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Centro Educa Mais Jansen Veloso

Componente curricular: História


Professor Especialista Júlio Soares

Correção de atividade cap 1 Imperialismo

Explorando o conhecimento

1. Identifique os fatores responsáveis pelo início do neocolonialismo ou imperialismo na África e na Ásia a partir da segunda
metade do século XIX.

R. A expansão da economia europeia fez com que a burguesia buscasse novos mercados consumidores, áreas para investir os
capitais excedentes da Europa e o acolhimento do excesso demográfico do continente. Dessa forma, grandes regiões da Ásia
e da África foram dominadas pelas potências mais industrializadas da Europa.

2. O Japão, durante a Era Meiji, investiu em educação como uma forma de promover a modernização econômica do país.
Explique como a educação foi importante para o projeto de nação do governo imperial japonês.

R.A missão nacional focada na educação praticamente erradicou o analfabetismo no Japão. Para as autoridades
governamentais, a riqueza e o poder do país como um todo seriam prejudicados se as pessoas comuns fossem analfabetas.
Por meio do projeto educativo implantado nas escolas, foram disseminados os valores da disciplina, da obediência e da
subserviência ao imperador. Nesse sentido, a reforma educacional também serviu a um projeto específico de governo, a
quem interessava cidadãos obedientes às regras do governo imperial.

Pensando criticamente

3. Leia a seguir o depoimento de Cardew, governador britânico de Serra Leoa, em fins do século XIX.

“O indígena começa a compreender a força que representa, ao ver a importância que o branco dá aos produtos do seu país e
ao seu trabalho, de modo que o branco não poderá mais, no futuro, aproveitar-se tanto como antes da sua simplicidade e da
sua ignorância no mundo.”

LANGLEY, J. A. The last stand in West Africa: resistance to British rule in West Africa, 1879-1939. In: BOAHEN, Albert Adu
(Ed.). História geral da África: África sob dominação colonial, 1880-1935. 3. ed. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 2011. p.
159-161. v. 7.

O texto se refere aos:

a) indígenas, que ajudaram os europeus a dominar a África.


b) movimentos de resistência africanos contra o colonialismo na África.
c) Maji-Maji, que derrotaram o colonizador europeu na África Oriental Alemã.
d) ashanti, que organizaram um levante contra as autoridades britânicas.

4. Leia um trecho da narrativa literária escrita por Joseph Conrad, em 1902, sobre o empreendimento imperial na região do
Congo, na África.

“Um apito soou à minha direita e os negros começaram a correr. [...] Eles estavam construindo uma ferrovia. [...] Seis negros
marchavam em fila, subindo laboriosamente a trilha. Caminhavam eretos e pausadamente, equilibrando no alto da cabeça
pequenos cestos cheios de terra [...]. Trapos negros estavam atados à volta de seus quadris, e suas pontas curtas
balançavam-se de um lado para o outro às suas costas, como caudas. Suas costelas eram claramente visíveis e suas juntas
lembravam nós feitos numa corda. [...] Eles passaram a trinta centímetros de mim sem sequer me olharem, com essa
indiferença mortal e profunda que tem o selvagem infeliz. Atrásdessa matériabruta caminhava um dosque haviam sido
resgatados à barbárie – produto das novas forças em ação – com ar desalentado e um rifle na mão. […] ao ver um homem
branco pela frente levou a arma ao ombro animadamente.”
CONRAD, Joseph. O coração das trevas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1984. p. 23-24.

a) No texto de Joseph Conrad, como os negros e o trabalho que eles desenvolviam foram caracterizados? A quem essa
atividade interessava?

R. Os negros foram caracterizados como figuras miseráveis, “selvagens infelizes” vestidos com trapos atados no corpo, e
extremamente magros (“suas costelas eram claramente visíveis e suas juntas lembravam nós feitos numa corda”). Segundo o
relato, os africanos trabalhavam na construção de uma ferrovia, que interessava aos europeus e, sobretudo, os beneficiava.
As ferrovias tinham papel estratégico na África, uma vez que levavam as mercadorias do interior do continente para o litoral,
facilitando a atividade comercial.

b) A transformação e a assimilação dos povos nativos foram processos desencadeados pelo imperialismo. Justifique essa
afirmação com um trecho retirado do texto.

R. Conrad revela a assimilação cultural quando afirma que o africano que vigiava os trabalhadores era “um dos que haviam
sido resgatados à barbárie”, ou seja, diferenciava-se daquela “matéria bruta” à qual pertenciam os outros africanos que ele
comandava. Por isso, ocupava um cargo superior ao dos demais, responsáveis pelo trabalho braçal.

c) De que forma esse trecho explicita a ideia, veiculada na época, de superioridade dos brancos em relação a outros povos,
nesse caso os africanos?

R. Nesse trecho, Joseph Conrad utiliza termos que degradam a imagem dos africanos, como “selvagem infeliz” e “matéria
bruta”. As ideias de “selvageria” e “barbárie” são utilizadas por Conrad para designar a África e os africanos, em
contraposição à “civilização, que, de acordo com a mentalidade europeia do século XIX e início do XX, seria representada
pelos brancos, europeus e norte-americanos.

5. Observe a charge a seguir para responder às questões

a) Descreva a charge. Que países foram representados nela?

R. Nessa charge são representadas duas mulheres e um homem. Uma delas está tomando chá, sentada, e a outra está
oferecendo, com olhar ameaçador, a bebida para o homem. O bule que essa mulher segura tem o formato de um canhão.
Por isso, o homem mostra-se assustado e parece se afastar da mesa para se proteger. A mulher que está sentada usa um
barrete frígio, um dos símbolos da França, representando, portanto, esse país. A mulher que está de pé usa um capacete de
guerra com plumas, representando a Grã-Bretanha. Já o homem, que veste roupas típicas e tem traços chineses, representa
a China.

b) Que relação pode ser estabelecida entre essa charge e as Guerras do Ópio?

R. Essa charge trata, especificamente, da Segunda Guerra do Ópio (1856-1860), ao representar a Grã-Bretanha e a França
ameaçando a China. As duas Guerras do Ópio originaram-se das tentativas da Grã-Bretanha de conquistar o mercado chinês
com a venda do ópio, um entorpecente que afetou gravemente a saúde da população chinesa. Em represália, a China proibiu
o comércio dessa droga e chegou a confiscar uma carga inglesa de ópio, jogando-a ao mar, o que deu origem ao primeiro
conflito (1839-1842). Derrotada, a China foi obrigada a assinar o Tratado de Nanquim (1842), pelo qual abriu cinco portos ao
livre-comércio e entregou a Ilha de Hong Kong aos britânicos. Na Segunda Guerra do Ópio (1856- -1860), uma aliança
formada por França e Grã-Bretanha derrotou novamente a China, que foi obrigada a assinar tratados que beneficiavam os
europeus. Um deles foi o Tratado de Tientsin (1858), por meio do qual os chineses admitiram a livre importação do ópio,
abriram novos portos ao comércio europeu e permitiram a atuação de missionários cristãos em seu território.

c) As Guerras do Ópio e a consequente presença estrangeira na China contribuíram para a organização de um movimento de
resistência no país. Que movimento foi esse? Explique-o

R. Rebelião dos Boxers, entre 1900 e 1901. O domínio estrangeiro na China, iniciado com as Guerras do Ópio, provocou a
eclosão de um movimento, organizado por nacionalistas e com a participação de muitos chineses pobres do campo. Os
rebelados tinham o objetivo de expulsar os estrangeiros do país por meio das artes marciais e do uso de armas tradicionais
chinesas, como espadas. A Rebelião dos Boxers, porém, foi sufocada por uma coligação formada por europeus, norte-
americanos e japoneses.

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