Você está na página 1de 4

I Trabalho de Português Instrumental

Preconceito Linguístico

Aluno: Deivid Lucas de Lima Costa.

MITO 2: Tem como foco principal falar sobre o preconceito linguístico enraizado “o
brasileiro não sabe falar o português” que por muita vez nem sequer é notado por
quem o pratica mesmo que de forma inconsciente, também é válido comentar que esse
preconceito reflete muito de como o complexo de inferioridade que temos até hoje
desde que o Brasil era uma colônia, é um dos fatores essenciais para a repercussão
disso, sempre fomos colocados como inferiores e isso reflete no jeito como tratamos a
nós mesmos e como vemos nossa própria língua em comparação ao português de
Portugal.

Vale lembrar também que foi tirado uma outra riqueza nossa, o Tupi, não podemos
dar certeza, mas acreditasse que se o Brasil não fosse colonizado por Portugal, seria a
língua dominante no país se nossa história não fosse "apagada" pela miscigenação, na
qual eu acredito que impactou de uma certa forma negativa e fez com que
adotássemos o português como língua oficial. Mas é importante frisar que por mais
que seja adotado o termo "português" para nossa língua, não quer dizer que ele segue
a mesma regra utilizada em Portugal. Temos palavras com diferentes significados,
entonação diferente, regras gramaticais diferentes e por ai vai.

Por isso muitos linguistas preferem utilizar o termo português brasileiro por ser mais
claro e apontar justamente essa diferença existente entre esses dois português. Muito
se é falado sobre o brasileiro não saber falar o português correto, sendo mais um dos
motivos para que esse preconceito linguístico ainda seja um tópico atualmente. Ainda
somos ensinados a seguir o "padrão" do português que vem de nossa matriz e não
levar em conta o nosso português falado/escrito e o modo que ele é expresso pelos
falantes.

Nesse capítulo também é citado a comparação do inglês e como ficariam ofendidos se


fosse falado que eles falam errado a SUA própria língua, acho válido usar esse
argumento aqui também, e fixar que é ignorante de nossa parte esquecer da nossa
verdadeira essência para podermos nos encaixar em algo que foi imposto de forma
incisiva em nossas vidas, se formos levar em comparação a questão de proporção de
falantes do português brasileiro e importância político-econômica do Brasil para o
mundo, deveríamos nos portar como Superiores se comparados a Portugal. Por isso
devemos parar com esse achismo que o portugueses são os donos do português e que
pegamos “emprestado” sua língua como algum tipo de caridade (complexo de
inferioridade).
Devemos para de achar que também os portugueses não cometem erros quando se
comparado aos brasileiros, cada língua tem seus erros que são diariamente cometidos
pelos falantes. Mas vale lembrar que nenhuma das línguas estão erradas, nenhum
português é mais bonito. São apenas variações de uma língua que são bastante
semelhantes e com suas próprias características, seria ignorante de nossa parte dizer
que falamos o português correto e eles não.

Citando um caso razoavelmente recente, viralizou na Internet o fato de muitas


crianças portuguesas estarem falando o Português Brasileiro ao invés do Português de
Portugal. Isso repercutiu de uma forma surreal, ficou mais claro o quão os
portugueses se sente superiores de alguma forma por não admitir que as crianças
falassem de “forma errada”. A pandemia foi o principal motivo das crianças
portuguesas começarem falar o português brasileiro, o Brasil sempre foi muito
presente nas rede sociais com seu conteúdos e isso aumentou muito devido ao
isolamento social e acabou que as crianças começaram a consumir esses conteúdos.

Mas o “problema” foi direcionado para a pandemia? De forma nenhuma, foi um


enxurrada de comentários maldosos em relação a nosso modo de falar e o jeito que
nossa língua oficial é expressa. Mais uma vez podemos ver o efeito da colonização e o
fato deles se sentirem de alguma forma superiores a nós.

Mito 3: esse mito se embasa na fala muito comum "o português é muito difícil" e se
pararmos para pensar isso tem fundamento? De forma nenhuma, esse mito fala
justamente sobre como esse preconceito que nós temos com nossa língua vem de
muito tempo atrás e também da forma e do que nos é ensinado do português.

É utilizado nas redes de ensinos dessa matéria a forma antiquada do português, onde
não levam em conta como é a nossa língua de maneira falada. É colocado para
escanteio toda a ideia da evolução da língua e valorizado a forma jurássica que os
linguistas insistem em passar adiante.

O português continuará aparentemente difícil se não for resolvido essas questões,


afinal se os falantes da sua própria língua acham a mesma difícil, deve ter algo de
muito errado. A língua não leva em consideração o próprio falante e insiste em dizer
que ele está "errado" por não compreender sua própria língua.
Mito 4: Esse mito cita vários pontos importantes sobre o como o preconceito
linguístico, está enraizado em nosso país. Durante esse resumo foi citado muito sobre
o preconceito sofrido devido a comparação a Portugal, nesse mito aqui é comentado
sobre nós mesmos.

Esse livro abriu um leque de situações onde eu possa ter apresentado algum tipo de
preconceito linguístico, muito se foi falado sobre a troca do L pelo R. Devido a isso
foi se passando situações em minha cabeça onde eu corrigia pessoas pelo uso "errado"
de certas palavras, não é certo tratar assim alguém que por algum motivo (que eu não
saberia, até analisar toda situação) a pessoa faça essa troca.

Ainda se é colocado como "pobre", "carente", "feia" quando apenas é uma língua
muito comum e que não segue o que foi ensinado na escola.

Outro ponto importante também é como é tratado/imaginado o nordestino, e como


muitas vezes somos colocados na mídia com uma forma totalmente estereotipada.
Não é novidade pra nenhum nordestino o como somos colocados como "inferiores" e
não é diferente em questão da nossa língua, muito se é falado que falamos "errado" e
julgam até mesmo muitas gírias e vícios de linguagem que temos.

Sempre estamos colocados como "engraçados" pelo linguajar, colocados como


"burros" mesmo tendo as melhores notas no ENEM. E vou além falando sobre o fato
de nos colocarem como algo exótico, mesmo que nem seja percebido. É muito
comum você entrar em chats onde possui pessoas de todo Brasil, alguém descobrir
que você é do nordeste e pedir para gravar um áudio para poder ouvir seu sotaque,
NÃO é normal tratarem a nós como se fosse algo diferenciado enquanto outras
regiões são "normais".

De forma geral o foco principal desse mito é como podemos notar, como somos
marginalizados nos aspectos sociais e regionais.

Mito 8: Tem como foco falar sobre a questão da língua como "instrumento de
ascensão social" que na verdade não é correto afirmar dessa forma, como mesmo é
citado no livro, se o português é uma forma de ascensão social por qual motivo, os
professores de português não estão no topo da pirâmide social? Pois é, não faz sentido
nenhum visto como são as condições desses professores.

Também é contestado sobre um fazendeiro com milhares de cabeças de gado, e o


motivo de ninguém contestar a forma "caipira" de falar dele. E a razão fica evidente, é
tudo questão de capital.

Esse mito foca muito na questão social que estamos inseridos, e como estamos
alienados a pensar no português como antes citado instrumento de ascensão social.
Mas devemos ignorar o português? De forma nenhuma, mas temos que ter
consciência que esse mito só diz respeito a questão de capital e o preconceito
unicamente com pessoas com posição baixa na pirâmide social.

O português deixa de ser a prioridade para pessoas com situações sociais


desfavoráveis, por mais que essa pessoa tenha total conhecimento de todas as normas
da língua, dificilmente (quase impossível) que a pessoa tenha uma ascensão social
devido as condições que nosso país tem vivido.

Por isso não podemos esquecer que questões políticas não podem ser desvinculadas
desse tipo de problema, afinal tem que ser criada políticas públicas para que possa
melhorar as condições dos habitantes do Brasil. Focando também em uma divulgação
para desmistificar todos essa mitos sobre a língua para diminuir o máximo possível
desse preconceito enraizado que nos é imposto sem que nós mesmos perceba.

O livro também frisa que há quatro principais elementos no qual ajuda na perpetuação
desses mitos, sendo eles: Ensino Tradicional, Livros didáticos, Gramática Tradicional
e Comandos Paragramaticais. Onde todos eles nos levam a crer no português
"correto" e nos colocar na cabeça que é o único jeito certo da língua ser expressa.

Você também pode gostar