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Faculdade de Medicina

Departamento de Ciências Fisiológica

Disciplina: Bioquímica Molecular

Tema: Identificação de glícidos

Discente:

 Shopina Sérgio Mindu


Frequênciaː1°ano-P2

Docente:
Dr. Gilberto Manhiça

Matola,09 de abril de 2024

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1. INTRODUÇÃO

Os Carboidratos são as principais fontes de alimentares para a produção de energia além


de exercerem funções estruturais e metabólicas nos organismos vivos. São substâncias que
contêm carbono, hidrogênio e oxigênio de acordo com a fórmula geral (CH₂O)ₙ, onde n>3 e
ocorrem como compostos simples e complexos. São polihidroxialdeídos ou polihidroxicetonas,
ou ainda substâncias que por hidrólise formam esses compostos. São classificados como
monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos de acordo com o número de
unidades simples de açúcar que contém.
Existem várias técnicas de identificação de carboidratos, especialmente os monossacarídeos
e particularmente a glicose. A maior parte destas técnicas faz uso do seu carácter redutor, isto é,
da sua capacidade de poderem reduzir diferentes compostos, tornando-se oxidados. Outra das
técnicas faz uso da capacidade que os polissacarídeos têm de interagir com certos compostos e
formarem complexos com certas cores.

2. Objectivos

2.1. Objectivo geral:


 Fazer a identificação de glícidos utilizando os testes de Benedict, Barfoed e
Lugol.
2.2. Objectivos específicos:

 Identificar os glícidos redutores;


 Identificar os monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.

3. Princípios dos Métodos:

Teste de Benedict
O reagente de Benedict é um reagente químico de cor azulada, geralmente utilizado para
detectar a presença de açucares redutores, nos quais se incluem a glicose, galactose, lactose,

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manose e maltose. Consiste basicamente de uma solução de sulfato cúprico (CuSO₄) em meio
alcalino que em presença de um agente redutor apresenta uma coloração vermelho-tijolo
devido a formação do oxido cuproso. Este teste irá detectar açucares comumente presentes nos
alimentos como glicose, frutose, maltose e lactose, no entanto, não detetará sacarose, que é o
tipo de açúcar mais comumente adicionado aos alimentos processados. Mas a sacarose em
ebulição com o acido clorídrico diluído irá dividi-la em glicose e frutose, que pode ser detectada.

Teste de Barfoed
O reagente de Barfoed é uma solução de acetato cúprico e ácido acético que é usado em
testes químicos para detectar a presença de monossacarídeos.
Este teste é baseado na redução do acetato cúprico (ll) a oxido cúprico (l) que forma um
precipitado cor de tijolo.
O reagente de Barfoed também reage com dissacarídeos, mas a reação é mais lenta pois eles
precisam ser hidrolisados primeiro e, em seguida, reagir com o acetato de cobre para produzir
oxido de cobre. Este teste é usado para distinguir monossacáridos de dissacáridos, controlando
o pH e o tempo de aquecimento.

Teste de Lugol

Solução de Lugol, também conhecida como solução de Iodo é uma solução aquosa de iodo
molecular (I₂) e iodeto de Potássio. É frequentemente utilizado para identificar a presença de
amido (polissacarídeo) pois quando a tintura de iodo reage com o amido, ele forma uma solução
de cor azul escuro. Não é adequado para identificar monossacarídeos e dissacarídeos, pois eles
não reagem com o iodo de forma a produzir uma mudança de cor visível.

4. Materiais e Reagentes
 Amostra de glícidos a 0,5% (amostras rotuladas com letras de A a E );
 Água destilada;
 Tubos de ensaio;
 Pipetas;
 Conta gotas;
 Banho-maria a 100°C;
 Reagente de Benedict
 Reagente de Barfoed
 Lugol
 Acido clorídrico a 10%
 Bicarbonato a 10%
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5. Procedimentos:

Experiência Ⅰ
Pegou-se 5 tubos de ensaio e rotulou-se A1, B1, C1. D1 e E1 e colocou-se 3ml de cada uma
das amostras nos respectivos tubos. Adicionou-se 10 gotas do ácido clorídrico a 10% em cada um
dos tubos. Aqueceram-se os tubos em banho-maria durante 2 minutos agitando sempre. De
seguida neutralizou-se o acido com bicarbonato a 10% e fez-se a prova de Benedict (colocou-se
2ml do reagente de Benedict em cada tubo e aqueceu-se a 100°C durante 2 minutos).

Experiência Ⅱ
Pegou-se 5 tubos de ensaio e rotulou-se A2, B2, C2, D2 e E2 e colocou-se 3ml de cada uma
das amostras nos respectivos tubos. De seguida efetuou -se a prova de Benedict como indicado na
experiência Ⅰ.

Experiência Ⅲ
Pegou-se 5 tubos de ensaio e rotulou-se A3, B3, C3, D3 e E3 e colocou-se 3ml de cada uma
das amostras nos respectivos tubos. Adicionou-se 4 gotas de Lugol em cada tubo e agitou-se
levemente.

Experiência Ⅳ
Pegou-se 5 tubos de ensaio e rotulou-se A4, B4, C4, D4 e E4 e colocou-se 3ml de cada uma
das amostras nos respectivos tubos. Adicionou-se em cada um deles 3ml do reagente de Barfoed
e de seguida agitou-se cada tubo e colocou-se ao mesmo tempo em banho-maria fervente onde
ficaram por 45 minutos. Contou-se o tempo e verificou-se de 5 em 5 minutos a mudança de
coloração anotando o tempo de mudança em cada tubo.
Discuta o resultado de cada experiência identificando cada tubo com cada uma das seguintes
amostras: amido, glicose, sacarose, lactose e água destilada.

6. Resultados
As tabelas abaixo ilustram os resultados obtidos durante a experiência:
Experiência l:

Tubo de ensaio Coloração inicial Coloração final


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A1 Azul Vermelho alaranjado
B1 Azul Azul claro
C1 Azul Azul claro
D1 Azul Vermelho alaranjado
E1 Azul Vermelho-tijolo
Experiência II:
Tubo de ensaio Coloração inicial Coloração final
A2 Azul Vermelho-tijolo
B2 Azul Azul
C2 Azul Azul
D2 Azul Vermelho-tijolo
E2 Azul Azul

Experiência III:
Tubo de ensaio Coloração inicial Coloração final
A3 Incolor Amarelo
B3 Incolor Azul
C3 Incolor Amarelo
D3 Incolor Amarelo
E3 Incolor Amarelo

Experiência IV:
Tubo de ensaio Coloração inicial Coloração final Tempo necessário
para formação do
precipitado
A4 Azul Azul com precipitado 33 minutos
vermelho
B4 Azul Azul -------------------------
C4 Azul Azul -----------------------
D4 Azul Azul com precipitado 5 minutos
vermelho
E4 Azul Azul -----------------------

7. Discussão:
Tubo A:

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Pode-se notar que na experiência I, o tubo A mudou da cor azul para a cor vermelho
alaranjado ao reagir com o reagente de Benedict, isto significa que o glícido presente é um
glícido redutor. Na experiência II pode-se notar o mesmo.
Na experiência III, pode-se notar que o glícido presente no tubo A não formou uma mudança
de cor visível ao reagir com o Lugol logo, não é um polissacarídeo.
Na experiência IV, pode-se notar que formou um precipitado avermelhado em um longo
período de tempo após ser colocado em banho-maria, logo é um dissacarídeo.

Tubo B:
Na experiência I e II, pode-se notar que não ocorreu uma mudança de cor quando misturado
com o reagente de Benedict logo, o tubo B não possui um glícido redutor.
Na experiência III, pode-se notar que ao reagir com o Lugol, a solução mudou de cor para azul
logo, é um polissacarídeo.
Na experiência IV não ocorreu nenhuma mudança de cor ao ser misturado com o reagente de
Barfoed.

Tubo C:
No tubo C não ocorreu mudança de cor em nenhuma das experiências, logo não possui
nenhum glícido.

Tubo D:
Na experiência I e II, ao ser misturado com o reagente de Benedict, a solução mudou de cor
azul para vermelho-tijolo, logo a amostra possuía um glícido redutor.
Na experiência III, não ocorreu nenhuma mudança na cor da solução ao ser misturada com
Lugol, logo o glícido presente não era um polissacarídeo.
Na experiência IV, a solução formou um precipitado avermelhado em um curto período de
tempo após ser colocado em banho-maria, logo o glícido presente é um monossacarídeo.

Tubo E:
Na experiencia I, ao ser misturado com o reagente de Benedict, a solução mudou de cor azul
para vermelho-tijolo, logo a solução possuía um glícido redutor. No entanto, solução não mudou
de cor na experiência II ao ser misturada apenas com o reagente de Benedict. Na experiência III e
IV não ocorreu nenhuma mudança de cor notável.

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8. Conclusão
Com este trabalho, concluímos que é possível fazer a identificação dos glícidos através do teste
de Benedict, o teste de Barfoed e do teste de Lugol.
A identificação de glícidos é importante na área clínica na para a identificação de doenças
como a Diabetes mellitus, entre outras.

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10. Referências bibliográficas
-MOTTA, Valter T, Bioquímica básica, Capitulo, Laboratório autoLab Ltda. 2005
-http:̸̸ ̸recarreguesuasenergias.blogspot.com ̸ 2012 ̸07 ̸ teste-do-iodo-detectar-presenca-
de.html?m=1 - acessado a 9 de abril de 2024
-https: ̸ ̸ www.engquimicasantossp.com.br ̸ 2020 ̸ 10 ̸ reagente-barfoed-teste-
monossacarideos.html?m=1 - acessado a 9 de abril de 2024
-htpps: ̸ ̸ www.info.com ̸ química ̸ identificacao-de-glicidos ̸ amp ̸ - acessando a 9 de abril
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