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FRANCO, FERNANDA MARIA (2007).

Dissertação de mestrado ; manual NEO PI-R 1

1.3. O Modelo dos Cinco Grandes Fatores


Os cinco grandes fatores são definidos como agrupamentos de traços relacionados, que
sintetizam o estilo emocional dos indivíduos. Este modelo tem recebido um amplo suporte nas
últimas décadas, devido a evidências fornecidas pela análise fatorial exploratória de conjuntos
de termos lingüísticos relacionados aos traços, de pesquisas de universalidade destas
dimensões, e da relação de inventários de traços com outros questionários e avaliações (Pervin
& John, 2004). Entretanto, a análise fatorial confirmatória tem rejeitado a estrutura simples
proposta por este modelo (Aluja et al., 2005). Por outro lado, Costa e McCrae (1992b) afirmam
que os cinco fatores representam as dimensões mais básicas identificadas tanto na linguagem
natural quanto em questionários psicológicos.
A estrutura do modelo consiste de cinco grandes fatores, supostamente independentes (De
Raad, 2000), cada um deles subdividido em seis subfatores inter-relacionados que auxiliam na
compreensão dos resultados. As definições abaixo se referem às descrições dadas por Costa e
McCrae (1992b) no manual original do NEO PI-R e reproduzidas no manual português do teste
(Costa & McCrae, 2000). As denominações dos fatores e das facetas foram retiradas do manual
brasileiro do teste (Costa & McCrae, 2007).
a) Neuroticismo (Neuroticism – N)
O Neuroticismo avalia a adaptação e a instabilidade emocional, isto é, identifica características
de preocupação, ansiedade, insegurança e stress. A tendência geral a experimentar afetos
negativos, como medo, tristeza, vergonha, raiva, culpa e desgosto é o núcleo deste fator. Por
outro lado, pessoas com baixo N são normalmente calmas, sensatas e tranqüilas, além de
capazes de encarar situações estressantes sem se entristecerem ou enraivecerem. Embora a
palavra Neuroticismo seja um título bastante utilizado no meio clínico para este fator, o termo
Estabilidade Emocional é mais comumente usado já que denota uma qualidade positiva do
indivíduo.
b) Extroversão (Extraversion – E)
A Extroversão, juntamente com seu outro pólo, a introversão, certamente é o fator mais
discutido e analisado nos registros da Psicologia Diferencial, pois tem sido estudado desde Jung
(1991). Para este autor, a Extroversão se refere a um fluxo de energia direcionada para o
mundo externo, enquanto a introversão se direciona para a psique, isto é, o íntimo. Embora as
teorias atuais se expressem de maneira menos subjetiva e mais científica, o fator não perdeu
suas características principais, que são o direcionamento das ações do indivíduo e as relações
interpessoais, estando presente em quase todos os modelos e inventários de personalidade de
natureza multidimensional. Além de gostar das pessoas e preferir grupos amplos e encontros,
os extrovertidos são também assertivos, ativos, otimistas e falantes. Gostam de excitação e
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estimulação e tendem a ser alegres e dispostos. Muitas vezes, a introversão deve ser vista
como uma falta de Extroversão – mais do que seu oposto – pois não são pessoas
necessariamente tristes, infelizes e solitárias, mas sim pessoas que não possuem a exuberância
dos extrovertidos.
c) Abertura à Experiência (Openness – O)
A Abertura à Experiência é a menos conhecida e mais controversa das cinco dimensões, pois
possui altas correlações com inteligência. Alguns autores inclusive consideram a capacidade
intelectual como justaposta à personalidade. Este fator caracteriza sujeitos que apreciam novas
experiências e estão predispostos a mudanças, novas idéias, valores e concepções. Por outro
lado, pessoas “fechadas” simplesmente possuem um escopo mais estreito e uma intensidade de
interesses menor. Os elementos, ou facetas, de O têm um importante papel nas medidas de
personalidade, mas sua coerência em um único e amplo fator raramente é reconhecida.
d) Amabilidade (Agreeableness – A)
A Amabilidade é uma dimensão que diz respeito às tendências interpessoais, caracterizando
pessoas cooperativas, cordiais e simpáticas com as outras; anseiam em ajudar e acreditam que
os outros serão igualmente simpáticos em troca. Em seu pólo oposto estão pessoas
egocêntricas, irritáveis e manipuladoras, céticas sobre as intenções alheias, e mais competitivas
que cooperativas. Assim como a Extroversão, este fator leva em conta, primariamente, as
tendências interpessoais. É o fator de personalidade com menor história e possuiu um papel
ambíguo devido a sua alta carga de desejabilidade social.
e) Conscienciosidade (Conscientiousness - C)
O último dos cinco fatores é a Conscienciosidade, que já foi denominada Caráter e contém
aspectos pró-ativos e inibidores do comportamento. Ela avalia o grau de organização,
persistência e motivação, contrastando com a preguiça e o descuido. É importante na avaliação
laboral e educacional, pois representa a vontade de realizar e chegar ao fim de algo. Pessoas
com alto C são escrupulosas, pontuais e confiáveis. Baixos escores não necessariamente
representam falta de princípios morais, mas essas pessoas são menos exatas ao aplicá-los,
assim como são mais displicentes no trabalho rumo a seus objetivos.
O modelo Big Five não deve ser identificado diretamente com suas operacionalizações; ele é um
construto científico, não um instrumento. Entretanto, o instrumento mais representativo deste
modelo, atualmente, é o NEO Personality Inventory Revised (NEO PI-R; Costa & McCrae,
1992b; 2000; 2007), desenvolvido nas versões de auto-relato (Forma S – self-report) e hetero-
observação (Forma R – observer rating), para avaliar as 30 facetas organizadas pelo modelo em
cinco grandes domínios. Cada faceta é medida por oito itens e conseqüentemente cada fator é
formado por 48 itens. O inventário total é constituído por 240 itens em Escala Likert de cinco
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pontos, variando de “discordo fortemente” a “concordo fortemente”, sobre comportamentos,


pensamentos e sentimentos do próprio respondente.
O NEO PI-R tem sido amplamente correlacionado a outros instrumentos fatoriais, como o EPQ e
o 16PF (Pervin & John, 2004) e se tornou uma boa alternativa para a avaliação da
personalidade adulta (Costa, McCrae & Martin, 2005). Os cinco fatores representados são
bipolares, isto é, em um pólo determinada característica é extremamente alta e no outro ela é
extremamente baixa. Entre os pólos pressupõe-se haver variação dentro de um contínuo. Não
existem pontos de corte que separem as pessoas que “têm” das que “não têm” determinado
traço, já que, teoricamente, todas as pessoas apresentam todos os traços em determinada
intensidade (Costa & McCrae, 1992b). Suas escalas são recomendadas para a avaliação de
pessoas do grupo não clínico, embora existam indícios de que resultados extremos possam ser
correspondentes a tendências psicopatológicas (por exemplo, Miller et al., 2001; Reynolds &
Clark, 2001; Weinstock & Whisman, 2006).

Devido às constantes queixas citadas na literatura quanto à baixa precisão e validade dos
questionários de auto-relato (Griffin, Hesketh & Grayson, 2004), assim como à pequena
convergência encontrada na aplicação de questionários para observadores (Mirels et al., 1998),
o NEO-PI-R forma R vem sendo preenchido por pais e cônjuges, de acordo com a situação, pois
se espera que tenham mais conhecimento sobre seus filhos (Laidra et al., 2006) e parceiros
(Pervin & John, 2004). Entretanto, Costa e McCrae (1992a) relatam que os cinco fatores são
invariantes com relação ao método de administração do instrumento. Este modelo também tem
sido considerado invariante em seu número de fatores em estudos entre culturas, isto é, os
traços de personalidade existem e funcionam aproximadamente da mesma forma em várias
culturas (por exemplo, Costa et al., 2004; McCrae et al., 1998; Terracciano, 2003).

Interpretação dos perfis segundo os cinco domínios


Neuroticismo (N - Neuroticism)
Segundo Costa e McCrae (1992a), a tendência a vivenciar estados emocionais negativos que
interferem na adaptação é, provavelmente, um dos determinantes de que homens e mulheres
com altos escores em N sejam propensos a apresentar idéias irracionais, a serem pouco hábeis
em controlar seus impulsos e a lidar pobremente com o estresse.
Como o próprio nome sugere, pacientes com neuroses tendem a apresentar altos escores neste
fator (Eysenck, H. & Eysenck, S., 1975) e alguns deles podem vir a apresentar problemas
psiquiátricos. Mas a escala N do NEO PI-R, assim como as outras escalas, mede a dimensão
normal da personalidade e, portanto, N não pode ser considerada uma medida de
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psicopatologia. É possível obter altos escores em N e, entretanto, não apresentar nenhum tipo
de transtorno psiquiátrico. E, ao contrário, nem todas as categorias psiquiátricas implicam altos
níveis de N. Por exemplo, um indivíduo pode apresentar um transtorno de personalidade anti-
social sem apresentar alto N.
Indivíduos que apresentam resultados baixos em N são emocionalmente estáveis, normalmente
calmos, moderados, tranqüilos e são capazes de encarar situações estressantes sem aborrece-
rem-se ou perturbarem-se.
Extroversão (E - Extraversion)
Extrovertidos são sociáveis, preferem grupos amplos e reuniões de pessoas, são também
assertivos, ativos e falantes. Gostam de excitação e estimulação, e tendem a ser alegres e bem
dispostos. São positivos, enérgicos e otimistas. Vendedores representam o protótipo de
extrovertidos na cultura ocidental. Os baixos escores em extroversão, ou introvertidos, são mais
reservados do que "pouco amigáveis", são mais independentes do que seguidores, "medem
seus passos" mais do que são apáticos. Introvertidos podem dizer que são tímidos quando
preferem ficar sozinhos. Na realidade, eles não sofrem, necessariamente, como os tímidos, de
ansiedade social. Finalmente, embora não consigam ter o espírito altamente exuberante dos
extrovertidos, introvertidos não são infelizes ou pessimistas. Essas distinções são fortemente
amparadas por pesquisas e formam um dos avanços conceituais mais importantes no modelo
dos CGF (Costa & McCrae, 1980; McCrae & Costa, 1987). Segundo Costa e McCrae (1992a).
quebrai' os paradigmas mentais que ligam os pares "feliz-infeliz", "amigável-hostil", "sociável-
tímido" permite novos e importantes esclarecimentos sobre a personalidade.
Abertura a experiências (O - Openness)
Indivíduos "abertos" são curiosos sobre seus mundos tanto interno quanto externo, e suas vidas
são ricas em experiências. Eles são dispostos a se divertir com novas idéias e valores não
convencionais e experienciam tanto emoções positivas quanto negativas mais fortemente que
os indivíduos "fechados". Entretanto, não se deve confundir a valorização da novidade dos
indivíduos altamente abertos com a busca de sensações dos altamente extrovertidos. Um
cientista, por exemplo, pode apresentar uma alta abertura a novos conceitos e idéias, mas não
necessariamente realiza atividades para provocar sensações ou excitação.
Pessoas com escores baixos em O tendem a apresentar comportamento convencional e ponto
de vista conservador. Elas preferem o familiar ao novo, e suas respostas emocionais não se
apresentam de forma descomedida. Embora, segundo Costa e McCrae (1992a), escores altos
ou baixos em O possam influenciar na forma de defesa psicológica utilizada, não há evidências
de que "se fechar" seja uma reação de defesa generalizada. Na realidade, é provável que
pessoas "fechadas" simplesmente possuam um estreito escopo de interesses. Similarmente,
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embora tendam a ser social e politicamente conservadoras, pessoas "fechadas" não devem ser
vistas como autoritárias. Falta de abertura não implica intolerância hostil ou agressão autoritária.
Essas características são mais comuns em pessoas com escores muito baixos em A.
Uma outra distinção deve ser feita no pólo da abertura. Indivíduos abertos são não convencio -
nais, dispostos a questionar autoridades e preparados para se entreter com novas idéias éticas,
sociais e políticas. Essas tendências, entretanto, não significam que eles sejam "sem princípios".
Uma pessoa aberta pode aplicar seu sistema de valores de forma conscienciosa da mesma
forma que faria um tradicionalista. Uma pessoa aberta pode parecer mais saudável ou mais
madura para muitos psicólogos. No entanto, o valor de escores altos ou baixos em O depende
do que é requerido em cada situação, e tanto indivíduos com escores altos quanto aqueles com
escores baixos são úteis à sociedade.
Amabilidade (A - Agreeableness)
Segundo Costa e McCrae (1992a), a pessoa amável é fundamentalmente altruísta. Ela é
simpática com os outros e anseia por ajudá-los. Acredita que, em contrapartida, os outros serão
igualmente amáveis. Em contraste, a pessoa antagonista, ou não cordial, é egocêntrica, cética
sobre as intenções dos outros e mais competitiva do que cooperativa.
Também é o caso de que as pessoas amáveis sejam mais populares que os indivíduos antago-
nistas, mas, em contrapartida, podem ser mais vulneráveis em situações de competição. Como
nenhum pólo dessa dimensão é intrinsecamente melhor do ponto de vista da sociedade,
nenhum é necessariamente melhor em termos de saúde mental dos indivíduos. Horney (1945)
apresentou duas tendências neuróticas - movimentar-se contra as pessoas ou movimentar-se
em direção às pessoas - que se assemelham às formas patológicas de amabilidade e
antagonismo. Um escore baixo em A é associado com Transtornos de Personalidade Narcisista,
Anti-social e Paranóide, enquanto um escore alto é associado com Transtorno de Personalidade
Dependente (Costa & McCrae, 1990).
Conscienciosidade (C - Conscientiousness)
O indivíduo consciencioso é, descrito por Costa e McCrae (1992a) como uma pessoa propo-
sitada, com força de vontade, determinada. Provavelmente poucas pessoas se tornam grandes
músicos ou atletas sem um nível razoavelmente alto nesse traço. Digman e Takemoto-Chock
(1981) se referem a esse domínio como "disposição para a realização" (Will to Achievement). Do
lado positivo, alto C é associado com realização acadêmica e ocupacional; do lado negativo,
pode induzir a um estado de alta exigência, limpeza compulsiva ou compulsão pelo trabalho.
C alto é associado a pessoas escrupulosas, pontuais e confiáveis. Escores baixos não são
necessariamente desprovidos de princípios morais, mas indicam pessoas menos exigentes ao
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aplicá-los ou simplesmente mais distraídas. Há alguma evidência de que são mais hedonistas e
interessadas em sexo (McCrae, Costa & Busch, 1986).

Domínios
Neuroticismo
Extroversão
Abertura
Amabilidade
Conscienciosidade
Facetas de Neuroticismo
Ansiedade
Raiva/Hostilidade
Depressão
Embaraço/Constrangimento
Impulsividade
Vulnerabilidade
Facetas de Extroversão
Acolhimento
Gregarismo
Assertividade
Atividade
Busca de Sensações
Emoções Positivas
Facetas de Abertura
Fantasia
Estética
Sentimentos
Ações variadas
Idéias
Valores
Facetas de Amabilidade
Confiança
Franqueza
Altruísmo
Complacência
Modéstia
Sensibilidade
Facetas de Conscienciosidade
Competência
Ordem
Senso do dever
Esforço por realizações
Autodisciplina
Ponderação
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Subfatores
(N1) Ansiedade
(N2) Raiva/Hostilidade
(N3) Depressão
(N4) Constrangimento
(N5) Impulsividade
(N6) Vulnerabilidade

(E1) Acolhimento
(E2) Gregarismo
(E3) Assertividade
(E4) Atividade
(E5) Busca de emoções
(E6) Emoções positivas

(O1) Fantasia
(O2) Estética
(O3) Sentimentos
(O4) Ações
(O5) Idéias
(O6) Valores

(A1) Confiança
(A2) Franqueza
(A3) Altruísmo
(A4) Complacência
(A5) Modéstia
(A6) Sensibilidade

(C1) Competência
(C2) Ordem
(C3) Cumprimento do dever
(C4) Esforço por realizações
(C5) Autodisciplina
(C6) Deliberação

AS FACETAS
Há uma série de vantagens na estratégia de avaliar uma variedade de facetas. Primeiro, as -
segura que os itens usados para medir o domínio cubram um espectro de pensamentos,
sentimentos e ações tão amplo quanto possível. A escala N, por exemplo, inclui itens que
medem hostilidade, depressão, autocontrole, impulsividade e vulnerabilidade ao estresse, bem
como ansiedade. As facetas são, portanto, delineadas para refletir as maiores dimensões de
personalidade.
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Em segundo lugar, dispor de uma série de facetas independentes para cada domínio per mite a
replicação interna dos resultados. Por exemplo, cada uma das facetas de N é signifi cativamente
relacionada ao afeto negativo e à baixa satisfação na vida (Costa & McCrae, 1984), o que
permite assegurar que N está, de fato, relacionado ao bem-estar psicológico. Da mesma forma,
os clínicos que percebem que um paciente é alto em ansiedade, hostilidade e constrangimento,
bem como depressão, podem estar seguros de que aquele apresenta profundo estresse
psicológico.
A terceira e crucial vantagem da abordagem multifacetada para a medida dos cinco fatores
surgiu do fato de que diferenças individuais podem ser encontradas dentro dos domínios.
Abertura a fantasia, estética, sentimentos, ações, idéias e valores co-variam para formar o
domínio Abertura (O). Indivíduos com escores altos em uma das facetas apresentam escores
altos também nas outras. Mas isso é somente uma expressão de probabilidade. Alguns indi-
víduos, por exemplo, são abertos para novas idéias mas não para valores ou são abertos para
sentimentos mas não para estética. Essas diferenças individuais dentro do domínio são estáveis
ao longo do tempo e confirmadas por heteroavaliações (McCrae & Costa, 1990), de tal forma
que elas podem ser consideradas como fatos reais de personalidade e não apenas como
variação aleatória.
Um exame das facetas pode promover uma análise mais refinada das pessoas ou dos grupos.
Isso pode ser particularmente esclarecedor quando o escore do domínio geral está na faixa
média. Por exemplo, um indivíduo cujo escore médio A inclui Altruísmo muito baixo e Com-
placência muito alta reagirá diferentemente do indivíduo que apresenta um igual escore em A,
mas com um padrão de alto Altruísmo e baixa Complacência.
Finalmente, uma informação detalhada a partir da consideração dos escores das facetas pode
ser útil na interpretação de construtos e formulação de teorias. A Extroversão é sabidamente
relacionada com bem-estar psicológico (Costa & McCrae, 1984), mas um olhar mais detalhado
mostra que duas das facetas, Acolhimento e Emoções Positivas, são as principais responsáveis
por esta associação. Por outro lado, a faceta Busca de Sensações não está relacionada com o
bem-estar. Tais resultados têm importante implicações para a teoria da personalidade.
Facetas de Neuroticismo
(N - Neuroticism)
NI: Ansiedade
Indivíduos ansiosos são apreensivos, medrosos, nervosos, tensos, propensos a preocupações,
agitados. A escala não mede condutas fóbicas e medos específicos, mas escores mais altos são
prováveis de apresentar tais medos, assim como ansiedade flutuante. Escores baixos são
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calmos e relaxados, não remoem coisas que poderiam dar errado, não antecipam catástrofes e,
portanto, são menos prováveis de apresentar estados emocionais negativos.
N2: Raiva/Hostilidade
Essa escala mede a prontidão do indivíduo para experimentar a raiva; a expressão da raiva,
contudo, dependerá do nível de Amabilidade do indivíduo. Entretanto, pessoas não cordiais
freqüentemente têm escores altos nesta escala. Escores baixos são pessoas fáceis de lidar,
além de apresentarem baixa reatividade à raiva.
N3: Depressão
Altos escores estão predispostos a sentimentos de culpa, tristeza, desesperança e solidão. Eles
são facilmente desencorajados e freqüentemente desanimados. Baixos escores raramente
experienciam tais emoções, mas não são necessariamente alegres e despreocupados, pois
essas características estão associadas com Extroversão.
N4: Embaraço/Constrangimento
Indivíduos que se constrangem facilmente, ficam desconfortáveis ante outras pessoas, são
sensíveis ao ridículo e tendem a se sentir inferiores. Essa faceta aproxima-se da timidez. Os
baixos escores não necessariamente são seguros de si ou têm boas habilidades sociais; eles
simplesmente são menos perturbados por situações sociais incômodas.
N5: Impulsividade
Desejos (p. ex.: comida, tabaco, possessões) são percebidos como sendo tão fortes que o
indivíduo com alto escore não consegue resistir a eles, apesar de poder se arrepender posterior-
mente de seu comportamento. Baixos escores acham fácil resistir a tais tentações, tendo uma
alta tolerância à frustração.
N6: Vulnerabilidade
A faceta final de N é a vulnerabilidade ao estresse. Indivíduos que têm altos escores nessa
escala sentem-se incapazes de lidar com o estresse, tornando-se dependentes,
desesperançosos ou entram em pânico quando enfrentam situações de emergência. Os baixos
escores se percebem como sendo capazes de conduzir-se em situações difíceis.
Facetas de Extroversão (E - Extmversion)
E1: Acolhimento
As pessoas acolhedoras são afetuosas e amigáveis. Elas genuinamente gostam das pessoas e
facilmente formam vínculos próximos com os outros. Escores baixos não são hostis nem
necessariamente sem compaixão, mas são mais formais, reservados e distantes que os escores
altos. Essa faceta é a que mais se aproxima de A.
E2: Gregarismo
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Pessoas gregárias desfrutam da companhia dos outros, e quanto mais melhor. Escores baixos
nessa escala tendem a ser pessoas solitárias que não procuram - ou mesmo evitam ativamente
- a estimulação social.
E3: Assertividade
Altos escores nesta escala são dominantes, vigorosos e ascendentes socialmente. Falam sem
excitação e freqüentemente se tornam líderes de grupos. Os escores baixos preferem se manter
em segundo plano e deixar os outros aparecerem e falarem.
E4: Atividade
Um alto escore é visto em pessoas agitadas, ágeis e dinâmicas, no sentido de energia e vigor e
com uma necessidade de se manterem ocupadas. Pessoas ativas levam vidas de ritmo rápido.
Os baixos escores são mais vagarosos e calmos, apesar de não serem necessariamente lerdos
ou preguiçosos.
E5: Busca de sensações
Altos escores nessa escala anseiam por excitação e estimulação. Gostam de cores brilhantes e
ambientes barulhentos. Escores baixos sentem pouca necessidade de emoções/excitações
fortes e preferem um estilo de vida considerado pelos altos escores como "entediante".
E6: Emoções positivas
Altos escores nessa escala riem com facilidade e freqüentemente são alegres e otimistas.
Baixos escores não são necessariamente infelizes; eles são apenas menos exuberantes e
menos bem humorados.
Facetas de Abertura (O - Openness)
Segundo Costa e McCrae (1992a), convencionalmente as facetas de O são designadas a cobrir
aspectos ou áreas de experiências para as quais o indivíduo está aberto. Portanto, uma pessoa
com alto escore na escala de Fantasia deleita-se com novas, ricas e variadas experiências em
seu mundo de fantasias, ou um alto escore na escala de idéias desfruta de novas experiências,
ricas e variadas, em sua vida intelectual. Nas publicações, o termo "abertura a..." é
freqüentemente expresso. Por exemplo, McCrae e Costa (1989a, p. 32) escreveram que "o
MBTI (Myers-Briggs Type Indicator) escala TF... foi diretamente relacionado a Abertura a
Sentimentos".
O1: Fantasia
Indivíduos que têm abertura à fantasia deva-neiam não apenas como uma forma de escape,
mas como uma maneira de criar para si mesmos um mundo interno interessante. Eles elaboram
e desenvolvem suas fantasias e acreditam que a imaginação contribui para uma vida rica e
criativa. Baixos escores são mais prosaicos e preferem manter suas mentes em tarefa
concretas.
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O2: Estética
Altos escores nessa escala são movidos pela poesia, absorvidos pela música e intrigados pela
arte. Não necessariamente possuem talentos artísticos, nem sempre são aquelas a quem as
pessoas consideram de "bom gosto"; mas, para muitos deles, seu interesse nas artes os leva a
desenvolver um conhecimento e uma apreciação mais amplos do que o indivíduo médio. Baixos
escores são relativamente insensíveis e desinteressados em arte e beleza.

O3: Sentimentos
Altos escores experienciam estados emocionais mais profundos e diferenciados assim como
sentem felicidade e infelicidade mais intensamente que outras pessoas. Baixos escores são um
tanto embotados afetivamente e não acreditam que estados emocionais possuam muita
importância.
O4: Ações variadas
Altos escores nesta escala preferem novidade e variedade à familiaridade e rotina. Com o tem -
po, podem se engajar em uma série de atividades diferentes. Escores baixos acham difícil
mudar e preferem se manter com a segurança do já conhecido.
O5: Idéias
Altos escores apreciam tanto argumentos filosóficos quanto desafios mentais. Abertura a idéias
não implica necessariamente inteligência alta, apesar de que ela pode contribuir para o
desenvolvimento de potencial intelectual. Baixos escores na escala têm curiosidade limitada e,
se altamente inteligentes, focam seus recursos estritamente em tópicos limitados.
O6: Valores
Indivíduos fechados tendem a aceitar a autoridade e honrar tradições e, como conseqüência,
são geralmente conservadores, independentemente do partido político a que pertençam.
Abertura a valores pode ser considerada oposta ao dogmatismo.
Facetas de Amabilidade
A1: Confiança
Pessoas com altos escores estão dispostas a acreditar que os outros são honestos e bem in -
tencionados. Baixos escores nessa escala tendem a ser cínicos e céticos e assumem que os
outros podem ser desonestos e perigosos.
A2: Franqueza
Indivíduos com altos escores são francos, sinceros e ingênuos. Baixos escores estão mais
dispostos a manipular e enganar os outros por meio de adulação ou astúcia. Eles vêem essas
táticas como habilidades sociais necessárias e podem considerar as pessoas francas como in-
gênuas. Quando se interpreta essa escala (assim como também as outras facetas de A e C), é
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de especial importância lembrar que os escores refletem uma posição relativa a outros
indivíduos. Um baixo escore nessa escala é mais provável de adaptar a verdade ou ser
comedido em expressar seus sentimentos verdadeiros, mas não se deve interpretar que a
pessoa é desonesta ou manipuladora. Particularmente, essa escala não deve ser considerada
como uma escala de avaliação da mentira, seja para fins de validar o próprio teste ou para fazer
predições a respeito da honestidade no emprego ou em outros locais.
A3: Altruísmo
Altos escores nessa escala dão importância ao bem-estar dos outros e assim demonstram
espontaneamente generosidade, consideração e disposição para assistir aqueles que precisam
de ajuda. Baixo escores nessa escala são autocentra-dos e relutantes em se envolver nos
problemas alheios.
A4: Complacência
Altos escores tendem a deferir, inibir a agressão, perdoar e esquecer. Geralmente as pessoas
são dóceis e meigas. Escores baixos são agressivos, preferem competir a cooperar e não
relutam em expressar raiva quando necessário.
A5: Modéstia
Altos escores nessa escala são humildes e apagados, apesar de não necessariamente lhes
faltar autoconfiança e auto-estima. Baixos escores acreditam que são pessoas superiores e
podem ser consideradas presunçosas e arrogantes pelos outros. A falta patológica de modéstia
é parte da concepção clínica de narcisismo.
A6: Sensibilidade
Altos escores agem sempre considerando as necessidades alheias e enfatizam o lado humano
das políticas sociais. Baixos escores são mais impiedosos e menos movidos pela compaixão.
Eles considerariam a si mesmos realistas por tomar decisões racionais baseadas em uma lógica
fria.
Facetas de Conscienciosidade
(C - Conscientiousness)
C1: Competência
Altos escores nessa escala se sentem bem preparados para lidar com a vida. Baixos escores
têm uma opinião mais desfavorável sobre suas habilidades e admitem que muitas vezes são
despreparados e inaptos.
C2: Ordem
Altos escores nessa escala são arrumados e bem organizados. Eles mantêm as coisas em seus
próprios lugares. Baixos escores são incapazes de serem organizados e se descrevem como
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não metódicos. Levada aos extremos, alta Ordem pode contribuir para um Transtorno de
Personalidade Compulsiva.
C3: Senso do dever
Altos escores nessa escala mantêm-se fiéis estritamente aos seus princípios éticos e
escrupulosamente cumprem suas obrigações morais. Baixos escores são mais casuais quanto a
esses aspectos e podem ser menos confiáveis.
C4: Esforço por realizações
Altos escores nessa faceta têm níveis de aspiração mais altos e trabalham duro para alcançar
seus objetivos. São diligentes e determinados e têm um senso de direção na vida. Escores
muito altos, contudo, podem investir muito em suas carreiras e tornar-se viciados em trabalho.
Baixos escores são distraídos e talvez preguiçosos. Não são motivados para o sucesso. Falta-
lhes ambição e podem parecer sem rumo, mas muitas vezes estão perfeitamente contentes com
seus baixos níveis de realização.
C5: Autodisciplina
Altos escores têm a habilidade de motivarem a si mesmos para terminar um trabalho. Baixo
escores procrastinam o começo de uma tarefa doméstica, são facilmente desencorajados e
anseiam por desistir. Essa faceta não deve ser confundida com a Impulsividade. As pessoas
altas em Impulsividade não conseguem resistir a fazer aquilo que não desejam fazer; enquanto
pessoas com baixa autodisciplina não podem se forçar a fazer aquilo que gostariam de fazer. A
primeira requer estabilidade emocional e a segunda necessita um grau maior de motivação.
C6: Ponderação
Tendência a pensar cuidadosamente antes de agir. Altos escores nessa faceta são cuidadosos
e deliberadores. Baixos escores são apressados e freqüentemente falam ou agem sem
considerar as conseqüências. Na melhor das hipóteses, escores baixos são espontâneos e
capazes de tomar decisões súbitas quando necessário.

Administração
O NEO PI-R pode ser administrado em grupos ou individualmente. O ambiente de aplicação
deve ser confortável e livre de distrações, com iluminação adequada, uma mesa com cadeira e
um lápis. Se o respondente usa óculos, o aplicador deve certificar-se de que ele o esteja usando
enquanto responde ao teste. O examinador deve motivar o avaliando na tarefa de responder a
todos os itens do teste. Com isso, objetiva-se reduzir a possibilidade de respostas em uma
mesma direção ou respostas aleatórias aos itens. Se isso ocorrer, poderá haver anulação do
protocolo.
Orientações para aplicação
FRANCO, FERNANDA MARIA (2007). Dissertação de mestrado ; manual NEO PI-R 14

Disponibilize ao respondente o livreto de exercício com os itens, a folha de respostas e um lápis.


Solicite que leia as instruções para responder ao NEO PI-R e que preencha os dados de identifi -
cação requeridos na folha de respostas.
Após o respondente ter preenchido os dados de identificação e lido as instruções, pergunte se
ele tem alguma dúvida. Quando todas as dúvidas tiverem sido respondidas, peça ao
respondente que vá para a próxima página e comece. Não existe limite de tempo para o
preenchimento do teste. A maioria dos respondentes, na amostra brasileira, demorou por volta
de 45 a 60 minutos. Em geral, observou-se que quanto maior era o nível de instrução, menor era
o tempo de leitura e resposta.
Procedimentos alternativos de administração
Na versão americana, é permitido que os respondentes preencham o questionário em casa.
Essa prática não é encorajada no Brasil, pois é de conhecimento dos pesquisadores, e dos
clínicos em geral, o baixo índice de devolução de questionários ou a devolução de questionários
incorretamente respondidos. No entanto, pode acontecer de algum respondente solicitar o
preenchimento fora da visão do aplicador (p. ex.: dificuldade do paciente em locomover-se até o
local do avaliador). Nesse caso, o profissional é responsável pela proteção da integridade do
teste.
Também é possível ocorrer que algum respondente tenha baixa visão ou, por alguma razão, ter
problemas de leitura (p. ex.: dislexia). Nesses casos, permite-se que o examinador leia os itens
do instrumento em voz alta e marque as respostas na folha pelo examinando. No entanto, o
aplicador deve estar atento a qualquer evidência de desconforto, desejabilidade social ou
aquiescência do respondente.
Orientações para pontuação e correção
A) Respostas perdidas
Examine a folha de respostas e esteja certo de que apenas uma resposta foi dada a cada item.
Se encontrar itens não respondidos, peça ao respondente que complete o teste. Em situações
de aplicação coletiva, se o respondente não compreendeu o significado do item ou não está
certo quanto à resposta, sugira que ele marque a opção Neutro.
Se o respondente deixou de responder a algum item e não está disponível ao examinador, este
deve determinar se os dados são válidos para pontuação e interpretação. Nesse sentido, é mui-
to importante que o avaliador leve em conta os seguintes critérios para considerar um protocolo
como inválido:
1. 41 ou mais dos itens sem resposta, mesmo que alternadamente. Se estiverem sem resposta
menos de 41 itens, eles devem ser marcados como neutros.
FRANCO, FERNANDA MARIA (2007). Dissertação de mestrado ; manual NEO PI-R 15

2. Na ausência de mais de 3 respostas em cada escala, as facetas individuais devem ser


interpretadas com ressalvas. Em caso de pesquisas com amostras amplas, a média do grupo
para um item pode ser acrescentada ao item perdido.
B) Verificação da validade das respostas Itens de lembrete
Os itens A e B apresentados na folha de respostas servem para checar a validade e ajudam a
certificar-se de que o respondente fez o teste completo e acuradamente.
Os itens A e B, perguntam se o sujeito respondeu a todos os itens e se respondeu nos locais
corretos. O objetivo é lembrá-lo de completar os itens deixados em branco e de checar se as
suas respostas foram marcadas corretamente. Se o respondente respondeu "Não" ao item A, o
examinador deve explorar as razões para ter deixado as respostas em branco e ver as
instruções para respostas perdidas. A resposta "Não" ao item B indica distração ao fazer o teste
e normalmente invalida os resultados. O examinador pode discutir com o respondente os
motivos da resposta para determinar se os dados são válidos.
Aquiescência
Todas as escalas do NEO PI-R foram construídas de forma a controlar o efeito da "aquies-
cência" (tendência à anuência). Para controlar a aquiescência, conte o número de "Concordo" e
"Concordo Fortemente". Em uma ampla amostra de voluntários americanos (Costa, McCrae &
Dye, 1991), 99% dos respondentes concordaram com até 150 itens. No Brasil, observou-se que
94,8% da amostra concordaram com até 150 itens. Portanto, se aparecerem mais de 150
"Concordo" e/ou "Concordo Fortemente", o teste deve ser interpretado com cautela, pois uma
forte aquiescência pode ter influenciado os resultados.
Tendência a discordar
É contrária à aquiescência e é indicada por um pequeno número de respostas "Concordo" e
"Concordo Fortemente". Para identificar essa tendência, deve-se contar o número de respostas
afirmativas. Aproximadamente 1% de uma amostra de voluntários americanos (Costa, Mc Crae &
Dye, 1991) concordou com até 50 itens. No Brasil, somente 0,2% da amostra concordou com
até 50 itens. Portanto, se o respondente concordar com menos de 50 itens, o teste deverá ser
interpretado com cautela.
Respostas aleatórias
Ocasionalmente, os respondentes podem não ser cooperativos e responder aos itens de forma
descuidada e aleatória, principalmente quando a aplicação é feita de forma coletiva e fora do
contexto de avaliação (p. ex.: durante o ensino do instrumento a alunos de psicologia). Isso
acontece mais comumente quando o examinador não oferece uma explanação suficiente acerca
da proposta da testagem. Sujeitos pouco interessados podem responder ao acaso para
FRANCO, FERNANDA MARIA (2007). Dissertação de mestrado ; manual NEO PI-R 16

terminarem mais rápido o teste. O examinador pode evitar esse problema certificando-se de que
o teste seja apresentado de forma a motivar o respondente.
As respostas aleatórias podem ser avaliadas visualmente. Para tanto, verifica-se se existe uma
mesma opção de resposta ao longo de vários itens consecutivos. Costa e McCrae (1992a)
relacionam os critérios para invalidar a pontuação e a interpretação formal do NEO PI-R. Eles
são:
1. 6 ou mais respostas consecutivas "Discordo Fortemente" (na amostra brasileira apenas 0.6%
da amostra apresentou essa situação);

2. 9 ou mais respostas consecutivas "Discordo" (na amostra brasileira apenas 0.7% da amostra
apresentou essa situação);
3. 10 ou mais respostas consecutivas "Neutro" (na amostra brasileira apenas 0.8% da amostra
apresentou essa situação);
4. 14 ou mais respostas consecutivas "Concordo" (na amostra brasileira apenas 0.1% da
amostra apresentou essa situação);
5. 9 ou mais respostas consecutivas "Concordo Fortemente" (na amostra brasileira apenas 0.2%
da amostra apresentou essa situação).
AVALIAÇÃO DO TESTE
Para avaliar o teste proceda da seguinte maneira:
1. Instale o Crivo de Correção Informatizado no computador.
2. Coloque a chave que acompanha o software do Crivo de Correção Informatizado em uma
porta USB do computador.
1. Inicialize o Crivo de Correção Informatizado.
3. Verifique as licenças disponíveis, escolha a opção NEO PI-R e clique em EXECUTAR.
2. Aparece a tela de Cadastro do Candidato.
4. Preencha os dados solicitados e clique em SALVAR.
5. Selecione o nome da pessoa a ser avaliada e clique em DIGITAR.
6. Uma tela com a folha para transcrever as respostas será aberta.
7. Ao finalizar a transcrição clique em RESULTADOS.
8. O sistema pede a confirmação dos dados (verifique se não há nada a ser corrigido, caso
esteja tudo correto clique em SIM).
9. O sistema mostra a tela de Configuração do Relatório.
10. Clique em Tabela, depois em Gráfico para selecionar as opções de visualização.
11. Clique em Visualiza Relatório e depois em imprimir. Para maiores informações sobre o Crivo
Informatizado, consulte o Manual do software que acompanha o produto.
FRANCO, FERNANDA MARIA (2007). Dissertação de mestrado ; manual NEO PI-R 17

O avaliador não deve esquecer nunca de verificar a validade das respostas. Deve consultar
antes de transpor para a folha de avaliação informatizada o item Orientações para pontuação e
correção.
Estabelecimento de perfis
Quando você avalia o Neo-PI-R, utilizando o Crivo de Correção Informatizado, depois de
preencher a folha de avaliação que aparece na tela, basta você clicar no botão Resultado e
ajustar as configurações do relatório (tipo de tabela e gráfico), que terá um perfil miniaturizado
do teste, já com os escores T.
Orientação para elaboração dos perfis
Se o perfil fornecido pela avaliação através do Crivo de Correção Informatizado e miniatu rizado
não lhe agradar visualmente, você poderá obter um perfil de mais fácil visualização
transportando os dados para as folhas de perfil comercializadas opcionalmente pela Vetor. ,
Existem quatro tipos de folhas opcionais: três de perfis, além de uma de síntese dos resultados.
As folhas de perfis, nas quais já estão impressos os escores T, percentil e zona de classificação,
estão dispostas em Normas para Adultos do Sexo Feminino, Normas para Adultos do Sexo
Masculino e Normas Gerais para Adultos.
O perfil miniaturizado obtido através da impressão dos resultados do teste mostra-se mais útil
quando você trabalha na área de RH avaliando pessoas, cujos resultados precisam ser mais
rápidos.
Orientações para interpretação
Para interpretar os resultados do NEO PI-R, o profissional precisa estar familiarizado com os
fundamentos da testagem psicológica, conhecer as razões teóricas e empíricas do modelo CGF
(sugerem-se as leituras nacionais listadas nas referências bibliográficas), saber o que a escala
mede e as implicações para o funcionamento psicológico do indivíduo, além de ser competente
em integrar os escores das escalas dentro de um perfil significativo.

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