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FACULDADE DE ILHÉUS - CESUPI

BACHARELANDO EM DIREITO

KAIQUE OURIVES SILVA

UMA ABORDAGEM SOBRE ABORTO, PROSTITUIÇÃO E


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

ILHÉUS, BAHIA
2024
KAIQUE OURIVES SILVA

UMA ABORDAGEM SOBRE ABORTO, PROSTITUIÇÃO E


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Projeto Científico da disciplina de


fundamentos socioantropológicos.

Professor: Edvaldo dos Santos Oliveira.

ILHÉUS, BAHIA
2024
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................
4
2. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................
4
2.1. Prostituição: entre regulamentações e direitos individuais......................
4
2.2. Aborto: Dilemas éticos e direitos reprodutivos..........................................
5
2.3. Violência Doméstica: Uma Análise das Estruturas de Poder.................. 5
3. CONSIDERAÇÕES........................................................................................... 6
4. REFERÊNCIAS................................................................................................ 7
1. INTRODUÇÃO
Em meio ao dinamismo do mundo contemporâneo, habitualmente somos
envolvidos em discussões acaloradas acerca de diversos temas e que, por vezes,
extrapolam os limites da moralidade, abrindo espaço para reflexões profundas sobre
valores, direitos e o papel coletivo na busca incessante pela equidade. Dentro desse
contexto, aparecem temas sensíveis que instigam análises críticas sobre como
enfrentamos essas realidades e suas repercussões na conjuntura social. Entre essas
questões delicadas destacam-se a prostituição, o aborto e a violência doméstica, cada
qual carregando narrativas tanto individuais quanto coletivas, testemunhando a
complexidade das experiências humanas.

Este trabalho busca fazer uma análise nas camadas mais profundas desses temas,
promovendo uma reflexão ampla e de caráter exploratório que abarca as narrativas de
maneira abrangente e multifacetada. A relevância de abordar questões tão sensíveis se
manifesta na compreensão de que, ao analisar essas complexidades, estamos
contribuindo para a construção de uma discussão respeitosa e informativa.

Mas por que é crucial discutir temas como aborto, prostituição e violência
doméstica? A prostituição, intrinsecamente vinculada a dimensões socioeconômicas e
culturais, demanda uma reflexão sobre regulamentação, estigma social e direitos
individuais. Já o aborto, ultrapassando as fronteiras éticas e religiosas, mergulha na
esfera da saúde pública e dos direitos reprodutivos. Enquanto isso, a violência
doméstica, tristemente uma realidade global, requer uma análise aprofundada de suas
origens, métodos de prevenção e eficácia das medidas legais e sociais. Este artigo se
propõe a promover diálogos inclusivos e estratégias visando uma sociedade mais justa e
empática, reconhecendo a importância dessas discussões para a construção de um futuro
mais consciente e equitativo.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Prostituição: entre regulamentações e direitos individuais
A prostituição, fenômeno de alta complexidade, tem sido abordado por diversos
teóricos que destacam a necessidade de uma análise crítica de forma
contextualizada. Para Goffman (1967), a estigmatização social enfrentada por
profissionais do sexo perpetua-se por conta das normas sociais dominantes, que
reflete diretamente na formulação de políticas públicas. O autor argumenta que a
prostituição não deve ser estudada apenas como um fenômeno individual, mas sim,
como uma construção social.
No contexto contemporâneo, autoras feministas, como Judith Butler (1990),
enfatizam a importância de questionar as normas de gênero que influenciam a
percepção da prostituição. A autonomia da mulher sobre seu próprio corpo e a
necessidade de desconstruir estigmas que a circundam são pontos centrais nas suas
discussões.

2.2. Aborto: Dilemas éticos e direitos reprodutivos

O debate sobre o aborto é permeado por questões éticas e morais que suscitam
análises aprofundadas. Para Thomson (1971), o direito da mulher à autonomia sobre seu
corpo é crucial, e seu famoso exemplo do "violinista" destaca a importância de
considerar os direitos individuais em casos de gravidez indesejada.

No cenário legal, Dworkin (1993) argumenta que os direitos reprodutivos devem


ser resguardados, destacando que o Estado deve evitar impor uma moralidade específica
sobre a decisão individual da mulher. A defesa dos direitos reprodutivos como
fundamentais para a igualdade de gênero tem sido um ponto-chave em discursos
feministas contemporâneos.

2.3. Violência Doméstica: Uma Análise das Estruturas de Poder

A violência doméstica, embora persista como um desafio global, tem sido alvo de
estudos que buscam entender suas raízes e propor soluções eficazes. Autores como
Foucault (1975) contribuem para a análise das estruturas de poder que perpetuam a
violência, evidenciando a importância de considerar não apenas os atos violentos, mas
também os mecanismos de controle que os sustentam.

Dutton (1994), por sua vez, destaca a necessidade de abordar a violência


doméstica como um fenômeno complexo, resultante de interações entre fatores
individuais, relacionais e socioculturais. Suas contribuições enfatizam a importância de
intervenções holísticas que abordem não apenas as consequências imediatas, mas
também as causas subjacentes da violência.

3. CONSIDERAÇÕES

Ao finalizar esta pesquisa abrangente sobre os temas sensíveis de prostituição,


aborto e violência doméstica, emerge a compreensão de que essas questões transcendem
os limites de uma análise isolada. Cada tema, por si só, revela camadas profundas de
complexidade, interconectadas por influências sociais, culturais, econômicas e legais. A
busca por diálogos inclusivos e estratégias eficazes torna-se fundamental para enfrentar
essas realidades de forma abrangente e empática.

Na exploração da prostituição, destacamos a necessidade de repensar as


regulamentações e os direitos individuais, reconhecendo a prostituição como uma
construção social complexa. A perspectiva feminista, particularmente advogada por
Judith Butler, ressalta a importância da autonomia da mulher e da desconstrução dos
estigmas associados a essa prática.

No contexto do aborto, as considerações éticas e os direitos reprodutivos foram


abordados, evidenciando a complexidade do debate. O reconhecimento da autonomia da
mulher sobre seu corpo, conforme proposto por Thomson, e a defesa dos direitos
reprodutivos, conforme delineado por Dworkin, tornam-se imperativos no discurso
contemporâneo pela igualdade de gênero.

A análise da violência doméstica revelou não apenas atos violentos, mas também
as estruturas de poder que a sustentam, conforme discutido por Foucault e Dutton. A
abordagem holística, que considera fatores individuais, relacionais e socioculturais,
emerge como uma abordagem eficaz na compreensão e prevenção desse fenômeno
global.

Diante disso, concluímos que a promoção de uma sociedade mais justa e


empática requer ações coordenadas e abordagens integradas. O diálogo inclusivo, a
sensibilidade às diversas realidades e a busca por estratégias que respeitem os direitos
individuais são essenciais para enfrentar esses desafios de maneira eficaz. Esperamos
que esta pesquisa contribua para uma compreensão mais aprofundada desses temas e
inspire iniciativas voltadas para a construção de um futuro mais equitativo e
compassivo.

4. REFERÊNCIAS
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade.
Civilização Brasileira, 2003.

DUTTON, Donald G. "Patriarchy and Wife Assault: The Ecological Fallacy." Violence
and Victims, 9(2), 167-182, 1994.

DWORKIN, Ronald M. O domínio da vida: uma discussão sobre o aborto, a eutanásia e


a liberdade individual. Martins Fontes, 2003.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Editora Vozes, 2019.

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.


Editora LTC, 2008.

BORGES, Talita Maciel. Pena de um corpo só: a relação entre a violência contra a
mulher e a decisão pelo aborto. Tese (Mestrado Profissional em Promoção da Saúde e
Prevenção da Violência) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de
Medicina, Belo Horizonte, 2019.

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