Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS


DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

RELATÓRIO #1

Capacidade Calorífica

Docente: Edson Antônio da Silva


Alunos: Ana Clara Comitre,
Antony Kehl,
Harielly Rodrigues,
Vinicius Stülp

Toledo, 2023
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

1. OBJETIVO DA PRÁTICA
Estimar através de dados experimentais a capacidade calorífica de um calorímetro
e de sólidos feitos de materiais diferentes, possibilitando então, a comparação entre a
literatura e a prática.

2. TEORIA REFERENTE A PRÁTICA


O estudo dos problemas reais na termodinâmica requer uma abordagem sistemática,
começando pela identificação da parte específica que desejamos compreender, bem como
das propriedades que influenciam esse sistema. Entre as propriedades fundamentais nesse
contexto, destacam-se a pressão, o trabalho e o calor. Cada substância possui um conjunto
único de características observáveis, conhecidas como propriedades, que são essenciais
para compreender seu comportamento termodinâmico. Na termodinâmica, afirma-se que
um conjunto suficiente de propriedades termodinâmicas independentes fornece uma
descrição completa do estado da substância em estudo.
De acordo com Smith et al. (2007), as propriedades mais comuns e mensuráveis
incluem temperatura (T), pressão (P), volume específico (V) e massa específica (ρ). No
entanto, para análises mais aprofundadas envolvendo transferência de calor, trabalho e
energia, algumas propriedades não diretamente mensuráveis também são de grande
importância. Estas incluem a energia interna específica (U), entalpia específica (H) e
entropia específica (S).
Dentro do contexto da termodinâmica, certas propriedades relacionadas à energia
interna assumem um papel crucial. Um exemplo notável são os calores específicos à
pressão constante (cp) e à volume constante (cv), ambos amplamente empregados em
cálculos que envolvem o modelo de gás ideal. Essas propriedades desempenham um
papel fundamental na compreensão do comportamento térmico das substâncias e são
essenciais para a análise de processos termodinâmicos. Portanto, ao abordar problemas
de termodinâmica, é essencial considerar a interação dessas propriedades para obter uma
compreensão completa dos sistemas em estudo.
Diante disso, as grandezas cv e cp desempenham um papel fundamental na
termodinâmica das substâncias puras e compressíveis, sendo definidas como derivadas
parciais das funções U(T,V) e H(T,P), respectivamente (Veit, 2021).
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

O calor é uma propriedade termodinâmica de grande importância que encontramos


em nosso cotidiano. A experiência prática nos ensina que quando um objeto quente entra
em contato com um objeto frio, o objeto quente esfria enquanto o objeto frio aquece. Essa
observação nos leva a compreender que há uma transferência de algo do objeto quente
para o objeto frio, e esse fenômeno é o que chamamos de calor (Q). Portanto, podemos
definir o calor como uma quantidade física ou termodinâmica que flui espontaneamente
entre dois corpos que não estão em equilíbrio térmico, na ausência de trabalho. Vale
ressaltar que o calor é uma entidade transitória que só pode ser identificada quando
atravessa uma fronteira, como observado por Magalhães et al. (2009).
Na prática, costumamos utilizar a unidade de caloria para medir o calor, que é
definida como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 grama de
água de 14,5°C para 15,5°C. Através dessa definição, podemos entender que a capacidade
calorífica da água entre 14,5°C e 15,5°C é igual a 1 caloria por grau Celsius por grama (1
cal/(g.°C)). É importante notar que a capacidade calorífica varia com a temperatura, mas
para pequenas variações, ela pode ser aproximada como constante, como mencionado por
Baumgartner (2021).
Nesse contexto, os calorímetros são dispositivos amplamente utilizados para
determinar a capacidade calorífica de substâncias. Além disso, é possível analisar a
quantidade de calor que é adicionada ou retirada de um material ao observar a variação
de temperatura de um material de referência que está em contato com o material em
estudo, conforme explicado por Baumgartner (2021). Esses métodos e instrumentos
desempenham um papel fundamental na compreensão e na quantificação das trocas de
calor em diversos processos termodinâmicos e experimentos científicos.

3. DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS EXPERIMENTAIS


• c ou Cp é a capacidade calorifica em kJ.kg-1.K-1
• C é a capacidade térmica em kJ.K-1
• Q é o calor em quilo Joules (kJ)
• m é a massa em quilogramas (kg)
• T é a temperatura em Kelvin (K)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

4. DESCRIÇÃO DO EQUACIONAMENTO
Algumas propriedades termodinâmicas não podem ser estimadas de maneira direta,
dentre elas está a energia interna e a entalpia, a Equação 01 traz uma maneira de estimar
a entalpia através da energia interna, pressão e volume.
𝐻 = 𝑈 + 𝑃𝑉 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 01)
Além disso, outras características desempenham um papel fundamental em
cálculos relacionados à determinação do calor específico. Isso inclui as definições de
calor específico sob condições de volume constante e pressão constante, conforme
expresso nas Equações 02 e 03.
𝜕𝑈
𝐶𝑣 = ⃒ (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 02)
𝜕𝑇 𝑣
𝜕𝐻
𝐶𝑝 = ⃒ (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 03)
𝜕𝑇 𝑝
Levando em consideração as características que envolvem um sistema e sua
interação com a vizinhança, quando se trata de definir um sistema fechado, ou seja, um
sistema que não permite a troca de matéria com a vizinhança, e considerando a Primeira
Lei da Termodinâmica, que descreve a conservação das quantidades de energia
envolvidas no processo (indicando que há transformação entre os tipos de energia, mas
sem criação ou destruição), podemos aplicar a Equação 04. Essa equação descreve a
variação de energia na vizinhança devido aos processos que não envolvem a
transferência de massa, ou seja, o calor e o trabalho.
∆𝐸𝑣𝑖𝑧 = ±𝑄 ± 𝑊 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 04)
De mesmo modo, definindo a variação de energia da vizinhança como a variação
de energia interna, para variações de energia interna finitas, tem-se:
∆𝑈 𝑡 = 𝑄 𝑡 + 𝑊 𝑡 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 05)
. Assumindo que o tempo tende a zero, aplica-se a forma diferencial.
𝒅𝑼𝒕 = 𝒅𝑸𝒕 + 𝒅𝑾𝒕 (𝑬𝒒𝒖𝒂çã𝒐 𝟎𝟔)
Para um sistema fechado com n número de mols, a equação 05 pode ser reescrita
da seguinte forma:
∆𝑈 𝑡 = 𝑛∆𝑢𝑡 = 𝑄 𝑡 + 𝑊 𝑡 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 07)
De forma análoga, a Equação 06 também pode ser reescrita da seguinte forma:
𝑑(𝑛𝑢𝑡 ) = 𝑛𝑑𝑢𝑡 = 𝑑𝑄 𝑡 + 𝑑𝑊 𝑡 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 08)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

Se considerarmos n=1, encontra-se a famosa equação da variação de energia


interna:
∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊(𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 09)
Considerando as conclusões mencionadas anteriormente e adotando a definição de
calor como um fenômeno que ocorre apenas quando atravessa as fronteiras de um sistema
e que depende exclusivamente da diferença de temperatura entre dois sistemas, podemos
afirmar que, de acordo com a tendência natural, objetos com diferentes temperaturas
tendem a atingir o equilíbrio térmico. Nesse contexto, a Equação 10 descreve a quantidade
de calor necessária em relação à diferença de temperatura, à capacidade térmica do
material e à sua massa.
𝑄 𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑐(𝑇2 − 𝑇1 ) = 𝐶 ∗ ∆𝑇(𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 10)
A capacidade térmica (C) pode ser dividida para mais de um material, sendo por
exemplo com dois materiais a Equação 11
𝐶 = 𝑚𝐴 ∗ 𝑐𝐴 + 𝑚𝐵 ∗ 𝑐𝐵 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 11)
Portanto, ao analisar uma situação em que o calor é transferido de um corpo para
outro (denominados A e B) devido a uma diferença de temperatura, onde a temperatura
de B é maior do que a de A (𝑇B > 𝑇A), como no caso de imergir um sólido quente em um
líquido mais frio, sabemos que essa transferência de calor continua até que uma
temperatura de equilíbrio seja alcançada. Nessa situação, podemos aplicar uma
combinação das Equações 10 e 11, considerando que os limites do sistema envolvendo
os componentes A e B sejam adiabáticos. Isso significa que não há transferência de calor
com o ambiente externo durante o processo.
𝑄 = 𝑚𝐵 ∗ 𝑐𝐵 ∗ (𝑇𝐵 − 𝑇𝑒𝑞 ) = (𝑚𝐴 ∗ 𝑐𝐴 + 𝐶) ∗ (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝐴 ) (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 12)

5. MATERIAIS E MÉTODOS
Este relatório foi elaborado com base nos dados adquiridos seguindo a metodologia
proposta por Baumgartner na Apostila de Roteiros das Práticas de Laboratório da
disciplina de Engenharia Química I-A, especificamente na Prática 03, que se concentra
no estudo da capacidade calorífica (ano de referência: 2023).

5.1 Materiais

Os materiais utilizados para realização da prática estão dispostos abaixo:


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

• Calorímetro (garrafa térmica);


• Balança;
• Termômetro;
• Béquer;
• Banho Termostático;
• Água;
• Pinça grande;
• Sólido 1: Aço;
• Sólido 2: Bronze;

5.2 Métodos

Determinação da capacidade calorífica térmica da garrafa térmica:

Inicialmente, colocou-se no calorímetro certa massa de água (𝑚𝐴) a temperatura


ambiente. Em seguida, adicionou-se uma quantidade de água (𝑚𝐴0) a temperatura do
banho termostático. Aferiu-se a temperatura máxima atingida pela mistura, a qual
chamamos de temperatura de equilíbrio (𝑇𝐸𝑄), devido as paredes do calorímetro não
serem isolantes perfeitas. Repetiram-se os procedimentos anteriores seis vezes e então
determinou-se a capacidade calorifica térmica do calorímetro.

Determinação da capacidade calorifica das amostras sólidas:


1) Inseriu-se no calorímetro (𝑚𝐴) gramas de água fria, a temperatura ambiente;
2) Com auxílio de uma balança determinou-se a massa do corpo sólido (𝑚0);
3) Aqueceu-se em banho maria o corpo sólido. Para isso, imergiu-se o corpo
sólido em um béquer, o qual foi colocado no banho termostático. Considerou-se
que a temperatura observada no corpo foi; a mesma do béquer (aproximadamente
70°C).
4) Utilizando uma pinça grande, o corpo solido foi depositado no calorímetro,
com muito cuidado para que não ocorresse o contato brusco com a garrafa
Acompanhou-se a variação da temperatura no termômetro e aferiu-se a
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

temperatura máxima atingida, temperatura de equilíbrio (𝑇𝐸𝑄) tal que 𝑇𝐴 < 𝑇𝐸𝑄
< 𝑇0.

Determinação da capacidade calorifica das amostras sólidas:


1) Inseriu-se no calorímetro (𝑚𝐴) gramas de água fria, a temperatura ambiente;
2) Com auxílio de uma balança determinou-se a massa do corpo sólido (𝑚0);
3) Aqueceu-se em banho maria o corpo sólido. Para isso, imergiu-se o corpo
sólido em um béquer, o qual foi colocado no banho termostático. Considerou-se
que a temperatura observada no corpo foi; a mesma do béquer (aproximadamente
70°C).
4) Utilizando uma pinça grande, o corpo sólido foi depositado no calorímetro, com
muito cuidado para que não ocorresse o contato brusco com a garrafa.
Acompanhou-se a variação da temperatura no termômetro e aferiu-se a
temperatura máxima atingida, temperatura de equilíbrio (𝑇𝐸𝑄) tal que 𝑇𝐴 < 𝑇𝐸𝑄
< 𝑇0.
5) O procedimento foi realizado em duplicata para cada sólido selecionado.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
I. Determinação da Capacidade Térmica da garrafa térmica
A partir dos dados experimentais, procedeu-se à determinação da capacidade
térmica do calorímetro. Nesse processo, pressupôs-se que a água fria e o calorímetro
encontravam-se em equilíbrio, e ao introduzir água quente no sistema, este tenderia a
atingir um novo estado de equilíbrio térmico. Dessa forma, foram coletados dados de
temperatura para ambas as amostras de água, suas massas correspondentes e as
temperaturas de equilíbrio alcançadas. Estes parâmetros estão detalhados na Tabela 1,
onde foi realizado em duplicata.

Tabela 1. Dados experimentais do sistema água quente – água fria


Réplica Massa água Massa água Temp. água Temp. água Temp. de
fria (kg) quente (kg) fria (°C) quente (°C) equilíbrio
(°C)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

#1 0,08038 0,08066 26° 70,9° 45,6°


#2 0,082 0,08268 26,8° 71,3° 43,5°

Ao considerar o calorímetro como um sistema adiabático, isento de transferência


de calor, e utilizando a capacidade calorífica da água como 4,184 kJ/kg*K, um valor
obtido na literatura, podemos determinar a capacidade térmica da garrafa através da
Equação 12, previamente estabelecida. Dessa maneira, a estimativa resultou em um valor
de 0,16605 ± 0,09437 kJ/K para a capacidade térmica.

II. Determinação da Capacidade Calorífica para o bronze


Posteriormente, efetuou-se a determinação da capacidade calorífica de uma peça
sólida feita de bronze. O experimento foi conduzido em duplicata, e os dados
experimentais relativos à interação do objeto com a água estão disponíveis na Tabela 2.

comparar condutividade
Tabela 2. Dados experimentais para o sólido de bronze
Réplica Massa Massa água Temp. água Temp. Temp. de
bronze (kg) (kg) fria (°C) bronze (°C) equilíbrio (°C)

#1 0,26904 0,08 26,6 81,3 35,8


#2 0,26848 0,08521 26,3 77,3 33,5

Utilizando a Equação 12, conseguimos estimar a capacidade calorífica


experimental do sólido, obtendo um valor de 0,3482 ± 0,0399 kJ/kg*K. Na literatura, é
possível encontrar o valor de 0,420 kJ/kg*K (Incropera et al., 2014) para a capacidade
calorífica do bronze. Dessa forma, ao comparar esses valores, identifica-se uma
discrepância de 17,09% entre as estimativas.

III. Determinação da Capacidade Calorífica para o aço


Ademais, os dados relativos à interação do sólido de aço com a água estão
apresentados na Tabela 3. O experimento também foi repetido em duplicata para garantir
consistência e, por meio da aplicação da Equação 12, estimou-se sua capacidade calorífica
experimental. Em seguida, essa estimativa foi confrontada com o valor referenciado na
literatura.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

Tabela 3. Dados experimentais para o sólido de aço


Réplica Massa aço Massa água Temp. água Temp. aço Temp. de
(kg) (kg) fria (°C) (°C) equilíbrio (°C)
#1 0,38268 0,08019 27,9 81,3 42,6
#2 0,38269 0,08017 26,2 77,3 40,7

Ao empregar a equação mencionada, obteve-se uma estimativa experimental para


a capacidade calorífica de 0,5085 ± 0,01513 kJ/kg*K. Comparativamente, o valor
referenciado na literatura para o aço inoxidável é de 0,502 kJ/kg*K (Kreith & Bohn,
2003). Sendo assim, observa-se uma discrepância de 1,29% entre os valores.

IV. Análise dos resultados obtidos


As disparidades nos resultados experimentais podem ser atribuídas a várias razões,
incluindo possíveis erros operacionais, calibração inadequada dos instrumentos de
medição, variações na temperatura ambiente em relação ao valor ideal (ou seja, desvios
dos valores teoricamente aceitos) e a eficiência reduzida do calorímetro utilizado, sendo
a garrafa térmica uma parte integrante desse sistema.
De acordo com a literatura, um calorímetro é projetado para proporcionar um
isolamento térmico ideal, minimizando as trocas de calor entre seu interior e o ambiente
circundante (Kreith e Bohn, 2003). No entanto, é crucial destacar que não há um
calorímetro perfeito que elimine completamente a perda ou entrada de calor. Em vez
disso, existem dispositivos que buscam minimizar essas perdas.
Portanto, ao levar em consideração a temperatura ambiente, que estava discordante
dos ideais 25 °C, e a possível baixa eficiência do calorímetro, causando perda de calor no
sistema, os erros experimentais podem ser explicados por esses fatores. Mesmo assim, os
valores obtidos podem ser considerados discrepantes em uma medida relativamente
pequena.

7. CONCLUSÕES
A partir das equações pré-estabelecidas, foi possível estimar a capacidade térmica
de um calorímetro simples (garrafa térmica), assim como a capacidade calorífica de dois
corpos sólidos de diferentes materiais, bronze a aço. Comparando os valores obtidos com
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IA

os encontrados na literatura, obtivemos uma discrepância de 17,09% para o bronze e


1,29% para o aço. Tais discrepâncias podem ser explicadas por diversos motivos, como
possíveis erros de operação, má calibração dos instrumentos, temperatura ambiente
diferente da ideal e baixa eficiência do calorímetro utilizado. Dessa maneira, apesar dos
valores obtidos não apresentarem discrepâncias altas, é imperativo salientar a necessidade
de vigilância frente a potenciais erros experimentais, passíveis de serem mitigados. O
comprometimento com a precisão dos resultados demanda uma atenção rigorosa a cada
etapa do experimento, visando aprimorar a confiabilidade das conclusões alcançadas.

8. REFERÊNCIAS
BAUMGARTNER, T. R. S., Apostila de Roteiros das Práticas da Disciplina de
Laboratório da Engenharia Química I-A, UNIOESTE, Toledo, 2021.

INCROPERA, FRANK P. et. al. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 7.


ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.

KREITH, F.; BOHN Mark S. Princípios de transferência de calor. Capítulo 13 -


Propriedades térmicas de materiais. Thomson Pioneira, 2003.

MAGALHÃES, W. F.; FERNANDES, N. G. & FERREIRA, A. C. Físico-Química I:


Termodinâmica do Equilíbrio. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2009.

SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; Abbott, M. M; Introdução a termodinâmica da


Engenharia Química. 7ª edição, Editora LTC: Rio de Janeiro, 2007.

VEIT, Márcia Teresinha. Termodinâmica: Parte 1 - Leis da Termodinâmica. Toledo.


Unioeste. 18 jan. 2021. Power Point. 48 slides.

Você também pode gostar