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Universidade Tecnica de Angola

Faculdade de Engenharia(FAI)
Departamento de Ciências da Terra
Licenciatura em Engenharia de Minas

TENSÃO HIDROSTATICA
CARACTERÍSTICAS DE DEFORMAÇÃO DAS ROCHAS ,
ESTADO DE DEFORMAÇÃO PLANA E TRIDIMENSIONAL E
MEDIÇÃO DE DEFORMAÇÃO

LUANDA, 2023
01 INTRODUÇÃO
02 PRESSÃO HIDROSTATICA

03 CARACTERISTICAS DE
DEFORMAÇÕES DAS ROCHAS

INDICE 04 ESTADO DE DEFORMAÇÃO PLANA E


TRIDIMENSIONAL

05 MEDIÇÃO DE DEFORMAÇÃO
01 INTRODUÇÃO
Temos como tema a ser abordado “Tensão hidrostática” e como subtemas,
características de deformações das rochas, estado de deformação plano e
tridimensional e por último, medição de deformação. O estudo das tensões é
essencial para o entendimento do comportamento mecânico dos sólidos
submetidos as ações externas (forças, momentos, deslocamento impostos
etc.). Em sua forma mais simples a pressão hidrostática é a pressão criada
pela água parada ou em repouso, ou seja, é a força que as moléculas de
fluídos exercem umas sobre as outras por causa da atração gravitacional da
terra. A deformação é definida como o efeito da tensão em um material,
relaciona-se à alteração nas dimensões originais do material, nas rochas elas
expressam-se em falhas e dobras.

? PROBLEMA: Qual é a necessidade do estudo do Impacto das


tensões nas rochas?
02 PRESSÃO HIDROSTATICA
Em sua forma mais simples a pressão hidrostática é a pressão criada pela água parada ou
em repouso, ou seja, é a força que as moléculas de fluídos exercem umas sobre as outras
por causa da atração gravitacional da terra.
Da mesma forma que os corpos sólidos, os fluidos também exercem pressão sobre
outros corpos, devido ao seu peso.
Para obtermos esta pressão, consideremos um recipiente contendo um líquido de
densidade d que ocupa o recipiente até uma altura h, em um local do planeta onde a
Ougravidade é g. A forçahidrostática
seja, a pressão exercida sobre a área
não de contato
depende do éformato
o peso do
dolíquido
recipiente,
. apenas da
densidade do fluído, da altura do ponto onde a pressão é exercida e da aceleração
𝐹1 da gravidade.
p=
𝐴
𝑚𝑋𝑔 HIDROSTATICA
p= A hidrostática é o ramo da
𝐴
𝑚
como: d= ; a massa do líquido é: m=d x V hidrodinâmica que lida com a
𝑉
𝑑𝑋𝑉𝑋𝑔 𝑑𝑋𝐴𝑋ℎ𝑋𝑔 estatística de fluidos geralmente
p= , mas V=Abase x h, logo: p= = dxhxg
𝐴 𝐴
confinadas ao equilíbrio e pressão
de líquidos.
02 PRESSÃO HIDROSTATICA
A presença de água abundante na terra é de grande importância para o ciclo das rochas. A
Ação da água sobre o relevo ocorre por intermedio do desgaste das formas existentes,
alem do transporte e da deposição de sedimentos, que podem dar origem a novas
paisagens.

O principal elemento atuante na rocha é a água, cuja a ação geológica e geomorfológica é


uma das mais perceptiveis quando observamos os processos que vão moldando e
modificando as formas superficiais da natureza. Assim sendo, a ação da água sobre o
relevo acarreta erosões, desgaste de rocha, sedimentações, formações de falésias,
esculpimento de vales, entre inúmeros outros.

A ação geológica da água acontece com o desgaste, o transporte e a deposição de


sedimentos, provocando alterações de formas de relevo existentes e também contribuindo
HIDROSTATICA
A hidrostática é o ramo da
para formação de novas estruturas, a exemplo das bacias sedimentares e outras.
hidrodinâmica que lida com a
estatística de fluidos geralmente
confinadas ao equilíbrio e pressão
de líquidos.
03 CARACTERISTICAS DE
DEFORMAÇÕES DAS ROCHAS
Desde há muitos milhões de anos que parte da energia interna da
terra provoca a deformação da litosfera, um processo que tem sido
responsável pela formação das cadeias montanhosas.

Como consequência da dinâmica da litosfera originam-se forças que


tendem a produzir deformação nos materiais rochosos tal
deformação traduz-se pelo aparecimento de estruturas geológicas
como falhas e dobras.

De acordo com a TEORIA DA TECTONICA DE PLACAS, a litosfera


encontra-se fraturada em placas. Estas placas litosféricas ou
tectónicas podem convergir, divergir, ou deslizar entre si estando as
rochas que as compõem sujeitas a fortes estados de tensão.
Cordilheira Dos Andes Silfra Falha de Santo André
É uma vasta cadeia montanhosa, formada por É uma falha geológica que se prolonga cerca
É uma fenda formada no limite tectónico
um sistema continuo de montanhas ao longo de 1.290 km através da Califórnia. A falha de
divergente entre as placas da América do
da costa ocidental da América do Sul, formada Santo André marca um limite transformante,
Norte e a Eurásia, e está localizada no lago
há milhões de anos devido ao choque de duas encontro de placas tectónicas que se
Thingvallatn o pingvellir, Parque Nacional
placas tectónicas. A placa de Nazca que transformam, ocorre a placa do Pacifico e a
na Islândia
moveu-se em direção a placa Sul-Americana placa Norte-americana

Movimento convergente Movimento divergente Movimento transformante


Mecanismo de deformação das rochas Onde:

𝐹 𝜎 = tensão (Pa = N/m²);


Tensão: é definida como a força por unidade de área 𝜎=
𝐴 F= força aplicada (N);

A= Área do Plano (m²);


As Tensões podem classificar-se conforme o sentido de atuação, em:

1. Tendem a reduzir o volume da rocha


Compressivas na direção paralela à atuação das
forças, podendo originar a sua fratura.
Associado a limites de placas
convergentes.
Distensivas 2. Conduzem ao alongamento da
rocha, na direção paralela à atuação
das forças, ou à sua fratura.
Associado a limites de placas
divergentes.
De Cisalhamento
3. Causam a deformação da rocha por
movimentos paralelos em sentidos
opostos. Associado a limites
transformante
Mecanismo de deformação das rochas

Efeitos das tensões sobre as rochas

As tensões originam as deformações das rochas.


A deformação (ε) é definida como o efeito da tensão
em um material, relaciona-se à alteração nas
dimensões originais do material e é expressa como
variação do comprimento inicial, ou :

Onde:
Diagrama esquemático de um ensaio de tração. a) sem
∆𝐿 ε: Deformação (%);
𝜀= deformação b)com deformação
𝐿𝑜 ∆L= (L- Lo): Variação de
Comprimento (m);
Lo: Comprimento inicial (m)
L: Comprimento final (m)
Mecanismo de deformação das rochas

Condicionantes da Deformação

O comportamento das rochas em relação a tensão que lhes é aplicada é variável e depende:

Condições de Pressão e Características


Tipo e a Intensidade da Tempo de Conteúdo em
Temperatura a que a rocha composicionais do próprio atuação do fluídos
tensão que lhes é agente
está sujeita, quando a material / Tipo de rocha
deformador
aplicadas.
tensão atua sobre ela.
Mecanismo de deformação das rochas Em resposta a tensão, as deformações podem ser:

Deformação elástica: é reversível, o material deforma,


Tipos de Deformação e Comportamento mecânico das rochas mas, quando a tensão cessa, recupera a sua
forma/volume iniciais e verifica-se quando a força
Comportamento frágil ou Rígido: quando sujeitas a estados de tensão, em
condições de baixa temperatura e de baixa pressão, fraturam-se (Falhas). aplicada sobre a rocha não ultrapassou o seu limite de
elasticidade. Exemplo: Mola.

Deformação plástica: é permanente, o material fica


deformado sem rotura e verifica-se quando a força aplicada
sobre a rocha é superior ao seu limite de elasticidade e
inferior ao limite de plasticidade. Associada à formação de
dobras. Exemplo: Plasticina considera-se uma dobra.
Comportamento Dúctil: quando sujeitas a estados de tensão, em condições de
elevada temperatura e pressão, deformam-se (Dobras).

Deformação frágil/por rotura : o material fratura. Verifica-


se quando a força aplicada sobre a rocha é superior ao seu
limite de plasticidade originando deformações descontínuas
(falhas). Exemplo: Vidro considera-se uma falha nas
rochas.
Mecanismo de deformação das rochas

Dobras

É deformação que ocorre nas rochas e que resulta do arqueamento de camadas rochosas, inicialmente planas, com comportamento dúctil pela
ação de tensões compressivas. Estas deformações pode ser macro ou microscópicas. As dobras formam-se no interior da crusta ou do manto de
forma lenta e gradual emergindo à superfície devido aos movimentos tectónicos e a erosão, e apresentam-se a superfície como montanhas.

Tensão compressiva
Mecanismo de deformação das rochas

Dobras
A morfologia das dobras pode ser caracterizada por diversos elementos geométricos que facilitam o seu estudo
pelos geólogos. As dobras são classificadas segundo o modo como estas se dispõem no terreno.

Dobra Neutra
Mecanismo de deformação das rochas

Falhas:

Deformação descontinua que ocorre quando o limite de plasticidade


do material rochoso é ultrapassado, verificando-se a fratura das
rochas acompanhada pelo deslocamento dos blocos fraturados um
em relação ao outro. Resultam de tensões compressivas,
distensivas, ou de cisalhamento quando as rochas manifestam um
comportamento frágil.

Falha inversa ou indireta Falha normal ou direita Falhas de deslizamento


04 ESTADO DE DEFORMAÇÃO PLANO E TRIDIMENSIONAL

As tensões e deformações em um ponto, no interior de um corpo no espaço tridimensional referenciado por um sistema cartesiano
de coordenadas, consistem de três componentes normais e três componentes tangenciais, caracterizando um estado triplo de
tensões e deformações. No entanto, dependendo da geometria do corpo e do modo como é carregado, é possível simplificar as
componentes de tensão e deformação, reduzindo o seu número. Essas simplificações são conhecidas como estado plano de
tensões e estado plano de deformações.

ESTADO PLANO DE DEFORMAÇÕES

Se um corpo é carregado mediante forças perpendiculares a seu eixo longitudinal, que não variam nessa direção e estão em
equilíbrio, pode-se supor que todas as seções transversais do corpo estão em iguais condições. Em princípio, pode-se imaginar
que as seções extremas se encontram entre planos rígidos fixos de forma que qualquer deslocamento na direção axial não é
possível. Deste modo, as deformações na direção axial são nulas, resultando apenas as deformações x, y, xy, que definem o
estado plano de deformações.
ESTADO PLANO DE DEFORMAÇÃO

Estado geral de deformação em um ponto em um corpo é representado por uma combinação de três componentes de
deformação normal, e três de deformação por cisalhamento. As componentes da deformação normal e por cisalhamento no
ponto variarão de acordo com a orientação do elemento.
EQUAÇÕES GERAIS DE TRANSFORMAÇÃO NO PLANO DE DEFORMAÇÃO
Círculo de Mohr — plano de deformação: Também podemos resolver problemas que envolvem a
transformação da deformação usando o círculo de Mohr.
05MEDIÇÃO DE DEFORMAÇÃO
Conhecer o estado de tensões atuantes e o módulo de deformabilidade de um maciço rochoso é importante porque são
necessários para o estudo e análise de diversos projetos na engenharia civil, mineração e de petróleo, assim como também na
geologia e geofísica.
Os métodos para avaliação ou medição da deformabilidade do maciço podem ser classificados em diretos e indiretos. Os
diretos incluem-se os ensaios in situ, e os indiretos incluem os métodos geofísicos e uma serie de correlações empíricas.

Vários autores mencionam que os métodos de determinação da deformabilidade mais adequados são os ensaios in-situs,
porque incorporam todas ou quase todas as propriedades naturais da rocha, permitindo ter um comportamento e resposta mais
realista do fenômeno analisado

MÉTODOS DIRETOS
Na engenharia de mecânica das rochas existem muitos ensaios que permitem determinar tensões in situ e/ou módulo de
deformabilidade, baseados nos princípios de fraturamento e no alívio parcial ou total das tensões. Entre eles tem-se:
hydraulic fracturing (fraturamento hidráulico), fraturamento dilatométrico, flat jack (macaco plano), cylindrical jack (macaco
cilíndrico), overcoring (sobre-furação), entre outros.
Cada um destes métodos apresentam particularidades, vantagens e desvantagens, sendo recomendável empregá-los
complementarmente em conjunto com os métodos geofísicos.
MÉTODOS DIRETOS

Métodos de Sobre furação:


A sequencia geral dos métodos de sobre furação é:

a) Inicialmente são realizados dois b) Dentro do furo interno


furos concêntricas é colocado um
(aproximadamente 90 e 38mm instrumento de leitura.
diam.)

d) Uma amostra é retirada para


c) Em torno do instrumento é
determinação da reologia em laboratório.
realizada uma sobre furação;
MÉTODOS DIRETOS

Métodos de Sobre furação


USBM: mede
Os métodos utilizam diferentes instrumentos para medir deslocamentos
deslocamento
ou deformação durante a sobre furação. Os instrumentos mais utilizados
radiais
são:

As tensões são determinadas através de relações teóricas.

As principais vantagens e desvantagens deste método


são:
• Realiza medidas no interior do maciço.
• Menor perturbação nas tensões pela instrumentação. Célula triaxial de Leeman:
• Custo alto e exige mão de obra qualificada. mede deformações
através Strain gages
MÉTODOS DIRETOS

Métodos de Fraturamento Hidráulico

o ensaio de fraturamento hidráulico é realizado em um furo onde são colocados obturadores e entre estes é injetado fluído sob
pressão hidráulica.

Admite-se que o plano horizontal seja um plano de tensões principais. Espera-se que no ensaio ocorra um fraturamento paralelo a
tensão principal maior horizontal.

A orientação da fratura pode ser levantada através de filmagens ou de


um obturador de impressão.

As principais vantagens e desvantagens deste método são:


• Não existe limitação de profundidade.
• Não existe perturbação no estado de tensão.
• As tensões são medidas diretamente.
• Não existe uma medida 3D das tensões.
• Custo elevado.
• Necessita uma relação adequada entre as tensões.
MÉTODOS DIRETOS

Flat Jack (macaco plano): os ensaios dos macacos planos de grande área, são utilizados a deformabilidade dos maciços rochosos
e fornecem dados importantes para o projeto de grandes obras. Este ensaio consiste na abertura de um rasgo no maciço rochoso,
no qual é inserido um macaco plano de grande área. O macaco aplica a pressão as paredes do rasgo através de óleo bombeado
para o seu interior e são medidos os deslocamentos no maciço.
MÉTODOS DIRETOS

Fraturamento dilatométrico (dilatómetro de Marchetti ): é uma ferramenta de investigação geotécnica,


especialmente para obtenção de parâmetros de deformabilidade dos solos, alem de simples e robusto. É
considerado uma das mais precisas ferramentas de ensaios in situ para previsão de recalques e estimativa do
modulo de elasticidade (E) das camadas prospetadas. Com a execução rápida e simples pode ser utilizado em
praticamente todos os tipos de solo.

Vantagens dos Métodos diretos

Muitos dos tradicionais métodos in situ têm um problema de representatividade, ou seja, conseguem resultados em
pequena escala (centímetros) sendo a escala de interesse metros. Porém este inconveniente pode ser resolvido
realizando várias medições pontuais distribuídas no volume de interesse, o qual resulta um procedimento laborioso
quando se utiliza equipamentos pesados e de difícil manipulação.
MÉTODOS INDIRETOS

A técnica fotogrametria digital de curta distância (CRDP) é utilizada como uma ferramenta para a medição de deslocamentos
produzidos na superfície do maciço rochoso, com a intenção de medir tensões in-situ e módulo de deformabilidade do maciço.

A fotogrametria é uma técnica para mapeamento em 3D de objetos a partir de imagens ou fotos baseados no princípio de
triangulação (Quanhong, 2001a). Atualmente a fotogrametria digital de curta distância (Close Range Digital Photogrammetry -
CRDP) está sendo aplicada a medições de objetos terrestres a uma distância menor a 100 metros por meio da restituição
fotogramétrica de imagens digitais. Esta técnica não interage com o objeto e permite realizar medições livres das perturbações
provocadas pela perfuração, característica que será aproveitada na pesquisa. Além disso, a fotogrametria hoje em dia está sendo
aplicada principalmente na caracterização geomecânica de maciços rochosos e para a geração de “Digital Terrain Model” (DTM).

A fotogrametria oferece diferentes vantagens sobre as outras técnicas convencionais, as quais são:

• Permite medir objetos que são inacessíveis ou com acessos perigosos, devido a que o objeto durante a medição é fotografado
a uma determinada distância sem ser tocado. Esta importante característica é utilizada na pesquisa.
• Fornece uma estrutura flexível na aquisição de dados necessários para realizar o mapeamento de algum objeto, obtidos de
maneira imediatamente, permanente e a um custo menor em comparação com outras técnicas.
• O processo de mapeamento poder ser implementado em qualquer momento posterior à aquisição dos dados.
• A fotogrametria fornece distintos tipos de produtos digitais como: modelos 3D, mapas, modelos de elevações e ortoimagens;
permitindo medir deslocamentos e deformações, também áreas e volumes. (Ebrahim, 2012a)
• A precisão pode ser aumentada de acordo com as necessidades de cada projeto (Ministério da Defesa-Exercito Brasileiro,
1997).
06
É imprescindível o estudo das estruturas em maciços rochosos, já que a crosta terrestre está constantemente sujeita a forças
que a empurram, puxam ou torcem. Essas forças são chamadas de estresse. Em resposta ao estresse, as rochas da Terra
sofrem tensão, também conhecida como deformação. Deformação são as alterações nas rochas pela ação das forças de tensão
exercidas sobre o material rochoso, com origem na mobilidade da litosfera e no peso de camadas suprajacentes.

Estas forças de tensão conduzem à modificação das condições de pressão e temperatura. As deformações, passiveis de ocorrer
em todos tipos de rochas, podem provocar alterações de volume ou alteração da forma das rochas ou, como é comum, alterar
simultaneamente os seus volumes e formas. As deformações mais comuns apresentam-se sob o aspecto de dobras e falhas.

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