Dalgalarrondo (2000) categoriza as funções psíquicas, incluindo consciência, atenção,
orientação, vivências do tempo e do espaço, sensopercepção, memória, afetividade,
vontade, psicomotricidade, pensamento, juízo de realidade e linguagem. Ele define a sensação como um fenômeno primário gerado por vários estímulos externos, enquanto a percepção é a consciência de um estímulo sensorial.
A sensopercepção, segundo Ballone (2005), é a instância psíquica que nos permite
apreender o mundo através de estímulos visuais, táteis, auditivos, olfativos ou gustativos, envolvendo os cinco sentidos externos e internos. A sensação é destacada como o elemento primário da sensopercepção, registrando a estimulação dos órgãos sensoriais, podendo ser externa ou interna, e subdividida em motoras, de equilíbrio e orgânicas.
A percepção relaciona-se diretamente com a forma da realidade apreendida,
diferentemente da sensação, que diz respeito aos fragmentos desta realidade. pode-se destacar três estágios da percepção:
O primeiro estágio envolve uma percepção prévia à realidade consciente,
desprovida de qualquer subjetividade e com uma objetividade de caráter puro, que permite a experiência da percepção em seu estado mais bruto, completamente externo ao sujeito; O segundo estágio se refere à percepção que se transforma na realidade consciente, atuando como uma ponte entre o mundo exterior e a subjetividade. Essa percepção é uma passagem de objeto ao sujeito, seguindo sempre o sentido percepção-subjetividade; No terceiro estágio discute-se a percepção posterior à realidade consciente, em que não se cria uma nova subjetividade, mas se interage com uma já existente, a fortalece e constrói novos elementos subjetivos a partir de estímulos atuais.
Na percepção, o essencial da realidade oferecido pela sensação se organiza conforme
estruturas específicas, conferem dor originalidade pessoal à realidade percebida. Quando essa percepção se torna consciente, o sujeito proporciona às suas sensações um fundo pessoal, influenciando as futuras experiências sensoriais. Sims (2001) encara a psicopatologia como um método sistemático para estudar o comportamento, a cognição e experiências anormais; analisa os produtos de uma mente com transtorno mental. Conforme os preceitos estabelecidos esta análise ainda inclui dois tipos de psicopatologias:
A psicopatologia explicativa, que envolve explicações teóricas, como abordagens
psicodinâmicas, comportamentais ou existenciais. Há também a psicopatologia descritiva, que consiste em uma detalhada categorização e descrição de experiências anormais, conforme relatadas pelo paciente e observadas em seu comportamento.
Sims destaca ainda que a psicopatologia descritiva se divide em duas partes: a
observação cuidadosa do comportamento, enfatizando a importância de uma abordagem mais rica do que a mera contagem de sintomas; e a avaliação empática da experiência subjetiva, que avalia a experiência subjetiva através da empatia envolve literalmente “sentir-se como” o paciente.
Conclui-se que a psicopatologia abrange o estudo de estados mentais patológicos,
comportamentos e experiências que indicam condições mentais doentias. Sua ênfase principal está na doença mental, tornando-se um tema amplo, especialmente ao lidar com questões subjetivas. Conectada a diversas áreas, como psicologia, psicanálise, neurologia e psiquiatria, a psicopatologia enfrenta desafios de coesão teórica devido à diversidade de discursos que engloba.