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O Hexag Medicina é, desde 2010, referência na preparação pré-vestibular de candidatos às melhores universidades do Brasil.
Ao elaborar o seu Sistema de Ensino, o Hexag Medicina considerou como principal diferencial em relação aos concorrentes sua exclu-
siva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado.
Você está recebendo o livro Estudo Orientado. Com o objetivo de verificar se você aprendeu os conteúdos estudados, este material
apresenta nove categorias de exercícios:
Aprendizagem: exercícios introdutórios de múltipla escolha para iniciar o processo de fixação da matéria dada em aula.
Fixação: exercícios de múltipla escolha que apresentam um grau de dificuldade médio, buscando a consolidação do aprendizado.
Complementar: exercícios de múltipla escolha com alto grau de dificuldade.
Dissertativo: exercícios dissertativos seguindo a forma da segunda fase dos principais vestibulares do Brasil.
Enem: exercícios que abordam a aplicação de conhecimentos em situações do cotidiano, preparando o aluno para esse tipo de exame.
Objetivas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios de múltipla escolha das universidades públicas de São Paulo.
Dissertativas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios dissertativos da segunda fase das universidades públicas de São Paulo.
Uerj (exame de qualificação): exercícios de múltipla escolha que possibilitam a consolidação do aprendizado para o vestibular da Uerj.
Uerj (exame discursivo): exercícios dissertativos que possibilitam a consolidação do aprendizado para o vestibular da Uerj.
Visando a um melhor planejamento dos seus estudos, os livros de Estudo Orientado receberão o encarte Guia de Códigos Hierárqui-
cos, que mostra, com prático e rápido manuseio, a que conteúdo do livro teórico corresponde cada questão. Esse formato vai auxili-
á-lo a diagnosticar em quais assuntos você encontra mais dificuldade. Essa é uma inovação do material didático. Sempre moderno e
completo, trata-se de um grande aliado para seu sucesso nos vestibulares.
Bons estudos!
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SUMÁRIO
ENTRE LETRAS
GRAMÁTICA5
AULAS 9 E 10: ADVÉRBIOS 006
AULAS 11 E 12: PRONOMES PESSOAIS 027
AULAS 13 E 14: PRONOMES DEMONSTRATIVOS E POSSESSIVOS 044
AULAS 15 E 16: PRONOMES RELATIVOS, INTERROGATIVOS E INDEFINIDOS 056
LITERATURA67
AULAS 9 E 10: GREGÓRIO DE MATOS E PADRE ANTONIO VIEIRA 068
AULAS 11 E 12: ESTÉTICA NEOCLÁSSICA: O ARCADISMO 077
AULAS 13 E 14: ESTÉTICA ROMÂNTICA: PROSA PORTUGUESA 088
AULAS 15 E 16: ESTÉTICA ROMÂNTICA: PROSA BRASILEIRA 098
ENTRE
LETRAS
2
CADERNO
DE E.O.
GRAMÁTICA
LC ADVÉRBIOS
AULAS
9 E 10 COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1e8 1, 2, 3 e 27
II. “... terão de passar fome.” (ref. 4) – O verbo auxiliar transplante de fígado. Os dois procedimentos são complicadíssi-
utilizado ressalta a total falta de saída para os jovens. mos e de elevado risco para a vida do paciente.
III. “Será que, realmente, queremos viver muito...” (ref. (http://economia.estadao.com.br/noticias/negocos%20tecnologa,morre-
1) – O advérbio utilizado reforça o questionamento so- steve-jobs-fundador-da-apple-e revolucionario-da-tecnologia,87094,0.
bre o desejo de viver muito, presente no senso comum. htm e www.geekaco.com/apple-steve-jobs. Acessado em 10/10/11.)
sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz capacidade que apenas os bobos têm. Funciona, por-
alguma coisa, responde: “Estou fazendo. Estou pensando.”. tanto, como advérbio.
1
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os esper- e) tem valor restritivo quanto ao mundo dos que são
tos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem capazes de excesso de amor e funciona como um ad-
originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. vérbio que se refere à palavra bobo.
3. (Espm 2017) Quando se perde o grau de investimen- 5. (G1 - ifsul) Sobre o título, são lançadas as seguintes
to, corre-se o risco de uma debandada dos capitais es- afirmações:
trangeiros, aí é preciso tomar medidas mais drásticas I. A palavra embarque é classificada gramaticalmente
do que se desejaria. como verbo e está acompanhada de um advérbio.
Joaquim Levy. II. O sentido conotativo está presente e sugere uma
O vocábulo grifado aí é: mudança de atitude do interlocutor.
III. O sentido figurado minimiza o tom apelativo e re-
a) advérbio, expressando a ideia de “nesse lugar”. sume a narrativa.
b) interjeição, traduzindo ideia de apoio, animação.
c) palavra expletiva (dispensável) ou de realce. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
d) advérbio, expressando ideia de conclusão “então”. a) I, II e III.
e) substantivo, traduzindo ideia de “por outro lado”. b) I e II apenas.
c) II apenas.
4. (Eear 2017) Em qual das alternativas abaixo o advér-
bio em destaque é classificado como advérbio de tempo? d) III apenas.
aja, com equilíbrio. Ame profundamente, __________ risadas mais terríveis, coisas 18insuportáveis que nela se tornam supor-
gostosas, abrace, proteja pessoas queridas, faça amigos. Pule táveis. Harold Bloom escreve: 24”Todas as 25grandes obras reve-
de felicidade e não tenha medo de quebrar a cara – se isso lam a universalidade humana através de destinos singulares, de
acontecer, encare com leveza. Se perder alguém nesta vida, so- situações singulares, de épocas singulares”. É essa a razão por
fra comedidamente – e vá em frente, pois tudo passa. que as 19obras-primas atravessam 7séculos, sociedades e nações.
mensagem de “não faça algo que poderia levá-la a ser violentada”. conceito para a sua própria cultura”. (ref. 4)
Em um estudo sobre bullying feito em 2010 na Universidade d) “Uma pessoa extremamente pobre pode virar a dona
Linkoping, na Suécia, dos adolescentes culparam a vítima por de uma empresa multimilionária, mas o esforço que vai
ser “um alvo fácil”. Para os pesquisadores, esses julgamentos ter de fazer para chegar lá é muito maior do que o es-
estão relacionados à noção — amplamente difundida na fic- forço de alguém nascido em uma família rica...” (ref. 6)
lidade e ficção estão aqui entranhadas numa narrativa diante da violação de seu patrimônio.
que embaralha sem cessar memória biográfica e ficção”. c) O advérbio de tempo “frequentemente” (ref. 18),
8. (Uece) Atente ao enunciado: “Mas não são adeptos embora seja sintaticamente acessório, desempenha um
de literatura os indivíduos que ali se abrigam da chu- papel importante no texto, porque relativiza a afirmação
va ou do sol a pino de verão”. (ref. 5) de que o alarme contra roubo de carro não funciona.
O novo ciclo de desenvolvimento do Brasil tem tudo a ver Na letra da música, a sigla SP refere-se à cidade de São
com a cidade. Seu supermundo financeiro faz a cidade evoluir
Paulo e não ao Estado.
sempre de pilha nova, com carga máxima, conectada pelas
antenas de seus 11 milhões de habitantes/seguidores. 10. (G1 - cps) Os advérbios de intensidade contribuem
São pouquíssimas as metrópoles do mundo que contam com para enfatizar a ideia expressa pelo(s) termo(s) a que
área tão extensa de massa cinzenta, com mistura tão completa eles se associam.
de profissionais competentes, cada vez mais especializados. Pensando nisso, assinale a alternativa cujos trechos em
É um ciclo virtuoso: os serviços de alta qualidade atraem tra- destaque comprovam o emprego desse tipo de advérbio.
balhadores de alta qualificação e remuneração, que buscam a) “A maior criação do Brasil é a cidade de São Pau-
mais serviços de ponta, como cultura, saúde, educação, luxo lo...”; “Não existe amor em SP”
e alta gastronomia, que por sua vez atrairão consumidores de b) “O planejamento do Brasil passa tanto pelas torres
outras cidades e países. dos complexos empresariais das avenidas...”; “Um
São Paulo hoje tem capital humano e capital financeiro para labirinto místico / onde os grafites gritam”
encubar qualquer empreendimento. Os galpões industriais que c) “Assim, quando as pessoas querem te ofender, elas
ficaram vazios com a transferência das indústrias da cidade para dizem...”; “Numa linda frase / de um postal tão doce”
outras regiões do Estado e do país são rapidamente reocupados d) “... em São Paulo o trabalho sempre foi muito valo-
por atividades criativas e comerciais. A relativa menor atividade rizado.”; “Os bares estão cheios de almas tão vazias”
industrial (porque a cidade segue potência fabril) foi compensa- e) “... prosperei como tantos outros migrantes e imi-
da pela maior atividade cultural, de feiras e de eventos.
grantes.”; “Aqui ninguém vai pro céu”
Não saí de Salvador para vir para São Paulo, mas acabei che-
gando à metrópole paulista e aqui me desenvolvi em pleni-
tude, prosperei como tantos outros migrantes e imigrantes.
Amo trabalhar e em São Paulo o trabalho sempre foi muito va-
E.O. Complementar
lorizado. Isso é fundamental, porque um dos grandes problemas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
dessa sociedade tão demandada é o desrespeito ao trabalho.
Agora todo mundo tem opinião
Assim, quando as pessoas querem te ofender, elas dizem: “esse
cara só pensa em trabalho”. Quando querem ofender São Paulo, Meu amigo Adamastor, o gigante, me apareceu hoje de ma-
dizem a mesma bobagem: que a cidade só é boa para trabalhar. nhã, muito cedo, aqui na biblioteca, e disse que vinha a fim
de um cafezinho. 1Mentira, eu sei. 2Quando ele vem tomar um
Mas o que mais uma cidade precisa ser? Se ela é boa para cafezinho é porque está com alguma ideia borbulhando em
trabalhar, o resto será consequência. sua mente.
VOLUME 2
(Nizan Guanaes, Folha de S. Paulo, 24.01.2012. Adaptado) E estava. 3Depois do primeiro gole e antes do segundo, café
muito quente, ele afirmou que concorda plenamente com a
* IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
democratização da informação. Agora, com o advento da inter-
net, qualquer pessoa, democraticamente, pode externar aquilo
que pensa.
5. (G1 - ifsul 2017) Levando-se em consideração as in- Relacione o emprego do advérbio “ainda” na peça pu-
formações explícitas e as implícitas no texto, o advérbio blicitária acima ao tema do texto 1.
ainda (referências 5 e 9) pressupõe, respectivamente, que
a) os desafios em relação ao direito do acesso à edu- 2. (Pucrj) Texto 1
cação brevemente serão solucionados pelo governo e Ensinar exige rigorosidade metódica
as crianças e os jovens de 4 a 17 anos deveriam estar
contemplados pelo atendimento escolar. O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua
prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua
b) os desafios em relação ao direito do acesso à educa-
curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é
ção já deveriam ter sido superados e a universalização
do atendimento escolar deveria se estender a crianças e trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que
jovens de 4 a 17 anos. devem se “aproximar” dos objetos cognoscíveis. E esta rigorosi-
dade metódica não tem nada que ver com o discurso “bancário”
c) o Brasil não alcançou avanços no que diz respeito ao
direito do acesso à educação nem à sua universalização, meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo. É
sendo que crianças e jovens estão fora das salas de aula, exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no “trata-
seja na Educação Infantil ou no ensino médio. mento” do objeto ou do conteúdo superficialmente feito, mas se
d) os desafios do país em relação ao direito do acesso à alonga à produção das condições em que aprender criticamente
é possível. E essas condições implicam ou exigem a presença de
VOLUME 2
des, a extensão das migrações alteraram ou fizeram desaparecer imunidades. Manuel Bandeira associou à canção do vento a can-
ção da sua vida.
os parâmetros nos quais a vida se desenvolvia, vulnerabilizando
homens, mulheres e crianças, de maneira obviamente bastante O vento varria as luzes, as músicas, os aromas. E a sua vida ficava
distinta, de acordo com os recursos materiais, culturais, afetivos cada vez mais cheia de aromas, de estrelas, de cânticos.
de que dispõem e segundo o lugar onde vivem. Fúria dos elementos, símbolo da instabilidade, o vento é ao mes-
COMPANHEIRO FIEL
E.O. Objetivas
Se estou trabalhando
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
- seja a que hora for -
Gatinho se deita ao lado TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
do meu computador. A(s) questão(ões) a seguir abordam um texto de um
Se vou para a sala site especializado em esportes com instruções de trei-
e deito no sofá, namento para a corrida olímpica dos 1 500 metros.
ele logo vai pra lá.
Se à mesa me sento Corrida – Prova 1500 metros rasos
a escrever poesia
e da sala me ausento A prova dos 1 500 metros rasos, juntamente com a da milha (1
pela fantasia, 609 metros), característica dos países anglo-saxônicos, é conside-
volto à realidade rada prova tática por excelência, sendo muito importante o conhe-
quando, sem querer, cimento do ritmo e da fórmula a ser utilizada para vencer a prova.
toco de resvés Os especialistas nessas distâncias são considerados completos ho-
numa coisa macia. mens de luta que, após um penoso esforço para resistir ao ataque
Já sei, não pago dez: dos adversários, recorrem a todas as suas energias restantes a fim
é o Gatinho de manter a posição de destaque conseguida durante a corrida,
que sem eu saber sem ceder ao constante assédio dos seus perseguidores.
veio de mansinho [...] Para correr essa distância em um tempo aceitável, deve-se
deitar-se a meus pés. gastar o menor tempo possível no primeiro quarto da prova, de-
vendo-se para tanto sair na frente dos adversários, sendo essen-
(GULLAR, Ferreira. Companheiro fiel. In: Palavras de
encantamento. SãoPaulo: Moderna, 2001. v.1, p.76) cial o completo domínio das pernas, para em seguida normalizar
o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo,
Vocabulário:
a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando
Resvés - rente, próximo dosar as energias, para não correr o risco de ser surpreendido por
Não pagar dez - não ter dúvida um adversário e ficar sem condições para a luta final.
Deve ser tomado cuidado para não se deixar enganar por algum
Texto III
adversário de condição inferior, que normalmente finge possuir
PSICOLOGIA ANIMAL energias que realmente não tem, com o intuito de minar o bom
Amigos, fiéis e ciumentos corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar
proveito da situação e vencer a prova. Assim sendo, o corredor
Quem tem ou já teve cachorros sabe: eles são muito amigos e, experiente saberá manter regularmente as suas passadas, sem
também, superciumentos. Na verdade, eles sentem uma série de deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado
emoções consideradas humanas, segundo uma pesquisa da Uni- de suas condições pessoais, o corredor saberá se é capaz de um
versidade de Portsmouth, na Inglaterra. Os cientistas analisaram sprint nos 200 metros finais, que é a distância ideal para quebrar
o comportamento de mil cães e seus donos. Registraram cenas a resistência de um adversário pouco experiente.
de ciúme explícito, como um cão interrompendo, sem a menor
O corredor que possui resistência e velocidade pode conduzir a corri-
cerimônia, momentos românticos de seu dono. O estudo de psicó-
da segundo a sua conveniência, impondo os seus próprios meios de
logos e especialistas em comportamento animal desafia a tese de
que somente pessoas e chimpanzés são capazes de experimentar ação. Finalmente, ao ultrapassar um adversário, deve-se fazê-lo de-
as chamadas emoções secundárias como culpa, vergonha, ciúme cidida e folgadamente, procurando sempre impressioná-lo com sua
ou orgulho, embora seja ponto pacífico que cães, gatos e outros ação enérgica. Também deve-se procurar manter sempre uma boa
animais têm emoções primárias, como ansiedade, surpresa e raiva. descontração muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca
levar a cabeça para trás e encurtar as passadas para finalizar a prova.
(REVISTA, Suplemento do jornal O Globo, de 17 de setembro de 2006.)
http://treino-de-corrida.f1cf.com.br
Vocabulário:
Explícito - que é claro 1. (Unesp) Observando as seguintes passagens do texto
Tese - afirmação baseada em estudos científicos apresentado, marque a alternativa em que as duas pa-
Primárias - básicas, primeiras lavras sublinhadas são utilizadas como advérbios:
Secundárias - que vêm em segunda posição a) “não correr o risco de ser surpreendido”.
Ponto pacífico - ideia que se aceita sem discussão b) “finge possuir energias que realmente não tem”.
5. (G1 - cp2) Ainda no 3º. parágrafo do texto I, o nar- c) “deve-se fazê-lo decidida e folgadamente”.
VOLUME 2
rador afirma que o cão parecia ter “um relógio preso d) “nunca levar a cabeça para trás”.
à pata.” Copie desse texto dois advérbios que deixem e) “forte no restante da prova, sempre procurando dosar”.
clara essa afirmação.
E.O. Dissertativas
Você precisa de duas a três horas por dia para escrever um roteiro.
Olhe para a sua agenda diária. Examine o seu tempo. Se você
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp) trabalha em horário integral, ou cuidando da casa e da família,
seu tempo é limitado. Você terá que achar o melhor horário para
escrever. Você é o tipo de pessoa que trabalha melhor pela ma-
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO nhã? Ou só vai acordar e ficar alerta no final da tarde? Tarde da
noite pode ser um bom horário. Descubra.
As questões tomam por base uma crônica de Clarice
Lispector (1925-1977) e uma passagem do Manual do (Syd Field. Manual do roteiro, 1995.)
Roteiro, do professor de Técnica do roteiro, consultor e
1. (Unesp) Mas escrever aquilo que eventualmente
conferencista Syd Field.
VOLUME 2
E.O. Objetivas
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
1. C 2. A 3. A 4. C 5. B
E.O. Dissertativas
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
1. Clarice Lispector revela que a criação de um conto ou romance
depende de acontecimentos incertos, casuais, fortuitos.
2.
a) Sim, pois há uma afirmação sob a forma de pergunta, e
isso se justifica pelo fato de, nela, o autor sugerir ter sido
o próprio pai o "culpado" de seu "gosto pela arte", um
gosto que o levaria a contrariar determinações paternas.
b) As formas cousa e vossemecê, hoje desusadas no Bra-
sil, atestam a evolução da língua.
3.
a) Não. Apenas em II está sendo usado de modo ade-
quado. Em II, o verbo DANÇA permite a interpretação
no sentido não literal de: "sair-se mal", "pode-se pre-
judicar".
b) A expressão "as vezes literalmente" refere-se a
"apagadas". Em sentido literal, as mulheres soviéticas
chegam a ser excluídas, suprimindo qualquer referência
sobre elas. Em sentido não-literal, as mulheres soviéticas
são inexpressivas, sem reação.
4.
a) SEMPRE, em Antero, e NUNCA, em Antunes.
b) No poema "Tormento ideal" : "Para sempre fiquei
pálido e triste."
5. Camões: oposição entre os advérbios que se referem à terra e
ao céu. A oposição dá a ideia de distanciamento físico.
Machado: o advérbio (aqui) reflete a proximidade entre o
amante e o objeto de seu amor.
VOLUME 2
AULAS
11 E 12 COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 6 e 8 1, 2, 3, 18 e 27
E.O. Aprendizagem sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que
tenha existido, exista ou venha a existir.
As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO com as condições mais gerais da existência humana: o nascimento
e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura não
A CONDIÇÃO HUMANA
apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie. 8O
A Vita Activa e a Condição Humana trabalho e seu produto, o artefato humano, 9emprestam certa per-
manência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter
Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades efêmero do corpo humano. A ação, na medida em que se empe-
humanas fundamentais: labor, trabalho e ação. Trata-se de ati- nha em fundar e preservar corpos políticos, cria a condição para
vidades fundamentais porque a cada uma delas corresponde a lembrança, ou seja, para a história. 10O labor e o trabalho, bem
uma das condições básicas mediante as quais a vida foi dada como a ação, têm também raízes na natalidade, na medida em
ao homem na Terra. que sua tarefa é produzir e preservar o mundo para 11o constante
1
O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico influxo de recém-chegados que vêm a este mundo na qualidade
do corpo humano, cujos crescimento espontâneo, metabolismo de estranhos, além de prevê-los e levá-los em conta. 12Não obstan-
e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produ- te, das três atividades, a ação é a mais intimamente relacionada
zidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. A condição com a condição humana da natalidade; o novo começo inerente a
humana do labor é a própria vida. cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque
o recém-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo, isto é,
O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da exis- de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as atividades humanas
tência humana, existência esta não necessariamente contida no possuem um elemento de ação e, portanto, de natalidade. 13Além
eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é compensada disto, como a ação é a atividade política por excelência, a natali-
por este último. O trabalho produz um mundo “artificial” de coisas, dade, e não a mortalidade, pode constituir a categoria central do
nitidamente diferente de qualquer ambiente natural. 2Dentro de pensamento político, em contraposição ao pensamento metafísico.
suas fronteiras habita cada vida individual, embora esse mundo se
destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A A condição humana compreende algo mais que as condições nas
condição humana do trabalho é a mundanidade. quais a vida foi dada ao homem. Os homens são seres condiciona-
dos: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se ime-
3
A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os ho- diatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual trans-
mens sem a mediação das coisas ou da matéria, corresponde à corre a vita activa consiste em coisas produzidas pelas atividades
condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua existência
o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores
da condição humana têm alguma relação com a política; mas humanos. Além das condições nas quais a vida é dada ao homem
esta pluralidade é especificamente a condição – não apenas a na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens constantemente
conditio sine qua non, mas a conditio per quam – de toda a criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilida-
vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez o povo mais de e sua origem humana, possuem a mesma força condicionante
político que conhecemos – empregava como sinônimas as ex- das coisas naturais. O que quer que toque a vida humana ou entre
pressões “viver” e “estar entre os homens” (inter homines esse), em duradoura relação com ela, assume imediatamente o caráter de
ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter homines condição da existência humana. É por isso que os homens, indepen-
esse desinere). 4Mas, em sua forma mais elementar, a condição dentemente do que façam, são sempre seres condicionados. Tudo
humana da ação está implícita até mesmo em Gênesis (macho e o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é
fêmea Ele os criou), se entendermos que esta versão da criação trazido pelo esforço humano, torna-se parte da condição humana. O
do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus impacto da realidade do mundo sobre a existência humana é sentido
originalmente criou o Homem (adam) – a ele, e não a eles, de e recebido como força condicionante. A objetividade do mundo – o
sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resulta- seu caráter de coisa ou objeto – e a condição humana complemen-
do da multiplicação5. 6A ação seria um luxo desnecessário, uma tam-se uma à outra; por ser uma existência condicionada, a exis-
caprichosa interferência com as leis gerais do comportamento,
VOLUME 2
11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul e branco. Parece O valor da vida
que até a natureza quer homenagear as mães que atualmente
se sentem infeliz por não realizar os desejos de seus filhos. (...) Hermann A.V. von Tiesenhausen. Diretor executivo do jornal Medicina
O sol vai galgando. Hoje não vai chover. Hoje é o nosso dia. (...) A mistanásia é um termo pouco utilizado nas conversas do dia
A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse- a dia, mas, que, infelizmente, não está tão distante de nossa
me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro realidade. A imprensa registra, sem filtros, o drama de milhares
para comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 cruzeiros.(...) de pacientes e profissionais nos postos de saúde, hospitais e
Ontem eu ganhei metade da cabeça de um porco no frigorifico. prontos-socorros e traduz a dura proximidade com a expressão.
Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo
O significado de mistanásia remete à omissão de socorro, à
fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando
negligência. Ela representa a morte miserável, antes da hora. É
eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar. (...) conhecida como a eutanásia social. No Brasil, seu flagelo atinge,
Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas. O barraco está cheio sobretudo, os mais carentes, que dependem exclusivamente do
de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar Estado quando o corpo padece.
pelas paredes. É assim que os favelados matam mosquitos.
Um exemplo do que a mistanásia pode causar apareceu em série de
13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para reportagens exibida pelo Jornal Nacional (Rede Globo), em janeiro,
mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos que dissecou o drama dos pacientes com câncer no país. A falta de
escravos. Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios. Mas tudo torna a larga espera pelo atendimento um duro calvário e, em
os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com desprezo. meio ao desespero, centros de excelência, como o Instituto Nacional
Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, minguam a céu aberto.
(...) Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está A falência do sistema público de saúde não é só um fenômeno
forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou administrativo ou contábil. Quem dera o fosse. Assim, seria mais
escrevendo até passar a chuva para mim ir lá no Senhor Man- fácil suportá-la, pois contas se arrumam. A questão é que o de-
uel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar sequilíbrio causado por uma gestão feita de pessoas perdidas
arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu ten- em meio ao tiroteio entrou em nossas casas pela porta da frente.
ho dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles
A situação grave, contornada com paliativos, ceifa vidas, inclusive
brada: Viva a mamãe!. A manifestação agrada-me. Mas eu já de crianças e jovens, impedidos de receber aquilo que a Consti-
perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais tuição lhes garante como direito cidadão: o acesso universal, in-
comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a tegral, gratuito e com equidade a serviços de saúde de qualidade.
Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim:
Nesta edição do jornal Medicina, apresentamos números do valor
“Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouquinho de gordu- da vida e da saúde de cada brasileiro para o setor público. A média
ra, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e não pude nacional não supera osao dia, ou seja, quase nada se comparado a
catar papel. Agradeço. Carolina” outros países com modelos assistenciais semelhantes.
(...) Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a Essa conta acentua a tragédia da morte anunciada em corredores
gente come mais. A Vera começou a pedir comida. E eu não e filas de espera e suscita um questionamento importante, pois os
tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. dados evidenciam que, apesar do pouco destinado, é o mau uso
Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. dos recursos que estão disponíveis que aprofunda a crise.
Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha
O Brasil está diante de um dilema. É hora de rever caminhos,
e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
adotar novas posturas, corrigir falhas para não sentenciar a po-
VOLUME 2
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escrava- pulação à doença e tirar do estado de coma em que se encontra
tura atual – a fome! o Sistema Único de Saúde (SUS), uma das maiores políticas so-
(DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.) ciais do mundo e balizador de todo modelo de atenção no País.
Jornal Medicina. Publicação oficial do Conselho
Federal de Medicina. Janeiro 2016.
EMBARQUE IMEDIATO
8. (Uefs 2018) Na terceira estrofe, o pronome “te” ref- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
ere-se a Guardião da brasilidade na América
a) “alma”. Na primeira vez em que esteve no Brasil, o historiador Thomas
b) “melancolia”. Cohen não estava entendendo nada. Logo ao chegar, tinha um
c) “Nise”. encontro com um renomado professor da história da Universida-
d) “coisa”. de de São Paulo. O professor chegou uma hora e meia atrasado
e) “alegria”. e anunciou que precisava viajar em seguida. 2Convidou o jo-
vem Cohen, então com 25 anos, para acompanhá-lo à cidade de
VOLUME 2
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Franca, onde passaria o fim de semana dando palestras. Cohen
pensou que o professor fizera o convite apenas para compensá-
A coragem (...) só se torna uma 12virtude quando a serviço de -lo pelo desencontro e, polidamente, recusou. 1“Só depois des-
outrem ou de uma causa geral e generosa. Como traço de ca- cobri que os brasileiros são assim mesmo, disponíveis, espontâ-
ráter, a coragem é, sobretudo, uma fraca sensibilidade ao medo, neos”. Diz 3Cohen acabou encantando-se com a informalidade
– Para que esse saquinho aí? – foi a pergunta que fez, num tom
Tu amarás outras mulheres
de voz que parecia que ela estava no Rio e eu em São Paulo.
E tu me esquecerás!
– É para a senhora usar em caso de necessidade – respondi baixinho. É tão cruel, mas é a vida. E no entretanto
Tenho certeza de que ninguém ouviu minha resposta, mas todos Alguma coisa em ti pertence-me!
adivinharam qual foi, porque ela arregalou os olhos e exclamou: Em mim alguma coisa és tu.
do mundo, não a princípios lógicos, como nós, mas a uma espé- tinha todas as energias, a das paixões e a da vontade.
cie de indiferenciação entre sujeito e objeto, entre as categorias Há de lembrar-se o leitor do frio cumprimento trocado entre Ade-
e os corpos, de modo a definir um espírito “pré-lógico”, incapaz laide e seu primo Luís Soares; também se há de lembrar que Soares
de abstrair e de observar o princípio de contradição. disse ao amigo Pires ter sido amado por sua prima. Ligam-se estas
(Literatura e sociedade, 2008. Adaptado.)
duas coisas. A frieza de Adelaide resultava de uma lembrança que
que você adentrar o recinto e se apagarão à medida que for mas coisas e pode comprar a mesma bolsa no Rio, em São
mudando de aposento. E não só. O ar condicionado ou a cale- Paulo, em Nova York, em Tóquio ou Cingapura, todas rigoro-
fação começará a funcionar automaticamente, de acordo com a samente iguais; as grifes se banalizaram, o que foi lançado na
temperatura; as músicas da sua vida surgirão de alguma fonte no semana passada em Londres já chegou aqui, e ter acesso às
volume que você achar ideal. coisas é apenas uma questão de conta bancária.
Nessa mesma direção, coloca-se o “império do verbal” em nos- identificado”, para ele.
sas formas sociais: traduz-se o silêncio em palavras. Vê-se assim Para ele? Para eles. Para muitos eles, uma legião. Amanhã
o silêncio como linguagem e perde-se sua especificidade, en- serão doutores, e a vírgula continuará sendo um objeto não
quanto matéria significante distinta da linguagem. identificado. Sim, porque os três ou quatro mil menos fracos
(Eni Orlandi. As formas do silêncio, 1997.) ultrapassam o vestíbulo... Com vírgula ou sem vírgula. Que
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp) — Foi um santo remédio, contava a mãe do infeliz a uma co-
madre; foi um santo remédio.
[...]
1. (Fuvest 2018) Leia o texto e responda ao que se pede.
Tal era o sistema. Imagina-se o resto. Cada beleza moral ou mental
Da idade
era atacada no ponto em que a perfeição parecia mais sólida; e o
Não posso aprovar a maneira por que entendemos a duração da efeito era certo. Nem sempre era certo. Casos houve em que a qua-
vida. Vejo que os filósofos lhe assinam* um limite bem menor do lidade predominante resistia a tudo; então, o alienista atacava outra
que o fazemos comumente. (...) Os [homens] que falam de uma parte, aplicando à terapêutica o método da estratégia militar, que
certa duração normal da vida, estabelecem-na pouco além. Tais toma uma fortaleza por um ponto, se por outro o não pode conseguir.
ideias seriam admissíveis se existisse algum privilégio capaz de No fim de cinco meses e meio estava vazia a Casa Verde;
os colocar fora do alcance dos acidentes, tão numerosos, a que todos curados! O vereador Galvão, tão cruelmente afligido
estamos todos expostos e que podem interromper essa duração de moderação e equidade, teve a felicidade de perder um tio;
com que nos acenam. E é pura fantasia imaginar que podemos digo felicidade, porque o tio deixou um testamento ambíguo,
morrer de esgotamento em virtude de uma extrema velhice, e
e ele obteve uma boa interpretação, corrompendo os juízes, e
assim fixar a duração da vida, pois esse gênero de morte é o mais
embaçando os outros herdeiros.
raro de todos. E a isso chamamos morte natural como se fosse
contrário à natureza um homem quebrar a cabeça numa queda, [...]
afogar-se em algum naufrágio, morrer de peste ou de pleurisia; Agora, se imaginais que o alienista ficou radiante ao ver sair
como se na vida comum não esbarrássemos a todo instante o último hóspede da Casa Verde, mostrais com isso que ainda
com esses acidentes. Não nos iludamos com belas palavras; não não conheceis o nosso homem. Plus ultra!4 era a sua divisa.
denominemos natural o que é apenas exceção e guardemos o Não lhe bastava ter descoberto a teoria verdadeira da loucu-
qualificativo para o comum, o geral, o universal. ra; não o contentava ter estabelecido em Itaguaí o reinado
da razão. Plus ultra! Não ficou alegre, ficou preocupado, co-
Morrer de velhice é coisa que se vê raramente, singular e extra-
gitativo; alguma coisa lhe dizia que a teoria nova tinha, em si
ordinária e portanto menos natural do que qualquer outra. É a
mesma, outra e novíssima teoria.
morte que nos espera ao fim da existência, e quanto mais longe
de nós menos direito temos de a esperar. — Vejamos, pensava ele; vejamos se chego enfim à última
verdade.
Michel de Montaigne, Ensaios. Editora 34. Trad. de Sérgio Milliet.
Dizia isto, passeando ao longo da vasta sala, onde fulgurava a
*assinar: fixar, indicar.
mais rica biblioteca dos domínios ultramarinos de Sua Majes-
a) No texto, o autor retifica o que corriqueiramente se tade. Um amplo chambre de damasco, preso à cintura por um
entende por “morte natural”? Justifique. cordão de seda, com borlas de ouro (presente de uma Universi-
b) A que palavra ou expressão se referem, respectiva- dade) envolvia o corpo majestoso e austero do ilustre alienista.
mente, os pronomes destacados no trecho “Vejo que A cabeleira cobria-lhe uma extensa e nobre calva adquirida nas
os filósofos lhe assinam um limite bem menor do que cogitações cotidianas da ciência. Os pés, não delgados e femi-
o fazemos comumente”? ninos, não graúdos e mariolas, mas proporcionados ao vulto,
eram resguardados por um par de sapatos cujas fivelas não
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
passavam de simples e modesto latão. Vede a diferença: — só
Leia o trecho do conto O 1alienista, de Machado de Assis se lhe notava luxo naquilo que era de origem científica; o que
(1839-1908), para responder à(s) questão(ões) a seguir. propriamente vinha dele trazia a cor da moderação e da singe-
leza, virtudes tão ajustadas à pessoa de um sábio.
Era a vez da terapêutica. Simão Bacamarte, ativo e sagaz em
(O alienista, 2014.)
descobrir enfermos, excedeu-se ainda na diligência e penetração
com que principiou a tratá-los. Neste ponto todos os cronistas 1
alienista: médico especialista em doenças mentais.
estão de pleno acordo: o ilustre alienista fez curas pasmosas, que 2
Garção: um dos principais poetas do Neoclassicismo
excitaram a mais viva admiração em Itaguaí. português.
Com efeito, era difícil imaginar mais racional sistema terapêutico. 3
Píndaro: considerado o maior poeta lírico da antiga Grécia.
Estando os loucos divididos por classes, segundo a perfeição moral 4
Plus ultra!: expressão latina que significa “Mais além!”.
que em cada um deles excedia às outras, Simão Bacamarte cuidou
em atacar de frente a qualidade predominante. Suponhamos um 2. (Unesp 2018)
modesto. Ele aplicava a medicação que pudesse incutir-lhe o sen-
timento oposto; e não ia logo às doses máximas, — graduava-as, a) Cite os referentes dos pronomes sublinhados no
conforme o estado, a idade, o temperamento, a posição social do primeiro e no segundo parágrafos.
VOLUME 2
enfermo. Às vezes bastava uma casaca, uma fita, uma cabeleira, b) Transcreva dois pequenos excertos em que o narra-
uma bengala, para restituir a razão ao alienado; em outros casos dor se dirige diretamente ao leitor.
a moléstia era mais rebelde; recorria então aos anéis de brilhantes,
às distinções honoríficas, etc. Houve um doente, poeta, que resistiu
a tudo. Simão Bacamarte começava a desesperar da cura, quando
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizon- – Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras,
te, nasceu Iracema. senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.
Iracema, 2006.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais ne- 1
graúna: pássaro de cor negra.
gros que a asa da 1graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. 2
jati: pequena abelha que fabrica delicioso mel.
O favo da 2jati não era doce como seu sorriso, nem a baunilha 3
oiticica: árvore frondosa.
recendia no bosque como seu hálito perfumado. 4
aljôfar: pérola; por extensão: gota.
5
rorejar: banhar.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o ser- 6
mangaba: fruto da mangabeira.
tão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da 7
gará: ave de cor vermelha.
grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava 8
ará: periquito.
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. 9
uru: pequeno cesto.
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. 10
crautá: bromélia.
Banhava-lhe o corpo a sombra da 3oiticica, mais fresca do que 11
juçara: palmeira de grandes espinhos.
o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores 12
ignoto: que ou o que é desconhecido.
sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros
13
lesto: ágil, veloz.
ameigavam o canto.
14
uiraçaba: estojo em que se guardavam e transpor-
tavam as flechas.
Iracema saiu do banho: o 4aljôfar d’água ainda a 5roreja, 15
quebrar a flecha: maneira simbólica de se estabele-
como à doce 6mangaba que corou em manhã de chuva. En- cer a paz entre os indígenas.
quanto repousa, empluma das penas do 7gará as flechas de
seu arco e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho 3. (Unesp 2017) Examine o seguinte trecho: “O senti-
próximo, o canto agreste. mento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu.”
A graciosa 8ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às (12º parágrafo)
vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; A quem se refere o pronome “eu”?
outras, remexe o uru9 de palha matizada, onde traz a selvagem
seus perfumes, os alvos fios do 10crautá, as agulhas da 11juçara com Reescreva este trecho em ordem direta, substituindo o
que tece a renda e as tintas de que matiza o algodão. pronome “o” pelo seu referente.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a vir- 4. (Unicamp 2013) Os textos abaixo integram uma
gem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. matéria de divulgação científica sobre o tamanho de
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, criaturas marinhas, ilustrada com fotos dos animais
se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas mencionados.
faces o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul
triste das águas profundas. 12Ignotas armas e tecidos ignotos TEXTO 1
cobrem-lhe o corpo. Eles nascem com milímetros e alcançam metros de comprimento,
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embe- nadam das praias rasas às águas abissais. Em fotos únicas, pro-
bida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do duzidas em tanques especiais, conheça as medidas dos animais
desconhecido. do fundo do mar.
De primeiro ímpeto, a mão 13lesta caiu sobre a cruz da espa-
da; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião
de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. So-
freu mais d’alma que da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu.
Porém a virgem lançou de si o arco e a 14uiraçaba e correu
para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.
A mão que rápida ferira estancou mais rápida e compassiva
o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a 15flecha TEXTO 2
homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo
VOLUME 2
pre volta depois que é destruída pelo inverno, e esse retorno bem b) Os pronomes “lhe“ e “o“ referem-se a “duração da
vida“ e a “limite bem menor“, respectivamente.
pode ser considerado eterno, em relação ao nosso tempo de
vida. Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo humanos 2.
no curso de nossa vida, mas essa brevidade lhes acrescenta mais a) O pronome “se” tem como referente “Simão Bacamarte”
um encanto. Se existir uma flor que floresça apenas uma noite, e “lhe”, “um modesto”.
VOLUME 2
AULAS
13 E 14 COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
1, 6 e 8 1, 2, 3, 18 e 27
25
Se as novas tecnologias facilitam o 26entretenimento e aumen-
26
Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos
tam a oferta de bens culturais a consumidores no mundo 27intei- sucessos. A soma deles foi a minha carreira.
ro, elas são bem-vindas. Mas isso não pode acontecer à custa do 19
No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente
28
sagrado direito autoral. aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido.
Rio de Janeiro, O Globo, Opinião, 23 abr. 2015, p.16. Adaptado. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e esperavam que
Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa *William Blake (1757-1827) foi poeta romântico, pintor
o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da e gravador inglês. Autor dos livros de poemas Song of
instituição; mas o puro, que significa o bem da instituição, pro- Innocence e Gates of Paradise.
tegido pelo merecimento de cada um.
27
Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. 3. (Fgv) A respeito do pronome DISSO, na primeira linha
do segundo parágrafo, pode-se dizer que é um
Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da ativa e mor-
ro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir a) possessivo de segunda pessoa e se refere ao con-
aquele uniforme novinho — até um pouco grande, ainda recor- teúdo do parágrafo anterior.
do — Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe... b) demonstrativo combinado com prefixo e se refere
3
Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, aos ipês floridos citados a seguir.
em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha c) demonstrativo masculino de segunda pessoa e se
VOLUME 2
mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar refere ao poeta William Blake.
encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: d) demonstrativo neutro que tem como referência a
– Sou marinheiro, estou embarcando. última frase do parágrafo anterior.
Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. e) possessivo neutro e se refere a Moisés diante da
Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) sarça ardente.
A Universidade é só o começo
à retórica escravista uma saída para o impasse: mostrar que as
ideias mestras da doutrina clássica, porque justas, deveriam apli- Na última década, a universidade viveu uma espécie de milagre
car-se com justeza às circunstâncias, às peculiaridades nacionais. da multiplicação dos diplomas. O número de graduados cresceu
(Alfredo Bosi. Dialética da Colonização. 3ª ed. São de 225 mil no final dos anos 80 para 325 mil no levantamento
Paulo: Cia. das Letras, 1992, p. 209-210). mais recente do Ministério da Educação em 2000.
O homem deve reencontrar o Paraíso... maior. A cada novo dia recebem novos, mais perfeitos. O ritmo
da remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A
Rubem Alves
galera navega cada vez mais rápido. Mas, perguntados sobre
Era uma família grande, todos amigos. Viviam como todos nós: o porto do destino, respondem os remadores: O porto não nos
moscas presas na enorme teia de aranha que é a vida da cidade. importa. O que importada é a velocidade com que navegamos.
se transformam em esgotos de fezes e veneno, o ar se enche de riamente. Entre os habitados há de tudo, gente fenomenal e tam-
gases, os campos se cobrem de lixo – e tudo ficou feio e triste. bém assassinos, pervertidos e demais malucos que não merecem
Sugiro aos educadores que pensem menos nas tecnologias do abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos,
ensino – psicologias e quinquilharias – e tratem de sonhar, com bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam,
os seus alunos, sonhos de um Paraíso. mas causam dano. 15Eu não gostaria de repartir a mesa de um
E.O. Fixação eu te mostro”. E isso pode ser feito tranquilamente. 19No entanto,
ainda 20pensam que o jornal é feito para que seja lido por alguns
velhos senhores 21– já que os jovens não 22leem – que ainda não
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO usam a Internet. Teria que se fazer um jornal que não se torne ape-
nas a crítica da realidade cotidiana, mas também a crítica da rea-
O filósofo e romancista Umberto Eco concedeu uma entrevista ao lidade virtual. Esse é um futuro possível para um bom jornalismo.
Jornal El País em março de 2015, pouco menos de um ano antes
(EL PAÍS. Caderno cultura. 30 de março de 2015.
de sua morte. Na ocasião, o escritor falou sobre o conteúdo de Disponível em http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/26/
seu último romance, Número Zero, uma ficção sobre o jornalismo cultura/1427393303_512601.html. Acesso em 10 abr. 2016)
inspirada na realidade e sobre as relações da temática da obra com
a atualidade: o papel da imprensa, a Internet e a sociedade. 1. (Upf) Em relação ao uso dos pronomes no texto, é
correto afirmar que:
Pergunta: Agora a realidade e a fantasia têm um terceiro aliado,
a Internet, que mudou por completo o jornalismo. a) “suas” (ref. 11) retoma “dias” (ref. 10).
b) “eu” (ref. 15) é a única marca de subjetividade do texto.
Resposta: A Internet pode ter tomado o lugar do mau jornalismo...
c) “você” (ref. 1 e ref. 3) é uma referência direta ao
Se 1você sabe que está lendo um jornal como EL PAÍS, La Repubblica,
entrevistador.
Il Corriere della Sera…, pode pensar que existe um certo controle da
notícia e confia. 2Por outro lado, se 3você lê um jornal como aqueles d) “eles” (ref. 16) retoma “jornais” (ref. 14).
vespertinos ingleses, sensacionalistas, não confia. Com a Internet e) “te” (ref. 8) pode ampliar a referência para além
acontece o contrário4: confia em tudo porque não sabe diferenciar do interlocutor.
a fonte credenciada da disparatada. Basta pensar no sucesso que TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
faz na Internet qualquer página web que fale de complôs 5ou que
6
invente histórias absurdas: tem um acompanhamento incrível, de O milagre das folhas
internautas e de pessoas importantes que as levam a sério. 1
Não, nunca me acontecem milagres. Ouço falar, e às vezes 2isso
Pergunta: Atualmente é difícil pensar no mundo do jornalismo me basta como esperança. Mas também me revolta: por que
que era protagonizado, aqui na Itália, por pessoas como Piero não a mim? Por que só de ouvir falar? 3Pois já cheguei a ouvir
Ottone e Indro Montanelli… conversas assim, sobre milagres: “Avisou-me que, ao ser dita de-
terminada palavra, um objeto de estimação se quebraria”. 4Meus
Resposta: Mas a crise do jornalismo no mundo começou nos
objetos se quebram banalmente e pelas mãos das empregadas.
anos 1950 e 1960, bem quando chegou a televisão, antes que
eles 7desaparecessem! Até então o jornal 8te contava o que 5
Até que fui obrigada a chegar à conclusão de que sou 6daqueles
VOLUME 2
acontecia na tarde anterior, por isso muitos eram chamados que rolam pedras durante séculos, e não 7daqueles para os quais
jornais da tarde: Corriere della Sera, Le Soir, La Tarde, Evening os seixos já vêm prontos, polidos e brancos. Bem que tenho vi-
Standard… Desde a invenção da televisão9, o jornal te diz pela sões fugitivas antes de adormecer – seria milagre? Mas já me foi
manhã o que você já sabe. E agora é a mesma coisa. O que um tranquilamente explicado que isso até nome tem: cidetismo (sic),
jornal deve fazer? capacidade de projetar no alucinatório as imagens inconscientes.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Esse é o desafio atual da Internet. Se não for garantida a neu-
tralidade da rede - isto é, o direito de qualquer site ou pessoa de
A Internet e a neutralidade da rede ter acesso à rede, sem privilégios - em breve o grande sonho li-
bertário da Internet terá o mesmo destino do telefone e do rádio.
A Internet vista, unanimemente, como o território livre, a tecno-
logia libertadora que, em muitos países, permitiu o florescimento Luís Nassif. Coluna Econômica. 07/09/2013.
da cidadania, a ampliação das oportunidades de educação, o
3. (Uece) Considere os dois enunciados do último pará-
ambiente para novas empresas e novos empreendedores, para
grafo e atente ao que se diz sobre eles.
o trabalho colaborativo em rede.
I. O pronome “esse”, pelos ensinamentos da gramática
Graças a seu ambiente libertário, internacionalmente ajudou a normativa, aponta para o que vem antes dele (enquan-
derrubar ditaduras e monopólios de mídia, o controle da infor- to o “este” aponta para o que vem depois). No primeiro
mação, tanto por governos como por cartéis. enunciado do último parágrafo – “Esse é o desafio atu-
1
No entanto, não se considere um modelo consolidado. Em al da internet”, no entanto, o que deveria ter sido dito
outros momentos da história surgiram novas tecnologias, pro- antes não foi explicitado linguisticamente.
movendo rupturas, abrindo espaço para a democratização e, no II. Por inferência o leitor fica sabendo qual é o desafio da
momento seguinte, quedaram dominadas por novos cartéis e Internet: conservar-se como um território livre e neutro.
monopólios que se formaram.
III. “em breve o grande sonho libertário da Internet terá
VOLUME 2
2
Foi assim com o início da telefonia. Enquanto a Bell Co se con- o mesmo destino do telefone e do rádio.” Esse destino
solidava, como grande companhia nacional, surgiram inúmeras consiste em ser a Internet dominada por cartéis (acor-
experiências locais, como a Mesa Telephone, para localidades ru- dos comerciais entre empresas com a finalidade de de-
rais norte-americanas, de tecnologia rudimentar porém útil para terminar os preços e limitar a concorrência) e, portanto,
ligar comunidades agrícolas. passar a ser um espaço privilegiado de liberdade.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 4. (G1 - col. naval 2015) Em “Ela começa com os pró-
prios pais, que não podem simplesmente terceirizar
Leia o texto e responda à(s) quest(ões) a seguir. essa responsabilidade.” (4º §), o emprego do pronome
destacado está de acordo com a modalidade padrão da
Quando se pergunta à população brasileira, em uma pesquisa de
língua. Em que opção tal fato também ocorre?
opinião, qual seria o problema fundamental do Brasil, a maioria
indica a precariedade da educação. Os entrevistados costumam a) A discussão sobre a precariedade da educação é
apontar que o sistema educacional brasileiro não é capaz de prepa- extremamente proveitosa, mas isto não deve ficar
rar os jovens para a compreensão de textos simples, elaboração de apenas na teoria.
cálculos aritméticos de operações básicas, conhecimento elementar b) Pais e educadores precisam estar juntos no proces-
de física e química, e outros fornecidos pelas escolas fundamentais. so educativo. Esses, orientando as crianças em sala de
[...] aula e aqueles, em casa.
c) A população que deseja melhores serviços das au-
Certa vez, participava de uma reunião de pais e professores em toridades precisa estar atenta a isto: uma boa educa-
uma escola privada brasileira de destaque e notei que muitos ção é fundamental.
pais expressavam o desejo de ter bons professores, salas de
d) Esse relatório que está em minhas mãos é essen-
aula com poucos alunos, mas não se sentiam responsáveis para
cial para a compreensão do que pode ser feito para
participarem ativamente das atividades educacionais, inclusive
melhor a educação no Brasil.
custeando os seus serviços. Se os pais não conseguiam enten-
der que esta aritmética não fecha e que a sua aspiração estaria e) Várias mudanças foram sugeridas para melhorar a edu-
no campo do milagre, parece difícil que consigam transmitir cação, durante o congresso, no ano passado. Este foi um
aos seus filhos o mínimo de educação. período bastante proveitoso.
Para eles, a educação dos filhos não se baseia no aprendizado TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
dos exemplos dados pelos pais.
Que esta educação seja prioritária e ajude a resolver outros
problemas de uma sociedade como a brasileira parece lógico.
No entanto, não se pode pensar que a sua deficiência depende
somente das autoridades. Ela começa com os próprios pais, que
não podem simplesmente terceirizar essa responsabilidade.
Para que haja uma mudança neste quadro é preciso que a so-
ciedade como um todo esteja convencida de que todos precisam
contribuir para tanto, inclusive elegendo representantes que parti-
lhem desta convicção e não estejam pensando somente nos seus Quantas pessoas em sua casa não economizam porque pensam
benefícios pessoais. que o que elas gastam não é suficiente para acabar com a água
do mundo? Agora multiplique pelo número de casas da sua rua,
Sobre a educação formal, aquela que pode ser conseguida nos
muitos cursos que estão se tornando disponíveis no Brasil, no- seu bairro, sua cidade, seu país, do mundo todo, pensando da
ta-se que muitos estão se convencendo de que eles ajudam na mesma maneira.
sua ascensão social, mesmo sendo precários. O número daqueles (Disponível em: http://biaquario.wordpress.
que trabalham para obter o seu sustento e para ajudar a família, com/2010/04/01/hello-world)
pelo processo de derivação imprópria e, no contexto, tituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém,
apresenta-se como interjeição. que se preparam para algo mais que matar a fome.
d) Se substituirmos o pronome “nós”, no sexto Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discre-
quadrinho, por “as crianças”, o verbo poderá ser flex- tamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás
ionado na primeira pessoa do plural. na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma.
cemos em tomar parte na homenagem que a revista Klaxon Saiu, foi à venda e consultou o jornal. Havia muitos videntes,
prestou a Graça Aranha, editando um número a este dedicado. espíritas, teósofos anunciados; mas simpatizou com uma carto-
Minha recusa não implicava nenhuma quebra da admiração e mante, cujo anúncio dizia assim: “Madame Dadá, sonâmbula,
estima que sempre votei ao autor de Canaã. Pareceu-me, porém, extralúcida, deita as cartas e desfaz toda espécie de feitiçaria,
que a homenagem iria dar a Graça Aranha, pelo menos aos olhos principalmente a africana. Rua etc.”.
siderou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o época em que vivemos com o acompanhamento dos alarmes de
povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro". carro. Os alarmes de carro são a trilha sonora do nosso tempo8:
o som da paranoia justificada.
Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero po-
pulismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com ou- O alarme é o grito da nossa propriedade de que alguém está
tras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de car- querendo tirá-la de nós. É o som 15mais desesperado que um ser
ro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse. humano pode produzir – a palavra “socorro!” –, mecanizado,
padronizado e a todo volume. É 10“socorro!” acrescentado ao
Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lú-
cia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o vocabulário das coisas, como a buzina, a campainha, a música de
STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. elevador, o 11“ping” que 22avisa que o assado está pronto e todos
"Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta os “pings” do computador. Também é um som típico porque ten-
Folha no ano passado. ta compensar a carência mais típica 3da época9, a de segurança.
7
Os carros pedem socorro porque a sua defesa natural 12– polícia
É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma por perto, boas fechaduras ou respeito de todo o mundo pelo
das principais bandeiras da agenda corporativista de seu ante- que é dos outros – não funciona 16mais. 17Só 6lhes resta gritar.
cessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial
para os ministros do Supremo. Também é o som da época porque é o som da intimidação. Sua
função principal é espantar e substituir todas as outras formas
Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se
de dissuasão pelo simples terror do barulho. O som da época em
que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens ofi-
que 1os decibéis substituíram a razão.
ciais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões
do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Con- Como os ouvidos são13, de todos os canais dos sentidos, os mais
selho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski. difíceis de proteger, foram os escolhidos pela insensibilidade mo-
Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra susci- derna para atacar nosso cérebro e apressar nossa imbecilização.
ta altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo Pois são tempos literalmente do barulho.
do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de O alarme contra roubo de carro também é próprio da época por-
dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada que, 18frequentemente, não funciona. 14Ou funciona quando não
pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988. deve. 23Ouvem-se tantos alarmes a qualquer hora do dia ou da
Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, noite porque, 19talvez influenciados pela paranoia generalizada,
antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas eles disparam sozinhos. 24Basta alguém se aproximar do carro
contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem com uma cara suspeita e eles começam a berrar.
o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e
Decididamente, o som 4do nosso tempo.
20
VOLUME 2
ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no ranking do ** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pes-
IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante quisadora do Instituto Avante Brasil.
Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo, lá
o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.
com.br/noruega-como-modelo-de-reabilitacao-de-
seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes; é criminosos/. Acessado em 17 de março de 2017.
uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma pri-
são em Bastoy, chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é 3. (Espcex (Aman) 2018) Assinale a opção que contém
de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e traficantes um pronome relativo:
que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reinci-
a) O que esperar de um sistema desses?
dência e o Reino Unido, 50%. A média europeia é 50%.
b) O sistema nada oferece para que tal situação real-
A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter mente aconteça.
seu sistema penal pautado na reabilitação e não na punição por c) Uma cultura sinistra, mas que diverte muitas pessoas.
vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não
d) A pena será prorrogada até que a reintegração dos
é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer criminoso
presos seja comprovada.
poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do
país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar estar totalmente e) Dessa forma, o detento deve provar que pode ter o
reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais direito de exercer sua liberdade.
5 anos, até que sua reintegração seja comprovada.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
O presídio é um prédio, em meio a uma floresta, decorado com
grafites e quadros nos corredores, e no qual as celas não pos-
VOLUME 2
to Domodedovo, de Moscou, e um de uma bomba que explodiu b) [...] que se especializam [...] (ref. 2)
numa estação de metrô de Minsk, capital da Belarus. c) [...] que parte do problema [...] (ref. 3)
As imagens distorcidas dos clipes do circuito fechado de televi- d) [...] que publique em plataformas [...] (ref. 4)
são foram convertidas de cor em preto e branco, horizontalmente e) [...] que são atingidas por uma organização jor-
invertidas, novamente etiquetadas e postadas como se tivessem nalística. (ref. 5)
outros estados, países, tudo isso partindo de uma perspectiva pesquisa, mais demil adolescentes (12 a 18 anos) poderão ser
otimista. Nesta idade surgem novas responsabilidades: o voto é vítimas de homicídio nos municípios com mais demil habitantes
facultativo e, com a permissão dos pais, pode ser emancipado. entre 2013 e 2019. Os jovens negros são as vítimas mais recor-
Mas ainda é uma fase de experimentação, de descobertas, de rentes. Ou seja, a principal vítima da violência, principalmente a
“primeiras vezes”. violência letal é a juventude.
possibilidades de crescimento a que os jovens têm ou deveriam ter E os telhados são folhas de zinco.
acesso. Reivindicar o direito de puni-los como adultos é ceifar direi- E podem cair a qualquer vento
tos e oportunidades e diminuir o tempo da fase mais importante E matar a mulher que mora dentro
da formação humana A nossa juventude merece mais, muito mais! E matar a criança, que está dentro
http://of.org.br/noticias-analises/a-juventude-merece-mais/. Adaptado. Da mulher que mora nessa casa.
de Aragão e de suas extraordinárias aventuras. mais próximos, nas ruas de canto, no escondido beco das Três
3
“A verdade está no fundo de um poço”, li certa vez, não me lem- Borboletas onde se abriga, na discreta meia-sombra de uma
bro mais se num livro ou num artigo de jornal. Em todo caso, em casinha entre árvores, 16a formosa e risonha mulata Dondoca,
letra de forma, e como duvidar de afirmação impressa? Eu, pelo cujos pais procuraram o meritíssimo quando Zé Canjiquinha
menos, não costumo discutir, muito menos negar, a literatura e o desapareceu da circulação, viajando para o sul.
jornalismo. E, como se isso não bastasse, 7várias pessoas gradas Passara Dondoca nos peitos, na frase pitoresca do velho Pedro Tor-
repetiram-me a frase, não deixando sequer margem para um erro resmo, pai aflito, e largara a menina ali, sem honra e sem dinheiro:
de revisão a retirar a verdade do poço, a situá-la em melhor abrigo:
– 22No miserê, doutor juiz, no miserê...
paço (“a verdade está no paço real”) ou colo (“a verdade se es-
conde no colo das mulheres belas”), polo (“a verdade fugiu para o O juiz deitou discurso moral, coisa digna de ouvir-se, prometeu
Polo Norte”) ou povo (“a verdade está com o povo”). Frases, todas providências. E, à vista do tocante quadro da vítima a sorrir
elas, parece-me, menos grosseiras, mais elegantes, sem deixar essa entre lágrimas, afrouxou um dinheirinho, pois, sob o peito duro
obscura sensação de abandono e frio inerente à palavra “poço”. da camisa engomada do magistrado, pulsa, por mais difícil que
seja acreditar-se, pulsa um bondoso coração. Prometeu expedir
O meritíssimo dr. Siqueira, juiz aposentado, respeitável e probo ci- ordem de busca e apreensão do “sórdido dom-juan”, esque-
dadão, de lustrosa e erudita careca, explicou-me tratar-se de um cendo-se, no entusiasmo pela causa da virtude ofendida, de
lugar-comum, ou seja, coisa tão clara e sabida a ponto de trans- sua condição de aposentado, sem promotor nem delegado às
formar-se num provérbio, num dito de todo mundo. 19Com sua voz ordens. Interessaria no caso, igualmente, seus amigos da cida-
grave, de inapelável sentença, acrescentou curioso detalhe: 4não só de. O “conquistador barato” teria a paga merecida...
a verdade está no fundo de um poço, mas lá se encontra inteira-
mente nua, 8sem nenhum véu a cobrir-lhe o corpo, sequer as partes E foi ele próprio, tão cônscio é o dr. Siqueira de suas responsabili-
vergonhosas. No fundo do poço e nua. dades de juiz (embora aposentado), dar notícias das providências
à família ofendida e pobre, na moradia distante. Dormia Pedro Tor-
2
O dr. Alberto Siqueira é o cimo, o ponto culminante da cultura resmo, curando a cachaça da véspera; 12labutava no quintal, lavan-
nesse subúrbio de Periperi onde habitamos. 11É ele quem pro- do roupa, a magra Eufrásia, mãe da vítima, e a própria cuidava do
nuncia o discurso do Dois de Julho na pequena praça e o de Sete fogão. 13Desabrochou um sorriso nos lábios carnudos de Dondoca,
de Setembro no grupo escolar, sem falar noutras datas menores tímido mas expressivo, o juiz fitou-a austero, tomou-lhe da mão:
e em brindes de aniversário e batizado. 14Ao juiz devo muito do
– Venho pra repreendê-la...
pouco que sei, a essas conversas noturnas no passeio de sua
casa; devo-lhe respeito e gratidão. Quando ele, com a voz solene – Eu não queria. Foi ele... – choramingou a formosa.
e o gesto preciso, esclarece-me uma dúvida, 10naquele momen- – Muito malfeito – segurava-lhe o braço de carne rija.
to tudo parece-me claro e fácil, nenhuma objeção me assalta.
Depois que o deixo, porém, e ponho-me a pensar no assunto, Desfez-se ela em lágrimas arrependidas e o juiz, para melhor re-
vão-se a facilidade e a evidência, como, por exemplo, nesse caso preendê-la e aconselhá-la, sentou-a no colo, acariciou-lhe as faces,
da verdade. 20Volta tudo a ser obscuro e difícil, busco recordar as beliscou-lhe os braços. Admirável quadro: a severidade implacável
explicações do meritíssimo e não consigo. Uma trapalhada. Mas, do magistrado temperada pela bondade compreensiva do homem.
VOLUME 2
como duvidar da palavra de homem de tanto saber, as estantes Escondeu Dondoca o rosto envergonhado no ombro confortador,
seus lábios faziam cócegas inocentes no pescoço ilustre.
entulhadas de livros, códigos e tratados? No entanto, por mais
que ele me explique tratar-se apenas de um provérbio popular, Zé Canjiquinha nunca foi encontrado, em compensação Dondo-
muitas vezes encontro-me a pensar nesse poço, certamente pro- ca ficou, desde aquela bem-sucedida visita sob a proteção da
fundo e escuro, onde foi a verdade esconder sua nudez, deixan- justiça, anda hoje nos trinques, ganhou a casinha no beco das
secavam ao sol, sob o pé-de-turco, e 5não encontrou motivo para quanto os americanos. 17Numa sociedade de brinquedos caros,
repreendê-los. Pensou de novo na cama de varas e mentalmen- quanto mais luzes e sirenas mais divertido, mas o espalhafato tam-
te xingou Fabiano. Dormiam naquilo, tinha-se acostumado, mas bém parece criar uma necessidade infantil de catástrofes cada vez
sena mais agradável dormirem numa cama de lastro de couro, maiores. 18O caminho natural do apetite sem restrições é para o
como outras pessoas. caldeirão de pipocas, para a Mega Coke e para a chacina. Existe
não trocam de cor. 1O camaleão muda a cor de sua pele, mas não rio, eles pensam que estou louca', pensara Catarina franzindo as
deixa de ser o camaleão de antes. É tanto que, passado o perigo, sobrancelhas. 'Quem casa um filho perde um filho, quem casa
volta à sua cor natural. A mudança é apenas aparente, é apenas uma filha ganha mais um', acrescentara a mãe [...]."
estratégia de defesa. Acho que o camaleão está mesmo em moda (LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. 12ª ed. Rio
hoje! Infelizmente, essa tática do camaleão nos contaminou. de Janeiro: José Olympio, 1982. p. 109-111.)
"Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele 1 Que adianta ao negro ficar olhando para as bandas do Man-
estado, com a família morrendo de fome, comendo raízes. Caíra gue ou para os lados da Central?
no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da
casa deserta. ELE, a mulher e os filhos tinham-se habituado à ca- 2 Madureira é longe e a amada só pela madrugada entrará na
marinha escura, pareciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos praça, à frente do seu cordão.
passados esmorecera(...). 3 Todos percebem que ele está desassossegado, que uma paixão
– Fabiano, VOCÊ é um homem, exclamou em voz alta. o está queimando por dentro.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam 4 Sua agonia vem da certeza de que é impossível que alguém
admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era um ho-
possa olhar para Rosinha sem se apaixonar. E nem de longe ad-
mem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros.
mite que ela queira repartir o amor.
(...) Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, ALGUÉM
tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando: 5 A praça transbordava. (...) Só depois que Rosinha chegasse
– Você é um bicho, Fabiano. começaria o Carnaval.(...)
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho capaz 6 A praça inteira está cantando, tremendo. O corpo de Rosinha
de vencer dificuldades". não tardaria a boiar sobre ela como uma pétala.(...)
9. (Fei) Observe as palavras em destaque no texto: "ele", 7 Acima das vagas humanas os estandartes palpitam como velas.(...)
"você" e "alguém". Assinale a alternativa que analise
8 Dezenas de estandartes pareciam falar, transmitiam mensa-
corretamente sua classe morfológica:
gens ardentes, sacudiam-se, giravam, paravam, desfalecendo,
a) pronome pessoal do caso oblíquo - pronome de- reclinavam-se para beijar, fugiam...(...)
monstrativo - pronome relativo
9 Se quiser agora sair daquele lugar, já não poderá mais, se sente
b) pronome pessoal do caso oblíquo - pronome pos-
sessivo - pronome demonstrativo pregado ali. O gemido cavernoso de uma cuíca próxima ressoa-lhe
fundo no coração. - Cuíca de meu agouro, vai roncar no inferno...(...)
c) pronome demonstrativo - pronome de tratamento
VOLUME 2
- pronome pessoal do caso reto 10 E está sofrendo o preto. Os felizes estão-se divertindo. Era pre-
d) pronome pessoal do caso reto - pronome demon- ferível ser como os outros, qualquer dos outros a quem a morena
strativo - pronome relativo poderá pertencer ainda, do que ser alguém como ele, de quem ela
e) pronome pessoal do caso reto - pronome de trata- pode escapar. Uma rapariga como Rosinha, a felicidade de tê-la,
mento - pronome indefinido por maior que seja, não é tão grande como o medo de perdê-la.(...)
a) Todas as lacunas podem ser preenchidas com o 4. (G1 - ifpe) Releia o texto e observe as palavras nu-
pronome relativo CUJO (A). meradas em destaque. Assinale a alternativa que apon-
b) III e IV podem ser preenchidas com o pronome re- ta corretamente as relações coesivas estabelecidas por
lativo CUJO (A). esses termos.
c) Todas as lacunas podem ser preenchidas com o a) Em (I), o pronome demonstrativo “isso” retoma a
VOLUME 2
2
CADERNO
DE E.O.
LITERATURA
LC GREGÓRIO DE MATOS E
PADRE ANTONIO VIEIRA
AULAS
9 E 10 COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
5 15,16 e 17
E.O. Aprendizagem São o pão cotidiano dos grandes; e assim como o pão se
come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos
os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício
1. (IFSP) O culto exagerado da forma, o rebuscamento, em que os não carreguem, em que os não multem, em
a riqueza de pormenores, o conflito entre o profano e o que os não defraudem, em que os não comam, traguem
sagrado são características: e devorem (...)”
a) do Renascimento. d) do Barroco. No trecho, observa-se que Vieira:
b) da Ilustração. e) do Simbolismo.
I. constrói a argumentação por meio da analogia, o que
c) do Realismo.
constitui um traço característico da prosa vieiriana.
2. (FGV) Foi um movimento literário do século XVII, nas- II. finaliza com uma gradação crescente a fim de dar ên-
cido da crise de valores renascentistas. Caracteriza-se fase à voracidade da exploração sofrida pelos pequenos.
na literatura pelo culto dos contrastes, a preocupação III. afirma, ao estabelecer uma comparação entre os
com o pormenor e a sobrecarga de figuras como a me- humildes e o pão, alimento de consumo diário, que a
táfora, as antíteses, hipérboles e alegorias. Essa lingua- exploração dos pequenos é aceitável porque cotidiana.
gem conflituosa reflete a consciência dos estados con-
Está(ão) correta(s):
traditórios da condição humana. Trata-se do:
a) Romantismo. d) Realismo. a) apenas I. d) apenas II e III.
b) Trovadorismo. e) Barroco. b) apenas I e II. e) I, II e III.
c) Humanismo. c) apenas III.
3. (UFRGS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) a 5. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche adequa-
afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do bar- damente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que
roco brasileiro. aparecem.
( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do
valores transcendentais e os valores mundanos, exem- _______, movimento em que o homem é conduzido
plificando as tensões do seu tempo. pela _______ e que tem, entre suas características, o
( ) Os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma _______, com seus jogos de palavras, de imagens e de
construção de imagens desdobradas em numerosos construção, e o _______, o uso de silogismo, processo
exemplos que visam a enfatizar o conteúdo da pregação. racional de demonstrar uma asserção.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas a) Gongorismo – exaltação vital – Cultismo – preciosismo
e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióti- b) Conceptismo – fé – preciosismo – Gongorismo
cos expressos em linguagem barroca. c) Barroco – depressão vital – Conceptismo –Cultismo
( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom d) Conceptismo – depressão vital – Gongorismo – pre-
dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da ciosismo
alma barroca no Brasil. e) Barroco – fé – Cultismo – Conceptismo
( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos 6. Leia o trecho de um sermão, do Padre Antônio Vieira:
para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia.
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um
de cima para baixo, é: estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda
a) V – F – F – F – F. d) F – F – V – V – V. parte e a toda a natureza? O estilo há de ser muito
b) V – V – V – V – F. e) F – F – F – V – V. fácil e muito natural. Compara Cristo o pregar e o se-
c) V – V – F – V – F. mear, porque o semear é uma arte que tem mais de
VOLUME 2
a) enfatizou a produção poética satírica em detrimen- 10. (ITA) Leia o texto abaixo e as afirmações que se seguem:
to da religiosa.
Que falta nesta cidade? Verdade.
b) pautou sua vida pelo respeito às normas e costu-
Que mais por sua desonra? Honra.
mes sociais e estéticos.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
c) criticou membros do clero e do poder político e O demo a viver se exponha,
exaltou índios e mulatos.
d) apropriou-se de formas e temas do barroco euro- Por mais que a fama a exalta,
peu, adequando-os ao contexto local. Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
8. (UFRGS) Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos.
MATOS, G. de. Os melhores poemas de Gregório de
Matos Guerra. Rio de Janeiro: Record, 1990.
Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino, e tão lento, I. Mantém uma estrutura formal e rítmica regular.
Que fazendo disfarce do tormento, II. Enfatiza as ideias opostas.
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto. III. Emprega a ordem direta.
O mal, que fora encubro, ou me desminto, IV. Refere-se à cidade de São Paulo.
Dentro no coração é que o sustento: V. Emprega a gradação.
Com que, para penar é sentimento, Então, pode-se dizer que são verdadeiras:
Para não se entender, é labirinto.
a) apenas I, II, IV. d) apenas I, IV, V.
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros; b) apenas I, II, V. e) todas.
Da tempestade é o estrondo efeito: c) apenas I, III, V
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.
Mas oh do meu segredo alto conceito!
Pois não chegam a vir à boca os tiros E.O. Fixação
Dos combates que vão dentro no peito.
1. (UEPA)
Considere as seguintes afirmações.
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia:
I. O poema é um exemplo da poesia satírica de Gregó- Depois da luz se segue a noite escura,
rio de Matos, a qual lhe valeu a alcunha de “Boca do Em tristes sombras morre a formosura,
Inferno”, por escarnecer de pessoas, situações e cos- Em contínuas tristezas a alegria.
tumes de seu tempo.
Gregório de Matos Guerra
II. Na segunda estrofe, o poema expressa a oposição en-
tre essência e aparência, sustentando que o sofrimento Assinale a alternativa que contém uma característica da
é ocultado aos olhos do mundo. comunicação poética, típica do estilo Barroco, existente
no quarteto acima.
III. Segundo as duas últimas estrofes do poema, a opção
pelo silêncio com relação à dor e às angústias internas a) Reflexão sobre o caráter humano da divindade.
contrapõe-se aos ruídos da natureza. b) Associação da natureza com a permanência da re-
alidade espiritual.
Quais estão corretas?
c) Presença da irreverência satírica do poeta com
a) Apenas I. base no paradoxo.
VOLUME 2
E.O. Dissertativo
(Padre Vieira, Sermão da Sexagésima)
Pode-se dizer que os sermões de Vieira revestem-se de
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES um jogo intelectual no qual se vê o prazer estético do
autor para pregar a palavra de Deus, por meio de uma
Tinham eles (os holandeses) saído na ilha de Itaparica, linguagem altamente elaborada.
fronteira à Bahia, e aqui, levados de furor herético, de- Explique que comparação conduz o fio argumentativo
ram muitos golpes numa cruz que à porta de uma er- do Padre Vieira neste trecho.
mida estava arvorada. Tornando poucos dias depois, os
nossos, como era costume, os esperaram, e, encontran- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
do com eles ao saltar em terra, a cruz, que antes esten- AO 1VALIMENTO QUE TEM O MENTIR
dia os braços de leste a oeste, se foi torcendo do meio
para cima, ficando o pé imóvel, até que os braços se Mau ofício é mentir, mas proveitoso...
puseram de norte a sul, abertos para os que pelejavam. Tanta mentira, tanta utilidade
(Padre Vieira, Cartas do Brasil, p. 91.) Traz consigo o mentir nesta cidade
Como o diz o mais triste mentiroso.
O trecho apresentado faz parte de uma carta que o Pa-
dre Vieira escreveu para seu superior em Lisboa, quan- Eu, como um ignorante e um baboso,
do estava no Brasil, durante a primeira invasão holan- Me pus a verdadeiro, por vaidade;
Todo o meu 2cabedal meti em verdade
desa ocorrida na Bahia em 1624.
E saí do negócio 3perdidoso.
1. Como Vieira caracteriza os holandeses?
Perdi o principal, que eram verdades,
2. Qual a visão de mundo de Vieira, naquele contexto Perdi os interesses de estimar-me,
histórico, em relação à providência divina na luta entre Perdi-me a mim em tanta 4soledade;
o invasor e as pessoas da terra? Responda utilizando
Deram os meus amigos em deixar-me,
VOLUME 2
Alerta, alerta, pois, que o vento berra. 9. Explique quais são as diferenças entre as modalida-
Se assopra a vaidade e incha o pano, des barrocas do cultismo e do conceptismo.
Na proa a terra tens, amaina e ferra.
Todo o lenho mortal, baixel humano, E.O. Objetivas
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
Se busca a salvação, tome hoje terra,
Que a terra de hoje é porto soberano.
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos.
São Paulo: Cultrix, 1997. p.309. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS TRÊS QUESTÕES
Gregório de Matos expressou em sua obra toda a ten- Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos pei-
são do século XVII, ao abordar os temas predominantes xes” de Antônio Vieira (1608-1697) para responder
do Barroco. Identifique no poema elementos que ates- à(s) quest(ões).
tam o comprometimento do poeta com o respectivo
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é
momento literário.
que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este,
mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis
TEXTO PARA AS QUESTÕES 7 E 8
uns aos outros, senão que os grandes comem os peque-
MULHER AO ESPELHO nos. [...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para
encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos
Hoje, que seja esta ou aquela, peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão
pouco me importa. feio e abominável é, quero que o vejais nos homens.
Quero apenas parecer bela, Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso
pois, seja qual for, estou morta. o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para
o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis
Já fui loura, já fui morena,
de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos
já fui Margarida e Beatriz.
outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se
Já fui Maria e Madalena.
comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes
Só não pude ser como quis.
todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e
Que mal faz, esta cor fingida cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas,
do meu cabelo, e do meu rosto, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego?
se tudo é tinta: o mundo, a vida, Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como
hão de comer, e como se hão de comer.
VOLUME 2
o contentamento, o desgosto?
1. (Unesp) Em sua crônica, Carlos Heitor Cony apresen- da Igreja, por isso a providência divina agiria em favor de brasilei-
ta, com fino humor, um antigo colega e poeta, um tipo ros e portugueses. No texto, a ação da providência se mostra no
bastante curioso, dado a cultivar sonetos. O cronista, milagre que se opera na cruz: agredida pelos holandeses (“deram
muitos golpes numa cruz”), ela se move sozinha (“a cruz [...] se foi
num processo de reminiscência, aborda a personali-
torcendo do meio para cima, ficando o pé imóvel”).
E.O. Objetivas
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
1. C 2. E 3. B 4. B 5. C
6. D 7. A
E.O. Dissertativas
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
1.
a) O cronista, ao mencionar barroco, resgata a ideia do
rebuscamento da forma em detrimento do conteúdo.
VOLUME 2
AULAS
11 E 12 COMPETÊNCIA(s) HABILIDADE(s)
5 15,16 e 17
E.O. Fixação
c) V – F – V
um pré-romântico;
no passado vivido em ambiente urbano.
d) como abriu mão totalmente dos valores neoclássi-
cos, desprezou o apuro formal, o bucolismo e a pos- II. Na sexta estrofe do poema, há o registro da “porfia”,
tura pastoril; ou seja, da disputa obstinada efetivada por meio de pa-
e) o subjetivismo, a confidência de sua vida interior, a lavras, de dois pastores: Dirceu (Tomás Antônio Gonza-
confissão foram elementos frequentes em sua obra lírica. ga) e Glauceste (Cláudio Manuel da Costa).
E.O. Dissertativo
com lágrimas dos pobres, nunca serve
de glória ao seu autor, mas sim de opróbrio.
(GONZAGA, Tomás Antônio. "Cartas chilenas". In: COSTA, Cláudio
M. da; GONZAGA, Tomás A.; PEIXOTO, Alvarenga. "A poesia TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES
dos inconfidentes". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 196. p. 814.)
Todas as alternativas abaixo apresentam características As questões seguintes tomam por base um soneto do
desse estilo literário, presente nos versos acima citados, poeta neoclássico português Bocage (Manuel Maria
EXCETO: Barbosa du Bocage, 1765-1805) e diálogos de uma se-
quência do filme Bye Bye Brasil (1979), escrito e dirigi-
a) Valorização do ideal da vida simples e tranquila.
do pelo cineasta brasileiro Carlos Diegues.
b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poé-
tico com um interlocutor.
CONVITE A MARÍLIA
c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e Já se afastou de nós o Inverno agreste
sátira. Envolto nos seus úmidos vapores;
e) Caracterização do poeta como um pintor de situações A fértil primavera, a mãe das flores
e não de emoções. O prado ameno de boninas veste:
4. (ESPM) Em todas as alternativas a seguir, há versos Varrendo os ares o sutil nordeste
característicos do Arcadismo, exceto em: Os torna azuis; as aves de mil cores
a) Eu vi o meu semblante numa fonte: Adejam entre Zéfiros e Amores,
Dos anos inda não está cortado; E toma o fresco Tejo a cor celeste:
Os Pastores, que habitam este monte, Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Respeitam o poder do meu cajado; Destes alegres campos a beleza,
b) Ah! enquanto os Destinos impiedosos Destas copadas árvores o abrigo:
Não voltam contra nós a face irada,
Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Façamos, sim façamos, doce amada,
Quanto me agrada mais estar contigo
Os nossos breves dias mais ditosos;
Notando as perfeições da Natureza!
c) Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora. BOCAGE. Obras de Bocage. Porto: Lello & Irmão, 1968, p. 142.)
Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,
BYE BYE BRASIL
Para glória de Amor igual tesouro;
d) Se estou, Marília, contigo, MULHER NORDESTINA: – Meu santo, minha família foi
Não tenho um leve cuidado; embora, meu santo. Filho, nora, neto..., fiquei só com o
Nem me lembra se são horas meu velho que morreu na semana passada. Agora, que-
De levar à fonte o gado; ro ver o meu povo. Meu santo, me diga, onde é que eles
VOLUME 2
E.O. Objetivas
ao desenvolvimento da cultura urbana, que, opondo as
linhas artificiais da cidade à paisagem natural, transfor-
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES Os Zéfiros brincar por entre flores?
venção arcádica do locus amoenus (“lugar aprazível”). saltos, sem paixões ou desejos. Regressar à Natureza,
a) “Olha, Marília, as flautas dos pastores fundir-se nela, contemplar-lhe a quietude permanente,
buscar as verdades que lhe são imanentes – em suma,
Que bem que soam, como estão cadentes!
perseguir a naturalidade como filosofia de vida.
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?” (Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)
E.O. Dissertativas
confundíveis pelo estilo e atitudes.
Incapaz de assistir num só terreno, 3. (Unesp) Dois versos seguidos deste poema, contras-
mais propenso ao furor do que à ternura tados com outros doze, revelam que o poeta pode ter
bebendo em níveas mãos por taça escura duas reações diferentes e opostas ante a paisagem que
de zelos infernais letal veneno: descreve, de acordo com a ocorrência ou não de um de-
Devoto incensador de mil deidades terminado fato. Partindo deste dado, responda:
(digo, de moças mil) num só momento, a) quais os dois versos a que nos referimos?
e somente no altar amando os frades: b) o que nos revela o poeta neles?
VOLUME 2
Caladamente se queixa:
Que para formar as vozes, 7. (Fuvest) O indianismo tem uma tradição relativamen-
Teme, que o ar as perceba. te longa na Literatura Brasileira.
(In POEMAS de Cláudio Manuel da Costa. Antes de Alencar quem trouxe o índio para a literatura?
São Paulo: Cultrix, 1966, p. 156.) Cite pelo menos um autor ou uma obra.
E.O. Dissertativas
E.O. Fixação (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
1. B 2. A 3. B 4. D 5. B
1. Bocage enfatiza a descrição de traços físicos grotescos de sua
6. B 7. D 8. E 9. B 10. C figura. Juca Chaves negligencia a descrição física, procurando
destacar atributos pessoais agradáveis e atrativos.
E.O. Dissertativo 3.
VOLUME 2
VOLUME 2
dre Herculano.
As multidões te hasteiam;
Amo-te erguida no cruzeiro antigo, a) Assim como Almeida Garrett, engajou-se na luta
No adro do presbitério, pelo liberalismo em Portugal.
Ou quando o morto, impressa no ataúde, b) Pertenceu à primeira geração do Romantismo por-
Guias ao cemitério; tuguês.
turbá-las. Olha... se eu hoje te visse, qual foste, ao pé a) Eurico, o presbítero - Alexandre Herculano
de mim, anjo da minha infância, abraçava-te. Se me dis- b) As Pupilas do senhor reitor - Júlio Dinis
sesses que a tua inocência se baqueara à voragem das c) Frei Luís de Sousa - Almeida Garrett
paixões, repelia-te. Eu amo a criança de há cinco anos, e d) Amor de perdição - Camilo Castelo Branco
detesto o homem de hoje. e) Viagens na minha terra – Almeida Garret
uma onda lhe atirou aos braços. O comandante olhou fragilidade do amor entre Simão e Teresa.
para o sítio donde Mariana se atirara, e viu, enleado no e) O aproveitamento de temática amorosa nos mol-
cordame, o avental, e à flor da água, um rolo de papéis des de Romeu e Julieta, de Shakespeare, atesta o es-
que os marujos recolheram na lancha. Eram, como sa- tilo clássico de Camilo Castelo Branco.
bem, a correspondência de Teresa e Simão.
E.O. Dissertativo
Eu vou, eu vou! Breve serei contigo!
Qual tufão, que ao passar agita o pego,
1. Leia o trecho de Coração, cabeça e estômago, e res- Meu plácido existir turvou a sorte:
ponda ao que se pede. Hálito impuro de pulmões ralados
Me diz que neles se assentou a morte:
Era a terceira uma dama quarentona, que frequentava a
casa em que eu me hospedara. Tinha ela um mano, mui- (...)
to mal-encarado e vestido marcialmente, como capitão
da carta, que era. A Sra. D. Catarina bailava gentilmente, Porque escutar o trânsito das horas?
conversava com todos os pespontos de tagarela muito Alguma delas trar-me-á conforto?
lida em Eugenio Sue e conhecia todos os atalhos que Não! Esses golpes, que no bronze ferem,
conduzem à posse dum coração noviço. Declarou-se co- São pura mim como dobrar por morto.
migo e eu, urbanamente, acudi ao seu pejo, confessan- «Morto!, morto!» me clama a consciência:
do que já me tinha primeiro confessado com a eloqu- Diz-mo este respirar rouco e profundo.
ência do silêncio. Trocamos algumas cartas, e numa das Ai!, porque fremes, coração de fogo,
suas me disse ela que era proprietária de bens de raiz, Dentro de um seio corrompido e imundo?
que valiam seis contos de réis, e tinha, afora isso, uns
(Alexandre Herculano, In: “A harpa do crente”)
dez burrinhos em Cacilhas, que anualmente lhe rendiam
cento e cinquenta mil réis. Cuidou que me seduzia com Cite os movimentos literários aos quais cada autor
VOLUME 2
o suplemento dos burrinhos! Respeito muito os burros, pertence e justifique, a partir de ao menos um ele-
mas tanto não! Não respondi a este artigo. Falei-lhe do mento presente nos poemas acima, a manutenção de
meu coração, assunto sublime de mais para ser cons- algumas características de Bocage na poesia de Ale-
purcado no cadastro dos lucros provenientes do dote xandre Herculano.
quadrúpede de D. Catarina.
(Camilo Castelo Branco)
E.O. Dissertativas
3. (Unesp) “Sim, leitor benévolo, e por esta ocasião te
vou explicar como nós hoje em dia fazemos a nossa lite-
E.O. Objetivas
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
1. C 2. D
E.O. Dissertativas
(Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp)
1. A leitura teria mudado significativamente pois, provavelmen-
te, a quinta edição do romance de Camilo já estaria sendo pu-
blicada no momento em que os romances realistas começavam
a ganhar destaque. A partir dessa transformação na preferência
estética da maioria, os livros ultrarromânticos passavam a ser
vistos como cômicos e caricatos.
2.
a) Em Viagens na minha terra, Almeida Garrett cons-
tata a degradação em que se depara Portugal e tece
duras críticas a amplos setores sociais e políticos da
época ao longo de todo o texto. Assim, a metáfora das
estradas de papel ilustra a opção do autor de produzir
um texto que concretizasse a sua preocupação didáti-
ca, enquanto militante político em prol do liberalismo,
de informar e explicar ao povo, sobretudo aquele me-
nos letrado, os acontecimentos de seu tempo. As de
metal simbolizam a industrialização falhada e as de
pedra, o passado histórico de onde é possível efetu-
ar-se, através da lembrança de momentos gloriosos da
história de Portugal, o resgate dos valores que viessem
a conformar a identidade nacional.
b) Carlos, o rebelde que lutou pela causa liberal, não
conseguiu conviver com o universo feminino e acabou
por referendar a ideologia que contestava ao tornar-se
barão, o sucedâneo dos frades. Personagem instável,
dividia-se entre o chamamento do amor e a fidelidade
à causa social. Por um lado, o percurso de desencan-
tos amorosos com Júlia, Laura, Georgina, Soledade e
Joaninha e, por outro, a atração pela causa social que
se resolve na vitória do liberalismo provocam a degra-
dação moral do personagem que, contaminado pelos
VOLUME 2
c) não há uma típica narrativa romântica, pois o autor comercial e, por isso, o romance estrutura-se em qua-
fala de prostituição, que é um tema naturalista. tro partes: preço, quitação, posse, resgate.
d) não existe a presença do amor; há apenas promis- b) Aurélia Camargo, preterida por Fernando Seixas,
cuidade sexual. compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao
e) o autor focaliza o drama da prostituição na esfera do constrangimento de uma união por interesse.
indivíduo, mostrando a diferença entre o ser e o parecer.
10. (Mackenzie) “...com a morte do avô, Aurélia recebe 3. (UFRGS) Leia as afirmações abaixo sobre os romances
inesperadamente uma grande herança e torna-se muito “O Guarani” e “lracema”, de José de Alencar.
rica da noite para o dia. Movida pelo despeito, resolve I. Em “O Guarani”, tanto a casa de Mariz, representante
tentar comprar seu ex-noivo; está disposta, no entanto, dos valores lusitanos, quanto os Aimorés, que retratam
a confessar-lhe que ainda o ama e o quer, se ele mostrar o lado negativo da terra americana, são destruídos.
dignidade, recusando a proposta degradante. Ela incum- II. Em “Iracema”, a guardiã do “segredo da jurema”
be seu tutor, Lemos, de propor a Fernando, através de abandona sua tribo para seguir Martim, o homem bran-
negociações secretas, o casamento com uma rica jovem, co por quem se apaixonara.
que poderia oferecer-lhe um dote; em troca, exige que III. Em “O Guarani” e “Iracema”, as personagens indíge-
ele assine um contrato aceitando a condição de vir a co- nas - Peri e Iracema - morrem em circunstâncias trági-
nhecer a noiva apenas alguns dias antes do casamento.” cas, na certeza de que serão vingadas.
As informações anteriores referem-se a importante
obra da prosa romântica brasileira. Quais estão corretas?
Assinale a alternativa em que aparece o nome da mesma. a) Apenas I. d) Apenas II e III.
a) A Moreninha b) Apenas II. e) I, II e III.
b) Inocência c) Apenas I e II.
c) Memórias de um Sargento de Milícias 4. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre a
d) Senhora obra de José de Alencar.
e) Cinco minutos
I. Em Iracema, narram-se as aventuras e desventuras de
Martim Francisco, português, e Iracema, a indígena dos
E.O. Fixação lábios de mel, casal que simboliza a união dos dois po-
vos nas matas brasileiras inexploradas.
1. (UEL) A prosa literária adquiriu consistência com as II. Em Senhora, Aurélia herda uma fortuna que a salva da
obras desses dois grandes romancistas: o primeiro, pelo pobreza e lhe permite comprar um marido, Seixas, de quem
estilo ágil e preciso de seu único romance, que descreve já fora namorada e com quem manterá um casamento per-
VOLUME 2
lisonja, desfilaram em face de mim, roçando a seda e a cionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inven-
casimira pela baeta ou pelo algodão, misturando os per- tando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o
fumes delicados às impuras exalações, o fumo aromático conhecido autor de “O guarani” e “Iracema”, tido como
do havana às acres baforadas do cigarro de palha. o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da
ALENCAR, José de. Lucíola. São Paulo: Editora Ática, 1988, p. 12. literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e
E.O. UERJ
Transborda a vida. TAUNAY, A. Inocência.
São Paulo: Ática, 1993 (adaptado).
a) possibilidade de apresentar uma dimensão desco- 1 Escreverei minhas “Memórias”, fato mais frequente-
nhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesen- mente do que se pensa observado no mundo industrial,
volvimento e pela falta de perspectiva de renovação. artístico, científico e sobretudo no mundo político, onde
b) consciência da exploração da terra pelos coloniza- muita gente boa se faz elogiar e aplaudir em brilhantes
dores e pela classe dominante local, o que coibiu a artigos biográficos tão espontâneos, 1como os ramalhe-
Já dois anos se passaram longe da pátria. Dois anos! Di- 1. (UERJ) O primeiro parágrafo do texto de Joaquim Ma-
ria dois séculos. E durante este tempo tenho contado os nuel de Macedo antecipa que o conteúdo das “Memó-
dias e as horas pelas bagas do pranto que tenho cho- rias” será:
rado. Tenha embora Lisboa os seus mil e um atrativos, a) um brilhante artigo biográfico sobre personalida-
ó eu quero a minha terra; quero respirar o ar natal (...). des mundanas
Nada há que valha a terra natal. 1Tirai o índio do seu b) uma visão muito favorável às ações do narrador au-
ninho e apresentai-o d’improviso em Paris: será por um tobiográfico
momento fascinado diante dessas ruas, desses templos, c) uma observação sobre o mundo industrial, artísti-
desses mármores; mas depois falam-lhe ao coração as co, científico e político
lembranças da pátria, e trocará de bom grado ruas, pra- d) um ressentimento contra os perigos do memorialis-
ças, templos, mármores, pelos campos de sua terra, pela mo nos meios artísticos
sua choupana na encosta do monte, pelos murmúrios
das florestas, pelo correr dos seus rios. Arrancai a plan- 2. (UERJ) Os narradores dos textos I e II apresentam, res-
ta dos climas tropicais e plantai-a na Europa: ela tentará pectivamente, as seguintes atitudes em relação à pátria:
reverdecer, mas cedo pende e murcha, porque lhe falta a) ética – parnasiana
o ar natal, o ar que lhe dá vida e vigor. Como o índio, b) cínica – romântica
prefiro a Portugal e ao mundo inteiro, o meu Brasil, rico, c) romântica – irônica
majestoso, poético, sublime. Como a planta dos trópicos, d) parnasiana – imatura
os climas da Europa enfezam-me a existência, que sinto
E.O. UERJ
fugir no meio dos tormentos da saudade.
(ABREU, Casimiro de. Obras de Casimiro de Abreu.
Exame Discursivo
Rio de Janeiro: MEC, 1955.)
TEXTO III
LADAINHA I TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
Inocência
VOLUME 2
tava um ou outro sinal de nascença. No meio do silêncio geral e profundo sobressaía o ru-
Razões de sobra tinha, pois, o pretenso facultativo para gido monótono de uma cachoeira próxima, que ora 1es-
sentir a mão fria e um tanto incerta, e não poder atinar trugia como se estivesse a alguns passos de distância,
com o pulso de tão gentil cliente. ora quase se 2esvaecia em abafados murmúrios, confor-
VISCONDE DE TAUNAY Inocência. São Paulo: Ática, 2011. me o correr da viração.
d) Aluísio Azevedo – O mulato II. A necessidade de migrar é tema de que “Vidas se-
e) Graciliano Ramos – Vidas secas cas” trata abertamente. O mesmo tema, entretanto, já
era sugerido no capítulo final de “Iracema”, quando,
referindo-se à condição de migrante de Moacir, “o
primeiro cearense”, o narrador pergunta: “Havia aí a
predestinação de uma raça?”
rica. Qual teria sido a intenção do autor com Iracema? deram o nome que tem. E faz garbo disso!
– Então você cuida que ele anda atrás de alguém?
2. (Unicamp) O crítico Alfredo Bosi, em sua ‘História
– Sou capaz de apostar. É uma coisa que toda a gente
Concisa da Literatura Brasileira’, tece algumas conside-
sabe. Onde se encontra Jão Fera, ou houve morte ou
rações sobre o romance ‘Senhora’, de José de Alencar:
não tarda.
do singular, cenas rápidas (quadros), a trama segue os utiliza-se de um excessivo descritivismo, com predomínio
passos do herói e a linguagem espontânea. de períodos longos e uso de adjetivação. Já Paulo Lins des-
b) O herói picaresco é aquele que está à margem da creve de forma realista a cena urbana e seus conflitos so-
sociedade, é astucioso, vadio, malandro, o que contraria cioculturais, faz uso de uma linguagem seca e econômica,
aos padrões românticos da época. com períodos curtos e com pouco uso de adjetivos.
b) A classificação é justificada quando se lembra da esco- vivia feliz em companhia de Martim, a ará volta para con-
la literária à qual a obra está inserida, o Romantismo, pois solar a sua senhora, comungando também da tristeza que
é comum encontrar personagens que apresentam caráter o abandono de Martim lhe provocava. Assim, a jandaia
dual e/ou contraditório. representa a amizade sincera, compreensiva e generosa.
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