
assumir o risco da não implementação da medida saneadora proposta. Esta posição deverá ser formulada
por escrito para fins de registo.
Após a aprovação do Plano de Auditoria Interna, deve ser elaborado o programa de auditoria. O tempo
despendido para a elaboração do programa é computado com o tempo referente à execução de auditoria,
uma vez que é elaborado com a visão voltada a sector ou actividade específicos.
Quando houver limitação das actividades da auditoria, o fato deverá ser comunicado, por escrito, à
autoridade a qual foi encaminhada a solicitação de Auditoria, solicitando as providências necessárias. Tal
diligência constará, obrigatoriamente, no parecer ou relatório de auditoria.
Durante os trabalhos será emitido Relatório Preliminar, que contém as prévias conclusões da auditoria a
respeito, em especial, de uma condição (situação encontrada) entendida como deficiente.
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Dar transparência às avaliações preliminares da auditoria;
Possibilitar que o auditado se manifeste, apresentando contestações entendidas como cabíveis
num determinado prazo;
Auxiliar na formulação da conclusão da auditoria.
Programa de Auditoria
Analise
Relatório Preliminar
Análise
No mínimo uma vez por ano a equipe de auditoria deve se reunir com o gestor para apresentar o
trabalho desenvolvido.
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.A ultima fase do ciclo ou processo de auditoria corresponde à elaboração do Relatório, que
consiste no registo e comunicação dos resultados ao auditado.
A Comunicação de Auditoria, está mais relacionada a dar ciência dos resultados de auditoria
através de relatório ou parecer. Antes de emitir o relatório definitivo, é recomendável comentar
as conclusões e recomendações com o responsável pela área auditada. Estes comentários
ajudarão a esclarecer, se houver mal entendidos, ou interpretações incorrectas e proporciona ao
auditor a oportunidade de poder clarificar pontos concretos do exame sobre o qual vai expressar
opinião
O Relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e, como tal, deve ser apresentado, visto e
entendido pelo auditado, ou mesmo pelo usuário da auditoria. Considerado como veículo
principal de relacionamento entre o auditor e a entidade auditada, o Relatório é documento
técnico e deve obedecer a normas de apresentação, forma e objectivos. É o documento que
contém a conclusão do trabalho de auditoria (previamente programada ou não) em relação a uma
determinada unidade administrativa ou programa de auditoria.
O Relatório é o ponto de ligação entre o trabalho planeado e o efectivamente realizado. É o
instrumento que revela à administração da empresa a qualidade e a contribuição da Auditoria
Interna, suas constatações, opiniões técnicas e recomendações. Serve também como documento
de avaliação do trabalho efetuado pelo auditor, podendo ser enquadrado nas seguintes situações:
O Relatório de auditoria consiste em um documento de caráter formal, emitido pelo Auditor, que
refletirá os resultados dos exames efetuados, de acordo com a forma e o tipo de auditoria.
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Os Relatórios de Auditoria deverão conter, no mínimo, os objetivos da auditoria, o escopo do
trabalho, os critérios de análises utilizados, as causas, as consequências constatadas e as
recomendações que visam a aprimorar os controles avaliados, para o saneamento de
impropriedades ou irregularidades porventura identificadas em cada achado de auditoria, e,
ainda, a conclusão dos trabalhos, com base nos achados de auditoria.
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O relatório deve conter no mínimo:
Número do relatório e ano de emissão;
Identificação do programa de auditoria;
Área auditada;
Escopo do trabalho (critério); O alcance – deve indicar as actividades auditadas, a
informação de suporte e o período em que foi efectuada a auditoria.
Exposição da situação encontrada;( descrição das diferenças indicando a razão da
diferença entre o esperado e o real (porque existe diferença) Se há diferenças entre o
esperado e as condições reais. descrever o efeito da situação encontrada apresentando
o risco ou dependência que a entidade auditada e ou outros encontraram da
divergência entre a condição e o critério (o impacto da diferença)
Constatações, se houver; – trata-se do relato das verificações significativas detectadas
no desenvolvimento dos trabalhos, a ser elaborado de forma concisa pelo auditor,
composto por descrição sumária, evidência, fato, causa, manifestação da unidade
auditada e análise da auditoria interna;
Opiniao do auditor ou seja revelações baseadas nas e na prova objectiva. o leitor do
relatório de auditoria está interessado na opinião, que o auditor expressou acerca do
resultado do seu trabalho. Para este leitor, a opinião deve aparecer num lugar
destacado do relatório
A conclusão – é o resultado da avaliação das actividades auditadas. Pode englobar o
âmbito total de uma auditoria ou aspectos específicos.
Recomendações, caso aplicável - Trata-se da proposição de ações destinadas à
correção das inconformidades apontadas no Relatório de Auditoria;;
Data e assinatura.
Para o Auditado:
Para a Auditoria: Objectivamente, é um dos meios pelo qual a alta administração julga e avalia
a qualidade da auditoria.
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Tipos de Relatórios Descrição
Relatórios ordinários – relativos ao cumprimento do programa anual de Auditoria, previamente
aprovado.
originários de trabalhos de natureza especial, como por exemplo:
a) compra de uma empresa;
b) avaliação de um projecto específico;
c) acompanhamento da fabricação de equipamento de grande porte
Relatórios Especiais
adquirido pela empresa;
assuntos confidenciais, que não podem ser tratados em relatórios
normais;
trabalhos específicos, como: apreciação da actuação de executivos;
suposições de fraudes; etc.
relatórios periódicos, emitidos durante o andamento de uma auditoria;
Relatórios Preliminares
apresentam maior simplicidade na formulação;
são ágeis na discussão dos pontos junto ao auditado.
– quando se trata de um trabalho de longa duração e se detectem
Relatórios intercalares
incidentes, cuja relevância aconselha informar a Direcção, propondo
tomada de acção imediata.
são completos e abrangentes;
Relatórios Finais incluem informações quanto à natureza dos assuntos, escopo do
trabalho e índice de pontos;
incluem, além dos fatos e recomendações, uma opinião geral sobre a
área auditada.
- dado que quanto mais elevado for o nível hierárquico na entidade, menor
será a capacidade para se dedicar a aspectos específicos, a informação
Relatórios amplos
solicitada terá de ser clara, concisa e referida unicamente a questões de
carácter geral.
– devem conter uma breve descrição do âmbito do trabalho, relação das
Relatórios curtos
principais deficiências.
Relatórios de sugestões – são memorandos, onde aparecem todas as recomendações tendentes a
corrigir as deficiências observadas durante a execução da auditoria.
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Descrição das actividades de auditoria interna realizadas pela entidade;
Registo quanto à implementação ou ao cumprimento pela entidade, ao longo do
exercício, de recomendações ou determinações;
Relato de gestão sobre a gestão de áreas essenciais da Unidade, com base nos trabalhos
realizados;
Factos relevantes de natureza administrativa ou organizacional com impacto sobre a
auditoria interna;
Desenvolvimento institucional e capacitação da auditoria interna.
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A Auditoria Interna, ao formular recomendações e posteriormente acompanhá-las, deve manter a
sua objectividade e independência e, portanto, preocupar-se em verificar mais a correcção das
deficiências identificadas do que o cumprimento de recomendações específicas.
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