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Vagner Miguel
Introdução
Prebióticos
Podem exercer uma função dupla, atuando como agentes fermentadores de alimentos e
geradores de efeitos benéficos à saúde. Em termos estritos, no entanto, o termo
“probiótico” deve reservar-se para os micro-organismos vivos que, em estudos humanos
controlados, demonstraram produzir benefícios à saúde. A fermentação de alimentos
brinda perfis de sabor característicos e reduz o pH, o que impede a contaminação
provocada por possíveis patogênicos. A fermentação é utilizada em nível mundial para a
manutenção de uma gama de materiais agrícolas sem processar (cereais, raízes,
tubérculos, frutas e hortaliças, leite, carne, peixe, etc.).
As espécies de probióticos mais utilizadas são(8):
Bifidobacterium animalis
Bifidobacterium breve
Bifidobacterium infantis
Bifidobacterium lactis
Bifidobacterium longum
Lactobacillus acidophilus
Lactobacillus casei
Lactobacillus johnsonii
Lactobacillus plantarum
Lactobacillus reuteri
Lactobacillus rhamnosus
Lactobacillus salivarius
Aplicações
Os alimentos probióticos são aqueles ricos em bactérias que produzem efeitos benéficos
na flora intestinal. Normalmente são indicados para prevenir e tratar doenças
relacionadas ao sistema gastrointestinal, tais como retrocolite, colite ulcerativa, cistite,
diarreias, hemorroidas, síndrome do intestino irritável, enterocolite, entre outras, além
de auxiliar nos tratamentos de radioterapia e quimioterapia, os quais afetam inclusive a
pele.
No Brasil, país com alta incidência de radiação solar na maior parte do ano e em quase
todo o território nacional, torna-se fundamental que o prescritor e o farmacêutico
conheçam a pertinência da aplicação desse insumo para aplicação em casos de peles
afetadas por radiação como nova estratégia de tratamento dermatológico.
Embora exista alguma evidência clínica que respalda o efeito dos probióticos em baixar
o colesterol, os resultados são contraditórios. Em geral, a evidência clínica mais forte a
favor dos probióticos está relacionada com seu uso em melhorar a saúde do intestino e
estimular a função imune(8).
Probióticos e evidências
Abaixo se encontra uma série de afecções clínicas nas quais a administração oral de
uma cepa específica de probióticos demonstrou ser eficaz e benéfica à saúde em pelo
menos um ensaio clínico bem desenhado e com potência estatística adequada. O nível
de evidência pode variar entre as diferentes indicações. As doses recomendadas são
aquelas que demonstraram ser úteis nos ensaios. A ordem dos produtos enumerados é
aleatória e não se baseia no nível de eficácia. Atualmente, existe evidência insuficiente
dos estudos comparativos para qualificar os produtos com eficácia provada. As
indicações estão baseadas na evidência de probióticos e prebióticos em
gastroenterologia, segundo a World Gastroenterology Organisation (WGO), 2008.
A sequência abaixo indica as cargas (concentrações) de probióticos (produtos) sugeridas
pela WGO para determinadas disfunções, fundamentadas em estudos científicos. Cabe
ao farmacêutico conferir a prescrição com a literatura e, baseado em seus
conhecimentos adquiridos para preparações dessa natureza, avaliar a exatidão da
prescrição. Caso tenha dúvidas, deve entrar em contato com o prescritor para dirimi-las.
A descrição abaixo demonstra a relação entre o transtorno existente, o produto que deve
ser utilizado e a respectiva dose a ser preparada pelo farmacêutico em atendimento à
prescrição. É um instrumento facilitador para a avaliação farmacêutica da prescrição de
cada paciente.
Tratamento da constipação
Lactulose, 20–40 g ao dia
Oligofrutose, > 20 g ao dia
Tratamento de hepatoencefalopatia
Lactulose, 45–90 g ao dia
X ------------------------------ 6.1010
X.10.109 = 1 x 6.1010
Importante frisar que esses insumos possuem caráter higroscópico (tanto os lactobacilos
quanto o Frutooligossacarídeo - FOS), sendo recomendada a utilização de excipientes
adequados para manutenção da estabilidade das preparações magistrais. Os rótulos das
embalagens dos produtos acabados devem conter essa informação, bem como o paciente
deve ser orientado adequadamente nesse sentido.
Notas:
Lactobacilos sporogenes contêm esporos que são ativados no meio ácido do estômago e
permitem, portanto, que as bactérias atinjam, intactas, o intestino, onde podem germinar
e proliferar, dando origem ao benéfico L(+) ácido lático, o qual eficientemente previne
o crescimento de patógenos.
1. DEL MIRAGLIA, G.M. AND DE LUCA, M.G. (2004) The role of probiotics in
the clinical management of food allergy and atopic dermatitis. J Clin
Gastroenterol 38, 84-S85.
2. MACFARLANE, G.T. AND CUMMINGS, J.H. (2002) Probiotics, infection and
immunity. Curr Opin Infect Dis 15, 501-506.
3. MAJAMAA, H. AND ISOLAURI, E. (1997) Probiotics: a novel approach in the
management of food allergy. J Allergy Clin Immunol 99, 179-185.
4. POHJAVUORI, E., VILJANEN, M., KORPELA, R., KUITUNEN, M.,
TIITTANEN, M., VAARALA, O. AND SAVILAHTI, E. (2004) Lactobacillus GG
effect in increasing IFN-gamma production in infants with cow's milk allergy. J
Allergy Clin Immunol 114, 131-136.
5. http://www.biocamp.com.br/ – visualizado em 09.12.2013
6. http://www.worldgastroenterology.org – visualizado em 09.12.2013
7. http://www.scielo.br – visualizado em 09.12.2013
8. http://www.worldgastroenterology.org/assets/downloads/pt/pdf/guidelines/
19_probiotics_prebiotics_pt.pdf – visualizado em 09.12.2013
9. http://www.ilsi.org/Brasil/Documents/Palestra%20Probioticos%20e%20Saude
%20Susana%20Saad.pdf – visualizado em 10.12.2013
10. http://www.ortofarma.com.br/site/arquivos/6088/6088.pdf – visualizado em
10.12.2013