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Adensamento populacional: conceitos e impactos na


infraestrutura urbana
Como percebemos, o crescimento das cidades pode levar a diversos problemas ambientais. Para compreendermos
como essas transformações são causadas no ambiente urbano, vamos tentar entender melhor como é o esse processo.
Conforme o dicionário da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), adensamento populacional é a
“ocorrência de altas concentrações de população em uma determinada área, ocasionando modificações de infraestrutura
não previstas no sistema de drenagem urbana”.

Projeções estimam que a Terra possa ter até 10 bilhões de habitantes em 2050 (atualmente, possui mais de 7
bilhões). Diante desse aumento, muitos estudiosos argumentam que o planeta não suportará tanto uso de recursos
naturais e os problemas ambientais serão mais graves ainda. Outros pesquisadores são mais otimistas: acreditam que o
transtorno ao ambiente é muito mais complexo, pois envolve também a desigualdade social, a utilização não sustentável
dos recursos, a falta de conhecimento sobre o funcionamento da natureza, entre outros. Realmente é uma questão
complexa!

Para compreendermos os efeitos de um crescimento desordenado, vamos conhecer melhor a cidade de Açailândia no
Maranhão. A cidade surgiu na década de 60 com a construção da BR-010. Nas últimas décadas, aumentou
exponencialmente sua população, principalmente por ter se tornado importante polo industrial, rodoviário e ferroviário do
estado. Hoje Açailândia tem graves problemas de habitação, saneamento básico, poluição industrial e transporte. Além
disso, alterou radicalmente sua paisagem natural com o desmatamento da floresta Amazônica e um problema que assola a
cidade: a erosão. Os registros de casas e de ruas destruídas são inúmeros. Além disso, o abastecimento de água também
é afetado. Algumas crateras formadas pelo desgaste do solo são utilizadas pela população para despejo de resíduos.

A fotografia mostra uma árvore derrubada, com raízes à mostra, devido ao processo de erosão à beira mar. Ao fundo,
está uma pequena faixa de areia, seguida de uma fileira de postes da rede elétrica e um conjunto de casas. Nota-se que é
uma área extremamente urbanizada, sem dunas e o solo praticamente não tem cobertura vegetal. A imagem foi tirada no
estado do Espírito Santo, que degradou muitos manguezais litorâneos.

Figura 1 – Erosão à beira mar


Fonte: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_sigercom/_arquivos/es_erosao.pdf

Assim como o exemplo acima, muitas cidades brasileiras pagam um preço alto pelo crescimento desordenado. Agora
pense na sua cidade. Você acha que ela tem um ou mais problemas devido ao adensamento populacional? Para ajudá-lo a
identificar se é atingido por problemas relacionados ao adensamento populacional, seguem alguns dos impactos causados:

- perda de florestas e campos;

- animais mortos em estradas;

- diminuição das áreas de cultivo;

- água potável e do ar com contaminantes;

- congestionamentos;

- céu iluminado;

- poluição sonora;

- frequência maior de enchentes;

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- consumo maior da água de superfície e subterrânea;

- micro clima aquecido.

E agora, consegue identificar alguma localidade com esses problemas? Lamentavelmente, esses são só alguns dos
impactos que afetam não apenas o Brasil. Países ricos, como os Estados Unidos, observam seus subúrbios alastrarem-
se e por isso há uma deterioração da situação ambiental do país. O termo alastramento urbano tem sido utilizado
também para caracterizar esse fenômeno, que tem como consequências o afastamento da população de instituições que
garantem qualidade de vida, tais como escola, lojas, parques e local de trabalho. Como resultado inerente, a
dependência e a quantidade de carros aumentam.

As cidades de forma geral não foram pensadas para serem autossustentáveis. São dependentes da entrada dos
recursos naturais, de produtos manufaturados e de energia. Para termos ideia do tamanho da dependência das grandes
metrópoles, calculou-se que, para suprir todas as pessoas do planeta com o uso de recursos da mesma forma que os
habitantes de Londres, haveria de ter pelo menos mais três Terras!

Mas será que não há nenhuma vantagem na urbanização? Sim, há vantagens. É sabido que nas cidades o
desenvolvimento econômico melhora a educação, alavanca a tecnologia e as pessoas urbanas, comparadas às que
residem em zonas rurais, possuem em média maior renda, acesso à saúde facilitada e bem-estar geral. Acrescenta-se
que os humanos concentrados em determinadas áreas facilitam a preservação dos ambientes naturais e a aplicação de
políticas ambientais, como a reciclagem.

Ainda nas zonas urbanizadas, temos a poluição indireta que é associada à baixa qualidade de vida e a várias
doenças como estresse, depressão, surdez, dores de cabeça, insônia e agressividade. A poluição indireta é classificada
como:

Poluição visual: intensa propaganda visual nas grandes cidades, outdoors, placas de neon, grande número de
luzes à noite nas cidades.

Poluição sonora: ruídos de máquinas industriais, automóveis, sons automotivos, barulhos recreativos, obras. Que
ruídos incomodam você na sua rotina? É sobre esses infortúnios que estamos conversando! Principalmente nos grandes
centros, a poluição sonora afeta a qualidade de vida dos seus habitantes.

E, por falar em qualidade de vida, você sabe o que é? Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) ela é a
"percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação
aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações".

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Formas de degradação ambiental do ar, água e solo aplicados


ao estudo socioambiental
Nosso dia a dia está cercado de acontecimentos e cenas que tornam visíveis os efeitos dos resíduos poluentes
nos mais diversos ambientes, além das consequências nocivas à saúde de diferentes formas de vida, inclusive dos
seres humanos. O chamado progresso, além de intensificar a produção de poluentes, promoveu, por intermédio do
desenvolvimento tecnológico, a produção de uma série de novos resíduos que a maioria da população não sabe como
descartar ou destinar corretamente.

As atividades humanas, principalmente nas sociedades industrializadas modernas, são responsáveis pela
geração de diversos tipos de poluentes, fumaça e resíduos industriais, gases do escapamento de veículos
automotores, etc., além da maior quantidade de resíduos orgânicos, como excrementos e urina.

De acordo com a Lei Federal n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, poluição ambiental é definida como a
degradação da qualidade ambiental resultante de atividades diversas que direta ou indiretamente prejudiquem a
saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
afetem desfavoravelmente a biota; piorem condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e lancem matérias ou
energias em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. As fontes poluidoras são qualquer equipamento,
processo ou atividade capaz de gerar e emitir poluentes. Poluente é qualquer forma de matéria ou de energia que
altere, de maneira prejudicial, direta ou indiretamente, as características do ambiente.

Mesmo nas zonas rurais, os impactos ambientais podem não parecer tão evidentes, mas as degradações são tão
pronunciadas quanto nas zonas urbanas. Nas áreas agrícolas, os prejuízos ao meio têm prevalência maior de outros
problemas. Seguem, abaixo, as principais causas de danos nas áreas rurais

Alteração das características paisagísticas – Áreas extensas de mata nativa são devastadas para o cultivo de
pastagens ou para o plantio de arroz, feijão, milho, etc. Isso reduz a fauna e a flora locais de toda uma região e causa
um grande impacto para todo o ecossistema.

Crescimento da monocultura – Vastas áreas onde existiam muitas espécies são suprimidas para o plantio de
apenas uma cultura. Diminui-se, assim, a variabilidade de espécies da região. Isso causa desordem no ecossistema,
bem como secas, invasão de pragas domésticas e contaminação da água.

Uso de defensivos agrícolas – Muitos dos defensivos agrícolas matam seu respectivo alvo em grandes
quantidades na lavoura, ou então acabam atingindo um corpo hídrico próximo. A morte de inúmeros seres vivos
causada pelos defensivos pode não parecer importante, porém, causa um grande desequilíbrio das cadeias e teias
alimentares, aumentando, por sua vez, o número efetivo de indivíduos (pragas) de outra ordem.

Você já deve ter ouvido falar sobre cadeia e teia alimentar, mas saberia explicar? Cadeia alimentar é o processo
de transmissão de energia por meio da alimentação entre os seres vivos. Os seres fotossintetizantes são classificados
como produtores. Os seres que se alimentam dos produtores são os consumidores primários, que podem servir de
refeição aos consumidores secundários e assim por diante. Como sabemos que na natureza os seres possuem
diversas fontes de alimentos logicamente um ser vivo pode servir para alimentação de vários outros. Eles
estabelecem, dessa forma, a teia alimentar, que está representada na figura. Para exemplo, acompanhe na figura: o
fruto (produtor) que é comido por um gambá (consumidor secundário) e também por um porco do mato (consumidor
primário) e ambos são comidos por uma onça (consumidor secundário). Ao final da teia, teremos os decompositores,
que são geralmente fungos e bactérias que decompõem a matéria orgânica e restituem ao solo elementos importantes.
Podemos representar a cadeia alimentar da seguinte forma:

Figura 1 – Teia Alimentar

A imagem mostra um exemplo de teia alimentar em que o fruto, que é o produtor, alimenta o gambá, que é o

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consumidor primário, que alimenta a onça, que é o consumidor secundário. Essa teia termina nos decompositores.

Agora reflita sobre este problema hipotético: uma indústria de celulose desmatará uma grande área para o
cultivo de eucaliptos. A mata nativa era rica em frutos que serviam de refeição para gambás e porcos, que
desapareceram da área. Percebeu-se que as onças começaram a atacar as criações de gado vizinhas. Você
compreende o quanto a teia alimentar foi afetada?

Vamos conhecer melhor onde afetamos a natureza com as nossas demandas? Para tal, vamos dividir as
degradações ocorridas no ar, na água e no solo.

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Os impactos ambientais no ar
Segundo a Resolução Conama n.º 3, de 1990, um poluente atmosférico é qualquer forma de matéria ou
energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis
estabelecidos e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-
estar público; danoso aos materiais, à fauna e à flora; ou prejudicial à segurança, ao uso e ao gozo da propriedade
e às atividades normais da comunidade. Pesquise sobre a Resolução Conama n.º 1, de 8 de março de 1990, e
conheça os critérios de padrões de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais, comerciais,
sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política.

As indústrias são as fontes fixas mais significativas. Também se destacam as usinas termoelétricas, bem
como os incineradores de resíduos. Existem ainda as fontes fixas naturais, como a maresia e o vulcanismo, que
também podem influenciar na composição do ar. Os veículos automotores, os trens, os aviões e as embarcações
marítimas são as chamadas fontes móveis de poluentes atmosféricos.

Vamos conhecer alguns dos principais poluentes atmosféricos. Ainda há outros contaminantes que você
pode pesquisar e saber de seus efeitos. No site do Ministério do meio ambiente, há informações detalhadas sobre
os poluentes do ar. Citamos os seguintes:

Material particulado (PM): É caracterizado pela mistura de partículas sólidas muito pequenas formadas por
emissões gasosas lançadas diretamente no ar. Representam grande risco à saúde, pois as partículas podem, com
facilidade, penetrar nas vias respiratórias e nos pulmões, provocando doenças em alguns órgãos e podendo levar
à morte.

Monóxido de carbono (CO) – É um gás derivado da queima incompleta de combustíveis fósseis (carvão vegetal
e mineral, gasolina, querosene e óleo diesel). As queimadas, que ocorrem em florestas, também lançam na
atmosfera milhões de toneladas de monóxido de carbono. Inalado em pequenas quantidades, pode causar dores
de cabeça, lentidão de raciocínio, problemas de visão, redução da capacidade de aprendizagem e perda de
habilidade manual. Em quantidades maiores, pode levar o indivíduo à morte por asfixia.

Dióxido de nitrogênio (NO) – Gás altamente venenoso. A exposição a ele produz inflamação dos pulmões,
causando uma leve dor que pode passar despercebida, porém, leva a um edema pulmonar muitos dias depois,
que pode causar a morte. É um dos principais poluentes da atmosfera, responsável por absorver os raios
ultravioletas que não chegam à superfície da terra.

Dióxido de enxofre (SO) – É um gás denso, incolor, não inflamável e altamente tóxico. Sua inalação pode ser
fortemente irritante. É produzido em certos processos industriais e naturalmente pelos vulcões. Na indústria, o
dióxido de enxofre serve, sobretudo, para a produção de ácido sulfúrico, que possui numerosas aplicações como
produto químico. É ainda um gás emitido na queima de combustíveis em veículos e indústrias, juntamente com
óxidos de carbono (CO e CO) e de nitrogênio. É um dos vilões da chuva ácida, que representa danos ao ambiente
e à saúde humana.

A imagem refere-se à formação da chuva ácida. Três edifícios representam indústrias que emitem poluentes
atmosféricos, com densa fumaça contaminante despejada no céu. Na fumaça, estão os símbolos de dióxido de
enxofre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2). Ao atingirem as nuvens, esses componentes reagem com a água da
chuva, que é composta de hidrogênio e oxigênio (H2O). A combinação desses químicos resulta em ácido sulfúrico
e ácido nítrico e a chuva que cai torna-se ácida. A chuva ácida causa mortandade de peixes, contamina o solo e
destrói folhas e galhos das árvores.

Figura 2 – Formação da chuva ácida

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Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/oxidos-chuva-acida.htm

A concentração de poluentes nos grandes centros urbanos repercute negativamente na saúde da


população. Alguns fenômenos ligados à poluição tornaram-se recorrentes, tais como:

A inversão térmica é um fenômeno natural que ocorre em qualquer parte do globo. Trata-se da
estabilização da circulação de ar. Através da inversão das camadas de ar, o ar frio fica localizado mais próximo
ao solo, e o ar quente fica mais elevado. Podemos observar, com muita frequência, essa ocorrência nas
grandes cidades, visto que acumulam calor durante o dia e o perdem muito rapidamente durante a noite. Devido
à inversão térmica, os gases nocivos ficam concentrados na superfície e não se dispersam.

A ilha de calor é característica dos grandes centros urbanos e está relacionada com a capacidade de
acúmulo de temperatura em relação à periferia (configurada em uma zona mais “verde”). Assim, esse fenômeno
acaba concentrando mais a poluição no centro das cidades.

O efeito estufa, diferentemente do que pensamos, é um fato natural e necessário à vida. O problema é o
processo de aceleração que o homem promove. Alguns gases que liberamos formam uma verdadeira barreira
para os raios infravermelhos refletidos pela superfície da terra. Isso causa o aumento da temperatura.

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Os impactos no solo
O solo é agredido por diversas fontes de poluentes. Podemos considerar como as principais: elementos
químicos acima dos níveis considerados normais para o tipo de solo onde se encontram; produtos químicos
utilizados na agricultura; resíduos tóxicos e radioativos; metais pesados resultantes de atividades humanas;
resíduos depositados diretamente no meio ambiente; aterros sanitários não controlados e deposição de
resíduos perigosos ou tóxicos por fábricas e indústrias.

Nas cidades, a formação de loteamentos de moradia clandestinos é um grande problema, pois a


população acaba ocupando áreas de risco. Para que as casas sejam construídas, grande parte da vegetação
é retirada e isso enfraquece a estrutura do solo. Com a dinâmica das chuvas, essa terra acaba cedendo e
desmorona, causando problemas de ordens ambiental e social. A retirada da flora das margens dos rios
resulta em um processo de assoreamento, em que as barrancas são fragilizadas pela retirada da vegetação.

Tanto nas áreas urbanizadas como nas rurais, a compactação do solo é outro gerador de impactos
ambientais. O trânsito intenso de máquinas agrícolas, de veículos, animais, casas e rodovias causa esse
problema. O solo torna-se menos permeável, o que dificulta a filtragem de água. Com isso, aumentam as
chances de ocorrerem inundações. Além disso, como a terra fica mais dura, o crescimento das raízes das
plantas é dificultado.

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Os impactos na água
As principais formas de contaminação das águas são: lixo e detritos acumulados junto a fontes, poços
e cursos de água; esgotos domésticos lançados nos rios ou nos mares sem prévio tratamento; resíduos
tóxicos que algumas fábricas e indústrias lançam nos rios sem tratamento prévio; produtos químicos
utilizados na agricultura e que as águas das chuvas arrastam para os rios e para os lençóis subterrâneos;
lavagem clandestina de barcos no alto mar, liberando combustível; resíduos nucleares radioativos
depositados no fundo do mar; naufrágios de petroleiros ou acidentes em plataformas petroleiras; formação
e precipitação de chuva ácida.

Os resíduos líquidos, também conhecidos como efluentes, são constituídos por qualquer substância
que se encontre no estado líquido e que entre em contato com o ambiente, alterando condições naturais
dos ecossistemas ou apresentando riscos à saúde humana e às demais formas de vida. Os resíduos
líquidos podem ser considerados os maiores poluidores do solo e das águas e são classificados em
domésticos, industriais, agrícolas, pluviais urbanos e depósitos de resíduos sólidos. Conforme a Resolução
Conama n.º 20 de 18 de junho de 1986, os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água se obedecerem a condições específicas.

Os detergentes são um poluidor que, se despejado sem rigor, é perigoso para o meio. Eles são
compostos orgânicos, utilizados na composição de materiais de limpeza. No meio ambiente, afetam os
ecossistemas aquáticos; provocam a formação de espumas brancas (isso reduz a penetração de luz na
água e prejudica os organismos fotossintetizantes) e enriquecem as águas com nutrientes. Com isso,
ocorre a eutrofização, processo que leva à multiplicação acelerada de bactérias e algas que alteram o
gosto e o odor da água, além de consumirem alta quantidade de oxigênio que pode matar peixes.

Outro efluente tóxico é o chorume: substância líquida viscosa, originada a partir da decomposição de
matéria orgânica. Geralmente, é de cor escura e de alto potencial poluidor. Contém alta demanda biológica
de oxigênio (DOB). Pode atingir os recursos naturais, como o solo e as águas, por meio da lixiviação e
apresentar metais pesados e agentes patogênicos. As principais fontes de produção do chorume são os
lixões, aterros sanitários e cemitérios (necrochorume). Pode levar à eutrofização, à contaminação de
alimentos e de lençóis freáticos.

Você sabia que o óleo de cozinha também é um poluente na natureza? No solo, o óleo diminui sua
permeabilidade e contamina as águas subterrâneas. No ambiente aquático, diminui a passagem da luz,
reduz a oxigenação e aumenta os custos com o tratamento da água.

A Lei do Saneamento Básico (apelido dado para a Lei Ordinária n.º 11.445, de 05 de janeiro de
2007) estabelece as diretrizes básicas nacionais para o saneamento. Essa lei define o conjunto de serviços,
infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário,
limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais. Sugerimos que você
procure na internet essa regulamentação e fique atualizado sobre o tema!

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Como percebemos, o crescimento das cidades pode levar a diversos problemas ambientais. Para
compreendermos como essas transformações são causadas no ambiente urbano, vamos tentar entender
melhor como é o esse processo. Conforme o dicionário da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), adensamento populacional é a “ocorrência de altas concentrações de população em
uma determinada área, ocasionando modificações de infraestrutura não previstas no sistema de
drenagem urbana”.

Projeções estimam que a Terra possa ter até 10 bilhões de habitantes em 2050 (atualmente, possui
mais de 7 bilhões). Diante desse aumento, muitos estudiosos argumentam que o planeta não suportará
tanto uso de recursos naturais e os problemas ambientais serão mais graves ainda. Outros
pesquisadores são mais otimistas: acreditam que o transtorno ao ambiente é muito mais complexo, pois
envolve também a desigualdade social, a utilização não sustentável dos recursos, a falta de
conhecimento sobre o funcionamento da natureza, entre outros. Realmente é uma questão complexa!

Para compreendermos os efeitos de um crescimento desordenado, vamos conhecer melhor a


cidade de Açailândia no Maranhão. A cidade surgiu na década de 60 com a construção da BR-010. Nas
últimas décadas, aumentou exponencialmente sua população, principalmente por ter se tornado
importante polo industrial, rodoviário e ferroviário do estado. Hoje Açailândia tem graves problemas de
habitação, saneamento básico, poluição industrial e transporte. Além disso, alterou radicalmente sua
paisagem natural com o desmatamento da floresta Amazônica e um problema que assola a cidade: a
erosão. Os registros de casas e de ruas destruídas são inúmeros. Além disso, o abastecimento de água
também é afetado. Algumas crateras formadas pelo desgaste do solo são utilizadas pela população para
despejo de resíduos.

Figura 1 – Erosão à beira mar


Fonte: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_sigercom/_arquivos/es_erosao.pdf

(images/componente_789/erosao-a-beira-mar.jpg)

Assim como o exemplo acima, muitas cidades brasileiras pagam um preço alto pelo crescimento
desordenado. Agora pense na sua cidade. Você acha que ela tem um ou mais problemas devido ao
adensamento populacional? Para ajudá-lo a identificar se é atingido por problemas relacionados ao
adensamento populacional, seguem alguns dos impactos causados:

- perda de florestas e campos;

- animais mortos em estradas;

- diminuição das áreas de cultivo;

- água potável e do ar com contaminantes;

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- congestionamentos;

- céu iluminado;

- poluição sonora;

- frequência maior de enchentes;

- consumo maior da água de superfície e subterrânea;

- micro clima aquecido.

E agora, consegue identificar alguma localidade com esses problemas? Lamentavelmente, esses
são só alguns dos impactos que afetam não apenas o Brasil. Países ricos, como os Estados Unidos,
observam seus subúrbios alastrarem-se e por isso há uma deterioração da situação ambiental do país.
O termo alastramento urbano tem sido utilizado também para caracterizar esse fenômeno, que tem
como consequências o afastamento da população de instituições que garantem qualidade de vida, tais
como escola, lojas, parques e local de trabalho. Como resultado inerente, a dependência e a
quantidade de carros aumentam.

As cidades de forma geral não foram pensadas para serem autossustentáveis. São dependentes
da entrada dos recursos naturais, de produtos manufaturados e de energia. Para termos ideia do
tamanho da dependência das grandes metrópoles, calculou-se que, para suprir todas as pessoas do
planeta com o uso de recursos da mesma forma que os habitantes de Londres, haveria de ter pelo
menos mais três Terras!

Mas será que não há nenhuma vantagem na urbanização? Sim, há vantagens. É sabido que nas
cidades o desenvolvimento econômico melhora a educação, alavanca a tecnologia e as pessoas
urbanas, comparadas às que residem em zonas rurais, possuem em média maior renda, acesso à
saúde facilitada e bem-estar geral. Acrescenta-se que os humanos concentrados em determinadas
áreas facilitam a preservação dos ambientes naturais e a aplicação de políticas ambientais, como a
reciclagem.

Ainda nas zonas urbanizadas, temos a poluição indireta que é associada à baixa qualidade de
vida e a várias doenças como estresse, depressão, surdez, dores de cabeça, insônia e agressividade.
A poluição indireta é classificada como:

Poluição visual: intensa propaganda visual nas grandes cidades, outdoors, placas de neon,
grande número de luzes à noite nas cidades.

Poluição sonora: ruídos de máquinas industriais, automóveis, sons automotivos, barulhos


recreativos, obras. Que ruídos incomodam você na sua rotina? É sobre esses infortúnios que estamos
conversando! Principalmente nos grandes centros, a poluição sonora afeta a qualidade de vida dos
seus habitantes.

E, por falar em qualidade de vida, você sabe o que é? Conforme a Organização Mundial da
Saúde (OMS) ela é a "percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema
de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações".

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Foto original por Nicolas de Camaret ( https://www.flickr.com/photos/ndecam/10092511805)

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