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SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE


SUPERINTENDENCIA DE VIGILANCIA EM SERVIÇO DA SAÚDE
DIRETORIA DE VIGILANCIA DE SERVIÇO DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DE SERVIÇO DE INTERESSE DA SAÚDE

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE AS BOAS


PRÁTICAS A SEREM ADOTADAS AOS SERVIÇOS
DE EMBELEZAMENTO/ESTÉTICA, PODOLOGIA,
TATUAGEM E COLOCAÇÃO DE PIERCING

Belo Horizonte

Atualizado em 16 de junho de 2023


SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
SUPERINTENDENCIA DE VIGILANCIA EM SERVIÇO DA SAÚDE
DIRETORIA DE VIGILANCIA DE SERVIÇO DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DE SERVIÇO DE INTERESSE DA SAÚDE

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE AS BOAS PRÁTICAS A SEREM

ADOTADAS AOS SERVIÇOS DE EMBELEZAMENTO/ESTÉTICA,

PODOLOGIA, TATUAGEM E COLOCAÇÃO DE PIERCING

Introdução

A Coordenação de Serviços de Interesse da Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de


Minas Gerais recebe diariamente dúvidas e denúncias relacionadas aos riscos sanitários
nos serviços de embelezamento/estética, salões de beleza, podologia, tatuagem,
colocação de piercing e afins, tanto daqueles realizados nos estabelecimentos ou em
domicílio. Essas atividades estão associadas à execução de procedimentos que podem
acarretar potenciais danos à saúde do profissional e/ou cliente por envolver técnicas
invasivas e/ou manipulação de artigos e produtos. Assim, esses estabelecimentos
devem respeitar a legislação sanitária vigente a fim de garantir a segurança e qualidade
nos serviços prestados, evitando assim os riscos à saúde tanto do profissional quanto do
usuário.
O exercício das atividades profissionais de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure,
Pedicure, Depilador e Maquiador foi reconhecido pela Lei nº 12.592, de 18 de janeiro de
2012, posteriormente atualizada pela Lei nº 13.352, de 27 de outubro de 2016. Além
disso, a Lei nº 13.643, de 3 de abril de 2018, regulamenta as profissões de Esteticista,
que compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e de Técnico em Estética. Todas essas
normativas atestam a importância da regulamentação deste segmento devido a sua
interface com a saúde pública.
Desta forma, esse documento tem como objetivo a divulgação de informações
referentes às boas práticas sanitárias a serem adotadas por esses serviços, focando
principalmente nos seus pontos críticos, com a finalidade de colaborar na prevenção,
minimização ou eliminação dos riscos inerentes à execução dessas atividades.
A elaboração desse documento foi baseada na Resolução SES/MG n° 8.115, de 18 de
abril de 2022, que aprova o Regulamento Técnico que estabelece os Requisitos de Boas
Práticas de Funcionamento para os Serviços de Interesse da Saúde, no âmbito do Estado
de Minas Gerais.

1) Conhecendo os Serviços:
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Os serviços de interesse da saúde são aqueles que exercem atividades que, direta ou
indiretamente, possam provocar danos ou agravos à saúde da população, os quais
englobam os serviços de embelezamento e estética, salões de beleza, podologia,
tatuagem, colocação de piercing e afins, dentre outros.

Essas atividades são definidas pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas


(CNAE), regulamentada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) da seguinte
maneira:

CNAE 8690-9/04: Atividades de podologia

CNAE 9602-5/01: Cabeleireiros, manicure e pedicure

CNAE 9602-5/02: Atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza


CNAE 9609-2/06: Serviços de tatuagem e colocação de piercing

Vale ressaltar que os serviços de embelezamento/estética tratados nesse documento


são os procedimentos não invasivos, exceto os procedimentos invasivos realizados por
podólogos, tatuadores, colocadores de piercing, maquiadores definitivos e outros
profissionais afins. Os procedimentos invasivos realizados por profissionais de saúde
não serão contemplados neste documento.
É importante destacar que as atividades de embelezamento/estética realizadas
exclusivamente por profissionais da saúde são classificadas como serviços de saúde e
devem seguir normativas específicas da área. Já os procedimentos de estética exercidos
por profissionais habilitados sem formação específica são enquadrados como serviços
de interesse da saúde, os quais são objeto deste documento.
Dentro deste escopo, temos os podólogos, tatuadores, colocadores de piercing,
maquiadores definitivos e outros profissionais afins que executam procedimentos
invasivos e que não necessitam de habilitação na área da saúde.
2) Conhecendo os Riscos
É indiscutível a importância deste segmento para a sociedade em que a população se
preocupa cada vez mais com o cuidado ao corpo e à aparência, o que reflete no aumento
de estabelecimentos que exercem algum tipo de procedimento estético.
Os profissionais deste ramo manuseiam áreas do corpo habitadas por microrganismos
que podem ser transmitidos pelas mãos do profissional, pelos utensílios e produtos
contaminados ou por acidentes com os materiais perfurocortantes, como lâmina de
barbear, agulha, alicate.

Conhecer possibilidades e riscos de transmissão de doenças, noções de higiene, de


processos, desinfecção de utensílios e instrumentos e o cuidado no uso de determinados
produtos é fundamental na prestação desse tipo de serviço. As boas práticas a serem
adotadas pelos profissionais de embelezamento e afins consistem em um conjunto de
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medidas que visam garantir a qualidade e segurança sanitária tanto para os
trabalhadores desses serviços quanto para seus usuários.

O risco de agravos à saúde pelos procedimentos de embelezamento e afins pode ser


variado e cumulativo tanto para os profissionais como para os clientes.

As boas práticas a serem adotadas pelos profissionais de embelezamento e afins


consistem em um conjunto de medidas que visam garantir a qualidade e segurança
sanitária, pois o risco de agravo à saúde desses serviços pode ser variado e cumulativo
tanto para os profissionais como para os clientes.

2.1) Riscos aos profissionais

• Riscos ergonômicos: qualquer fator que interfira nas características psicofisiológicas


tais como: postura inadequada que pode levar a problemas de coluna, ritmo excessivo
de trabalho, movimentos repetitivos;

• Exposição a substâncias potencialmente tóxicas, como: tinturas e substância químicas;


• Extremos de temperatura, tornando o ambiente de trabalho inadequado;

• Estresse, entre outros.


É extremamente comum nestes profissionais a ocorrência de lesões vasculares como
varizes e desordens músculos-esqueléticas da coluna, ombros, mãos e punhos
ocasionados por longos períodos na posição sentada ou em pé, pela postura e
mobiliários inadequados e longas jornadas de trabalho executando os mesmos
movimentos sem intervalos de descanso.

2.2) Riscos aos Trabalhadores e aos Clientes


O risco mais preocupante dos procedimentos de embelezamento é a possibilidade de se
contrair doenças infecciosas, como: a AIDS (transmitida pelo Vírus HIV), a Hepatite B
(transmitida pelo Vírus HBV) e a hepatite C (transmitida pelo Vírus HCV).
Além das doenças infecciosas, o risco de se adquirir dermatoses ocupacionais como as
dermatites de contato, que podem ser causadas pelo manuseio inadequado de tinturas
e de outros produtos químicos utilizados por estes profissionais (tônicos capilares,
loções fixadoras, produtos para rinsagens e permanentes) e pelo uso de toucas de
banho, grampos de cabelo dentre outros acessórios, apresenta uma ameaça constante.

Os abscessos purulentos e as micoses nas unhas são bastante frequentes e são causados
por bactérias e fungos decorrentes de acidentes com materiais perfurocortantes
contaminados (alicates de cutículas, navalhas, lâminas de barbear, entre outros)
esterilizados de forma inapropriada.
Vale advertir que alguns produtos utilizados nos clientes e nos processos de limpeza e
desinfecção podem causar alergias, intoxicações e outros danos aos profissionais e aos
usuários.
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2.3) Medidas de segurança
Algumas medidas simples podem ser adotadas para controlar o risco de disseminação
de doenças, como:

● Higiene e apresentação pessoal;


● Higienização das mãos;

● Vacinação;

● Descarte adequado de resíduos perfurocortantes;

● Cuidados quando ocorrem acidentes;


● Uso de equipamentos de proteção individual (EPI);

● Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos (utensílios e instrumentos);


● Limpeza e desinfecção de superfícies (mesas, cadeiras, macas e outras).
A coordenação, como dito anteriormente, tem recebido muitas dúvidas com relação aos
serviços de embelezamento e os riscos envolvidos nestas atividades, visando esclarecer
estas dúvidas elaboramos este documento. Seguem abaixo algumas das perguntas
recebidas com suas respectivas respostas. Esperamos que elas possam facilitar a
compreensão e minimizar riscos referentes a essas atividades.

REGISTRO DE CLIENTES

1- Há necessidade de ter um controle dos dados dos meus clientes?


Recomendamos utilizar uma ficha cadastral dos clientes atendidos com a finalidade de
promover o controle interno e facilitar o contato com o cliente, caso seja necessário.
2- Quais dados deve ter a ficha do cliente?

I - nome;

II - endereço;
III - telefone;

IV - data de atendimento;
V - serviço realizado;

VII - apresenta alergia a algum produto (esmalte, formol, tinturas, etc.)


VIII - observações (informações sobre a saúde do cliente, intercorrências e outras
informações que julgar pertinentes).
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MEDIDAS PREVENTIVAS
3- Devo limpar a pele do cliente antes de realizar um procedimento, como a
pigmentação da pele?

Antes de iniciar o procedimento deve ser realizada a antissepsia da pele do cliente com
antisséptico adequado, sendo que o mais utilizado o álcool 70%.

4- O que são EPI?

Os EPI (Equipamentos de Proteção Individual) são dispositivos ou produtos de uso


individual utilizado pelo profissional para prevenção de riscos que ameaçam a sua
segurança e saúde durante o trabalho. Seu uso é necessário em alguns momentos do
atendimento, como por exemplo, ao manusear os produtos de limpeza e desinfecção,
cosméticos e alguns instrumentais.
5- Quais são os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)?

Luvas, máscaras, gorros ou toucas, óculos de proteção, aventais impermeáveis, e outros.

6- Quais os tipos de luvas?


Os tipos de luvas são as de procedimento e as de autoproteção (luvas de “borracha”).

As luvas de procedimento são descartáveis e devem ser utilizadas quando houver risco
de contato com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, mucosas, pele não
íntegra e artigos (utensílios e instrumentos), superfícies ou equipamentos
contaminados.

Alguns cuidados devem ser tomados ao utilizar as luvas:

• Não tocar superfícies e materiais com as mãos enluvadas (telefone, maçaneta, porta,
caneta, etc.);

• Trocar as luvas ao mudar de procedimento contaminado para outro limpo;

• Desprezar as luvas após cada atendimento e durante um mesmo atendimento se


estiver danificada.
As luvas de autoproteção ou luvas de “borracha” são de uso individual e devem ser
utilizadas para proteção das mãos e antebraços durante as atividades de limpeza e
desinfecção.
7- Todo profissional que for realizar um procedimento de embelezamento deverá
utilizar luvas?
Não. O uso de luvas de procedimento é obrigatório para todo procedimento que possa
haver contato com sangue ou secreções, ressaltando que a sua utilização não dispensa
a higienização das mãos antes e após cada atendimento.
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8- Quem deve utilizar a máscara, gorros ou toucas e óculos de proteção?
EPIs devem ser utilizados nas tarefas onde há possibilidade de projeção de fragmentos,
partículas e respingos de líquidos diversos que possam atingir o profissional.

9- Quem deve utilizar o avental?


O avental é necessário para aqueles que realizam tarefas em que exista risco de umidade
e respingo de líquidos diversos no corpo ou roupa do profissional.

CUIDADOS COM INSUMOS, INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS

10- Posso adicionar outros produtos químicos aos produtos comprados para a
utilização nos procedimentos de embelezamento, estética, podologia, maquiagem
definitiva, tatuagem e outros?
É proibida a mistura/acréscimo de outros produtos químicos ao produto regularizado,
alterando a sua formulação, a não ser se previsto nas orientações escritas do fabricante.
11- Posso utilizar os produtos vencidos?

Não. Produtos vencidos devem ser descartados adequadamente, juntamente com as


suas embalagens, mediante seu vencimento.
12- Quantos equipamentos e insumos devo possuir para realizar os procedimentos no
meu estabelecimento ou no domicílio dos meus clientes?
O profissional deve dispor de equipamentos específicos, instrumentais e materiais
necessários ao exercício da atividade e em quantidade suficiente para atender a
demanda e respeitando os prazos para limpeza, desinfecção e esterilização.
13- Todos os insumos e equipamentos sujeitos à vigilância sanitária utilizados na
prestação do serviço devem estar regularizados junto à ANVISA?

A utilização desses insumos e equipamentos deve obedecer à legislação vigente e as


instruções e restrições de uso do fabricante, ou seja, aqueles insumos ou equipamentos
que precisam de regularização na ANVISA devem estar regularizados junto à ANVISA.

O uso de técnicas ou procedimentos não previstos pelo fabricante deve estar respaldado
por comprovação técnica.
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14- Após o uso dos artigos num procedimento, o que devo fazer?
Os artigos utilizados devem ser submetidos a processo de rigorosa limpeza e desinfecção
ou esterilização, de acordo com as finalidades propostas.

Os instrumentos utilizados que configurem risco potencial de contaminação por


intermédio de sangue e secreções orgânicas entre usuários e/ou profissionais, sendo
classificados como artigos críticos ou semicríticos, devem ser obrigatoriamente
esterilizados em autoclave.
Os artigos sujos devem ser acondicionados em recipientes fechados e devidamente
identificados antes de serem esterilizados.

O ideal é que alicates, espátulas e outros instrumentos de metal sejam de uso


individualizado, ou seja, que cada cliente tenha seu próprio material.

15- Quais são os artigos descartáveis?

Os artigos descartáveis são lixas para unhas e pés; palitos/pauzinho de laranjeira;


espátulas de madeira; invólucros das bacias; bacias e cubas de manicure e pedicure; cera
e espátulas de depilação; batoques; lâminas; agulhas; esponjas para higienização ou
esfoliação da pele. Esses artigos devem ser descartados imediatamente após o uso.
16- As agulhas utilizadas em serviços de acupuntura e as agulhas de tintas utilizadas
em serviços de tatuagem são consideradas produtos para a saúde?

As agulhas dos serviços de tatuagem e de acupuntura são consideradas produtos para a


saúde, assim como as tintas utilizadas em tatuagem e pigmentação de sobrancelhas.
Portanto, devem ter cadastro ou registro na ANVISA. As agulhas, para ambas as
finalidades, são de uso único, não podendo ser reutilizáveis e devem ser descartadas
como resíduos perfurocortantes. O estabelecimento deverá elaborar um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Simplificado, conforme preconizado na RDC ANVISA nº
222/2018. Conforme o município no qual está localizada, esses resíduos serão
recolhidos pela própria prefeitura ou o estabelecimento deverá contratar uma empresa
especializada em recolhimento e tratamento desses resíduos.
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17- Como devo descartar as agulhas, lâminas e outros objetos perfurocortantes?
Os resíduos perfurocortantes (agulhas, lâminas, etc.) deverão ser descartados
imediatamente após seu uso em recipientes rígidos e com tampa, devidamente
identificados, observando os seguintes cuidados:

• Descartar os perfurocortantes no recipiente correto imediatamente após o uso;

• Nunca reencapar agulhas;

• Manter o recipiente em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da


abertura para descarte;

• O recolhimento do recipiente de descarte deve ser realizado apenas por empresas


licenciadas para transporte e destinação final de perfuro cortantes.

18- Posso utilizar toalhas de tecido?

É proibido o uso de toalhas de tecido nos procedimentos.


19- Como devo limpar os pentes e as escovas?

Você deverá imergir pentes e escovas em uma solução de água e sabão em pó por 30
minutos, após o uso em cada cliente, ou outro método de limpeza recomendado.

20- Posso utilizar estufa para esterilização de artigos?


Não. É proibido o uso de estufas para a esterilização de artigos.

21- Quais artigos ou instrumentos devem ser esterilizados?

Os artigos e instrumentos que possam entrar em contato com sangue, secreções ou que
representem riscos de corte, invasão de pele ou mucosas durante o procedimento
deverão ser descartáveis ou esterilizados após cada uso.

22 - Posso utilizar qualquer embalagem para esterilizar os artigos?

Não. Existe embalagem específica para esterilização de artigos em autoclave.

Não é permitido o uso de embalagens de papel kraft, papel toalha, papel manilha, papel
jornal e lâminas de alumínio, assim como as embalagens tipo envelope de plástico
transparente não destinadas ao uso em equipamentos de esterilização.
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Sistema de Barreira Estéril indicados para cada método de esterilização


Vapor a baixa
Vapor Óxido Vapor de
Tipo/Material de Temperatura Radiação
sob de Peróxido
Embalagem de Ionizante
pressão Etileno de Hidrogênio
Formaldeído
Tecido de Algodão
Sim Não Não Não Não
(1)
Contêiner rígido
Sim Sim Sim Sim Sim
(1)
Vidro refratário (1) Sim Não Não Não Não
Papel Grau(2) Sim Sim Não Sim Sim
Papel Crepado (2) Sim Sim Não Sim Sim
Filmes (2) Sim Sim Sim Sim Sim
TYVEK (marca) (2) Sim Sim Sim Sim Sim
não tecido (SMS)
Sim Sim Sim Sim Sim
(2)
Caixas Metálicas
Sim Sim Sim Sim Sim
(1)
Fonte: APECIH 2021(1) embalagens reprocessáveis; (2) embalagens descartáveis.

Observação: Todos os tipos de barreiras de Sistema Estéril devem estar com seu registo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) atualizados e vigentes.

23- Como devo proceder para a limpeza, desinfecção e/ou esterilização de artigos e
instrumentos?

O processamento de artigos (utensílios e instrumentos) deve seguir o fluxo unidirecional


da área suja para a área limpa, evitando a contaminação cruzada, ou seja, devem ser
estabelecidos locais separados para agrupar e direcionar os artigos sujos e limpos,
determinando uma rota/caminho para a realização da limpeza, desinfecção e/ou
esterilização.

A limpeza dos artigos deve ser feita com detergente neutro com escova de cerdas macias
para evitar danificar os mesmos.
Os desinfetantes para artigo semicrítico devem ser utilizados de acordo com os
parâmetros definidos no registro do produto.

Os artigos que necessitam de esterilização devem ser acondicionados em embalagens


regularizadas junto à ANVISA, contendo na etiqueta de identificação: data da
esterilização data de validade e o nome do responsável pelo processamento.

Deve ser utilizado o indicador químico classe 1 em toda embalagem contendo os artigos
para a esterilização. A esterilização deve ser realizada por método que utilize vapor
saturado sob pressão (autoclave) ou outro método aprovado pela ANVISA, desde que
seja realizado o monitoramento com a utilização de controles, comprovando a eficácia
do processo.
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24- Como verificar que os artigos foram esterilizados?
Por meio da validação do processo de esterilização em autoclave, que é um processo
obrigatório.

25- Como realizar a validação do processo de esterilização?


Deverão ser seguidos os passos abaixo:

1. No caso da autoclave pré-vácuo, deve-se utilizar indicador químico classe 2,


diariamente, na primeira carga do dia em que for esterilizar os artigos conforme
orientação do fabricante. A autoclave deve estar vazia para realizar esse controle.

2. Utilizar indicador químico classe 3 ou 4 em uma das cargas do dia em que for
esterilizar os artigos.

3. O controle biológico deve ser realizado em uma das cargas do dia em que for
esterilizar os artigos, mantendo seu registro.
4. Após processado, o indicador biológico deverá ser incubado em estufa, obedecendo
tempo e temperatura preconizados pelo fabricante do equipamento, descritos em bula
ou instrução de uso.
5. Após incubação adequada, deverão ser feitas leitura e análise crítica do indicador
biológico, mantendo registros, incluindo ações corretivas, se necessário.
26- Devo ter algum cuidado com os artigos esterilizados?

Os produtos esterilizados devem ser armazenados em local limpo e seco, protegidos da


luz solar e submetidos à mínima manipulação.

27- Posso contratar uma empresa para realizar a esterilização?

O processo de esterilização poderá ser realizado por empresa terceirizada mediante


contrato de prestação de serviços e seus respectivos registros devem ser mantidos pelo
serviço ou pelo profissional que atende no domicílio do cliente.

28- Quais procedimentos são autorizados aos técnicos em estética?


Conforme estabelecido na Lei Federal 13.643/18, Lei do Esteticista, compete ao Técnico
em Estética executar procedimentos estéticos faciais, corporais e capilares, utilizando
como recursos de trabalho produtos cosméticos, técnicas e equipamentos com registro
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dessa forma, os técnicos em
estética só podem utilizar produtos cosméticos como insumos de trabalho, o que não
contempla os medicamentos. Com relação ao uso de equipamentos por estes
profissionais, depende da existência de equipamentos registrados na ANVISA que
podem ser operados por tais profissionais, considerando que os mesmos não possuem
Conselho de Classe.
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29- Quais atividades podem ser realizadas pelo profissional Esteticista ou
Cosmetólogo?

Conforme estabelecido na Lei Federal 13.643/18, Lei do Esteticista, compete ao


profissional Esteticista ou Cosmetólogo, profissional de nível superior, além de realizar
todas as atividades e procedimentos realizados pelo técnico em estética, ele poderá ser
o responsável técnico pelos centros de estética que executam e aplicam recursos
estéticos, deve cumprir e fazer cumprir as normas relativas à biossegurança e à
legislação sanitária; pela observância a princípios éticos e pela relação de transparência
com o cliente, prestando-lhe o atendimento adequado e informando-o sobre técnicas,
produtos utilizados e orçamento dos serviços.

30- Bronzeamento artificial é um procedimento autorizado pela ANVISA?


O bronzeamento artificial foi proibido em 2009, com a publicação da RDC ANVISA Nº
56/2009, especificamente quanto à utilização de radiação ultravioleta, utilização de
câmaras de bronzeamento.

31 - O bronzeamento natural é proibido pela ANVISA?

Não. Para o bronzeamento a jato ou natural deve-se observar a Resolução RDC ANVISA
N° 643/2022, que dispõe sobre a definição e requisitos técnicos de cosméticos
relacionados ao bronzeamento da pele e estabelece advertência de rotulagem para os
Ativadores/Aceleradores de Bronzeado. Os bronzeadores utilizados devem estar
regularizados pela ANVISA, ou seja, devem ser aprovados por este órgão.

31- Quais os cuidados devem ser observados no bronzeamento natural?

Os bronzeadores utilizados devem estar regularizados pela ANVISA, ou seja, devem ser
aprovados por este órgão. Os produtos devem atender aos requisitos estabelecidos na
RDC ANVISA N° 7/2015. Além disso, também devem atender à norma vigente para
protetores solares - RDC ANVISA N° 30/2012.

TATUAGEM, PIERCING, MAQUIAGEM DEFINITIVA E OUTROS PROCEDIMENTOS DE


PIGMENTAÇÃO ARTIFICIAL DA PELE

32- Quais são as habilitações mínimas dos profissionais que realizam tatuagem e/ou
pigmentação artificial da pele, aplicação e remoção de piercing?

As habilitações mínimas a serem apresentadas à Vigilância Sanitária no momento da


inspeção e disponível para acesso a qualquer pessoa, deverá ser o certificado de
conclusão de curso na área proposta de atuação devidamente reconhecida.
Os profissionais que realizam essas atividades precisam ter formação técnica e
comprovar conhecimento básico em controle de infecção, processamento de artigos e
superfícies, biossegurança e gerenciamento de resíduos.
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Referências Bibliográficas:
BRASIL. COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 626, de 21 de fevereiro
de 2020. Altera a Resolução Cofen nº 529, de 9 de novembro de 2016, que trata da
atuação do Enfermeiro na área da Estética, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-626-2020_77398.html

BRASIL. Lei Federal Nº 13.643, 3 de abril de 2018. Regulamenta as profissões de


Esteticista, que compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e de Técnico em Estética.
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13643-3-abril-2018-
786398-publicacaooriginal-155154-pl.html

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC


Nº 30, de 1º de junho de 2012. Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre
Protetores Solares em Cosméticos e dá outras providências. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0030_01_06_2012.html
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da
Diretoria Colegiada nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2018/rdc0222_28_03_2018.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da


Diretoria Colegiada - RDC Nº 07, de 10 de fevereiro de 2015. Dispõe sobre os requisitos
técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e
dá outras providências. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2015/rdc0007_10_02_2015.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC N°


643, de 24 de março de 2022. Estabelece definições e requisitos técnicos de cosméticos
relacionados ao bronzeamento da pele, bem como advertência de rotulagem para os
ativadores/aceleradores de bronzeado. Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-643-de-24-de-marco-de-2022-
389598554
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Nº 56,
de 9 de novembro de 2009. Proíbe em todo território nacional o uso dos equipamentos
para bronzeamento artificial, com finalidade estética, baseada na emissão da radiação
ultravioleta (UV). Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/res0056_09_11_2009.html

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dicas para Uso de
Salões de Beleza. Boletim Consumo e Saúde Junho 2017 - Ano 10 - Nº 47. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/centraisdeconteudo/publicacoes/cosmeticos/publicacoes/boletim-consumo-e-
saude-junho-2017-ano-10-no-47.pdf/view
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
SUPERINTENDENCIA DE VIGILANCIA EM SERVIÇO DA SAÚDE
DIRETORIA DE VIGILANCIA DE SERVIÇO DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DE SERVIÇO DE INTERESSE DA SAÚDE
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