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INVESTIGAÇÃO
QUALITATIVOS
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Índice
AULA T1 E TP1 ............................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO E CONCEITOS BASE............................................................................................. 3
AULA T2 E TP2 ............................................................................................................................... 5
MÉTODOS QUALITATIVOS DE RECOLHA DE DADOS: OBSERVAÇÃO ......................................... 5
AULA T3 ....................................................................................................................................... 11
A ENTREVISTA INDIVIDUAL ..................................................................................................... 11
AULA TP3 ..................................................................................................................................... 16
EXERCÍCIOS DE ANÁLISE CRÍTICA DA CONDUÇÃO DE ENTREVISTAS....................................... 16
AULA T4 ....................................................................................................................................... 17
A ENTREVISTA DE GRUPO ....................................................................................................... 17
AULA T5 ....................................................................................................................................... 21
ANÁLISE DE CONTEÚDO .......................................................................................................... 21
AULA T6 E TP6 ............................................................................................................................. 28
CONTINUAÇÃO DA ANÁLISE DE CONTEÚDO........................................................................... 28
AULA T7 ....................................................................................................................................... 28
A ANÁLISE GROUNDED THEORY .............................................................................................. 28
AULA T8 ....................................................................................................................................... 33
QUALIDADE DOS ESTUDOS QUALITATIVOS ............................................................................ 33
AULA TP8 ..................................................................................................................................... 37
QUIZ ONLINE ........................................................................................................................... 37
AULA TP11 ................................................................................................................................... 41
PUBLICAÇÃO DE ESTUDOS QUALITATIVOS: CONVENÇÕES ..................................................... 41
AULA TP12 ................................................................................................................................... 44
CORREÇÃO DE UM EXERCÍCIO ................................................................................................ 44
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MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVOS
AULA T1 E TP1
INTRODUÇÃO E CONCEITOS BASE
INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA
3
• O quê? Como? Quando? Onde? Porquê?
• Significados, conceitos, definições, características, metáforas, símbolos e
descrições.
• Para compreender as nossas vidas, precisamos de investigação
qualitativa.
• Certos elementos de simbolismo, significado ou compreensão exigem que
se considere as perceções e apreensões subjetivas do próprio indivíduo.
❖ Investigação qualitativa:
• Metodologia qualitativa é “tão científica” como metodologia quantitativa.
• Estudo de objetos imprecisos é diferente de
estudo de impreciso de objetos.
• Estudo de dados “equívocos” com base em
análises baseadas em requisitos rigorosos.
• Investigadores qualitativos têm de ser mais
precisos, mais cuidadosos nas suas definições
e procedimentos e mais descritivos na forma
como relatam os seus trabalhos.
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• Combinando diferentes perspetivas, os investigadores obtêm: uma imagem
melhor, mais substantiva da realidade; um conjunto de símbolos e de
conceitos teóricos mais rico e completo; uma forma de verificar muitos
destes elementos → a este fenómeno dá-se o nome de triangulação.
• Através da triangulação, ou seja, quando usamos mais que um método,
conseguimos aceder a múltiplas perspetivas do mesmo fenómeno e
conseguimos perceber mais dimensões de uma determinada experiência,
que é exatamente a mensagem que as imagens pretendem passar.
• Sempre que pudermos devemos incluir múltiplas perspetivas e se não der
devemos ter noção dessas limitações.
• Existem tensões entre perspetivas que enfatizam padrões mais
“sistemáticos e rigorosos” e perspetivas mais interpretativas.
• Este tipo de investigação é o conjunto de
atividades interpretativas que não privilegia
nenhuma prática metodológica e que não
pertence a nenhuma disciplina.
• Combinação de métodos qualitativos e
quantitativos.
• Tal como demonstram as imagens, o todo é mais
do que a soma das suas partes pois quando nós
estamos a ver só uma parte podemos não
entender tudo.
AULA T2 E TP2
MÉTODOS QUALITATIVOS DE RECOLHA DE DADOS: OBSERVAÇÃO
❖ Observação:
• Na observação mobilizamos muitos dos nossos sentidos para além da
visão.
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• Uma das competências-chave em MIQ.
• Perceber razões e motivações
• Método de recolha de dados para aceder ao comportamento dos
participantes.
• Compreender comportamentos.
• Aceder a práticas (como algo se processa) e não a descrições das
mesmas.
• Entrevistas e narrativas constituem relatos de práticas (misturam o que é e
o que esse algo deveria ser).
• Recolha de dados em contexto natural.
• Existe uma diversidade de processos de
observação e do estatuto do observador.
• Não se podem observar processos
biográficos.
• Não é uma estratégia de análise de dados.
• Está associada a procedimentos de análise de dados que privilegiam a
contagem específica de atividades.
• Tipicamente, em investigação qualitativa, os dados são recolhidos em
contextos naturais.
❖ Tipologias de observação:
• Observação encoberta (o observador não sabe que está a ser observado)
VS. Observação aberta (o observador tem plena noção da situação).
• Observação sistemática (Observação baseada numa grelha sistematizada
com objetivos) VS. Observação não sistemática (observador vai para a
observação sem dados nem grelhas, e vai observar o que X faz num
momento).
• Observação em contextos naturais (observação realizada no meio onde ela
ocorre) VS. Observação em situações artificiais (observação simulada e
fora do ambiente natural - como num laboratório por exemplo).
• Auto-observação VS. Observação de outros.
• Observação participante (Observador entra dentro do meio e mistura-se
com os participantes) VS. Observação não participante.(maior distância por
parte do observador levando a uma menor intervenção e a resultados mais
puros).
• Apesar do “vs.” muitas vezes não conseguimos separar os vários tipos de
observação.
• Tendencialmente são usadas: a observação não sistemática; em contextos
naturais; com um equilíbrio entre a auto-observação e a observação dos
outros; e observação participante.
• O ser encoberta ou aberta varia muito com os contextos de estudo.
❖ Tipologias de papéis:
• Participante total → pessoas normais em contextos normais.
• Participante como observador → por exemplo: educadoras fazem um
estudo com crianças.
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• Observador como participante → interação com participantes (pode haver
influência).
• Mero observador → sem intervenção no objeto de estudo
❖ Papéis do observador:
• Aquilo que distingue os diversos papéis do observador baseia-se na
interação e participação.
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➔ Abordagem ao campo de estudo com base numa perspetiva externa
(observação de espaços públicos).
➔ Tentativa de observar os eventos à medida que eles ocorrem naturalmente.
Mas o ato de observar influência sempre o “observado”.
➔ Uso da observação encoberta para eliminar a influência do observador é
eticamente problemática.
➔ Evitamento da interação com os sujeitos e fenómenos em estudo levanta
problemas na análise dos dados e na avaliação das interpretações (limites
no acesso a uma perspetiva interna).
• Observação participante:
➔ Mais comum em investigação qualitativa.
➔ Estratégia de campo que pode combinar,
simultaneamente, análise de documentos, entrevistas
aos participantes e informantes, participação e
observação direta, e introspeção.
➔ Investigador insere-se no campo e observa assumindo
uma perspetiva interna (como de um outro membro do gruo) e influencia o
que se observa através da participação, tentando manter uma perspetiva
externa crítica.
➔ Frequentemente utilizada para o estudo de subculturas.
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➔ Folhas de registo e esquemas de observação com diferentes graus de
estrutura.
➔ Uso frequente de protocolos de situações, o mais detalhadas possível >
descrições densas do campo.
➔ Uso de notas de campo ou de protocolos estruturados que definem, de
forma concreta, atividades e situações a documentar depende de questões
de investigação e da fase do processo.
➔ Observação descritiva: não restringir a atenção do observador nem limitar
a sua sensibilidade à novidade (evitar protocolos demasiado estruturados).
➔ Observação seletiva: protocolos (e.g., grelhas) detalhados podem ser úteis.
➔ Interesse pelos significados e pela interação humana, vistos da perspetiva
de membros.
➔ Localização no aqui e no agora das situações e cenários do dia a dia.
➔ Teorização enfatiza interpretação e compreensão da existência humana.
➔ Lógica e processo de investigação aberto, flexível e oportunista que requer
uma constante redefinição do que é problemático.
➔ Abordagem de estudo de caso aprofundado.
➔ Papel de participante que envolve o estabelecimento de manutenção de
relações com “nativos”.
➔ Uso da observação direta bem como de outros métodos de recolha de
informação, com base em folhas de registo e esquemas de observação.
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➔ Uso de pessoas chave (aceitar as perspetivas das pessoas chave de forma
crítica e considerar a possibilidade de só estarem a proporcionar o acesso
a uma parte específica do campo de estudo).
➔ Considerar posições sociais e motivos (aceitação social) > observação das
pessoas chave.
➔ Obter uma perspetiva interna o mais rapidamente possível, mas, em
simultâneo, sistematizar o papel de estranho.
➔ Tornar-se nativo: perigo de perder uma perspetiva externa crítica e de
adotar, sem questionar, os pontos de vistas partilhados no campo em
estudo.
➔ A familiaridade com o campo pode ser um instrumento ou um problema.
➔ Suficiente para uma participação bem sucedida, mas não para uma
observação sistemática (que exige a manutenção da distância de um
“estranho profissional”).
➔ Compromisso: distância vs. compreender através dos olhos do outro.
➔ Nem todos os fenómenos podem ser observados no aqui e no agora (e.g.,
processos biográficos).
➔ Acontecimentos ou práticas pouco frequentes (sorte ou seleção cuidada de
situações) podem levar a que não haja um momento para intervir.
➔ Utilização de entrevistas, indo além da observação de ações (incluindo
verbalizações sobre relações e fatos).
➔ Etnografia como estratégia genérica de investigação que recorre à
interligação entre participação e observação (difícil interligação entre
participação e observação).
❖ Concluindo…
• Em investigação qualitativa, a observação pode ser utilizada com diferentes
graus de participação do investigador.
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• Em cada versão, a relação entre rigor metodológico e flexibilidade é
diferente: observação não participante é caracterizada por manter a
distância e manter padrões metodológicos gerais.
AULA T3
A ENTREVISTA INDIVIDUAL
ENTREVISTA INDIVIDUAL
❖ Entrevista como interação social “cara a cara” com o objetivo de
extrair informação.
❖ “Encontro” entre entrevistador e entrevistado.
❖ Se o participante/entrevistado não sentir que está num espaço
protegido mais dificilmente vai partilhar as suas perspetivas.
❖ Recolher informação sobre factos, opiniões, comportamentos,
crenças e atitudes, realizada de forma mais ou menos dirigida.
❖ Processo relacional.
❖ Vários tipos de entrevista, campos de aplicação, finalidade e técnicas associadas.
❖ Aprofundar o conhecimento e compreensão de atitudes, motivações, freios,
crenças…
❖ Compreender realidades pessoais.
❖ Investigar temas pessoais e íntimos.
❖ Esclarecer aspetos “obscuros” obtidos nas entrevistas de grupo ou em inquéritos.
❖ A consistência na utilização do guião de entrevista permite a comparabilidade dos
dados, e estes serão mais estruturados.
❖ Porém o seu uso não deve ser rígido, senão constituirá um obstáculo à entrevista.
• Entrevista semi-estandardizada/semiestruturada:
➔ Mais ou menos estruturada, ou seja, têm uma estrutura prévia de
perguntas que foram formuladas de forma cuidadosa, mas que podem
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ser reordenadas caso o entrevistado, por exemplo, responda a uma
pergunta noutra altura da entrevista.
➔ Uso flexível da formulação inicial das perguntas.
➔ Nível da linguagem pode ser ajustado, ou seja, podemos formular as
perguntas e mudar palavras quando fazemos as perguntas, se
necessário.
➔ Entrevistador pode acrescentar ou eliminar “pistas” entre entrevistas, ou
seja, podemos ir mudando o guião à medida que vamos fazendo a
entrevista.
➔ É muito comum perceber o que é preciso referir no guião para obter
mais informação.
➔ Descobrir o mundo de vida do entrevistado e não conceitos teóricos.
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➔ Difícil equilíbrio entre os 4 critérios (e.g., especificidade e profundidade
vs. amplitude).
➔ A preparação do guião da entrevista não permite resolver de antemão
estas dificuldades.
➔ Competência “situacional” do entrevistador.
➔ Experiência prática e treino de tomada de decisões (simulações,
feedback, role play).
➔ A entrevista quase nunca é usada na sua forma pura.
• Contributos e enquadramento:
➔ Critérios gerais de planeamento e condução de entrevistas → princípios
gerais → ponto de partida para a descrição de dilemas → ajuda a decidir
qual o tipo de entrevista mais favorável a uma situação.
➔ Os critérios salientam, as decisões que os entrevistadores têm de tomar
e as prioridades a considerar no decorrer da entrevista.
➔ Dar espaço aos entrevistados para introduzirem as suas perspetivas.
➔ Permite a formulação de hipóteses para estudos quantitativos
posteriores. Permite a interpretação mais aprofundada de resultados
experimentais.
➔ Questões de investigação focam o impacto ou significado de eventos
concretos OU a forma como os entrevistados lidam com as condições
que realizam as suas próprias atividades.
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❖ Há muitas tipologias de entrevistas semiestruturadas que utilizam diferentes
estratégias para alcançar os mesmos objetivos: maximizar a margem de manobra
dada ao entrevistado para revelar as suas visões; fornecer uma estrutura acerca
do que devem falar; planear pistas adicionais (decidir o que dizer em cada
situação).
❖ Técnicas e competências:
• Cada pergunta deve ser relevante para responder às nossas questões de
investigação.
• A nossa linguagem deve ser percetível e suficientemente correta.
• As perguntas mais sensíveis não devem estar no início da entrevista pois
o nosso objetivo é criar um ambiente, onde a pessoa esteja confortável
connosco. Devemos começar com perguntas mais abertas e acabar de
uma forma positiva → ter uma conversa introdutória no início da entrevista.
• Não devemos incluir conceitos teóricos nas nossas perguntas.
• Tem de haver um silêncio desconfortável (máximo 45 segundos) para que
a pessoa se sinta exatamente desconfortável e o tente preencher com mais
informação. Devemos deixar o entrevistado falar antes de passarmos para
a outra pergunta e por isso o silêncio é uma boa maneira para dizer mais.
• Pode ser importante tentarmos ecoar aquilo que o entrevistado está a dizer
para mostrar que estamos atentos e que estamos a ouvir o que estão a
dizer.
• Evitar interrupções, deixar a pessoa falar, o objetivo é nós falarmos o
mínimo possível.
• Devemos estar preparados.
• Não devemos começar de uma forma abrupta e fria.
• Devemos escutar ativamente sem estarmos distraídos com outras coisas e
mostrar que estamos genuinamente interessados.
• Planear a aparência física: a roupa que levo para entrevistar crianças é
diferente da que levaria se fosse entrevistar um secretário de estado.
• Não devemos esquecer o nosso objetivo.
• Ser natural.
• Escolher um local confortável.
• Não ficar satisfeito com respostas monossilábicas (explorar mais).
• Ser cordial e agradecida.
• Escutar ativamente, tentando fazer pontes entre perguntas e respostas.
• Não ficar frente a frente com o entrevistado.
• Respeitar e treinar.
ETAPAS
❖ PLANEAMENTO:
• Universo e amostra:
➔ Definição do público-alvo.
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➔ Dimensão e distribuição da amostra: depende do número de
segmentos, diversidade de objetivos e quantidade de informação a
recolher → mais ou menos 30.
• Preparação do guião de entrevista (instrumento) com base em
perguntas que devem ser diferentes das que queremos ver
respondidas (objetivos):
➔ Elaborado de acordo com os objetivos gerais e específicos de estudo,
a estrutura da entrevista e as regras de condução e moderação.
➔ Colocar questões de forma clara, com base na finalidade (para quê) e
nos objetivos (o que queremos saber).
➔ Ter em conta a estrutura mais adequada (do geral para o particular).
➔ Evitar perguntas que orientem respostas, evitar colocar questões longas
e/ou múltiplas questões.
❖ CONDUÇÃO / MODERAÇÃO:
• Ter em conta que é uma conversa e não um questionário.
• Explorar cada pergunta.
• Aplicar técnicas de desbloqueio.
• Não estar sempre a olhar para o guião.
• Mostrar atenção e interesse.
• Estrutura geral / momentos:
➔ Apresentação.
➔ Introdução/ fase de aquecimento.
➔ Fase de informação.
➔ Fase de debriefing (finalidade do estudo.
• A relação não deverá ser frente a frente pois dá uma ideia de hierarquia de
poderes, mas sim de lado, de uma forma mais linear.
• Atitude:
➔ Compreensiva e de empatia e com tom não agressivo.
➔ Redução dos enviesamentos.
➔ Controlo da comunicação e dos obstáculos.
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➔ Motivação para as respostas do entrevistado, dando-lhe um suporte e
encorajamento.
• Obstáculos e enviesamento:
➔ Ter em conta o background, os fatores psicológicos e os
comportamentos entre entrevistador e entrevistado.
• Proibido:
➔ Juízos de valor.
➔ Questões sem resposta.
➔ Responder no lugar do entrevistado.
➔ Questões múltiplas.
➔ Interrogatório.
➔ Falar mais do que ouvir.
➔ Falta de atenção.
• Aconselhável:
➔ Reforços linguísticos e não linguísticos.
➔ Reformulação.
➔ Silêncio.
➔ Síntese.
➔ Questão final aberta.
➔ Conclusão.
❖ Análise de informação.
❖ Relatório/ resultados.
AULA TP3
EXERCÍCIOS DE ANÁLISE CRÍTICA DA CONDUÇÃO DE ENTREVISTAS
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❖ Entrevista: exercício prático nº2 → Analisar a forma como a entrevista foi
conduzida, identificando melhorias em relação à versão anterior.
❖ Melhorias identificadas:
• Bom ritmo.
• Prestava atenção ao que a entrevistada estava a dizer.
• Escuta ativa.
• Perguntas de resposta aberta.
• Interesse.
• Valorização das respostas.
• Duração da entrevista foi bem maior desta vez.
• Qualidade dos dados obtidos foi maior.
• Usou a técnica de ecoar, repetindo por palavras próprias aquilo que a
entrevistada disse.
• Contudo ainda podia ser melhorada
AULA T4
A ENTREVISTA DE GRUPO
FOCUS GROUP
❖ Recolha de dados em contexto, através da utilização da dinâmica de um grupo que
discute o tópico.
❖ Situação de interação que se aproxima mais da vida real.
❖ Simulações de discursos e conversas do dia a dia.
❖ Método quase-naturalista para estudar a formação de
representações sociais ou o conhecimento social em geral.
❖ Perspetiva interacionista: análise de como um tema é
construído e modificado numa discussão de grupo.
❖ Método pode ser utilizado de forma independente ou em
combinação com outros métodos de recolha de dados.
❖ Foco na dimensão interativa da recolha de dados: uso explícito da interação do
grupo para produzir dados.
❖ O entrevistador tenta induzir um clima social para que as pessoas se sintam
confortáveis a conversar entre si.
❖ Existe um equilíbrio entre a formalidade e a informalidade.
❖ Produzir informalidade na discussão (clima liberal que facilite contributo aberto de
experiências e opiniões).
❖ Evitar conversas paralelas ou histórias/episódios com pouca referência ao tema do
focus group.
❖ Group como unidade de análise.
❖ Acaba por ser um contexto um pouco artificial.
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❖ Podemos ter um estudo que se baseia pura e simplesmente em focus groups, ou
não.
❖ Kahoot:
• Os grupos focais normalmente não incluem participantes que se conheçam
apesar de isso causar mais conforto.
• Não são decididos exatamente quantos grupos focais vão ser feitos antes
do estudo. Normalmente precisamos de saber o tipo de dados que
precisamos de recolher antes de sabermos de quantos grupos focais
precisamos.
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➔ Compreende o objetivo do estudo e o tópico.
➔ Comunica de forma clara.
❖ Planeamento:
• Mais complexo e demorado que o da entrevista individual.
• Elaboração do guião de acordo com os objetivos de estudo.
• Seleção dos entrevistados e elaboração do questionário de seleção.
• Preparação dos materiais a aplicar e de estímulo.
• Preparação do espaço, coffee breal, identificação do participante, sistema
de gravação.
• Brindes para os participantes.
❖ Moderação:
• Estimular a participação de todos.
• Apelo a opiniões complementares.
• Evitar monopolização por parte de algum participante.
• Evitar implicação pessoal.
• Lançar uma “questão-teste” para ter a certeza que todos estão a falar sobre
este assunto.
• Técnicas projetivas e associativas.
• Tentar associar esta dimensão a outras (retrato chinês)
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• Em termos práticos, organização nem sempre é fácil (calendarização,
espaço, etc.) e análise é demorada (poupança de tempo não pode ser um
critério de seleção de método).
• Participação é voluntária e um grupo insuficiente pode comparecer a uma
dada sessão.
• Permite a utilização de um número limitado de perguntas (mais ou menos
12).
❖ RESUMINDO:
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• Entrevista individual:
➔ Mais aprofundamento de conhecimento e compreensão de atitudes.
➔ Mais recolha de informação sobre temas pessoais e íntimos.
➔ Mais compreensão de realidades pessoais.
➔ Mais esclarecimento de aspetos obscuros nas entrevistas de grupo.
• Entrevista de grupo:
➔ Mais riqueza de opiniões.
➔ Mais discussão de realidades em termos globais.
➔ Mais estimulação de novas ideias.
➔ Mais possibilidade de elaboração de hipóteses.
➔ Mais interpretação de resultados quantitativos.
AULA T5
ANÁLISE DE CONTEÚDO
❖ Lista de compras:
• Unidades de registo: informação inicial (alimentos); segmentos de texto.
• Categorias: secção do supermercado. Foi analisado no sentido de extrair
categorias. Identificámos 3 categorias que permitem classificar os itens
(unidades de registo).
❖ Ex.: gavetas de roupa – cuecas numa gaveta, meias noutra, calças noutra, etc.
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O QUE É?
❖ Operação de codificação e processo de interpretação de dados.
❖ Examinar e interpretar de uma forma cuidada, detalhada e sistemática um corpus
particular de material numa tentativa de identificar padrões, temas, enviesamentos
e significados.
❖ Utilizada por uma variedade de disciplinas, incluindo a sociologia, criminologia,
psicologia, educação, jornalismo, arte e ciência política.
❖ Técnica de investigação que permite a descrição objetiva, sistemática e quantitativa
do conteúdo manifesto da comunicação (Berelson, 1952).
• Objetivos descritivos e classificatórios.
❖ Técnica de investigação que permite fazer inferências replicáveis e válidas dos
dados para o seu contexto (Krippendorff, 1980).
• Não restringe à quantificação.
• Inclui interpretação (atribuição de sentido); inferências sobre a fonte,
situação e destinatário. → inferências: podemos fazer interpretação de
dados.
ANÁLISE DE CONTEÚDO
❖ Corpus: dados que queremos analisar.
❖ Unidade de registo: corpus é dividido em segmentos.
❖ Temas: tópicos e categorias sobre as quais vamos analisar e organizar toda a
informação.
❖ Técnica (por isso não restringe) de tratamento de informação que pode integrar-se
em qualquer tipo de em qualquer tipo de procedimento lógico de investigação e
servir vários níveis de investigação empírica (descritivo, correlacional e causal)
(Vala, 1986).
❖ Análise do quê? → várias formas de comunicação humana: textos escritos,
fotografias, registos vídeo e áudio.
❖ Em análise de conteúdo, as palavras dos participantes podem ser convertidas em
categorias de análise.
❖ Segmentar o corpus em categorias.
❖ Análise de conteúdo não é inerentemente quantitativa nem qualitativa (e pode ser
ambas simultaneamente).
• Debate; tensão.
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❖ Diferenças em nível de análise e não diferenças na técnica:
• Contagem de elementos do texto permite identificar, organizar, ordenar e
recuperar dados.
• Análise interpretativa dos dados
➔ Como os sujeitos veem os seus mundos e como estas visões se
enquadram na forma como as ciências sociais veem esses temas e
interpretações.
• Abordagem dedutiva:
➔ Os investigadores partem de um esquema de categorias sugerido por
uma perspetiva teórica → com base na literatura.
➔ O quadro de referência destina-se a explicar os casos e pode ser usado
para gerar hipóteses (os dados fornecem o meio para testar a hipótese).
➔ Do geral – esquema pré-definido, sugerido numa teoria, para o
particular – o próprio estudo.
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➔ Muitas vezes a relação entre uma perspetiva teórica e certas
mensagens/textos envolve abordagens indutivas e dedutivas. → no
mesmo estudo podemos usar as 2 abordagens – enriquecem a análise
de dados.
➔ A apresentação das perceções dos sujeitos implica o uso privilegiado
da indução (sem implicar exclusão da dedução).
• Abordagem mista:
➔ Devemos estar atentos a categorias inesperadas mas ter em
consideração as já existentes.
❖ Análise de ocorrências:
• Permite determinar o interesse da fonte por diferentes objetos ou conteúdos
(> interesse > ocorrência).
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• Quadro de frequências com duas ou múltiplas entradas (gráficos).
➔ Todas as operações estatísticas permitidas por uma matriz de
frequências são possíveis.
❖ Fidelidade:
• intercodificadores (mais comum) → um intercodificador é um acordo entre
duas pessoas diferentes.
• Intracodificador → pouco comum. Ver se as minhas codificações
correspondem às que fiz há 6 meses atrás. Codifico duas vezes em
diferentes momentos de tempo.
❖ Potencialidades/vantagens:
• Sistemática.
• Permite tratar grande volume de dados e todo o tipo de documentos
(flexível).
• Não obstrutiva ou discreta; frequentemente não reativa (sem
enviesamentos).
• Relação custo-benefício (materiais frequentemente acessíveis).
• Permite estudar processos que ocorrem no decurso de longos períodos de
tempo (tendências sociais).
• Inúmeros domínios de aplicação:
➔ Técnica passível de utilização nos diversos níveis de investigação
empírica.
➔ Passível de utilização com material não estruturado.
❖ Limitações/desvantagens:
• Impossibilidade de testar relações causais entre variáveis.
• Morosa (muito tempo); o custo mais importante é o tempo, e costuma ser
elevado.
❖ 2- Constituição de um corpus
• Material produzido especificamente para o estudo.
• Documentos produzidos independentemente do estudo (seleção com base
em critérios metodológicos e teóricos explícitos).
➔ Critérios qualitativos: diversidade, heterogeneidade das fontes →
representatividade inclusiva de todos os pontos de vista.
➔ Critérios quantitativos: técnicas de amostragem (representatividade,
aleatoriedade) → representatividade a nível numérico.
• Corpus: terminologia para designar a base que usamos para fazer a nossa
análise.
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❖ 3- Definição das unidades de análise:
• Unidade de registo: segmento que se caracteriza colocando-o numa
categoria (são possíveis combinações de unidades de registo).
• Unidade de contexto: segmento mais largo de conteúdo que o analista
examina quando caracteriza uma unidade de registo (suporte de validade
e fidelidade).
❖ Segmentação do texto → decidir o grau de detalhe que vamos analisar a
informação → focar nas unidades de registo.
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PARA TAL, SEGUNDO VALA, É NECESSÁRIO:
❖ 1 – Delimitar o objetivo e definir um quadro de referência teórico.
❖ 2 – Constituição do corpus (diversidade de fontes, várias técnicas de amostragem).
❖ 3 – Construir um sistema de categorias (termo-chave relacionado com o conceito e
respetiva definição) à priori ou posteriori com base em:
• A) exaustividade: todas as unidades de registo podem ser colocadas numa
categoria.
• B) exclusividade: uma unidade de registo só pode ser classificada numa
categoria/ exclusão mútua.
• C) homogeneidade.
• D) pertinência: com base nos objetivos.
• E) objetividade: dicionário de categorias.
❖ 4 – Definição das unidades de análise:
• A) unidades de registo: segmento que se caracteriza colocando-o numa
categoria:
➔ Formais (palavra, frase, personagem).
➔ Informais (tema ou unidade de informação).
• B) unidade de contexto: segmento mais largo de conteúdo que o analista
examina quando caracteriza uma unidade de registo (suporte de validade
e fidelidade).
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AULA T6 E TP6
CONTINUAÇÃO DA ANÁLISE DE CONTEÚDO
❖ Exemplo da lista de compras: depois de definirmos as categorias, podemos ver
que é exclusivo, porque todos os itens da lista estão cada um em apenas uma das
categorias. Parecem ser exclusivas uma vez que só ficam bem numa das
categorias.
❖ Nota: unidades de significado é um tipo de unidades de registo.
❖ Nota 2: Nesta aula não é apresentada muita matéria pois sendo a continuação da
ula passada, foi sendo acrescentada aos apontamentos da aula passada.
AULA T7
A ANÁLISE GROUNDED THEORY
GROUNDED THEORY
❖ Existem várias abordagens a grounded theory.
❖ Os autores apresentados a negrito foram os grandes contributos: Glaser & Strauss
(1967), Glaser (1978), Strauss & Corbin (1990, 1998), Charmaz (2006).
❖ Contraponto à focalização crescente no modelo hipotético-dedutivo → ênfase na
compreensão de fenómenos e na elaboração de modelos teóricos.
❖ Desenvolvimento (indutivo) de teoria a partir da investigação enraizada nos dados.
❖ Explica (e não apenas descrever).
❖ Vamos nos centrar no Corbin e Strauss → parecia-lhes importante compreender
os fenómenos e a partir daí elaborar modelos teóricos.
❖ Construção da teoria com base em diversos dados – baseada em processos
indutivos de análise.
❖ Na análise de conteúdo o objetivo é diminuir os dados e aqui o objetivo é explicar
um determinado fenómeno.
❖ É uma técnica de investigação que permite a descoberta sistemática da teoria
a partir dos dados da investigação social.
❖ Ideia de descoberta da teoria – teoria não se descobre, é construída pelos
investigadores (por isso era uma expressão criticada).
❖ O desafio de Glaser e Strauss
❖ Questionam metodologias tradicionais (raiz positivista do método cientifico).
Defendem que a análise qualitativa sistemática pode gerar teoria.
❖ Tensões epistemológicas: “descoberta de padrões latentes nos dados”;
investigador como “tábua rasa” vs. “teorizar como ato de construção”;
“agnosticismo teórico”.
❖ Investigador devia partir pra análise de dados para descobrir padrões.
❖ Estar aberto a todas as possibilidades teóricas que podem emergir dos dados.
❖ Esta teoria visa:
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• Descobrir conceitos e hipóteses relevantes num determinado domínio.
• Compreender processos emergentes do contexto, sem forçar ou ajustar
dados a grelhas teóricas prévias.
❖ Nós compreendemos os processos e fenómenos com base na natureza dos
próprios dados.
❖ As perspetivas teóricas sobre um problema devem estar firmemente enraizadas
nos dados disponíveis.
❖ O processo de análise é interpretativo e o analista é também um instrumento do
processo; a sua análise e a sua interpretação dos dados vão ser determinantes no
resultado final.
❖ Os dados de partida deverão representar adequadamente o fenómeno em análise.
❖ A maneira como o investigador se posiciona, interpreta os dados, etc., tem um
papel determinante no resultado final.
❖ Exigir do investigador que seja claro no processo, é um dos pressupostos para
percebermos o seu modelo teórico.
29
❖ Partimos dos dados para gerar códigos, depois vemos o que há em comum e
criamos categorias (nível de abstração maior porque já usamos conceitos mais
distantes dos dados), depois usamos temas ou conceitos mais abrangentes, até
chegar à teoria.
❖ É grounded porque é enraizado nos dados.
❖ 2. Codificação axial:
• Refinar e distinguir as categorias obtidas com base na codificação aberta
→ progressivamente trabalha-se melhor as categorias.
• Identificar e classificar relações entre categorias → contribui para esse
processo.
• Identificar o paradigma de codificação: contexto e
condições + estratégias = fenómeno/causas →
fenómeno → consequências.
• As relações e categorias obtidas são verificadas,
dedutivamente, regressando ao texto
(questionamento e comparação constante).
• Seleção de categorias mais relevantes/promissoras
para maior desenvolvimento/enriquecimento → para
preparar a fase da codificação seletiva –
identificamos a categoria central e depois a relação dela com as outras
categorias fará com que formemos a nossa teoria.
30
❖ É importante perceber o que encontramos das categorias e quais explicam a causa
do fenómeno, que identificam as estratégias que usamos para explicar os
fenómenos.
❖ Expressam as consequências, em que condições é que o fenómeno emerge.
❖ Chegou a uma categoria central “reagir com estoicismo face a própria dor”. Com
base nas várias fases do processo chegou a esse.
31
❖ Mostra na imagem as propriedade da categoria central.
❖ Conjunto de relações que começaram a contribuir para a professora pensar num
modelo teórico.
❖ Modelo teórico criado com base nas relações da imagem anterior → foi testado
posteriormente.
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❖ Amostragem orientada para a construção da teoria e não para a representatividade
da população;
❖ Conduzir a revisão da literatura depois de desenvolver uma análise independente
(não é consensual).
❖ Codificação termina após saturação teórica.
❖ Tipicamente é recomendado usar memorandos.
❖ A amostragem é teórica – queremos uma amostra teórica que ajude a
perceber/criar dados significativos para criar teoria sobre um determinado grupo da
população.
❖ Saturação teórica faz parte de todo o processo, parar até retirarmos tudo.
AULA T8
QUALIDADE DOS ESTUDOS QUALITATIVOS
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▪ Entre outras possíveis.
• Transferibilidade (transferability)
➔ Possibilidade de aplicar os resultados do estudo a outros
contextos.
➔ Fornecer dados descritivos suficientes sobre os participantes e sobre o
contexto.
➔ Descrição densa que represente a diversidade das perspetivas dos
participantes e a forma como estas conduziram à interpretação,
associada à particularização, com informação sobre as características
dos participantes.
➔ Não é sinónimo de generalização (relativa à inferência estatística) de
resultados, dos dados para a população.
➔ Estratégias uteis possíveis:
▪ Ao expor o máximo de informação, damos ao leitor a possibilidade
de perceber a que contextos, os dados recolhidos, são transferíveis
(ou aplicáveis).
▪ A dizer, exatamente, o que foi dito pelo participante, facilitamos ao
leitor que este perceba a que tipo de contextos os dados são
transferíveis.
• Consistência (dependability)
➔ Capacidade de investigadores externos seguirem o método usado
pelo investigador.
➔ Fiabilidade > potencial de replicação dos resultados.
➔ Em que medida é que o investigador passa informação ao ponto de ser
replicável por outros investigadores. Está em causa uma densa
descrição do método, nomeadamente ainda das análises.
➔ Estratégias úteis possíveis:
▪ Auditoria: assegurar que disponibilizamos documentos suficientes
que permitam a outros investigadores replicar o estudo, e.g., notas;
memorandos e instrumentos.
• Confirmabilidade (confirmability)
➔ Capacidade de outros investigadores confirmarem as construções
do investigador.
➔ Auditoria: investigador externo examina de forma sistemática o
processo (registos do investigador, transcrições, guiões de entrevistas,
questionários, listagem de categorias, hipóteses, notas de campo >
materiais dirigidos ao leitor externo).
➔ Seguir pensamento, decisões, recolha e análise dos dados, conclusões.
➔ Possibilidade de reproduzir os passos conducentes a uma interpretação
ou teoria.
➔ Possibilidade de verificar que nenhuma alternativa foi excluída.
➔ Possibilidade de verificar que nenhum desvio influenciou a interpretação
do investigador.
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➔ Registos > memorandos.
➔ Assegurar que outros investigadores possam confirmar os padrões
(resultados) encontrados.
➔ Este critério está mais focado na interpretação dos resultados.
➔ Estratégias úteis possíveis:
▪ Permite-lhes analisar de forma sistemática registos e memorandos,
para que possam seguir o nosso raciocínio.
❖ Coerência metodológica:
• Congruência entre a questão de investigação e os componentes do
método.
• Se queremos inferir perceções, falamos com os participantes; se queremos
inferir comportamentos, observamos os participantes.
❖ Adequação da amostra:
35
• Participantes que melhor representam o grupo-alvo ou melhor conhecem o
tópico.
❖ Saturação Teórica:
• Parar de recolher dados quando a informação necessária foi recolhida e/ou
quando os pontos de vista dos participantes estão globalmente percebidos.
❖ Reflexividade do investigador:
• O investigador deve ser altamente reflexivo sobre tudo o que fez e sobre
a forma como refletiu sobre os dados recolhidos.
• Quando ele está a dizer os seus pressupostos dos dados no sentido de x.
• Diz a perspetiva dele.
• Reflexão sobre os pressupostos.
• Análise interna.
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❖ Verificações por parte dos participantes:
• Devolvo ao participante.
❖ Trabalho colaborativo:
• Colaboração no processo de codificação.
❖ Auditores externos.
❖ Revisão por pares (feedback critico).
❖ Documentação do processo (audit trail).
❖ Envolvimento prolongado.
❖ Descrições densas.
• Temos a citação dos participantes e descrição de padrões e resultados.
• Utilização de palavras dos participantes (excerto deles).
• Quando o investigador explicou a forma como usou a descrição densa.
• Podemos tê-las sem ter a particularização.
❖ Particularização:
• Referência a características dos participantes – damos informação das
particularidades.
• Não podemos ter particularização sem descrição densa.
• Ex.: (Filipa, 18 anos, pai militar…)
• Referência ao grupo 1 do mestrado – dizemos de onde vem aquilo.
AULA TP8
QUIZ ONLINE
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❖ Exemplo 1:
• “Saliente-se que a matriz de codificação dos dados foi o resultado da
concordância dos 3 avaliadores, coautores deste estudo. Para avaliar o
grau de concordância dos avaliadores relativamente às duas facetas
adicionais, i.e., para calcular o índice de fiabilidade da análise efetuada
pelos 3 avaliadores, procedemos a uma análise de conteúdo pré-
estruturada, conforme descrito em Lima (2003). Deste modo, partindo da
análise feita pelos três avaliadores, em concordância e das unidades de
registo decorrentes do “recorte” feito pelos mesmos, solicitámos a um juiz
independente, externo a todo o processo, coautor do presente estudo, que
procedesse à codificação, numa grelha, das unidades de registo,
acompanhadas das categorias a aplicar, que lhe foram apresentadas, de
forma aleatória. No final, recorrendo ao programa estatístico IBM SPSS
(versão 20.0), foi calculado o Kappa de Cohen a partir das duas
codificações feitas: a primeira codificação – Cod.1 – a dos três avaliadores
e a segunda codificação – Cod. 2 – do juiz independente." (Catré et al.,
2017).
➔ R: trabalho colaborativo ou revisão de pares. Acordo Inter-juízes.
❖ Exemplo 2:
• “os outros” foram sendo objeto de críticas, pela forma como interagem com
os demais, com implicações no seu modus vivendi: «Penso que é
importante não agredir, não ser agredida, não agredir ninguém. É o que é
importante para você viver assim, tranquila, sem remorsos. A religiosidade
não é só ir à igreja. É fazer algo que seja bom para você mas também para
os outros. Há pessoas que vão à igreja, rezam, comungam e maltratam.
São frequentadores assíduos da igreja e maltratam os pais.» [Grupo 1-
Mestrado]" (Catré et al., 2017).
➔ R: Descrição densa (citação do participante) e particularização
(referência ao grupo 1).
❖ Exemplo 3:
• "Uma outra questão abordada pelos jovens foi a gravidez na adolescência:
referem que algumas raparigas ficam grávidas muito cedo e que muitas têm
de deixar de estudar e são expulsas de casa pelos pais, por outro lado
referem que a gravidez é percecionada pelas jovens como algo positivo que
as vai fazer mudar de vida. Início da vida sexual: «A virgindade perde-se
aos 18 anos, quando gostamos de alguém de verdade» "(Gaspar et al.,
2006).
➔ R: Descrição densa (citação participante).
❖ Exemplo 4:
• "De forma a assegurar a fiabilidade do processo de codificação, foi
solicitado a uma investigadora independente que codificasse 33% das
entrevistas, selecionadas aleatoriamente (n = 6), tendo-se obtido um
coeficiente Kappa médio de .75 (DP = .19)." (Albuquerque, 2017).
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➔ R: Acordo inter-juízes (associado ao “coeficiente de Kappa”).
❖ Exemplo 5:
• "...construíram-se categorias emergentes, elaboradas indutivamente a
partir dos dados, finalizando-se o processo quando se alcançou a
saturação teórica das categorias, o que aconteceu à décima sexta
entrevista analisada." (Albuquerque, 2017).
➔ R: Saturação
❖ Exemplo 6:
• "...as respostas dos participantes foram inicialmente identificadas e
agrupadas pelo primeiro pesquisador, e posteriormente revistas e
validadas por um segundo investigador." (Pinto, Francisco, & Santos,
2017).
➔ R: Triangulação; e a mais correta é trabalho colaborativo ou revisão por
pares.
❖ Exemplo 7:
• "De seguida, são explicitadas todas as subcategorias que emergiram das
duas categorias supramencionadas e interpretadas de acordo com a
literatura, sendo acompanhadas de citações dos participantes, que ajudam
a compreender o significado das mesmas." (Pinto, Francisco, & Santos,
2017).
➔ R: Descrição densa → investigador explicou a forma como usou a
descrição densa.
❖ Exemplo 8:
• "... «O que eu sinto é que passo a ser o homem da casa (risos). A minha
mãe pede mais ajuda, também reparo que ela se esforça mais, por exemplo
para ir buscar à escola ou fazer certas tarefas diárias e nós tentamos ajudá-
la ao máximo.» (Filipa, 18 anos, pai militar com 3 missões)." (Pinto,
Francisco, & Santos, 2017).
➔ R: Descrição densa e particularização.
❖ Exemplo 9:
• "Da temática Especificidades do Sistema de Saúde de Portugal constam,
também, referências à formação/qualificação dos profissionais de saúde
em Portugal. As participantes de origem brasileira relatam situações de
desconhecimento por parte dos profissionais de saúde do país de
acolhimento, referindo a sua pouca especialização (unidades de análise =
11). Já as participantes de origem cabo Verdiana consideram os
profissionais de saúde de Portugal bem qualificados (unidades de análise=
5). (Mourão & Bernardes, 2013).
➔ R: Triangulação → investigador parece estar a ver as divergências nas
perspetivas das 2 participantes. Está a contrastar perspetivas de 2 tipos
de fontes.
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❖ Exemplo 10:
• "Alguns dados apresentados evidenciam, ainda, perceções sobre pontos
comuns e divergentes entre os sistemas de saúde de Cabo Verde e do
Brasil, comparativamente com o sistema de saúde português, enfatizando-
se os que indiciam diferenças nas instituições e nos profissionais de
referência para as consultas de VSI. Relativamente a Portugal menciona-
se apenas o centro de saúde como referência nas consultas de VSI e no
que se reporta a Cabo Verde indica-se, também, o hospital. Contudo, os
relatos das mães imigrantes cabos Verdiana nesse âmbito deixam
transparecer algumas dúvidas, que poderão relacionar-se com um padrão
de utilização indiscriminado dos recursos de saúde disponíveis no país
(Bäckström, 2009). Para além disso, as mães imigrantes brasileiras
contrapõem a referência ao pediatra do Brasil com o médico de família em
Portugal, relacionando esse facto, em alguns casos, com a formação
inadequada dos profissionais de saúde de Portugal, pela sua menor
especialização. As mães imigrantes cabo Verdiana não se reportam a
nenhum profissional de referência nas consultas de VSI, o que poderá
relacionar-se com o facto de referirem, algumas vezes, não existir médico
de família no seu país de origem. (Mourão & Bernardes, 2013).
➔ R: Triangulação (contrastam grupos diferentes).
❖ Exemplo 11:
• "Dois juízes categorizaram 32% da totalidade dos textos classificados como
sendo de pertinência central e foi calculado o coeficiente kappa para as
variáveis mais estruturais. O acordo inter-juízes (kappa de Cohen) para a
variável tema foi de 0.77 (Quadro 1), para a variável instituições 0.86,
atores 0.92, fonte 1.0 e tom 0.76." (Queirós & Castro, 2013).
➔ R: Acordo inter-juízes.
❖ Exemplo 12:
• "As codificações foram revistas por dois elementos da equipa de
investigação e os desacordos resolvidos caso a caso." (Mouro & Castro,
2018).
➔ R: Trabalho colaborativo ou revisão por pares → colaboração no
processo de codificação.
❖ Exemplo 13:
• "Também se encontraram diferenças entre os dois grupos. O discurso dos
proprietários congregou mais argumentos de contestação do que de apoio
às leis, enquanto nos não proprietários os dois tipos de argumento foram
usados em número equivalente. Verificou-se também que os proprietários
inquiridos recorreram a um leque maior de argumentos de contestação do
que os não proprietários, tendo-se identificado um argumento usado
exclusivamente pelos proprietários, o relativo à tensão entre os níveis
global e local (ver também Mouro, 2011). Estes resultados indicam haver
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uma construção da resistência às leis mais elaborada por parte dos
proprietários, grupo que se diferencia também pelo uso de mais
argumentos ancorados em conhecimento específico e localizado para
salientar desajustes ao contexto local no que é proposto pela lei." (Mouro
& Castro, 2018).
➔ R: Triangulação → discussão entre o contraste dos proprietários e não
proprietários
❖ Exemplo 14:
• "Com o intuito de compreender a controvérsia relativa ao Convento,
analisou-se a imprensa, tendo sido, durante o período de Agosto a
Dezembro de 2004, recolhidos, em quatro jornais diários, 13 artigos que
discutiam esta questão. Assistimos também a duas sessões públicas
promovidas pelo movimento de moradores, onde os vários interesses e
perspetivas, à exceção do proprietário da construção, estavam
representados. A análise da imprensa e as notas tiradas nestas sessões
ajudaram a reconstruir o contexto representacional da controvérsia. Numa
segunda etapa, realizámos seis entrevistas narrativas..." (Castro & Batel,
2007).
➔ R: Triangulação → triangulação de métodos (3 estratégias de recolha
de dados).
❖ Exemplo 15:
• "Destas entrevistas, emerge a ideia de que deverão ser os moradores a vir
colocar questões e emerge, assim, uma conceção da participação como
sendo, sobretudo, pedagógica: «Entrevistadora – Mas e acha que essa
cultura cívica deve ser criada, deve ser trabalhada, partindo dos moradores,
ou partindo de iniciativas da Câmara, por exemplo, de aproximação? VC –
Eu acho que, eu pessoalmente, e falando como cidadão, eu acho que deve
partir dos moradores. Porque eles é que são a parte interessada» [VC, p.
7]. Por sua vez, o porta-voz dos moradores tem a perspetiva contrária, é o
gabinete que deve promover debates públicos, aproximando-se dos
cidadãos: «... Não houve nenhuma discussão pública por parte das
instituições que deviam tê-la promovido com os habitantes daquela área.
(…)» Parece, então, claro, a partir deste conjunto de divergências, que a lei
genérica que diz respeito ao envolvimento do público tem que ser
interpretada e implementada – e que isto são tudo oportunidades para que
as divergências surjam." (Castro & Batel, 2007).
➔ R: descrição densa (citações); particularização; triangulação (triangular
perspetivas).
AULA TP11
PUBLICAÇÃO DE ESTUDOS QUALITATIVOS: CONVENÇÕES
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Relatórios científicos: Critérios a considerar na publicação de estudos baseados em
métodos de investigação qualitativos:
❖ Relevância: não pôr palha, apenas informação relevante e útil.
❖ Adequação: o artigo deve ser internamente coerente (e.g., se queremos saber de
prática, “vamos observar comportamento e não perguntar opiniões”).
❖ Transparência: dar informação suficiente para que se perceba o estudo na integra,
assegurado por outro lado que não há informação de ruído.
❖ Rigor: sermos específicos para que percebam o que foi feito e o que se percebeu.
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• Justificação da decisão de finalizar a recolha de dados.
• Inclusão de detalhes sobre problemas que surgiram (e como foram
resolvidos).
❖ Contexto:
• Descrição do contexto do estudo e das características relevantes do
investigador (COVID).
❖ Procedimento de análise:
• Unidade de registo (segmentação dos dados).
• Técnicas utilizadas durante a análise
• Tipo de análise descrito em detalhe e justificando (conforme os objetivos).
• Abordagem indutiva ou dedutiva (identificação e definição de códigos).
• Acordo inter-juízes (descrição detalhada e justificação).
• Identificação de procedimentos para assegurar a credibilidade.
• Justificação do tipo de análise em função das questões de investigação.
AULA TP12
CORREÇÃO DE UM EXERCÍCIO
❖ INTRODUÇÃO:
• Identificação das lacunas no estado de arte.
• Identificação e análise dos estudos prévios relevantes.
• Demonstração da relevância da questão de investigação.
• Descrição das características relevantes do investigador (reflexividade).
• Descrição do contexto de estudo.
❖ MÉTODO:
• Descrição sociodemográfica dos participantes.
• Informação fornecida aos participantes acerca do estudo.
• Descrição e justificação dos critérios de seleção dos participantes.
• Taxas de participação/ recusa.
• Descrição e justificação dos procedimentos de recolha de dados.
• Descrição e justificação dos procedimentos de análise dos dados.
• Justificação sobre o tamanho da amostra.
• Descrição da relação entre recolha e análise dos dados.
• Identificação de eventuais problemas no processo de recolha de dados (e
estratégias de resolução).
• Procedimentos de consentimento informado.
• Descrição das características relevantes do investigador (reflexividade).
• Identificação e justificação da técnica ou abordagem de análise dos dados.
• Identificação da unidade de registo.
• Acordo inter-juízes.
• Identificação dos procedimentos para assegurar a credibilidade dos
resultados.
• Descrição do contexto de estudo.
• Descrição dos instrumentos de recolha de dados.
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• Referência ao software de análise de dados utilizado.
• Treino dos investigadores (recolha e análise).
❖ RESULTADOS:
• Inclusão de citações dos participantes.
• Análise dos casos negativos.
• Triangulação de perspetivas.
• Quantificação (número de unidades de registo ou de participantes em cada
tema/ categoria, quando necessário).
❖ DISCUSSÃO:
• Descrição das características relevantes do investigador (reflexividade).
• Análise das limitações do estudo.
• Explicitação do contributo do estudo.
• Interpretação dos resultados com base na teoria e na literatura prévia.
• Análise das implicações do estudo.
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