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A redução populacional é um fenômeno demográfico que

ocorre quando o número de habitantes de uma determinada região, país

ou área geográfica diminui ao longo do tempo. Esse processo pode

resultar de uma série de fatores complexos e interligados, que afetam a

dinâmica da população de maneira significativa.

Existem várias razões que podem contribuir para a redução

populacional. Uma delas é a diminuição das taxas de natalidade, que

ocorre quando há uma diminuição na quantidade de nascimentos em

relação ao número de óbitos. Isso pode ser resultado de mudanças nas

estruturas familiares, como o adiamento da maternidade e paternidade,

bem como a escolha de ter menos filhos. Além disso, a urbanização, a

educação e o acesso aos métodos contraceptivos também influenciam

nas taxas de natalidade.

Outro fator importante é a migração, que pode levar à redução

populacional em uma área específica. Quando as pessoas optam por se

deslocar para outras regiões em busca de melhores oportunidades de

emprego, qualidade de vida ou segurança, isso pode deixar uma área

com uma população em declínio. A migração também pode ser

motivada por fatores políticos, econômicos ou ambientais, como

conflitos armados, crises econômicas ou desastres naturais.

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A redução populacional pode ter várias consequências para uma

sociedade e sua economia. Em primeiro lugar, pode levar ao

envelhecimento da população, à medida que a proporção de idosos

aumenta em relação aos jovens. Isso pode criar desafios para a

previdência social, sistemas de saúde e cuidados a idosos. Além disso, a

diminuição da mão de obra pode afetar negativamente a produtividade

e o crescimento econômico, tornando mais difícil para as empresas

encontrar trabalhadores qualificados.

Por outro lado, a redução populacional também pode ter benefícios,

como a redução da pressão sobre os recursos naturais e a infraestrutura.

Pode levar a uma menor poluição e ao alívio da superlotação em áreas

urbanas. No entanto, é importante gerenciar cuidadosamente o processo

de redução populacional para evitar desequilíbrios e garantir que as

necessidades da população em declínio sejam atendidas.

A redução populacional é um fenômeno complexo e multifacetado que

pode resultar de uma variedade de fatores, incluindo mudanças nas

taxas de natalidade, migração e outros eventos socioeconômicos. É

importante entender os motivos por trás desse fenômeno e adotar

políticas e estratégias adequadas para lidar com suas consequências,

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garantindo o equilíbrio entre a oferta e a demanda de recursos e

serviços em uma sociedade.

polêmica sobre tamanho da população

A questão do tamanho da população é um tópico altamente polêmico

que tem sido objeto de debates e discussões ao longo da história da

humanidade. A polêmica em torno desse tema geralmente gira em torno

de dois pontos de vista opostos: o alarmismo populacional e a

perspectiva da estabilidade populacional.

Por um lado, o alarmismo populacional argumenta que o crescimento

constante e descontrolado da população global representa uma ameaça

significativa para o meio ambiente, os recursos naturais e a qualidade

de vida das futuras gerações. Os defensores dessa visão argumentam

que o aumento populacional levará à exaustão dos recursos, à

degradação ambiental, à escassez de alimentos e à superlotação. Eles

apontam para problemas como a mudança climática, a perda de

biodiversidade e a poluição como evidências de que a a população

mundial já atingiu níveis insustentáveis.

Por outro lado, a perspectiva da estabilidade populacional argumenta

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que as preocupações com o crescimento populacional muitas vezes são

exageradas. Essa visão sugere que, com o avanço da tecnologia e o

desenvolvimento de métodos mais eficazes de produção de alimentos e

gestão de recursos, a capacidade da Terra de sustentar uma população

maior é maior do que se pensava anteriormente. Além disso, a

estabilidade populacional argumenta que o declínio nas taxas de

natalidade em muitos países desenvolvidos está levando a um

envelhecimento da população e a desafios econômicos, como a falta de

mão de obra jovem.

É importante notar que essa polêmica não se limita apenas ao nível

global, mas também é uma questão local em muitas regiões. Algumas

áreas enfrentam problemas de superpopulação, enquanto outras lidam

com declínio populacional, o que pode ter implicações significativas

para a economia e os serviços públicos.

No entanto, independentemente da perspectiva adotada, é consenso que

a questão do tamanho da população está intrinsecamente ligada a uma

série de outros problemas, como pobreza, acesso à educação, igualdade

de gênero e saúde reprodutiva. Portanto, o debate sobre o tamanho da

população muitas vezes se expande para abordar questões mais amplas

de desenvolvimento humano e sustentabilidade.

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A polêmica sobre o tamanho da população é complexa e multifacetada,

e as respostas para as perguntas que ela levanta não são simples. O

desafio é encontrar um equilíbrio entre o respeito pelos direitos

individuais e a necessidade de proteger o meio ambiente e os recursos

naturais para as gerações futuras. Essa é uma questão que requer uma

abordagem cuidadosa e baseada em evidências, bem como um diálogo

construtivo entre diferentes perspectivas e interesses.

População da China cai pela primeira vez desde


1961
Kelly Ng

Da BBC News

17 janeiro 2023

A população da China caiu pela primeira vez em 60 anos, com a taxa de

natalidade nacional atingindo recorde de queda — 6,77 nascimentos por

mil pessoas.

A população do país em 2022 — 1,4118 bilhão — caiu 850 mil em

relação a 2021.

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A taxa de natalidade da China vem caindo há anos, desencadeando

várias políticas para desacelerar essa tendência.

Em 2015, sete anos depois de acabar com a política do filho único —

instituída nos anos 1970 para limitar o tamanho das famílias chinesas —

a China entrou em uma "era de crescimento negativo da população".

A taxa de natalidade em 2022 caiu de 7,52 em 2021 para 6,77, de acordo

com o Escritório Nacional de Estatísticas da China, que divulgou os

números nesta terça-feira (17/01).

O contraste é grande com outros países. Em 2021, os Estados Unidos

registraram 11,06 nascimentos por mil habitantes, e o Reino Unido,

10,08 nascimentos.

A taxa de natalidade no mesmo ano na Índia, que deve ultrapassar a

China como o país mais populoso do mundo, foi de 16,42. No Brasil, a

taxa de natalidade foi de 13,46 em 2020, o ano com estatísticas

completas mais recentes.

Na China, as mortes superaram os nascimentos pela primeira vez no

ano passado. A China registrou sua maior taxa de mortalidade desde

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1976 — 7,37 mortes por mil pessoas, contra 7,18 no ano anterior.

Dados anteriores mostravam que uma crise demográfica estava prestes

a acontecer, e que isso, no longo prazo, reduziria a força de trabalho da

China, aumentando os custos estatais com saúde e seguridade social.

Os resultados de um censo em 2021 mostraram que a população da

China está crescendo no ritmo mais lento em décadas. As populações

estão encolhendo e envelhecendo em outros países do Leste Asiático,

como Japão e Coreia do Sul.

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"Essa tendência vai continuar e talvez piorar depois da covid", diz Yue

Su, economista da Economist Intelligence Unit. Su está entre os

especialistas que esperam que a população da China diminua ainda

mais até 2023. A China ainda enfrenta a pandemia de coronavírus.

"A alta taxa de desemprego entre os jovens e a queda nas expectativas

de renda podem atrasar ainda mais os planos de casamento e filhos,

diminuindo o número de nascimentos."

E a taxa de mortalidade em 2023 provavelmente será maior do que antes

da pandemia devido às infecções por covid, segundo a especialista. A

China está enfrentando uma escalada de casos desde que abandonou

sua política de tolerância zero contra covid no mês passado.

As tendências populacionais da China ao longo dos anos foram

moldadas pela polêmica política do filho único, que havia sido

introduzida em 1979 para retardar o crescimento populacional.

A política do filho único na China reforçou uma cultura que favorecia

meninos em vez de meninas

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As famílias que descumpriram as regras foram multadas e, em alguns

casos, chegaram a perder seus empregos. Em uma cultura que

historicamente favorece meninos em detrimento de meninas, a política

gerou abortos forçados e uma proporção de gênero distorcida.

A política foi abandonada em 2016 e casais passaram a poder ter dois

filhos. Nos últimos anos, o governo chinês ofereceu incentivos fiscais e

melhores serviços de saúde materna, entre outros incentivos, para

reverter, ou pelo menos retardar, a queda da taxa de natalidade.

Mas essas políticas não levaram a um aumento sustentado dos

nascimentos. Alguns especialistas dizem que isso ocorre porque as

políticas que incentivam o parto não foram acompanhadas de esforços

como mais ajuda para mães que trabalham ou acesso a creches.

Em outubro de 2022, o presidente chinês Xi Jinping disse que o

aumento das taxas de natalidade seria prioridade. Xi disse em um

Congresso do Partido Comunista em Pequim que seu governo "buscará

uma estratégia nacional proativa" em resposta ao envelhecimento da

população do país.

Além de distribuir incentivos a casais para que tenham filhos, a China

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também precisa melhorar a igualdade de gênero nas famílias e nos

locais de trabalho, afirma Bussarawan Teerawichitchainan, diretora do

Centro de Pesquisa Familiar e Populacional da Universidade Nacional

de Cingapura.

Os países escandinavos são provas de que essas medidas podem

melhorar as taxas de fertilidade, afirmam ela.

"Eles não estão neste momento em um cenário apocalíptico", diz Paul

Cheung, ex-chefe de estatística de Cingapura. Segundo ele, a China tem

"muita mão de obra" e "muito tempo" para administrar sua crise

demográfica.

Especialistas dizem que apenas aumentar as taxas de natalidade não

resolverá os problemas por trás da desaceleração do crescimento da

China.

"Aumentar a fertilidade não vai melhorar a produtividade ou aumentar

o consumo doméstico no médio prazo", diz Stuart Gietel-Basten,

professor de políticas públicas da Universidade de Ciência e Tecnologia

de Hong Kong. "Como a China responderá a essas questões estruturais

será ainda mais importante."

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Impacto no mundo

A China provavelmente está entrando em uma nova fase de declínio

populacional que fará com que a Índia se torne a nação mais populosa

do mundo em meados de abril e, em 2100, pode ter pouco mais da

metade dos 1,4 bilhão de habitantes que tem hoje.

E 2100 é um ano simbólico, que deve marcar o momento em que a

população global como um todo vai chegar ao ponto mais alto e daí

começar a cair. Mas não sem antes passar dos 8 bilhões atuais para 10,4

bilhões de pessoas nesse futuro.

A rapidez com que essa mudança ocorre, sem que a maior parte da

população chinesa tenha conseguido enriquecer antes de envelhecer,

ameaça o equilíbrio que a sociedade precisa entre uma população em

idade produtiva e uma população cada vez mais idosa, que precisa de

recursos para saúde e também para aposentadorias.

A taxa de natalidade da China é estimada hoje em 1,18 filho por mulher,

já abaixo dos 2,1 filhos por mulher necessários para manter a população

em tamanho estável.

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A queda da população afeta o mundo inteiro porque a China é uma

potência econômica global, e qualquer desequilíbrio ou recuo

econômico reverbera em muitos outros países.

Um exemplo prático disso é que, se a força de trabalho começar a

declinar, a China terá dificuldade em continuar fabricando produtos

baratos para exportação — o que tende a afetar taxas de inflação mundo

afora.

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