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ESTUDOS ECONOMICOS,
- - H-
. RIO DE JANEIRO.
Of
Á DEMOCRACIA RURAL BRAZILEIRA
Prin,eira Edição de 500 E xemplares doad o s
á Confederação Abolicionista.
DA G
NDL
DE?Uí-'t)
Png.
lwraonricçÃo. ~Szmà,ario. -Defi~ições e explicaçõ~s-)):ngenhos
. ct::-1~Ú:aes- ·F azet~das centraeS- Exemplos e éscláteci-in <: ntús -
Pi:i mé"iro e,iemplo: . associação espont,uiea · eilt'i"e se·nho,,es ele .
,•engen hos- .$egundo eXemplo: associação espon tan ea e ntre fa.,,_""
zen cl ei ros de café - Te r.ceiro exelnplo:. enge n-ho ~fntral co_rn
11111 ,6 ·proprietarin - Q,rnrtó exe mí)lo: fazenda · cental çle care
fnncl aila po r ini ciativa individual- Quinto exémpl©: auxil-io cio
-: gàvei·-n o geral ou provin cial, Oll d~ ambos, .pa_ra à . crenção <le
enge nh os · centraes e de fazendas cenl nres-TyJ_)o.yankte --
A-' id éa ca rdeal dos engenhos _cen traes e ele faze1_1das centr;tes
-pó_,le se r applicacla a tod os os pro,luclo.s ,las indu s lr-i ns agrícola.
-p-à:,;toril e extractiva -- Pr incipio <1e _ centrali:snçi\o agrícl•tla --:-
-~;u_a definição- Prin cipio de c~ntrnlisa çãn_ind ustrià:1- Sue defi -.
nição . __ - - ..... - •.. : - - • - ... ~ .... - ... ':' .. - . . ·_-·- - .•·- - •• :· - .. l
Pag .
II l.--8,i1m1ta1:íQ.-,:\ coru:urrencia d<r -1\Jexico__.::Sua 1.111ciação em
1.8'76 iia l~ xp,>ôiGão In ternaci<i nal de l'l Lna<lelphia___:Caj}acidacje
do . sój,j: 1\1exiéa1\o para prnclucção elo cnfé - O problema da
"-\b,1}it,I1.p Jffi......;t;· al:h:, nlii resolvicl~ __:;... Cnpi.tàl e in.du~triaJ,ankee.
- ' l ratad·o de- Lil,erclacle cjé Co1nrnerc10 Reciproca. entre· as
Repnhlic,,s rio ~foxit;o e rios ·. Estados Unid,is - Produetos -
ªt~rici -.l-a~ (1<' ~[ e,-.:-ic<:) livre~-,,,- Zoll·_ve 1·ei11 A11,1ericano -A grande
propi:iedad e terdtorial no ~IeJie::o - A Landocracia este ri lisa
i.' sõl<t
110 Novo· como .11.0 V·e l ho l'vlundo - ·Plínio e os Latí-
fundi",; :;- iVlo11lesqtMeu e a Liberdac\e nn .Agric ultura.. ... .. .25"
'
·. V ._;;_ .')111J1'J'IJ,ir-rio.·-:- i\j:-iplicaçã9_ dos priQcipios de ·centi-al isaçâo agri-
C<_>ln e indusl ri ,l]_ ·á p1'9ilucção do café (condizuando) - O
,.s'>11su1110 elo café crescerá inde fini r-lamente coa, o clesenv olvi-
me1110 fl<' ·i-,em-esla1· e 'd o conforto das popul ações s·ob a
influcnvia do pro.gres!i0 tiiii vei·s·a1 - P r'b pag~nda para à desen-
volv imento da cuJturn do ca[é ·no Brazil- Quadro synoplico da
exportay~n do café por toct.\~ as prqvfocias nos exercici0s de
1870 a ·73 -- -Co11<'iições naturaes -nec6~ai-ias á cultura do café
- ·Sua aBd1111açã<_1 no Brazi1 com eçotl pd,,~ prov1ncias d0 Pará
e do Amazo nas ·- EstJJ<iO das condições naturaes de cada pro-
vincià para .. a citltura _do c:ifé- P ro víncia do Amazonas -
l) rodif;i<,, de riqneza_no valle elo · ·l{ io Maximo" - · As flores-
tas · de ' ·S,phonia ela'stica" e ele "Aráucaria" do Brnzil -
Trn l "'lho livre no A:11azonas - Trez rnilhões ele 01.íerarios
despre7.ado, 110 Brazil - O que a ro:ina esclavngisla entend e
po,· -íal'ta de lirnços - Exportação de borracha pelo porto ele
Belém, 11 0 P,ti•á-- Trabalhos de prnpagan<la e estat1stica do
Dr. C->utinh,, na -Exposiç,'j,o U111versal rle Pa ri z de 1867-8 on-
c111-rcntes da borracha .braziléirn - O porto ele G nayaquil no
Pacifico.- Ben e ficios· que os novos princípios de centralisação
agrícola e incl~strial trarão á producçátl da borracha . . . .... . 43
Vi í
T
\" 111 1
.Pq.g.
X. - Sw11mar;o. - Applicnção elo,; princípios de_ce ntralisação agrí-
cola e i11dnsLri al á ' producção d o café - Estu do el as condições
~ nn tur ãe;-; · d e c~Hht.. prov i1lci8. para sua ctrl tuí·a \Contihua!uiv) -
P r ov.i11ci a ;1 <? .F>-q,iri_to-Sànto - T e m já por pri nciµ.al producto
,., café - Ca1~e,,:e u,rgentefnente ~le comm ercio d1recto para a.
l{un,pa e. p:u:~1 - os , Estudos Unid.,s - .. Provin cia do Ri o Ue
J:1 ne.1n~ - A ,primeira _l)a pr,oc~ucçãn do café - A. que mai s
·1t.1c r::1 rá ,co1n as reformas en1 lltscassão - Demon~traçâ ~) com
algai:is.1}10s d,-is hen~íicios por vir - Estudo ?u 1"'r!:! as c0nipa-
.n lllaS ile. ·con1men.:io .J e .café - Devem e lllJJrehender m ais
:\ctiy~m-e1úe· a refo rma das oh:-;oletas pi:aticas d~ 1)repa ra r,
- vtnder e e:--= porfa.r o ,ca íé:- E1nprego daS 1nachinas e ªPl?ª-
rdbns t111 tv i_do:-. a v,1por 11 l'=--sa:-; operaÇÕêS - O barbai:~ systema
dt: provar ã ... ~necas de café - De inon st ração ·c.la inçbnve11iencia
d a~ a l.t.as srt ificiaes ~ Conselhos dos nwstres da Sciencia Eco-
n 0 mic,1 - Demonslraçã.o pratica na e:-pecfalidac\e do con11nercio
dn ca-fé - Qual d eve ser o ve rdadei ro desitleratu,it. dos ag ricul-
tores ·e d os neg,1cian1 es de café-Ap ;.! 111cnt.ar em tudo o inundo
<,l ' l1um é r,, d e consuH1ldores de café e deseilvolVer 11 0 Brazi l a
:;Üa ·p<,tencia prod ucliva. : ··· __ . . .. .. .. . . ---- __ .. __ .7 1
XI. - Sum7J1m·io . - Applicação elos prinet'pios ele cen tral isação
a~ricola e indu-s tria l !Í, pro~lucção do café - Estudo das condi
çõe!:i_na tlínt:es de ·cac~a provincja.J)rrra êSsa cultura (conh:nua.ndo)
- Provín cia ,d e 1Vl inas-Gent"s ~ Predição de St, ·Hilaire -
Necck.. 1dade- urge11te de . funda r a _industria manufactu.reira n esEa
11ro~· in ~ia~ co ração dq l mper i~, - ·Co rrêa l·\ n1ll='lona, o fundador
~h:1. in1.\-~-:--t-1:.ia n:1a!1.uf:1clu!;ei r:1 do a lgodão e rí1 Minas G eraes -
Fo11cbçãu da i11clust na _<].e fe1:ro, d<l :i lgodão, da lã e da seda
,para .nhastt-ce r o lnteri1>1" ela Ame ricn. do Sul - Província <le
S. Paulo - l'fa va 11gt1ar d.a de todo o progresso no Brazil -
S. Paulo f<1i "'a prin1eira prcn,inc ia a empregar o arado 11:1 cul-
1ura do {;afé-=-- 'J"este1nuubn rlo i11 qnerito sob re o esrado da
laY1 iu.ra, ordenado pelo mini stizrin da fazenda- Dacio5 pr~ticos
sob re, o· e mprego do arado na c ultura d o café- Exem pl o de
uma espl-endic\ a v1ctoria sobr e a nHin a da lavoura- O 111onu-
rneuto . agri<:oia ci-e Valenci ennes - Inscripção para o 1~1onu-
mc:111O que se deverá eri gir eí-n Li111e ira ........ __ __ . .. ... _. 77
XII. - S1t111mario. - Applicnção elos ~•rin cipios de cen lrali sação
ag rícola e inrlu süial à prod ucção elo c:iíé - Esludo rlas condi-
ç.ões natura e½ de cada p r ovincia p?.ra essa CL11lura (conti-nuando)
- Proví ncia cio Paraná - Varie<i,,de de climas e Lerre nos -
l'oss il,i]iilad e de innum era s p roducções -Lil'to ral no Oceano
Atlnnti co •· Litt,,ral no A ILo Paran á - Abenura do Alto Pa-
raná ao com inercio do n1undo - Fu11daçãn de um j)o rto franco
junlo ,'.t fó z do I~uassú - Excellen to:ia dn clin1a do Parriná -
·saluh1 idade :- Fertilidade - Atlractivos para· immi g ração -
Flnre,La, de -Ilex e de Arauca1ia - Reformas a in troduzir no
p_reparo e n.a expo rtação do n1ª"lte - Perfumi1 r q)rn blea .fla-
graus - En1pacotar artistiCa111.ente - Ex.em1)los <lns progressos
fcitns pela i ·,du stria portugueza de pois da I" Exp,;sição U n i-
ve rsal. de Lnnclres de 1851 - Demon st ração com algari smos
da importanc ia fina nceira dessas r e formas . ___ . _____ . • ____ . . . 83
IX
Pag.
XIII. - Sumvwrio.- - A11p li c,1ção d,,s l.l<'incipins .ele central, sação ·
ag ricn l~ . e i•ne:.lusu-ial á pi:ocl uL:cãn do café ~ Es_tudo das· co ncl i - .
çôe~ 11 :-l-l uraes ele cada prnv i11 tia para esta cultúra rcou:tinz'tando )
-- l-'rnvi 11 ci·ade Sa,rta Catharinã - Cult ura ela vtnha e da scrla
- Con diçõe:-. rla pn.Je-rern.:1a e ntre as di~ersas culLuras -- Ex..-
en 11 ,lo dns Es tado" de (ksle da lZepubl ic,, No rk-America11a ~
Co 11s iden1ções ee::onnini cas sobre.: a G:u ltura da s~cla - Be neficio.,
dá- irn l,1,tria pa,tor il -- Pruv in. ia d_<i ,.Jiio Gl·ande do Su l - A
que ex·po r la m aior quantidad<.· .de~producto:-. bovl11os -- H..efo1!_
mas ,1 ín troduúr - C ul l-u~a db .. café. nós district,h mais queu1es
do Al tu U rugnay - O mi li taFismo despovüa-mlo o R ier_Gnu1,le
do Su l - EJfe-i,1>s rl< , -rtccrut,qnento é e-la co1:rupção .da' guarda
na ci,n n:-it . -.:: .. - - - - - .. ~ t· -· ~ - · :: : _ - :;.. - -- _ - - ~- : -~ • . ~-,/ ·- ·_ ~ : ~.- _- - - - -,--: - 9I
XVI. - S11m11ial'ia. - Appli cação tlos prin cípios ele cen;ral isação
agricnla e industrial á prnducção (lo café (continuando) - Da-
dos pratkos -A. cult u ra de cníé ao alcance ela Demoéí-acia
Rum'! cnm a cult ura de fl<>r~s , fr uctos e legumes - 0.-J-i.em-es -
tar, .o p 1·i ncipal promot()r da i mm ig 1:ação - Re for..m~ clt:;, unut
rotin~i. da g"rande lavoura elo café - Como Se çleve prqLeger o
cafeeiro nos primeiros annos - Dados cstatisticos e J!C0 1ton11 -
cos ,h Ct)lt ura ele .çafé nas pr<>vincias ele S Panlo e cio R io rle 0
Pag.
cqm _os colonos, excl us i,va e i·n va riave lm enle, a p.eso ---=- Expo-
~ições agri éofas - Concursos ,·Untes··~ -Ctdtu ra do café por
_.braços livres em S. Paulo - lliv i"rla n aéional ª" se nado r Ver-
,! U.::iro- - O Horãée "Gates brazil eiro ·- Res 1tl-tados ,1_btidos na
· cullura ~o café na colo,iia S ~nador Ve,g·ueiro.... •. . 1 n
Png·.
XXX. - Sw1tmado. ·_ Applicação cl<>s pri11cip1os ele cenlrnlisaçã,.,
agrícola 'e industrial 'I proc!ucção do assuca,· (co11tin11nndo) -
Dadqs sobre os enge nh os cenlrnes, f. ,rnecidos· p<>r G- \i\Ti:Jia111
des Vouers , gove'tnadn r da ilha de San la L11cia. - Q:,;;_enge1ihos
cent1-aes c.le-- MarUn.icrl - , Treze mil e q ui11lientos CO!ltns de
r éis- ernp reg-ndos em seis a,1111'):-; nessa uti li:-;sima refor ma -
Sy:,;tema de a<lmin iSt raçãn - O engen ho central deve comprar
a canna de assucar ~a pe:-.o ans lavradores - Renda li q nida das
companhia, de engenhos centraes rl e 16 % a 48 % - Acções
da companhia do ent!cnho cenlra l l"alacio dnplicandn ,le valor
- influencia geral benefica elos engenh1>s centra.és. ·.... . .... J9r
XV.
!
I Pag.
,.~·-·,n... -
·- ' ·~ - 1 - .
Sú11111tario. - Appli cação d os. princípios ele centralisaçãn
ag rí co la e industrial á producçã<> do alg<,dão ( lontimtanâo) -
Vantagens natuf p.és das fabricas de a]g!'rdão estãheleci'rlas 1fo .
Brazil- Exemplos de algumas fabricas dos Estados Uni.rins.:_
A no va industria da extracção do olel1 das se r1entes du algndã-o
- _Dados practicos obtidos n(), 1:!'.sfados-U11idos ....:t_Cu1\1pa11 hi <1
Gossipiana B razileira - Dados f,,rn ecirlos pnr Ga.stineJ .Bey ao
Dr. José de Salâanha da Gama sobre a p11rificélçã·o cl<> o leo das
se111 entes de algodão - Fabrica.-; nn Cairo e t:111 ,\ fexan<,.lria -
Resumo do:-. novos prin c1pips applicados ao algodão - Fabricas
de o leo de seme ntes clt, al;(odão - Fabr icas ele ·fiar e tecer
al"godão - Prnblema economi co ain da se1n snluçã0. 243
XLI. - Summario, - --
Applicaç'ii.n <los p1~ncipios- cl<e centra li saç;;o
ag'ricola-e inil u,trial"á prod ucção do fumo- [mportancin aclual
da s ua cultu ra no Brazil - E' o s11ccessnr n,llo dn can na rle
ass ucar n'os., LerreJlúS exh_auridos - ~ r r_o vas tiradas d_n i11que11itô
sob re. o estado .\ a lavo·u·ra "11:-1. -pi•<lvinci-àda. Bahia -O fu,no .
l,raz ilet ro na E-xpo,ição ele Vie nn a el e 1873 - A industria da
prepa:r~ção do fu mo na Fr.tnça - C,H1ve11ie ncia de mandar
es tudar es ta e:;µecial idade por alguns et1genh eiri>s b razi leiri1~ ~
- Estatística <l ,t exportação elo ínmr; pclas-,<'l iversas provin c1as J
do· lmperio - R eilexões sobre os a lga rismos íornec.idos por
essa estat istic,, .... . ·· ·-·· , ......... _... ... · ~·· .... 251
. f'ag.
prov incia d a .- Bãliia - A cullura e a i ndustria dt) íÚmo se rão
agt:nLe:; .seguros rla einancipaçãc;> dos escravos e da r--roi-.pe r idade
da D cmocFacin Rnrn.l Brnz ileira - Uma previsão de Theophilo
01ton i•- l nr•l.n .,t1·ia .rln fumo em Baependy - Umâ sce11a de
la.rnilia puritana do \Termont Oll r[l) :Vfa ..;:-;ac l1trss e tt· realisada no
" Brazi l - Si11 ,;e la ·dernonstração ele que o Tra b<1lb1J e a.Jnrlustria
póclem ~e r accliinac\os neste 1mperio · · -- · · -· · · _-- - - - - ... _.. .. 263
-- Pdg.
L II.--;' Su111;11mrio - Di scnssão <l o prn jecto ele lei de ai; xili o· â A •.: r i:
culttu-a Nac ional ( C"11tinwi,ulo) - Dis tribu ição do ca pital
gara nt ido· pelas . pi:ovincias· elo lmpe ri o - Jus ti ficação pe la.
eS tat is ti ca rln e!X por Lnçfio e da_popul ação escrava- D e mon-.; -
traçã,1 de ·re n.d .i li"q ui eh ele 4 "!Yo - Ampli ação el a lei d e 24 de
Se1em bro de 1873 - Necess irlacle dessn amp li ação de monstrada \-
pela p rovincia <IP Espi ritn Santo - Companhi as e soc iedaeles
e111 comm a ncl.ita rl e res po ns abilid ade limi rncla- São pre feríve is
as com1)a 11hias - O pinião el e Stua rt Mil! -As co mpa nhi as,
como o jury para .o Givel e jJara n c;·im e, são g ran des escola~
J?raticas do syste 1na··represenhil ivo ·- ___ . . ____ • ___ - - - .. - __ - - 315
LV. - Summario. - D isc uss1(o el o _prnj ecto (ie lei el e a u xili o á Agri-
cultura Nacional LContinuaudo] - Obser vações ao p rnjecto el e
con tracto para levan tame nto de capital em L o ndres pa ra »s
engenh os. ce ntraes e es tabelecim entos analogos - Aperfeiç!=)a- ·
111en to· a in trod uz ir - E rni ssão cli recl a de " de l•e n tnre s-bo ncls"
pela D~J·e gacia el o T hesourn Nacional em Londres - Venda
ele apoli cés clu,ra nte a guerra elo Paraguay - Vanlagens fi na n-
ceiras dó- ~yste ma p r_opos to - O <l es icl e rat um nésta especia-
lidade- Capital.estran geiro: a clm ini ~_Lração e direcção lechni cas
b raz i)eiras - lm port ancia do p roblema da fixação e da im -
portação el o capifat estran gei,o para o B razi l . . . . . . . . . . . . . . 335
XlX
Pr<g.
-LVI. - Sw1únario . .,- Disc ~ssão . do . !{rnjecto ck .lei d.!'l aux i)i n á
AS! ricultu (a Nacion<'l [ Conti,i uando ] ·-O system"'- prn,1,nst• >
pat~a a. .irr1portaç~to do capital e:;t ran!eiro no J1r<1;zi.l lemhrQ. .,,,º
syste,na .:"y_a n-[, êe" d e. p~estaçãç, êle. c re rlit,, elo E,-Ja<l1J - , ~"• -_
quaSi o ·. syste ma adopu1.do pelo ~nv_e rn n ru .;s \>, pa ra. 0~~er.~
capital e1n Lt>ll(ir es, para os se u\ -c,:1.111111\i os de ferro g~ra11t1d os
- Exposiçãq. d ess·e systema d e,ii1h> a,is banqu eiros Rnthscbil,l -
- A nt e:-; de ~.187l) o g:ove rl1 o i: nsso com mettia 0 !)lesmo et n>
qu~ o -· 1]0:-:.sn - ~oveFrio _ac:t ua l!nenl e - Dem<H1straçã0· dr~~ v.an-·
t. ,gens obtidas - Exe1nplo _e liçãf> para o:,:.. 11~:-;s~s -fi:!1a•nce1_h:~~ -
_T rin ta 1nil contos de· réis a po~1p~tr aos cp n tnl>mnl@s braz·1I e1ros- ,339
LX. ::_ Summano. -D,scuss ;;b ,fr, p,·ojecto ele J•e i de auxi[i0
á Agricul tura Nacional (continuando) - Fiscalis'! -
·zendas cent1:aes, cl'?s. en~e~i lt os centraes e _rias L . :._
'6"1''U'\:oi,·,4,
- Interessa.r a adnn111straçao 1 o fi sc~, e a repre t~~ l-i nCJt)nAf°
nesta~ em p rezas ,- Edµcar a nasao _para a 1~ , trm .e pa ra o.
trabalho - As companhrn.s es tran ge ira$ te ·10 -~e mpre rep re-
sentantes no Im peri O, e
t1h s tr.ibunaes se -d ~helã.i:ãci 't0doS tis
'1
~ E P U T J,ooS
XX
Pag-,
casos litigiosos - Publiciçlade de todas as . opernções das .
companhias-- Lic;ão' publica pe rpetu" ele Econon1ia Inclus rrial
- E' essa u,,,u d>ts mai.ores van tagens elo systcma Ele cnmpa: · -~
nhias - Opini'ã<-i _-ele Michel _Cl,evalier - . Vantage ns sublimes
da ;1nblicidade- .Futuro dá imprensa ............ ;. . .. . . .. 355
~ . \ -
Lo
XX-[
· Par.
LXV. - S11m111ario. - Contra.prova cio projedo ele lei- ele auxili~ -
.,í_ Agricu ltura Nac ion:i l ( ,·011tinwzndo) - Fal ta de estradas.,.....
J\s vias de con11nunicnção, o~ agentes mais efficazes de çàlõfii"- (
!-.açãn ·-,- As emprezn:-. de cami nh os ele ferrõ de_ven1 ser -sin1ulta- 1
· nnemcnl<' e,nprezas ele co lo1,isação - Abr ir es tradas é col,·>nisar ·
-E' irnpossivel colo nisàr sem vias_ de co mi11i, nicação _;_ _Q i.tn-
m igrante quer bem estar; o capita-1 q ue r segurança; · q.ue r ·paz
- O n1i li tarismo,i11imigo dn colo1ü~ação tanto na Eu_ropa co1i10
na A ,nerica - O símile cio Cast•le Garde n - Prnphecia_ de
Beniami n Frankli n~ O •lesli 1rn da A.rner ica . . •.- · ... -.•....•. .0 • • 385
- -r.
M
LXV1. - S1111111111 1w.- Contra prova .do, project,'fde lei de auxi lio
á Agricultura .NacionaL Falta de estradas., (continuando)::--
, U lll a rêde ele vias ele comrnunicação é u m elemen to inçl ispe,n·
savel á liherclarle do tral,alh.-, - DenJOn,, tração ele M ichel Che•.
va li er - .'\p(?l icaç-ão dessa rheuria ao Brazi l - A morusiela.le
elos nossos camínhos de ferro já ~é n1otivo de mofa na Earopa
- Em part e ,tlgurna da An ,enca tem · sido tfto iles-prewdo o
grandioso e instante problemn. çlas vias ele co111n1111ficação :--:--
Que juízo fará de nós a geração vi-ndoura? ! _., r ••• 391 .
• ••••••
-ES
TRODúC ÇÃ O
- ·~-
D-en ominam os Agronomos actuaimente- e1~gmhos - ce,n-'- ~ ~ 0
fraes e fazmda.r cenfraes ( r) aos estabele_c im entos destinados a_, "- '
preparar, pelos processos technicos e eçonom.icos mai.s
apérfeiçoados, os productos ag riq )las d_e umá ·c erta zona '-
te rri to ria!.
A qu aliticáç1to central. provém .de oceupa r'°~sse e~tabel e-
cimento, rigorosam ente ag rí cola e industrial, qmi;si ·sempre ó
centro da zona territorial, cujos ~ pruductos · ruia:e~ ell e deye
pr-eparar para ei1tregal~os· ao ~o mmercio n 8S melhores co n-
dições de venda -e de 1ucro.
4 -
·destas,, as.s q.ciações foi fundada nos Estados Unidos- em _
_ e867; os .q uaes hoje contam 20, ooo com r, 3 r r ,2 26 associados.
0
indi spen.savel.
No µonto d e vi~ú e:;pecial deste esc riptu; nu circ ulo dos
in teress<';~ soc ia,es e econ umicus, · q ut.: cum prehende a ag ri-
cullurn naciunal, .o progresso póde ~e1· re,-um i1Iu n esu
fórmula :
- A . trausfurmaçãu da actual lavoura esclavag ista,
esterilisaclora e rotin eira em industria agrícola livre, Jêrtzü~
zadorcl e progressi-sta
- 15 -
:F, o progresso do Brazil resultará da acção combinada
cios esforços dos seus filhos e da influencia sympathica du
progresso unixersal.
H,L em mecanica raciona:! um prin cipio, que se deno-
mina --pniuipio das forras v1vils.-Este principio se enu11cia
assim:
'' O accrescimo de /orpa 11iva de um move! é igual ao duplo
,lo trabalho da sua força motriz."
Parece que ha _tambem na m e~anica ideal ·c10 progresso
nacional e do progresso univers,11 um principio analugo, que
se póde enunciar_ tambem :
'' O accresczino de /orça viva de uma nhpio isolada, ou da
humamiiade em globo, é igual ao duplo do trabalho progressivo _
dos filhos dessa nação ou de todos os povos em cmnmum. .
b movei é, neste ~imile, ,l nação ou o mund<l percor-
rendo a trajectoria indefinida do p1~og ressi>. As forças motrizes
são os agentes do progresso : são todos os q ne trabalham ,
por mais l1umilde que seja a sua p osição social, par~ melhorar
a sorte ' dos seus semelhantes e ,L supe~ficie du planetl, que
nos foi concedido pelo Creador.
Quando Deus creou o mundo, disse ao mundo:-
Caminha : quando Deus creoti o homem, disse ao
homem : - Trabalha.
A missão do homem é trabalhar; a missão. do mundo é
progre<;l ir-sempre e indefinidamente.
Quem duplica o trabalho cio homen, e o constitúe força
viva para o prog-resso da sua patrià e de todo o mundo, é Deus,
o snhlime agente de todo' o progresso. _
Quando .nós, pobres opera.rios dJ progresso, exte1i1uados
de cansaço, gottejando su6r, deixamos cahir das mã_os a ala-
vanca, ,erguemos os olhos ao céo e lhe enviamos esta prece:-
Deus, multiplicae o nosso trabalho!
..
.
...
II.
Portos.
- - '- - - - - - - - - - - - - - - - - · - - - - - - - -
I Nova -Yoik__ ________ __ _________ _ 47,435 40,680
___-,
45,440
2 Baltimore (Maiyland)--- --- ------ _; ____ 25, 545 28,219 39,176
3 Nova-Orleans (Louisiana)-- ------ ----- -. 13,986 JI,133 15,732
4 Galve,tcin(Texas)---------------------- · 2,564 1,608 1,766
5 Mobile(Alabanrn\. ______ ______ , __ ____ __ 1,822 3,998 5,846 _
6 Boston( i' vlassachusels).--- .. ------------ 1, 131 ______ ________ _
7 Charleston (SouthCarolina). ----------- - 806 200 365 .
8 Savannah (Geo,-gia)-------------------- 743 958 964
9 Philaclelphi'a' (Pennsylvania) __: .. . 322 460 ·. 730 _
1882 1881
NEW YORK :
Libras Lib,as
1,986,550
Maracaiho .... _... .... .... . . .... . ...... . 32,828,357 30,928,768
Laguayra .... . ........ _............... . 22,927,200 17,300,270
Arnerica Central ... ..................... . 8,652,980 6,432,580
Savanilla ..................... ... ·....... . 8, 790,930 2,982,860
-Angostura ........ ...... ... .. ...... . .. . . 396,113 589,312
Hayti ................ . ... .... .. .... _... . 19,487,250 37,932,860
3,62o,445 2,604,910
ro;t~ic~i~g~-~::::: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :
C uraçao . .. . ...... . .. . ...... . .... .. ... . .
2,166,945 4,364,o 'º
30,8!0
Cuba . ..... . ... • . . . ..... ... . ... .. 35, 820
Manilha........ . . .. . . . .. . .... . . . . . .... .
Java e S um atra ... . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
16,679,054 16,586,426
595,696
Singapore. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 633,764
2,385,450
Maca5Sar .. ... . . ... . . .. .. . . .. . . .. .. .. ..
Cey)ão . . ..... . ..... . , . .. .... . ..... .... . 128,980 18,200
259,480
Holl a ncla (Java). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 709,240
Outros._portos ela Europa......... ... . . . . . 2,832,350 1,209,840
Mex ico, Aírica e out ros portos estrangeiros 7,712,820 5,503,900
l- - ----•l - - - - - -
Total . . . .. ....... . .. . ......... . . 3.89,,753,060 334,088,602
De portos elo Sul da Un ião ... ..... ..... . . 1,2 16,670
,_______ - - -
1,834,042
--
.Total... . . .. . ..... . . .. . . . . . . . . . . . . . 390,969,670 335,92;2,644
[ rJ Vêr sobre tudo que respei ta :10 café a ex:cellente obra II Breves considerações
sobre a historia e curtura do cafeeiro e c ::msum.o de seu proclucto º, pelo D r. Nicoláo
J oaquim IVloreira. Rio de Janeiro- 1873.
·-
QUADRO DA l'RODUCÇÃO UN IVERSAL DE CAFÉ ORÇADA l'ARA A
CO LHEITA DE 1872-73.
I'eso e1n
Paizfs p 1,oducto1es libms
brazileiro !
C•] ·O Brazil obteve ainda outro diploma de honra, ré presentado pela Compaqhia
Florestal Parnnaensc, em sua exposição de pinho brazileiro [Araucariaj e de outras-
madeuas.
III.
/
Differen ça .. .. . .
-29-
No quinquenio de '1876-1880 el~varam-se assim·
Importação do I3razil ... : . . .... .... . 213.316.699 dollars
Ex portação dos Est.i.dos Unidos ..... . 39.551 .62 8 dollars
30 -
Em saccas (1)
N. de ord. ,Destinos 1871 1872 1873
l Para os Estados-Unidos. 1.354,355 ]. 130,682 I. 163.563
~ Para a Europa, etc.- ...... r.003,646 . 880,510 824,300
---- '
Sommas. _____ ·----· 2.358,001 2 .011,192 r.987,869
No anno de r 873 a exportação do café, pelo porto do
Rio d_e Janeiro, teve os destinos declarados no seguinte 4uadro,
que demonstra quaes são em todo o mundo os paizes que
mais consomem o café bràzil eiro :
QUADRO DEMONSTRATIVO
DOS DESTINOS DO CAFÉ EXPORTADO PELO PORTO DO
RIO DE JANEIRO EM • I 8 73 ( EM SACCAS )
Trieste (Aus'tria) .. . .. ..
Q)
~ 5 2.000
-----
Total do Mediterraneo
(saccas) ........... 1 45- 2 79
. [r] Ha no Brazil uma plaúta que, pela sua riquez~ em- pri"n~ipios azotados, pôde de
algum modo supprir o pão: é a tayóba -"Colocasia esculent_a"-, da tamilia das
Aroidea.-;. , . . .
Esta planta é muit ·1 usada na prnvincia da Bah,ia; nas colonias de S~nta Cathãrina.
os Allemães · adoptaram-n'a • com vanta_g em em _ substituição aos espinafres. Comem-se
a:. folhas prepara,das de todos os rrlo:dos; as tuberas - sãp · excellente â limelltaçãO para-.
porcos, vacas, etC. . - '. . ,_ ,,_
A analyse chimi.ca descobrio nesta planta- o ·'iodp", que é reputado o depurativo
mais energico actnalmente conhecido" (Vide:~ D;·. Peckolt-l-Iis~ori~_das pla.ntàs aJimen-
tares e de gozo do Brazil-, Typogrnphia Llaemmert-1874-Rio de Janeiro). ·
- 40 -
. (1 1 O trigo do Chile é exportado até para a França e para a Inglaterra, onde tem
tido muita aceitação e obtido rtltos preços.
Em 1872 a colheiLa do Chili foi de 504,577,758 litros.
Conviria que o governu imperial aproveitasse a exposição universal de ró de Setembro
de 1875 em Santiago, para desenvolver as relações cummercia1:s t!11tre o Brazil e o Chile
e estabel~cer a permuta immediata' du café brazileiro pelo trigo do Chile.
- 41.
~
[1) Antes dt: 1836 o e ,fé brazileiro pagava 2 s. 6 d. por libra ele e ntrada nos portos
da Inglaterra, que - protegia- o café de suas calunias, fazendo-os pagar só11~ente 1
s hilling· por libra: em 1836 o café brazileiro passo :1 a pagar r s. 3 d. e o das coln11ias
inglezas 9 pence. Em 1851 findou a obsoleta - protccção - e o c~fé brazileiro, como
todos os outros, ficou pagando 6 penc~s ,ou cerca de 230 rs [Vide Sir Tohnllers-
R.elatorio fia Exposição Uni versai tle Paris em r 867].
QUADRO COMPARATI VO DA EXPORTAÇÃO Do· CAFÉ PELAS DIFFERENTES PRoVINCIAS DO !MPERIO
2 S. Pau lo . . ............ . ... ... . 29, 134,225 ro,082:947 ooo 23,105,083 !O, 741:649 000 31,761,593 16,662:693 000 -!'-
ln
:3 3,178,018 1,014: 192 ººº 5,108.270 2,081:930 000 3,99o,448 l , 772: 820 ooo
1 560,289 226: 761 000 311,888 135:206 000 1,562,627 718:2+1 o,.,o
4 -~::!'.:::::::::::::::::: :{::::~:
~ ' 1:519 000 1,727 817 000 3,132
5 P'ernambuco,•.. . . ,..•..... . ~ .... 3.694 1:597 ººº
6 Santa Calha ri na ..... . ... .. •.. . . . ·.. . •·· .. ... '
..... .. . ... .. ·· --··· .... .. . .. ..... .. . . 2,467 1:z-76 ººº
7 Maranhão . . ·. . .• . . . . . . . . . . . . . . 4,819 1:909 ººº 460 320 ººº 1,826 1:239· oon
1
8 Rio-Grande do Sul . . . .•. : .. • ...· 2,490 1:488 ' ººº 4 11 .62 000 734 103 ººº
9 Abgôas . . .. ·; .. . . ; . . .... ·, . . ... 1,388 54'7 000 , ,
,' '. e
- - ,-.,,. ;.
1 '·
Somma ,·, . . . . . ... . .. . . 225,834,488 82, 7'I 5: 048 000 136,976,~71 70,222:41,9; ººº 209,772,653 n5 ,285:46q oo,p
1 '\ "
Antes de qualquer reflexão, devemos lembrar que este
quadro ex prime tão sómente .a exportação do café brazileiro
para os paizes' estrangeiros, e não a, producção total deste
artigo no Brazil. Ha mui tas pn~vincias, que as,á-; produzem
café para consumo proprio, e que _não figuram neste quadro.
E' tambem de notar qne está incluida na província do Rio de
J aneiro o ca(é produzido pelos municipios limitroph es da
l'rovinci a de Minas-Geraes.
Patenteiam, em primeiro lu gaí-, os algarismm:, incluídos
_...-"--·---·----..........._pessé quadro, que a grn nde producção do cate se conce ntra
nas províncias do R io de Jan eiro e de S. Paulo.
A estas províncias seguem-se a da Bahia e a do Ceá rá com
um pwg resso animador ..
Nas cinco provín cias de Pernambuco, Santa Catharina,
Maranhãt•, Rio G rande d.o S ul e Alagôas, as quanticjades de
café exportadas apenas se rvem para dem onstrar esta importante
th ese : - a possibilidade ria cultura do café por to,fas as p1·0-
v1ii,1as rio Imperio.
·Os estudos dos Botanicos e dos Agronomos mais distinctos
tinham, desde muito, estabelecido a possibilidade da cultura
do café em tod os os climas ( r ) ele .temperatura média, com-
prehen dida entre r 2µ e 3 r gráos cen tigrados.
O cafeeiro não pód e supportar a geada. Em S. Paulo
os agricultores intelligentes têm o maior cuidado em resguardar
este lindo e del icado arb usto dos rigores do inverno : ainda
nos ultimos :urn os de r870 a 1873; as geadas inutili saram,
em grande pa rte, os esforços d os mais activos e em-
prehend edmes ag ricultores do Brazil !
As. secciis e os ca lores excessivos são tambem nocivos á
gentil planta do café.
Prefere o cafeeiro as collinas e as meias laranjas, que nã o
' são mui to castigadas p-1los raios do sol.
llluminad os com estes dados da sciencia e da pratica da
cu ltura do café, vamos percorrer as provincias do Imperio e
(1) Vid_e sobre o preconceito de sernecess.a rio terreno de matta virgem para cultura
do café a interessan te "Historia das plantas do Brazil do Dr. Peckolt" Volune 1 1
p~gina 66;
- 47 -
determinar as zo nas mais convenientes p:ua a sua prnducção
em boas condições _e conomicas.
Foi exactamente pelas provincias do Pará e do Amazonas,
as mais septentrionaes cio fmperío, que o c;ifé foi. introduzici o
no Brazil.
Pelas inciagações historicas, ultimamente feitas. p'trece
que. os primeiros cafeeiros, introduzidos no Pará, eram
descendentes desta · romantica plantinha, q 11e_ o devotado
capitão Desclieux levou da França á Martini.ça, regando-a
nos ultimos dias de súa longa e aventurosa viagem com a sna
propria ração de agua!
O café veio de Cayenna ao Pará, apezar das oiosas
prohibições do governo francez, e, ainda nesta opportunidade,
a graciosa planta fornece mais oqtro episodio rnmanti.co, em
que é-protogonista a mulher do governador de Cayenna.
Isso se P<!,Ssou pelo anno de 1761.
Em 1830 o Amazonas exportou 91,000 kilograrnmas ele
café: (1) em 186oapenas3,966 kilogrammas, e, no _e xercicio
financeiro de 1870 -a 1871, a insignificante pa-rcélla de
5 w kilogrammas ! ! ...
O café prosperava, principalmente, no Rio-Negro e no
Solimões; o café de Coary e de Teffé era muito estimado.
O abandono da cultura do café provém·, não da in-
conven.iencia das condições naturaes, fique bem firmado, mas
do facto de ser insufficiente toda povoaçào da· província do
Amaaonas para a explóração dos riquissirnos productos da
indmtria extractiva : a seringa, a borracha ou gôrnma elastica,·
Caoufchou, India-rubber, o guaraná, a sa lsaparrilha. -a castanha,
o cà.cáo, o cedro, ft.uctuando no Amazonas, etc., etç.
Na verdade, uma província, tão exuberantemente dotada
pelo Creador, nào necessita de recorrerá cultura do .café cumo
meio de salvação de crise agricola .
Quando quasi todas as provindas estão oneradas ele
d_ividas, a província do Amazonas prospera de modo a podér
(1) Vide o relataria do presidente da provincia do Amazonas, entre af. inforrnaçõe:-
sobr~ o estado da lavoura, mandadas publicar p.elo ministerio da fazenda-.- Typ•l~1,rap:1i·l
Nac10nal -1874_. ·
ser assim descripta pelo seu presidente, no rec.e nte inquerit'o
sobre o estado da lavoura.
" E'. assim que á província não tem divida funda1a;
nem ha receirs ·actualmente de que sinta necessidade de
contrahil-a; -. no em tanto que o thesouro provincial tem
encargos muitu onerosos. ·
.'' E'. o Amazoi1as . 'uma provincia, que bem retribue os
8 eus e.m pregados ,( r.), decreta verbas avultadas para obras
mporta·ntes ;,.,.,-auxilia a inài.istria com emprestimos não
pequenos; subvenciona generosamente as companhias, que
navegam seus rios; e todos estes serviços se fazem sem que-o
administrador encontre embaraços; sem que a -.: população
soffra imposições vexatorias, e sem ·que para cada· despeza a
fazer seja preciso. crear nova fonte de receita.
" A razão é obvia : a mafor parte da · receita provém do
imp~sto sobre a industria extractiva, ella cresce na proporção
dos productos que . a industria arranca á sua natnFezà rica e
exple-ndida ! " ( 2)
Maravilh Õsa creação de Deus! Prodigioso Amá.zonas !
Que exuberancia de riqueza!
Não hutça, porém, ·o digno presidente da província do
Amazonas receios sobre a decadencia da industria extractiva.
0
(1) Feli?. Eldorado! Em quasi todil.s as O!ttras provi nc1as bs elnpregados publicos,
mal pagos,~ recebem os 1,rdc::nados com desconto, e, muitas vezes, passam -mezes sem re-
çeber um ceitjl ! ! ! ·
[:2] Vide. "Inforrn:.tções sobre o estadu da lavo!]ra.-Rio de Janeiro, Typographia
Nar.ional. - 1874, pag. 134.
49
As florestas da "Si phonia e lastica" e das plantas conge-
n,~res, que dão a ·· preciosa borracha, se estendem por t0da a
bacia do Amazonas, a maior do mundo, até as µltimas vert~n-
tes do Tapajoz, na bacia da Dia.mantin~, em Matto 'GTosso l ' ...
E' uma floresta immensa, s6 cemparavel ás 'flo1:estas de
pinho brazileiro, da Araucaria brazilienszs, que se estençiem
desde a serra do Picú em l\llinas-Geraes _até á:s serras do .R io
Grande do Sul !
São riquezas essas inesgolaveis, verdadeiros thesouros
nacionaesc que produzirão â' prosperidad~, o be~_-estar de
innumeras gerações por. v,i r ! -
Para cumulo de · felicidade a província do Amazonas é a
que possue menor numero de escravos ~m· to.do o Brazil. [ 1J.
Pàra oAmazonás não hc1, pois, essa ·nu vem·_negra, que a
rotinc1 es'élavagistc1 esforça-se em collocar n@ ~orizonte de
t0dc1s as outrns provincüs.
Para o Amazonas, para _esse pTodigioso emporio, de ri~
quezas naturaes, é absolutamente incliff~rente ·que a _emanci-
µaçào c01n pleta dos escravos no Brazil se rea:lize em I 880 ou
em 1890; boje ou a.manhã. · ·
Os trabalhos da comissão de estatística do min1st~1 ii::> do .
I_mperió dão a villa de Rucellos, e as freguesfas d.e B~rba, -
Arvellos e S. Paulo, sem um só escravo (quando se realizé(rá
este desicleratum para todo o Brazil? );. no munícipio ele Teffé
havia 14 escravos, e no· de Serpa 7 escravos, empregados em
trabalhos niraes; em toda a província do Amazonas só 465
'=scravos, eram emµregados na lavoura!
No enitanto, no exercício de 1870-71, o ultimo citado
pela presidencia na resposta ao inquerito sobré o estado da
lavoura na p1ovincia do Amazonas, a exportação attingio ás
importantes. cifras de 274,879 kilogrammas de cacáo, 956,893
ki logram mas de castanha, 23 ,Soo kilogran;imas de salsa par- -
rilha, 1, 332,463 kilogrninmas de seringa em borracha ~
9,598 kilogrammas de guaraná! !...
(1J ü 1e!ntono rio muusteao da fazenda de 1864 dá 906 e;crayOs na prOvinci'a do'
Amazonas. Este numero é C<1da d1<1 meno1, p01que, · graças a Deus, não ha presente-
mente no B1,c1zil senão causas µaia dmnnuir o null!e:o de esc1avos !
..
50 -
Notai que ·estes são algarismos nfficiaes; cíue quantia
igual, pelei menos, escaparão á vigilancia do füco, nesse infinito ,
archipelago, nesse dedaleo labyrintho de can,ies gigantescos,
de estreitos e de igarápés, que constituem o Amazonas !
Este resultado é obtid0 com o trabalho livre ,de i ndios,
de mestiços, activaclos por immigrantes cearenses, os colo-
nisadores do Norte, comu os paulistanos são os colonisaclores
cio centro e do Sul do Brazil !
H,1, na au.t orizada opinião do inhtig,wel Dr. J osé Vieira
Couto ele· Magalhfies, o Lzvingstone brazileiro, no vastíssimo
planalto -ou arax:á central do Brazil , para mais de um milhão
de índios (1) ; ha tambem, no valle do grandioso S. Fran-
cisco, um milhão de m estiços que, segregados do mundo p(,r
falta de vias de communicaçào, quasi nada coricorrem no
movimento commercial deste paiz; ha, finalmente, perto ele
um milhão de seres que a rotina e a ignorancia consérvam na
escravidão, e que não produzem metade cio que poderia1il
produzir se fo:;sem livres; são, pois, trez milhões de ho mens
desaproveitados e mal aµroveitad<ls neste paiz, em que se
clama todos os dias por falta de braços!
· Verdade é que essa grita de braços é ~1tiasi se mpre a
hypocrita lamentação dos velhos druidas do esclavagismo,
suspirando pelos ominosos tempos em qu e era possível
comprar um homem por oitenta mil réis !
.... . ..... .. ... ; . . .. ... . .
O porto de Belétri, no Pará, é o primeiro exportador de
gomina elastica do mundo.
Foi muito difficil ao illustrado Dr. João Martin s da Silva
Coutinho patentear esta verdade na exposição uni versai de
Paris (2) de 1867.
As estatisticas européas eram tão falhas e ti'lo falsas sobre
este artigo, como sobre o café brazi leiro.
{r) Vide a sua magn ifica 1nemo1·ia-- "Regiões e Raças Selvagen~" na Revista
do Instituto Histor:ico, tomo XXXVI, parte segunda, VI trimestre, 1873.
L2] Vide -o excellente relataria do Dr. Co utinho na exposição de Pari:.i:, Vo-
lume li, pag. 238.
- 51 ,-
A' vista dos· mais fidedignos documentos pôde o Dr. _
Coutinho organizar esta estatistica da producção universál da
' borracha:
Anno Anno
de 1861 de 1865
Paizes productores r-____,;-_~ ~~""'T"\
VII
(r] T odo o va!le do S . Francisco produz excellente café da variedade, que nns mer-
~ call~s europeus denominão "Moka" Em S Felippe 1 junto da l\'larn.gogipe, bem perto
do htoral, nessa zona que os Bahianos de nomi11âo ·• Reconcavo" dá um café amare i lo
muito superior ao proveniente de Botucatú, no interior da prnvin cia de S Paulo ~
A~ cer~jas do cãfé amarello de S Fe lippe são elipsoidat.s e tem 15 a 20 millimetros,
no maior d1ametro
· Fica ainda por decidir,'pela analyse chimica, si esse café amarello é mais rico ou mais
p<.1 bre e,11 principias ac tivos do que o café verme lho, e si realmente consÜltle uma va-
ricda_de no"Ya, ou é apena s uma degeneração do café, accl im ado ha muitos annos no
Bra~d [V ide o Annexo ,1. r - Parecer da Sociedade c!e Acclimação sobre o café ama-
rlelo de Botucatú e do General lvlorim 1-
X.
J,,
Isto não é um e;ogio: é uma pr,lphecia ! Para as
províncias mantrmas do Imperio p6de entrar em · discussão
que sej:-i. melhor ciu peiur enviar o assucar bruto para ser
refinado em Marselha, em Hamburgo ou em Liverpool ;
o algodão para ser fiado e tecido em Manchester ou em Rouen ;
a _lã para ser, fiada e tecida em Verviers o u na Covilhã ;
o fumo para. ser preparado em Bordeos ou, em Hamburgo ;
em uma s6 palavra, qualquer producto nacional para ser
ma-nufacturado e entregue ao consumo ~lém do Atlantico ;
mas, para a província de Minas Geraes, ninguem ousará
affi"rmar que o algodão, prodnzi<h no va ll e ·do Rio-Grande
deva subir e ·descer a alca.n tilada serra da Mantiqüeira ;
subir e descer a pittoresca Serra do Mar; embarcar no Rio de
Janeiro ; percorrer 3, ooo a 4, oo; milhas do Oceano
Atlantico, desembarcar em Liverpool ; subir ao planalto de
Manchester, par~ ser ahi man ufactu rado, e repetir depois a
mesma lopga e custosa viagem para vir vestir os sertanejos
dos confins ele Minas-Geraes !
Essa ve rdade tinha já com p.-ehenclido, ha cem annos•,
Corrêa Pamplona, o fundador da manufactura de algodão na
província de Minas!
Todos sabem a triste lenda desse primeiro balbuciar
da Liberdade no solo brazi leiro: todos sabem que foi
o quebramento dos teareti que trouxe a lnconjidenczizlf
Quando os desditosos ·patriotas, filhos do coração do
Brazil, escreveram o bello motte de Virgílio : Lzbértas qua
sera tamm-queriarn liberdade civi l e politiça e· liberdade
industrial !-
A liberdade e a z"ndustria, disse Theophilo Ottoni, digno
deséendente dos Mineiros de 1790, /em entre si uma filiacão
reciproca!
A Emancip,1çã9 civil e política do Brnzil fez-se em r 882 ;
a <emancipação industrial (r) quando se fará?
...
XII.
1
(1) Vide relatorio da 2 ~ Exposição Nacional de 1866, vol. 1,._pag. 568 .
.-· ./"
86 -
[11 A "Olea flagrans" é uma lin da plantinha da familia das " Jasrninaceas '
com floresinhas brancas muito perfumadas. E' já LOmmum nos j ardins do l{io de
Janeiro com o nome de flôr do imperador ou de j asmim do imperador.
l 2J Não se deve esquecer qúe gastar um couro para envolver matte é um disparate
ec011omico. Em rigor talv e~ o involucro valha mais do que a mercadoria.
penetrar~ por toda a parte ; irá tonrnr logar mesmo na mesa
dos mais exigentes gourmets dtt boulevard des Capuànes.
Agora algarismos para dar uma solida base a estes
argumentos.
O Paraná expÕrtou no exercício financeiro de 1872 a _
r 873, segündo o relato rio do Ministerio da fazenda de 1874,
14,375,038 kilogrammas de herva-mfl,tte, no valor official i:Je
3,140:850$, ou no valor médio official dt; 219 réis por
kilogramma.
' · Bastava que o matte, preparado tal como aconsel)1amos,
adquirisse um valor official médio, não de 640 réis a libra,
como o matte apresentado na Exposição Brazíleira de _ r866.,
mas simplesmen!e de 519 réis, por kilogramma, para ter toda
a provincia .do Paraná um lucro de 300 réis, em kilogramma
ele berva-matte exportado; ou, ao todo, no exercício ·de
1872 a 1873, a importante somma de4,312:5r1$400.
QL1atro mil contos de réis ele Iu2ro Iiquiclo ! ! ... -.
.São prodigiosos beneficios economicos, como este, que
tqdas as pruvincias cio impe;·io têm de i'eceber cl<1 applicação,
devotada e activa, dos sãos p~·incipios da centralisação agricola -
e industrial aos seus productos agrícolas!
Os engenhos centraes, as ·fazend,ts centraes e· as fab1:icas
centraes ht o Je realizar, esperemos em Deus, todos estes
milagres ! ! ...
)
XIII.
. (1) O mumc1p10 de Santa Maria da Boca do Monte já. produz 250 pipas de
vinho e 50 pipas de aguardente de uva. (Vide o inquento sobre o ' estad(? da
lavoura, publicado pelo M inisterio da fazenda, pag. 108.)
[2) Vide a brochura, mandada publicar pelo Ministerio da Fazenda com o titulo
b1.f01 mações sob re o Estado da Lavoura a pg 102.
Attendd bem: cada uma destas tres phrases. é urna Lristis-
s·ima revelação, qu e n os inunda de vergo nha!!
-Brazi!eho,;, que ?e rifugfrmt n o Estado Oriental e em
Co rrie1Jtes ;
-Brazileiros, q.ue escapam ás tropelias, que soffrem em
sua terra natal ;
-Erazileiros, que levam com sigo o producto cio· se u
tra balh o e d.e sua riqu eza;
-Brazileiros tributarias (para .re allimentarem li) das Re-
publicas visinhas ! '. ...
N6s sabíamos que 1:1111 , system ,t adua nei ro, obsoleto e
absu rdo, mantinh a em Uruguayan:1 uni cont P.bando enorm e,
desenfreado!
Nós saGiam os que,, supri na ignorancia da nossa enfatuada
oligarc!iia, principalm ente em Sciencia Economica., povuava de
contrabandistas, el e bocaneiros e flilrnsteiros, o Alto-Uruguay,
v magestuso rio ( r ) que corre s,>lire ametl1ystas e cora linas,
creado por Deus para servir ao cum mercio e á prosperidade
dos predestinados habitantes desla deliciosa região!!
N6s sa bí amos que a Republica Argentina tinha dotado •O
.A ltl~-U ru guay com o caminlio ele f,.,rro de Concorclia a Federa-
cion; que a ·pobre Rep ublica Oriental rião lhe tinh a
ficado somen os, e havia construid o o caminho de fe rro cio
Salto a Santa Rosa.
E que au mesm,l tempo o miliurismn, enxe rtado a
_j'ur/ú;ri n :;,;te imp .o ri.l , se luvi.t 'celeb 1-i.,,td J no Alto Uruguay
bum b,trdeando Al vear ! ! ...
Nús sabíamos tudo isso ... e morrí amos de ·dôr ! !
E no emlanto nós ignorav,un os o acervo de mi serias,
q ue nos veiu revelar u inquerito SlJbre o estado da lavoura em
Uruguay,uu !
• Os al lemães ab,lll dunam Loclos os annos ·aosce m mil a
cara patri,1 : - a Germania - tão amada !
[x] Devem jazer, debaixo, das montanhas de pó, nos escuros archivos das nossas
Secretarias, os inte ressantissimo!- trabalhos, feitos pelo Dr Carlos Pereira Pinto de
1860 a 188opara a navegação a vapor d~ A lto-Uruguay ! ! '
- 97 -
Sab eis po rque atravessa m ( 1) m ~is de trez mi l milhas
de O ceano Atla ntico ?
- Sabeis po rqu e percorrem, po bres peregrinos, cente-
nares d e leg uas no Continente Norte-Am e ricano ?
V ão em busca du '' F ar- W esl " ; vii o em busca da
'' ternz ;,rometlida ", da terra '' L zi!r e ", - ond e .é '' pér mzttülo
viver sem ser obrigado a matar. ' '
N ós quere m os . . . Não: nós pl1a n tasia m os a im-
migração espon tanea, e m a nte mos n o B razil a ig i'eJa oflicial e
um milita rism o bast,t rdo e ri díc ulo! !
E, em loga r de im mig r.tção , vem os os brazil eiros que
emig ram , a ba ndon a m a m ãe- pat ri a, fu g indo ao recmta m ento
e á g ua rda n acional'! !
A g uarda nacio na l !- Q uem diri a que, em tã o p o uc, ,;;
annus, degen eraria em fatal arnrn da oligarc hi,t e d o go ve r-
ni sm o a instituição, d e moc ra tica e li vre, q u,: nossos µaes
fund ara m em 1831, d igna de vVashingto n e de L a faye tte? !. ..
- Qu e m d iria que essa n u b1 e iu sti t uição fica 1ü redL1 zi d a
a uma humilde peça desse hed icmclo mac hin isp10 el ei tornl , co m
o qua l o gove rnism o µ6de faze r, hoje o u a manha n , á vo n tade,
uma cam a ra unan im e ve rmelha, bra nca u u a marella, confu rme
lhe dé r o capricho ?
E o recruta men to ?
- Já viajc,stes pel o se rtão d o Bi-azi l ?
P e rg unta i aos filh os d u inte ri o r d u Marnnhã o, du P iauhy,
d o Ceará, da Pa rab yba, de Pern a mbu co, d,is Alagôas e da
Ba hia - o que é o recruta m enlo ?
A só pa la vra - R e- c ru- ta- m en- to :
- Os paes abandona m filh os e filh as;
- Os m a ridos a bando na m as mulh eres;
fl
(1) Lê~se no O Scie11 tifi.c American " de 2 z el e Agos to de 1874 -- ' ' D r. E. p _ S.
writes from Pskow {R ussia) to in form onr readers that the l\ilen no:1 tites, who are com ing
to th is country in such large numbers, are not leav ing home on account ofany rel ig ious
in to lerance, but merely to a.voz'd comjndsory mi/z'tary service, from w hich the y were
exempt til! the e mancipations of th e serf:i abolished the inequality ! "
Esta pobre g ente fog e da Russia para os Estados- U nidos e fica simul taneamente
livre do militarismo e da ig rej a offi cial ! ! .
Ah! Se houvesse uma ponte sobre o Oceano Atlantico os reis da Europa em breve
teriam ele ir a g uerra co:., suas raposas e com se us j ava lis ! !
-Os filhos abandonam as mães ;
-Os 1;v1:adores abandonam as colheitas;
Todos fogem para as grotas, para os mattos mais cerrados,
para os picos das montanhas mais inacessiveis !
E então começa uma verdadeira caçada, ,a fuzil e a cães,
como outr'ora, antes ele Charles Sumner, de Harri~t Beecher
Stowe e de Abraham Lincoln, se caçavam escravos fugidos nos
pantanos do Mississipi ! ! : ..
Não são senhores perseguindo escravos!
São homens livres perseguindo homens livres!
São brazileiros caçando brazileiros !
São irmãos caçando irmãos ! !
Dizei-nos sinceramente : - não é, na realidade, uma
phantasia; uma utopia, uma chiméra, uma loucura rematada
que um paiz, onde se dão taes horrores, pretenda ter im-
migração espontanea? ! !
XIV.
111 Jean Baptiste Say deplorando este erro de Voltajre diz: " Que nous sommes
plus beureux, nous, qui, par les simples progres des l~1mihes, avons acquis la certitude
qu'il n'y a d'ennemís que l'ignorance et la perversité; que toutes les nations sont par ,
nature et par leurs intt:rê ts, amies les unes des autres; et que souhaiter de la prosperité
- aux autres peuples, c'est à la fois chérir et servir notre pays ! "
Praza aos céos que estas verdades penetrem quanto antes no acanhado espirita dos
que governam o Brazil !
- 109 -
(x) '"_Çalvez ao mesmo tempo, que escrevíamos essa pre1ição. o Chile e a Bolivia
escolhiam o Imperador do Brazil para arbiti-o no trat.:"1do de limites de Setembl·o de
d~ •
Não foi por certo por medo <los nossos canhões e dos nossos encouraçã.dos
que o Chile e a Bolivia foram levados a con ferir-n os este titulo de gloria nacional ;
mas sim pela nossa superioridade moral incontestavel sobre todos os estados da America
. do Sul.
"
~XVI.
(1) O Sr. A..lex~.ndre \.Yagner, do l~io de J aneiro, faz . neste momento a propa-
ganda para introducção do "kainitn," prodt1cto mineral, rico em sulflto de
potassa, como res taurador das terras esgotadas pela incessan te producção do café.
114 -
/
- 115 -
(1) O C1t!tiva;dcn· Escossez, em uma nota a esta parte, asseve,a que as melhores
lavollias d3: Inglaterra são as que medem de 300 a 400 acres 1 120 a 160 ht:ctares Sei
que e~ta. é em ger.tl .a opi11ião d: •s agronomós ingleze:-; 1nas além de que não con-
traria de modo algum a minha these. porque não é excessiva essa extensão, peço
licença para advertir que se p6de conciliar perfeitamente com as minhas _palavras Não
affinno que uma extensão de 50 a 100 hectares seja sempre a melhor, mas digo que
é a mais vulgar, que .é a média para que parece tender-se com preferencia. E, na
realidade , além das causas deduzidas da cultura propriamente dita, ha outras que,
t!mbura menos poderosas, nãn deixam ptJr isso de iuliuir sobre a extensão da la-
~oura. Uma é a divi:-;;ão dos caµitaes entre o:, re11deiro:-;;, no caso de lavrarem ex-
ploraçfies de 150 a 200 hectares. Os factos tradicionaes, muito mais íavoi-aveis do
que a theoria á pequena e a média cultura, tem resi:.;tido e resistirão prow1velmente
ainqa. Além disto, é minh a opimão que é melhor a medida de 120 â. 160 hectares.
Mesmo com capital sufficientes, é muito Não quero levantar aqui as diversas que~-
tõ es que têm ,elação com o assumpto, e que merecem ser tratadas profu ndamente :
tratei meramente um pont..> de facto. ·
Charles Comtt! no seu " Traité de la Propriete " calcula que na França uma
legua quadrada de terra c-nn 8.ooô,ooo de metros quadrados pod e nutrir T ,200 iudi-
virluos ! :-.Jo Brazil ha fazendeiros que poss uem dez e vinte legu:.:..s quadradas! Actual-
mente as maiores propriedatl~s ruraes da França têm 60 a 100 mi \hõe s de metros
quadrados ou 61000 a 10 ,000 hectares, comprehe.ndendo as terra-; de: plantaç_;io e .as
floresta~ .• 1 Vide " Notice s1ir les ubjects ex posés par la Dlrection Lle l' Ag riculture à
Vienne em 1873 " par Gustn.vl! Henzê:. '
- 119 -
Somma..... . . . .. 200,000
(1) E' tambem · ao :--enador Vergueiro qne deve ser conferida a gl~ria de ter ·
introduzido, em 1847, o arado na cultura do café na sua colonia de Ibicaba, no municí-
pio~~ Limeira, em S ~a~1lo. .. - _ . ._ : :
1 emas _ tambem multa satisfaçao em _publicar, como pcdm o 1Wumàjno de
Vas-:.ouras, de 8 de ~ovemliro de 1874, q11e compete aos Drs Christvvã-1 C0rrêa e Castro
e Diogo de Souza e i\ldlu a introducção do arado, antes de 1866, para a cul~uí-a do café nà
provincia do Rio de janeiro, e de aproveitar esta opportumdade para rt:c0nhecer no
Dr. Christovão Corrêa e Castro um dos agricultores mais progressistas, não só do muni-
cipio de Vassouras com,J de toda a província do Rio de Janeiro.
122 -
•
XVIII.
(1) Um fazendeiro do Rio Claro [S. Paulo] informa que o café, secco nos ~pj)a-
relhos Guichard, conserva a.té a sua força de germ inação.
IJI -
.,
y
XX.
"'
-o
"'
-o
~ ESPECIFICAÇÃO PREÇOS lil\1 ~S,
o"'
r. 1 despolpaclo r dobrado com cylinrlros de
48 pollegadas e 24 ditas de compri-
mento . . . .. 2 :400$000
2. 1 lavado r de café . .. . . . ............. . 450$000
Transm1ssões correJpond,mtes.
3. 27 pés de eix o rie z ¾ polegach1s, a 6$ o
, .
pe para lransm-issâu ............. .
. i62$000
4. 4 maneies, a z 5$ cada um . . ... .. .. . . 100$000
5. 4 c1rg,>las, a y/p500 cada uma ... . . ... . . 14$000
6. l polia de 36 poll egadas de diametrn e
3 ditas de largura .. . . ..... . . .. .. . 70 1fooo
7. r dita de 14 ditas de dito e 8 ditrrs idem 45$000
8. 1 dita ele 36 d ius de dito e 6 dit.ts idem 55$000
9. I dita de 30 ditas. de dito e 5 ditas iJem 40$000
10. l elita de 16 elitas de d it,t e 5 ditas idem 30$000
r r. elita de 24 ditas d e dittl° e 4 ditas idem 35$000
15. 45 pés de ·co!'l'êa de b,>naclia Je 8 po ll e-
gadas , a 2$ o pé· . . . . . . . . . . ... . .
16. 50 dit,,s de ditas idem de 6 ditas a 1$500
dito ... . . . ....... ... , . .... . . .. . 75$000
17. 60 ditos de dita idem ele 4 ditas, a 1$250
dito ' . . . . . . .. ... . .. ........ : ... 75$000
18. 40 clitus de dita idem ele 4 ditas, a 1$ dito 40$00.0
Jlfaclzmismo
2 7. d~scascadór . '. ....... . ..... .. . ·... . ·1 ,900$000
28. r ventiladorelobràdo ..... . . ........ . 800$000
29 . 2 separaderes de cobre de 36 pollegadas
ele diametro e I.? pés de compri-
mento .... . ... . ........ ·.... . .. . l :000$.0 00
30. z hrunidores a 800$ ............... . l :600$000
Transmúsões c01-i-esponrlenles
3 1. 60 pÉs de eixo 2 Ys pollegadas de dia-
metro, a 6$ .. . . . .......... . ... . .360$000
32. ro manG1es coril argolas, a 28$500 ... . 285$000
33. r polia de 36 pollegadas cie diametro e
14 ditas de largura .............. . 100$000
34 . 2 ditas de 36 ditas de dito e 12 ditas
de dita ..... .. ............ . .... . 170$000·
35. r dita de 36 ditas de dito e 8 ditas
de di ta .. . .... . . ....... . ..... . . . 70$000
36. r dita de 16 ditas de dito e 5 ditas
ele dita .. . ... . .. . .. . ........... . 30$000
37. r dita ele 36 ditas de dito e 3 ditas
de elita .... . ... . ... . .. .. ....... . 50$000
38. 2 ditas de 5 ditas de dito e 2_½ ditas
de dita ... .... ... . ....... . .. . .. . 20$000 . /
Summa .. I 8 :800$000
Seja 19:000$000.
- 137 -
Somma....... .• . . . . . 13·600$000
(1) Vide Dr . Peckolt . Historia das plantas alimen tares e de gozo do Brazil,
vol. 1, pag. 60 : a demonstração da importante these - "O cafeeiro não necessita de
mata virgem . "
Cumpre lembrar, nesta opportunidade, que se ria uma boa pratica a introduzir na
lavoura do café, estrumar os cafeeiros co m hnmus, tirado dos terrenos .das mais ricas
matas virgens. ·
(2) Trabalha-se agora activam ente na resta uração das florestas O reboisements ''
da Europa. Em 18ó7 j"á a França tinha 60,000 hectares de flores tas artificiaes .
·Em um campo, ou em um pedaço de terra _ cansada,
como vós dizeis, de 500 metros de Cilmprimento sobre 200 me-
tros de fundo, vós podei~ plantar á distancia de 10 metros
r,07 1 pés de arvores <k madeim de lei, das qualidades mais
éstiínadas, e, no., inter·vallos; pl_antar grama de prado. e desti-
nar es;.'-' prndo e es-;a fluresta artificial a pasto de c,1rneiros e mais
tarde mesmo de bois, etc ., etc.
Com os cuidádos necessarios, tereis em 30 ou 40 annos,
pelo men, )~ 1, ooo Hvores, R,O ,lendo dar vigas de madeirn de lei
, de 18 metros de .éomp rimento e 30 centímetros ele esquadria,
que ao preço de hoje, val_:hão nunca menos de 100$ cada
- .urna, ê portanto- as 1,000 vigas 100:000$000.
Eis ahi, pois, um meio bem simples de legar 100:000$
a seus filho~, tendu só um µedaço de terra cansada.
Excellente 111011/e-pio rural s<;m joia nem .entradas
annuiles ! Sem erros ele calculos, e fraudes ele gerentes e
direct, )res.
Lembrai-vos tambem que, durante esses 30 ou 40 annos
o mesrno µedaç,1 de terra cansada, convenientemente tratado,
V<>S, produzirá, com 6 seu pasto, muito dinheiro em leite, em
II. NO ll[ATERIAL
~ ~ Exercicio de 1870a r871 ] Exercicio .de 1871 a 1872 Exercicio de 1872_ a 1873
~~~ PROVINCIAS
{ ~ Peso em ki!os I Valor offiez"al I Peso em kilos I Valor official ] Peso em ldlos ] Va/01 · official
Pernambuco ___ . _. . . . . . . . ... ........ _. 42,346,885 7,524:84ffooo 77,147,131 13, 78, ;928cfi"ooo 97,442,832 15,131;426f.ooo
Bahia ....... . ...... .. . 48,938,302 7,057:642 000 53,884.090 8,132.690 000 50,127,659 6,684: 549 000
10,700,859 1 ' 254:034 000 12,615,736 1,803.883 ººº 13,781,807 1,640:216 000
3,667,182 564:93, 000 9,282,604 1,527:202 000 n,251,532 1, 698:6o8 000
4
t1::~:s_:: :: ::;:: ::::::::::: ··· ····· ·
Parahyba... . .. • . •... . • •. ..... 866.979 99;2 25 000 5,547,514 563.170 000 9,926,858 1,039:138 000
5
6 Maranhão.__ _ ... ____ .. 3,368,30.5 533:351 000 4,501,9 16 667: 707 000 4,882,836 698:854 000
7 Rio-Grande do Norte ..... _.. 1,650,631 l 76: 794 000 4.840,406 502:772 000 3,567,886 331:490 000
8 Ceará .... ..... .. . . . . . . . . . . . . .. •. . . . . 1,290,872 162:582 000 2,109,2ó1 271:324 oOO 1,811,948 232:181 000
9 Rio de Janeiro ....• .......•... .• . . ...•. . 3,097,900 466:377 000 2,51 3,014 650:501 000 I , 182,690 266:919 ººº
10 R io-Grande do Sul.... . . • .... ... ..•• . . 43,54~ 14:869 000 83,814 21:734 000 7,696 2; 197 ººº
II S . Paulo . ..........................•... 1,344 240 000 490 44 oco
12 Santa Catharina . . ........ · - - ' ~~4~
l 2:.i86 000
........ 'II6,983,303 1- ~-
....
1X,!j57 :135
- -ooo
-l l 72,526,740 27,923:148 oool 183,984,224 1 27,725:67'1. 000 +"-
\Q
Pernambuco __ ... __.. . _.............. .. _ 4o7,6,5 70:259$000 1,661,407 220:867$000 1,999,607 278: 180 000
2 Rio de J aneiro ... .. ..... ...•...... .. .. .. 3,619,569 527:350 000 2,621,'-)83 406:668 000 950,460 137:571 000
3 Bahia.... . ........... . .... . .. . . 3,358,187 441:g12 000 2,349,649 199:401 000 6o2,844 87: 132 000
4 Sergipe ... .. ........... . . • . .. . . .... .... . 120,070 12:882 000 14,ó14 · .r :841 ooo 95-875 11:954 000
s Rio Grande do Sul. ..... . . ..... ... ..... . 59,082 10:328 000 1,485 267 000 13,982 II;2f5 000
6 iVfaranhão , _. _... __ .. __ . ... • _.. _ ....• _. . 5,357 1:057 000 21,157 2:876 000 2,401 309 000
7 Santa Catharina ........ . . . . . .. ... ...... 119,328 18:369 000 639 96 000
8 S. Paulo ...... 65 IÓ 000
9 Alagôas ... .. ... 42 8 oool
Somma ..... . .... , 7,689,304 11 082:381 oool 6,67, , 295 1 931 :920 oqo J 3,664,807 1 526:487 oco
- 150
(x] Em 1855 a 1856 havia na França 275 fabricas de asst.ic~rde hetermba, produzin-
do 92 milhões de kilogrammas; em 1866 a 1867 o 11"'-mero .das fahricas alcançt)u a 440
e sua producção 2r6,854, 667 kilogrammas !
E , a rotineira lavoura esclavagista ousava querer lutar com tão podero:,;t 1 ri va l!
"Amélioration de la main cl'ceuvre, économie du com-
-bustible, sG.reté pi us grande dans les m oyens, augmen tation de
rend ement, rapidité'clu trnv,til, rn eilleure qualité des produits,
voi!à ;des résul tats, dout il faut se féliciter, d'au ta nt plus que !e
rôle du sucre dans l'alim entatiun publique dêvient chaque
jo ur plus étenclu."
Tudo isto demonst1·a a n ossa these fundamental.
'' A cultura do assuc,ir rl<!Ve ur limitado no Brazit
. aos lerrmos de fartilulade realmm/,: prodigiosa para cmma _;
para tod os os outros terrenos cumpre adaptar o utros artigos
de ex portação de mais elevadc, preço e de mais facil m er-
cado.
XXIII.
1867 18ó6
Pesos enz Pesos t!lll
PAIZE.S PH0DUCTORES- OBSERVAÇÕES
l.:ilo- lálo-
g-,-a.11z"zns gra,nJJlas
-~ Engenltos
~ Situação - - -----~ -,,,- - - - .
i:;
~
j,(}1"
t '"
-lj e. "~. .§
~ 5
freguezias ~
~
CJ e
-,: ,:::: V
'O
Municipio da capital
Brotas ... .
2 Cotegipe. .. 6 .,
9
3 Mar~ . . . . . . ·. 3 3
4 Passé .. 9 ·2 '7
I 18
5 Ma ntoim . 6 -1 - ·- 7
6 Paripe. .. ... 3 3
Município ele Maragogipe
7 S. Bartholomeu .......... . I 7 4 22
8 S. Felippe (1) ........ . .. . 2 92
Município ela Tapera :
9 Tapera ................ . I 16
10 JequiriçáeArêa ........ . . . 5 60
Município de Valença:
1I Cariri, :· . . . . . ...... ... ... . 15 rs
12 Serapohy. . . . . . . . . . . . . .. 8 8
13 Valença .............. . . . 7
Municipio de Nazareth :
14 Aldêa ....... . . . ....... . . 40
I 5 Outras freguezias .... . 68
Município ele S. Francisco:
Monte....... . . . . . .. . 19 l 20
S. Sebastião 28 5 2 35
Soccorro .... . .... . .. . . . . . 9 I I
S. Gonçalo .............. . II 14
2G Catú ................... . 18 41
Município de A logoin h as
35 Alagoinlrns . .. . .. .. .. . . .. . . 20 39
Municipio de Cachoeira:
36 Cacheira e Iguape . ....... 18 6 6 12
37 Santo Estevão e Outeiro-Re-
dondo. .... . ........... 20
[1] No 'já citado rclatoriv de l\L B. Dureau sobre o estado da industi:-ia do assucar
na exposição de Pãriz de 1:867, conâemna assim o emprCgo do!. escravos na producção
do assucar; "Cettt: infériorité (du sucre de canne) tient à des causes cqmplê:xes, que
naus n'hésitons pas à faire remontei- à les esclavcs, odieuse instituition, qui a faussé
tout le mecanisme de la société coloniale et dont l'influence funeste s'est fait sentir
jusqu'à nosjqurs." ·
Assim, ainda em .1867, dezenove annos depois da emancipação dos escravos das
colonias trancezas, realizada em 1848, pesava sobre as colonias francezas a fatalidade da
escravidão, que falseára todo o machmismo da familia e da sociedade colonial!
- 176 -
o obsoleto favor de direitos protectores para amparar o seu
assucar. Presentemente com braços livres, graças aos novos
pn nci pios de cenlra!Lraçâo agn'co!a, gmças aos grandes engenhos
centraes, a industria saccharina dá 18%, 35% e àté 48%
de renda liquida em Martinica! Os famosos engenhos da
ilha de Cul'a, exploradns com escravos e com o maior
luxo, dava1n apenas 4% a 6% de renda!
Respond e r-nos0 hâo : isto se passa ou se passou em
colonias frnn.:ezas e 11~0 no Brazil. E', pois, necessario dar
exemplos deste propriu paii: . Daremos um de Pernambuco
e uutn;, da Bahia.
Em 1871 publicaram os principaes jornaes do Imperio
este artigo :
! 1l AinUa os agrono n1o s e os lavrad ores não esLão de accôrdG ~obre o melhor
e:;trume ou rcs1auradur para as terras esgotadas pela ca nna de as~uca.-. Para. a beter-
raba e:- tá reconhecido que a cal augmenta a potencia saccharina, e que Cl humlls e os
e:--trumes azotados augmcntmn desmesuradamente o vulume e o peso das raizes. Os
lavradores de pouca fé abusam na França dos estrumes azot:1dos em prejuizo dos Fabri-
...:a1ues \:: d-:,:; rdinadores {V ide Dureau. '·E• Lat de !'industrie du sucre" - l{aport sur
l' Expositio1 1 Univers<;-lle de Paris de 1867. - J om. XI. p:ig. 299 ). -
U j,rofes~r Gastrnel..l:let, di stincto agrunoino ao serviço do khediva l smail, asst:-
gura qut: o res1duo da extraçao do oleo das semen tes de algodão é dos melhores estrumes
µara.-\ ca nna _;e a~sucar. (Vide Dr. Saldanha da G-ama. i•Relatorio de Bot:m ica app li-
cada na Exp0sição Universal de Vienna 'je !8 73, .
- 183 -
f.1 J O rel~tm;o do minis tro da fazenda dava, em ~ de Maio de 1874, 3,243; 199$840
para 1mport.inc1a -,nrecadada para o fundo de emanc1p~ção, e orçou em 1, 133;070$ M
renda d~sse fund~ 1~ 0 exercicio finan ce iro de 187.; a 1876.
Em nossa op1mán, o melhor emprego a dar a e:,;ses 4,000:oôo$, que deverµ estar j á
ho je no theso uro, será libertar até 20,000 meninos e r;:.e ninas de 10 an ncs de idade e
mand_?--lús ed ucar para a ~gricultu ra e para industria , nas fa zendas centrae~. nos enge-
nhos cent:aes e na s fabn cas centraes, ou então libert ar 4,000 operarios c apazes de
trabalhar rndependentem ente e de concorrerem tambem para a emancipação dos seus
infeliz es irmãos e irm ãs .
XXX.
. (I] _Attribue-se geralmente a Cai1, da bem cunhecida firma Derosne & Cail, de
Panz, a 1déa da creaçâo dos engenhos centraes, p0r occasião de urna viagem a Martinica
e Gua9e!upa, no intuito de re:--taurar os engenhos de assucar, qu?-si abandonados por
_dc~p~lt? ~os escl,avocr~tas por occ_asião d:i. emancipação em r:nassa pela lei de I848. A
1de1a 1111c1 l _da Lentrahsação Agncola pertence, porém, a Condorcet, o illustre philan-
tropo e patnarcha de 1789.
[2] ~-ª E:::;:posição Univer~al de Londres de 1862 os engenhos centraes de Guade-
lupa, com apparelhos e machinismos de Derosne & Cai!, de Pariz, foram mencionadus
cqm muito~ elogios.
- 193 -
Os engenh.Õs centraes adaptam, pois, a pratica que recom-
meudamus ás fazendas centraes de c,1fé, e que deve ser exigida
como condição especial do systema: compra i11zmediata ao
lavrador a peso dá sua col!J,eita. ,
1
" A carma, continúa o governador · de Santa- Luz ía, é
pela mai<,r parte supprida mediante contratos por uma serie
de annos. O preço pago é o eqúivalente -em dinheiro, con-
forme .ás variações __ do mercado, a uma quantidade fixa de
assucar, con l;ieciJa pelo nome de bowie quatrzême. Esta é a .
qualidade de assucar, fabric,1.d,, pelo systema antigo, sendo
inferior em valor ao fabricado pelo engenho de cerca de l4
francos por quintal inglez de I r2 lilJras. O importe da quan--
tidade acima mencionada é variavel; o mais eleyado é de 6 %
e o mais baixo de 5 %- (r)
"Os dous engenhos, estabelecidos em primeiro lugar m1
Martinica, o François e o Laràne, foram muito felizes em
ter obtido estes contratos á razão de 5. %; mas os outro-;
viram-se obrigados a offerecer melhores condições. A maiuria
paga _?%, e a experiencia tem mostrado que ainda mesmo
esta mais elevada porcentagem deixa considera veis beneficias.''
lr) · Essa porcentagem é calculada sobre o preço do ass~car, que produzirá a canna,
attenta a sua riqueza saccharina. Devem preceder experiencias accuradas á determinação
d.essa porcentagem.
[s] !\lesmo os sumptuosos engenhos âos esclavocratas çla ilha de · Cuba eram
desgraçadas emprezas industriaes ! Os mais prosperes davam 4 °/ 0 a 6 ºlo de renda
liquida quando muito. Derosne os vio infeccionados pela decomposição de lamaçaes de
mel nos arredores das fabricas! !.
- I94
qmdquer industria . Felicis~ima e providencial luum·nriia,
diria ·o m estre B,istiat, entre o justo, o bom, o t~ til e o
conveniente. \
"As aêções do _engenho central Françoz.r, diz a_in,\la o
precioso documento, que estamos estudando, cuj,o va lor ao par
é de 5.00 francos, estavam ao tempo ela m inha sabida, em
Junho de 1871, a 1,03,0 fran cos: as acções dos engenhos
centracs, que _comprnm canna a 5 ¼%, e que principiaram
trabal\,ar antes claque! !e anno, estão com alt,>s premias,
apezar de ser a taxa usual dos juros em Martinica muito
alta.''
Entre os engenhus centraes de Guadelupa, cita o gover-
nador de Santa Luzia o denomi1mdo U.rine ,:j'Arboussais, que
paga a canna de assucar á b1zãÓ ele 5 Yz %, e que, .apezar de
ter custado ;[ 2 I 6,000 (cerca de r, 944 :000$,) por ter feito
· grandes clespezas _pira seu abastecimento de agua, pôde dis-
tribuir dividendos de 24 % em 1872 , terceiro annn de sua
existencial
Mr. G. vVilliam des Vouers cita ain chi o engenho central
· Palacio: conversou com os lavradores contribuintes e·coin os
accionistas; estavam todos muito satisfeitos, e tinham inkira
fé no bom exito elo systema . . As acções, primitivamenie emit-
tidas a 500 fran cos (cerca d e 200$) era m cotadas a 1,000
francos (400$) : nãQ era possível 0],tê-las. Teve informações
de pesso,ts fid ed ignas que, antes dos engenhos cet'ltraes, as
terras estavam sempre mudando de don r>s, e muitas ab::i.ndo-
nadas : presentemente em torno dos engenhos cen traes floresce
a lavoura.
E', pois, evidente que o engénho central é um res tau-
rador energico: é ~xactamente o elemento de vida, o agente
de progresso, de que necessita a lavoura de assu:::ar ela pro-
vincia da Bahia, e de todas as outras provinci,1s e m condições
analogas.
"De ha mnito que me persuado, diz continuando o
governador de Santa Luzia, qu e a introducçãn d o sy::;temci d os
engen_hos centraes será um grande beneficio para a commn-
- 195 -
a1ida·de, e mm espE'Cialidacle para a importante classe dos pro-
p riet:uius, que se servem de trabalhadores de raça afi·i<',ana (1),
os quaes, embora trabalhando com sensiveis desvam;agens,
contrib ;1em : r nnualm ente com uma porçâl) st1peri0r (agora
rnai;;· de um terÇLl) para ,L safra dos outros lav.radore:;. Nesta
,conform idad e, aproveitei-1~e do estado favoravel da opinião
publica, e. apresent-,i á a.rsemblé.a legúlativa um projecto p..zra
promover a crm.çâo de engenhos ceitlraes. Este prr:Jecto garantia
6 % por CÍJ1co an7los sobre o capital de J.: 100,900 (900:000$),
devendo ser offerecidas J.: z 5, ooo, para subscripção do governo
da ilha á co'mpanhi.a que ltVantasse o prillláro engenho central."
Eis aqui a c have que nos ab rirá esta no va estrada de pro-
gresso : '· A garantia de juros de 7 % em ouro, ou ao cambio
legal de 27 pem:e d,: nul réis, ,le to,lo o captlal ejfatívamente
el!lpreg,,do nos enge1tlzos centraes, nas f.tzen'das _cenh a1:s, ou nas
fabricas centraes, de:;ti nadas á pre p,uação de qualquer dos
productos das inclustri,ls agricoL:i.s ou exti-acti v,is nu Imperio. "
"Assim colliju du.:; relat,,ri,ls, acim ,l refe(idos, qLte o
e ngen hu central M..zritt, que pag,t excl usi va mente a taxa de
6 %. teve um luc10 !iquid,, de 16 .1/z %, n,, primeiro anno de
suas operações (1871 ) e 21 % no seg undo anno (1872) !
Taes Iucros sãu tanto mais n,ltaveis quanto o engenho
central, que os obteve, é o menor 1té aqui estabelecido pelo
0
[1] Desde muito que na ilha de Santa l ,uciai como em todas as outras col1 ,nias ·
ingit::zas, não ha mais escravos . O governador refere-se aos Africanos emancipados ~elo
governo inglez.
Santa Luzia, propriedade de uma companhia, publicou os
seus rendimentos:
Em 1867, primeiro an no das operações ..... , ... 19 %
Em 1868 .... ................ .......... .... 28 %
Em 1860 ...... .. . . ..... . .................. 48 %
Em 1870 (anno da guerra franco-prussiana) . . . .. 36 %
Em 1871 dito dito dito ..... 36 %
Em 1872............. .. . . ................ 35 %
XXXI.
201 -
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t--.\0 -.t' 1N C"")
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max im o valo r ela e xpo rtação -~
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- 205
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--
1662 721,052 1868 r,253,455
L863 r,181,888 '1869 1,289,714 O peso é dado em quin-
1964 1,718,79118801,351,797 taes do Egypto de 44 kilos
1865 2,001,169 1881· r,966,21-5 e 546 grammas.
1866 1,288,762 1882 2,108 ,500
1867 1,260,946 1883 2,013,433
A -cultura do algodão no Egypto ·continúa a progredir.
O caminho de ferro, projectado 'p ara o Soudan, tem por fim
aproveitar vastíssimas regiões para a cultura do algodão .
Ao lado da cultura a industria cio a lgodão.
Em Ale"anclria 38 fabricas produzindo 10,480 peças de
algodão po~ anuo l Só em Alexandria quasi o duplo das
fabricas existentes em todo o Imperio ! No Cairo 107 fa-
bricas para preparar algodão, e fabricas de fa,,endas de linh o
e de algodão.
Por outro lado fabricas de qleo e de seméntes de algo-
dão fundando-se no Cairo e em Alexandria, 'graças aos estudos
de Gastilein-Bey ! '
E n'este Im'perio ? Estaremo3 condemnad, ,s a ficar eter-
namente inferiores até ao Egypto em agricultura e em
industria? ! !
XXXVII.
(1) Fol em 1810 que foram remettidas da Ilha de Sumatra para Londres as
primeiras balas de ~'Ramia:" os fabricantes inglezes reconhecer.:i.m logo as suas vantaga ns
e começaram a promnver a sua importação.
- 229 __;
f>) Segui~os a classificação das fabricas da Bah ia, dad; pelo devotado ex-
presidente Cntz Machado; a commissão de inqueri to dassificou-as deste modo:
.1° Fabrica de T odos-os-$.antos, ga!õ;tando222,320 kilogrammas de algodão por anno.
2v Fabrica de Nossa ~enhora do Amparo gastando '177,250 ditai idem.
3° Fabrica de Santo An'toni o do Queimado 1 gasta ndo 92 , 100 àitos idem.
4 11 Fabrica I\•l odelo, gastando 30,300 àitos idem. _
sº Fabrica Conceição Lde V~lença?J gastando 74,450 ditos idem.
6° Fabrica Prog resso, ga!-tando 45,060 ditos idem.
7° Fabrica S. Salvador 1Conceiçâo da Bah ia ?J gastando 36,650 ditos id em.
- 236 _-
IV - Província de Mmri"s
to) Fabrica do Cedro. no Taboleiro-Grà:ncle. em o
. município de Curvello, pertencente á firma social Mascarenhas
& Irmão .
II) Fabrica "Industria Machadense" na freguezia de
Santo . Antonio <lo Machado, no município de Alfenas.
Trabalha com motores -hydraulicos e A vapor;
12) Fal-irica de Brumado, junto a Pitanguy, que deve
ser movida por agua.
- 2 37 -
V. - Provzncia do Rio de Jànezi-o
500 ao todo.
-No ann,,, que findou em Junho ele 1869, m ·.mufacturou
8,068,235 jardas de panno de algudào, empregando 6.362
bah,s de a lgod ão em rnma de 440 libras cada uma. Cach1
tear produz cerca de 51 Yz jarcfas, pur dia.
Nesse mesmo anno p,1gou dividend()s de 20 % e teve
aind ,1 um saldo de 225,515 dollar~, para fund () de reserva.
II. A fabrica de Arizona, estabelecicht na Louisiania,
tem dado dividemlos de · 2+ .¾ s0bre o se u C,Lpital d~ 80,000
d ull.u's ou 160 :000$000.
111. Co.lzuo JiVorks, lambem nos Estados-Unidos, µt1ssue
1,200 teares e 48,232 fusos;. gasta annuaiinente' 4,700 balas
de algodão e produz r 2 milhões de jardas ,d e panric! de
algodão !
A estes exernp lus accrescentaremos u da Companh."a de jia-
rlio e tecirlo.s Lisbo,11mse, cujos magnificos estabeleciment,,s tive-
mos a satisfação de vis ita r a 30 de Setembro de 1872.
A companhia escreveu no seu brazào Industria e P erseve-
rança, e tem c umprido brilhantemente esse bello programma.
Dispõe de um c,1pital de! 500 :000$ fortes. Obteve, no anno
de 1874, a renda liqu ida de 96:865$365 fortes, mais de 19 % !
Teve a feliz inspi ração de distribuir,· em modesta é gra-
ciosa festa industrial, premias aos oito opera ri ps, que 1nais ·se
distinguiram no trabalh o, e ás quatro operarias, que mais
se devotaram ao ens in o cios ap ren ,li z,~s menores. Que
estes exemplos de Portugal sejam de boa liçã11 na terra de seus
filhos! ·
2 47
(1) Nos Estados-Unidos este oleo tem sido empreg::ido na alimentação .em concui·-
rencla com o azeite de oliveira. _
[2l Bey, que significa principe governador. ou sómente pessoa distincta, é um
titulo que o Khediva Ismail concede quasi sempre aos sabias ao serviço do Egypto.
Convém lembrar que conserva e recorda melhor os nomes primitivos do que os taes
ridiculos baronatos a Porto Alegre, a Magalhães, e aos homens mais notaveis deste
Imperio!
Os resídu os da fabri cação co nstitu em , com o j.i m en-
cion2.m os trata ndo <;l a c 11ina de assuca r, um dus m elh ores
estrum es cunli ecidos pa ra esse utilí ssim o vegetal.
O..t2'lll?tN
2 55 -
motiva e~te quadro synoptico, é que, <las vinte províncias
do Imperio,. s6 nove concorrem na exportação do fumo,
quando todo . o territorio do Brnzil possue excellentes_ con-
dições para a cultura desse estimado producto agricola.
Verdadeiramente , s6 tre, provi ncias, a Rthia, o Rio âe
Janeiro, ou melhor Minas, e o Rio Grande do Sul, exportam
em quantidades importantes o fumo. No emtanto, desde o _
valle do Amazonas, que produz o fumo de Borba, junto á f6z
do Madeira, tão procurado dos am-tdores,. até o Rio Grande'
do Sul, que é a terceira provincia productora do fumo , não
ha talvez uma_ legua do vastíssimo territorio deste· Imperio em
que não se possa cultivar com grande proveito o fumo!
A providencia, que aconselhamos á provincia d'l Bahia, é
lambem applicavel ás províncias de Minas G ~raes, do Rio de
Janeiro e do Rio Grande do Sul. A fundação_nestas pro-
vincias de algumas fabricas centraes, <lirigidas por engenheiros,
instruídos nesta especialidade nas admiraveis manufacturas de
tabaco da França, seria infallivelmente um poderoso estimul~
para a extensão da cultura de um producto agr,icola, n<i qua1
só nos leva natura lmente vantagem a ilha de Cuba.
.
XLII.
.. ... ..... .
~
~ -
..
.
XLIII.
Snmma ..•..
Estes são os algarismos officiaes o c,;11 trabando ( 1 j
elevar.i o algarismo real a 400,000:000$000.
Ora, os neg<1ciantes i,nportad,Jres confessam que ganham
20 a 25 % na:; suas transacções; ba, pois, um lucro liquido
valoJ:J ct~~~\:~\i!!~~as são . feitas com valores officiaes , . sempre muito inferiores aos
~ Os homen~ pratic~s nas cousas do Brazil orçam o contrabando em 20º'Ó pelo menos
da som ma offici'al das importações e exportações. · •' ' ,
- 279 -
annual de mais ele 70,000:000$ em ((lei(, o Imperi'o, pel o
menos, que espera em letras d11 thesouro, em contas correntes
nos bancos e em outros títulos, facilmente realizaveis, a.
occasião opportuna de eam li/o favor,wel para se passar para a
Europa e para os Estados-Unidos.
Ha tamhem lucros que passam em m ercadorias e se
realizam f6ra do Brazil.
São ·esses 70,000:000$ , pelo menos, qm· o projec '.o de ·
lei intenta principalmente fixar todos os annos 1w Brazil, com
a segurança da renda liquida de 7 %, paga em o.uro, uu ao
can1bio par de 27 pence por r$Joo.
Esta mesma garantia de juros em ouro facilitará a impor-
tação immediata e directa de cr,pital estrangeiro no Brazil em
maior e~cala <lo que qualquer outro expediei1te financeiro.
Basta, porém, que consigamos fixar 50, 0 00:000$ por anno clo
capítal, accumulacl<l· no Brazil pelo commercio estrangeiro,
para que este paiz. em poucos annns. nà(j tenh'a snperi"or n n
mundo em m ovim ento progressivo.
N6s affirmamos confiadamente i ~"Nenhum expediente
" financeiro é superior á g,lraI'ltia de jl1roS de 7 % e111 ouio. _e
,_, por 30 [l11110S, para fixar na agricultura e na industria!"nacio-
" na! os lucros líquid os d,,s commerciantes estrangeiros, e
"para importar directamente a maior somma de capital
'' estrangeiro com destino ao progressl• do Brazil. ,;
Exige a lealdade de disci pulo e amigo, exige a -verd,:ide
historica, que declaremos desde já que este eiçpeJiente fin-a n-
ceiro não é invenção nossa; pertence ao Viscunde de ltal.J, ,_
rahy, foi por elle usado no dia mais critico das finan ças d,t-
naçâ(• brazil eira. Repitamos a mais importante lição pratica
que nos legou o fundador e o restaurador d \1S finanç,1s d"
Brazil :
"A afflictiva sitnaç11l> ( 1) em que se ;ichuu o thesouro
no começo do corrente e•;ercicio ( r 868. a r 869). sem meios
(1) Vide Relatorio do Ministerio da Fazenda de 1869 1 pag. a. ,
Em 1868, a 22 de i\'laio~ othe5ouro nacional sacou sobre Londres a 16 ¾, um grande
numero de vezes, ao cambio de :i7 ... .
Estivemm•, cumpre lembrar, ás bot'das do abysmo da bancarota.
- 280 -
XLVL -
Somma................. 161,076:500$000
l1J O Sr. Dr. Sebastião F erreira Soares, que possne n'este imperio os melhores
dados e:-: tatisticos, eleva este a lgarismo a 10,000 contos de réi~-Vide Esboço da Crise
Commercial de 1864.- Typ. E & H. Laemmert, pag 22).
- 288 -
..
.
XLIX.
L.
(1) Contra a bem conhecida maxima ''Ecclaesia abhorret a sanguine" prc-testa infe-
lizmente a historia. de todas as religiões.
Até o reformador Calvino fez queimar em Genebra 1 em :1 553, o pobre fanatico
Servet ! . __ _
Para a igreja romana é ocioso até le mbrar os nomes de Catharina de Medieis, de
Torqnemada e do actual cura de Santa Cruz!
.
LI.
11
r
Il Os agricultores francezes exprimem estes desvarios pelo con-hecido ritão: '
• l\1anger son grain cn h erbe ; " os criadores inglezes dizem tambem: "To eat the
calf on the cow's belly."
- 314 - ·
.,
~
POPULA· EXPORTAÇ.~0 CAPITAL
""' PROVH\CIAS ÇÃO DE
~
ESCRAVA LONGO CURSO GARANTIDO
.._..;
<;
li:] Ver o proj ecto de lei no art. XLI de$ta serie, publicado no "Jornal do
Commercio" de 25 de Fevereiro de 1875 .
patentes aos agentes dos governos geral e provinciãl os seus
livros de escnpturação.
Não vos embarace Ç) sophisma ele que essa_fiscalisação
será inquisitorial, incommoda e insupportavel ás companhias
ou ás associa.ções e m cumi"nandita. Nós podemos assegurar-
vos, de experiencia propria, que as visitas dos agentes dos
governos aos estabelecimentus de curnpanhias respei.taveis s6
produzem beneficios; muitos preco11ceitos, muitas prevenções,
muitos prejuizos se desvanecem com uma simples ·inspecção
dit'ecta e immediat::i, que vale mais do que a leitura de mi-
lhares de officios, de mem o1·iaes e de relaturios dos em pre-
gados subaltern"s-
Bem, pelo contrario, uma das difiiculdades, com que
lutam os ,gerentes das c0mp,mhias, é conseguir que, neste
paiz de apathia e de irnmobilidade, os agentes do governo e
até os proprios accionistas visitem seus estabelecim.e ntos.
Todos querem informações de orelhà : lêr e sobretudo ir vér,
só depois elas maiores instancias. .
Está nos escapando da penna um exe mplo notabilissimo,
I
que por ser muitu recente ainda não é possível citar. Bastará
lembrar, para firmàr as idéas, a clifficuldade que têm os
bancos e as companhias, inclusive " Banco do Brazil, que
concentra em si os maiores interesses desta capiUl e da
província do Rio de Janeiro, em reunir numero sufficiente\ de
accionistas para as assembléas geraes !
Tudo isto demonstra que é necessario educar a geração,
que cresce, para. a agricultura, para a industria, para o com-
mercio, para o trabalho em uma s6 palavra! Até aqui a
educação era meramente política. Sabia-se da academia pará
os collegios eleitoraes, e muitas vezes para as assembléas
legislativas provinciaes, e até para o parlamento nacional.
Dahi essa repugnancia geral para o trabalho productivo.
E' p1eciso reformar tudo isso radicalmente, se não queremos
ter a sorte da França e da Hespanha.
.,,
vezes será inferior de r, 000:0001!,, e rarissi mas vezes attingi rá
a 2 ,000:0001!, ou a 3 ,ooo:0001f,ooo .
Nós ped im os instantemente aos nossos estadistas a s11a
atten ção para esta di ffic uldacle capital. E' evid entem ente
n ecessarin e indispensavel que o sjrstema, que se tenha cje
adaptar para importação do capital estrangeiro para auxilio .
da Agri cultura Nacional,seja pratico e reali z:wel; quando não,
será mais uma lei sem res u ltad n, m ais um a decepção, m,1is
uma causa de clesa,n mo, senão de d esespero para a lttvoura,
deste Imperio. Dir se-ha: Mas porqu e nãn levantará directa-
m ente o governo impe ri a l us 2 00,000 :000$ necessarios? N6s
já respondemos: po rqu \:! isso seria, além de impossível, o
mai o r, e rro finan cei ro que se poderi,1 com m ette r.
Um emprestinrn, levant,i.d n pelo irnvern o, qualquer que
fosse a sua denominação, se iria reunir aos emprestimos já
existentes, cuncorrer com elles, fazer baix<H a sua cotaçã·;>, e
portanto o credito nacio nal. N o systema da garantia d e
juros, q uem toma emprestado é a em preza; o gove rn o só
responde pelos juros; as te rras; os e,! ificins, as propri edad es
moveis e immoveis, emfim da emrireza, respondem -pelo
capital. ·Deste m odo chega-se ao systema, adaptado pelos
Estados Unidos, .muito bem den o minad o por Michel Che-
valie r preslac;âo de credito do ,E stado, ou ainda ao systema
adoptado pelo governo russo por le mbrança dos banqueiros
R,)tschild.
Em ri go r fin a nceiro as acções dos engenhos centraes,
em i tti das em Lond l'es ,' serão verdadeiras obrigações; ( debmtures
obligalions J, te ndo juros pagos pelo gove rno imp erial e direi t, i
de pri.rneira hyp ,>theca s,>bre todas as propriedades- moveis e
imm oveis da empreza. A operação, sendo toda feit.i péía
D elegacia do thesouro naci o nal em L ondres, terá todo , o
prestigio do Governo imperial, sem ao m esmo temp n dar-lhe
m,lÍs o utro compromisso além dó paga megto dos jurns gai-an-
tidos durante trinta annns.
...
•
"
LIV.
Nós receia mos não ter sido _bem explícitos no artígo ante-
rior, fazendo a exposição <lo modo pratico de cumprir o § 5°
do art. 1º do prnjecto da lei de auxi lio á Agricultura Nacional ;
vamos procurar ser bem claros em tão impbrtante assumpto.
Principiaremos repetindo a letra desta disposição:
Art. rº § 5º Quando o capital da empreza tiver de ser
importado de paiz estrangeiro, os · concessionarios assignarã?
um contracto com o Ministerio da agricu ltura, no qual-serão
especificadas as condições techni cas da em preza, e u rri' outro .
com o ·Ministerio da fazenda para o levantamento do c~pital
em paiz estrangeiro, nas condições de um emprestirn@ ~Gm
juros, pagos pelá Delegacia do Thesouro Nacional em Londres
e sob sua immediata fiscalização.
- 328 -
Em• primeiro lu gar é intuitiva a vantagem da separação
das cÓndições technicas e das financeiras da empreza agrícola
ou industrial. E' inutil que (> capita lista esfrangeiro se veja
obrigado a es tudar, a verificar e a reconhecer os innumeros
cfotalhes technic<>S de uma emprcza agr ícola ou !nd us t ria l.
Para o capitalista tocht a que,tão se -resume na infallibilidade
do pagameuto dos juros em Lo ndres e da respectiva quota de
amo'rtização do ernprestim o .- Quando muito os mais exigentes
quererão ter um :1 certeza de q-ue o se u dinheiro será realmente
ernpregadn em melhornr a agricultura do Imperin, e não em
augrnentaro seu material de gnerra. ou em qualquer outra
despeza improductiva,· o u mesrno cuntraproductiva .
Já tivemus occasião de fazer notar que foi grave erro para
os cami nh os de fenn, garantidos pelo governo imperial pela.
lei n. 2 ,450 de 20 de Setem bro de 1873, enviar µara L"ncires
conlt'ições teclmicas de envo lta com as condições fin..i nceiras
<la empr~za. E' esse um tlus casos q ue a subdivisãu produz
muita clareza, muita simplicidade e diminu_e radicalmente as
difficuldades do problema. Para os caminh os de ferrn ga ran -
tidos nús dissemos :
" Estúdandu estes e, n 1ractus, ·, econ hece-se lugo que não
1
I.
Ficam os con~essionarios do engenho central Progresso,
situado na margem direita do rio Paraguassú, em frente da
cidade da Cachoeira~ na província da Bahi~, auctorisados a
levantar um emprestjmo de J: zoo, ooo, destinado especial-
mente para o estabelecimento do mencionado engenho
central.
- '
331
II.
Este emprestimo será denominado - Emprestimo do
engenho central Progresso da_provincja ela Bahia - Imperio
do Brazil em _todas as suas relações officiaes e no Stock-Éx-
change de Londres.
III.
Os juros effectivos deste emprestimo deverão ficar com-
prehendidçis entre 5 % _e 5 ¾ % ao anno. O seu juro
nominal será de 5 %, e o preço da emissão nunca inferior .ao
correspondente a uma renda effectiva de 5 ¾ %.
IV.
O cont~actador deste emprestimo deverá en tregar a
somma de ·;[200,000 na Delegacia do Thesouro Nacional
em Londres em tres prestações : a prim e ira a assignar o res-
pecti vo contracto; a segunda trinta (30) dias depois e a
terceira sessenta (60) dias depois ,ia assigntura dó contracto.
V.
A 2 de Janeiro de cada anno, . ou no seguinte se esse
fôr feriado, e no dia r. 0 ele Julho de cada anno," · ou no
seguinte se esse for feriado, a Delegacia do Tl!esouro Nacional
entregará ao conlractado r -do_ emprestimo a somma, corres-
pondente aos juros vencidos pela taxa estipulada para as
sommas effectivamenle recebidas do cnntractador do ·em-
prestimo até essa rata.
Estes pagamentos serão sempre feitos em moeda corrente
ingleza.
VI.
Os juros serão ·pagos infallivelmente ao contractador
do emprestimo, independente da reó.da · liquida do en-
genho central Progresso, pela q uai só serão responsaveis os
concessi onarios perante o governo imperial.
VII.
-Este emprestimo deverá ser amortizado ao mais tardar
em trinta annos ; no dia em que findar este prazo deverá
ser entregue ao contractador do emprestimo a ultima quota
<le sua amortização pela Delegacia do Thesouro· Naoional em
Londres. ·
VIII.
Os cohcessionarios obrigam-se a entregar semestral-
mente na thesouraria da Bahia a correspondente renda liquida
do engen·h o central Paraguassü, no quantum necessario para
ser pelo governo imperial, empregado no pàgamento
em Lon_dres dos juros do emprestimo e das quotas de amor-
tização.
IX.
O governo imperial terá- hypotheca privilegiada de
todo ó engenho central Progresso e de todo o seu material
movei e immoveJ.
X.
Os concessionarios serão responsaveis perante o go-
\,erno imperial pelo fiel cumprimento das condições ex-
, pressas n'estas clausulas e nas do decrt"to n,. ... de ... de 1876
que approvou o contrato; fei,to com · o Ministerio da agri-
cultura, commercio e obras publicas.
XI.
Satisfeitas éstas clausulas, terão os concessioria,rios do
engenho_central Progresso direit0 de receber da Delegacia
<lo Thesouro Nacional em Londres trinta por cento (30%)
do emprestimo, logo que estiver effectuado o seu pagamento;
trinta por cento (30%) seis mezes depois e quarenta por cento
(40%) um anno depois.
Qualquer destas tres prestações poderá ser realizada em
toda ou em parte no Ri~ de Janeiro ou na Bahia se assim con-
- 333 -
vier aos concessi onarios ; ficando, porém, bem claro que ,,
conversão em moeda brazileira se fará sempre ao camhoi,,
e
par de vinte sete pence ( 2 7d.) por mi I réis.
'1
..
•
LV.
o assucar.
Não esqueçamos as despezas excessivas, devidas ás
administrações e gerencias inglezas: tudo isso desapparece no
systema, que ora propomos; o qual tende ao sublime des1~
de1alimz : capital inglez, administração e direcção technica
brazileirn·s. Para realizar todos os beneficins enumerados só
é. necessario que o Governo Imperial, seguindo eis sabios con-
selhos de ·Michel Chevalier, preste resolutamente lodo o seu
credito e !Qdo o seu prtsfigío ás em prezas de utilidade_
· publica,
que tiverem de levantar capital em Londres.
Cumpre que o Governo Imperial considere, sincera e
cordialmente, como sua a causa d~s emprezas garan9das, ás
quaes infallivelmente tem de dar! por cen~o de j ~iros fm ou~o,
durante 30 annos, sobre o capital nom1md da ~otnpanhia ,
por menor que seja realmente o capital importado no Brazil
para essas em prezas . Nós pedimos encarecidamente a attenção
dos nossos estadistas e dos nossos legisl adores para este
momentoso problema.
Podem os. rotineiros dizer quanto _ lhes aprouver; nós
repetiremos conscienciosamen'le; '' Não ha actualmente pro-
blema dé maior importancia para o Brazil do que o da fixação
e da importação do capital estrangeiro para ã Agricultura, para
e
a industria µara os caminbós de ferro nacionaes. "
LVI.
[ 2 l Nós esperamos que para o Brazil o fundo de amortisação ·possa ser, pelo menos,
de I 1/2 C),-f, differença entre 5 1f-2 % e os 7 %, garantidos pela lei de 24 de Setembro
de 1873.
·- 342
- 350 -
. .
por. fim, a paz arn~a_<;la com o hypocri'ta paradoxo "si vis pa-
,éem para bdlum. "
VêJe o exemplo que ora nos dão os dous paizes do
mundo mais eivados de militarismo: a Prussia e -a França. A
França· sonha •vingança e arma~se contra a Prussia, que p9r seu
lado considera a guerra de ·1870, a reivindicaçfio das miserias
soffridas sob o duro jugo do primeiro Napolei'lo. A Prussi,i
. _a rma se i_)limitacfamente para sustentar as ultimas conquistas
0
r"
O § 1 do art. r" do projecto ( r) de lei de auxilio á
agricultura nacional diz :
" § r 1. Serão fiscaes natos dessas em prezas os presiden-
t~s das provincias, os presidentes das assembléas provin-.
ciaes e os inspectores das thesourarias em que ellas tive1:am
seus estabelecimentos. "
Assim o governo imperial terá um agente para inspec-
cionar a administração, e outro para a parte _fiscal; o elemen~o
popular terá um representante na_ pessoa d, , pl"esidente da
assembléa pruvincial. Deste modo a lei obrigará não só o
pessoal superior da administração e do fisco a occupar-se de
•
- 359 -
"mente, pela imprensa diaria, o relatorio de suas operaçüe
" e o b,1.lanço do estado <la sna caixa.
"Aos agentes dos govern,'is imperial e provinci.al ~e-
" verão estas sempre patP.ntes todos ns livrns de .escriptu ração
" destas companhias. "
Não ha vexame algum nesta disposição. Uma cc,mpa-
nhia industrial não tem nem deve ter mysterio~. Gerimos já
companhias nas condições mais deli cadas, que se podem
. · im aginar, e nunca achamos necessario occultar os nos~os a!-
garismó_s, a quem quer que fosse, e muito menos aos agent~s
do governo im per:ial.
A publici<lade é uma das maiores bellezas du systema
das companhias
A historia de uma companhia serve de lição á se-
gúinte: o paiz todo está aprendendo . semp re, com os· docu-
mentos estatísticos de cada emprez;i. industrial deb·1ix,) d_()S
olli éis.
Bem disse Michel Cheval ier :
" On ne sait pas tout le parti que dans la société mo-
" derne, il est possible de tirer de la publicité. · Elle iné1ite
"d'être con~ideré clmme le c<muep iid,, ou l 1 s:111ction de
" la Liberté. Elle est plus qu'un hommage renélu á l'opinion
"publique, el le est une des formes de la S()ueraineté nationalt,
"en ce qu'el le soumêt la gestion eles grandes aJministr~tions
"commerciales ou p ilitiques, à l'e,,:c1m~n de ce souvera in que
'' se nomme public.
Até aqui a imprensa tem servi do quasi exclusivamente á _
política militante e ás necessidades de momento, o paiz vai
pedindo m.tis alg um t cuu .- ;a: que el la seja ,1 in iciado 1·,t de
tndos õs progres,ch e promotora de t,1d,1s as Libez:dades.
A imprensa não póJe faltar a estt s.rnta m'. is~á ,l. · e nós
esperamos que, em breve, a impren-;i erguerá. o nivd 11101·al
e intellectual destc1, 1uç10, con,rí tuin ],.H'! o principa l
agente da sua instrucção, de seu engrandecimento e de s ua
prosperidade !
! \.
•
LXI.
[,] Vide o texto deste projecto de iei no artigo XLII desta serie, publicado no
J<'rnal do Conunercio de 25 de Fevereiro de 1875.
se attenda bem que deixamos 2 r por cen to ou tres annos dos
juros garantidos de 7 por centó para ca~c;os de força maior.
Cumpre tei' ta1nbem em lembrança os calcul0s, fei tos no
. eslu.do especial para appli cação dos novos principios de cen-
rral·isação ' agricola e ind ustria·] aos principaes productns do ·
· Brazi l, e os exemplos de toâos os engen hos centraes da Marti-
nica, Guàdel upa e de todos os outros paizes, os quaes têm,
quasi que in'fallivelmente, dividendos de 15 até 48 por cento,
por anno._ Assim podem ficar tranquillos os nossos mais timi-
dos e meticú:losos financelro~ :
"A garantia de juros a-os engenhos centraes nãd levará o
Impefio á bancarota. "
E' deste teol' o § 15 do artigo rº do projecro de lei de
auxilio ã agricultur~ nacional :
"§ r5. · O ·governo nada · pe rceberá quando a renda
liquida destas ~mprezas exceder a 7 por cento : nenhuma
dellas poderá ser sL!jeita, éomo pessoa _ço ll ectiva, a imposto
algum." .
Não sabemos .que máo esririto ins.piroli aos noSSl)S ésta-
c!istas a desgraçada •idéa de que o fisco _devia constituir-se
·accionista forçado de todas as emprezas do Imperio. Os
escanda:los, comméttidos neste particular, têm excedido a tudo
·0 que se ha praticado nos paizes m :1is dominados ·pelo mono-
polio goveniamen tal.
- E'; pois, do nosso dever, nesta opporturiidade, i-eunir
nóssâ 'fraca vof ~ outras mais aulorisadas, que, até no senado,
têm já severa111ente reprehendido a in"reliz inríovação rius duna-
tivos, arrancados ás ernprezas industriaes. T,mto mais neces-
sario se torna o cumprimento deste dever, qm.nto já, ein um
contrato de engenho centml em Pernambuco, se introduzio a
clausula de ·um donativo parn não sabemos ·que obra de
caridade!
Nos paizes onde, como na França, o rnonopolio govcr-
·namental já attingio os limites do socialismo e do 'é ommun is-
m'ó autocraticõ, ha exemplos de co-participação do Estado
no excesso de renda das emprezas além de um certo· li mite.
- 363 -
O systema dos donativos prev10s é; porém, uma exageração
fiscal, que .não consta ter µrecedentes .'em parte..algum.a . · Em
pura razão os taes don ativos sãu ve1:dad~iras m_ul_tás á inicia-
tiva individual e ao espírito de associaçã'o._ Ainda 'não· esJá
organisada a companhia, ainda não se sabe coto q.ue difficul-
dades praticas vai lutar,: e já' ella está obrigada a desfalçar o seu
capital para fazer um donativo forçado, que por vezes orça em·
centenas de contos de réis ! !
A co-participação do fisco, no excesso de · r~n'da., é já u.m
gothicismo , iujustificavel perante o direito e a razão:' o des-
falque do capital de uma_ er:np_reza que n_ã,o_ se s;il;J_~ _ mes.mo
se dará renda algum a a seus accionistas, é urn _ acto mons- _
truoso, que -não resiste ás mais simples noções · de justiça, de
equidade e até de moralidade! Tinha-se medo de emprezas
mu.ito prosperas, e fazia-se por isso todo o possivel para ·reiiu 0
(t} Não faltam já, mesmo no Brazil, provas irre.:usaveis d~sta verdade. Em
torno da serraria da companhia Florestal Paranacnse já está uma colonia No Piauhy
já o illtlstre agronomo Parentes teve, em poucos mezes, mais colonos nacionaes do que
os necessarios Pf.ra o custeio das cinc? fazendas do Estado, que lhe toram ~enfiadas t
pregadas nos estudos escolares, serão aproveitadas etn exer-
cícios no campo e nas officinas. Desde os seus primeiros
;innos o menino se familiarisará com a technologia e com o
emprego de todos os utensílios e de todas as machinas ruraes.
Crescerá, por assim dizer, em um meio agrícola, como
crescem as aves no ar e os peixes no mar.
Deste modo conseguiremos que os .filhos dos lavradore$
sejam lavra,dores; que a população rural cresça e progrida; que
a Agricultura prospere pelo concurso de todos os seus filhos,
e que tenha portanto o maximo incremento a riqueza nacional.
E' preçiso ter sempre á vista que é difficilimo fazer um
bom lavradÔr de um moço criado e educado nas cidades, do
mesmo modo que o lavrador .se ad1a sempre deslocado longe
das suas terras.
Em todos os paiies as populações se dividem natural-
mente em populações ruraes e em populações urbanas ; cada
uma com seus habitos, com s uas aptidões e corri Sll'!,S ten-
dencias clistinclas. Para a prosperidade nacional é necessario
que se mantenha um jnsto eq uilíbrio entre as populações
urbanas e as populaç_ões . ru raes.
Nesle Imperio, pela desidia com que tem sido tratada a
Agricultura Nacional, a pÕpulação rural tem sido absoi:vida
pela popuhição urbana. Neste momento a tendencia g:eral,
principalm ente no. '. norte. onde a lavoura agonisa, é vender
os escravos, e ir viver nas cidades dos mesquinhos ordenados
dos empregos publicas. E' assim que fatalmente vai crescendo
a burocracia, ao mesmo tempo que se vai anniquilando a
Agricultura.
Evidentemente é necessario providenciar cotn a maior
energia cun tra tal calamidade, -antes que caia de_ todo em
minas a principal base' da riqueza nacional.
A ult ma ( r) providencia do projecto de lei de ~uxilio á
Agricultura Nacional diz assim :
(I) Para não excitar. susceptibilidades não vem express·a neste projecto de _lei a
prohibição de dar-lhe o governo regulamento. -.
A experiencia tem infdizmente demonstrado que os regulamentos neste Impeno
são sempre muito menos liberaes do que as leis, e ·retardam de mtptos mezes, quando
uão de annos, sua execução.
.§' 18. · A despeza annual com o pagamento das fianças
de garantia de jütos ás emprezas, ás quaes o governo houver
a·p plicado os favores concedidos pel.a presente lei, será
· effecttiada pelos meios ordinarios do orçamento, e, erh falta
élelles, por operaç.ões de credito, dando o governo de tudo
conta annualmente á assembléa geral. "
Recordem os que os 200,000,000$ garantidos, nos termos
do presente ,projecto de lei, não pociem obrigar o governo a
maior despeza· annual çlo que 6,000 contos de réis, ainda que
~e acc_umulem as mais tristes circumstancias. Ora, o relatorio
do ministerio da fazenda de 1874 nos fornece estes precios0s
àlgari sínos :
EXERCICros· DE 1870--- 1871
Receifa orçada pelo calculo proporcional .. 90, 246:486$000
Receita effectivamente arrecadada . ... . . . . 95,885 :278$000
Excesso. . . . . . . . . 2, or r :766$000
EXERCICIO DE 1872-1873
Receita orçada pelo calculo proporei una!. . . 106,8 r 2 :32 3$000
R~ceita effectivamentearrecadada ...... ,... 108,830:962$000
Ah! Mas ha infel izm ente neste . paiz, para annihilar todas
essas esperanç:-ts, um ser fatal, Ürn dernonio, que é fraquiss·i rno
na acção · e· fortíssimo na resistencia; que é inerte para o
movimento e activissimo para a reacção; que é incapaz de
crear, mas está sempre prompto a matar; que é pequeníssimo
como ~gente e grandíssimo coino obstacu lo; que é esteril de
ideias liberaes e progressistas, mas é fertilíssimo em chicanas ;
que é sem coragem para o bem, mas ousadissimo para o mal ;
este Prothêo, esta sphinge, este Mephistophelt;.s da Agric ultnnt,
ela Industria, da L iberdade e do Progresso, neste Imperio, é
- O MEDO.
LXIII.
LXVI.
393, -
Esses pobres éolonos, que menciohamqs no artigo _a11,te-
rior, abandonandu a sua lavl?u'. rn, po_dtam dizêr: no Br'az-i l
não ha_liberdade do trabalho ! O infeliz call!,ponio ~as mar- ·
gens do Alto S. Francisco, que não pôde expm:tar producto
algum da sua i:ndust1i_a, por falta de estradas e çle c;amil).ho,s ·
de, feiro, p6de tambem repetir : no .Brazil não hã liberdade
do trabalho! Todos os habitantes do interior de Minas,
&, Guyaz e-de Mato-Gro~so podem ta~beiµ repetir unisqí~ os :·
no Brazil não · ha -liberdade do, trabãlho !
E'. · queremos ter iJU migr~ção espont_a nea -? -!• !_ Absurdo l.
Chiméra ! Escarneo !