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● Obra escolhida: Henri Matisse, The Red Studio, 1911, oil on canvas, 181 x 219.1 cm
(Museum of Modern Art, New York)
● Efeito Conjunto : A tela entrega aos poucos os elementos, pois dentro do fauvismo a
mensagem chega depois do choque das cores. Primeiro o trabalho com o vermelho
sangue que tem um trabalho de iluminação ao meio nos faz enxergar um grande
borrão com pontos de cor que diferem do tom gritante. Ao abandonar o desejo de
receber um grande trabalho de iluminação e sombra do qual se entende por muito
tempo podemos ver a grandiosidade da tela e seu trabalho de formas e delimitações.
Apresenta áreas onde se veem vários objetos sobrepostos mas o destaque se faz em
elementos em cores chapadas e contrastantes entre eles como é o caso do canto
inferior e central da direita da tela.
2. Leitura interpretativa
Argan ao falar sobre a obra também fauvista de Matisse “A dança” ele analisa
a forma do artista de enxergar o trabalho das formas e assim podemos ver como o
trabalho de perspectiva foi feito pelo pintor no “Ateliê Vermelho” como fica claro no
trecho onde ele diz “Ao Cubismo que analisa racionalmente o objeto. Matisse
contrapõe a intuição sintética do todo. É este precisamente o quadro da síntese, da
máxima complexidade expressa com a máxima simplicidade. É a síntese das artes. A
música e a poesia confluem na pintura, e a pintura é concebida como uma arquitetura
de elementos em tensão no espaço aberto, é síntese entre a representação e a
decoração, o símbolo e a realidade corpórea, entre o volume, a linha e a cor.”
(ARGAN, 1910, p. 259); Assim com esta análise feita pelo autor sobre uma obra feita
em um ano antes da aqui analisada é possível ver seu papel no fauvismo com seu
trabalho escandaloso e cheio de detalhes escondidos na ignorância dos que
enxergavam como um trabalho desmantelado.
A pintura surgiu de uma comissão recebida por Matisse em 1906, encomendada por
um grande fã de arte moderna, Sergei Shchukin, onde ele pediu a um trio de obras de
qualquer tema que Matisse quisesse. E dentre as obras “The pink studio”, “La Danse”
lá estava “Ateliê Vermelho”, que vinha de uma comissão onde Matisse quis trabalhar
seu mundo, ali especificamente seu ateliê. Em contramão a esta história temos alguns
percalços no caminho, pois Shchukin, não quis a tela, e preferiu outro trabalho, e
assim a obra acabou participando de outras propostas, e de certa forma esperando pelo
momento certo, pois por ser uma tela diferente do que se entendia como arte, a
produção de Matisse foi bastante odiada e mal recebida. E com o tempo, depois de
muitas mudanças no imaginário dos apreciadores de arte, passou por paredes de
compradores, e com o tempo foi sendo uma obra de influência, como é considerado
até hoje.
Henri Émile Benoît Matisse (1869-1954), The Red Studio, oil on canvas, 1911, 181 x
219.1 cm (Museum of Modern Art, New York) natureza morta
Projeto criativo
Ana Clara Costa Dias (2001), Matisse kid, pintura digital, Goiânia, Goiás, Brasil, 2022, 3000
x 3000 pixels (Acervo Pessoal), abstrato.
Referências Bibliográficas
MOMA. Museum of Modern Art. Henri Matisse, The Red Studio Issy-les-Moulineaux,
Fall 1911. New York: MoMA, Floor 3, 3 East The Robert B. Menschel Galleries, 2022.
Disponível em: https://www.moma.org/collection/works/78389 . Acesso em: 14 ago.
2022.
MATISSE, The Red Studio. New York, 2018. 1 vídeo (4:36). Publicado pelo
Smarthistory. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=nz_zwsgjRbw&ab_channel=Smarthistory . Acesso
em: 14 ago. 2022.
REDAÇÃO. Henri Matisse. L'Atelier Rouge , 1911 by Henri Matisse. New York:
Biography, Artworks, & Quotes, 2022. Disponível em:
https://www.henrimatisse.org/the-red-studio.jsp#prettyPhoto. Acesso em: 14 ago.
2022.https://www.henrimatisse.org/the-red-studio.jsp#prettyPhoto
HENRI Matisse 's The Red Studio: The Journey of a Painting. New York, youtube,
2022. 1 vídeo (8:03). Publicado pelo Smarthistory. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=zDYlSLWAjQs&ab_channel=TheMuseumofModer
nArt . Acesso em: 14 ago.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Cia das Letras, 1992.
RESUMO
Trabalho sobre Dadaísmo e Surrealismo
08/08/2022
Goiânia - Goiás 2022
Resumo - Dadá e Surrealismo
Ao lermos o texto “Arte Moderna” de Giulio Carlo ARGAN, pude entender de forma
mais clara o funcionamento das duas vertentes escolhidas para a confecção deste resumo.
Quando falamos sobre o Dadaísmo especificamente encontramos nele uma nova percepção
artística de modalidade e criação, onde temos como método de trabalho a matéria e ação do
cotidiano como inspiração. Temos nessa modalidade uma visão mais profunda de elementos
do dia-a-dia e o afastamento das técnicas clássicas que são entendidas como arte a anos antes
do surgimento do segmento. No texto temos uma citação que explica especificamente como
funciona o movimento “Já não é uma operação técnica e linguística; ela pode se valer de
qualquer instrumento, retirar seus materiais seja onde for. De fato não produz valor; ela
documenta um processo mental, considerado estético por ser gratuito.” Sob esta análise
podemos ver como funciona essencialmente a ideia de criação do dadaísmo, onde temos o
objetivo principal em mudar o cenário do cotidiano e apurar o olhar do consumidor ao que o
cerca. Nesta vertente temos Marcel Duchamp, um dos grandes nomes que ilustra o
movimento nos livros de história da arte pelo mundo. Seu trabalho tem uma relevância ímpar
quando pensamos neste movimento por ser um exemplo que explica com exatidão a
mensagem da vertente, que é questionar o que pode ser considerado arte. Duchamp traz um
mictório para o higienizado espaço da arte e questiona o mundo que nos cerca, e traz uma
reflexão sobre a visão utópica que a arte clássica e polida tem da vida, não necessariamente
questiona a sociedade em si e suas mazelas mas a função e imposição da arte no imaginário
coletivo. Durante a leitura fica claro o dadaísmo como um movimento desordenado,
desconcertante e escandaloso. E tem como seu objetivo não por instaurar uma nova relação
mas sim demonstrar a impossibilidade e indeseiberabilidade de qualquer relação entre arte e
sociedade. O dadá tem em sua estrutura a contestação e se coloca como um contra senso, pois
nega o sistema de valores e técnicas cobradas para se considerar um trabalho como arte. Essa
vertente quando trabalha com essa narrativa tem sua atividade não como o objetivo de ser
arte de nova roupagem, mas apenas ser, e se aplicar nos espaços que alcança. O que se
diferencia do surrealismo que iremos abordar agora, pois o surrealismo trabalha com a nova
roupagem dentro das técnicas já existentes e o que a faz nova inovadora está no objetivo de
conceito fazendo a reinvenção da arte saindo do realista e criando a versão modificada e
inexistente e mergulhada nas profundidades da cabeça. Durante a leitura podemos perceber
de onde o surrealismo vem e sua relação com a herança irreverente deixada pelo dadaísmo e
trabalhar somado ao avanço dos estudos científicos feitos durante a época sobre como a
mente humana trabalha, a criatividade trabalhando de forma livre e as teorias sobre o
inconsciente humano e como a mente se estrutura sem amarras. Freud somou a este
movimento justamente entendendo como a mente trabalha e tivemos acesso ao conhecimento
de que a mente trabalha por imagens quando inconsciente, assim pudemos explorar algo que
sempre esteve conosco mas agora passava a ser material de trabalho nas artes, que é a mente,
e usá la de formas diferentes, ir além das regras de formatos e técnicas podendo passar a
mensagem desejada de forma diferente da de antes usada. No surrealismo é trabalhada a
região do consciente mental fazendo uma reflexão sobre um estado de inconsciência, onde o
ser não objetiva a realidade, mas faz se unidade junto dela. É importante perceber que este
estado de não consciência não exclui a história da arte sua bagagem até mas sim enxerga de
outra forma os processos de que se constituem a construção de um trabalho. Podemos ver
também o Cubismo como fonte e braço desta vertente tendo em vista que ambos possuem em
si uma nova forma de trabalhar formatos e técnicas. Estes movimentos assim como o
dadaísmo enxergam de forma diferente a arte e o trabalho de forma geral. Quando falamos de
outras áreas dentro das artes temos uma citação do texto que nos mostra claramente como o
surrealismo trabalha de diversas maneiras. Podemos ver isso no trecho “ O movimento
surrealista se desenvolve ao mesmo tempo que o programa racionalista para a arquitetura e o
desenho industrial, mas em flagrante oposição a ele; pela rapidez com que se transformou em
moda, pode ser considerado como o momento culminante da École de Paris, Naturalmente, o
Surrealismo também se propôs como fórmula internacional: no inconsciente, não podem
ocorrer distinções fundadas na história.” Assim podemos ver a clara diferença dos
movimentos. Dentro da história da arte pudemos perceber como estas vertentes trabalham de
acordo com a demanda temporal diante de movimentações políticas que possam vir a
enfrentar. A principal diferença se posiciona no objeto de inspiração, onde no dadaísmo os
objetos são o que são, só ocupam lugares e funções distintas das que são objetificadas. Já o
surrealismo trabalha a psicologia da criação e da forma como a mente visualiza e pode criar o
já inventado. Ambas as movimentações artísticas vieram para burlar a arte clássica.