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Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto – ESNEC

CURSO DE LICENCIATURA EM FINANCAS

AUDITORIA INTERNA

Aula Teórica 2 -PROCESSO DE AUDITORIA:

2. FASES DO PROCESSO DE AUDITORIA

O processo de auditoria pode –se ainda resumir-se em três fases: Planeamento, Execução e
Relatório.

2.1 PLANEAMENTO DE AUDITORIA

O Planeamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os


objectivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los.

Uma das diferenças entre Auditoria interna e Externa é que aquela (interna), ao ser uma função
dentro da empresa, tem um carácter permanente que lhe permite dispor de mais tempo para
realizar testes com maior amplitude do que a Auditoria externa que normalmente, só realiza um
exame anual.

Na fase do planeamento, especificam-se o alcance da auditoria, critérios, metodologia a ser


aplicada, tempo e recursos requeridos para garantir que sejam contempladas as actividades,
processos, sistemas e controles mais importantes.

O planeamento das actividades dá-se, basicamente, por meio de dois documentos: o Plano
Anual de Actividades de Auditoria Interna e Programa de Auditoria.

A compreensão do objecto da auditoria constitui um passo da fase de Planeamento, entretanto


este conhecimento é aprofundando ao longo dos trabalhos. A avaliação dos sistemas de controlos
internos tem início com as observações realizadas na fase do planeamento e se estende até à
Execução, quando são aplicados técnicas de auditoria para aferir os níveis de segurança e
adequação dos controles.

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2.1.1. Plano Anual de Actividades de Auditoria Interna

O Plano Anual de Actividades de Auditoria Interna consiste em um documento devidamente


formalizado, contendo a programação dos trabalhos de auditoria para o exercício financeiro.
Trata-se de um planeamento macro de actividades de auditoria interna a serem implementadas no
decorrer de um ano na Instituição.

É um documento de elaboração obrigatória que estabelece que a Unidade de Auditoria Interna


apresentará ao órgão ou à unidade de controlo interno a que estiver jurisdicionada, para efeito de
integração das acções de controlo, seu plano de trabalho do exercício seguinte.

O Plano de auditoria Interna deverá abordar os seguintes itens:


 Acções de auditoria interna previstas e seus objectivos;
 Acções de desenvolvimento institucional e capacitação previstas para o fortalecimento
das actividades do órgão de Auditoria Interna.
 Objectivo da auditoria contendo os resultados esperados, podendo explicar de que forma
as vulnerabilidades do objecto auditado poderá ser mitigadas.
 Cronograma de actividades

Quanto às acções de auditoria interna previstas e seus objectivos, deve constar a descrição da
actividade a ser desenvolvida, o período estimado (em dias úteis) necessário para a realização de
cada actividade, o cronograma de execução, o efectivo de servidores da Auditoria Interna
necessário para a acção, as unidades envolvidas e demais informações entendidas como
oportunas ou convenientes para a realização do trabalho ou aquelas estabelecidas na legislação
aplicável.

Porque é necessário planear uma Auditoria Interna?

Entre outras razões é necessário planear os diferentes controlos a realizar ao longo do ano, qual
sua amplitude, alcance e frequência, para não deixar que a realização de auditorias fique à mercê
da ocorrência de algum acontecimento que seja necessário investigar. O facto de planear
antecipadamente o trabalho a realizar é factor relevante para o êxito do trabalho de equipa de
Auditoria Interna.

Algumas auditorias repetem-se quase todos os anos: É o caso de contabilística financeira que faz
parte do plano anual. As auditorias operacionais e ou de procedimentos têm uma rotação mais
alta – a duração é curta. Existem ainda auditoria excepcionais, solicitadas pela Direcção, para
auditar alguns factos ou operações pontuais.

É pois necessário elaborar um plano anual a fim de permitir a realização de exames adequadas e
eficientes, que facilitam a concretização dos objectivos do Departamento de Auditoria Interna,
em tempo razoável, independentemente de acontecimentos imprevisíveis.

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È difícil estabelecer um plano padrão de auditorias, em virtude das diferentes estruturas
empresariais e tipos de Direcção, no entanto, podem se estabelecer os requisitos mínimos a ter
em conta aquando da elaboração de planos, entre os quais destacamos:

1. A dimensão da empresa
2. O sector da actividade a que pertence:
 As características do sector de actividade;
 A conjuntura económica existente no momento de elaboração do plano e
possíveis implicações;
 As causas e origens do crescimento do negócio, ou pelo contrário, a sua
decadência
3. A identificação das funções mais relevantes dentro da empresa e os problemas críticos
que as podem afectar;
4. A empresa é objecto de auditorias externas periódicas
5. O correcto tratamento da informação;
6. A filosofia da Direcção quanto às políticas conservadoras ou optimistas.
7. A situação financeira da empresa.

O plano de auditoria deverá compreender:

a) A definição do projecto de auditoria, tanto a nível contabilístico – financeiro como


operacional, detalhando, caso seja operacional, os sectores da empresa a serem objecto da
mesma, assim como a descrição dos objectivos, que se pretendem alcançar.

b) O cálculo aproximado dos custos a incorrer, em consequência da execução da auditoria.

c) O Cálculo do tempo que se irá despender para executar auditoria, tendo em conta o tempo
necessário para acção complementar de seguimento das recomendações formuladas, com
objectivo de corrigir as deficiências encontradas.

Preparação de auditoria
 A preparação de auditoria inclui um programa de trabalho, que é um plano detalhado
de práticas comuns de auditoria e de avaliação de controlo interno, baseadas nas
normas estabelecidas pela empresa e nos procedimentos técnicos geralmente aceites.
 Trata-se de uma orientação, um guia para consecução do trabalho do departamento de
Auditoria Interna. A sua aplicação não assenta portanto em critérios rígidos, podendo
a equipa de auditoria usá-lo com uma razoável flexibilidade.
 O programa de auditoria recolherá as linhas gerais de actuação da função de
Auditoria Interna.
 Programa de trabalho para Auditoria contabilística-financeira – está
intimamente relacionado com objectivo de controlo e apropriação das demonstrações
financeiras.

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 Programa de trabalho para Auditoria operacional – visa medir e avaliar a
eficiência de gestão de diferentes áreas ou actividades funcionais da empresa.

Antes de iniciar o programa de trabalho, o responsável do departamento de Auditoria Interna


deverá comunicar ao responsável da área operacional, onde irá decorrer a auditoria, em data
próxima. Na Comunicação deverá constar o alcance da auditoria, a data da entrevista com o
responsável, a data do início da auditoria, duração provável e o nome do auditor executante.

O Programa de trabalho deverá conter, entre outros, os seguintes componentes:

1. Um manual de auditoria – contendo as instruções, políticas e procedimentos que a equipa


de auditores deverá ter em conta na execução do trabalho. O manual de Auditoria Interna
constitui um instrumento de trabalho necessário para o departamento de Auditoria Interna,
contendo de forma detalhada, os procedimentos necessários para o desenvolvimento dos
trabalhos, a qualquer nível.
2. Uma descrição do sistema de controlo interno da entidade
3. Determinação do alcance
4. Papéis de trabalho

2.1.2. Programa de Auditoria


O Programa de auditoria é uma definição ordenada de objectivos, determinação de escopo e
roteiro de procedimentos detalhados, destinado a orientar a equipe de auditoria; configura-se na
essência operacional do trabalho de auditaria relativamente a uma área específica da Companhia
ou a gestão de determinado sistema organizacional e deve estabelecer os procedimentos para a
identificação, analise avaliação e registo da informação durante a execução do trabalho.

O programa de auditoria (ou projecto de auditoria) é o objectivo final da fase de planeamento.


Trata-se de um planeamento micro, que se fundamenta, no caso de auditoria ordinária, no escopo
geral constante no Plano de Auditoria Interna.
É a versão analítica do Plano de Auditoria Interna. Entretanto deve ser suficientemente flexível
para permitir adaptações durante a fase de execução, caso surjam questões relevantes que
justifiquem as alterações propostas.

O programa visa definir os meios mais económicos, eficientes e oportunos para se atingir os
objectivos da auditoria. Deve ser aprovado pela chefia da Unidade de Auditoria Interna, assim
como eventuais alterações durante a fase de execução de auditoria.

O programa de auditoria será confeccionado de forma padronizada, contendo: nº da actividade de


auditoria, conforme Plano de Auditoria Interna; área a ser auditada; objectivos; definição da
amostra; limitação do escopo; equipe de auditores deslocados para a tarefa; cronograma de
actividades. Pode ser adaptado para uso em auditoria especial.

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Para a elaboração do programa pode ser utilizada a matriz de procedimentos que se constitui em
um detalhamento, passo a passo, das questões e itens que serão verificados durante a auditoria.

O programa de auditoria é dividido basicamente em três partes que são as seguintes:

- Listagem dos procedimentos de auditoria;


- Espaço para o auditor assinar ou rubricar, a fim de evidenciar que o serviço foi feito e
quem o fez;
- Espaço para comentários, observações, referências, etc.

Vantagens fornecidas pelo programa de auditoria são:

- Estabelecer a forma adequada de realização dos trabalhos;


- As considerações feitas pelo auditor para determinação de seu trabalho;
- Controlar o tempo despendido na realização do trabalho;
- A sequência lógica de realização do trabalho; e
- Evidência dos trabalhos e quaisquer modificações ocorridas em relação ao original.

O programa de auditoria será estruturado de forma padronizada e conterá minimamente:

- Sistema organizacional a ser auditado;


- Conceituação;
- Áreas envolvidas;
- Período;
- Objectivos;
- Cronograma dos trabalhos;
- Equipe de auditores internos;
- Custos envolvidos;
- Tick-marks utilizadas;
- Procedimentos;
- Questionários de Avaliação - Controles Internos Administrativos (QACI);
- Campo para observações dos auditores internos;
- Conceito dos auditores internos;
- Orientações gerais.

Para auxiliar na utilização do programa de auditoria, serão utilizados símbolos usuais de


verificação denominadas Tick-marks. A principal função de tais marcas e evidenciar qual o tipo
de revisão que foi efectuada sobre aquele item marcado. Alguns dos símbolos a serem utilizados
são:
- Conforme documento original examinado (O);
- Conforme registo do sistema informatizado ();
- Conferido (√);

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- Calculo conferido (Σ);
- Ponto de relatório (X).

E importante que os programas de auditoria indiquem claramente o significado de cada símbolo


empregado.

Para elaboração adequada de um programa de auditoria deve-se sempre levar em consideração:


- Definição dos objectivos da área ou tarefa a auditar;
- Avaliação do controle interno como base para a extensão e profundidade do trabalho a ser
realizado;
- Avaliação da relevância ou relatividade; e
- Definição dos procedimentos de auditoria e o momento de sua aplicação.

Principais objectivos dos programas de auditoria são os seguintes:

- Estabelecer pó escrito a política da firma de auditoria;


- Padronizar os procedimentos de auditoria dos profissionais de uma mesma organização;
- Evitar que sejam omissos procedimentos importantes de auditoria;
- Melhorar a qualidade dos serviços de auditoria.

O programa de auditoria é um dos tipos de papéis de trabalho, quando realizado um novo


programa de auditoria E recomendável que seja submetido a pelo menos um teste-piloto,
especialmente diante da elevada complexidade e da falta de manualização ou de informações
precisas a respeito do objecto da auditoria.

2.1.2.1 Papéis de Trabalho

Os papéis de trabalho são todos os documentos e informações captadas na realização da


auditoria. Os papéis de trabalho constituem a documentação preparada pela Auditoria Interna ou
fornecida a esta (como, por exemplo, durante a etapa de execução) utilizados no trabalho de
auditoria os quais o auditor junta com o programa de auditoria constituindo a base para a emissão
de opinião e factos manifestados no relatório. Fazem-se presentes em todas as fases de auditoria:
Planeamento, Execução e Relatório.

Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos, com informações e provas


reunidas pela Auditoria Interna, que constituem evidência do trabalho executado e o
fundamento de sua opinião.
Para a elaboração dos mesmos existem regras e normas a serem seguidas, para tanto este servirá
para usuários presentes e até futuros na realização da auditoria, uma auditoria completa e mais
sucinta.

As finalidades dos papéis de trabalho são:

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 Auxílio na realização dos exames e elaboração do relatório;
 Registo do trabalho e das conclusões;
 Suporte do relatório;
 Supervisão e revisão (qualidade).

São especialmente importantes no que se refere ao registo de evidências da Auditoria, seja por
intermédio de informações em papel, meio electrónico, ou outros que assegurem o objectivo a
que se destinam.

Constituem-se atributos dos papéis de trabalho: abrangência, objectividade, clareza e limpeza.

Classificação dos Papéis de Trabalho

Os papéis de trabalho podem ser classificados em: Permanente ou Corrente, no que se refere
ao seu uso.

Os Papéis de trabalho de carácter Permanente são aqueles utilizados em diversas auditorias,


como legislação, manuais, entre outros.. Os papéis de trabalho de carácter corrente ou
temporário são utilizados em uma única acção, como o programa de auditoria.

Uma vez que os papéis de trabalho são a comprovação do trabalho realizado pela equipe de
auditoria, devem ser arquivados na Auditoria Interna por, pelo menos, cinco anos a partir da data
de emissão de seu parecer ou relatório. O acesso aos papéis de trabalho somente é permitido a
pessoas autorizadas.

2.1.1.2. Amostragem

Os exames de auditoria são realizados basicamente por amostragem, que é o processo pelo qual
se obtêm informações sobre a totalidade de uma determinada população através da análise de
parte dela – a amostra. A qualidade da amostra deve ser tal que, ao se aplicar os procedimentos
de auditoria a uma parcela reduzida da população, não haja perda de suas características
essenciais, de forma a proporcionar adequada evidência sobre o todo.

Na escolha da amostra devem ser obedecidos os critérios de: Relevância: relacionada à


importância da área/sector no âmbito da organização, sob o ponto de vista do interesse.

Risco: estabelecido com base nos apontamentos expedidos pelos órgãos de controlo interno e
externo sobre irregularidades praticadas em exercícios anteriores.

Contudo, a amostra e seu tamanho podem variar, pois dependem do objectivo que se está
almejando com aquela actividade de auditoria, do objecto da auditoria, da complexidade da
população (tanto no sentido qualitativo como quantitativo), do tempo programado para executar

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tal actividade, da quantidade de servidores alocados para a auditoria, da experiência do auditor,
etc.

Contudo, o planeamento dos trabalhos de auditoria deverá ser feito de forma imparcial, dando
ênfase às áreas julgadas relevantes e com maior risco, com o objectivo de potencializar os
resultados a serem obtidos.

2.2. EXECUÇÃO DE AUDITORIA

A fase de execução e comummente chamada de trabalho de campo e consiste na aplicação do programa


de auditoria e colecta de evidencias compreendendo as seguintes etapas:
 Reunião de abertura dos trabalhos com o auditado;
 Estudo e avaliação dos controles internos;
 Aplicação dos programas de auditoria (exame e colecta de evidencias);
 Registos em papéis de trabalho;
 Elaboração do Relatório de Auditoria

A execução é a segunda fase do processo de auditoria. Trata-se da aplicação do programa de auditoria


com o objectivo de obter informações sobre o objecto auditado e identificar evidências sustentam a
opinião da Auditoria.

A execução compreende a realização de provas e a reunião de evidências em quantidade e qualidade,


baseando-se nos objectivos, critérios e na metodologia seleccionada durante o Planeamento.

A redacção do Relatório de Auditoria tem início ainda na fase da Execução, com o desenvolvimento dos
achados em auditoria.

A fase de acompanhamento ou monitoria tem o propósito de verificar a implementação das


recomendações pelo auditado, podendo ser realizada no contexto de uma nova auditoria ou mediante
designação especifica. De todo modo, a efectividade da auditoria será medida nesta fase, quando são
verificados o grau de adopção das providências recomendadas e os efeitos produzidos.

2.2.2. Evidência, Constatação e Recomendação

Após a aplicação do procedimento de auditoria, consubstanciado em técnicas de auditoria, obtém-se a


evidência. A evidência constitui-se na prova que sustenta a opinião da Auditoria.

Assim, as evidências são obtidas durante o trabalho de auditoria, e devem ser suficientes, pertinentes ao
assunto em análise e fidedignas para fundamentar as conclusões.

As evidências devem ser anexadas ao parecer/relatório de auditoria e, preferencialmente, organizadas


como anexos ao processo principal.

Por seu turno, constatação é um achado ou uma conclusão de auditoria. O resultado da comparação entre
condição e critério. Apesar de ser, na maioria das vezes, negativo, o achado também pode ser positivo.

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Quando a constatação ou o achado tiver conotação negativa, este pode ser denominado também de
falha, irregularidade, impropriedade, deficiência, ponto fraco ou ocorrência. A constatação deve
sempre se basear em evidência. Caso não haja uma evidência, ou esta for insuficiente, impertinente ou
inadequada, não há uma constatação, mas, simples indício, ou seja, uma provável irregularidade não
comprovada que não deverá ser considerada pela auditoria na emissão do parecer ou relatório.

A consecução da execução de auditoria dá-se da seguinte forma:

Situação encontrada (condição)

INDICIO CONSTATACAO
AUDITORIA ≠ = + =
EVIDENCIA

Situação Prevista na Norma (Critério)

Após a constatação, a Auditoria Interna efectua a recomendação, que é a sugestão de acção de correcção
ou de melhoria. A Unidade de Auditoria Interna, por ser um sector de staff, não tem poder hierárquico de
efectuar determinações, por isso a recomendação é encaminhada ao dirigente da unidade auditada e à alta
Administração a fim de opção de seguimento ou não do recomendado.

Caso a opção do dirigente/gestor seja pelo não seguimento das recomendações expedidas, este passa a
assumir o risco da não implementação da medida saneadora proposta. Esta posição deverá ser formulada
por escrito para fins de registo.

2.2.3. Realização de Auditoria

Após a aprovação do Plano de Auditoria Interna, deve ser elaborado o programa de auditoria. O tempo
despendido para a elaboração do programa é computado com o tempo referente à execução de auditoria,
uma vez que é elaborado com a visão voltada a sector ou actividade específicos.

São objectivos da Solicitação de Auditoria:

 Comunicar a realização da auditoria na respectiva área;


 Solicitar o acesso da equipe de auditoria às dependências da área a ser auditada;
 Solicitar a apresentação de documentos, informações e demais elementos necessários para a
execução das actividades de auditoria.

Quando houver limitação das actividades da auditoria, o fato deverá ser comunicado, por escrito, à
autoridade a qual foi encaminhada a solicitação de Auditoria, solicitando as providências necessárias. Tal
diligência constará, obrigatoriamente, no parecer ou relatório de auditoria.

Durante os trabalhos será emitido Relatório Preliminar, que contém as prévias conclusões da auditoria a
respeito, em especial, de uma condição (situação encontrada) entendida como deficiente.

São objectivos do Relatório Preliminar:

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 Dar transparência às avaliações preliminares da auditoria;
 Possibilitar que o auditado se manifeste, apresentando contestações entendidas como cabíveis
num determinado prazo;
 Auxiliar na formulação da conclusão da auditoria.

Após a realização de auditoria numa determinada área administrativa organização ou execução de um


programa é emitido Relatório de Auditoria. O resultado dos trabalhos de um exercício é copilado no
Relatório Anual das Actividades da Auditoria Interna.

Assim, a execução de auditoria dá-se da seguinte forma:

1ª Fase Plano de auditoria interna


Preparação

Programa de Auditoria

2ª Fase Solicitação de Auditoria


(Execução)

Analise

Relatório Preliminar

Sem Contestação Contestação

Análise

3ª Fase Relatório de Auditoria


Resultado

No mínimo uma vez por ano a equipe de auditoria deve se reunir com o gestor para apresentar o
trabalho desenvolvido.

2.3 RELATÓRIO OU COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS AUDITORIA INTERNA

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.A ultima fase do ciclo ou processo de auditoria corresponde à elaboração do Relatório, que
consiste no registo e comunicação dos resultados ao auditado.

A Comunicação de Auditoria, está mais relacionada a dar ciência dos resultados de auditoria
através de relatório ou parecer. Antes de emitir o relatório definitivo, é recomendável comentar
as conclusões e recomendações com o responsável pela área auditada. Estes comentários
ajudarão a esclarecer, se houver mal entendidos, ou interpretações incorrectas e proporciona ao
auditor a oportunidade de poder clarificar pontos concretos do exame sobre o qual vai expressar
opinião

2.3.1 Relatório de Auditoria Interna

O Relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e, como tal, deve ser apresentado, visto e
entendido pelo auditado, ou mesmo pelo usuário da auditoria. Considerado como veículo
principal de relacionamento entre o auditor e a entidade auditada, o Relatório é documento
técnico e deve obedecer a normas de apresentação, forma e objectivos. É o documento que
contém a conclusão do trabalho de auditoria (previamente programada ou não) em relação a uma
determinada unidade administrativa ou programa de auditoria.
O Relatório é o ponto de ligação entre o trabalho planeado e o efectivamente realizado. É o
instrumento que revela à administração da empresa a qualidade e a contribuição da Auditoria
Interna, suas constatações, opiniões técnicas e recomendações. Serve também como documento
de avaliação do trabalho efetuado pelo auditor, podendo ser enquadrado nas seguintes situações:

 execução de um trabalho incompleto: sem examinar factos relevantes, não reportando


situações importantes;
 execução de um trabalho com imperícia: exame dos fatos sem a constatação quanto a
ineficiência e desacertos;
 execução de trabalho com negligência: verificaram-se fatos desabonatórios e não foram
relatados, ou o foram com ineficiência, não possibilitando avaliações precisas.
O Relatório deve conter avaliações precisas dos factos verificados, recomendando mudanças que
visem ao saneamento das irregularidades levantadas, estabelecendo controles e conferências que
possibilitem eliminá-las em definitivo. O Relatório deve, além de objectivo, ser oportuno,
possibilitando a adequada tomada de decisão pela administração da empresa.

O Relatório de auditoria consiste em um documento de caráter formal, emitido pelo Auditor, que
refletirá os resultados dos exames efetuados, de acordo com a forma e o tipo de auditoria.

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Os Relatórios de Auditoria deverão conter, no mínimo, os objetivos da auditoria, o escopo do
trabalho, os critérios de análises utilizados, as causas, as consequências constatadas e as
recomendações que visam a aprimorar os controles avaliados, para o saneamento de
impropriedades ou irregularidades porventura identificadas em cada achado de auditoria, e,
ainda, a conclusão dos trabalhos, com base nos achados de auditoria.

São objectivos do parecer e relatório:

 Apresentar as conclusões finais de auditoria (constatações);


 Efectuar recomendações, se aplicável;
 Dar ciência ao gestor do trabalho realizado;
 Orientar o gestor na tomada de decisões;
 Servir como instrumento de avaliação da Unidade de Auditoria Interna pelo Sistema de
Controlo Interno da organização.

2.3.1.1 Atibutos do Relatorio de Auditoria nterna

Os relatórios e pareceres devem ter os seguintes atributos de qualidade:

 Concisão: utilizar linguagem sucinta e resumida;


 Objectividade: demonstrar linguagem clara e positiva;
 Clareza: uso de linguagem inteligível e nítida;
 Integridade: registar a totalidade de informações de forma exacta e imparcial;
 Oportunidade: transmitir a informação no momento adequado para possibilitar oportunas
providências;
 Coerência: usar linguagem que seja harmónica, concordante e lógica;
 Apresentação: apresentar os assuntos em uma sequência estruturada;
 Conclusivo: permitir a formação de opinião sobre as actividades realizadas.

2.3.1.2 Conteudo do Relatório

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O relatório deve conter no mínimo:
 Número do relatório e ano de emissão;
 Identificação do programa de auditoria;
 Área auditada;
 Escopo do trabalho (critério); O alcance – deve indicar as actividades auditadas, a
informação de suporte e o período em que foi efectuada a auditoria.
 Exposição da situação encontrada;( descrição das diferenças indicando a razão da
diferença entre o esperado e o real (porque existe diferença) Se há diferenças entre o
esperado e as condições reais. descrever o efeito da situação encontrada apresentando
o risco ou dependência que a entidade auditada e ou outros encontraram da
divergência entre a condição e o critério (o impacto da diferença)
 Constatações, se houver; – trata-se do relato das verificações significativas detectadas
no desenvolvimento dos trabalhos, a ser elaborado de forma concisa pelo auditor,
composto por descrição sumária, evidência, fato, causa, manifestação da unidade
auditada e análise da auditoria interna;
 Opiniao do auditor ou seja revelações baseadas nas e na prova objectiva. o leitor do
relatório de auditoria está interessado na opinião, que o auditor expressou acerca do
resultado do seu trabalho. Para este leitor, a opinião deve aparecer num lugar
destacado do relatório
 A conclusão – é o resultado da avaliação das actividades auditadas. Pode englobar o
âmbito total de uma auditoria ou aspectos específicos.
 Recomendações, caso aplicável - Trata-se da proposição de ações destinadas à
correção das inconformidades apontadas no Relatório de Auditoria;;
 Data e assinatura.

2.3.1.3 Importância do Relatório de Auditoria Interna

Para o Auditado:

 funciona como uma avaliação do trabalho do auditado;


 indica a necessidade de acções correctivas.

Para a Administração: é um indicador de avaliação do desempenho dos seus profissionais, em


suas funções.

Para a Auditoria: Objectivamente, é um dos meios pelo qual a alta administração julga e avalia
a qualidade da auditoria.

2.3.3. Tipos de Relatórios

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Tipos de Relatórios Descrição
Relatórios ordinários – relativos ao cumprimento do programa anual de Auditoria, previamente
aprovado.
 originários de trabalhos de natureza especial, como por exemplo:
a) compra de uma empresa;
b) avaliação de um projecto específico;
c) acompanhamento da fabricação de equipamento de grande porte
Relatórios Especiais
adquirido pela empresa;
 assuntos confidenciais, que não podem ser tratados em relatórios
normais;
 trabalhos específicos, como: apreciação da actuação de executivos;
suposições de fraudes; etc.
 relatórios periódicos, emitidos durante o andamento de uma auditoria;
Relatórios Preliminares
 apresentam maior simplicidade na formulação;
 são ágeis na discussão dos pontos junto ao auditado.
– quando se trata de um trabalho de longa duração e se detectem
Relatórios intercalares
incidentes, cuja relevância aconselha informar a Direcção, propondo
tomada de acção imediata.
 são completos e abrangentes;
Relatórios Finais  incluem informações quanto à natureza dos assuntos, escopo do
trabalho e índice de pontos;
 incluem, além dos fatos e recomendações, uma opinião geral sobre a
área auditada.
- dado que quanto mais elevado for o nível hierárquico na entidade, menor
será a capacidade para se dedicar a aspectos específicos, a informação
Relatórios amplos
solicitada terá de ser clara, concisa e referida unicamente a questões de
carácter geral.
– devem conter uma breve descrição do âmbito do trabalho, relação das
Relatórios curtos
principais deficiências.
Relatórios de sugestões – são memorandos, onde aparecem todas as recomendações tendentes a
corrigir as deficiências observadas durante a execução da auditoria.

2.3.2. Relatório Anual de Actividades de Auditoria Interna

Os resultados do trabalho da Auditoria Interna durante um exercício (consubstanciados em


relatórios e/ou pareceres) serão apresentados através do Relatório Anual de Actividades de
Auditoria Interna.

O Relatório de Auditoria Interna observará a seguinte estrutura de informações:

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 Descrição das actividades de auditoria interna realizadas pela entidade;
 Registo quanto à implementação ou ao cumprimento pela entidade, ao longo do
exercício, de recomendações ou determinações;
 Relato de gestão sobre a gestão de áreas essenciais da Unidade, com base nos trabalhos
realizados;
 Factos relevantes de natureza administrativa ou organizacional com impacto sobre a
auditoria interna;
 Desenvolvimento institucional e capacitação da auditoria interna.

2.3.4 Monitoria das Orientações Follow -Up

Denominam-se orientações as recomendações, alertas e determinações emitidas pelas unidades e


órgãos integrantes do controle interno e externo.

Tal monitoria constitui-se em um acompanhamento das providências adoptadas no âmbito da


organização em respostas às orientações recebidas pelo sistema de controlo.

Após a entrega do relatório, os auditores devem monitorar a aceitação e implementação de suas


recomendações pelo auditado, de modo a garantir a eficácia de seu trabalho orientações

A auditoria Interna considera-se bem-sucedida, quando age sobre os resultados da auditoria. É


nesta fase de Auditoria Interna que mais se verifica a diferença entre o trabalho desenvolvido
pelo auditor interno e o externo: enquanto que o trabalho do auditor externo termina com a
comunicação dos resultados, o auditor interno dá continuidade ao processo, acompanhando a
implementação das recomendações efectuadas.

São finalidades da monitoria:

 Verificar se estão sendo tomadas providências para sanar as irregularidades apontadas;


 Acompanhar a evolução das unidades auditadas;
 Analisar se as auditorias realizadas obtiveram os resultados esperados;
 Auxiliar os gestores das unidades a verificar se as acções adoptadas contribuíram para o
alcance dos resultados desejados.

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A Auditoria Interna, ao formular recomendações e posteriormente acompanhá-las, deve manter a
sua objectividade e independência e, portanto, preocupar-se em verificar mais a correcção das
deficiências identificadas do que o cumprimento de recomendações específicas.

Para a monitoria, poderão ser utilizados memorandos, denominados como Memorando de


Monitoria, que devem ser numerados sequencialmente.

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