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VOTO VOGAL
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
2. O DIREITO DA CONCORRÊNCIA
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auto-regulado. Isto é, a competição econômica tem efeitos positivos para os
consumidores, mas ao produzir ganhadores e perdedores no mundo empresarial
pode levar a concentração econômica. Um efeito possível da concentração
econômica é a redução da concorrência, permitindo que a preservação do market
share de grandes empresas ocorra pelo poder de mercado, e não pela eficiência
microeconômica.
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com as abordagens neoclássicas de concorrência perfeita e monopólio, caso em que
a concentração econômica leva ao poder de mercado e a possibilidade de geração
de quase-renda. Na moderna literatura econômica, no entanto, há muitos tipos de
concorrência e a competição dá-se normalmente em condições de concorrência
imperfeita. O debate econômico, desde dos trabalhos clássicos de Schumpeter
(Teoria do Desenvolvimento Econômico, 1911), Joan Robinson (The Economics of
Imperfect Competition, 1933) e Edward Chamberlain (The Theory of Monopolist
Competition, 1933), ressalta a importancia de diversas formas de competição
distintas do modelo de concorrência perfeita. Em especial, são particularmente
relevantes para o direito da concorrência os modelos de concorrência oligopolista,
onde os preços de mercado são alterados pelos produtores, e, no caso em discussão,
os modelos de concorrência por inovação, onde a competição baseia-se na
capacidade de inovação da empresa.
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recorrendo-se ao argumento da concorrência por inovação, ou o poder de mercado
produzido pelo monopólio de fato no fornecimento dos produtos da Microsoft tem
efeitos anti-concorrenciais?
Ed.Singular, 2002.
3 - Melo, Claudinei, citado no livro de Priscila Brólio Gonçalves, op.cit ; p.40.
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apoio técnico e/ou comercial do fornecedor; (iii) a concessão de condições especiais
de fornecimento, distinguindo esse distribuidor de outros revendedores; (iv) a
necessidade de que o produto ou serviço adquirido seja revendido: ou seja, o preço
de venda ao consumidor final é formado pelo preço do fornecedor, acrescido da
margem do distribuidor; (v) uma área ou um setor de atuação, com ou sem
exclusividade de ambas as partes.
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desse serviço para o consumidor final. Isto é, quando uma empresa como a
Microsoft permite que em um mercado atue apenas um distribuidor, está
facultando a este beneficiar-se de um grande poder de mercado entre os usuários
desse produto.
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Portanto, não há que ser provado que a Microsoft ou a TBA
tenha de alguma forma se beneficiado da Política de Distribuição, para obter lucros
excessivos ou quaisquer vantagens. Há apenas que ser demonstrado que tal política
tenha os efeitos anti-concorrenciais estabelecidos no texto legal, o que foi
amplamente provado nos autos.
É o voto.