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RESUMO DE GENÉTICA PARA ALUNOS DESESPERADOS

● O estudo da genética deu-se no início do século XX quando o médico


Archibald Garrod e outros perceberam que as leis mendelianas de
hereditariedade eram capazes de explicar a recorrência de certas doenças
familiares. Desde então, o estudo da genética ganhou força nos meios
científicos e tornou-se ainda mais notável no início do século XXI com a
conclusão do Projeto Genoma Humano.
● Projeto Genoma Humano: foi um programa internacional, concluído em 2003,
responsável por mapear o genoma humano e identificar todos os
nucleotídeos que o compõem.

DNA
O DNA (Ácido Desoxirribonucleico) é uma macromolécula polimérica, dupla hélice,
composta por três tipos de subunidades:
● Um açúcar (desoxirribose)
composta por 5 carbonos;
● Uma base nitrogenada
(A ou G ou T ou C);
● Um grupo Fosfato.

Nucleotídeo = base nitrogenada + desoxirribose + grupo fosfato


● Os nucleotídeos formam longas cadeias de polinucleotídeos por meio de
ligações 5'-3' fosfodiéster.
As bases nitrogenadas são subdivididas em dois tipos:
● Púricas: Adenina (A) e Guanina (G)
(Macete: ÁGua PUra → "AG" de Adenina e Guanina e "PU" de Púricas)
● Pirimídicas: Citosina (C) e Timina (T)
OBS.: 5'-3' é conhecido como "o sentido da vida".
RNA
É químicamente similar ao DNA, mas difere-se no açúcar (ribose ao invés de
desoxirribose) e na base nitrogenada - Uracila (U) ao invés de Timina (T). Ademais,
geralmente, o RNA (Ácido Ribonucléico) possui uma fita única (simples).

DNA VS RNA

DIFERENÇAS DNA RNA

Tipo de açúcar Desoxirribose Ribose

Bases nitrogenadas A = Adenina A = Adenina


T = Timina U = Timina
C = Citosina C = Citosina
G = Guanina G = Guanina

Função principal Armazenar o material Sintetizar proteínas


genético

Estrutura Dupla hélice de Fita simples


nucleotídeos

Síntese Autorreplicação Transcrição

Enzima sintética DNA-polimerase RNA-polimerase

Localização Núcleo celular e Citoplasma


Mitocôndria Ribossomos
Como os genes sintetizam as proteínas?
Gene: região do DNA que pode ser transcrita em moléculas de RNAm.
Dados iniciais:
● Ocorre na fase S da Interfase;
● É um processo semiconservativo;
● A DNA-polimerase só alonga as fitas, não às começa - isso é tarefa do primer
de RNA;
● A DNA-polimerase adiciona nucleotídeos no sentido 5'-3'.
Participantes da síntese proteica:
● DNA da célula;
● RNA transportador, mensageiro e ribossômico;
● Ribossomos, enzimas e aminoácidos.
A síntese proteica acontece em três etapas:
● Transcrição;
● Ativação;
● Tradução.
1ª etapa: Transcrição
A enzima RNA-polimerase liga-se a uma extremidade da molécula de DNA do gene.
Quando isso acontece, quebram-se as ligações de hidrogênio entre as bases
nitrogenadas das duas fitas do DNA, a estrutura de dupla-hélice se desfaz e as fitas
se separam.
Depois, a RNA-polimerase começa a sintetizar uma molécula de RNAm (RNA
mensageiro) e, para isso, a sequência de bases nitrogenadas da fita do DNA é lida,
modelando a sequência do RNAm com bases complementares.
Adenina (A) → Uracila (U)
Timina (T) → Adenina (A)
Guanina (G) → Citosina (C)
Citosina (C)→ Guanina (G)
Uma vez que a leitura e a modelagem acabam, o RNAm separa-se da fita de DNA.
Então, as ligações de hidrogênio e a estrutura helicoidal se refazem.
2ª etapa: Ativação
O RNAt (RNA transportador) leva os aminoácidos que estão soltos no citoplasma
da célula até o ribossomo. Para que o RNAt reconheça em que parte do RNAm
devem ser deixados os aminoácidos, ele tem uma sequência de três bases
complementares ao códon (conjunto de três nucleotídeos, que corresponde a um
aminoácido) do RNAm, chamada de anticódon. Nesse processo de transporte, a
célula consome ATP.
3ª etapa: Tradução
O RNAm é decodificado pelo ribossomo, mas, para que isso aconteça, são
necessários outros três momentos distintos:
● Formação da cadeia polipeptídica: o ribossomo, o RNAm e um RNAt
especial se associam. O RNAt transporta o aminoácido metionina (MET), e
contém o anticódon UAC, necessário para emparelhar com o códon AUG do
RNAm, que é o responsável por determinar onde a informação para a cadeia
peptídica tem início.
● Crescimento da cadeia polipeptídica: o ribossomo desloca-se sobre o
RNAm e a cada deslocamento, o RNAt que estava no Sítio A passa para o
Sítio P, e um novo aminoácido é incorporado à cadeia em formação, por meio
de uma ligação peptídica.
● Conclusão da cadeia polipeptídica: o ribossomo chega a um códon de
parada, que é um dos três códons (UAA, UAG e UGA) para os quais não há
um aminoácido correspondente. Então, uma proteína chamada fator de
liberação ocupa o Sítio A, e todos os componentes do processo se separam
— incluindo a cadeia peptídica sintetizada.

OBS.: Éxons (E) e Íntrons (I)


Nos Eucariontes, cada gene é formado por regiões codificantes (Éxons) e não
codificantes (Íntrons). Após a etapa de transcrição (1ª etapa) do gene em
moléculas de RNA, ocorre a maturação do RNA com a remoção dos íntrons, ficando
o RNA formado apenas por éxons.
Cromossomos humanos
46 cromossomos ou 23 pares de cromossomos:
● 44 cromossomos (ou 22 pares) são chamados de autossomos;
● 2 cromossomos (ou 1 par) são chamados de sexuais.

Partes dos cromossomos:

O centrômero divide a estrutura do cromossomo em dois braços e


desempenha um papel importante no processo de divisão celular. Os cromossomos,
portanto, podem ser classificados de acordo com a posição do centrômero em sua
estrutura:
● Metacêntrico: o centrômero localiza-se exatamente no meio da estrutura,
dividindo o cromossomo em duas partes iguais;
● Submetacêntrico: o centrômero divide a estrutura em duas partes desiguais;
● Acrocêntrico: o centrômero se localiza perto de uma das pontas do
cromossomo;
● Telocêntrico: o centrômero se localiza em uma das pontas do cromossomo;
OBS.: Cinetócoro
● Estrutura protéica presente na região do centrômero.
● Liga o fuso mitótico aos cromossomos duplicados.
● Função: dar estabilidade ao aparelho do fuso.
OBS.: Telômeros
● São regiões encontradas na extremidade dos cromossomos.
● Não possuem genes, apenas pequenas pequenas repetições dos
nucleotídeos.
● Função: permite a replicação das extremidades de forma eficiente e estabiliza
as sequências finais do cromossomo.

MUTAÇÕES
A mutação é definida como uma mudança na sequência de nucleotídeos ou no
arranjo do DNA.
DISTÚRBIOS GENÉTICOS
Os distúrbios genéticos são caracterizados pela presença de alterações no DNA,
que podem implicar desde doenças orgânicas até fenótipos alterados. Estas podem
ser hereditárias e, neste caso, serão transmitidas de geração em geração ou podem
ser causadas pela combinação de múltiplos fatores ambientais e mutações em
vários genes.
Os distúrbios genéticos são divididos em três grupos principais:
● Distúrbios genéticos cromossômicos: alterações estruturais ou numéricas
no conjunto de cromossomos de um indivíduo.
● Distúrbios genéticos monogênicos (mendelianos): são causados por
mudanças ou mutações que acontecem na sucessão de DNA de um único
gene.
● Distúrbios genéticos de herança complexa: são causados por uma
combinação de fatores ambientais e mutações em múltiplos genes.

DISTÚRBIOS CROMOSSÔMICOS
Os distúrbios cromossômicos constituem uma importante categoria de doenças
genéticas. Eles são responsáveis por uma grande proporção de todas as perdas
reprodutivas, malformações congênitas e retardo mental, desempenhando um
importante papel na patogênese de doenças malignas.
Principais tipos:
● Deleção: ocorre a quebra e a perda de um trecho do cromossomo, o que
resulta na perda dos genes daquela região. Essa alteração cromossômica
acontece principalmente durante a meiose, a divisão celular responsável por
gerar os gametas (óvulos e espermatozóides). Exs.: A Distrofia Muscular de
Duchenne, a Atrofia Muscular Espinhal e a Síndrome Cri-du-Chat (Síndrome
do Miado de Gato).
● Duplicação: ocorre quando uma porção do cromossomo está duplicada.
Essa alteração cromossômica, assim como a deleção, ocorre principalmente
na meiose.
● Inversão: ocorre quando uma parte do cromossomo se fragmenta e, depois,
se liga ao mesmo cromossomo, porém de forma invertida. Ela não altera o
número de genes, como as anteriores, mas muda a posição dos genes
presentes no cromossomo invertido, o que pode afetar a forma como esses
genes são expressos.
● Translocação: ocorre quando um cromossomo se quebra e o fragmento se
une a um cromossomo não homólogo ao original, ou seja, a um cromossomo
que apresenta genes diferentes. Ela pode ser recíproca, quando ocorre a
troca de fragmentos entre dois cromossomos, ou não recíproca, quando um
cromossomo transfere um fragmento, mas não recebe outro em troca.

Distúrbios cromossômicos numéricos


Trissomia do 21 (Síndrome de Down) → 46, XX ou 46, XY, rob (14;21)
● A causa genética mais comum de retardo mental moderado.
● Cerca de 95% de todos os pacientes com síndrome de Down possuem
trissomia do cromossomo 21, resultado da não-disjunção meiótica do par de
cromossomos 21.
● No entanto, cerca de 4% dos pacientes com síndrome de Down têm 46
cromossomos com uma translocação robertsoniana envolvendo o
cromossomo 21q e o braço longo de outro cromossomo acrocêntrico
(geralmente o cromossomo 14 ou 22).

Trissomia do 18 (Síndrome de Edwards)

● As características da Síndrome de Edwards sempre incluem retardo mental e


retardo do desenvolvimento, mas o que leva ao aborto ou morte é a grave
malformação cardíaca associada, frequentemente comunicação
interventricular de alta repercussão, persistência do canal arterial, o que
provoca insuficiência cardíaca congestiva, tendo alta letalidade se não
tratada.
Trissomia do 13 (Síndrome de Patau)

● Raramente consegue sobreviver e quando sobrevive há retardo mental


grave, dano miocárdico, raquitismo constitucional e depressão imunológica.
O retardo do crescimento e retardo mental grave são acompanhados de
graves malformações do sistema nervoso central, tais como anencefalia e
holoprosencefalia.

Distúrbios cromossômicos estruturais


Síndrome do Cri du Chat (Síndrome do Miado de Gato)

● Na síndrome do cri du chat ocorre uma deleção terminal ou intersticial de


parte do braço curto do cromossomo 5. Esta síndrome de deleção
recebeu este nome comum porque o choro dos bebês com este distúrbio
lembra o miado de um gato.
● A aparência facial é característica, com microcefalia, hipertelorismo, epicanto,
orelhas de baixa implantação, às vezes com apêndices pré-auriculares, e
micrognatia. Outras características incluem retardo mental de moderado a
grave e defeitos cardíacos.

Síndrome de Prader-Willi

● Síndrome rara, porém, debilitante, com incidência 1:10.000 ou 1:15.000


nascimentos. Associada a uma deleção no braço longo do cromossomo
15, de origem paterna ou a uma dissomia uniparental (presença de dois
cromossomos 15 de origem materna).
● Pacientes podem apresentar retardo no desenvolvimento e vários distúrbios
endócrinos diferentes, sendo a maioria deles causados por insuficiência
hipotalâmica e hipofisária.
● O fenótipo inclui problemas na articulação e na fala, mãos e pés pequenos,
apetite insaciável e não seletivo (revela alterações no centro de saciedade
devido a malformação hipotalâmica) e obesidade. Sono sem motivo aparente,
inatividade física, sensação de dor diminuída, além de problemas ósseos
(escoliose) e dentários (cáries) podem estar presentes na Síndrome de
Prader-Willi.
Síndrome de Wolf-Hirschhorn

● Associada a microdeleção distal do braço curto do cromossomo 4


(autossomo), a Síndrome de Wolf-Hirschhorn é uma desordem genética
incomum.
● O período gestacional geralmente é normal ou prolongado, indicando retardo
de crescimento intrauterino. As características da doença envolvem grave
retardo psicomotor e de crescimento, baixo peso ao nascer (< 2kg),
microcefalia, nariz e pavilhões auriculares grandes, lábio leporino e/ou palato
fendido e estrabismo.

Síndrome DiGeorge
● Microdeleção que envolve o cromossomo 22q11.2 e está associada ao
diagnóstico de síndrome DiGeorge ou síndrome velocardiofacial.
● Os pacientes apresentam anomalias craniofaciais características, retardo
mental e defeitos cardíacos.

Distúrbios monogênicos
São as doenças que afetam um único gene.
● Anemia falciforme (autossômico recessivo) : é uma doença hereditária
caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os
parecidos com uma foice (falciforme). Essas células têm sua membrana
alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.
● Distrofia miotônica (autossômico dominante): esse distúrbio afeta a
capacidade de relaxar os músculos voluntariamente após uma contração
muscular, o que pode causar rigidez muscular. Resulta em fraqueza muscular
e atrofia muscular (distrofia) de gravidade variável.
● Distrofia muscular de Duchenne (recessivo, ligada ao cromossomo X):
doença genética degenerativa e incapacitante que acomete apenas
indivíduos do sexo masculino. Sua principal característica é a degeneração
progressiva do músculo, em decorrência da ausência da proteína distrofina.
● Doença de Huntington ou coreia de Huntington (autossômica dominante):
é uma doença hereditária, que se inicia com abalos ou espasmos ocasionais
e, depois, evolui para movimentos involuntários mais pronunciados (coreia e
atetose), deterioração mental e morte.
● Fenilcetonúria (autossômica recessiva): é uma doença decorrente de um
erro inato do metabolismo de aminoácido fenilalanina. Sendo assim, o
excesso dessas moléculas no sangue se transforma num ácido fenilpirúvico,
que exerce ação tóxica em vários órgãos, especialmente no cérebro.
● Fibrose cística (autossômica recessiva): doença genética que compromete o
funcionamento das glândulas exócrinas que produzem muco, suor ou
enzimas pancreáticas.
OBS.: Os três principais padrões de herança

● Herança autossômica recessiva: a criança deve herdar uma cópia mutante


do gene de ambos os pais. Com a doença recessiva, cada pai tem uma cópia
mutada e uma cópia normal do gene em causa. Como cada um dos pais tem
apenas uma cópia mutante do gene, eles são portadores do gene e não
desenvolvem a doença. Se a criança herda apenas um gene mutante de um
genitor, então a criança será um portador da do gene e não será afetado pela
doença e não vai sentir qualquer problema. Porém, se a criança herda uma
cópia mutante de cada genitor, a criança poderá desenvolver a doença.
● Herança autossômica dominante: a criança recebe uma cópia de um gene
mutante de um dos pais afetado pela doença. É provável que o pai afetado
saiba que tem a doença. O outro progenitor não é afetado e nem carrega
mutação neste gene. Com doenças dominantes, há 50% de chance de que
uma criança receba o gene mutado e que seja afetado pela doença. E 50%
de chance da criança não receber a mutação. Doenças dominantes tendem a
aparecer em várias gerações de uma família, e muitos membros da família
são afetados.
● Herança ligada ao X: são mais complexos do que os outros padrões de
herança, mas, de um modo geral, os homens são afetados por doenças
ligadas ao X, e as mulheres são portadores não afetados. As mães
portadoras passam doenças ligadas ao X para seus filhos.

Distúrbios genéticos de herança complexa


Doenças como defeitos congênitos, infarto do miocárdio, câncer, doenças mentais,
diabetes e doença de Alzheimer, levam a morbidade e mortalidade prematura de
aproximadamente duas a cada três pessoas durante suas vidas. Muitas destas
doenças parecem ocorrer mais frequentemente em parentes de indivíduos afetados
do que na população em geral. Acredita-se que tais doenças são o resultado de
complexas interações entre diversos fatores genéticos e ambientais, e, por isso, são
denominadas de padrão de herança multifatorial (ou complexo). A agregação
familiar pode ser explicada pelo fato de que membros de uma mesma família
compartilham sua informação genética e estão expostos aos mesmos fatores
ambientais, em uma proporção maior do que com relação a indivíduos escolhidos
aleatoriamente na população.

Distúrbios dos cromossomos sexuais


Os distúrbios dos cromossomos sexuais, semelhantes às anormalidades dos
autossomos, podem ser tanto numéricas quanto estruturais e podem estar
presentes em todas as células ou na forma de mosaico.
Síndrome de Klinefelter (47, XXY)

● Os pacientes são altos e magros e têm pernas relativamente longas. Eles


parecem fisicamente normais até a puberdade, quando os sinais de
hipogonadismo se tornam óbvios. A puberdade ocorre na idade normal, mas
os testículos permanecem pequenos, e as características sexuais
secundárias não se desenvolvem. Os pacientes com Klinefelter quase
sempre são inférteis devido à falha no desenvolvimento das células
germinativas, e estes pacientes são com frequência identificados
clinicamente pela primeira vez devido à infertilidade.

Trissomia do X (47, XXX)


● Mulheres com trissomia do X, embora um pouco acima da média em
estatura, não são fenotipicamente anormais.
● Estudos mostraram que mulheres XXX desenvolvem a puberdade na idade
apropriada e são geralmente férteis, embora com risco aumentado de ter
uma prole cromossomicamente anormal.
● Possuem um déficit significativo no desempenho em testes de QI, e cerca de
70% das pacientes têm dificuldade de aprendizagem.
● Nas células 47, XXX, dois dos cromossomos X são inativados. Quase todos
os casos originam-se de erros na meiose materna, e destes, a maioria se dá
durante a meiose I.
● Tetrassomia do X (48, XXXX): está associada a retardo do desenvolvimento
mais grave tanto físico quanto mental.
● Pentassomia do X (49, XXXXX): apesar da presença de quatro
cromossomos X inativos, geralmente inclui retardo mental grave e múltiplos
defeitos físicos.

Síndrome de Turner (45, X e variantes)

● As portadoras podem ser frequentemente identificadas ao nascimento ou


antes da puberdade, por suas características fenotípicas distintas. A
síndrome de Turner é muito menos comum do que outras aneuploidias dos
cromossomos sexuais.
● As anormalidades típicas na síndrome de Turner englobam: baixa estatura,
disgenesia gonadal (geralmente gônadas em fita, refletindo manuten- ção da
insuficiência ovariana), face com características incomuns, pescoço alado,
baixa implantação posterior de cabelos, tórax amplo com hipertelorismo
mamário, e elevada incidência de anomalias renais. Muitos pacientes têm
coarctação da aorta, e mulheres com síndrome de Turner estão sob risco
particular para anormalidades cardiovasculares.
● Devido a deficiência de estrógeno elas não desenvolvem as características
sexuais secundárias ao atingir a puberdade, sendo, portanto, identificadas
facilmente pela falta desses caracteres.

Alguns conceitos de genética


● Cariótipo: conjunto de cromossomos de uma espécie.
● Locus gênico: local que o gene ocupa em um cromossomo.
● Cromossomos homólogos: pares de cromossomos herdados do pai e da
mãe com informações genéticas semelhantes.
● Cromossomos sexuais: formam um par com componentes diferentes em
células masculinas e femininas.
● Cromossomo autossômico: formam pares idênticos nas células femininas e
masculinas.
● Genes alelos: genes que ocupam o mesmo locus gênico em cromossomos
homólogos.
● Alelos múltiplos: acontece quando dois genes possuem mais de duas
formas alélicas.
● Alelos letais: quando alelos podem causar a morte do seu portador.
● Genes recessivos: só se expressam em homozigose (ex: aa).
● Genes dominantes: se expressam em homozigose e heterozigose (ex: Aa,
AA).
● Genótipo: conjunto de genes presentes nas células dos indivíduos (não se
vê a olho nu).
● Fenótipo: manifestação do genótipo, que pode ser influenciada por fatores
externos, como o meio ambiente (se vê a olho nu).
● Homozigoto: genes iguais para um par de genes alelos.
● Heterozigoto: genes diferentes para um par de genes alelos.
● Célula haploide: apenas um conjunto cromossômico (n).
● Célula diploide: dois conjuntos cromossômicos (2n).
● Histonas: proteínas responsáveis pelo processo de compactação e
descompactação do DNA. Importantes na regulação dos genes, tornando os
genes mais ou menos acessíveis à ação da RNA-polimerase.
● Nucleossomo: são as partículas do DNA responsáveis pela compactação e
transcrição e também podem levar informações hereditárias.
● Euploidia: alteração cromossômica numérica, que pode ser diminuição ou
aumento. Todo o genoma é afetado, e não apenas um ou mais
cromossomos. Não ocorre em humanos e, quando ocorre, é incompatível e o
feto acaba sofrendo um aborto, porém é muito comum na natureza.
● Aneuploidia: alteração cromossômica numérica, com aumento ou
diminuição de cromossomos (ex: Síndrome de Down).
● Epistasia: quando um par de alelos presente em um gene inibe a ação de
alelos em outro par. (ex: epistasia dominante é a plumagem em galinhas;
epistasia recessiva é a pelagem de camundongos).
● Pleiotropia: quando um par de genes alelos determinam o aparecimento de
várias características (ex: Síndrome de Marfan).
● Codominância: quando heterozigotos expressam ambos os alelos de um
gene ao mesmo tempo, causando um fenótipo intermediário (ex: cor de
flores; sistema ABO).

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