Docente: Bruno Luiz de Arruda Lindote Discente: Franciely Batista de Oliveira Período: 3º C
RELATÓRIO (IM)PRESCRITIBILIDADE DA REPARAÇÃO CIVIL DO DANO AMBIENTAL
No dia 14 de junho de 2021 às 19h15minutos através da plataforma digital Direito
Estácio Fapan, a Excelentíssima Dr.ª Juíza de Direito do TJ/MT Hanae Yamamura de Oliveira, abordou sobre o julgamento do tema 999 de repercussão geral do STF e seus reflexos na efetividade do processo ambiental geral. A referida juíza abarcou sobre o RECURSO EXTRAORDINÁRIO 654.833 ACRE, trata-se de Recurso Extraordinário interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça – STJ, a demanda, na origem, desenvolve-se nos autos de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal - MPF em face de Orleir Messias Cameli, Marmud Cameli Cia. Ltda. e Abraão Cândido da Silva, objetivando a reparação de danos materiais, morais e ambientais, decorrentes de invasões em área indígena ocupada pela comunidade Ashaninka-Kampa do Rio Amônia, situada no Acre, as quais ocorreram entre os anos de 1981 a 1987, com a finalidade de extrair ilegalmente madeira de elevado valor de mercado (mogno, cedro e cerejeira). O cerne do tema 999, foi o entendimento do STJ e STF ao qual entenderam ser imprescritível o prazo para ajuizamento da reparação civil por dano ambiental, tal decisão é de repercussão geral porque gera efeito erga omnes, ou seja, a decisão de imprescritibilidade afetará qualquer processo com este inteiro teor, pois este efeito é válido para todos os indivíduos. Embora na primeira impressão pressupõe-se que a imprescritibilidade nesses casos concretos é uma maneira de proteger o meio ambiente, é um tanto quanto equivocado, haja vista que a regra é a prescrição, e a imprescritibilidade a exceção, e toda exceção é mister estar tipificada no ordenamento jurídico, e hodiernamente na legislação brasileira não existe a tipificação da imprescritibilidade ao que refere reparação civil por dano ambiental. Destarte, o fato de relevância a ser analisado, conforme tese da Dr.ª Hanae, é de que a prescritibilidade do dano ambiental seria um impulsionamento para que tais danos sejam apurados pelos órgãos responsáveis como Ibama dentre outros, como a prescrição também é um meio de segurança jurídica, pois desperta as partes legitimadas para agir a buscar tutela jurisdicional, além do fato de que a imprescritibilidade desses fatos, impedem a celeridade processual fazendo com que tais processos possam levar até uma vida inteira para resolução do mérito.