A mandioca apresenta compostos cianogênicos que determinam o nome popular da
planta. Quando o teor dessas substâncias tóxicas é baixo, a mandioca recebe o nome de aipim ou macaxeira e suas raízes são utilizadas para consumo de mesa, sendo comercializadas na forma in natura ou pré-cozida, e, geralmente, consumidas nas formas cozida ou frita.
Na indústria, a mandioca “brava”, que tem teores cianogênicos mais elevados, é
transformada principalmente em farinha para uso alimentar e em fécula, que, com seus produtos derivados, tem conquistado espaço no mercado de amiláceos para a alimentação humana ou como insumo nas indústrias têxtil, farmacêutica, de panificação, alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração e cosméticos.
Na composição das variedades biofortificadas, há altos teores de carotenoides
(betacaroteno e licopeno) com propriedades antioxidantes e precursores da vitamina A (betacaroteno), cuja ausência na dieta leva a problemas de anemia e visão; contribuem, portanto, para reduzir a desnutrição e o combate à “fome oculta” – a carência específica de alguns micronutrientes.
Variedades mais produtivas, espaçamentos mais densos, sistemas de produção mais
sustentáveis e métodos mais eficazes de produção de manivas-semente produzem o chamado efeito poupa-terra, no qual a maior produtividade reduz a necessidade de abertura de novas áreas para plantio, contribuindo para preservar e restaurar a vegetação nativa e reduzir os custos de produção.
Embora a mandioca seja naturalmente resistente ao estresse hídrico, a geração de
cultivares ainda mais resilientes aos períodos de seca, cada vez mais intensos e frequentes, ajudam na sustentabilidade dos pequenos agricultores nas regiões mais áridas, ou sujeitas a seca em épocas específicas, por meio do efeito poupa-água.
Variedades resistentes a pragas e doenças e técnicas de controle biológico reduzem o
uso de agrotóxicos, permitindo um trabalho mais seguro aos agricultores e a obtenção de alimentos a custos mais baixos.