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O conceito de auditoria em termos gerais consiste numa investigação independente sobre uma
actividade em particular. Limitando o âmbito às demonstrações financeiras, pode-se definir como:
“Processo sistemático de obtenção e avaliação objectivas da prova relacionada com as asserções
acerca dos factos e acontecimentos económicas, certificando o grau de correspondência entre essas
asserções e os critérios estabelecidos, e de comunicação dos resultados aos utentes interessados,
(Canedo, Guedes & Monteiro, 2007, p. 15)”.
✓ 1ª Fase - Planeamento
✓ 2ª Fase – Execução
✓ 3ª Fase – Relato
O processo de desenvolvimento de todas as fases do processo da auditoria tributária deve assentar
em princípios geralmente aceites da auditoria contabilística ou financeira, sendo fundamental,
nomeadamente, que:
I. O trabalho seja devidamente planeado e acompanhado;
II. Seja suficientemente compreendido o negócio, a organização e gestão da empresa
(sistemas de contabilidade, informática e controlo interno) e a sua situação fiscal por
forma a determinar os procedimentos adequados;
III. Os procedimentos aplicados permitam obter durante a auditoria uma razoável base para
aferir do grau de cumprimento fiscal da empresa;
IV. O trabalho efectuado e as conclusões obtidas sejam apropriadamente registados.
De acordo com os autores Canedo, Guedes & Monteiro (2007, p. 20), cada uma das fases referidas
do processo de auditoria, deve considerar no seu desenvolvimento as seguintes etapas:
1ª Fase - Planeamento
De acordo com o Canedo, Guedes & Monteiro (2007, p. 49), em auditoria todo o trabalho deve ser
planeado, entendendo-se o planeamento como o desenvolvimento de uma estratégia geral e de uma
metodologia detalhada quanto às esperadas natureza, tempestividade e extensão da
revisão/auditoria, de modo que os respectivos trabalhos sejam executados de uma maneira eficiente
e eficaz.
Por sua vez as Normas Técnicas de Revisão Auditoria, referem no seu paragrafo 15 que:
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✓ Potenciais problemas sejam identificados;
✓ O trabalho seja completado de forma expedita;
✓ Se efectue uma correcta atribuição de tarefas aos membros das equipas envolvidas;
✓ O trabalho seja acompanhado pelos coordenadores de equipa e pelos chefes de divisão.
Canedo, Guedes & Monteiro (2007, p. 23), a fase de planeamento da auditoria é constituída por
três etapas:
1. Avaliação do risco de incumprimento fiscal;
2. Definição da estratégia - plano de abordagem à auditoria;
3. Programação do trabalho.
Programação do Trabalho
Os programas de trabalho consistem na descrição detalhada do conjunto de técnicas e
procedimentos que devem ser aplicados no decurso de uma auditoria e dos resultados da execução
desses mesmos procedimentos, sendo por isso um instrumento imprescindível na organização do
trabalho e na obtenção da prova.
Na prespectiva dos autores Canedo, Guedes & Monteiro (2007, p. 64), os programas de trabalho
têm como finalidades principais:
✓ definir os objectivos específicos e a abordagem técnica adequada - função enquadramento;
✓ orientar o Inspector na execução do trabalho - função guia;
✓ garantir que todas as verificações previstas são cumpridas adequadamente - função
controlo.
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❖ A função controlo permite que o trabalho seja devidamente acompanhado, assegurar que
todas as verificações foram efectuadas e avaliar o respectivo nível de qualidade.
2ª Fase - Execução
De acordo o Do Rosário, Furtado & Canedo, segunda fase corresponde ao trabalho de
aplicação dos procedimentos e testes substantivos de detalhes de transacções e de
saldos definidos nos programas de trabalho e de revisão analítica final, executados
com vista a atingir os objectivos específicos traçados na fase do planeamento, (2018,
p. 22).
3ª Fase - Relato
Na terceira fase refere-se à obtenção das conclusões gerais sobre o grau de cumprimento fiscal do
contribuinte, verificando cuidadosamente se as provas obtidas são competentes e suficientes, de
modo a garantir, nomeadamente, uma adequada fundamentação das correcções que porventura
hajam que realizar e concluir o relatório, (Canedo, Guedes & Monteiro, 2007, p. 19).
Quanto ao relatório propriamente dito, deve contemplar as actividades e programas ou projectos
auditados e observar, correcta e imparcialmente, os factos constatados. O relatório deverá ser
elaborado tendo em consideração objectivos de clareza, concisão e exactidão, que terão de se achar
sempre presentes face à necessidade de apreensão correcta do respectivo conteúdo por parte dos
destinatários. Igualmente haverá que colocar especial cuidado na fundamentação e na comprovação
das conclusões expendidas.
Fazendo uma síntese do trabalho, é possível chegar a seguinte conclusão: as fases de execução de
uma auditoria resumem-se em planeamento, execução e relato. Onde, o adequado planeamento de
uma auditora é muito importante, pois permite ao auditor recolher prova suficiente e apropriada
para suportar as suas conclusões minimizando as possibilidades de litígio, mantendo a relação
custo/beneficio num patamar aceitável e cumprindo as datas de conclusão do trabalho com que se
comprometeu com eu cliente. A fase de execução compreende a realização de provas e reunião de
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evidências em quantidade e qualidade, baseando-se nos objectivos, critérios e na metodologia
seleccionada durante o planeamento.
O relatório de auditoria é a fase final do processo auditória e consiste em uma narração ou descrição
escrita, ordenada e minuciosa dos factos que foram constatados, com base em evidência concreta,
durante o transcurso dos exames de auditoria. Representa a fase mais significativa do trabalho e se
constitui no seu produto final.
Referências Bibliográficas
Almeida, Marcelo Cavalcanti. (2009). Auditoria: um curso moderno e completo. (6ª edição). São
Paulo, Atlas.
Arens, A.A.; Elder, R. J. e Beasley, M. S. (2007). Auditing and Assurance Services – An Integrated
Approach (9.ª Edição). New Jersey: Prentice Hall.
Canedo, J. Morais., Guedes, Olga & Monteiro, A. I. Cordeiro. (2007). Auditoria: Manual
Tributario. São Paulo: DGCI
Do Rosário, Leonor & Furtado, Mesquita. (2018). Manual de Auditoria. Inspecção Geral das
Actividades em Saúde.